A Inquisição Protestante Pelo Historiador Protestante Philip Schaff
A Inquisição Protestante Pelo Historiador Protestante Philip Schaff
A Inquisição Protestante Pelo Historiador Protestante Philip Schaff
NOTA: Para quem diz que a Inquisio protestante no existiu, iremos fazer o favor de
colocar aqui o relato de Philip Schaff, Historiador protestante e anticatlico (conhecido por sua
celebre traduo dos padres da Igreja para o Ingls), sobre a inquisio protestante, dando como
exemplo a condenao por Heresia de Servetus em seu julgamento em Genebra feito por
Calvino (Traduziremos o caso completo em outro texto). O relato est presente em sua obra de
vrios volumes sobre a Histria da Igreja Crist, disponvel neste site Calvinista:
<http://www.ccel.org/ccel/schaff/hcc8.iv.xvi.iv.html>.
Pouparemos-nos
de
quaisquer
comentrios, grifaremos as partes interessantes, e qualquer reclamao, tentem ressuscitar Philip
Schaff para os ouvir.
Obs: Tratamos aqui como inquisio, a prtica da punio de hereges com morte, tortura,
priso ou exilio.
Eles diferiam apenas quanto ao grau de gravidade. Todos acreditavam que o papado era anticristo e a missa idolatria; que a heresia um pecado contra Deus e a sociedade; que a
negao da Trindade e da divindade de Cristo era a maior das heresias, que merece a
morte de acordo com as leis do imprio, e castigo eterno de acordo com o Credo de
Atansio (com suas trs clusulas condenatrias); e que o governo civil tanto obrigado a
proteger a primeira quanto a segunda tbua do Declogo, e para vindicar a honra de Deus
contra a blasfmia. Eles estavam ansiosos para mostrar seu zelo pela ortodoxia com
gravidade contra a heresia. Eles no tinham nenhuma dvida de que eles prprios eram
ortodoxos de acordo com o nico verdadeiro padro de ortodoxia, a Palavra de Deus nas
Sagradas Escrituras. E no que diz respeito aos dogmas da Trindade e Encarnao, estavam
totalmente de acordo com os seus adversrios catlicos, e igualmente contrrios aos erros de
Servet, que negava esses dogmas com uma coragem e desprezo desconhecido antes.
Vamos conhecer os sentimentos dos principais reformadores, com especial referncia ao caso de
Servet. Eles fazem uma justificao completa a Calvino na medida em que tal justificao
possvel.
Lutero
Lutero, o heri de Worms, o campeo dos direitos sagrados de conscincia, era, nas palavras, o
mais violento, mas, na prtica, o menos intolerante, entre os reformadores. Ele era mais prximo
ao romanismo na condenao de heresia, mas mais prximo ao gnio do protestantismo na
defesa da liberdade religiosa. Ele estava profundamente enraizado na piedade medieval, e ainda
um profeta poderoso dos tempos modernos. Em seus primeiros anos, at 1529, ele deu expresso
a alguns dos sentimentos mais nobres em favor da liberdade religiosa. A crena uma coisa
livre, disse ele, que no pode ser aplicada. Se hereges devem ser punidos com a morte, o
carrasco seria o telogo mais ortodoxo. A heresia uma coisa espiritual que nenhum ferro
pode derrubar, nem queima no fogo, nem afoga na gua. Queimar os hereges contrrio
vontade do Esprito Santo Falsos professores no devem ser condenados morte;.. o
suficiente bani-los..
Mas, com o avano dos anos ele se tornou menos liberal e mais intolerante contra os catlicos,
hereges e judeus. Ele exortou os magistrados a proibirem toda pregao de anabatistas, a quem
ele denunciou, sem discriminao, como falsos profetas e mensageiros do diabo, e ele pedia a
sua expulso Ele no levantou qualquer protesto quando a Assembleia de Speier, em 1529,
deu um decreto cruel para que os anabatistas fossem executados a ferro e fogo, sem
distino de sexo, e mesmo sem audincia prvia antes de juzes espirituais. O Eleitor da
Saxnia considerou seu dever executar este decreto, e colocar um nmero de anabatistas a morte
em seus domnios. Seu vizinho, Filipe de Hesse, que tinha instintos mais liberais do que os
prncipes contemporneos da Alemanha, no concordava em usar a espada contra as diferenas
de crenas. Mas os telogos de Wittenberg, ao serem consultados pelo Eleitor John Frederick
por volta de 1540 ou 1541, deram o seu julgamento a favor de sentenciar os anabatistas a morte,
de acordo com as leis do imprio. Lutero aprovou o presente acrdo em seu prprio nome,
acrescentando que era cruel puni-los pela espada, mas mais cruel seria eles condenarem o
ministrio da Palavra e suprimir a verdadeira doutrina, e tentarem destruir os reinos do mundo.
Se colocarmos uma construo rigorosa sobre esta frase, Lutero devem ser contado entre
os defensores da pena de morte por heresia. Mas ele fazia uma distino entre duas classes
Melanchthon
O registro de Melanchthon sobre este assunto doloroso , infelizmente, pior do que Lutero.
Isto mais significativo, porque ele era o mais suave e mais gentil entre os reformadores.
Mas devemos lembrar que suas declaraes sobre o assunto so de uma data posterior, vrios
anos aps a morte de Lutero. Ele pensou que a lei mosaica contra a idolatria e blasfmia era
tanto vinculativa nos estados cristos quanto o Declogo, e era aplicvel s heresias tambm.
Ele, portanto, plenamente e repetidamente justificou a posio de Calvino e do Conselho
de Genebra, e at mesmo os ergueu como modelos de imitao! Em uma carta a Calvino,
datada de 14 de outubro de 1554, quase um ano aps a queima de Servetus, ele escreveu:
Reverendo e querido irmo: eu li seu livro, em que voc refutou claramente as blasfmias
horrveis de Servetus; e dou graas ao Filho de Deus, que foi o brabeuthv" [o guarda de sua
coroa da vitria] neste seu combate. Pois a voc tambm a Igreja deve gratido, no momento
presente, e devemos isso a posteridade. Eu concordo perfeitamente com a sua opinio. Eu
tambm afirmo que seus magistrados fizeram certo em punir, depois de um julgamento regular,
este homem blasfemo.
Martin Bucer
Bucer, que est em terceiro lugar no ranking entre os reformadores da Alemanha, tinha um
temperamento gentil e conciliador, e absteve-se de perseguir os anabatistas em Strassburg. Ele
conhecia Servetus pessoalmente, e tratou-o em primeiro lugar com bondade, mas aps a
publicao do seu trabalho sobre a Trindade, foi refutado em suas palestras como um livro mais
pestilento. Ele ainda declarou no plpito ou sala de leitura que Servetus merecia ser
estripado e rasgado para pedaos. A partir disso, pode-se inferir quo completamente ele teria
aprovado sua execuo, se tivesse vivido at 1553.
History of the Christian Church, Volume VIII: Modern Christianity. The Swiss Reformation.
139. Protestant