Relatório de Estágio de Psicologia em Contexto Desportivo
Relatório de Estágio de Psicologia em Contexto Desportivo
Relatório de Estágio de Psicologia em Contexto Desportivo
Desportivo
Futebol Clube do Porto Dragon Force Basquetebol
Agradecimentos
Em segundo, quero agradecer ao Dr. Paulo Paiva pela experincia de aprendizagem que me
proporcionou ao longo do estgio.
E por ltimo, um especial agradecimento minha supervisora de estgio Dr. ngela Leite por
tudo o apoio na realizao do relatrio de estgio.
Resumo
O presente relatrio de estgio foi elaborado no mbito da unidade curricular Estgio Curricular
que integra o 2 ano de Mestrado em Psicologia Clnica e da Sade da Universidade Lusfona do
Porto, e tem como objetivo principal sedimentar aprendizagens adquiridas ao longo do mestrado e
desenvolver competncias prticas fundamentais para o exerccio das funes de psiclogo.
O estgio foi realizado numa instituio desportiva, especificamente, na escola do Dragon Force
de Basquetebol do Futebol Clube do Porto. Apesar deste contexto no ser, maioritariamente,
clnico, muito do exerccio aplicado da psicologia tem origem em adaptaes da psicologia clnica,
o que constitui um excelente contexto para aprender, treinar e desenvolver competncias de
aplicao e manipulao de instrumentos de avaliao e interveno psicolgica.
O trabalho realizado no decorrer do estgio permitiu a aquisio de conhecimento mais
aprofundado do que a psicologia do desporto, do papel do psiclogo do desporto, do papel do
psiclogo clnico em contexto desportivo, bem como do processo de avaliao e interveno
psicolgica aplicado aos atletas e treinadores.
Este estgio constitui-se como um meio essencial para aquisio de uma viso mais ampla e
diversificada dos potenciais contextos e populaes de aplicao da psicologia, bem como para a
compreenso de como a psicologia pode ser utilizada para maximizar o funcionamento psicolgico
dos indivduos e no apenas para tratar perturbaes psicolgicas.
Abstract
The present internship report was written as part of the curricular unit called Estgio
Curricular (Curricular Internship), integrating the 2nd year of the Master Degree in Clinical and
Health Psychology of the Lusophone University of Porto, and its primary objective consists in
enhancing the knowledge acquired throughout the Master Course and, at the same time, to develop
crucial practical skills for exercising the functions of a psychologist.
The internship took place in a sports institution, specifically in the school Dragon Force
Basquetebol (Dragon Force Basketball) from Futebol Clube do Porto (FC Porto). Although the
context is mostly not clinical, much of the psychology applied exercise originates from adjustments
of clinical psychology, which is an excellent environment to learn, train and develop application
and manipulation skills of psychological evaluation and intervention tools.
The work developed during the internship allowed the acquirement of deeper knowledge of what
is sport psychology, of the role of the sport psychologist, of the role of the clinical psychologist in
the context of sports, as well as knowledge of the process of psychological evaluation and
intervention applied to athletes and coaches.
This internship may then be considered an essential environment to acquire a wider and more
diverse overview of the potential contexts and populations of psychology appliance, and also to
understand how can psychology be used to maximize the psychological functioning of individuals
and not only to treat psychological disorders.
Keywords: Clinical and Health Psychology in Sports Context, Sport Psychology, Sport
Psychologist, Psychological Assessment in Sport, Psychological Intervention in Sport.
ndice
1. Introduo
10
10
12
12
14
17
19
21
23
25
28
30
33
9. Referncias
39
10. Anexos
42
34
37
42
47
54
1. Introduo
O presente relatrio de estgio foi elaborado no mbito da unidade curricular Estgio Curricular
que integra o 2 ano de Mestrado em Psicologia Clnica e da Sade da Universidade Lusfona do
Porto, e tem como objetivo principal sedimentar aprendizagens adquiridas ao longo do mestrado e
desenvolver competncias prticas fundamentais para o exerccio das funes de psiclogo.
Apesar da formao acadmica estar essencialmente direcionada para contextos clnicos e de
sade, a interveno psicolgica no mbito da psicologia do desporto resulta de uma adaptao ao
contexto desportivo de muitos dos instrumentos utilizados na psicologia clnica. As competncias
comunicacionais e de atendimento adquiridas no mbito do mestrado foram fundamentais para o
exerccio da psicologia neste contexto.
O relatrio est organizado em sete captulos, que so: 1) Papel da Psicologia e do Psiclogo do
desporto; 2) Apresentao do local de estgio; 3) Plano Individual de Estgio; 4) Avaliao
psicolgica aplicada ao desporto; 5) Interveno psicolgica em atletas e 6) Interveno psicolgica
em treinadores.
Inicialmente, apresentada uma breve caraterizao do papel da psicologia e do psiclogo no
contexto desportivo. Nela foram delineados os principais objetivos da psicologia e do psiclogo do
desporto, os principais mbitos e contextos de interveno da psicologia, as principais populaesalvo de interveno, os principais papis e funes desempenhadas pelo psiclogo nestes contextos
e um modelo de interveno psicolgica no desporto.
Em seguida, foi realizada uma breve descrio e caraterizao da escola Dragon Force e dos
seus respetivos departamentos que permitem que esta funcione com sucesso.
No captulo seguinte, foi elaborada uma breve explanao do que a avaliao psicolgica na
psicologia do desporto. Nela contemplaram-se as principais perspetivas psicolgicas sobre o
processo de avaliao psicolgica no desporto, as principais modalidades e instrumentos de
avaliao, e as principais variveis psicolgicas e desportivas avaliadas. Foram, ainda, concebidos
dois captulos especficos acerca da aplicao do processo de avaliao psicolgica a atletas e a
treinadores, bem como a ilustrao de dois casos que exemplificam a forma como este processo se
desenvolve.
Por ltimo, foi apresentado o processo de interveno psicolgica desenvolvido e aplicado aos
atletas e aos treinadores. Nele foram mencionadas as principais reas de interveno, as principais
modalidades e estratgias de interveno aplicadas e alguns cuidados ticos e deontolgicos que
devem ser assegurados no processo de interveno psicolgica em atletas e treinadores. Por fim,
foram apresentados casos prticos ilustrativos do processo de interveno psicolgica no contexto
de iniciao e formao desportiva.
6
De acordo com este modelo, a psicologia do desporto deve intervir a vrios nveis e com vrios
agentes desportivos, de forma a responder a todas as necessidades e problemas emergentes no
contexto desportivo, cada vez mais complexo.
A necessidade de avaliao dos processos de interveno psicolgica implementados pelos
psiclogos, nos contextos desportivos, os alvos dessa interveno (atletas, treinadores e dirigentes),
constitui uma rea essencial para identificar os fatores que contribuem e/ou podem contribuir para a
eficcia das intervenes psicolgicas. Estudos desenvolvidos nesta rea, sugerem a necessidade de
ter em conta os seguintes aspetos: a) Atender s necessidades e diferenas individuais; b)
Experienciar e vivenciar, com os atletas e treinadores, diferentes situaes e momentos da
competio desportiva; c) Adotar uma abordagem prtica e realista, que d resposta ou solues
para questes e problemas prticos e concretos de treinadores e atletas; d) Possuir bons
conhecimentos da modalidade em questo e adaptar as estratgias e tcnicas de interveno s
caratersticas da modalidade desportiva (Cruz, 1996).
O compromisso fundamental da Psicologia do Desporto na interveno prtica em contextos
desportivos deve ser o de contribuir para que todos os envolvidos em contextos desportivos
consigam alcanar os seus objetivos (melhoria de rendimento, uma vida mais saudvel,
divertimento ou satisfao) atravs da disponibilizao de todos os recursos psicolgicos possveis
(Gould, 1990 in Cruz, 1996).
tanto a nvel futebolstico como a nvel cultural e pessoal. As jornadas de Road-Show constituem
um mecanismo de divulgao da marca F.C. Porto e tambm do conceito Dragon Force pelo pas.
O projeto Dragon Force pretende que os seus alunos tenham um desenvolvimento sustentvel,
diversificado e integral atravs do desenvolvimento de competncias desportivas mas tambm o
desenvolvimento de conhecimentos, competncias e hbitos ao nvel nutricional, cidadania e
ambiental.
Este projeto do F.C. Porto est direcionado tanto para os alunos/atletas que integram as suas
equipas desportivas como tambm para os encarregados de educao pelo papel fundamental que
assumem no seu crescimento, sendo que o papel da escola Dragon Force colaborar com todos os
intervenientes no processo de desenvolvimento dos seus alunos de modo a que todos tenham
sucesso no papel que desempenham.
Aps uma breve e concisa apresentao do projeto Dragon Force no seu conjunto, iremos agora
contextualizar de forma mais especfica o Dragon Force Basquetebol, local onde se vai realizar o
presente estgio curricular. Na estrutura Dragon Force a interveno do estagirio ocorreu no
mbito das funes desempenhadas pelo departamento de psicologia e pedagogia, por isso as
atividades, objetivos e funes destes departamentos foram descritas de uma forma mais detalhada
com o objetivo de contextualizar o trabalho realizado nesta instituio.
Segundo o Departamento de Psicologia do Dragon Force o papel principal do psiclogo deve ser
simplificar processos que podem contribuir para um mau funcionamento nos diversos
intervenientes.
O Dr. Paulo Paiva responsvel pelo departamento de psicologia do Dragon Force e
desempenha o papel de coordenao da equipa de psicologia. Em cada escola Dragon Force, est
presente de forma efetiva um psiclogo, com funes ao nvel da avaliao e interveno
psicolgica, e tambm de acompanhamento, monitorizao e apoio. A equipa de psicologia renese mensalmente para a partilha de informao relativamente aos casos que esto em processo de
interveno psicolgica.
O departamento de psicologia definiu como alvos de interveno os Alunos, Treinadores e
Encarregados de Educao, pretendendo assim uma interveno sistmica e assegurando que todos
estes elementos que esto a contribuir para o desenvolvimento do aluno, o fazem de uma forma
adequada.
Os principais processos psicolgicos alvo de interveno nos alunos so a ansiedade prcompetitiva, a motivao, o saber lidar com o erro, a formulao de objetivos e a gesto de
expectativas. Nos treinadores, as reas de interveno visam as estratgias de comunicao verbais
e no-verbais adequadas, a gesto comportamental durante os treinos e competio e do clima
motivacional durante o treino e competio. Nos encarregados de educao a interveno esta mais
direcionada para a promoo de comportamentos adequados durante os treinos e competio,
estratgias de gesto de expectativas e aprender a distinguir entre o incentivo e a comunicao de
instrues tcnicas.
O departamento de psicologia do Dragon Force definiu as vrias etapas constituintes do
processo de interveno psicolgica (Figura 1) com o objetivo de sistematizar, de forma a poder
aperfeioar constantemente o processo de interveno, modificando pontos especficos que podem
contribuir para uma otimizao de todo o processo, e desta forma alcanar resultados cada vez
melhores.
Etapa 1
Etapa 2
Etapa 3
Etapa 4
Identificao de
Necessidades de
Interveno
Avaliao
Psicolgica
Interveno
Psicolgica
Acompanhamento
e Monitorizao
11
13
PopulaoAlvo
Atletas
Modalidade Interveno
Psicolgica
Avaliao Psicolgica
Interveno
Psicolgica Individual
Desenvolvimento de um Plano de
Interveno Psicolgica na Regulao
Emocional
Interveno
Psicolgica em Grupo
Desenvolvimento de um Plano de
Interveno Psicolgica em Grupo para os
Problemas Interpessoais, e respetiva
aplicao
Avaliao Psicolgica
Treinadores
Interveno
Psicolgica
Desenvolvimento de um Plano de
Interveno Psicolgica no
Comportamento dos Treinadores
Atividades de Formao
Psicolgicas
Pessoais
Desportivas
Orgnicas
Material
Ambientais
Social
15
A avaliao psicolgica em contexto desportivo deve ser realizada de forma integral e contnua,
uma vez que, durante a competio ou treino, o comportamento dos atletas flui de forma contnua
como resultado da interao entre os fatores pessoais e situacionais. Assim, para uma correta e
completa avaliao psicolgica do atleta, esta deve avaliar o processo de treino e/ou competio
atravs de uma anlise contnua dos indicadores cognitivos, comportamentais e fisiolgicos do
comportamento desportivo (Garcia-Mas, Bonnn e Feliu, 2004). Deve-se assim evitar que a
avaliao psicolgica no contexto desportivo se limite ao mero estabelecimento de relaes entre
certas variveis psicolgicas e o resultado competio (Garca-Noblejas, 2015). Garca-Mas et al.
(2004) defendem que o resultado da competio deve ser melhor explicado pelos comportamentos
de coping realizados pelo desportista durante a competio.
Em psicologia do desporto, os instrumentos de avaliao utilizados no diferem muito daqueles
que so aplicados noutras reas da Psicologia, contudo, como evidente, a especificidade do
contexto desportivo requer determinadas adaptaes. Neste contexto, os principais instrumentos de
avaliao psicolgica utilizados so: testes e questionrios, entrevistas, observao comportamental,
registos psicofisiolgicos e sociogramas (Fernndez, 2010). Cada instrumento de avaliao
desenhado com o objetivo de recolher determinado tipo de informao, por isso, uma avaliao
psicolgica integral do desportista deve contemplar a contribuio dos vrios instrumentos. Por
exemplo, a informao obtida atravs da aplicao de um teste ou um questionrio deve ser
complementada com informao obtida atravs de uma entrevista ou observao comportamental, e
assim permitir uma descrio mais completa do atleta (Garca-Mas et al., 2004).
No contexto desportivo de jovens atletas, de extrema importncia a recolha de informao de
diferente fontes, como sugere o protocolo de avaliao desenhado por Jaenes e Caracuel (2006) que
prope uma entrevista aberta com os pais e uma entrevista semi-estruturada com o treinador e o
atleta. A informao obtida atravs das entrevistas deve ser complementada com a informao
obtida atravs de uma observao comportamental. Este sistema permite um cruzamento de
informao dos vrios intervenientes e dos vrios instrumentos, o que permite uma avaliao mais
completa e precisa do atleta.
Um ponto importante no processo de avaliao psicolgica com treinadores e atletas consiste em
explicar-lhes o processo de avaliao implementado e a sua relao com o processo de interveno
posterior. Para garantir uma maior credibilidade do processo de avaliao, importante comunicar
os resultados o mais rpido possvel (Fernndez, 2010).
de salientar a importncia de que o processo de avaliao psicolgica seja o mais completo
possvel para permitir a recolha da informao essencial para o planeamento de uma interveno
eficaz na resoluo do(s) comportamento(s)-problema do atleta.
16
reas da Entrevista
Descrio
Informaes pessoais e
desportivas
Avaliao do clube,
modalidade e treinador
Experincia desportiva
e perceo de
competncia
Perceo de apoio
familiar
Stresse e perceo de
ameaa
A entrevista tenta incluir o maior nmero possvel de fontes de informao relevantes acerca da
atividade desportiva das crianas e jovens. O guio de entrevista apresenta alguma flexibilidade,
permitindo ao psiclogo decidir quais as reas a explorar de acordo com o conhecimento prvio das
especificidades evidenciadas pelo(a) praticante e pela modalidade, e da avaliao da problemtica
apresentada pelo(a) atleta.
Foi, tambm, utilizado na avaliao dos atletas o Inventrio de Competncias Psicolgicas no
Desporto (adaptao de Cruz, 1996 do PSIS-Psychological Skills Inventory for Sports-Form R-5
desenvolvido por Mahoney, Gabriel e Perkins, 1987). No contexto desportivo de iniciao e
formao desportiva existe tambm uma grande preocupao em relao ao rendimento desportivo
18
por parte dos treinadores e demais agentes desportivos, em muitas situaes, o baixo rendimento
apresentado pelos atletas ou equipas o principal indicador da existncia de algum problema ao
nvel psicolgico. Contudo, quando nestas situaes solicitada ajuda do psiclogo para tentar
resolver o suposto problema do baixo rendimento do atleta ou da equipa, a sua interveno centra-se
nos fatores psicolgicos associados ao rendimento desportivo.
Nesta lgica, o PSIS um instrumento que permite uma avaliao dos pontos fortes e pontos
fracos especficos de cada atleta ou equipa ao nvel das competncias psicolgicas no desporto. Este
instrumento objetiva avaliar seis competncias psicolgicas importantes para o rendimento
desportivo: a) Controlo de ansiedade; b) Concentrao; c) Auto-confiana; d) Preparao mental; e)
Motivao e f) nfase na equipa / Esprito de equipa. Os resultados obtidos no teste permitem
identificar quais as competncias psicolgicas mais desenvolvidas e as que esto menos
desenvolvidas.
A observao comportamental a par da entrevista so dois instrumentos nucleares de avaliao
na psicologia do desporto (Garca-Noblejas, 2015). Este instrumento de avaliao permite a recolha
de informao dos indicadores comportamentais que refletem determinadas variveis psicolgicas,
a recolha e anlise dos dados de forma contnua durante a competio e treinos e complementar a
informao dos indicadores cognitivos e fisiolgicos obtidos atravs de outros instrumentos de
avaliao psicolgica.
A utilizao desta tcnica de avaliao requer a construo de um sistema de observao
comportamental, que se resume elaborao de um conjunto de categorias comportamentais, que
devem incluir os elementos bsicos do comportamento humano: estmulos antecedentes,
comportamentos e consequncias (Garca-Noblejas, 2015).
A observao de indicadores comportamentais no contexto desportivo permite obter informao
sobre certas variveis encobertas, sem exigir tempo nem esforo ao atleta e sem interferir na sua
atividade desportiva. Os indicadores comportamentais so elaborados com base em inferncias de
constructos psicolgicos, por isso devem ser utilizados como sinais para orientar o psiclogo na
verificao de determinadas hipteses (Garca-Noblejas, 2015).
Em seguida, foi agendada uma sesso com o atleta com o objetivo de estabelecer um primeiro
contato com o atleta, tendo em vista proceder posteriormente ao processo de avaliao psicolgica,
para compreender as causas deste comportamento de evitamento por parte do atleta.
A primeira sesso de avaliao psicolgica, com uma durao de cinquenta minutos, iniciou-se
com uma breve explicao ao atleta das razes de iniciar este processo e, em seguida, foi explicado
ao atleta em que consistia o processo de avaliao psicolgica e, por ltimo, foi administrada a
Entrevista de Avaliao Psicolgica para Crianas e Jovens (EAP-CJ), com o objetivo de recolher
informao da histria desportiva do atleta e compreender como o atleta est, atualmente, a
experienciar a atividade desportiva. A entrevista permite identificar alguns fatores que podem estar
a condicionar a adaptao do atleta a prtica desportiva.
O atleta G tem 13 anos, frequenta o 8ano, vive com os pais e tem um irmo mais novo. Em
termos desportivos, iniciou a prtica desta modalidade aos 9 anos anteriormente, j tinha praticado
outras modalidades, contudo, o basquetebol foi a modalidade que lhe despertou maior interesse e
onde se sente mais realizado.
Iniciou a prtica desta modalidade por deciso prpria e com o apoio dos pais. Habitualmente,
os pais assistem aos treinos e jogos, e, de forma regular conversam com o atleta sobre como esto a
correr os treinos e os jogos.
Geralmente, sente-se triste e mal quando no compete bem e o mesmo ocorre quando comete
erros ou falhas durante os treinos e jogos. O principal medo do atleta o de cometer erros que
possam prejudicar a equipa durante o jogo.
Ainda durante esta sesso foram abordadas as situaes que estiveram na origem desta avaliao
psicolgica, para tentar compreender a perspetiva do atleta sobre as suas aes em tais situaes.
Com base nesta recolha de informao inicial, pareceu-nos adequado aplicar o Inventrio de
Competncias Psicolgicas no Desporto (PSIS), com o objetivo de obter informao sobre algumas
caratersticas e competncias psicolgicas do atleta.
A segunda sesso de avaliao psicolgica, com uma durao de vinte minutos, iniciou-se com
uma breve conversa com o atleta sobre como correram os treinos e o jogo da ltima semana e, em
seguida, procedeu-se administrao do PSIS. Os resultados obtidos demonstram que o atleta no
apresenta nenhum dfice significativo nas competncias psicolgicas avaliadas (Tabela 4).
A terceira e ltima sesso de avaliao psicolgica, com uma durao de quarenta minutos,
iniciou-se com uma breve explorao da resposta dada pelo atleta a alguns itens e, em seguida, com
a devoluo e esclarecimento dos resultados da avaliao psicolgica. Tambm foi transmitido ao
atleta que, apesar de no apresentar nenhum dfice nas competncias psicolgicas avaliadas, este
precisa de treinar algumas estratgias psicolgicas para controlar e superar algumas dificuldades
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apresentadas nos jogos, sobretudo o medo de errar e de correr riscos para poder desenvolver todo o
seu potencial.
Dimenso
Resultado
Controlo de Ansiedade
2.2
Concentrao
Auto-Confiana
2.9
Motivao
3.3
Esprito de Equipa
2.7
2.6
dos atletas, ou seja, no tem antecedentes imediatos ou bem definidos no jogo ou treino dos atletas.
Estas respostas comportamentais do treinador podem estar diretamente relacionadas e/ou serem
irrelevantes para o jogo ou treino.
Estas duas principais categorias comportamentais do treinador, por sua vez, esto subdivididas
em 12 modalidades de resposta que o treinador pode ter durante o treino ou jogo na interao com
os seus atletas (Tabela 5).
Categorias de Resposta
Comportamental do Treinador
Definio
COMPORTAMENTOS REATIVOS
Punio (P)
Resposta a Comportamentos
Inadequados
Manter o Controlo (MC)
COMPORTAMENTOS ESPONTNEOS
Organizao (O)
22
perturbadores do treino, etc.) e c) Comportamentos inadequados das atletas (por exemplo, falta de
pontualidade, falta de assiduidade, etc.).
Estes problemas foram apresentados e discutidos com o coordenador do departamento de
Psicologia da Dragon Force, que recomendou a aplicao do CBAS para identificar padres
comportamentais de comunicao, adotados pela treinadora durante o treino para interagir com as
suas atletas, que podem estar na origem de alguns dos problemas comportamentais apresentados
pelas atletas no treino.
O processo de avaliao psicolgica foi efetuado em trs momentos distintos (trs treinos), ao
longo de trs semanas, tendo sido realizada uma avaliao por semana. No total, foram codificados
174 comportamentos, com uma mdia de 58 comportamentos por treino.
A anlise efetuado aos resultados obtidos atravs do CBAS permite concluir que: a) O reforo, a
instruo tcnica contingente ao erro e o encorajamento geral so, em mdia, as modalidades
comportamentais que mais frequentemente a treinadora adota durante o treino para interagir com as
suas atletas, e b) O manter o controlo, ausncia de reforo, punio, ignorar erros e organizao so,
em mdia, as modalidades comportamentais que a treinadora menos adota durante o treino para
interagir com as suas atletas. Apesar de os resultados, de um modo geral, serem positivos, aps uma
anlise qualitativa do comportamento da treinadora, foram identificados alguns problemas
relacionados com o modo como determinadas respostas comportamentais ocorrem. Estes problemas
esto relacionados com as regras de aplicao, como por exemplo, os momentos de aplicao do
reforo, a intencionalidade do reforo e a linguagem para-verbal e no-verbal utilizada na aplicao
do reforo.
Os problemas do comportamento comunicacional da treinadora durante o treino esto mais
relacionados com a qualidade das estratgias comunicacionais adotadas. Mais do que a frequncia
de determinados comportamentos da treinadora, a qualidade com que estes so executados exerce
um efeito maior no desempenho e comportamento desportiva das atletas durante o treino.
Por ltimo, com base no processo de avaliao, proposto um conjunto de objetivos de
interveno no comportamento comunicacional e na gesto do comportamental da treinadora
durante os treinos.
O relatrio de avaliao psicolgica do perfil comunicacional da treinadora com informaes
detalhadas dos objetivos, da metodologia, dos resultados e da proposta de interveno apresentado
em anexo.
24
objetiva a implementao de uma avaliao psicolgica nas reas alvo de interveno com o
propsito de criar uma baseline do funcionamento psicolgico e uma avaliao do desempenho
desportivo. A segunda fase objetiva a aplicao do programa de interveno psicolgica para o
desenvolvimento das competncias de regulao emocional (Tabela 6). Na terceira e ltima fase,
pretende-se avaliar os efeitos produzidos pelo programa de interveno no funcionamento
psicolgico e no desempenho desportivo. Para tal, deve aplicar-se a mesma metodologia de
avaliao utilizada na primeira fase.
O programa de interveno est estruturado nas trs principais fases que constituem a
competio, fornecendo assim estratgias para os atletas poderem lidar de forma eficaz com as
emoes presentes em cada um destes momentos.
Atividades (Estratgias e
Atividades)
Atividades (Estratgias e
Atividades)
29
Atividades (Estratgias e
Atividades)
Fase de Educao:
Racional terico do impacto das respostas emocionais no desempenho
desportivo.
Visualizao de vdeos que ilustrem como as respostas emocionais dos atletas
condicionam o seu desempenho desportivo.
Fase de Interveno:
Refletir sobre as experincias desportivas passadas.
Criar uma lista de situaes que esto na origem de estados emocionais que so
prejudiciais para o desempenho desportivo.
Desenvolvimento e treino de estratgias de resoluo de problemas como
estratgia de regulao emocional de seleo e modificao das situaes que
esto na origem das respostas emocionais.
Desenvolver um plano mental de refocalizao da ateno como estratgia para
regular as emoes.
Fase de Avaliao:
Avaliao do grau de eficcia das estratgias de resoluo de problemas
implementadas no treino e na competio.
Avaliao do grau de eficcia do plano mental de refocalizao da ateno.
Proceder a correes em ambas as estratgias se necessrio.
Atividades (Estratgias e
Atividades)
Foi solicitado a cada atleta que refletisse sobre situaes que prejudicaram o ambiente da
equipa na ltima semana de treinos. Deviam traduzir essas situaes numa palavra e
posteriormente transmiti-la a um dos membros da equipa. Assim, foi possvel identificar
potenciais conflitos entre os membros da equipa e posteriormente explorar solues para
tentar resolv-los.
Dinmica 4 A centopeia
Os principais objetivos propostos nesta dinmica so promover a coeso e a cooperao
entre os membros da equipa.
Esta dinmica consistia em propor ao grupo que realizasse um conjunto de atividades em
que cada elemento do grupo desempenhava um papel imprescindvel para a sua
consecuo.
No final, foi proposto aos elementos do grupo que refletissem sobre os benefcios e as
dificuldades de trabalhar em equipa.
Todas as dinmicas foram realizadas numa sala, exceto a ltima dinmica que foi realizada no
espao onde os atletas treinam.
Aps terem sido aplicadas todas as dinmicas, foi realizada uma sesso que visava contribuir
para a reflexo dos atletas sobre o processo de interveno. Nesta sesso foi possvel compreender o
impacto da interveno nos comportamentos da equipa e identificar algumas concluses dos atletas
sobre o processo de interveno como, por exemplo, a necessidade de realizar intervenes mais
individuais para ajudar em problemas especficos e, numa prxima interveno do gnero, procurar
realizar dinmicas mais prticas.
Simultaneamente realizao das dinmicas de grupo, foram implementadas atravs do
treinador um conjunto de estratgias, no treino, com objetivo de promover a coeso e a cooperao.
As estratgias implementadas no treino foram: 1) Implementao de exerccios de treino que
promovessem a coeso entre os membros da equipa (por exemplo, definir objetivos coletivos no
exerccio, o que obriga participao de todos); 2) Implementar exerccios de treino que
32
expetativas sobre os seus atletas); 2) Fatores pessoais dos atletas (por exemplo, idade, sexo,
perceo das normas do treinador, motivao, ansiedade competitiva, auto-estima) e 3) Fatores
situacionais (por exemplo, natureza do desporto, nvel competitivo, treinos e jogos, coeso de
equipa). De acordo com este modelo, o comportamento do treinador e dos atletas explicado por
um conjunto de variveis psicolgicas mediadores e por trs fatores que exercem uma influncia
direta nestas variveis.
Nesta lgica, a observao das interaes treinador-atleta durante os treinos e competies
fundamental para obter informao sobre o estilo de liderana do treinador. Esta informao serve
para auxiliar o desenvolvimento de programas e estratgias de interveno com o objetivo de
melhorar o estilo comunicacional do treinador.
A interveno psicolgica com treinadores para melhorar a relao treinador-atleta deve
obrigatoriamente conter um mdulo de treino de competncias de comunicao e de relao
interpessoal, dado o impacto que estas tm na interao estabelecida entre ambos durante os treinos
e competies. O treinador deve assim ser treinado para dominar competncias verbais e noverbais de comunicao e de relao interpessoal, tais como: 1) Competncias de comunicao
verbal; 2) Competncias de atendimento (por exemplo, saber ouvir e escutar); 3) Competncias noverbais (por exemplo, aparncia fsica, postura corporal, expresses faciais e gestos) e 4)
Competncias de gesto de conflitos e de confrontao (Martens, 1987 in Cruz, 1996).
Ao longo dos vrios anos tm sido desenvolvidos vrios programas de interveno psicolgica
para treinadores que apresentam resultados bastante satisfatrios ao nvel do desenvolvimento de
competncias no treinador (por exemplo, competncias comunicacionais, aplicao de estratgias
de gesto do comportamento dos atletas e competncias de relacionamento interpessoal) e na
otimizao de diversas variveis psicolgicas relacionadas com os atletas (por exemplo, coeso de
equipa, ansiedade competitiva e motivao) (Cruz et al., 2001; Cruz et al., 2010; Cruz, Gomes &
Dias, 1997; Gomes, Dias & Cruz, 1997; Gomes, Dias & Cruz, 1999; Soriano, Ramis, Cruz &
Sousa, 2014; Sousa et al., 2006).
As intervenes psicolgicas realizadas com os treinadores de jovens atletas so consideradas
um excelente meio para promover a qualidade do desporto de iniciao, melhorar as experincias
desportivas dos jovens atletas, promover o compromisso com a prtica desportiva e evitar o seu
abandono a longo prazo (Soriano et al., 2014).
avaliada e comprovada por vrios estudos ao longo dos anos (Cruz et al., 2001; Cruz et al., 1997;
Gomes et al., 1999; Gomes et al., 1997).
O PFET um programa de interveno cognitivo-comportamental, e tem por base o modelo
mediacional de liderana formulado por Smith e Smoll (1989) e a teoria cognitivo-comportamental
de Bandura (1986) para a compreenso dos comportamentos de liderana do treinador no contexto
de iniciao e formao desportiva (Cruz et al., 2001).
Este programa de interveno (PFET) deve capacitar os treinadores a incrementarem relaes
treinador-atleta positivas, promover a coeso da equipa, reduzir a ansiedade competitiva e
desenvolver nos atletas um desejo de realizao positiva em alternativa ao medo de falhar (Cruz et
al., 2001).
A interveno psicolgica realizada foi direcionada para a modificao de alguns
comportamentos interacionais da treinadora R durante os treinos e os jogos com as suas atletas.
Como salientou Smoll e Smith (1979 in Cruz et al., 2001, pp. 177) como outras formas de
interao, treinar implica tentar influenciar os outros recorrendo a formas desejadas..
Especificamente, a interveno implementada objetivou:
1. Promover o aumento de trs comportamentos desejveis e adequados da treinadora: a)
Encorajamento contingente ao erro; b) Instruo tcnica geral e c) Instruo tcnica
contingente ao erro.
2. Promover a diminuio de trs comportamentos indesejveis e inadequados da
treinadora: a) Ausncia de reforo; b) Ignorar os erros e c) Instruo tcnica punitiva.
3. Aprender a aplicar estratgias comportamentais para comunicar com as suas atletas.
Atravs da consecuo destes objetivos, espera-se que seja possvel capacitar a treinadora com
competncias que lhe permitam resolver os problemas apresentados pela equipa: a) Dificuldades na
interao entre a treinadora e as atletas durante os treinos (por exemplo, comportamentos de falta de
respeito, reao inadequada s instrues dadas pela treinadora, etc.); b) Comportamentos
problemticos das atletas durante o treino (por exemplo, atitudes de falta de interesse, falta de
empenho, falta de motivao, falta de concentrao e ateno, comportamentos perturbadores do
treino, etc.) e c) Comportamentos inadequados das atletas (por exemplo, falta de pontualidade, falta
de assiduidade, etc.).
O plano de interveno delineado foi constitudo por trs fases: avaliao pr-interveno,
interveno e avaliao ps-interveno.
A fase de avaliao pr-interveno visou avaliar e identificar os contedos e as modalidades
comunicacionais e comportamentais adotadas pela treinadora para interagir com as suas atletas
durante os treinos. Com base nesta avaliao, foram identificados os padres comportamentais
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adotados pela treinadora para interagir com as suas atletas durantes os treinos que devem ser alvo de
interveno.
Como referido no captulo da Avaliao Psicolgica com Treinadores, especificamente, no caso
prtico, para avaliar e registar a frequncia dos comportamentos da treinadora foi aplicado o CBAS
em trs treinos.
A fase de interveno consistiu na aplicao do plano de interveno delineado com base no
PFET. O processo de interveno teve uma durao de trs meses, com sesses semanais com 1 a 2
horas de durao cada uma.
As principais estratgias adotadas foram:
1. Formao do treinador nos princpios e normas para a promoo de padres eficazes de
liderana, relao e comunicao com os atletas;
2. Discusso e anlise dos padres comportamentais adotados pela treinadora durante o
treino em situaes especficas atravs de vdeos;
3. Ensino de estratgias comportamentais para comunicar com as atletas:
3.1 Aprender a aplicar o reforo
3.2 Aprender a aplicar a punio
4. Atividades de modelagem e role-playing para a demonstrao da aplicao das linhas e
princpios de orientao do PFET a diferentes situaes especficas;
5. Anlise, discusso e feedback contnuo e sistemtico relativo aos comportamentos alvo
de modificao da treinadora durante os treinos (atravs de observao direta dos
comportamentos da treinadora durante o treino); e
6. Auto-avaliao e registo contnuo dos seus principais comportamentos, aes e atitudes
aps cada treino.
Na aplicao das estratgias 1, 3, 4 e 5, foram utilizados vdeos de comportamentos da treinadora
durante o treino com o objetivo de confrontar a treinadora com situaes problemticas reais do
treino onde os princpios e orientaes do PFET no estavam ser cumpridas e para posteriormente
simular aplicao e treinar uma estratgia comportamental e comunicacional alternativa de abordar
a situao adotando os princpios do PFET. Deste modo, os vdeos dos comportamentos da
treinadora em interao com as atletas durante o treino foram utilizados como uma forma de
interveno.
A fase de avaliao ps-interveno contempla uma avaliao idntica realizada na printerveno com o objetivo de verificar se ocorreram alteraes nos comportamentos da treinadora
alvo de interveno, e assim comprovar a eficcia da interveno para objetivos propostos.
Contudo, por questes de tempo, no foi possvel realizar esta fase do processo e poder verificar os
efeitos da interveno no comportamento da treinadora durante o treino.
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8. Concluso
De um modo geral, o presente estgio na instituio desportiva Dragon Force Basquetebol
decorreu com razovel sucesso.
Na fase inicial do estgio ocorreram algumas situaes que dificultaram a minha integrao e
que produzirem efeitos negativos na minha auto-confiana para levar a cabo um trabalho de sucesso
nesta rea da psicologia.
Contudo, com o decorrer do tempo, e com a resoluo de algumas destas situaes, consegui
integrar-me e compreender o papel de cada departamento e de cada elemento desses departamentos
na escola Dragon Force. Desta forma, foi possvel encontrar um equilibro e boa comunicao entre
os vrios elementos na produo de uma resposta de qualidade a todos os atletas da escola Dragon
Force.
No mbito do departamento de pedagogia, as nicas funes desempenhadas foram de
superviso de cadernetas portanto, no foi dedicado nenhum captulo do relatrio a este
departamento. Este facto pode dever-se ausncia de dificuldades acentuadas nos mbitos de
atuao deste departamento e ao facto de no existir um local adequado para o seu exerccio.
Portanto, todas as funes desempenhadas ao longo do estgio foram realizadas no mbito do
departamento de psicologia, especificamente, avaliao e interveno psicolgica em atletas e
treinadores.
As tarefas que fui desempenhando ao longo do estgio, promoveram a aquisio de
competncias de avaliao e interveno psicolgica com atletas e treinadores no contexto de
iniciao e formao desportiva.
A minha formao e especializao em psicologia clnica e da sade favoreceu a manipulao de
instrumentos de avaliao e interveno psicolgica, uma vez que muitos dos instrumentos
utilizados na psicolgica do desporto so resultado de uma adaptao ao contexto desportivo.
No entanto, alguns mitos e crenas desajustadas dos treinadores, atletas e demais agentes
desportivos (pais e diretores) sobre o papel da psicologia e do psiclogo em contexto desportivo no
favoreceram uma abertura por parte destes para recorrem ao psiclogo para os auxiliar na resoluo
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de alguns problemas e potenciar as suas competncias. Neste contexto, ainda existe um enorme
receio de pedir ajuda ao psiclogo do desporto, uma vez que ainda se pensa que o psiclogo do
desporto s intervm em atletas e treinadores que apresentem alguma perturbao psicolgica.
Por estas razes, muita da interveno que realizei durante o estgio foi devida formao
prestada aos treinadores sobre alguns aspetos psicolgicos que podem estar a interferir tanto com o
treinador como com os seus atletas que, posteriormente, depois de informados, recorriam ao
psiclogo para os poder ajudar.
O presente estgio permitiu-me explorar e investigar acerca do conhecimento produzido nesta
rea da psicologia e acerca das estratgias e tcnicas psicolgicas mais eficazes para avaliar e
intervir em cada um dos elementos que compem o contexto desportivo.
Atualmente, os treinadores e demais agentes desportivos apresentam ainda carncia de formao
sobre determinados aspetos psicolgicos que interferem de forma significativa no desempenho
desportivo dos atletas e dos prprios treinadores.
Na minha viso, um passo importante da psicologia do desporto no contexto de iniciao e
formao desportiva a informao e formao dos treinadores e demais agentes desportivos sobre
os fatores e variveis psicolgicas que podem afetar a desempenho desportivo, as experincias
desportivas positivas e o bem-estar e satisfao dos jovens atletas, para que estes permaneam na
atividade desportiva.
O presente estgio promoveu uma viso mais completa e realista da aplicao dos
conhecimentos psicolgicos para a compreenso do funcionamento psicolgico das crianas e
jovens durante a desempenho e prtica desportiva.
A psicologia do desporto a rea da psicologia que mais me fascina e que mais me inquieta na
procura de novas e mais eficazes respostas para os problemas apresentados no contexto desportivo.
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9. Referncias
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10. Anexos
10.1 Anexo A: Relatrio de Avaliao Psicolgica do Comportamento Comunicacional da
Treinadora R
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