Medidas Cautelas PDF
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DE ANGOLA
REPBLICA DE ANGOLA
RELATRIO DE FUNDAMENTAO
PROPOSTA LEI REGULADORA DAS REVISTAS, BUSCAS E APREENSES
1) SUMRIO A PUBLICAR NO DIRIO DA REPBLICA
Eis o sumrio que dever constar da I Srie do Dirio da Repblica (DR):
Lei n. ______/2014
Regula as Medidas Cautelares no Processo Penal. Revoga a Lei n. 18-A/92, de 17 de Julho - Lei da Priso
Preventiva em Instruo Preparatria, e todos os preceitos que contrariem as disposies da presente lei.
2) NECESSIDADE DA FORMA PROPOSTA PARA O DIPLOMA
A presente iniciativa legislativa apresentada ao abrigo das disposies combinadas dos artigos 21.,
alnea b), 22., 28., n. 1, 29., n. 5, 46., 56., 57., 63.,64. e 67., bem como das alneas b), c) e e) do
artigo 164., alnea d) do n. 2 do artigo 166., e dos n.s 1 e 4 do artigo 167., do n. 2 do artigo 194.,
todos da Constituio da Repblica de Angola (CRA), sob a forma de Proposta de Lei.
3) ACTUAL ENQUADRAMENTO JURDICO DA MATRIA OBJECTO DO DIPLOMA
i.
O Constituio da Repblica de Angola CRA estabelece como tarefa fundamental do Estado angolano,
na alnea b) do artigo 21., inserto no Ttulo I Princpios Fundamentais, que a este compete assegurar os
direitos, liberdades e garantias fundamentais, cuja vinculatividade constitucionalmente reconhecida a todos
nos termos do princpio geral decorrente dos artigos 22., 28., n. 1, 29., n. 5, bem como dos artigos
56. e 57. da CRA, todos sobre Direitos e Deveres Fundamentais.
A tutela constitucional do ius ambulandi enquanto garantia fundamental decorre do artigo 46. da CRA
inserto na Seco I Direitos e Liberdades Individuais e Colectivas do Captulo II Direitos,
Liberdades e Garantias Fundamentais , limitado apenas s circunstncias restritivas de ordem
constitucional e legal.
A privao da liberdade da pessoa humana admitida na base dos contornos limitativos
constitucionalmente definidos nos artigos 63. e 64., de onde decorre essencialmente que a privao da
liberdade apenas admitida no plano das restries ao direito fundamental que lhe subjaz, porquanto
decorrentes da lei magna e da lei.
J a disciplina das garantias do processo penal receberam um tratamento exaustivo ao nvel do artigo 67.
da CRA. No essencial, destaque a uma previso que corolrio do princpio da legalidade, a qual positiva
que Ningum pode ser detido, preso ou submetido a julgamento seno nos termos da lei, com o devido
reconhecimento das garantias processuais e da assistncia e patrocnio judicirio.
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Por sua vez, o artigo 164. determina nas al. b), c) e e), a reserva absoluta de competncia legislativa da
Assembleia Nacional sobre o regime e as restries e limitaes aos direitos, liberdades e garantias dos
cidados, bem como sobre a disciplina substantiva e adjectiva da matria penal, luz do postulado da
Legalidade. Na sequncia, define a alnea d) do n. 2 do artigo 166. que os diplomas resultantes do
exerccio da competncia em causa pela Assembleia Nacional assumem a forma de Lei.
E, por fim, o artigo 167. consagra sobre o exerccio da iniciativa legislativa no n. 4, que a iniciativa
legislativa exercida pelo Presidente da Repblica reveste a forma de proposta de lei.
ii.
Legislao ordinria
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Anlise na Generalidade
O Estado Angolano reitera de modo constante a positivao do esforo de concesso de uma tutela
efectiva dos direitos, liberdades e garantias fundamentais. Desde logo, a assuno constitucional da meta
como tarefa fundamental do Estado angolano, na alnea b) do artigo 21., inserto no Ttulo I Princpios
Fundamentais, bem como a proteco geral a este concedida nos artigos 22., 28., n. 1, 29., n. 5, bem
como dos artigos 56. e 57. da CRA, so premissas fundamentais da materializao deste desiderato.
A afirmao daquele desiderato no plano dos instrumentos directores da governao e actuao do
Executivo, destaque ao Programa de Governo do Executivo para o Sector da Justia no exerccio 20122017 v-se circunscrita, atento o escopo geral do aprofundamento da Organizao e Reforma da
Administrao da Justia em Angola, em objetivos-programa como a afirmao do sistema de justia
como factor de desenvolvimento econmico e social, o estabelecimento de uma poltica criminal e de
reforma da justia penal, a reforma da legislao substantiva e processual, a respostas qualitativa,
satisfatria e pontual do sistema de justia grande, mdia e pequena criminalidade, bem como a
adequao do posicionamento do Ministrio Pblico ao novo figurino legislativo e de competncias que
a lei o prescreve.
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Anlise na Especialidade
O presente diploma vem instituir um novo regime jurdico sobre as Medidas Cautelares no Processo Penal,
estando contido num total de 44 (quarenta e quatro) artigos, divididos por 5 (cinco) captulos, nos seguintes
termos:
CAPTULO I - Disposies gerais (artigos 1. a 3.);
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Dedica-se ainda a enunciao dos pressupostos, nomeadamente a Fuga justia ou perigo de fuga, o
Perigo de perturbao da instruo do processo, Perigo da continuao da actividade criminosa ou de
perturbao grave da ordem e tranquilidade pblica, bem como a inexistncia de causas de extino da
responsabilidade criminal do arguido.
O Despacho de aplicao das Medidas de Coaco igualmente regulado na presente seco, quer ao
nvel da competncia, quer ao nvel dos requisitos. igualmente disciplinado o regime de consequncias
decorrentes da violao da Medida imposta, a qual passa pela aplicao de outra ou outras medidas
adequadas ao caso e legalmente admissveis, ponderadas as circunstncias atendveis.
Finalmente, no tocante ao tratamento das vicissitudes das Medidas de Coaco, destaque disciplina da
Revogao, substituio e Extino das Medidas de Coaco.
Capitulo IV Medidas de Garantia Patrimonial.
A disciplina de especialidade das Medidas de Garantia Patrimonial decorre do Captulo III, num total de
2 (dois) artigos, sendo elas nomeadamente:
a)
A cauo econmica; e
b)
O arresto preventivo.
A Cauo Econmica vem acautelar o perigo decorrente do receio de falta ou da diminuio relevante
das garantias de pagamento de qualquer sano pecuniria decorrente do facto criminoso. uma medida
distinta e autnoma da cauo como medida de coaco pessoal e prevalece sobre esta at deciso final
absolutria ou, sendo condenatria, at que se extingam as obrigaes que ela se destina a garantir.
O Arresto igualmente carreado como medida cautelar no processo penal sempre que, fixada a cauo
econmica, o devedor no a preste no prazo de oito dias. O procedimento apensado ao processo-crime
mas segue os trmites do processo civil.
Capitulo V Disposies Finais.
No Captulo conclusivo da Proposta, destaque a consagrao expressa da Revogao da Lei n. 18-A/92,
de 17 de Julho - Lei da Priso Preventiva em Instruo Preparatria, e todos os preceitos que contrariem
as disposies da presente lei, fundamentalmente os constantes do Cdigo do Processo Penal.
O Captulo consagra ainda a norma sobre a Entrada em vigor.
9) NDICE SISTEMTICO DO ANTEPROJECTO DE PROPOSTA DE LEI
CAPTULO I - Disposies gerais.
Artigo 1. - Enumerao das medidas cautelares;
Artigo 2. - Condies gerais de aplicao da deteno e das medidas de coaco;
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ASSEMBLEIA NACIONAL
LEI N. ________/2013
DE___________/DE___________
A priso preventiva regulada, na fase de instruo preparatria, pela Lei n 18-A/92, de 17 de Julho,
enquanto nas fases seguintes vigora ainda o Cdigo do Processo Penal de 1929.
A diversidade do regime da priso preventiva fonte de dificuldades e problemas resultantes, em grande
parte, das dvidas sobre a vigncia das normas a aplicar no decurso do processo.
A dogmtica processual penal moderna diversifica as medidas de coaco e sujeita-as a princpios
fundamentais como os da necessidade, proporcionalidade, subsidiariedade e adequao.
Nestas medidas cautelares incluem-se no s um vasto leque de medidas de coaco pessoal, como
medidas de garantia patrimonial de enorme importncia e a figura da deteno, acto processual que
antecede a priso preventiva, mas que dela se distingue claramente.
Urge, por conseguinte, criar novas medidas de coaco processual, no mbito da reforma do processo
penal em curso.
A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, nos termos da alnea c) do artigo 164. da
Constituio da Repblica de Angola, a seguinte lei:
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Artigo 2.
(Condies gerais de aplicao da deteno e das medidas de coaco)
1.
A deteno pressupe a existncia de fortes indcios de que a pessoa detida praticou uma
infraco penal punvel com pena de privao de liberdade e determina a sua constituio como
arguido, se ela no possuir ainda essa qualidade processual.
2.
1.
2.
3.
4.
Tratando-se de pessoas que gozem de foro especial, o recurso deve ser apresentado ao juiz
presidente do tribunal competente para o julgar.
CAPTULO II
Deteno
Artigo 4.
(Conceito e finalidades da deteno)
1.
A deteno o acto processual de privao precria da liberdade por tempo nunca superior a 48
horas, praticada unicamente com o objectivo de:
a) Apresentar o detido em flagrante delito para julgamento sumrio;
b) Apresentar o detido perante o magistrado competente, para o primeiro interrogatrio, e
subsequente aplicao ou substituio de medida de coaco;
c) Garantir a presena do detido em acto processual, perante a autoridade judiciria,
imediatamente ou dentro de 24 horas;
d) Assegurar a notificao de sentena condenatria, a execuo de pena de priso ou de
medida de segurana privativa de liberdade.
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2.
O interrogatrio, para efeitos de aplicao de medidas de coaco processual, feito nos termos
dos artigos 12. e 13..
Artigo 5.
(Deteno em flagrante delito)
1.
Qualquer autoridade judiciria ou entidade policial deve e qualquer cidado pode, se nenhuma
daquelas autoridades estiver presente ou no puder ser chamada em tempo til, proceder
deteno em flagrante delito por crime punvel com pena de privao de liberdade, com ou sem
multa.
2.
3.
4.
1.
flagrante delito todo o facto punvel que se est cometendo ou que se acabou de cometer.
2.
Considera-se tambm como flagrante delito o caso em que o infractor logo a seguir prtica
da infraco perseguido por qualquer pessoa ou encontrado a seguir prtica da infraco com
objectos ou sinais que mostrem claramente que a cometeu ou nela participou.
3.
Nos crimes permanentes s h flagrante delito, enquanto se mantiverem sinais que mostrem
claramente que o crime est a ser cometido e o agente est nele a participar.
Artigo 7.
(Entrada no lugar do cometimento do crime)
1.
Em caso de flagrante delito por crime punvel com pena de priso superior a 6 meses, a entrada,
de dia, no lugar em que o facto est a ser cometido ou acabou de se cometer ou no lugar em
que o infractor se acolheu, ainda que no seja acessvel ao pblico ou se trate de casa habitada
ou suas dependncias fechadas, , sem prejuzo do disposto no nmero seguinte, permitida sem
qualquer formalidade.
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2.
Se, em relao ao disposto no nmero anterior, houver oposio entrada, pelo dono da casa
ou lugar, e o captor no for nem autoridade judiciria nem elemento da polcia, deve aquele
limitar-se a chamar qualquer uma destas entidades e a aguardar pela sua chegada ou sada do
infractor.
3.
1.
Fora de flagrante delito, a deteno s permitida quando houver razes suficientes para crer
que a pessoa a deter no se apresentaria voluntria e espontaneamente perante a autoridade
judiciria no prazo que lhe fosse fixado.
2.
1.
2.
No caso previsto na alnea d) do n. 1 do artigo 4., o mandado deve conter ainda a indicao da
infraco cometida, a pena ou medida de segurana aplicada e a sentena que a decretou.
3.
1.
2.
A execuo dos mandados pode tambm ser solicitada aos rgos da polcia ou s autoridades
militares, no caso da pessoa a deter ser militar, podendo, para esse efeito, serem passados ou
extrair-se deles, por cpia autenticada, tantos exemplares quantos os necessrios.
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3.
Quem proceder deteno deve passar, no exemplar do mandado que tiver de ser junto ao
processo, certido mencionando o dia, hora e local em que a efectuou, assim como a entrega de
uma cpia do mandado ao detido.
4.
Quando no tenha sido possvel efectuar a deteno, deve quem dela for encarregado elaborar
certido, indicando os motivos por que no a efectuou e entregar os mandados a quem a
ordenou.
Artigo 11.
(Libertao do detido)
1.
A entidade que ordenou a deteno ou aquela a quem o detido for presente, deve proceder, por
despacho, sua pronta libertao, logo que verifique que houve erro na pessoa detida ou que a
deteno foi efectuada fora dos casos em que a lei a admitia ou era desnecessria.
2.
No caso do nmero anterior, se quem ordenou a deteno for autoridade de polcia criminal
deve fazer relatrio sucinto da libertao e transmiti-lo, de imediato, ao Ministrio Publico.
Artigo 12.
(Primeiro interrogatrio de arguido detido)
1.
O arguido detido que no deva ser julgado em processo sumrio interrogado pelo magistrado
competente no prazo mximo de 48 horas aps a deteno, para o que deve ser-lhe presente
com a indicao dos motivos e das provas que a fundamentam.
2.
3.
4.
Havendo fundado receio de que o prazo de 48 horas, a que se refere o nmero um, seja
insuficiente para apresentar o detido perante o magistrado competente para o respectivo
processo, o primeiro interrogatrio feito pelo magistrado competente da rea em que a
deteno ocorreu.
Artigo 13.
(Modo de interrogar o arguido detido)
1.
O detido interrogado de acordo com as disposies dos artigos 254. e 261, do Cdigo do
Processo Penal em vigor.
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2.
O detido pode ditar as suas respostas, mas se no o fizer, so ditadas pelo magistrado
competente mantendo-se, tanto quanto possvel, as expresses proferidas pelo respondente, de
forma que cada palavra possa ser bem compreendida por ele.
3.
4.
5.
No caso da parte final do nmero anterior, cabe ao magistrado competente decidir, sem
recurso, se as perguntas so ou no relevantes.
Artigo 14.
(Constituio de Advogado)
1.
O advogado pode ser constitudo verbalmente pelo detido, consignando-se, em tal caso, a
constituio por termos nos autos, pelo cnjuge ou companheiro de unio de facto, pelos seus
ascendentes, descendentes ou outros parentes at ao 3 grau da linha colateral e respectivos
afins.
2.
Para efeitos da parte final do nmero anterior, devem as autoridades, com responsabilidade
sobre o detido, facilitar o contacto deste com os seus familiares.
Artigo 15.
(Despacho do Magistrado competente)
1.
2.
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Seco I
Disposies gerais
Artigo 16.
(Enumerao das medidas)
1.
2.
2.
As medidas de coaco mais gravosas para o arguido s devem, sem prejuzo do disposto
quanto cumulao, ser aplicadas se, em concreto, no forem suficientes ou adequadas as
menos gravosas.
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Artigo 19.
(Pressupostos de aplicao das medidas de coaco)
1.
Nenhuma medida de coaco, excepo do termo de identidade e residncia pode ser aplicada
se, no momento da sua aplicao, no se verificar alguma das seguintes circunstncias:
a)
Fuga ou perigo de fuga;
b)
Perigo de perturbao da instruo do processo, nomeadamente, produo,
conservao e integridade da prova;
c)
Perigo da continuao da actividade criminosa ou de perturbao grave da ordem e
tranquilidade pblica, em funo da natureza, das circunstncias do crime e da
personalidade do arguido.
2.
Nenhuma medida de coaco e de garantia patrimonial deve ser aplicada, havendo fundadas
razes para crer na existncia de causas de extino da responsabilidade criminal do arguido.
Artigo 20.
(Despacho de aplicao das medidas de coaco)
1.
2.
O despacho que aplicar medida de coaco pessoal, excepo do termo de identidade e residncia, ou
de garantia patrimonial deve conter, sob pena de nulidade:
a)
b)
c)
d)
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Artigo 22.
(Violao das obrigaes impostas)
Se o arguido violar as obrigaes que lhe foram impostas por uma medida de coaco, o magistrado
competente pode, considerando a gravidade do crime que lhe imputado, bem como os motivos que
determinaram a violao, impor-lhe outra ou outras medidas adequadas ao caso e legalmente admissveis.
Artigo 23.
(Revogao e substituio das medidas de coaco)
1.
As medidas de coaco aplicadas devem ser revogadas pelo juiz, quando se verifique que:
a)
No foram aplicadas nas circunstncias em que a lei o permite;
b)
As circunstncias deixarem de as justificar.
2.
A revogao no impede que uma medida revogada seja de novo imposta, se as circunstncias
que a justificam voltarem a ocorrer, mas em tal caso, deve ser respeitada a unidade do prazo
legal, que se conta como se a medida no tivesse sido interrompida.
3.
Quando as circunstncias se alterem de forma a que uma medida de coaco se torne excessiva,
pode o juiz substitu-la por outra menos gravosa para o arguido, ou determinar uma forma
menos gravosa de a executar.
4.
1.
2.
3.
Se o arguido for condenado a priso, a cauo s se extingue com o incio da execuo daquela
pena.
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Seco II
Termo de identidade e residncia
Artigo 25.
(Prestao do termo de identidade e residncia)
1.
2.
O termo pode tambm ser imposto pelas autoridades de polcia criminal, sempre que
interrogarem algum como arguido.
3.
No termo, o arguido faz prova da sua identidade e declara a sua residncia, o seu local de
trabalho ou outro domiclio sua escolha, onde possa ser notificado.
4.
5.
6.
Se o arguido residir fora ou for residir para fora da circunscrio judicial onde decorram os
trmites do processo, deve indicar pessoa residente nesta ltima para que na respectiva
residncia possa receber as notificaes que lhe so destinadas.
7.
O termo de identidade e residncia cumulvel com qualquer outra medida de coaco pessoal.
Seco III
Apresentao peridica s autoridades
Artigo 26.
(Obrigao de apresentao peridica)
1.
Quando ao crime imputado ao arguido for aplicvel pena de priso superior a 1 ano, o
magistrado competente pode impor-lhe a obrigao de se apresentar periodicamente a uma
autoridade judiciria, de polcia criminal ou a uma estrutura policial, em dia e hora prestabelecidos, devendo, na determinao daquela autoridade e no pr-estabelecimento dos dias
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A entidade a quem o arguido ficar com a obrigao de se apresentar deve, no prazo de 10 dias a
contar da sua verificao, comunicar ao Ministrio Pblico as faltas de apresentao que o
arguido no justificar.
3.
A obrigao de apresentao peridica cumulvel com qualquer outra medida de coaco com
ela compatvel.
4.
1.
Quando ao crime imputado ao arguido for aplicvel pena de priso superior a 1 ano, o juiz pode
impor-lhe separada ou cumulativamente:
a)
A proibio de permanncia em determinada localidade ou, dentro dela, em determinados
locais, nomeadamente na residncia onde foi cometido o crime;
b)
A proibio de contactar, sem autorizao, com certas pessoas;
c)
A obrigao de no se ausentar, sem autorizao, da localidade onde reside, salvo para
lugares pr-estabelecidos, nomeadamente, para localidades em que trabalhe ou estude.
2.
A medida de coaco prevista no presente artigo extingue-se com o decurso dos prazos
estabelecidos para a priso preventiva no artigo 39..
Seco V
Cauo
Artigo 28.
(Obrigao de prestar cauo)
1.
Se o crime imputado ao arguido for punvel com pena de priso superior a um ano, o
magistrado competente pode impor-lhe a prestao de cauo.
2.
Na determinao do montante da cauo, deve o juiz ter em considerao os fins que a medida
se destina a acautelar, a gravidade do crime, o dano por este causado e a condio econmica e
social do arguido.
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3.
Se o arguido no puder prestar a cauo que lhe foi fixada ou tiver dificuldade em prest-la
pode o magistrado, oficiosamente ou a requerimento do arguido, reduzir o seu valor ou
substitu-la por qualquer outra das medidas de coaco aplicveis, salvo as de priso domiciliria
e a de priso preventiva.
4.
A obrigao de prestar cauo, bem como as medidas aplicveis em substituio desta, podem
ser impostas em cumulao com qualquer outra, excepo da priso domiciliria e da priso
preventiva.
Artigo 29.
(Modos e meios de prestao)
1.
A cauo pode ser prestada por depsito, penhor, hipoteca, fiana, garantia bancria ou nos
termos concretamente admitidos pelo magistrado competente.
2.
O magistrado competente pode autorizar que o arguido que j tenha prestado cauo por um
dos meios estabelecidos no nmero anterior a substitua por qualquer outro meio de prestao
de cauo.
3.
1.
2.
Se, no caso do nmero anterior, o arguido no puder satisfazer as exigncias impostas pelo
magistrado competente, aplica-se o disposto no nmero 3 do artigo 28..
Artigo 31.
(Quebra de cauo)
1.
A cauo considera-se quebrada quando o arguido, sem justificao, faltar a um acto processual
a que deva comparecer ou no cumprir as obrigaes derivadas de medida de coaco que lhe
tenham sido cumulativamente impostas.
2.
Quebrada a cauo, o seu valor reverte para o Estado, sem prejuzo do disposto no artigo 22..
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Seco VI
Interdio de sada do pas
Artigo 32.
(Aplicao da medida)
1.
Quando ao crime imputado ao arguido for aplicvel pena de priso superior a 2 anos, o
magistrado competente pode impor-lhe a proibio de sada do pas.
2.
3.
1.
2.
3.
4.
A priso domiciliria cumulvel com a obrigao de no contactar, por qualquer meio, com
determinadas pessoas.
5.
1.
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2.
3.
1.
2.
3.
4.
ilegal a priso preventiva destinada a obter indcios de que o arguido cometeu o crime que lhe
imputado.
Artigo 36.
(Inaplicabilidade da medida de priso preventiva)
1.
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2.
3.
1.
2.
1.
2.
1.
2.
Os prazos estabelecidos nas alneas do nmero anterior so acrescidos de dois meses, quando se
trate de crime punvel com pena de priso superiora 8 anos e o processo se revestir de especial
complexidade, em funo do nmero de arguidos e ofendidos, do carcter violento ou
organizado do crime e do particular circunstancialismo em que foi cometido.
3.
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4.
O tempo de deteno sofrida pelo arguido e o tempo de priso domiciliria que lhe tenha sido
imposta contam-se, para efeito de determinao do prazo decorrido, como tempo de priso
preventiva.
Artigo 40.
(Libertao do arguido sujeito a priso preventiva)
1.
2.
1.
Havendo fundado receio de falta ou diminuio relevante das garantias de pagamento da multa,
quer se trate de pena principal, de pena de substituio ou resultado de converso de outras
penas, das custas do processo ou de qualquer outra dvida ao Estado relacionada com o crime, o
magistrado competente deve determinar que o arguido preste cauo econmica, indicando no
requerimento os termos e modalidades em que ela deva ser prestada.
2.
O lesado pode requerer a prestao de cauo pelo arguido ou pela pessoa civilmente
responsvel, nos casos previstos no nmero anterior.
3.
A cauo prestada para os fins indicados no n. 1, pode aproveitar ao lesado, tal como a cauo
econmica prevista no nmero 2 pode aproveitar ao Estado.
4.
5.
6.
Pelo valor da cauo econmica requerida pelo lesado so pagas, em caso de condenao,
sucessivamente, a multa, as custas do processo e outras obrigaes para com a justia, a
indemnizao e outras dvidas do arguido derivadas do crime, a crdito do lesado.
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7.
Se a cauo econmica for requerida pelo Ministrio Pblico e pelo lesado, o valor , depois de
paga a multa e as custas do processo, proporcionalmente rateado, se no chegar para satisfazer
todas as obrigaes do arguido declaradas na deciso condenatria.
Artigo 42.
(Arresto preventivo)
1.
2.
O arresto preventivo autuado por apenso e segue os trmites estabelecidos pela lei do
processo civil.
3.
O arresto revogado, logo que a cauo econmica fixada pelo juiz seja prestada.
CAPTULO V
Disposies finais
Artigo 43.
(Revogao)
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, aos ____ de __________________ de 2014.
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Publique se.
O Presidente da Repblica
________________________________
JOS EDUARDO DOS SANTOS
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