Conflito e Intervenção Na Escola
Conflito e Intervenção Na Escola
Conflito e Intervenção Na Escola
INTERPESSOAIS MESTRADO EM
SUPERVISÃO
PEDAGÓGICA
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ão verbal, o intercâmbio de ideias, a cedência de ambas as partes na procura da justiça, no direito à igualdade de oportunidades para todos e no direito à diferença de cada um.
Artigo 13.o
(Princípio da igualdade)
s têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.
privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convic
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Introdução
Presentemente, proliferam concepções de senso comum que, de um modo genérico,
designam o conflito na escola por “violência” e que os meios de comunicação social
aproveitam, por um lado, numa lógica de concorrência, por outro, numa tentativa de
exploração “eleitoral dos sentimentos de insegurança e incerteza partilhados por partes
significativas da sociedade portuguesa” (Sebastião, J. 2003: 37), o que leva “à crescente
exigência de tomada de medidas políticas e disciplinares mais severas”. (Sebastião, J. 2003:
37).
Assistimos, então, à passagem de um quadro em que raramente se falava de violência,
mas sim de indisciplina, para o seu uso generalizado de que “tudo passou a ser violência, da
agressão física ao colega até ao risco no carro do professor” (Sebastião, J. 2003: 38). Assim, o
conceito de violência no contexto escolar compõe-se de acções decorrentes de
“personalidades patológicas, individuais ou colectivas, ou portadoras de quadros culturais e de
valores delinquentes” (Sebastião, J. 2003: 38). Tal concepção não revela que a violência, nas
suas múltiplas formas, possa ser considerada como um elemento estrutural da sociedade
ocidental, presente no dia-a-dia dos mais diversos contextos (familiar, no desporto, nos
media… guerras), sendo a violência escolar uma parte desse fenómeno.
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Johnson e Johnson (idem) classificam os conflitos nas escolas como: (i) controvérsia, quando
as ideias, informações, conclusões, teorias e opiniões são incompatíveis, mas existe a procura
de um acordo, o que poderá ser construtivo e facilitador da aprendizagem; (ii) conflito
conceptual, quando coexistem ideias incompatíveis com o conhecimento pré-existente e em
que são percepcionadas controvérsias com as posições anteriores; (iii) conflito de interesse
quando as acções de um sujeito, maximizando os seus objectivos, interferem ou bloqueiam as
acções de outro que também pretende atingir as suas finalidades; (iv) conflito
desenvolvimental, quando forças opostas de estabilidade e mudança se evidenciam em
situações incompatíveis entre adultos e crianças.
Na verdade, os conflitos fazem parte do quotidiano de uma escola e são inevitáveis.
Assim, independentemente do tipo de conflito e da sua natureza individual, interpessoal ou
intra-grupal, será fundamental não os rotular a priori de bons ou maus, mas tentar encontrar a
sua resolução e indagar as suas necessidades ontológicas. De facto, as escolas são também um
espaço de aprendizagem de competências de formação para a cidadania e de relacionamento
interpessoal, sendo imperativo que todos se consciencializem que determinados
comportamentos, nomeadamente os que resultam de situações de violência não são benéficos
para quem os pratica ou para quem os sofre.
Apesar de não ser um fenómeno recente, o bullying é transversal a toda a sociedade,
mas constitui-se como um tipo de conflito que atinge uma maior visibilidade nas escolas,
nomeadamente em situações de abusos entre crianças e jovens.
Segundo Haber & Glatzer (2009: 20) o bullying é um padrão repetitivo ou crónico de
um comportamento lesivo que envolve o intuito de manter um desequilíbrio de poder, no
sentido de constituir uma dinâmica desigual. Assim, este conceito não tem que ver com a
resolução de um conflito e não se passa entre oponentes do mesmo nível, ultrapassando os
limites do razoável. Na opinião dos autores citados, o agressor/bully acredita que o seu alvo é
mais fraco (física, mental social ou emocionalmente) e sente prazer ao magoar o outro,
considerando que esta é uma forma de aumentar o seu poder à custa de outra pessoa.
O termo inglês bullying surge do verbo " to bully" o qual foi introduzido nos países
escandinavos, no início da década de 80. O conceito de bullying refere-se a um tipo particular
de violência ou agressão na escola, manifestada entre pares e distinta das brincadeiras ou
discussões comuns e ocasionais entre pares, tentando caracterizar um fenómeno que engloba
todas as situações de provocação, vitimação, intimidação, agressividade ou violência. Neste
sentido, o conceito de violência, associa-se ao uso do poder ou força para intimidar, excluir,
implicar, humilhar, não dar atenção ou perseguir os outros.
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Apesar de ainda não haver uma unicidade do conceito, a Psicologia e as Ciências da
Educação têm vindo a desenvolver um conjunto de pesquisas em torno do “conceito do
bullying, cujo enfoque incide nos chamados comportamentos disruptivos e nos problemas
disciplinares entre os professores e os alunos” (Almeida, 1999, citado por Sebastião, J. 2003).
Trata-se de um conceito usado nos países da Europa do norte e, até muito recentemente, não
era utilizado em países como a França, Alemanha ou Grécia. Em Portugal, a tradução para o
conceito de bullying proposta por Almeida, aproxima-o das expressões: “abusar dos colegas”,
“vitimizar”, “intimidar” e “violência na escola” (Almeida, 1999: 178, citado por Sebastião, J.
2003). Marchand (2001, citada por Sebastião, 2003), que procurou analisar e discutir o
conceito de bullying, entendeu-o como coacção; e Pereira, Neto e outros (2001, citados por
Sebastião, J. 2003) apresentaram o conceito de bullying como agressão sistemática e
intencional entre pares, referindo que os recreios como os espaços escolares com maior
incidência de ocorrência de bullying, particularmente quando se situam em espaços no
exterior dos edifícios (Pereira et al, 1997: 239).
Assim, o conceito de bullying, enquanto forma de violência na dimensão relacional,
está associado a três padrões de comportamento: (i) a intencionalidade; (ii)a repetição ao
longo do tempo; (iii) haver sempre um desequilíbrio de poder no centro da dinâmica do
bullying.
Segundo Carvalhosa, S. et al. (2001), “a frequência do bullying diminui com o
aumento dos anos de escolaridade” (p. 524), sendo mais representativa entre os 11 e os 16
anos de idade, ou seja, entre o 5º ano e o 9º ano de escolaridade.
Apesar da maioria dos comportamentos de bullying ocorrerem na escola, a sua
prevenção não deve ficar restrita a esta. Pelo contrário, deve envolver a família, a escola e os
próprios jovens, ou seja, envolver os agressores, as vítimas e os espectadores.
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Uma das estratégias mais preconizadas para a resolução de conflitos é a mediação por
pares. Estes programas começaram a ser praticados nas escolas americanas, na década de 80,
do século XX, e, actualmente, são utilizados em inúmeras escolas de vários países.
A mediação entre pares é um processo inteiramente desenvolvido por alunos e
corroborado por professores e outros profissionais da escola que assumem tarefas de
formação dos alunos para o desenvolvimento de etapas de resolução de conflitos (Anexo I).
Os alunos mediadores são treinados como “interventores neutros na ajuda a outros alunos para
a resolução de disputas interpessoais” (Jones & Brinkman, citados por Costa e Matos,
2007:77), através da escuta activa e da negociação entre as partes envolvidas. Saber como
negociar conflitos constitui uma forma de desenvolver capacidades para a auto-regulação do
próprio comportamento e de agir de forma socialmente apropriada.
Segundo Nascimento (2003:228), os objectivos da implementação destes programas
são: (i) aumentar a comunicação entre alunos, professores, responsáveis pela gestão e pais;
(ii) reduzir a violência, o vandalismo escolar e os processos disciplinares; (iii) encorajar os
alunos a resolverem os seus conflitos, através do desenvolvimento de competências de escuta,
de pensamento crítico e de resolução de problemas; (iv) promover os valores de cidadania,
paz e respeito pelo outro. Deste modo, inferimos facilmente que a mediação entre pares
fomenta a auto-responsabilização e a auto-regulação, contribuindo para o desenvolvimento de
competências sociais e de autonomia das crianças e jovens.
Os estudos efectuados apresentam evidências dos efeitos positivos que estes
programas têm exercido em mediadores e mediados, sobretudo ao nível do aumento da auto-
estima dos alunos mediadores que também estiveram envolvidos em situações de conflito. Os
alunos que aprendem e desenvolvem competências de mediação, em regime de role-talking,
estão mais preparados para pensarem criticamente e para perceberem as consequências das
suas acções e das suas escolhas. Por outro lado, os alunos directamente envolvidos nos
conflitos também usufruem das técnicas de mediação e desenvolvem competências sociais,
afectivas e cognitivas.
2.Caracterização de uma proposta de intervenção no conflito
Colman e Deutsch propõem uma intervenção por níveis: Sistema disciplina (programa
de mediação de pares); intervenção ao nível do currículo (criação de programas de formação
dirigidos aos alunos sobre a resolução de conflitos); nível sistémico da pedagogia
(intervenção nas disciplinas curriculares), cultura escolar (formação dos adultos da escola) e
comunidade (formação e sensibilização da comunidade).
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construtiva de conflitos precisa ser efectuada de forma sistémica e continuada, sob pena de
não se conseguir combater de modo eficaz e eficiente. As principais razões que
fundamentaram a escolha deste modelo assentam nos seguintes aspectos: (i) reconhece a
circularidade de influências nos processos de conflito; (ii) Percepciona a escola como um
sistema aberto; (iii) entende que mudar implica intervir a diferentes níveis do sistema escolar;
(iv) defende que apenas acções de intervenção isoladas e individualizadas não resultam; (V)
prevê a necessidade de criação de um ambiente escolar, ethos de escola; (vi) visa desenvolver
nos alunos atitudes e competências generalizáveis a outros contextos; (vii) objectiva a
necessidade de mudança aos níveis individual e sistémico; (viii) confere centralidade aos
valores de empowerment, interdependência social positiva, não-violência e justiça social.
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9. Ouvir atentamente e falar de forma a ser compreendido, metacomunicando,
colocando-se na posição do outro para melhor o compreender,
10. Estar atento às tendências naturais para enviesar, julgando de forma errada;
11. Desenvolver competências para lidar com o conflito com sucesso;
12. Conhecer-se a si próprio, para perceber como actua em situações conflituosas devendo
a sua atitude pautar-se pelo meio-termo entre (i) evitamento vs. envolvimento excessivo; (ii)
duro vs. excessivamente gentil/passivo; (iii) rígido vs. excessivamente flexível; (iv) intelectual
vs. emocional; (v) exagerado vs minimizador; (vi) compulsivamente revelador vs
compulsivamente ocultador;
13. Ver o outro como alguém que merece ser compreendido.
Nível 3 – Pedagogia – Utilização de duas estratégias de ensino: (i) aprendizagem cooperativa,
estimuladora da cooperação e da solidariedade (necessidade de ultrapassar os mitos que
entravam a mudança); (ii) controvérsia curricular estimuladora do debate de opiniões, crenças
e significados visando a criação de sínteses consensuais das diferentes ideias debatidas.
Nível 4 – Cultura escolar – Aplicação de programas de gestão de conflitos de forma
construtiva entre adultos (professores, funcionários, administradores, psicólogos) para
desenvolver competências de negociação colaborativa de modo a promover o processo de
modelagem de crianças e jovens.
Nível 5 – Comunidade – alargamento à comunidade envolvente dos processos das formações
de processos colaborativos e de resolução construtiva de conflitos (pais, prestadores de
cuidados e educadores, polícia local, organizações comunitárias, etc.), assegurando as
possibilidades de estabilidade e mudança iniciadas na escola.
São muitos os desafios que uma intervenção sistémico-desenvolvimental propõe quer
à escola, quer aos sistemas e subsistema que com ela se interrelaccionam, nomeadamente à
família e à comunidade exterior envolvente. O primeiro destes desafios passa pela motivação
do poder político e das instituições educativas para a criação de condições favoráveis e
facilitadoras do desenvolvimento de programas de formação sobre mediação de conflitos nos
vários níveis sistémicos, cuja interdependência influencia, de forma decisiva, as relações
interpessoais.
Pensar na necessidade de uma análise sistémica é conceptualizar a escola como um
sistema aberto, outro dos desafios que é preciso vencer para que a mudança aconteça.
Para que, efectivamente, se concretize esta vontade de mudança, todos os agentes
educativos, dentro e fora da comunidade escolar, devem ser hábeis na utilização de estratégias
criativas de intervenção que facilitem a resolução construtiva do conflito e o entendam como
positivo, porque motivador de mudança. Neste sentido, é essencial que se aposte na formação
1
tanto dos agentes (Anexo II) que lidam directamente com as crianças no espaço escolar, como
daqueles que se encontram do outro lado dos muros da escola e que se revelam forças
fundamentais para continuar e consolidar o processo de mudança protagonizado pelas
instituições educativas.
2
A mediação de conflitos em contexto escolar exige que se analise o conflito para
possibilitar a proposta de uma solução.
Proposta de grelha de análise (Azevedo, Mª José Lobato, sem data): (Quadro I)
1
programas. programas de
formação).
2
as relações interpessoais e compreender o lado positivo do conflito como factor determinante
de mudança.
Contrariamente às estratégias de resolução de conflitos centradas nos indivíduos e nas
relações interpessoais, as estratégias centradas nos sistemas, mais precisamente, a proposta de
Coleman e Deutsch, inicia-se com um programa de mediação de pares no nível sistémico de
abordagem – Disciplina – de carácter mais individualizado e dirigido particularmente a
professores e alunos, para, progressivamente, ir propondo estratégias de intervenção mais
abrangentes e profundas com o objectivo de sensibilizar todos os intervenientes – família,
comunidade – para continuarem a mudança iniciada na escola mas que, de modo natural,
acaba por ultrapassar os seus limites físicos. Em todos os intervenientes deve estar
perspectivado o conceito de mudança e a intencionalidade de regenerar o sistema. Para tanto,
devem ser observados, segundo Littlejohn e Domenici (2001), citados por Costa e Matos,
2006: 100-101), os seguintes princípios: (i) não há apenas uma versão sobre os
acontecimentos; (ii) a mudança surge da interacção e não da prescrição; (iii) a durabilidade da
mudança acontece através do diálogo entre participantes; (iv) os limites do sistema são
fluidos; (v) o sistema controla-se a si próprio através do processo de retrospecção; (vi) as
influências do sistema podem tomar qualquer direcção.
1
13 Maio 2010 - 00h30 - Ensino
“Escola não quer resolver o caso” ,in Correio da Manhã
A mãe do aluno da Escola EB 2,3 de Lousada que, na terça-feira, foi assistido no
Hospital Padre Américo (Penafiel) a vários hematomas provocados por agressões
de colegas, já tinha apresentado queixa na Equipa de Apoio às Escolas do Sousa
e Tâmega, Direcção Regional…
PUBLICO.PT
A leitura de textos opiniáticos sobre o tema bullying deve ser filtrada de forma crítica, em
virtude do sensacionalismo de que geralmente está impregnada, embora nos ajude a tomar
consciência de que o bullying, de facto, existe quer nas escolas entre alunos, quer entre
professores e funcionários, tal como existe na sociedade competitiva e individualista em que
vivemos. O facto é que poucos de nós queremos ou somos capazes de fazer parte da solução
e, assim sendo, tornamo-nos também parte do problema. E a imprensa tem-se revelado
completamente inapta nessa tarefa. Sabemos que é fundamental que o assunto seja divulgado
e que os alunos, e demais actores, tenham oportunidade de falar sobre bullying.
É importante que se faça uma pesquisa efectiva, isenta e esclarecedora desta realidade,
que se escutem opiniões a este respeito e que os pais sejam informados. A cooperação de
todos os envolvidos é, de acordo com estudos científicos, a forma mais eficaz de se combater
esta desumanidade. A promoção de boas práticas, como a elaboração de cartazes sobre o
aspecto desumano do bullying, publicidade institucional e programas de televisão, de carácter
informativo ou lúdico, para adultos e crianças podiam ser boas práticas dos media para
Alice Cruz – Fátima Santos – Felícia Figueiredo – Natália Viseu
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combater este flagelo. Todos sabemos que o bullying é fundamentalmente uma luta de poder,
baseada em uma liderança negativa. Assim sendo, uma medida preventiva e profilática
poderia e deveria passar pela criação e promoção de lideranças positivas nas nossas escolas.
Conclusão
A abordagem sistémica em 5 níveis de Coleman e Deutsch mostra-nos outra forma de
gerir os conflitos, passando pela mediação de pares no nível Disciplina, evoluindo para
estratégias de intervenção mais abrangentes que envolvem a escola, a família e a comunidade.
Neste processo, é fundamental conhecer e controlar as emoções, perceber o que está a
acontecer. Para tal, é necessário ter uma atitude assertiva de escuta activa e empatia. Assim, o
diálogo que se estabelece entre todos revela a intenção e a disponibilidade para a resolução do
conflito, em que as habilidades cognitivas do mediador e o acompanhamento, que faz de
todos os intervenientes, facilitam o processo, uma vez que a mudança como uma propriedade
intrínseca dos sistemas, acontece a partir da interacção dos vários elementos que os
constituem, pois enquanto “rede comunicacional, cada elemento afecta o sistema e este é
afectado pelos diferentes intervenientes.” (2006: 99)
Se nos processos de negociação para a resolução de conflitos, as partes envolvidas
tomam a iniciativa, formal ou informal, de chegar a acordo, ficando o assunto no patamar da
relação interpessoal, nos processos de mediação é necessária a existência de alguém imparcial
que facilite a identificação e a construção da solução para esse conflito, sendo um processo
formal que implica um conjunto de procedimentos que necessita de organização prévia.
Sendo, ainda, no caso da abordagem sistémica, apenas um dos níveis de toda a gestão e
resolução de conflitos.
Os processos de mudança de comportamentos sociais são sempre muito lentos e terão
que ter por parte dos intervenientes a vontade de mudança e uma consistência global por parte
da comunidade escolar no experimentar em fazer diferente. Um processo de mediação de
conflitos, em qualquer Escola, seguindo esta abordagem sistémica, contribui certamente para
um clima mais promotor de saúde e de maior paz entre a comunidade escolar.
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Bibliografia
Carvalhosa, S. F., Matos, M. G. & Lima, L. (2002). Bullying-A provocação/ vítima entre
pares no contexto escolar português. Análise Psicológica, 4 (XX), 571-585
Costa, M. & Matos, P.(2007). Abordagem Sistémica do Conflito. Lisboa. Universidade Aber
Haber, J. & Glatzer, J. (2009). Bullying, manual anti-agressão. Casa das Letras: Lisboa.
Nascimento, I. (2003). “A dimensão interpessoal do conflito na escola”. in Costa, M. (Org.).
Gestão de conflitos na escola. Universidade Aberta: Lisboa.
Nogueira, R. (2005). “A prática de violência entre pares: o bullying nas escolas”. in Revista
Iberoamericana de Educação. Nº 37 , Jan / Abril.
Webgrafia
Sebastião, J. (2003).Violência na escola: das políticas aos quotidianos. Consultado online
entre 21 e 25 de 2010,
http://www.anprofessores.pt/portal/CmpComponentes/DocsVisualizar.aspx?DOCID=159
Azevedo, Maria José Lobato (Sem data) Mediação de conflitos. Consultado online entre 21 e
26 de 2010, http://www.anprofessores.pt/portal/CmpComponentes/DocsVisualizar.aspx?
DOCID=151
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ANEXO I
PROCEDIMENTO PADRÃO DO PROCESSO DE MEDIAÇÃO DE CONFLITOS
Parte I - Introdução
a. Apresentação do mediador e dos participantes.
b. Explicação do papel do mediador.
c. Explicação das regras básicas de mediação (respeitar o outro, ouvir o outro até ao fim, não
chamar nomes, dizer a verdade e manter a confidencialidade são algumas das mais
importantes).
d. Explicação dos passos da mediação.
e. Esclarecimento de dúvidas.
Parte II – Identificação do problema – “Contar a história”
a. Cada uma das partes conta a sua versão dos acontecimentos ao mediador.
b. O mediador sumaria cada uma das versões.
c. O mediador assegura-se de que compreendeu a situação de conflito.
d. O mediador assegura-se que ambas as partes compreendem o conflito.
e. O mediador regista, por escrito, todos os pontos envolvidos na situação de conflito.
Parte III – Descodificação de factos e sentimentos
a. Cada uma das partes envolvidas conta à outra a sua versão dos acontecimentos.
b. O mediador destaca os factos e os sentimentos presentes no relato de cada uma das partes.
c. As partes trocam de papéis/posições.
d. O mediador sumaria os factos e sentimentos de ambas as partes.
e. O mediador coloca questões a ambas as partes com o objectivo de ajudar cada uma a refocar o
problema, perspectivando-o segundo outros pontos de vista.
Parte IV – Inventariação de alternativas e soluções
a. O mediador obtém várias sugestões de ambas as partes acerca de formas de resolução do
problema.
b. O mediador regista por escrito todas as soluções identificadas.
c. O mediador assinala as soluções que reúnem o acordo de ambas as partes.
d. Por vezes, o mediador reúne-se separadamente com cada interveniente.
Parte V – Realização de acordo final
a. O mediador utiliza as soluções consensuais.
b. O mediador redige o contrato com os termos do acordo encontrado pelas partes envolvidas.
c. Todos assinam o contrato.
Parte VI – Follow-up
a. O mediador explica como funciona o follow-up.
b. Os intervenientes são convocados pelo mediador para um novo encontro, após um certo período
de tempo, em que cada um será chamado a dar conta do cumprimento ou não do contrato
estabelecido.
c. O mediador agradece aos participantes por terem permitido que o serviço de mediação os
tivesse ajudado.
(Adaptado de Inês Nascimento, 2003)
ANEXO II
O questionário que se segue é apenas um instrumento de reflexão para uso da pessoa que o
preenche. Poderá proporcionar-lhe uma breve análise sobre o impacto que as suas atitudes,
e/ou as de outros adultos, podem ter no seu educando e de que modo podem ser
percepcionadas pelos mais jovens como um modelo.
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1. Nos últimos noventa dias foi alvo de:
a. Provocações.
b. Insultos.
c. Ameaças verbais.
d. Boatos.
a. Provocações
Um amigo(a)? ____ Pai ou mãe? ____ O cônjuge? ____ Outro (a)? ____
a. Provocações.
b. Insultos.
c. Ameaças verbais
d. Boatos ou rumores.
1
Num acontecimento desportivo? ____ No carro? ____ Num restaurante? ____
Um amigo(a)? ____ Pai ou mãe? ____ O cônjuge? ____ Outro (a)? ____
a. Provocações.
b. Insultos.
c. Ameaças verbais.
d. Boatos ou rumores.
Como chefe? ____ Como colega de trabalho? ____ Como conhecido(a)? _____
10. O que sobressai quando pensa no pior incidente que observou nos últimos dias?
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O que sobressai da sua infância / juventude ou idade adulta como sendo um acontecimento de
«abuso»?
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