Oscar Niemeyer o Arquiteto Do Seculo PDF
Oscar Niemeyer o Arquiteto Do Seculo PDF
Oscar Niemeyer o Arquiteto Do Seculo PDF
Crditos
MATERIAIS EDUCATIVOS DVDTECA ARTE NA ESCOLA
Organizao: Instituto Arte na Escola
Coordenao: Mirian Celeste Martins
Gisa Picosque
Projeto grfico e direo de arte: Oliva Teles Comunicao
MAPA RIZOMTICO
Copyright: Instituto Arte na Escola
Concepo: Mirian Celeste Martins
Gisa Picosque
Concepo grfica: Bia Fioretti
DVD
OSCAR NIEMEYER: o arquiteto do sculo
Ficha tcnica
Gnero: Documentrio com depoimentos de Oscar Niemeyer e
de importantes personalidades em diferentes locais.
Palavras-chave: Arquitetura; desenho; histria do Brasil; inveno, espao; linha; obras patrimoniais.
Foco: Linguagens Artsticas.
Tema: A vida e a obra de um dos maiores arquitetos brasileiros
e sua peculiar maneira de ver a arquitetura e participar da histria poltica brasileira.
Artistas abordados e personalidades: Oscar Niemeyer, Lucio
Costa, Le Corbusier, Ferreira Gullar, Gilberto Gil, Chico Buarque,
Jos Carlos Sssekind, Jean-Louis Cohen, entre outros.
Indicao: 7 a 8a srie do Ensino Fundamental e Ensino Mdio.
Direo: Marc-Henri Wajnberg (filmagem) e Marcelo Gomes
(edio).
Realizao/Produo: Plo de Imagem.
Ano de produo: 2000.
Durao: 47.
Sinopse
Oscar Niemeyer o mais clebre dos arquitetos brasileiros,
autor de uma extensa obra, no Brasil e no exterior. Criador dos
projetos arquitetnicos de Braslia, Niemeyer descobre a idia
da arquitetura como inveno, essencial em sua trajetria. Interessado nos problemas sociais, mantm o ideal socialista em
sua vida que est intimamente ligada histria poltica do Brasil. O documentrio oferece um panorama de sua vida e obra.
Trama inventiva
Falar sem palavras. Falar a si mesmo, ao outro. Arte, linguagem no-verbal de fora estranha que ousa, se aventura a tocar assuntos que podem ser muitos, vrios, infinitos, do mundo
das coisas e das gentes. So invenes do persistente ato criador que elabora e experimenta cdigos imantados na articulao de significados. Sua riqueza: ultrapassar limites processuais, tcnicos, formais, temticos, poticos. Sua ressonncia:
provocar, incomodar, abrir fissuras na percepo, arranhar a
sensibilidade. A obra, o artista, a poca geram linguagens ou
cruzamentos e hibridismo entre elas. Na cartografia, este
documentrio impulsionado para o territrio das Linguagens
Artsticas com o intuito de desvendar como elas se produzem.
O passeio da cmera
Oscar Niemeyer nos recebe em seu escritrio, em sua casa e
em sua vida. A cmera passeia por suas obras, principalmente
a partir de vistas areas, dada magnitude dos edifcios. Conhecemos suas influncias, como Lucio Costa e Le Corbusier,
amigos e parceiros de tantos projetos. o prprio arquiteto
quem apresenta algumas de suas principais obras, desenhando esboos, enquanto conversa com a cmera. Suas famosas
colunas do Palcio da Alvorada em Braslia tornam-se modelo
internacional de uma soluo bem definida e elegante, atenta
s dimenses humanas.
Alm dele, outras personalidades da poesia, literatura, msica, sociologia, engenharia, entre outras reas, nos convidam a
conhecer Niemeyer. Sua histria se conecta com a histria da
arquitetura, com sua contribuio para o movimento moderno
e com a poltica e os problemas sociais no Brasil. Dessa maneira, a longa e produtiva carreira de Niemeyer nos apresentada
entrelaada aos fatos histricos. Os ideais democrticos da
dcada de 40, a construo da nova capital em um local totalmente inspito, a ditadura militar, a perseguio aos comunis-
Em 1934, forma-se arquiteto pela Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Logo inicia estgio no escritrio de Lcio
Costa e Carlos Leo, onde conhece Le Corbusier1 e Gustavo
Capanema, e participa da equipe do projeto do Ministrio da
Educao e Sade, concludo no Rio de Janeiro, em 1936.
A influncia de Corbusier grande, dimensionada pelo prprio
Niemeyer no documentrio:
Tive a influncia de Corbusier, e todos os arquitetos da minha gerao tiveram. Quer dizer s na parte que ele definiu, como princpio de
arquitetura, considerar que arquitetura moderna se baseava no piloti,
na estrutura independente, na fachada de vidro, no terrao-jardim.
S isso. A arquitetura que eu fao muito diferente. Agora, a grande
influncia que eu tive de Corbusier, que me acompanhou a vida inteira foi quando ele me disse: arquitetura inveno.
A possibilidade da inveno na arquitetura, a experimentao de materiais, o apelo e apego curva sensual, com
a presena dos elementos modernos, como os pilotis e as
grandes reas abertas para circulao tornam-se uma marca do arquiteto brasileiro. Todas essas caractersticas esto
presentes em sua primeira grande obra individual, o conjunto
da Pampulha - composto pela Igreja de So Francisco de Assis
e a Casa do Baile. Um projeto inovador que rene tambm um
belo mural de Portinari. A igreja ficou pronta em 1943, mas s
foi consagrada em 1959. Nesse ano, Niemeyer entra, oficialmente, para o Partido Comunista Brasileiro e participa da comisso que desenvolve o projeto da sede da ONU. Seu projeto, associado ao de Le Corbusier, escolhido como base do
plano definitivo.
A revista Mdulo fundada por Niemeyer, no Rio de Janeiro,
em 1955. No ano seguinte, convidado pelo presidente Juscelino Kubitschek, comea a colaborar na construo da nova capital do Brasil, Braslia, com projeto urbanstico de Lucio Costa. nomeado arquiteto-chefe de Braslia, onde reside at 1960.
Em 1964, Niemeyer est no exterior a trabalho, quando surpreendido pela notcia do golpe militar no Brasil. Retorna, sendo perseguido por sua condio de comunista, e acaba por
exilar-se em Paris, na Frana.
Os olhos da arte
Minha arquitetura muito simples, eu quero fazer coisas diferentes.
Eu quero usar o concreto em toda a sua plenitude.
Oscar Niemeyer
Concreto, curvas, vos abertos... Niemeyer revoluciona a linguagem da arquitetura com suas atrevidas curvas, surpreendendo pela ousadia da liberdade plstica. O arquiteto encontra
no cimento armado a linguagem para sua potica da forma
arquitetnica e, no ferro, o complemento para sua potica das
curvas. De certo modo, Niemeyer no constri prdios, esculpe-os no espao.
Para Focillon2 , o privilgio nico da arquitetura, entre todas as
artes, quer ela construa residncias, igrejas ou embarcaes, no
abrigar um espao vazio conveniente e rode-lo de garantias,
mas construir um mundo interior com espao e luz determinados. Mundo interior intrinsecamente ligado ao espao exterior.
Muros, abbadas, arcos, escadas ou rampas no so apenas formas positivas de um espao vazio. Para Arnheim3 , o arquiteto
evita que o interior de um edifcio se converta em um mero resduo ou
avesso do exterior, dando-lhe a forma de um volume de ar positivo. Assim
expressa visualmente o fato de que um interior no um espao vazio,
como o houvera dito um gemetra, seno um espao cheio de significado prprio. Este significado do interior se realiza espacialmente atravs das dinmicas que criam eixos e formas dos espaos de ar.
uma certa morada das formas e, trabalhando com o espao ele [o construtor] modela, por fora e por dentro, como um escultor. Ele gemetra
e quando desenha a planta, mecnico quando articula a estrutura, pintor na distribuio de efeitos, escultor no tratamento das massas. Ele
desenho
msica
meios
tradicionais
artes
visuais
qual FOCO?
arquitetura, urbanismo
qual CONTEDO?
linguagens
convergentes
o que PESQUISAR?
Linguagens
Artsticas
literatura
elementos da
visualidade
Forma - Contedo
Patrimnio
Cultural
bens simblicos
Saberes
Estticos e
Culturais
Materialidade
histria da arte
materiais arquitetnicos:
concreto, vidro, ao, cimento
potica da materialidade
polticas culturais
Conexes
Transdisciplinares
sistemas simblicos
Processo de
Criao
signos
procedimentos
Zarpan
ndo
ao criadora
arte e cincias
da natureza
meio ambiente
ambincia do trabalho
arte e cincias
humanas
potncias criadoras
histria do brasil, poltica,
militncia poltica
um muro de azulejos, azuis ou no, o piso de um calamento, a grade de um porto, uma janela rebuscada ou simples,
uma porta antiga. Pequenos desenhos, elaborados ou simples, j sensibilizam o olhar e a ateno para o cotidiano e
para as proposies do documentrio, focalizando, especialmente, os desenhos e as explicaes do arquiteto.
Todas as sugestes aqui apresentadas podem gerar outras, com
a inteno de convocar os alunos para a exibio do
documentrio, despertando novos fatos, idias e sentidos para
a reflexo sobre as questes da linguagem artstica arquitetnica. Pode-se, ainda, pedir aos alunos que lancem questes
prvias que gostariam de ver respondidas.
Tudo isso faz sentido sempre que, aps a exibio, haja uma
conversa leve, a socializao da apreciao do documentrio,
animada pelas aes expressivas anteriores e pelas problematizaes possveis.
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Ampliando o olhar
O documentrio mostra o Rio de Janeiro antigo, a velha Paris
e os edifcios modernistas nessas duas cidades. Rever trechos selecionados do documentrio pode aguar o olhar para
notar as diferenas de concepo de urbanismo e de arquitetura. Pode-se ampliar o olhar para o traado urbanstico
da comunidade onde a escola est inserida.
O Museu de Arte Contempornea de Niteri traz, entre
outras, duas provocaes ao olhar: a rampa e o paralelismo
entre o edifcio e a montanha do outro lado do mar. Para
que os alunos possam observ-lo melhor, exiba esta parte
do documentrio e problematize esses dois aspectos.
Gilberto Gil, ao final do documentrio, improvisa , musicalmente, uma traduo das linhas arquitetnicas de Niemeyer.
Retire a imagem e deixe s o udio. Que desenhos os alunos fariam ouvindo essa interpretao? Depois, seria interessante compar-los com os gestos do msico.
Maquetes tm sido utilizadas na cultura visual, especialmente
para projetos imobilirios. Olhar para elas pode motivar os alu-
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Glossrio
Arquitetura arte ou tcnica de projetar e edificar ambientes habitados
pelo homem. Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitectura>.
Bauhaus nome abreviado da Staatliches Bauhaus (no sentido literal,
casa estatal de construo ou arquitetura), uma escola de arte e arquitetura que existiu durante o perodo de 1919 a 1933, na Alemanha. A Bauhaus
uma das principais e mais originais expresses do modernismo na arquitetura, e tambm uma das primeiras escolas de design do mundo. Fonte:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Bauhaus>.
Brise ou brise-soleil elementos vazados que propiciam sombra, privacidade e ventilao. Fonte: <http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/
arq000/esp276.asp>.
Desenho tcnico de arquitetura o desenho tcnico pode ser compreendido como a representao grfica de edifcios e cidades em diferentes
escalas e especificidades, com a devida adequao s normas tcnicas.
Inclui as formas de representao dos componentes do projeto: croqui,
desenho tcnico, computador e simulao do real (bidimensional e
tridimensional). Fonte: MONTENEGRO, Gildo A. Desenho arquitetnico.
So Paulo: Edgard Blcher, 1978.
Pilotis conjunto de colunas de sustentao do prdio, que deixa o pavimento trreo livre. Fonte: <http://www.ecivilnet.com/dicionario/
dicionario_engenharia_p.htm>.
Urbanismo uma disciplina nova que tem um componente cientfico,
no sentido tradicional do termo porque efetua anlises rigorosas sobre a
condio demogrfica, econmica, produtiva, sanitria, tecnolgica dos
agregados sociais; tem um componente sociolgico, porque estuda as
estruturas sociais e seus desenvolvimentos previsveis; tem um componente poltico porque influi sobre esses desenvolvimentos orientando-os
em certas direes; tem um componente histrico, porque considera as
situaes sociais na dupla perspectiva do passado e do futuro; e tem, enfim,
dades (1998), relanado em DVD, em 2001. De que forma o dia-a-dia se impregna
em ns? Somos influenciados pelos outros? Como os repertrios pessoais se refletem na vida? Essas questes podem gerar boas reflexes.
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Glossrio
Arquitetura arte ou tcnica de projetar e edificar ambientes habitados
pelo homem. Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitectura>.
Bauhaus nome abreviado da Staatliches Bauhaus (no sentido literal,
casa estatal de construo ou arquitetura), uma escola de arte e arquitetura que existiu durante o perodo de 1919 a 1933, na Alemanha. A Bauhaus
uma das principais e mais originais expresses do modernismo na arquitetura, e tambm uma das primeiras escolas de design do mundo. Fonte:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Bauhaus>.
Brise ou brise-soleil elementos vazados que propiciam sombra, privacidade e ventilao. Fonte: <http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/
arq000/esp276.asp>.
Desenho tcnico de arquitetura o desenho tcnico pode ser compreendido como a representao grfica de edifcios e cidades em diferentes
escalas e especificidades, com a devida adequao s normas tcnicas.
Inclui as formas de representao dos componentes do projeto: croqui,
desenho tcnico, computador e simulao do real (bidimensional e
tridimensional). Fonte: MONTENEGRO, Gildo A. Desenho arquitetnico.
So Paulo: Edgard Blcher, 1978.
Pilotis conjunto de colunas de sustentao do prdio, que deixa o pavimento trreo livre. Fonte: <http://www.ecivilnet.com/dicionario/
dicionario_engenharia_p.htm>.
Urbanismo uma disciplina nova que tem um componente cientfico,
no sentido tradicional do termo porque efetua anlises rigorosas sobre a
condio demogrfica, econmica, produtiva, sanitria, tecnolgica dos
agregados sociais; tem um componente sociolgico, porque estuda as
estruturas sociais e seus desenvolvimentos previsveis; tem um componente poltico porque influi sobre esses desenvolvimentos orientando-os
em certas direes; tem um componente histrico, porque considera as
situaes sociais na dupla perspectiva do passado e do futuro; e tem, enfim,
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Bibliografia
ARGAN, Giulio Carlo. Histria da arte como histria da cidade. So Paulo: Martins Fontes, 1998.
ARNHEIM, Rudolf. Arte e percepo visual: uma psicologia da viso criadora. So Paulo: Pioneira, 1994.
____. El espacio negativo em la arquitectura. In: Ensayos para rescatar el
arte. Madrid: Ctedra, 1992.
DUARTE, Neide e LEITO, Mrcia. Oscar, arquiteto de sonhos. So Paulo: Scipione, 2004.
GOMBRICH, E. H. Arte e iluso: um estudo da psicologia da representao pictrica. So Paulo: Martins Fontes, 1986.
JANSON, H. W. Histria da arte. So Paulo: Martins Fontes, 1992.
NIEMEYER, Oscar. As curvas do tempo: memrias. Rio de Janeiro: Revan, 1998.
ZEVI, Bruno. Saber ver a arquitetura. So Paulo: Martins Fontes, 1998.
Seleo de endereos de artistas e sobre arte na rede internet
Os sites abaixo foram acessados em 29 mar. 2005.
ARQUITETURA: Projeto Design: Disponvel em: <www.arcoweb.com.br>.
____. Histria, verbetes e artistas. Disponvel em: <www.itaucultural.org.br/>.
GAUD, Antonio. Disponvel em: <www.vidaslusofonas.pt/antonio_gaudi.htm>.
____. Disponvel em: <www.op.net/~jmeltzer/Gaudi/mila.html>.
NIEMEYER, Oscar. Disponvel em: <www.niemeyer.org.br/0scarNiemeyer/
mobiliario.htm>.
<www.cadt.de/camila/arch/niemeyer/niemeyer1.htm>.
WRIGHT, Frank LLoyd. Disponvel em: <http://www.4c.com.br/
g_arquitetura_wright.htm>.
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Notas
1
FOCILLON, Henri. A vida das formas. Rio de Janeiro: Zahar, 1883, p. 47.
ARNHEIM, Rudolf. El quiebre y la estructura: veintiocho ensayos. Barcelona: Andrs Bello, s/d, p.71 (traduo livre).
4
Antonio Gaud (1852-1926). Arquiteto formado em Barcelona que, ao rejeitar todas as superfcies planas e linhas retas, alm da simetria, busca um estilo
contemporneo para a poca, totalmente desprendido do passado.
8
Frank Lloyd Wright (1867-1959). Arquiteto norte-americano, desenvolve o conceito de arquitetura orgnica, no qual acredita que uma casa deva
nascer para atender s necessidades das pessoas e do carter do pas
como um organismo vivo. Sua convico de que os edifcios influenciam
profundamente as pessoas que neles residem, trabalham ou rezam, e por
esse motivo o arquiteto um modelador de homens, mesmo que inconscientemente. Wright cria ambientes completos, que incluem detalhes do
interior, vitrais, tecidos e mobilirios.
9
Do funcionalismo surgem outras tendncias, sendo a mais abrangente o
international style (estilo internacional), muito embora no seja incomum o
uso do termo para denominar-se todo o movimento moderno.
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