A Expansão Do Neopentecostalismo
A Expansão Do Neopentecostalismo
A Expansão Do Neopentecostalismo
SALVADOR BA
2007
1
SALVADOR BA
2007
2
SALVADOR
2007
3
AGRADECIMENTO
A Deus por ter nos ajudado a cumprir essa longa e rdua tarefa e ao
mesmo tempo muito gratificante, que o curso de bacharel em Teologia.
Aos nossos pais e conjugues pelo apoio, incentivo e compreenso nos
momentos de ausncia.
Ao nosso orientador, mestre Marcos Vincio de S. Pereira que muito
contribuiu para que avanssemos alm dos nossos limites, estimulando nossa
capacidade intelectual atravs de explicaes do contexto desta, que nos
trouxeram ricos e valiosos conhecimentos na rea da sociologia que foi um
norte para o nosso trabalho.
Ao Diretor da FCT, Prof. Carlos Alberto Ferreira da Silva por nos
incentivar atravs da sua exigncia a buscarmos fazer sempre o melhor e
nunca negligenciarmos as nossas obrigaes, no qual nesse sentido
encontramos nele verdadeiro exemplo.
A toda equipe de professores da FCT, porm em especial a Prof.
Marlene Sampaio pela sua capacidade de ensino em sala de aula que deu
margem com a sua chegada a conhecimentos ainda no obtidos, fator esse,
que nos ajudou grandemente na realizao desta.
Aos nossos amados colegas de faculdade por estarmos juntos
enfrentando essa nova etapa em nossas vidas, sendo apoio e estmulo para
que continussemos em frente.
RESUMO
ABSTRACT
SUMARIO
Introduo _____________________________________9
Captulo 1
Conceito e Histrico de Neopentecostalismo
1.1 Conceito ____________________________________12
1.2 Histrico ___________________________________________17
1.3 Igrejas Neopentecostais em Salvador ___________________31
1.4 As Doutrinas Neopentecostais: Rituais e Costumes _______33
1.5 As Diferenas Teolgicas Neopentecostais________40
Captulo 2
O Pluralismo Religioso no Meio Evanglico.
2.1 As Dimenses Individuais: Crise de Identidade Religiosa_____52
2.2 Neopentecostalismo: Evangelismo ou Comercio Religioso?__55
2.3 Concluso _______________________________________58
2.4 Bibliografia_______________________________________60
ANEXO ________________________________________________65
INTRODUO
O titulo deste trabalho A expanso das igrejas neopentecostais: causas
e efeitos no campo religioso alcana um espao de ao caracteristicamente
plural. primeira vista, sendo um campo pluralstico e hbrido, como assim
asseveram os especialistas do campo -, demandaria maior tempo de trabalho e
uma pesquisa estruturalmente densa. Porm, nossa metodologia apenas
comportou uma ampla pesquisa documental e literria, contendo anlises
pessoais dos prprios autores desta monografia.
Desta forma, sabemos que um trabalho que abrangesse tamanha
dimenso custaria uma longa e extenuante pesquisa de campo. Porm, em
razo da falta de logstica e maturidade cientfica reconhecemos esta
deficincia - reduzimos a pesquisa apenas na anlise documental e dos
achados literrios e digitais pesquisa em internet.
Contudo, consideramos desafiante este tema, levando-nos a repensar e
desmistificar alguns conceitos que o senso-comum geralmente corrompe pela
falta do exerccio racional. Portanto, sendo estudantes e futuros telogos,
consideramos nossa disciplina a partir do ponto-de-vista da cincia e, seguindo
os passos da reflexo racional, dirigimos esta pesquisa com o intuito de nos
precavermos de atitudes sectaristas, proselitistas e, por fim, eivadas de
concepes simplificadoras. Nosso propsito resume-se na produo de uma
pesquisa cujo fim simplesmente o debate, a informao e anlise de um
movimento que tem crescido e acumulado milhares de adeptos.
O neopentecostalismo, mote da nossa pesquisa, alm de ser um
movimento que se cristalizou inicialmente nas classes populares, hoje atinge
todos os estratos sociais, com uma abordagem simples, mas de alcance
imensurvel. Podemos perceber esta dimenso atravs da mdia, das
congregaes amarrotadas de crentes, e das estruturais colossais dos templos
erguidos, apresentado estilos arquitetnicos suntuosos e estilizados.
Que
reflete uma dvida geral por partes de muitos observadores desse movimento.
10
11
Captulo I
1.1 CONCEITO
Segundo Machado (2005) o conceito de neopentecostalismo surgiu no
Brasil a partir da dcada de 1970. O termo tem uma origem essencialmente
acadmica, sendo uma categoria analtica das cincias sociais (incluindo a
Teologia), e no uma auto-atribuio dessas igrejas. O prefixo neo, portanto,
serve para apontar uma postura inovadora de certas correntes do
pentecostalismo clssico brasileiro, assumindo uma conduta religiosa mais
condizente com a chamada ps-contemporaneidade. Esta conduta se expressa
a partir de manifestaes em torno de certas crenas crists e da forma como
encarado o sentido religioso das prticas ritualizadas nessas igrejas.
Dentro do pentecostalismo, no existe homogeneidade teolgica devido
s diferenas
internas
em
relao
formas
de
governo
eclesial,
12
com novos conceitos, prticas e ritos que muitas vezes so to distantes dos
fundamentos teolgicos recebidos da outrora igreja matriz.
O vertiginoso crescimento pentecostal em mltiplas frentes
denominacionais representa, sem dvida, considervel
mudana no cenrio religioso brasileiro. Alm de ampliar e
diversificar as religies de matriz crist em solo nacional vem
influenciando, desde os anos 60, a formao de cismas
denominacionais
no
protestantismo
histrico,
pentecostalizando parte dele e, mais recentemente,
concorrendo com a verso pentecostal do catolicismo, a
Renovao Carismtica Catlica. A expanso do pluralismo
religioso frise-se, significa igualmente a dessacralizao da
cultura atravs do desenraizamento dos brasileiros da religio
tradicional e da tradio religiosa, desenraizamento que os
abre para a apostasia, para a quebra da lealdade religiosa,
para a livre escolha religiosa (...) e para a desfiliao religiosa.
Isto , a pluralizao do espectro cristo, ao expandir o
mercado religioso, contexto no qual as religies no podem
contar a priori com a submisso nem com a lealdade dos fiis,
implica secularizao (...) racionalizao das instituies
religiosas e declnio do compromisso religioso (Mariano,
1998, p48.)
Esses aspectos relacionados ao pluralismo religioso que tem como
aliado s cises das instituies j estabelecidas, atinge em cheio, a partir da
dcada de 60, as igrejas do protestantismo histrico, onde passam a se
intitularem como igrejas histricas renovadas. Isso ocorre porque essas novas
igrejas nascidas das cises, eram em grande parte ascticas e que no criam
nos dons do Esprito Santo para os dias atuais, dessa forma, passam a no
somente a adot-los como tambm a aceitar vrias outras prticas exercidas
pelo movimento neopentecostal, assumindo condutas totalmente novas em
comparao as que anteriormente praticavam. (Mariano. 1999. pp.48-49).
A expanso dessas novas igrejas tem trazido ao cenrio brasileiro outro
conceito de igreja. O de Igrejas mercantilistas, pois so voltadas a
empreendimentos religiosos no qual o pluralismo teolgico as favorece. Assim
os produtos oferecidos por elas so voltados a um pblico previamente
escolhido e segmentado a fim de satisfaz-los. Tais produtos so conceituados
como bens religiosos, como salvao, libertao das culpas, sentido para a
vida, prosperidade financeira, entre outros. Isso ocorre porque existe um novo
13
ondas
pentecostais
onde
ele
analisa
desde
surgimento
do
14
Segundo
Giumbelli
(2000)
para
chegar-se
at
conceito
de
15
Essa
anlise
aplica-se
principalmente
surpreendente
No
entanto,
apesar
da
hibridade
no
campo
de
estudo
do
16
1.2 HISTRICO
A rpida expanso das igrejas pentecostais nas ltimas dcadas no
Brasil levou os estudiosos da religio a analisarem de forma epistemolgica o
movimento pentecostal, buscando nas suas razes uma explicao para as
transformaes nas doutrinas e nos discursos no cerne dessas igrejas. No
entanto, quando voltamos a analisar as razes desse movimento, verificamos
que existem vrias vertentes devido grande complexidade de informaes
causadas pelo pluralismo teolgico. Dessa forma, optamos em expor as idias
dos principais estudiosos desse campo de estudo, porm sem nos
apropriarmos delas.
A busca de razes teolgicas de um grupo uma tarefa que
pode levar o pesquisador a se perder nos inmeros caminhos
e pntanos, espalhados aleatoriamente ao seu redor. Mesmo
assim, fundamental a avaliao e comparao dos conceitos
e crenas semelhantes, presentes em vrios sistemas
religiosos. (Campos. 1999. pg.363).
17
sc. XX nos Estados Unidos. Porm o pentecostalismo foi o que teve maior
adaptao e desenvolvimento devido tendncia a aceitar os dons de
revelao, profecias e vises nos dias atuais, mas as seitas metafsicas foram
as que forneceram a cosmoviso geral que deram forma ao evangelho da
prosperidade que foi difundido atravs de Kenneth Hagin e Essek William
Kenyon.
O movimento de idias desencadeado atravs de experincias
teraputicas surgido nos EUA no sc. XIX, tendo como lder Phineas Quimby
(1802-1866), divulgou essas tcnicas teraputicas e conceitos elaborados na
Europa pelo austraco Franz A. Mesmer (1734-1815). Tais experincias foram
chamadas posteriormente de nova filosofia. Ainda no sc. XIX dentro dessa
mesma filosofia se desenvolveram o espiritismo na Frana por Allan Kardec, a
Cincia Crist, de Mary Baker Eddy, movimentos teosficos e inmeras seitas
metafsicas. Todos esses movimentos trabalham o pressuposto de que as
foras mentais e espirituais esto disposio do homem para realizar curas e
resolver problemas. Foram nessas fontes, que Essek Kenyon estudou no
centro de difuso da nova filosofia Emerson College of Oratory, em Boston
e posteriormente vrios pregadores norte-americanos entre eles Kenneth
Hagin, T.L Osborn, Jimmy Swaggart, Kenneth Copeland e Benny Hin.
(Campos. 1999. pg.365).
A Teologia da Prosperidade evidencia a Autoridade Espiritual que
afirma que Deus tem ungido profetas nos dias de hoje, tais homens so portavozes de Deus. Defendem Sade e Prosperidade consequentemente
doenas e problemas financeiros no so da vontade de Deus para o Cristo.
Por isso eles devem ser prsperos e saudveis durante toda a sua vida. Em
relao prosperidade, o discurso dessa teologia que (...) Deus quer que
seus filhos comam o melhor da terra, vistam as melhores roupas, dirijam os
melhores carros e tenham o melhor de todas as coisas (Piarrat, 1993, p366).
A Confisso Positiva (idem) enfatiza que o cristo ser prospero
segundo aquilo que ele conhece sobre seus direitos, de acordo com a firmeza
com que ele acredita, pois no preciso esperar a prosperidade na vida eterna
18
com Cristo, mas o cristo deve usufruir destes direitos aqui e agora, porm
para isso preciso ter f, no qualquer tipo de f e sim uma f de quem
conhece seus direitos (e eles reivindicam isso de Deus que tem obrigao de
responder a orao feita). Isso tudo deve ser ratificado atravs do uso do nome
de Jesus, pois no nome de Jesus temos todo poder e autoridade, porm aps
confessar, exigir de Deus os seus direitos, necessrio ainda no duvidar de
tal orao. Outro aspecto de bastante relevncia a guerra entre Deus e o
diabo, que enxerga satans como um deus oposto e quase igual a Deus, pois
satans acusado de todos os problemas, sofrimentos e aflies na vida.
(Piarrat, 1993.p.367).
No Brasil a Teologia da Prosperidade recebeu grande notoriedade na
dcada de 70, que tem como propagadores principais RR. Soares, Edir
Macedo, Snia Hernandes, Valnice Milhomes, entre outros. Como a teologia da
prosperidade um movimento dado por revelao, ao surgir no Brasil,
recebeu novas prticas e conceitos adaptados cultura brasileira e constantes
inovaes por parte dos seus lderes que divulgam tais ensinos atravs de
literaturas e sistemas audiovisuais. Levando o neopentecostalismo a distanciarse de forma considervel da teologia do pentecostalismo clssico.
RR Soares e Valnice Milhomes possuem uma teologia
explicitamente mais prxima de Hagin, contudo no
programa de Snia Hernandes onde h uma disposio e uma
linguagem de classe mdia. Nos gestuais e vesturios h toda
uma identificao com o vivenciado por grupos sociais mais
bem situados na sociedade: O Movimento Nova Era no Brasil
e em outros pases onde tem se desenvolvido, vem atraindo
principalmente pessoas das classes mdias urbanas, que
apresentam afinidade eletiva com o expressivo psicolgico,
na sua busca por autenticidade, liberdade e autoaperfeioamento. (Fonseca, 1998, p.6).
19
20
21
22
67,3%, 2,8 vezes mais do que a populao brasileira, havendo uma quantidade
de 13.189.282 evanglicos. Porm, o mais entusistico crescimento deu-se na
categoria dos pentecostais, onde desde o censo de 1980 j os separavam dos
protestantes, com crescimento acentuado de 111,7%. Taxa que provavelmente
foi ainda maior, visto que o IBGE, ao no identificar a filiao pentecostal ou
protestante de 621.306 evanglicos, optou por enquadr-los na categoria
crist reformada no determinada. Tal expanso dar-se pelo surgimento e
desenvolvimento do neopentecostalismo e de suas prticas de dessacralizao
e flexibilizao das doutrinas evanglicas e do intenso contato com a
sociedade e governo atravs da poltica disseminada pela utilizao da mdia.
Firmando as bases da igreja em nvel de empreendimento Edir Macedo,
difere em muito de todo o contexto de igreja j visto no Brasil, por mesclar as
prticas do neopentecostalismo com inovaes prprias e marketing agressivo,
tem como resultado sua surpreendente expanso com 2.014 templos no Brasil
e 236 em 65 pases at 1995, uso da mdia em larga escala, compra de vrios
seguimentos empresarial lucrativo, assim como grande notoriedade nos meios
de comunicao, destaque na poltica com lanamento de candidatos da
prpria igreja e clara expanso no exterior entre os africanos, europeus e norte
americanos. Dessa forma os autores e os meios de comunicao que se
referem a IURD no somente a tratam como simplesmente uma igreja, mas
sempre a relaciona como empresa e usa termos do mercado para classificar
algumas das suas prticas. Nesse contexto surgem vrias igrejas voltadas para
expanso com viso mercantilista mudando todo o cenrio religioso brasileiro.
(Campos. 1999. pp.1-2).
Sugiro que o fenmeno das empresas de cura divina deva ser
compreendido segundo um modelo econmico e no religioso. O
que lhe d a sua configurao especifica o fato da
comercializao de bens espirituais, e no um fato de serem
espirituais os bens comercializados (...). A meu ver, no estamos
diante de uma manifestao religiosa que lana mo de mtodos
empresariais. Sugiro a direo inversa: a mentalidade de
empresa aqui comea a produzir e a distribuir bens espirituais.
(Alves, 1979b, p.115).
24
25
26
27
28
internacionalizao
desse
movimento
suas
caractersticas
mesmo de Opus Dei, onde se reunia com 11 homens, formando assim os 12. A
finalidade era recrutar leigos proeminentes dos vrios setores sociais, e nos
29
30
congregaes
independentes,
no
propriamente
atribudas
pelo
IBGE,
onde
igrejas
como
IURD
neopentecostais
estariam
distribudas
nas
estatsticas
A Primeira Igreja Batista do Brasil (PIB), por exemplo. Embora mantenha o nome batista em razo da
tradio de ser a primeira igreja batista erigida para brasileiros, a igreja aderiu ao movimento celular no
ano de 2000. Hoje, a igreja no mantm os rituais batistas de dcadas passadas, sendo completamente
alheia s caractersticas da liturgia secular introduzida pelos missionrios americanos e seguida, com
algumas atualizaes, pelas igrejas afiliadas da Conveno Batista Brasileira. .
32
como
adultrio,
homossexualismo,
etc.
Tais
fatores
os
33
34
35
emergentes dos adeptos, este por sua vez, prontamente recebe a mensagem
por dizer exatamente o que est precisando ou querendo ouvir, saindo dali com
a sua vitria nas mos, e curados pelos milagres ali ocorridos. Tal
comportamento nos reporta aquilo que Campos (1999), expressa:
(...) do grupo de pessoas que vivem em situaes limites de
sofrimento, decepcionados com a medicina oficial, que as
igrejas neopentecostais, em destaque IURD, atraem adeptos.
Muitos deles se classificam, ao chegarem nesses prontossocorros espirituais, como os desenganados da cincia,
aqueles que tm apenas uma ltima rstia de esperana o
milagre. (Idem. 1999. p352).
Porm
com
prticas
um
tanto
distintas
das
demais
igrejas
37
exacerbao do individualismo.
Ainda voltado para cura espiritual o movimento G12 usa prticas que
buscam a cura interior plena e perdo dos pegados, tais como conferncias
com fita de vdeo e prticas de introspeco para levar o novo decidido ao
38
39
seguimentos
pentecostais
deu-se
atravs
dessa
marcante
40
Por ter surgido entre as seitas metafsicas (ver histrico), que hoje so
chamadas de Nova Era, possui elementos muito relacionados a ela, que esto
introduzidos sutilmente por estarem sendo expostos com fragmentos bblicos
ou com passagens bblicas exegeticamente equivocadas. Dessa forma os
ensinos de prosperidade no tiveram origem dentro do pentecostalismo,
todavia a tendncia das denominaes pentecostais de aceitarem afirmaes
de autoridade proftica criou um espao teolgico, onde ela pde se firmar e
crescer (Pierrat. 1993.p.23).
Os lderes da Teologia da Prosperidade declaram que existem homens
nos dias de hoje que so profetas de Deus, que recebem revelaes
diretamente do Senhor, atravs de vises, profecias, arrebatamento no
Esprito. Portanto so autoridades espirituais que no podem ser questionadas,
pois quem assim o faz estaro enfrentando o prprio Deus dessa forma,
ressurge no seio do neopentecostalismo as antigas imagens de bispo e
apstolos como autoridade mxima dentro desse seguimento. Isso os remete
ao conceito de deidade, onde o homem torna-se Deus.
A semelhana de muitas igrejas carismticas e pentecostais,
Hagin ensina que Deus est ungido profetas nos dias de hoje.
Tais homens so porta-vozes de Deus, e, portanto, trazem
consigo a autoridade do prprio Senhor. Ele ridiculariza
aquelas denominaes que ensinam que a autoridade
apostlica cessou com a morte dos Doze, dizendo que o
diabo j ludibriou denominaes interiras fazendo-as pensar
que esse dom cessou com os doze, tal afirmativa encontra-se
em seu livro denominado Nome, p.9. (Pierrat. 1993.p.38).
41
42
43
44
45
CAPTULO II
46
religiosos,
formou
uma
linguagem
que
atraiu
as
demais
47
libertao,
exorcismo,
prosperidade,
sade,
emprego,
salvao,
libertao das dvidas, entre outras. Nos mais diversos contextos tais
benefcios so expostos e os ouvintes tm a opo de escolha em qual desses
locais alcanar aquilo que tem ansiado, sem necessariamente ser
componente fixo daquele lugar, podendo pertencer a outro seguimento religioso
(catlico, outra igreja evanglica tradicional ou pentecostal, espritas, etc.) sem
nenhum problema de haver restries, o importante, fixa, em adquirir esses
bens imediatos, e ainda no se descarta a possibilidade de identificarem
algumas de suas crenas e prticas exercidas nos seus seguimentos de
origem. (Campos. 1999.p.).
Dessa forma o pluralismo vai se erradicando por haver dentro de cada
igreja diferente seguimentos religiosos.
48
religies
geraram
uma
busca
para
garantir
espaos
de
49
50
do
neopentecostalismo,
acrescenta
novas
tendncias,
como
51
52
53
tambm
temporrios,
assim
tal
fator
contribui
para
que
54
55
56
57
CONCLUSO
A partir da dcada de 90, a Amrica Latina, especialmente o Brasil, o
cristianismo experimentou mudanas no comportamento dos seus adeptos.
Seus efeitos sensibilizaram a academia, especialmente cientistas sociais e
telogos, produzindo na mesma dcada um profcuo e valioso material, rico na
gama de manifestaes religiosas, tanto de matriz protestante e catlica. As
expresses, manifestaes e xtases que se reproduzem, dia aps dia nas
igrejas algumas delas em pequenas garagens e lajes precrias
demonstram uma outra face dos povos latino-americanos: a excluso. Vitimas
da expropriao econmica, da violncia institucionalizada, da pobreza,
havendo o prprio Estado fracassado na gerncia e atendimento das
necessidades mais prementes do seu povo a falncia to propalada do
estado de bem-estar social -, milhares de pessoas depositam suas esperanas
numa f circunscrita na relao Deus-prosperidade.
A tese da secularizao da sociedade moderna, vaticinadas pelos
cientistas do sculo XX, surge hoje como um paradigma em decadncia. Hoje
as grandes denominaes so verdadeiras instituies poderosas, respaldadas
poltica e financeiramente por entidades pblicas e privadas. Isto demonstra o
nvel de racionalidade - que uma racionalizao de carter econmico e
adaptado cultura ps-moderna - que as denominaes evanglicas
neopentecostais hoje se encontram. Essa racionalizao do mercado religioso
faz-nos compreender a religio como uma grande empresa organizada, j que
a oferta bastante concorrida, onde cada igreja disputa cada fiel, num jogo
onde aquela que possuir um volume de recursos maior poder alcanar mais
adeses.
Sendo assim, o mercado religioso no difere de outros mercados. As
igrejas mais ascticas, de certo, continuaro a existir como formas
independentes, tangenciando o mercado central religioso, como no modelo
apocalpticos e integrados de Umberto Eco (1988): os apocalpticos sero
sempre aqueles que criticaro as igrejas hegemnicas (as igrejas integradas
58
59
BIBLIOGRAFIA
60
http://www.ibcambui.org.br/artigos/art57.pdf.
BONFFATI, Paulo. Relevantes Aspectos Observados na Igreja Universal do
Reino de Deus.
http://www.mphp.org/index2.php?
option=com_content&do_pdf=1&id=49.
http:www.pucsp.br/rever/rv2_2002/_tStadler.htm.
Acesso: 29.11.2007
CAMPOS, Leonildo. A Igreja universal do Reino de Deus um Empreendimento
Religioso Atual e Seus Modos de Expanso.
61
http:www.lusotopie.sciencespobordeaux.fr/campos99.pdf
Acesso: 29.10.07
FRESTON, Paul. A Igreja Universal do Reino de Deus na Europa.
http:www.lusotopie.sciencespobordeaux.fr/freston2.pdf
Acesso: 25.10.07
PORTELLA, Rodrigo. Religio, Sensibilidade Religiosa e Ps-modernidade da
Ciranda entre Religio e Secularizao. REVER: Revista de Estudos da
Religio.
http: www.puecs.br/rever/rv2_2006/t_portella.htm
GIUMBELLI, Emerson. A Vontade do Saber: Terminologias e classificao
sobre o protestantismo Brasileiro. REVER: Revista de Estudos da Religio.
Pp.87-113. 2000. http: www.puecs.br/rever/rv2_2006/t_giumbelli.
GABRIELE, Cipriani. Pentecostalismo.
http:www.missiologia.org.br/cursando/54 pentecostalismo.htm.
Acesso: 30.10.2007.
MARIANO, Ricardo. Secularizao do Estado, Liberdade e Pluralismo
Religioso.
http:secularizao%20do%20estado%20liberdade
%20pluralismo%20religios.Acesso: 21.4.2007.
MARIANO, Ricardo. O Debate Acadmico Sobre as Prticas Monetrias da
Igreja Universal.
http://bibliotecavirtual.calcso.org.ar_ar_libros_anpocs_mariano
rtf.
MARIANO, Ricardo. O Futuro No Ser Protestante.
62
http://64.233.169.104/search?
q=cache:_rm209hqbmsj:wwwiquadrangular.sdnet.com.
FONSECA, Alexandre. Nova Era Evanglica, Confisso Positiva e o
Crescimento dos Sem Religio.
http://cc.mnscache.com/cache.aspx?
q=723148219510468mkt=pt_brflong=pt_br Acesso: 14.11.2007
BURITY, Joanildo. Cultura e Identidade no Campo religioso.
http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/brasil/cpad/estudo
s/nove/burity9.htm. Acesso: 23.11.2007.
BURITY, Joanildo. Religio e Poltica na Fronteira: Institucionalizao e
deslocamento numa relao Historicamente Polmica.
http://www.pucsp.br/rever/nv4_2001/t_burity.htm.Acesso:
21.11.2007
GRUMAN, Marcelo. O Lugar da Cidadania: O Estado Moderno, Pluralismo
Religioso e Representao Poltica.
http://www.pucsp.br/rever/rv1.2005/tgruman.htm.
Acesso: 17.11.2007
DORNELES, Vanderlei. Literatura Pentecostal Rompe Barreira entre o Religioso
e o Popular.
http://www.musicadorao.com.br/artigo/meidliturgia_pentecost
al.htm. Acesso: 28.11.2007.
MONTERIO, Paula. Magia, Racionalidade e Sujeitos Polticos.
http://www.anpocs.org.br/portal/publicaoes/rbes0026/rbes2606.
htm.
63
http://solascriptura_tl.org/seitas/pentecostalismo/g12deescrivaa
castellanos_g12evangelico. Acesso: 01.12.2007
SANCHES, Timteo. Expondo a Conexo entre o Neopentecostalismo e o
Evangelho New Age (Nova Era).
http://geocities.yahoo.com.br/timoteo_sanches/index.html
PIERRI, Sanchis. Desencanto e Formas Contemporneas do
Religioso. MINAS GERAIS, 2001.
http://www.seer.ufrgs.br/indexphp/cienciassociaisereligiao/articl
e/viewFile/21.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica.
[email protected]_de_Dissemina0xL187C6zo_de_Infor
ma0xL187E4zes/DIPEQ-BA/UR/IBGE
(Setor_de_Dissemina0xL187C6zo_de_Informa0xL187
E4zes/DIPEQ-BA/UR/[email protected]
SEPAL, Pesquisas Sepal.
http://www.pesquisasepal.microsoftinternetexplore.
VEJA, Revista on line. Soldados da F e da Prosperidade. 1997.
http://veja.abril.com.br/02. 07.97/p_48.html.
VEJA, Revista on line. Esta da Ibope. 2000.
http:/veja.abril.com.br/041000/p_090.html
64
ANEXO
65
QUADRO 1
Tabela 137 - Populao residente por religio
Varivel = Populao residente (Pessoas)
Municpio
Salvador - BA
Religio
Outra crist tradicional
Ano
1991
2000
32.248
- 1.479.101
1.561.150
Evanglicas
324.785
Evanglicas - de misso
135.739
21.538
423
107.477
4.825
1.477
Evanglicas - de origem
Evanglicas - de origem
crist do Brasil
Evanglicas - de origem
de Deus
Evanglicas - de origem
quadrangular
Evanglicas - de origem
assemblia de Deus
Evanglicas - de origem
179.303
12.735
60.153
5.990
68.821
31.605
pentecostal
pentecostal - Igreja congregacional
pentecostal - Igreja universal do reino
pentecostal - Evanglica evangelho
pentecostal - Igreja evanglica
pentecostal - outras
Evanglica tradicional
Evanglicas - outras religies evanglicas
Evanglica pentecostal
Crist reformada no determinada
Neo-crist
62.085
9.743
82.719
2.769
40.757
59.488
39.047
61.833
348
6.058
Umbanda
3.033
Candombl
8.926
Judaica
697
549
3.510
Budismo
1.778
4.912
Islmica
243
Hindusta
156
Tradies esotricas
1.084
Tradies indgenas
109
Outras religiosidades
44.889
1.603
234.364
443.236
Testemunhas de Jeov
Esprita
Espiritualista
Umbanda e candombl
Judaica ou israelita
Religies orientais
Outras
Sem religio
66
No determinadas
Sem declarao
3.225
8.415
5.266
Nota:
Para 1991:
1 - Dados da Amostra
Para 2000:
1 - Os dados so dos Primeiro resultados da amostra
67
Regies
Estados
Municpios
NOVO! Power Point Brasil 2007 (projees
para 2007)
Evanglicos no Brasil
Observe no grfico ao lado que de 1980 a 1991, os evanglicos cresceram
2,5 vezes mais do que a populao (5,18% ao ano - Igreja e 1,93% ao ano
- populao). De 1991 a 2000, a diferena entre o crescimento da
populao e o crescimento dos evanglicos aumentou; o crescimento dos
evanglicos chegou a superar em 4 vezes o crescimento da populao do
pas (7,43% ao ano - Igreja e 1,63% ao ano populao).
Quantos evanglicos tm no Brasil?
Em 1980 o Censo constatou uma populao evanglica no pas de 7,9
milhes;
Em 1991 foi de 13,7 milhes;
Em 2000 foi de 26,1 milhes.
O grfico ao lado mostra que, se o crescimento constatado entre 1991 e 2000 continuar,
a populao evanglica brasileira em 2007 estaria em torno de 43 milhes e chegar a
aproximadamente 55 milhes no ano 2010. Em 2022, os evanglicos podero chegar a
50% da populao brasileira.
Agradecemos a Deus pelo extraordinrio crescimento que Ele tem dado
Igreja Evanglica no Brasil! A Igreja cresceu mais que o dobro do ritmo da
populao durante mais de 20 anos.
68
enhor, e tambm muito trabalho ainda para fazer. Estes nmeros revelam o panorama
evanglico nacional. Para que o crescimento continue de maneira mais equilibrada
necessrio observar a distribuio regional, estadual e municipal e verificar onde
preciso mais da nossa ateno.
--- Este material poder ser publicado sem autorizao prvia desde que seja
mencionada a fonte de origem: Pesquisas - SEPAL --Publicado em: 2006-01-02 (11151 leituras)
[ Voltar ]
69
70
17,9%
Bahia
17,2%
Cear
13,9%
Maranho
17,6%
Paraba
16,9%
Pernambuco
21,9%
Piau
10,2%
15,9%
Sergipe
11,4%
--- Este material poder ser publicado sem autorizao prvia desde que seja mencionada a fonte de origem:
Pesquisas - SEPAL --Publicado em: 2006-01-02 (1693 leituras)
[Voltar]
Content
Sepal Pesquisas 2006 - Servindo a Pastores e Lderes - Powered by PHP-Nuke
71
72