Uso Progressivo Da Força
Uso Progressivo Da Força
Uso Progressivo Da Força
Crditos
Marcelo Vladimir Corra Major da PMMG
Uso progressivo da fora Mdulo 1
SENASP/MJ - ltima atualizao em 17/02/2009
Pgina 1
Pgina 2
Pgina 3
O Estado intervm, com violncia legtima, quando um cidado usa a violncia para ferir,
humilhar, torturar, matar outros cidados, de forma a garantir a tranqilidade. a lgica da
violncia legtima contendo a violncia ilegtima. (SILVA 1994, p. 48)
Comentrio
Entende-se, assim como Vianna (2000), que o termo utilizado por Silva (1994), violncia
legtima no o mais adequado. Por isso, importante voc empregar e conhecer o seguinte
termo: uso legtimo da fora. Termo que melhor atende ao assunto, pois este exige padres
legais e ticos, enquanto a expresso violncia no se coaduna, no mnimo, com padres ticos.
Portanto, se a polcia deixar de cumprir tais requisitos, o uso da fora se caracterizar como
ilegtimo, sendo ento, apontado como violncia, truculncia, abuso de poder entre outras formas
de desvios de procedimentos no concebveis ao policial profissional, integrante de uma
organizao que promove a paz social e como tal deve seguir os parmetros legais.
As organizaes policiais brasileiras recebem uma srie de meios legais para capacitar seus
integrantes a cumprir seus deveres de aplicao da lei e preservao da ordem, sempre em busca
da paz. Sem estes e outros poderes, tal como aquele de privar as pessoas de sua liberdade, voc
no conseguiria desempenhar a sua misso constitucional em defesa da sociedade. bom estar
atento s palavras de Vianna (2000), quando afirma que embora a atividade policial possa ser
descrita como uma srie de funes, como, por exemplo, fazer aplicar a lei ou preservar a ordem,
ela pode tambm ser definida como sendo uma funo s, ou seja, responder a qualquer situao
que acontea no seio da sociedade, em que a fora deve ser usada, de modo a restabelecer uma
situao de normalidade temporria.
Uso progressivo da fora Mdulo 1
SENASP/MJ - ltima atualizao em 17/02/2009
Pgina 4
Voc recebe do Estado a autorizao para fazer uso da fora e quando age, est fazendo-o em
nome dele. Sobre esse pensamento Rover (2000) lembra que:
Os Estados no negam a sua responsabilidade na proteo do direito vida, liberdade e
segurana pessoal quando outorgam aos seus encarregados de aplicao da lei a autoridade
legal para a fora e arma de fogo.
O policial tem o dever de aplicar a lei e de reprimir com energia a sua transgresso em
defesa da sociedade. A mesma sociedade da qual ele faz parte e de onde ele foi escolhido para
se juntar fora policial.
A tarefa da polcia delicada na medida em que se reconhece como inteiramente legtimo o
uso de fora, para resoluo de conflitos, desde que esgotadas todas as possibilidades de
negociao, persuaso e mediao (FARIA, 1999).
A polcia existe para servir sociedade e para proteger os seus direitos mais fundamentais.
Cerqueira (1994, p. 1), acrescenta essa idia ao relatar que O sistema de justia criminal, no
qual se inclui a polcia, atua fundamentalmente para garantir os direitos humanos, em
sentido estrito, e, portanto, a lgica de uso da fora para conter a violncia perfeitamente
compreensvel.
A Fora Policial por intermdio da sua atuao existe para assegurar que os direitos
fundamentais dos cidados, individual e coletivamente, sejam protegidos. O direito vida
deve ter a mais alta prioridade. Rover (2000) afirma que o uso de fora, principalmente o
uso intencional e letal de armas de fogo, deve ser limitado em absoluto aos casos de
circunstncias excepcionais. Ao atuar dentro desse parmetro de proteger e socorrer, voc
est amparado por uma srie de legislaes, seja no mbito internacional como nacional.
Pgina 5
lei estejam de acordo com as disposies bsicas dos direitos e liberdades humanas. um cdigo
de conduta tica e se baseia no exerccio do policiamento tico e legal. Consiste em oito artigos,
cada um acompanhado de comentrios explicativos.
O artigo 3 do CCEAL trata diretamente do uso da fora pela polcia. Ele estipula que os
encarregados da aplicao da lei s podem empregar a fora, quando estritamente
necessrio e na medida exigida para o cumprimento do seu dever.
enfatizado pelo documento que o uso da fora deve ser excepcional e nunca ultrapassar o
nvel razoavelmente necessrio para se atingir os objetivos legtimos de aplicao da lei.
Neste sentido, entende-se que o uso da arma de fogo uma medida extrema.
Tendo em vista o contido no Cdigo de Conduta sobre o uso de arma de fogo, qual sua
idia a respeito? Pensando em sua realidade e na sua experincia profissional, voc
acredita que o uso da arma de fogo uma medida extrema?
Pgina 6
Objetivo do Cdigo
O cdigo tem por objetivo sensibilizar os integrantes das Organizaes responsveis pela
Aplicao da Lei, ou seja, sensibilizar voc, policial, para a enorme responsabilidade que o
Estado lhes outorga.
Voc um sujeito de autoridade do Estado e como tal est investido de poder de grande alcance,
e a natureza de seus deveres coloca-o em situaes de corrupo e violncia policial, em
potencial. O documento afirma ainda que, expor abertamente esses perigos escondidos o
primeiro passo para combat-los efetivamente. A atitude policial tem uma forte relao com a
imagem e percepo da organizao como um todo, carregando assim, alta expectativa com
relao aos padres ticos mantidos dentro da Fora Policial.
Um policial que excede no uso da fora ou que seja corrupto, pode fazer com que todos os
policiais sejam vistos como violentos ou corruptos, porque o ato individual reflete como ato
coletivo da organizao.
O policial protege e socorre a sociedade, e nesse sentido exige-se um grau de confiana muito
grande entre a Fora Policial e a comunidade como um todo. Os padres estabelecidos pelo
cdigo devem fazer parte da crena de todo policial, e isto significa que esses valores devem
estar conscientemente incorporados na sua atuao policial do dia-a-dia.
Pgina 7
Os dois instrumentos, embora no estejam sob forma de tratados, permitem o uso da fora para
qualquer propsito policial legtimo, reforando o ponto de vista segundo o qual a
atividade policial pode ser vista como a busca para resolver qualquer situao na sociedade
na qual a fora pode ser usada.
Mas, alm destes instrumentos internacionais existem os instrumentos nacionais que
corroboram com esses e devem ser de conhecimento de todos os policiais.
bom que voc como policial profissional esteja ciente da existncia destes documentos e como
coloc-los em prtica conforme as suas recomendaes e orientaes, sob pena de voc estar
entre os policiais amadores, arbitrrios e que s agem na ilegalidade.
Pgina 8
Legislao brasileira
So vrios os instrumentos nacionais que regulam o uso da fora e arma de fogo pela Fora
Policial. Veja:
Cdigo Penal
O Cdigo Penal contm justificativas ou causas de excluso da antijuridicidade relacionadas no
artigo 23, ou seja, estado de necessidade, legtima defesa, estrito cumprimento do dever legal e
exerccio regular de direito, como se v:
Excluso de ilicitude
Art. 23. No h crime quando o agente pratica o fato:
I em estado de necessidade;
II em legtima defesa;
III em estrito cumprimento do dever legal ou no exerccio regular de direito.
Pgina 9
Comentrio
Uma boa estrutura jurdica pode proporcionar uma orientao para o uso da fora, embora no
oferea uma soluo implementvel para um conflito a ser resolvido. O Sistema Jurdico
Brasileiro apresenta lacunas e imprecises quanto legalidade e limites permitidos do uso da
fora (BARBOSA & ANGELO 2001). necessrio, portanto, que a Legislao Brasileira
absorva em sua legislao uma norma nica que trate do assunto e oriente tanto a sociedade
quanto os policiais brasileiros.
Documentos sobre uso da fora
A Polcia Militar de Minas Gerais publicou no ano de 1984 a Nota de Instruo n 001/84 que
trata de maneira bem objetiva e clara O uso de fora no exerccio do poder de polcia. Este
documento apresenta um rol de orientaes ao policial em suas intervenes legtimas com o
emprego de fora e as conseqncias do excesso, seno veja:
O policial militar pode e deve fazer uso da fora, no desempenho de sua misso, de forma
Uso progressivo da fora Mdulo 1
SENASP/MJ - ltima atualizao em 17/02/2009
Pgina 10
tal que esse uso no v alm do necessrio e chegue a configurar o excesso ou uma ao
policial violenta. (PMMG, 1984).
Outro documento produzido pela PMMG de importncia para o uso da fora so as Diretrizes
Auxiliares de Operaes n 1 de 1994, nos seus itens 4. m. 2) descreve doze orientaes aos
policiais sobre o uso da fora, na verdade so orientaes dirigidas aos policiais militares do
Estado de Minas Gerais, mas podem e devem ser aplicadas por todos policiais brasileiros.
Veja nas prximas pginas as orientaes especficas referentes ao Uso da Fora.
Pgina 11
Ao analisar a legislao como instrumento do policial para o emprego do uso da fora faz-se
necessrio entender esta relao entre o policial e o uso da fora, como ver na prxima pgina.
Pgina 12
Pgina 13
Os PBUFAF relatam que os governos devero assegurar que o uso arbitrrio ou abusivo da fora
e armas de fogo pelos policiais seja punido como delito criminal, de acordo com a legislao
internacional e nacional.
O uso arbitrrio da fora e arma de fogo pelos policiais constitui violao do direito penal, bem
como violaes dos direitos humanos, cometidos por aqueles que so chamados a manter e
preservar esses direitos. O abuso do uso da fora pode ser visto como uma violao da dignidade
e integridade humana. Caso aconteam, as violaes prejudicaro o frgil relacionamento entre a
Polcia e toda a comunidade a que serve.
Para restaurar com sucesso a confiana em um relacionamento abalado, dever haver um esforo
genuno por parte da Organizao Policial. Sempre que existir uma situao de abuso alegado ou
suspeitado, deve haver uma investigao imediata, imparcial e total, com punio aos policiais
responsveis.
Pgina 14
Concluso
Neste primeiro mdulo voc estudou os principais conceitos relacionados ao uso da fora e os
aspectos legais, internacional e nacional, que devem nortear a ao do policial. No prximo
mdulo voc estudar sobre os principais modelos existentes, utilizados pelas diversas polcias
do mundo, sobre gradao do uso da fora.
Pgina 15
2. Voc viu neste mdulo, dois importantes documentos internacionais sobre o uso da fora. Para
facilitar a compreenso de seu contedo, faa uma sntese dos documentos, elencando trs
aspectos que voc julga importante de cada um.
Respostas:
1. A resposta a esta questo pessoal. No entanto, de acordo com o texto, so consideradas
estratgias que funcionam: Endurecimento dos alvos; patrulhamento dirigido; batidas Policiais
So consideradas estratgias que no funcionam: Reposta mais rpida da polcia aos chamados
da populao; patrulhamento aleatrio; prises.
2. A resposta a esta questo pessoal. No entanto, de acordo com o texto, so consideradas
estratgias que funcionam: Endurecimento dos alvos; patrulhamento dirigido; batidas Policiais
So consideradas estratgias que no funcionam: Reposta mais rpida da polcia aos chamados
da populao; patrulhamento aleatrio; prises.
3. A resposta a esta questo pessoal. No entanto, de acordo com o texto, so consideradas
estratgias que funcionam: Endurecimento dos alvos; patrulhamento dirigido; batidas Policiais
So consideradas estratgias que no funcionam: Reposta mais rpida da polcia aos chamados
da populao; patrulhamento aleatrio; prises.
Pgina 16
Pgina 17
Pgina 18
Modelo FLETC: Aplicado pelo Centro de Treinamento da Polcia Federal de Glynco (Federal
Law Enforcement Training Center), Georgia, Estados Unidos da Amrica (EUA).
Modelo GILIESPIE: Apresentado no livro Police Use of force A Line Officers Guide,
1998.
Modelo REMSBERG: Apresentado no livro: The Tactical Edge Surviving High Risk
Patrol 1999.
Modelo CANADENSE: Utilizado pela Polcia Canadense.
Modelo NASHVILLE: Utilizado pela Polcia Metropolitana de Nashville, EUA.
Modelo PHOENIX: Utilizado pelo Departamento de Polcia de Phoenix, EUA.
Pgina 19
Modelo FLETC
Figura 1 - Modelo "FLETC de uso progressivo da fora.
Fonte - GRAVES & CONNOR (1994, p.8); BARBOSA & ANGELO (2001, p.126)
Modelo GILlESPIE
um modelo grfico em forma de tabela, com cinco colunas graduadas por cor e seis linhas
bsicas, divididas em comportamento do agente e ao-resposta do policial. A atitude do
suspeito dividida em quatro colunas que esto subdivididas respectivamente em situaes
diferentes sobre a percepo do policial em relao a ele. Para a progresso de fora, possui
cinco nveis, com subdivises crescentes de respostas pelo policial, que interagem entre si. O
modelo correlaciona a atitude do suspeito com a avaliao de risco, condio mental do policial
e resposta de fora a ser utilizada.
Comentrio
Para o autor, a verbalizao uma graduao de fora que se interage com outros nveis. Iniciase no segundo nvel de fora e prossegue at o penltimo, antes de se usar a fora letal. um
modelo complexo, porm bem completo em suas opes de ao e reao. O policial que
compreende a sua dinmica est apto a fazer o uso correto da fora. Pode ser adaptado para uso
na Polcia Brasileira, com o devido treinamento, dada a sua complexidade.
Veja o modelo GILIESPIE (Anexo 1)
Modelo REMSBERG
Este modelo concebido em forma de degraus em elevao. Os degraus mais baixos simbolizam
os nveis de fora mais baixos e os mais altos, os nveis de fora mais altos. O modelo no faz
correlaes do nvel de fora com a ao do suspeito ou percepo de risco por parte do policial,
embora o autor observe este fato na sua teoria explicativa. So cinco nveis de fora e cada um
subdividido em sub-nveis que tambm esto em ordem crescente de baixo para cima. Para
utilizar esse modelo, o policial utiliza o degrau correspondente ao nvel de fora de resposta que
Uso progressivo da fora Mdulo 2
SENASP/MJ - ltima atualizao em 18/02/2009
Pgina 20
julgar melhor para a situao vivida. Em caso de mudanas de situao, deve-se subir ou descer
os nveis.
Comentrio
muito simples e de fcil assimilao pelos policiais. No entanto, no um modelo completo.
Faz apenas o escalonamento do uso da fora.
Modelo REMSBERG
ARMA DE FOGO
ATIRAR
APONTAR
SACAR
MO NA ARMA
COMANDO VERBAL
INSTRUMENTO DE IMPACTO
USAR O BASTO
AMEAA COM BASTO
MOSTRAR O BASTO
APRESENTAR O BASTO
MO NO BASTO
AVISO VERBAL
MOS LIVRES
CHAVE DE PESCOO
MEDIDAS DE CONTENO ATIVA
MEDIDAS DE CONTENO PASSIVA
PONTO DE PRESSO
PEGADA CONDUO
VERBALIZAO
AVISO
ACONSELHAMENTO
PERSUASO
Uso progressivo da fora Mdulo 2
SENASP/MJ - ltima atualizao em 18/02/2009
Pgina 21
ENTREVISTA
PRESENA
POSTURA DEFENSIVA
POSTURA ALERTA
POSTURA ABERTA
Modelo CANADENSE
composto por crculos sobrepostos e subdivididos em nveis diferentes. O crculo interno
corresponde ao comportamento do suspeito e o crculo externo ao de resposta do policial.
No crculo interno, existem cinco subdivises, para cada situao de ao do suspeito. utilizada
uma graduao de tonalidades que vai da cor branca para a ao de menor ameaa do suspeito,
at a cor preta, para a ao de maior ameaa. O crculo externo corresponde ao de resposta
do policial que est graduada em sete nveis diferentes. Cada nvel interage com o outro atravs
da mudana de cores. A mudana no estanque, ou seja, onde termina um nvel de fora, outros
ainda esto disponveis. So usadas sete cores para cada uma das graduaes de fora.
Comentrio
um modelo muito prtico, de fcil entendimento e memorizao por parte do policial. Pode ser
facilmente adaptado pela Polcia Brasileira.
Pgina 22
Modelo CANADENSE
Figura 3 - Modelo "CANADENSE" de uso progressivo da fora.
Modelo NASHVILLE
Este modelo possui um formato grfico em forma de eixo de coordenadas. O eixo x
corresponde atitude dos suspeitos e dividido em cinco nveis. O eixo y corresponde aos
quatro nveis de fora. A utilizao do modelo feita atravs da anlise do grfico formado pelo
cruzamento dos dois eixos x e y, que pode ser feita de duas formas. Uma mais severa e outra
menos severa.
Fazendo parte do grfico, como orientao, so colocados os fatores e
circunstncias que podem influenciar o policial para a escolha do nvel de fora a ser utilizado.
Comentrio
um modelo simples. Possui duas variveis para o uso da fora, no estando presente a
avaliao do risco para o policial.
Modelo NASHVILLE
Polcia Metropolitana de Nashville
Grfico de uso de fora
Pgina 23
Circunstncias Especiais
Proximidade de Arma
Fadiga/Exausto
Incapacidade
Posio no Solo
Iminente Perigo
Fatores de Sujeio
Idade
Sexo
Tamanho
Habilidade
Estado Mental
Modelo PHOENIX
o mais simples dos modelos estudados. Foi elaborado no formato de tabela, com duas colunas.
A primeira coluna corresponde ao do policial e a segunda coluna atitude do suspeito. O
modelo divide os nveis de fora e atitude dos suspeitos em sete graduaes diferentes. O
primeiro nvel a ausncia de fora e a ausncia de resistncia pelo suspeito.
Comentrio
de fcil assimilao por parte dos policiais e pode ser adaptado por qualquer organizao
policial.
Pgina 24
Modelo PHOENIX
Figura 6 - Modelo "PHOENIX" de uso progressivo da fora.
Pgina 25
Pgina 26
atentando contra sua vida, claro que voc no ter que progredir nvel por nvel sua escala de
fora at voc alcanar alguma forma de faz-lo parar. O ideal que voc fale antes e use a fora
somente se sua habilidade de negociar falhar. Existem, entretanto, circunstncias em que voc
poder dizer nada alm de Pare!.
Voc pode mentalmente percorrer toda a escala de fora em menos de um segundo e escolher a
resposta que lhe parecer mais adequada ao tipo de ameaa que enfrenta. Se sua manobra falha ou
as circunstncias mudam, voc pode aumentar seu poder, ampliando o nvel de fora de um
modo consciente, ao invs de agir com raiva ou medo. Essa avaliao entre as opes para a
abordagem ajuda voc a manter seu equilbrio ttico.
Concluso
No se pode falar em melhor modelo e nem em nico modelo. Cada modelo apresentado foi
criado para representar como cada estudioso, ou determinada polcia, observa e orienta a
gradao do uso da fora. Neste mdulo voc teve a oportunidade de analis-los. No prxima,
seu estudo ter como foco os princpios bsicos do uso da fora.
Este o final do mdulo 2
Os custos da violncia e as polticas pblicas
Alm das telas apresentadas, o material complementar est disponvel para acesso e
impresso.
Pgina 27
Respostas:
1. A resposta a esta questo pessoal. No entanto, de acordo com o texto, so consideradas
estratgias que funcionam: Endurecimento dos alvos; patrulhamento dirigido; batidas Policiais
So consideradas estratgias que no funcionam: Reposta mais rpida da polcia aos chamados
da populao; patrulhamento aleatrio; prises.
2. A resposta a esta questo pessoal. No entanto, de acordo com o texto, so consideradas
estratgias que funcionam: Endurecimento dos alvos; patrulhamento dirigido; batidas Policiais
So consideradas estratgias que no funcionam: Reposta mais rpida da polcia aos chamados
da populao; patrulhamento aleatrio; prises.
3. A resposta a esta questo pessoal. No entanto, de acordo com o texto, so consideradas
estratgias que funcionam: Endurecimento dos alvos; patrulhamento dirigido; batidas Policiais
So consideradas estratgias que no funcionam: Reposta mais rpida da polcia aos chamados
da populao; patrulhamento aleatrio; prises.
Este o final do mdulo 2
Modelos de uso progressivo da fora
Alm das telas apresentadas, o material complementar est disponvel para acesso e
impresso.
Uso progressivo da fora Mdulo 2
SENASP/MJ - ltima atualizao em 18/02/2009
Pgina 28
Anexos:
Anexo 1
Comportamento
do agente
Cooperativo
Submete-se
voz de priso:
Indicativo de
comportamento
do Agente
- Submisso
- Cooperativo
- Segue as
orientaes
No
cooperativo
Resiste priso:
- No coopera
- Evasivo no
interrogatrio
- Resistncia
verbal/fsica
-Reage/foge
Agente desarmado
Agente armado
Resiste priso:
Resiste priso:
Ameaa
desarmada
Ataque
desarmado
Distncias prximas
Indicativos de
atividade
criminosa
Indicativos de
atividade
criminosa
Ao da
polcia
P
R
E
S
E
N
Ameaa
Armada
Ataque
armado
(Mortal)
(Agresso)
Distncias prximas
Alerta
Controlada
Ativa
Orientaes
verbais
- Autoridade
- Avaliao
- Deciso por
priso
Posicionamento
- Procedimento
Persuaso
verbal
Tcnicas de
mos livres
Avaliao
- Decidir sobre a
priso
- Avaliao
Comandos verbais
Controle por:
- Posio de
escolta
- Tcnicas de
distrao
- Conduo de
cooperativo
- Conteno por
alavanca
- Conteno de
impacto
Usa fora
Sobrevivncia
Advertncia
verbal
Ao de
sobrevivncia
Demonstra
fora
Usa fora
Usar arma
de fogo em
caso de
ataque
Sacar o
basto ou
outra arma
intermediria
Sacar o
basto ou
outra arma
intermediria
Sacar arma
de fogo
Avaliar
- Cobertura
- Distncia
- Apoio
- Retirada
- Agentes
qumicos
- Ces
Avaliar:
- Cobertura
- Apoio
-Distncia
-retirada
Ces
Agentes
qumicos
Efetuar priso
Pgina 29
Anexo 2
FLETC
GILIESPIE
Sistema de
cores
Nveis de foras
(alternativas)
Cinco cores
representando
nveis
diferentes do
grfico de
fora.
Quatro cores,
representando
nveis
diferentes de
percepo do
policial e
atitude do
suspeito.
Cinco nveis
Comando verbais
Controle de comantato
Tcnicas de submisso
Tticas defensivas
fora mortfera
Percepo de risco
Formato
Cinco nveis
Profissional
Ttica
Limiar de amea
Amea danosa
Amea mortal
Grfico em
forma de
degrau, com
cinco nveis e
trs painis.
Quatro nveis;
Cooperativo
No-cooperativo
agressivo
desarmado
Agressivo armado
Trs nveis:
Ameaa esconhecida
Tipo de atividade
criminal investigativa
Alto risco
Tabela com
uso de cores.
Inexistente
Inexistente
Grfico em
forma de
graus.
Cinco nveis:
Cooperativo
No-combativo
Resistente
Combativo
Morte ou leso
grave
No est presente no
modelo grfico.
colocado como obs.
Crculos
sobrepostos
Inexistente
Quatro nveis:
Total submisso
Passivo Defensivo
Agresso ativa
Agresso ativa agravada
Inexistente, porm
insere obs. Sobre
fatores e
circunstncias que
influenciam a
avaliao do uso
da fora.
Inexistente, porm
insere obs. sobre
fatores que
influenciam a
avaliao do uso da
fora
Eixo de
coordenadas
x,y
Inexistente
Sete nveis:
Ausncia de resistncia
Itimidao psicolgica
No-submisso
Resistncia passfica
Resistncia defensiva
Atitude agressiva
Arma de fogo
Inexistente
Inexistente
Tabela com
duas colunas
REMSBERG
Inexistente
CANADENSE
Sete cores.
Cada uma est
relacionada
com o nvel de
fora utilizado
pelo policial
NASHVILLE
PHOENIX
Avaliao da
atitude do
suspeito
Cinco nveis
Submissa
Resistncia passiva
Resistncia ativa
Ameaa fsica
Ameaa morta
Pgina 30
Pgina 31
no- letais e equipamentos de autodefesa que possam diminuir a necessidade do uso de armas de
fogo de qualquer espcie.
Pgina 32
Conforme previsto nos Princpios Bsicos para o Uso da Fora e Armas de Fogo, o policial
NO deve USAR arma de fogo, exceto:
Em caso de legtima defesa ou defesa de outra pessoa em situaes de ameaa iminente de morte
ou ferimento grave;
Para impedir que se cometa crime particularmente grave que envolva sria ameaa vida;
Efetuar priso ou impedir a fuga de algum que represente tal risco e resista autoridade.
Os casos citados anteriormente dizem respeito utilizao das armas de fogo por policiais,
contudo, sem dispar-las com fins letais (sacar, apontar disparos de proteo, fixao pelo fogo
para evacuao).
Para fazer o uso da arma de fogo voc dever:
Identificar-se como policial
E
Avisar prvia e claramente sua inteno de usar armas de fogo, com tempo suficiente para que o
aviso seja levado em considerao.
A NO SER QUE
Tal procedimento represente risco indevido para os policiais ou acarrete risco de dano grave ou
morte para terceiros.
OU
Seja totalmente inadequado ou intil, dadas as circunstncias da ocorrncia.
Pgina 33
Comentrio
Assistncia psicolgica e jurdica
Os dirigentes nos diversos nveis e a instituio policial de forma geral devero empenhar-se em
prestar assistncia psicolgica e jurdica aos servidores que tenham se envolvido em uso letal de
arma de fogo. O policial no pode vulgarizar os disparos de arma durante o servio operacional
invertendo a premissa de que somente deve atirar como ltimo recurso. De igual maneira ele
dever contar com o amparo institucional, dando-lhe segurana e confiabilidade para que no se
intimide diante do confronto operacional sempre que agir dentro dos parmetros profissionais
preconizados.
Treinamento prtico
O treinamento deve guardar semelhana com as situaes vivenciadas na atividade de proteo
da sociedade e ser mais prtico do que esttico, devendo ainda ser contnuo e meticuloso,
colocando os policiais aptos ao desempenho de suas funes. As tcnicas e tticas vivenciadas
no treinamento so os instrumentos que voc tem para utilizar e fazer a diferena para tornar o
confronto desigual a seu favor, ajudando-o a solucionar os mais diversos tipos de intervenes
policiais. Assim, voc deve dominar tcnicas que lhe proporcionem o mximo de controle, com
o mnimo de esforo e dentro de uma estrutura ttica e legal que se ajustem (taticamente
aplicvel e legalmente aceita).
Comentrio
Questes ticas
importante salientar as questes de natureza tica, que, juntamente com os princpios dos
direitos humanos, devem ser parte importante no treinamento, sendo que esta qualificao deve
Uso progressivo da fora Mdulo 3
SENASP/MJ - ltima atualizao em 18/02/2009
Pgina 34
preparar os policiais tambm para o uso de alternativas de fora, incluindo a soluo pacfica de
conflitos, compreenso do comportamento de multides e mtodos de persuaso, que podem
reduzir consideravelmente a possibilidade de confronto.
Utilizao de arma de fogo
Sobre a utilizao de arma de fogo, os policiais precisam estar devidamente treinados para tal
mister, devendo ainda, estarem orientados sob o ponto de vista emocional acerca do estresse que
envolve situaes dessa natureza. O treinamento deve conter ainda aspectos relacionados aos
fatos ocorridos no cotidiano policial, aspectos estes que servem como exemplos quando da
realizao dessa atividade, facilitando o trabalho dos policiais em novas intervenes de natureza
semelhante.
Comentrio
Uso arbitrrio da fora: violaes
O uso arbitrrio da fora pelos policiais constitui violaes do direito penal. Tambm constituem
violaes dos direitos humanos, cometidas justamente pelos policiais que so os responsveis
por manter e preservar esses mesmos direitos. O abuso da fora pode ser visto como uma
violao da dignidade e integridade humana tanto dos policiais envolvidos como dos prprios
suspeitos ou infratores (alvos da interveno), que agora passam a assumir a condio de
vtimas. No entanto, no importa como as violaes sejam vistas, elas prejudicaro de fato o
sensvel relacionamento entre a organizao policial e toda a comunidade a que estiver servindo,
sendo capazes de causar "ferimentos" que levaro muito tempo para cicatrizar. por todas as
razes expostas acima que o abuso no pode e no deve ser tolerado.
Indevido uso da fora: responsabilidades
Cabe deixar bem claro que em um incidente particular com o uso indevido da fora, a
responsabilidade recair tanto sobre os policiais envolvidos quanto sobre seus superiores, pois,
os chefes tm o dever de zelar pela boa atuao dos policiais sob seu comando, sem que isso
retire a responsabilidade individual de cada policial por suas aes.
Devero ser responsabilizados aqueles policiais que tendo o conhecimento de que outros, sob o
seu comando, esto ou tenham estado, recorrendo ao uso ilegtimo de fora e tambm aqueles
que no tenham tomado todas as providncias a seu alcance a fim de impedir, reprimir ou
comunicar tal abuso.
No sero responsabilizados, no entanto, aqueles que se recusarem a cumprir uma ordem ilegal
para usar fora ou armas de fogo ou comunicarem tal uso ilegal realizado por outros policiais.
Obedincia a ordens superiores no ser nenhuma justificativa quando os policiais souberem que
o uso da fora era ilegal e tiverem oportunidade razovel para se recusarem a cumpri-la: Nessas
situaes, a responsabilidade caber tambm ao superior que tenha dado as ordens ilegais.
Justifica-se a concluso de que o uso da arma de fogo seja visto como o ltimo recurso. Os riscos
no uso da arma de fogo em termos de danos, ferimentos (graves) ou morte, assim como de no
apresentar nenhuma opo real aps seu uso, transformam-a na ltima barreira na avaliao dos
Uso progressivo da fora Mdulo 3
SENASP/MJ - ltima atualizao em 18/02/2009
Pgina 35
LOCAL DE
ATUAO
OBJETIVOS
Defender a vida das pessoas.
Junto Sociedade
POLICIAIS
SERVIR E PROTEGER
CIDADOS
INFRATORES
Delinqir
Junto Sociedade
PREOCUPAO COM
TERCEIROS
TOTAL: qualquer pessoa do
pblico atingida ou ferida
extremamente grave e
comprometedor.
NENHUMA: o pblico
atingido facilita a fuga, pois
ocupar a Polcia com
socorrimento
Concluso
As implicaes do uso (letal) de armas de fogo podem ser, claro, limitadas nos termos legais.
No entanto, bom que as conseqncias pessoais para os policiais envolvidos sejam destacadas.
Embora existam regras gerais de como os seres humanos reagem a acontecimentos estressantes,
a reao especfica de cada pessoa depende, em primeiro lugar, da prpria pessoa, sendo aps,
ditada pelas circunstncias particulares e nicas do acontecimento. O fato de que haja
aconselhamento psicolgico disponvel ao policial quando do acontecimento no elimina a
profunda experincia emocional que este policial sofre em conseqncia dos disparos de armas
de fogo por ele realizado, mas deve ser visto como a aceitao da gravidade do incidente.
preciso evitar a vulgarizao operacional de aes desta natureza.
Nos casos de morte, ferimento grave ou conseqncias srias, um relatrio pormenorizado deve
ser prontamente enviado s autoridades competentes, responsveis pelo controle e avaliao
administrativa e judicial.
O abuso no deve ser tolerado. A ateno deve estar voltada para a preveno destes atos,
mediante formao e treinamento regular apropriado e procedimentos de avaliao e superviso
adequados. Sempre que existir uma situao de abuso legado ou suspeitado, deve haver uma
investigao imediata, imparcial e total. Os responsveis devem ser punidos. As vtimas devem
receber ateno adequada de acordo com suas necessidades especiais durante toda a
investigao. Para que se possa restaurar com sucesso a confiana da sociedade pelo
relacionamento abalado, dever haver um esforo genuno por parte da organizao policial.
Pgina 36
3. De que forma o policial pode responder, para si mesmo, se o uso da fora necessrio?
Pgina 37
Respostas:
1. A resposta a esta questo pessoal. No entanto, de acordo com o texto, so consideradas
estratgias que funcionam: Endurecimento dos alvos; patrulhamento dirigido; batidas Policiais
So consideradas estratgias que no funcionam: Reposta mais rpida da polcia aos chamados
da populao; patrulhamento aleatrio; prises.
2. A resposta a esta questo pessoal. No entanto, de acordo com o texto, so consideradas
estratgias que funcionam: Endurecimento dos alvos; patrulhamento dirigido; batidas Policiais
So consideradas estratgias que no funcionam: Reposta mais rpida da polcia aos chamados
da populao; patrulhamento aleatrio; prises.
3. A resposta a esta questo pessoal. No entanto, de acordo com o texto, so consideradas
estratgias que funcionam: Endurecimento dos alvos; patrulhamento dirigido; batidas Policiais
So consideradas estratgias que no funcionam: Reposta mais rpida da polcia aos chamados
da populao; patrulhamento aleatrio; prises.
4. A resposta a esta questo pessoal. No entanto, de acordo com o texto, so consideradas
estratgias que funcionam: Endurecimento dos alvos; patrulhamento dirigido; batidas Policiais
So consideradas estratgias que no funcionam: Reposta mais rpida da polcia aos chamados
da populao; patrulhamento aleatrio; prises.
5. A resposta a esta questo pessoal. No entanto, de acordo com o texto, so consideradas
estratgias que funcionam: Endurecimento dos alvos; patrulhamento dirigido; batidas Policiais
So consideradas estratgias que no funcionam: Reposta mais rpida da polcia aos chamados
da populao; patrulhamento aleatrio; prises.
6. A resposta a esta questo pessoal. No entanto, de acordo com o texto, so consideradas
estratgias que funcionam: Endurecimento dos alvos; patrulhamento dirigido; batidas Policiais
So consideradas estratgias que no funcionam: Reposta mais rpida da polcia aos chamados
da populao; patrulhamento aleatrio; prises.
7. A resposta a esta questo pessoal. No entanto, de acordo com o texto, so consideradas
estratgias que funcionam: Endurecimento dos alvos; patrulhamento dirigido; batidas Policiais
So consideradas estratgias que no funcionam: Reposta mais rpida da polcia aos chamados
da populao; patrulhamento aleatrio; prises.
Este o final do mdulo 3
Princpios bsicos do uso da fora
Alm das telas apresentadas, o material complementar est disponvel para acesso e
impresso.
Pgina 38
Pgina 39
Pgina 40
Sempre que o policial faz uma interveno com o uso da fora, principalmente em seu uso
extremo que o uso letal de armas de fogo, deve ter uma prioridade em termos de segurana: em
primeiro lugar a segurana do pblico; em segundo lugar a segurana do policial; e em terceiro
lugar a segurana do indivduo suspeito ou infrator.
Segundo VIANNA (2000), A ordem de prioridades deve pressupor que a polcia, pela sua
prpria condio, deve aceitar alguns riscos e estar certa de que o pblico em geral no ser
exposto ao perigo e que o emprego de armas e mtodos sero previamente avaliados para cada
caso.
A polcia est em segundo plano em relao segurana do pblico visto que paga e treinada
para enfrentar o perigo.
O uso progressivo da fora consiste na avaliao de trs situaes diferentes:
Percepo do policial em relao ao indivduo suspeito;
Alternativas do uso da fora legal; e
Resposta do policial.
O policial decide a respeito da utilizao de fora em relao perspectiva de sua percepo do
indivduo suspeito, dentro de circunstncias que so tensas, incertas e rapidamente envolventes.
Pgina 41
Nvel 2 Verbalizao
Baseia-se na ampla variedade de habilidades de comunicao por parte do policial, capitalizando
a aceitao geral que a populao tem da autoridade. utilizada em conjunto com a presena
fsica do policial e pode usualmente alcanar os resultados desejados. As palavras podem ser
sussurradas, utilizadas normalmente ou gritadas dependendo da atitude do suspeito.
O contedo da mensagem muito importante. A escolha correta das palavras, bem como a
intensidade a serem empregadas, traduz com preciso a eficcia da investida policial.
Assegurado desta postura, o policial ter mais chances de alcanar o seu objetivo. Por outro lado,
h que se tomar cuidado em situaes mais srias, onde deve se evitar comandos longos, ou seja,
deve se usar comandos curtos.
Este nvel de fora pode e deve ser utilizado em conjunto com qualquer outro nvel de fora,
sempre que possvel.
O treinamento e a experincia melhoram a capacidade do policial para verbalizar. As palavraschaves na aplicao da lei sero negociao, mediao, persuaso e resoluo de conflitos. A
comunicao o caminho prefervel para se alcanar os objetivos de uma aplicao da lei
legtima (ROVER).
Comentrio
A verbalizao vista como um recurso positivo em meio a uma interveno policial, porm,
nesta unidade, sero apontadas, no apenas as vantagens de se adotar a boa comunicao como
aliada, mas tambm situaes simuladas, extradas do seu dia-a-dia, para que voc, policial, se
convena de que a verbalizao uma poderosa arma, que bem manejada, lhe trar resultados
efetivos em sua constante atuao policial.
Voc deve procurar reduzir as possibilidades de confronto pela adequada utilizao da
verbalizao antes, durante e aps o emprego de fora. Veja alguns exemplos na prxima pgina.
Pgina 42
Exemplo 1
Um policial foi chamado a um bar para separar uma briga entre dois homens. Ele acalmou a
todos e preparava-se para sair quando algum gritou: Eles comearam de novo! O policial
correu at o balco do bar e, quando dava a volta, viu um dos balconistas cado no cho e um
jovem em cima dele. Um brilho metlico na mo do jovem parecia ser uma arma de fogo, ou
uma faca no pescoo do balconista. O policial que j tinha sacado seu revlver, pronto para atirar
(uma reao parecia ser urgente), mas o policial teve tirocnio suficiente para fazer uma
verbalizao antes de usar sua arma de fogo. Foi uma deciso da qual ele jamais se arrependeria.
O balconista sofria uma crise epilptica e o jovem era o cozinheiro do bar que tentava, com uma
colher, desenrolar a lngua de seu colega.
Comentrios sobre o Exemplo 1:
Ao proceder a abordagem verbal, explique, atravs de comandos, cada ao que o suspeito deve
realizar. Trate-o com dignidade e respeito utilizando linguagem profissional. Entenda que o fato
do suspeito olhar para voc no uma ofensa ou desafio.
Esteja sempre preparado, pois difcil prever o que pode acontecer quando se ordena ao
suspeito: PARADO! POLCIA! Ele pode obedecer imediatamente sua ordem ou sair correndo
feito um louco ou, imediatamente, atirar. Qualquer que seja a reao, o momento tenso, crtico
e cheio de riscos. Ao abordar verbalmente um suspeito esteja preparado para tudo.
Seja firme! Um comando enrgico pode evitar uma tragdia, impedindo o uso da fora fsica ou
letal. A abordagem verbal estabelece quem voc e o que voc quer que o suspeito faa. Se o
suspeito segue as suas ordens, sua segurana, a princpio, estar garantida e o controle ser
mantido sem que haja necessidade do uso de arma de fogo.
Aborde verbalmente para que voc no seja abordado.
Exemplo 2
Um homem foi considerado em atitude suspeita por uma dupla de policiais, pois agia como tal,
observando insistentemente um beco escuro. Os policiais ento conduzem a viatura at o
suspeito e desembarcam para investigar. Ele no parecia muito suspeito, mas assim que
colocaram o p para fora da viatura, o homem sacou uma espingarda com o cano serrado de seu
palet e abordou os policiais verbalmente: "Larguem suas armas, ou estouro vocs. Em
desvantagem, os policiais no estavam em condies de pronunciar qualquer comando. Um dos
policiais foi tomado de refm por muitas horas, com a arma apontada para sua cabea, enquanto
os outros negociavam o fim do episdio.
Comentrios sobre o Exemplo 2
Ao abordar algum suspeito, voc estar mais seguro se proceder como se o suspeito fosse reagir,
ainda que haja indicaes de que ele no resistir, voc no perder nada em se resguardar
abordando de uma posio abrigada ou aproximando-se com cautela. Se possvel, proceda da
seguinte maneira:
Efetue a abordagem verbal de um local abrigado
Dessa forma, se houver uma reao voc estar protegido e em condies de se defender.
Uso progressivo da fora Mdulo 4
SENASP/MJ - ltima atualizao em 18/02/2009
Pgina 43
Pgina 44
4. Nvel da voz
Lembre-se de flexionar o nvel de voz sempre que houver acatamento, abaixe o tom, conquiste a
confiana da pessoa abordada. Mas fique sempre atento ao recurso de elevar bruscamente o tom
de voz, caso perceba algo errado. A posio em que o policial empunha sua arma tambm ajuda
na verbalizao, no sentido que ele tenha o recurso de apont-la ou no, conforme o desenrolar
do caso, buscando sempre partir do nvel mnimo de fora e evoluir gradativamente.
5. No entre em discusso
Caso o suspeito no acate, repita os comandos, insista com firmeza, procure no ficar nervoso
caso no seja acatado de imediato. Continue insistindo, mantenha seu profissionalismo e no se
exponha a riscos. Procure o dilogo, contudo evite discutir, no entre em bate-boca, resista
tentao de ficar disputando na voz com o suspeito. Deixe que ele fale e aps mantenha-se
calmo, insistindo em seus comandos firmes e imperativos demonstrando sua determinao. Faa
perguntas como: O que est acontecendo aqui?/ Por que voc no acata minhas ordens?
Pgina 45
No ameace ao suspeito
Nem diga nada que no possa cumprir, como por exemplo: vou lhe dizer pela ltima vez. Se
ele resolver testar seu blefe voc perder sua credibilidade. Por outro lado, se ele obedecer, esteja
preparado, no relaxe sua segurana! Esse pode ser o momento mais perigoso da abordagem.
Controle sobre as mos do suspeito
Em todo o tempo, mantenha o controle sobre as mos do suspeito. Elas so o mais provvel local
de onde pode surgir uma agresso. Mantenha o controle sobre o suspeito, no permita que ele se
mova sem sua autorizao. Se ele se movimentar levemente, a sua tendncia ser acostumar-se
com a movimentao e relaxar, aumentando os riscos. Saiba em todo o tempo a localizao exata
do suspeito.
Possibilidade de desafiar o local verbalmente
Considere a possibilidade, caso no saiba a localizao exata de um suspeito escondido, de
desafiar o local verbalmente. Por exemplo, se durante uma busca em uma edificao voc
suspeitar que algum se encontra escondido dentro de um armrio, voc pode utilizar algo
parecido como: Polcia! Voc, dentro do armrio, saia DEVAGAR, com as mos para cima!.
Caso ele realmente esteja dentro do armrio ele poder obedecer, permanecer escondido e at
atirar atravs da porta. Portanto, ao comandar, esteja em uma posio abrigada.
Quando voc blefar um provvel local de esconderijo se no houver uma resposta, voc ter,
obrigatoriamente, que fazer a verificao antes de prosseguir.
Posio para algemar
A escolha da posio para algemar deve ser feita a partir de uma avaliao da situao e do
comportamento do suspeito. Pessoas cooperativas e que no ofeream riscos no devem ser
abordadas e algemadas nas posies de joelho e deitada. Utilize, quando for o caso, posies de
p ou apoiado na parede que so tticas mais razoveis e adequadas.
Pgina 46
Pgina 47
Exemplo 1
Durante uma operao de blitz em uma rua da regio central da cidade, o policial determinou que
um motoqueiro parasse. Contudo, o condutor, inabilitado, nervoso por estar com a moto
emprestada de um amigo, tentou fugir. Momento em que o policial saca sua arma e grita para
que ele pare. Em seguida, efetua um disparo intimidativo no cho, que ricocheteia e acerta as
costas do motoqueiro vindo este a falecer devido ferimento causado pelo projtil.
Exemplo 2
Um grupo de policiais estava empenhado em capturar um andarilho que de posse de uma foice
estava perturbando as pessoas em uma zona rural; ao localiz-lo deitado debaixo de uma rvore,
o comandante da operao faz um disparo para o alto para acord-lo, momento em que um outro
policial da equipe se assusta com o barulho do tiro e efetua um disparo contra o andarilho.
Exemplo 3
Durante policiamento a p, o policial recebe mensagem, via rdio, tratando sobre as
caractersticas de um cidado infrator que acabara de cometer um roubo a um transeunte. Ao
avistar uma pessoa com as caractersticas semelhantes, passadas anteriormente. Sendo assim,
determinou que este parasse, como no foi obedecido, efetuou disparo para cima vindo acertar
uma pessoa que estava na janela do terceiro andar de um prdio vizinho.
Exemplo 4
Infratores conhecidos disparam contra carro da polcia que os perseguia aps assaltarem uma loja
comercial, os policiais revidam, e alguns tiros atingem o carro em fuga, o qual pertencia a um
cidado que fora obrigado a entregar aos infratores a direo do veculo. Aps os disparos dos
policiais contra tal veculo, o dono deste atingido mortalmente por um dos disparos, pois estava
amarrado dentro do bagageiro do veculo.
Exemplo 5
Uma dupla de policiamento empenhada em solucionar uma briga generalizada dentro de uma
pizzaria, ao chegarem no local e diante da confuso formada, os policiais efetuam vrios
disparos para cima, um dos projteis ricocheteia no teto e atinge uma pessoa inocente.
A Declarao Universal dos Direitos Humanos proclama que todos tm direito vida,
liberdade e segurana pessoal. O direito vida o bem supremo que, se no assegurado,
faz com que todos os demais percam o sentido. Como policial, a sua misso primria
proteger e socorrer as pessoas promovendo os direitos humanos e garantindo a
inviolabilidade do direito vida. Dessa maneira, a deciso apropriada a respeito do uso da
fora letal o mais crtico desafio enfrentado pela polcia.
O ideal que toda ocorrncia seja resolvida sem o uso da fora utilizando, principalmente, a
verbalizao. Porm, nem sempre isso possvel. Os princpios que iro dirigi-lo no uso da fora
so a legalidade, necessidade, proporcionalidade e convenincia. O emprego da fora
Uso progressivo da fora Mdulo 4
SENASP/MJ - ltima atualizao em 18/02/2009
Pgina 48
pressupe a busca de um objetivo legtimo, e, voc deve faz-lo de forma moderada, agindo
proporcionalmente agresso ou ameaa de agresso, utilizando a quantidade de fora
necessria para controlar o suspeito.
Se voc ameaado ou agredido com fora letal, a resposta legal, necessria e proporcional
poder ser reagir, utilizando fora letal para controlar o agressor, defendendo a sua vida ou de
uma terceira pessoa.
O uso da FORA LETAL constitui-se em medida extrema e somente justificado para a
legtima DEFESA DA VIDA!
Habilidade
Capacidade fsica do suspeito de causar dano em um policial ou em outra pessoa inocente. Isso
significa, em outras palavras, que o suspeito possui uma arma capaz de provocar morte ou leso
grave, como por exemplo, uma arma de fogo ou uma faca. Habilidade pode ainda incluir a
capacidade fsica, atravs de arte marcial ou de fora fsica, significativamente superior do
policial.
Oportunidade
Diz respeito ao potencial do suspeito em usar sua habilidade para matar ou ferir gravemente. Um
suspeito desarmado, mas muito alto e forte pode ter a habilidade de ferir seriamente ou matar
uma outra pessoa menor e menos condicionada. A oportunidade, entretanto, no existe se o
suspeito est a 20 metros de distncia, por exemplo. De igual modo, um suspeito armado com
uma faca tem habilidade para matar ou ferir seriamente, mas pode faltar oportunidade se voc
aumentar a distncia entre as partes, no caso, voc e ele, ou na busca de um abrigo.
Risco
Existe quando um suspeito toma vantagem de sua habilidade e oportunidade para colocar um
policial ou outra pessoa inocente em um iminente perigo fsico. Uma situao onde um suspeito
de roubo recusa-se a soltar a arma quando acuado aps uma perseguio a p pode se constituir
em risco.
Uso progressivo da fora Mdulo 4
SENASP/MJ - ltima atualizao em 18/02/2009
Pgina 49
Comentrio
Raciocinar sobre o tringulo da fora letal pode auxili-lo a decidir. Alm disso, ao lidar com um
suspeito no-cooperativo que est armado, voc deve, em primeiro lugar, buscar um abrigo para,
ento, lidar com ele. Em seguida deve aumentar a distncia entre voc e o agressor o que
dificultar o ataque. Em terceiro lugar, solicite cobertura. No tente resolver a situao
isoladamente. Aumentar o nmero e qualidade (equipes especializadas) dos policiais no local
pode desencorajar o agressor. Em ltimo caso, havendo risco demasiado para voc e para a
comunidade, avalie a possibilidade de se retirar do local ou facilitar a fuga do agressor, pois
uma priso sempre pode aguardar uma nova oportunidade, mas a perda de uma vida
irreversvel! Estando protegido, e, sendo possvel, utilize a negociao e a persuaso
determinando ao suspeito que se renda. Quando a situao permitir, a verbalizao deve ser
combinada com a demonstrao de fora. O suspeito deve entender a sua disposio e firme
resoluo em control-lo utilizando-se, inclusive, de fora letal.
Pgina 50
Durante situaes que envolvam o uso de fora letal, os policiais experimentam acelerao do
batimento cardaco, deteriorao da coordenao motora fina e complexa, dificultando o
manuseio de arma ou a adoo de posies de tiro. A elevao do batimento cardaco afeta o
Sistema Nervoso de tal modo que prejudica a respirao e outras funes vitais involuntrias. O
organismo produz hormnios poderosos como a adrenalina e outras substncias similares, que
aumentam o batimento cardaco, a presso do sangue e redireciona o sangue das extremidades
(dedos) para os grandes grupos musculares (peito, pernas e braos).
A coordenao e destreza das mos reduzem drasticamente com a vasoconstrio. Ocorrem
ainda a reduo da viso perifrica e a viso se ajusta para focalizar objetos prximos. Tudo isso
dificulta a viso em profundidade e fazem com que o policial atire para baixo. Mantidas todas
essas reaes descontroladas, o policial entrar em estado de pnico.
Uma das chaves para lidar com o estresse em situao de sobrevivncia controlar o
batimento cardaco, o que pode ser feito respirando profundamente algumas vezes enquanto
tenta relaxar e manter o controle.
A respirao ttica, como chamada, proporciona mais oxignio ao organismo, reduzindo
os batimentos cardacos. A partir disso, percebe-se que as habilidades so melhoradas
consideravelmente e a ansiedade diminuda.
Pgina 51
Um nvel acima do necessrio poder ser considerado abuso de poder. E por isso, uma
avaliao correta do nvel de fora muito importante para o atingimento dos objetivos legtimos
do uso da fora.
Segundo MOREIRA (2001), se o policial possui confiana e habilidades nos componentes
verbais ou fsicos da escala do uso da fora, menos provvel que venha a recorrer sua arma
prematuramente. O nvel de fora utilizada depender, em boa parte, do nvel de confiana que o
policial possui.
O nvel de confiana por parte do policial militar ao intervir em uma ocorrncia ser tanto maior
quanto for o seu nvel de treinamento, conhecimento de tcnicas, experincia e possibilidade de
uso de equipamentos e tipos de armas diferentes.
Conforme diz WILLIAMS (2001), um alto nvel de confiana do policial possibilita um grau
maior de escolha entre: tentar evitar o uso da fora; ser capaz de decidir por usar a fora; e usar a
fora com conhecimento.
A escolha do nvel adequado de fora a ser usado depende muito de como o policial est
equipado e como est treinado. A opo variada de uso de equipamentos como cassetetes
(tonfa), gs pimenta ou lacrimogneo, armas no-letais, coletes prova de balas, conhecimento
de tcnicas de defesa pessoal, possibilita um aumento da confiana do policial.
Para atuar em uma ocorrncia em que seja necessrio o uso da fora, o policial precisa estar
equipado com opes variadas de fora. Caso o policial chegue em uma interveno, somente
com sua arma de fogo, sem conhecimento de tcnicas de defesa pessoal, lhe restar como nica
opo o uso da arma de fogo, na eventual falha da verbalizao. O resultado obtido poder no
ser o mais adequado. Portanto, muito importante o preparo do policial e a disponibilidade de
Uso progressivo da fora Mdulo 4
SENASP/MJ - ltima atualizao em 18/02/2009
Pgina 52
equipamentos para uma boa escolha no nvel de fora a ser utilizado. Quanto maior o nmero de
tcnicas e equipamentos disponveis aos policiais, melhores sero as condies de escolha do
nvel de fora a ser usado.
o que afirma ROVER (2000, p. 279) quando esclarece que os policiais devem ser equipados
com vrios tipos de armas e munies, permitindo um uso diferenciado de fora e armas de fogo.
Segundo os PBUFAF, em seu segundo princpio, os policiais devem ser equipados com
equipamentos de autodefesa como escudos, capacetes, coletes prova de balas e meios de
transporte blindados, de modo a diminuir a necessidade do uso de armas de qualquer espcie.
(ONU, 1990).
O desenvolvimento de armas incapacitantes no-letais para restringir a aplicao de meios
capazes de causar morte ou ferimentos so incentivados, tambm, pelos PBUFAF. (ONU, 1990).
Na busca da utilizao de armas no-letais, foi desenvolvida uma munio de borracha para
distrbios civis. O uso desse recurso no pode ser indiscriminado. Conforme afirma os PBUFAF,
em seu terceiro princpio, as organizaes policiais so encorajadas a implementar normas que
assegure que o desenvolvimento e o emprego de armas incapacitantes no-letais sejam
cuidadosamente avaliadas de modo a minimizar o risco de pr em perigo pessoas que no
estejam envolvidas, e que o uso de quaisquer dessas armas seja cuidadosamente controlado.
(ONU, 1990).
Algumas polcias utilizam o co como uma arma. Eles so treinados na captura de suspeitos
armados e perigosos, na busca de suspeitos escondidos e em auxlio apreenso de drogas.
ROVER (2000, p. 279) lembra que: Embora no mencionados nos PBUFAF, o co policial
uma arma valorizada includa entre aquelas que permitem s organizaes uma abordagem
diferenciada ao uso da fora e armas de fogo.
Pgina 53
procedimentos dos policiais, contudo, no acata s determinaes, fica simplesmente parado. Ele
resiste, mas sem reagir, sem agredir.
Resistente ativo
A resistncia do indivduo tornou-se mais ativa, tanto em mbito quanto em intensidade. A
indiferena ao controle aumentou a um nvel de forte desafio fsico. Como exemplo, podemos
citar o suspeito que tenta fugir empurrando o policial ou vtimas.
Agresso no-letal
A tentativa do policial de obter uma submisso lei chocou-se com a resistncia ativa e hostil,
culminando com um ataque fsico do suspeito ao policial ou a pessoas envolvidas na interveno.
Agresso letal
Representa a menos encontrada, porm, a mais sria, ameaa vida do pblico e do policial. O
policial pode razoavelmente concluir que uma vida est em perigo ou existe a probabilidade de
grande dano fsico s pessoas envolvidas na interveno, como resultado da agresso.
Concluindo de maneira incisiva, e at mesmo repetitiva, como forma de deixar claro a voc, que
o uso efetivo da fora depende da sua compreenso, enquanto policial, sobre as relaes de causa
e efeito. O policial observa as aes do suspeito dentro de um contexto de confrontao para
escolher o nvel mais adequado de fora a ser usado. Assim, o policial responde de maneira
preventiva, ativa ou reativa conforme sua avaliao.
Como j foi pontuado, no que tange importncia do conhecimento do uso progressivo da fora,
sem perder de vista que cada situao nica.
preciso estar ciente de que o uso progressivo da fora um processo contnuo e flexvel,
podendo progredir a um nvel mais avanado ou regredir a um nvel de menor graduao
de fora, no qual os vrios meios para exercer o controle de indivduos suspeitos j esto
posicionados. Para legitimar tal posicionamento, tome como base a citao de
(MOREIRA,2001) como suporte, segundo ele, a resposta do policial ser orientada pelo
procedimento do suspeito. Tal procedimento nortear a ao do policial na escolha de certo nvel
de fora exigida na interveno em caso, o que justificar suas aes.
Pgina 54
Percepo profissional
Representa o fundamento do processo perceptivo. Este nvel de percepo abrange as atividades
policiais do dia-a-dia e as exigncias cruciais do ambiente em que funciona.
Percepo ttica
O policial percebe um aumento da ameaa no cenrio do confronto.
Percepo do limiar de ameaa
Sinaliza o aumento do estado de alerta devido percepo da ameaa e ao perigo detectado.
Percepo de ameaa danosa
Denota uma constatao acelerada do perigo para o policial que deve agora apontar suas energias
e suas tticas na direo da defesa.
Percepo de ameaa mortal
o nvel mais alto de ameaa. O policial deve manter o mais alto nvel de avaliao de risco e
apelar para suas mximas habilidades de sobrevivncia.
OBS.: No decorrer do confronto, o policial pode refazer a avaliao dos riscos envolvidos,
reduzir ou avanar em sua percepo, de acordo com a classificao apresentada.
Pgina 55
Do mesmo modo, algumas circunstncias especiais podem influenciar no nvel de fora utilizada
pelos policiais, como se v abaixo:
1 circunstncia
Possibilidade de o suspeito, em proximidades ao policial, estar portando arma de fogo,
viabilizando um suposto acesso imediato de disparos. Neste caso, o policial pode ser forado a
fazer uso de um nvel maior de fora.
2 circunstncia
Posicionamento de desvantagem. Um policial encurralado em um beco de favela
(aglomerados) sem pontos de proteo sua segurana, pode ser forado a empregar um nvel de
fora mais elevado.
3 circunstncia
Nvel de habilidade do suspeito. Necessidade de saber se ele possui habilidades em artes
marciais ou possui treinamento militar, por exemplo.
4 circunstncia
O policial recebe informaes precisas sobre a presena de armas de fogo com o suspeito,
provocando a utilizao de um nvel mais alto de fora para controlar a situao.
5 circunstncia
Perigo eminente. O suspeito agride o policial ou ameaa a vida de uma vtima.
Existem inmeras outras circunstncias que no podem deixar de ser avaliadas e treinadas pelos
policiais. Aqui, foram destacadas as principais para melhor entendimento do assunto.
MOREIRA, (2001) ao orientar os policiais em seu trabalho, afirma que: Voc precisa estar apto
para avaliar circunstncias, no apenas para sua opo de uso de fora, mas tambm para se
justificar mais tarde diante daqueles que iro avaliar se sua escolha foi apropriada.
A combinao de variveis e circunstncias em relao atitude dos suspeitos, durante o
atendimento de uma ocorrncia, pode determinar o aumento ou o decrscimo no nvel de fora
usado. Em situaes de alto estresse, o policial pode ficar sem reao. A menos que tenha uma
estrutura prtica que possa ajud-lo a organizar suas opes. Eis um outro ponto forte para dar
crdito aos treinamentos, como este que ser dado por meio do curso em exibio, o qual
proporcionar ao policial uma melhora significativa em seu desempenho, frente s situaes de
risco, no apenas em sua estrutura fsica como tambm mental e psicolgica.
Este o final do mdulo 4
O papel da polcia na preveno e no controle e na violncia da criminalidade
Alm das telas apresentadas, o material complementar est disponvel para acesso e
impresso.
Uso progressivo da fora Mdulo 4
SENASP/MJ - ltima atualizao em 18/02/2009
Pgina 56
Concluso
A profisso de policial exige um alto grau de profissionalismo, pois lida com a proteo da vida
humana. Ao se deparar com uma situao de risco, o policial ter que julgar se ir fazer o uso da
fora, e se ser necessrio us-la em seu grau mais extremo, atravs do uso letal da arma de fogo,
tirando a vida de algum, com o intuito de salvar uma outra vida. Muitas vezes, este julgamento
feito em fraes de segundo, exigindo um alto grau de preparo para se evitar erros fatais.
Passando a valer a citao de (VIANNA,2000):
O uso progressivo da fora uma valiosa ferramenta para os policiais no seu dia-a-dia
operacional. O sucesso dele depende em muito do treinamento de tcnicas de abordagem, defesa
pessoal e em utilizao de equipamentos e armamentos. Logo, a qualidade do desempenho da
atividade policial amplamente dominada pela qualidade dos recursos humanos disponveis. A
Polcia Militar, para melhorar cada vez mais sua prestao de servio comunidade, deve
aprimorar sempre a qualidade de seu recrutamento, de sua formao e de seu treinamento.
Os PBUFAF exigem que os governos e as agncias defensoras da lei assegurem que todos os
EAL recebam um treinamento profissional contnuo e profundo. A partir deste, os policiais
devem estar perfeitamente preparados e testados de acordo com os padres de perfil apropriados
ao uso da fora (ONU, 1990). No treinamento dos policiais, os governos e as organizaes
devem dar ateno especial a: questes de natureza tica na aplicao da lei e direitos humanos;
alternativas ao uso da fora e armas de fogo, incluindo a soluo pacfica de conflitos;
compreenso do comportamento de multido e mtodos de persuaso, negociao e mediao
com vistas a limitar o uso da fora e armas de fogo (ROVER, 2000).
Sabendo que o policial treinado para responder de uma maneira preventiva, ativa ou reativa
para o uso progressivo da fora, conforme sua avaliao do comportamento do indivduo
suspeito ora em observncia. O treinamento dado acontece por meio de simulaes de
elaborao de cenrios, palestras, demonstraes e instrues por computador. Segundo
McGOEY (2001), o treinamento a chave para o correto uso progressivo da fora. Exerccios
prticos ajudaro a reforar as reaes do policial para que as tornem mais apropriadas, evitando
as aes instintivas. Ele acelera as respostas para a escolha do nvel de fora adequado para cada
situao. A prtica e o treinamento contnuo diminuem os efeitos do estresse e torna o resultado
pretendido mais seguro.
Contribuindo com seu pensamento, MOREIRA (2001) afirma que o policial deve treinar e ter
condies de controlar um suspeito escolhendo entre respostas tticas que vo desde a simples
presena no local at o uso de arma de fogo. Esse treinamento deve guardar semelhana com as
situaes vivenciadas na rua e ser mais prtico do que esttico, comeando lento e ganhando
velocidade.
Portanto, a existncia de um modelo de uso progressivo da fora ajuda em muito na absoro dos
conhecimentos por parte do policial. Uma organizao policial que possui um modelo como
diretriz bsica tem uma facilidade maior em treinar o uso progressivo da fora.
Neste mdulo so apresentados exerccios de fixao para auxiliar a compreenso do
contedo.
O objetivo destes exerccios complementar as informaes apresentadas nas pginas
anteriores.
Uso progressivo da fora Mdulo 4
SENASP/MJ - ltima atualizao em 18/02/2009
Pgina 57
2. A fim de auxiliar na compreenso nos nveis de fora progressiva, faa uma sntese de cada
um dos nveis anotando seus pontos principais.
NVEL 1
NVEL 2
NVEL 3
NVEL 4
NVEL 5
NVEL 6
Pgina 58