72º Caderno Cultural de Coaraci

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CADERNO CULTURAL

Feliz Natal e um Prspero Ano Novo!


Coaraci - Ba. desde 2010, distribudos gratuitamente 50.000 exemplares. 700 amostras mensais.
Dezembro de 2016

72
Dezembro de 2016

Caderno Cultural de Coaraci, 6 anos com voc - 50.000 exemplares distribudos gratuitamente
DEZEMBRO

EDITORIAL

2016

Municipio de Coaraci - Bahia

Emancipao x Crises!
Muito pouco pra se comemorar!

Nos seus 63 anos de existncia, Coaraci cresceu e desenvolveu-se, chegando a


possuir 40.000 habitantes e ao longo dos anos foi ampliando sua rea urbana e comercial.
Com a migrao de coaracienses para outras regies em busca de qualicao, de
trabalho e melhores condies de vida, a populao caiu para 19.383 habitantes em 2016.
A qualidade de vida dos coaracienses melhorou com as polticas sociais implantadas
no pas a partir de 2003, quando foram liberados nanciamentos da casa prpria e de bens
de consumo, o salrio mnimo foi valorizado, foi instituda a bolsa famlia para as classes
consideradas de baixa renda, o governo federal investiu em politicas agrcolas para
manter o pequeno agricultor na regio e investiu na qualidade da educao e da sade.
Agora estas conquistas esto sendo ameaadas. Caso a PEC 55, Proposta de Emenda
Constitucional, seja aprovada pelo senado, sero 20 anos de freio nos investimentos
sociais, na educao, na sade e poder criar diculdades para as prximas gestes neste
municpio, que nos ltimos anos deixou de realizar alguns projetos importantes como as
obras de saneamento bsico e ambiental, acessibilidade e revitalizao urbana. No
investiu na segurana pblica embora a cidade h muito tempo carea de uma delegacia
de polcia e cadeia pblica. O Hospital Geral da cidade foi leiloado e s no foi
desapropriado por interferncia do Governo Estadual. Infelizmente este municpio no
est entre os mais desenvolvidos da Bahia, portanto no teremos muito para comemorar
em 12 de dezembro, o dia de sua emancipao poltica.
Em novembro passado a populao revoltou-se com o aumento de salrios dos
vereadores, prefeito, vice-prefeito e secretrios, que foi aprovado e sancionado. Nas ruas
da cidade no se falava de outra coisa. Alguns moradores usaram as redes sociais para
externar a revolta contra o ato do legislativo e para convocar a populao para um
encontro na cmara municipal na noite do dia 21 de novembro.
comum que haja este tipo de reajuste antes da troca de legislatura e do governo
municipal. Contudo o que os moradores estavam questionando como o municpio na
situao de Coaraci, teria condies de arcar com este gasto a mais, em um perodo crtico
em que se encontra, passando por uma constante queda de receita, que resultou no maior
obstculo aos projetos da gesto em curso.
Os vereadores por sua vez, tentaram se explicar alegando que seguiram o regimento da
cmara, armando que assinaram e votaram na lei e no pelos salrios, mas iriam enviar
a matria para anlise do jurdico da cmara, o que no convenceu aos manifestantes.
A sesso terminou tumultuada e debaixo de vaias. A situao continuou indenida...
Coaraci,21 de Novembro de 2016.
PauloSNSantana

Na minha terra
A terra Preta,
preta, preta
O verde Come-se
Os pssaros
Um azul quente
Os Velhotes Os suores
A transpirao As rugas
Crculos Vidas
Os Avs Os Netos
Os Netos
Os lhos dos Netos
O lugar A aldeia
O respeito
A simplicidade
Os atos
A verdade
Sem preos
A honestidade
Na minha terra
assim,
Na minha terra
Migos Mr

CRDITOS
Diretor: Paulo Srgio Novaes Santana. Rua Jos Evangelista de Farias, 16, 1 andar.
Tel.(073) 3241 - 2405 / (073) 98121-8056.
Reviso textual, diagramao e arte-nal: PauloSNSantana.
Site: www.informaticocultural.wix.com/coaraci.
Impresso: Grca Mais. Reviso ortogrca: Lcia Kassyele. Colaboradores: Dr
Suzy Santana Cavalcante (Mdica),Dr. Marcelo Silva, MCC. ,M J. da Conceio Santos.
Distribuio municipal - Hlton Valadares.

email:informativocultural162@gmail

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Caderno Cultural de Coaraci, 6 anos com voc - 50.000 exemplares distribudos gratuitamente
DEZEMBRO

MEMRIAS DE UM EU-MENINO
Publicao no Caderno Cultural de
Coaraci autorizada por Henrique
Kruschewsky
Texto adaptado por
PauloSNSantana

.
.

EDUARDO KRUSCHEWSKY
Conheci Henrique Kruschewsky (neto),
atravs do Caderno Cultural de Coaraci,
que tem sido um carto de visitas e de
apresentao muito poderoso e um
facilitador de novas e boas amizades.
Henrique publica no seu Facebook
imagens fantsticas e histrias de
Almadina, e ns j publicamos algumas
delas. H pouco tempo ele me falou de
seu tio Eduardo, que era um escritor e
de um de seus livros: Memrias de um
Eu-Menino... Logo que soube do livro
deixei de lado os obsquios e fui pedindo
emprestado o valioso tesouro. Estava
ansioso para colocar meus olhos e a
minha imaginao naquele que seria um
resumo da vida dos Kruschewsky no
exterior, no Brasil e na regio cacaueira.
Li o livro de uma sentada, uma obra
incrvel, leve, bem humorada e cultural.
No me surpreendi com a capacidade
literria de Eduardo Kruschewsky, um
escritor de vrias obras literrias, e
mesmo sem conhec-lo pessoalmente
tive a ideia de publicar trechos do seu
livro nos prximos exemplares de nossa
revista mensal, com a devida autorizao claro.
Nesta primeira edio vamos contar as
histrias do pai de Eduardo, o Coronel
Henrique Kruschewsky, um homem que
comandou a poltica em Coaraci nos
primrdios da Terra do sol, e a histria
da Festa da Padroeira de Almadina,
Nossa Senhora do Perptuo Socorro:
PauloSNSantana
TRECHO DO LIVRO,PGS,39 A 49
HENRIQUE, HERUNDINA E O
PRIMEIRO FILHO
Autor Eduardo Kruschewsky

...Um dia, numa festa de largo, estava o


respeitvel senhor na praa da igreja
quando viu um grupo de moas. Entre
estas, uma lhe chamou a ateno de
maneira especial: uma jovem morena
de 16 anos, portadora de belos olhos
grados. Em princpio, a mocinha
percebeu o interesse do homem, mas
imaginou que aquele olhar xo era para
uma parenta mais velha e solteirona, tia
Maria. Chegou a comentar com esta que
o senhor simptico no tirava os olhos
dela e que tomara que desse certo...
Foi, portanto, com uma surpresa muito
grande que a jovem, ningum mais,
ningum menos, do que aquela que viria
a ser a minha me, Herundina, foi
abordada pelo desconhecido.

Este, cheio de mensuras, aproximou-se


do grupo e procurou ganhar a conana.
Ela simpatizou com ele e da a pouco
nascia o romance, em princpio s
escondidas, Henrique, porm, procurou
a famlia dela e pediu permisso para
visit-la em casa.
Naquela ocasio, os namoros no eram
demorados e por imposio familiar, o
casamento ocorreu logo. Herundina
cou grvida de Carlos e meu av
F ra n c o e x i g i u q u e , t e r m i n a d o o
tratamento (Henrique estava na regio
de Herundina para tratamento de
sade), meu pai no retornasse de
imediato para Ilhus. Isto s deveria
ocorrer aps o nascimento do
primognito. Assim foi que o doutor
Carlos Kruschewsky nasceu em Caldas
de Cip por um acidente geogrco.
Na verdade, ele sempre se considerou
menino grapina pelos fortes laos da
famlia com o Sul da Bahia.O curioso da
unio entre meus pais era que ele tinha
mais de 50 e ela tinha... 16 aninhos.

email: [email protected]

2016

Uma menina do interior que mal


frequentou os bancos da escola
primria.
Ressalte-se que Henrique anteriormente fora casado e procriara 12 lhos,
dentre eles Silvino, Idalice, Donatilia
(Doninha) e Henrique, (este conheci
com vida), e nas segundas npcias, com
minha me, mais 12, perfazendo uma
prole de 24. Pelas circunstncias, seria
pouco provvel nos dias de hoje este
tipo de casamento dar certo, mas unies
assim eram usuais e duradouras no
comeo do sculo XX, quando a mulher
era submissa ao seu senhor e amo.
Mudou-se o casal para o sul da Bahia,
vez que Henrique necessitava tocar seus
negcios na regio cacaueira. Logo em
seguida, curiosamente, meu av Franco
(Pai de Senhora Herundina) desapareceu misteriosamente.
Ningum sabia do seu paradeiro e ele j
era considerado como morto quando,
uns 8 a 10 anos depois, numa
madrugada, algum bateu na a janela
de minha av que, assustada
perguntou: -Quem ? para ouvir,
assombrada: - Franco, Santa. Meu
av entrou porta adentro e nunca
contou famlia onde esteve durante o
desaparecimento.
Como disse antes, Henrique, velho
cacauicultor, sentiu necessidade de
cuidar dos seus negcios na regio
cacaueira e mudou-se para Pirangy,
atual Itajupe, indo depois para Coaraci.
Meu av Franco , ao falecer, deixou a
famlia em diculdades nanceiras. Meu
pai, ento trouxe todos para perto de
minha me: colocou meu tio Lafayette
tomando conta da fazenda, em
Almadina; minha av Santa,
juntamente com tia Sinh se instalaram
na vila de Coaracy (com Y mesmo!),
onde Sinh passou a ensinar (fui um dos
seus alunos).
Meu tio Nicodemes, depois, foi para
Ilhus trabalhar como representante de
seguros e tio Heitor rumou para o
Esprito Santo, onde cou durante anos
s e n d o p r o t t i c o e f o t g ra f o, s
retornando para Coaraci na dcada de
60.
Q u a n d o e s t e vo l t o u , a s i t u a o
nanceira da famlia materna estava
equilibrada, pois Nicodemes estava bem
empregado, tio Lafaiete, casado com tia
Isauri, morava em So Paulo. Quanto a
Sinh, esta casara com o vivo mais
cobiado de Coaraci, Clarindo Teixeira,
rico fazendeiro regional, com o qual
conviveu muito tempo...
Assim, ela pode ajudar os seus.Voltando
ao incio, aos poucos minha futura
famlia foi crescendo. Depois de Carlos
Alberto veio Antnio Henrique, Maria de
Lourdes (foto a seguir), Bernadeth,
Maria do Carmo, Jos Carlos...

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DEZEMBRO

DISCURSOS PRONUNCIADOS EM PALANQUES MAMBEMBES

2016

Portador do ttulo de Coronel da Guarda


Nacional, o velho Henrique havia
comprado a patente do Governo
Federal.
.
.
.
.

Ocial da Guarda Nacional

Foto acima Maria de Lourdes irm de


Eduardo Kruschewsy
Foto abaixo
Casaro da Famlia em Coaraci.

CHEGUEI...
Quando nasci, meu pai tinha 76 anos e
minha me 36, o que tornava os manos
do primeiro casamento de meu pai
muito mais com aparncia de meus avs
do que de irmos. Ressalte-se que ainda
viria ao mundo, dois anos depois de
mim, meu irmo caula Luiz, falecido
ainda menino. Meu parto deu-se no
andar superior do velho sobrado da
famlia, localizado na Vila de Coaracy,
distrito de Ilhus. Quem me trouxe ao
mundo foi o mdico, Dr. Batista, que
viria a ser meu padrinho de batismo.
Meu pai era chefe poltico. Nossa casa,
constantemente, era visitada por
personalidades da poltica baiana e
nacional. Quando chegava a poca das
eleies, ele, fantico por seu partido
U D N , p a r t i c i p ava a t i va m e n t e d o
processo poltico, investindo dinheiro e
prestgio a ponto de, como comerciante
no ramo de armazm de tecidos e
confeces, ter falido duas ou trs
vezes. Foi obrigado a retornar para o
comrcio parte do dinheiro que desviara
para a lavoura de cacau, forado a se
desfazer de imveis para continuar
comerciante.
O fanatismo pelas coisas polticas era
tamanho que o meu nome Eduardo
uma homenagem ao Brigadeiro Eduardo
Gomes, candidato de meu pai
presidncia da Repblica, na poca em
que nasci. Lembro-me de diversas vezes
em que a vila regurgitava de gente,
vinda de todos os lugares, para ouvir
discursos pronunciados com entusiasmo

Brigadeiro Eduardo Gomes


em palanques mambembes montados
na praa do vilarejo, ao soar de foguetes
que iluminavam a noite tocados por
fogueteiro prossional vindo de Ilhus
especialmente para a ocasio. Numa
dessas vezes, l chegou um homenzinho
simptico, barrigudo, culos de metal,
chapu de engenheiro, que atendia pelo
nome de Juracy Magalhes. Chefe
poltico na capital, foi recebido com
muita festa e um lauto banquete.

Deste senhor, bonacho e sorridente,


lembro bem, gostei dele de imediato,
pois me deu duas moedas que gastei,
gulosamente, na venda mais prxima...

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Portador do ttulo de Coronel da


Guarda Nacional, o velho Henrique
havia comprado a patente.
Respeitado por todos, vivia sempre
cercado de homens de conana, entre
eles, Catuta, tido e havido como
capanga do
coronel Henriquinho.
Confesso que nunca ouvi dizer que meu
pai tomasse terras ou promovesse
tocaias ou mortes; era sim, muito
respeitado e tinha fama de
desassombrado. So famosas as suas
histrias destemor. Contam que, uma
ocasio, houve um tiroteio em praa
pblica entre os Kruschewsky e os
Badar, fato considerado raro porque as
famlias se davam bem e tinham
casamentos entre si. Tudo porque,
numa festa, um Badar assediou uma
das lhas de meu pai (primeiro casal) e
ele, ao recriminar o moo, foi
desrespeitado (um absurdo faltar com o
respeito a um coronel!).
O incidente aconteceu sem vitimas,
interrompido pelo delegado local, que
tratou de acalmar os nimos. Ningum
saiu ferido, nem foi preso, tendo em
vista o prestigio dos envolvidos Catuta,
depois de aposentado, morou muitos
anos em Almadina. Esta fama de valente
se deu, naturalmente, por ter sido, na
juventude, um excelente atirador e
homem que no levava desaforo para
casa. Ele viveu at a dcada de 90,
sempre prximo e el nossa famlia.
Na sala de minha casa havia um quadro
com o diploma de Coronel, adquirido
da Guarda Nacional comprado e, ao lado
deste, o belo espadim. No armrio do
quarto, entre dezenas de naftalinas,
cava o fardo cheio de botes
dourados, com direito a chapu militar,
com algumas plumas, que meu pai
guardava ciosamente.

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CULTURA, EDUCAO E ARTE


FAMLIA E ESCOLA
Uma boa relao entre Famlia e Escola
deve estar presente em qualquer
trabalho educativo, pois estas
instituies formam uma equipe de vital
importncia para o desenvolvimento
integral das crianas e dos jovens, para
que estes atuem na sociedade de
maneira eciente e comprometida com
a vida...
(Coordenadora Dilma Cerqueira).

XIX FESTIVAL DE ARTE E


CULTURA DA ESCOLA
SAGRADA FAMLIA
Levar a arte e a cultura populao de
Coaraci foi o objetivo do XIX Festival
de Arte e Cultura da Escola Sagrada
Famlia. O evento marcou o
encerramento das atividades do ano
letivo da escola, pelos alunos do ensino
bsico, fundamental e mdio.
Nos dias 19 e 20 de novembro cerca
de aproximadamente quinhentos
personagens, dentre servidores e
alunos da escola, professores e a
direo utilizaram o espao do Ginsio
de Esportes para apresentar atravs da
msica, dana, teatro o tema: A
Cultura do Oriente em Coaraci. O que
vem do Oriente balana o Ocidente
constituiu-se na frase chave para a
performance teatral dos alunos da
instituio. (PauloSNSantana)

Esporte de aventura na natureza:


possibilidade de ensino
A atual realidade traz um consenso
sobre a importncia de uma escola cada
vez mais atrativa e principalmente
integrada a um universo mais amplo de
conhecimentos...
(Professora Jacilndia dos Santos).
HOMENAGEM
Nesta
Edio do Jornal a Escola
Sagrada Famlia parabeniza aos 29
alunos que foram aprovados na UFSB,
na PUC de Campinas, na UESC, Unime,
FTC, Universidade de Anhanguera,
UNIFACS, Faculdade de Madre Tahs,
FTC Salvador, FAINOR, e UNIJORGE
para 2016. A escola aproveitou a
oportunidade para parabenizar a exaluna e professora Caroline Santos
Santana pelo 1 lugar no Mestrado de
Quimica da UESC!

9 EDIO
DO JORNAL DA ESF
Resumo do contedo

Grupo Chaves
JBF

Neste XIX Festival, a Escola Sagrada


Famlia distribuiu para a platia,
convidados e pais de alunos a 9 Edio
do Jornal da ESF, elaborado por
professores, coordenadoras e alunos da
Escola. De contedo educativo e
esclarecedor, enfocava em suas pginas
vrios temas, iniciando pelo tema da
festival, que neste ano foi sobre o
Oriente e o Sol. Eles tambm apresentaram ao leitor um conceito sobre a
participao familiar no processo ensino
aprendizagem:

Semana Cultural:

Commodites

Reinventando a vida atravs da arte

O TEMA
A palavra Oriente possui em sua
etimologia no latim o emblema Lado do
sol nascente, Leste, Levante;
porm nada haveria de
magnico
levando em considerao o nascer do
sol, um espetculo do astro rei possvel
a todo mundo. (Escreveu a Professora
rica Regina na Capa da Revista Cultural
da Escola).

Mais uma vez, nossa cidade foi


prestigiada com a Semana Cultural, que
o Colgio Monteiro Lobato vem
realizando no decorrer dos anos. Muito
esperado por todos os moradores da
cidade de Coaraci, a XXIII Semana
Cultural aconteceu nos dias 28,29 e 30
de outubro. Reinventando a vida
atravs da arte , este foi o tema, em
que se baseou toda a apresentao.

Site:www.informativocultural.wix.com/coaraci

2016
Neste ano, o evento foi realizado pela
primeira vez no prprio colgio, sendo
apenas mais um detalhe, pois no
perdeu o brilho e nem a beleza de
sempre, que nos anos anteriores todo o
pblico apreciou.
No primeiro dia
subiram no palco os alunos do 6 e 8
ano; segundo dia ,7 e 9 ano; e por m
no terceiro e ltimo dia, todo o Ensino
Mdio. Junto com a diretora Clara ris, os
coordenadores, organizaram toda a
amostra, com carinho, dedicao e
sabedoria. Os alunos mostraram seus
talentos, por meio das linguagens
artsticas, como: a msica, poesia,
teatro, dana e cinematograa. Sem
dvida foi mais uma vez fantstico. Mas
convenhamos que esta no foi uma
surpresa para ningum, pois sucesso o
que dene o Colgio Monteiro Lobato,
no s no lado cultural, mas preparatrio
tambm. Novamente o CML obteve o 1
lugar no ENEM 2015 em Coaraci e
despontou entre os melhores colgios da
regio.Outra vez, comprovando
excelncia. Todo esse xito, s foi
possvel graas aos professores, pais e
todos que fazem parte do Colgio
Monteiro Lobato, pois todo o
preparamento proporcionado de
extrema qualidade, assim ao longo dos
anos garantindo sucesso aos alunos. E
no parou por aqui! Aquele que se
prestou presente no evento pode
presenciar a apresentao do Ens. Mdio
e Fundamental, mas nos dias 18 e 19 de
novembro, foi a vez dos alunos do 2 ao
5 ano, com toda graa mostraram o
quanto graticante ser criana,
abordando o valor dos brinquedos, da
imaginao e principalmente dos contos.
O tema da XVI Mostra de Arte Infantil foi:
Infncia, um espao para sonhar. Foi
um verdadeiro espetculo. Portanto, de
extrema importncia valorizar a ddiva
de ainda ser criana, anal elas so as
s e m e n t e s d e u m p o s s ve l f u t u r o
prspero. E foi nessa questo que se
baseou todo o evento, destacando o ato
de desfrutar o espao que cedido para a
criana sonhar, pois este sem limites e
merece todo o reconhecimento
necessrio. E para nalizar nosso ano
com chave de ouro, s est faltando
comentar dos pequeninos mais
graciosos, que desde j, mostraram do
que so capazes.
Na noite de 26 de novembro, foi a vez do
Ens. Infantil mostrar atravs do talento o
tema As quatro estaes, e mais uma
vez alcanou as expectativas do
pblico.Se j foi mgico, para todos os
espectadores, imagine para eles, pois
tudo no passa de um momento de
diverso. da mais tenra idade, que se
inicia a caminhada para o sucesso. Desde
sempre, os alunos carregam consigo a
seguinte mensagem inspiradora:.........
O projeto de uma vida inteira comea
aqui!
Fonte texto Licia Kassyele.

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FATOS E FOTOS HISTRICAS

2016

FAMLIA DA PROFESSORA EPONINA COSTA LIMA


Crianas na frente: Eugnia, Tnia, Maria Helena.
Comeando da direita: Digenes, Ephigenia, Esmeraldina, Demstenes, Domingos. Na frente dele Edarcy, Ana Mendes, Josefa
Borges, Clementino Mendes , Esmeralda, Helena, Edelzuita, Eponina, Deusdeth, Jos Borges.
Ana, sua av materna e Jos, paterno.
Eponina Mendes lha de Clementino Mendes da Costa e de Josefa Borges da Costa, tem aproximadamente trinta irmos,
sendo quatorze de sua me, e dezesseis lhos do pai com outras mulheres.

Antnio BarbosaTeixeira e
esposa Carmelita Maria Teixeira

O REI DO GADO
Fonte: A alhada do casal, Dona Diva
Rodrigues dos Santos, que reside em
Coaraci, na tradicional Rua da Favela.
Nas dcadas de 50 a 70, havia na regio
no Vale do Rio do Ouro, um pecuarista
muito rico e famoso que era conhecido...

como o Rei do Gado, proprietrio da


Fazenda Reunida de Santo Antnio. Um
homem de estatura mdia, um pouco
franzino, de bom carter e corao. Era
casado com Carmelita Maria Teixeira,
mulher de poucas palavras e de corao
bondoso e com ela teve seis lhos.
Criador de gado, possuidor de vrios
rebanhos e de varias raas como: Gir,
Nelore, Santa Gertrudes, Bfalos e o
famoso e premiado Boi Zebu que se
chamava de Marab, e que foi
vencedor em vrias exposies e at
deslou pelas ruas de Coaraci, tambm
possua uma Jumentada e muitos
cavalos de raa.
Antnio Barbosa era um homem
dinmico e querido por todos, ricos e
pobres, fazendeiros e empregados.
Costumava promover grandes churrascos em sua fazenda e convidava
pessoas importantes do mundo da
poltica, como Juraci Magalhes, Juraci
Filho, General Chaves, Eduardo Catalo
e muitos outros da regio e do Brasil.
Tambm participava da churrascada...

email:informativocultural162@gmail

toda a criadagem da fazenda, vaqueiros, gerente e mais aqueles que


cuidavam dos pastos e dos animais. E
para animar a festa costumava contratar grandes nomes da msica popular
brasileira, um deles foi o famoso Lus
Gonzaga.
Por ser poderoso e muito rico, era invejado por uns e perseguido por outros.
Homem de muita f e devoto de Santo
Antnio, no se intimidava diante do perigo. Gostava de fazer suas viagens
noite e s vezes, quando havia troncos
cados e atravessados na estrada, ele
mesmo descia do carro para desobstruir
e seguir a viagem.
A fazenda Santo Antnio, situada no
Vale do Ouro, era imensa e por isso
mesmo dividida em trs sedes, que se
chamavam de Miragem, Angelim e
Santo Antnio. O casal viveu tranquilo e
c o n fo r t ave lm e n t e . Re s id ira m e m
Itabuna onde possuam uma bela casa
prxima Igreja de So Jos. Depois
que eles a venderam, passou a funcionar no local o IPEPE.

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2016

FEIJOADA FATDICA

A FESTA DA PADROEIRA DE ALMADINA...


Trecho do livro Memrias de um Eu menino- Pgs. 86 95.
De Escritor Eduardo Kruschewsky
Depois da morte de Antnio Henrique,
ningum passou a morar na fazenda,
uma vez que Alibert (Benzinho), que
substituiu meu mano na administrao,
por causa de suas outras ocupaes (era
coletor de impostos estaduais) morava
em Coaraci, distante da fazenda cerca
de 16 quilmetros.
Passamos a visitar o imvel sempre que
possvel. Eu adorava passar frias em
Almadina, na fazenda que acompanhou
toda a minha vida. Os perodos
preferidos era nas frias de Nossa
Senhora do Perptuo Socorro, sempre
incentivado por minha me, sua devota,
e tendo como paraninfa a famlia
Kruschewsky. No ltimo dia da festa, um
domingo, acontecia uma procisso, a
missa festiva, alm da indefectvel e
tradicional feijoada patrocinada, na
sede da fazenda, por meu pai.
Em Almadina, desde sempre,
comemora-se o dia da santa padroeira.
Famlias tradicionais locais, com as de
Euzbio Ferreira, Capito Durval,
Antnio Batista, Alcides Alves e outras,
tinham o seu dia de novena e minha
me, juntamente com o padre, a
Congregao Mariana e as lhas de
Maria, eram responsveis pelo evento.
Tradicionalmente, dez dias antes, minha
me acompanhada de Idlia, sua
secretria do lar, embarcava na
marinete, levando no bagageiro do
transporte uma poro de tralhas.
Aqui abro um parntese: a festa era a
coisa mais importante que acontecia ali
durante o ano. As famlias tradicionais

caram imortalizadas por um painel


existente na igreja, chamado A
Chegada do Cristo em Almadina,
pintado por Carlos (meu irmo), Marcelo
(meu sobrinho, lho de Bernadeth e
Alibert) e Nelsinho, um jovem pintor
soteropolitano. Nele todos esto
representados por guras contritas que
recm a Cristo e minha me est
imortalizada como se fosse a Maria.
Numa destas comemoraes ocorreu a
fatdica feijoada: ciosa, minha me
avisava com antecedncia o dia da
chegada ao nosso capataz. Este, por sua
vez, transmitia ao padre para organizar
a comisso de boas-vindas e,
invariavelmente, no desembarque da
querida senhora l estavam, alm de
empregados da fazenda conduzindo
mulas para o transporte dos petrechos,
o Apostolado da Orao e a
Congregao Mariana, levando ao
pescoo o colar: elas na cor vermelha,
eles portando na cor azul, ambos com a
milagrosa medalhinha da santa. Era
sempre um acontecimento especial na
modorrenta cidadezinha!
O padre, demonstrando que tambm
sabia puxa-saco, mandou o sacristo
soltar foguetes e todos aplaudiam a
matrona. Dali seguiram para a igreja,
entoando hinos de louvor ao Senhor e
sua Santa Mezinha, para agradecer a
boa viagem da principal nanciadora da
festa.
O templo cava bem prximo da praa
principal, j nos terrenos da fazenda,
vizinho cidadezinha, bastando...

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atravessar um pontilho sobre o rio


Almada. Meu pai, magnnimo, doara o
terreno e investira na construo da
igreja, majestosa para o local pequeno
porque, anal, coronel que se respeita
no vai fazer porcaria para depois
sarem por a chamando ele de unha de
fome! Enquanto Idlia, o capataz e os
burros repletos de bagagens seguiam
para a sede da fazenda, distante dali,
cerca de quinhentos metros, a
respeitvel senhora, aps as preces no
templo, participava na sacristia de
reunio com o padre (este vinha de
Ilhus especialmente para fazer a festa,
j que Almadina no tinha vigrio
permanente) e algumas beatas,
segundados por mestre Menininho,
barbeiro local, presidente da
Congregao
Mariana e sacristo.
Menininho era conhecido festeiro,
responsvel, todo ano, por muitas
quermesses em prol da igreja.
O administrador da fazenda era o
encarregado de organizar a distribuio
dos pratos de feijoada para o povo no dia
da festa.
Acertados os detalhes,
determinadas famlias caram
responsveis pelas ores e arrumao
do templo no dia em que a novena fosse
em homenagem a elas. Aps estas
providncias, minha me foi descansar,
pois teria nove dias de faina pela frente,
alm de supervisionar os preparativos
da j famosa feijoada que a famlia
oferecia no domingo aps a procisso.
Foram dias de intenso trabalho. Meu pai
cou em nossa residncia Ilheense...

Pg.07

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DEZEMBRO

MAIS...UMA TRAGDIA!

tomando conta da prole grande e ativa


com testes escolares na sexta-feira. A
respeito dos lhos, Henriquinho
costumava dizer: Esses meninos tm
que car debaixo dos meus olhos,
porque no posso dar as costas que eles
viram a casa de pernas para o ar!, no
que tinha uma certa razo. Mesmo
tendo gente de conana em casa,
preferiu seguir para a fazenda apenas no
sbado depois dos testes escolares.
Comprara as passagens, praticamente a
lotao da marinete com uma semana
de antecedncia. No tinha carro, luxo
s permitido aos exibicionistas que
pagam uma fortuna para ostentar
riqueza. No estaria ele, homem de
costumes austeros, disposto a
desperdiar dinheiro com
modernidades! Mas... Compraria um
automvel, sim, at porque no queria
s e r, c h a m a d o d e s ov i n a e d o n a
Herundina sempre pedia. Ela, porm
aguardasse o momento certo do preo
de carro baixar e o cacau melhorar de
cotao na Bolsa de Nova York!
Acompanhava isto todos os dias, o
ouvido pregado no rdio de vlvulas, na
hora do Reprter Esso.Embora senhor
de muitas " milarrobas" de cacau, era
um homem slido e precavido, isto sim!
Quando um lho reclamava, dizendo meu pai, o sapato furou", ele retrucava:
"- Aguente rme, ponha um papelo e
deixa a cotao do cacau melhorar!",
nessas ocasies fazia ressalva, dizendo,
orgulhoso, ser um homem prudente
econmico, nunca po duro... A prova
era a fortuna gasta na festa presidida
por sua mulher, o evento revestido de
beleza e opulncia, nada faltando desde
os fogos at feijoada. Durante toda a
semana, o incio e nal das novenas,
diariamente, eram marcados por um
cu coalhado de cores e estrondos de
foguetes e fogos dezenas de rostos
virados para o alto, os mais infantis em
completo xtase. Depois da reza
acontecia, imutavelmente, na casa da
famlia responsvel por aquela noite,
uma farra de doces, salgadinhos e
refrescos sem faltar uma generosa
lapada de caninha. Lembro bem, as ms
lnguas comentavam que o respeitvel
sacerdote tambm era chegado a uma
'branquinha", segundo os fofoqueiros de
planto Ilheenses, tomando
habitualmente uma talagada de
destilada oculta as sete chaves...
Depois, mascava uns dentes de cravo
para esconder o "bafo de tigre" e ia
visitar seus is seguidores.Mal
amanheceu o sbado, Idlia foi preparar
o almoo servido na chegada do coronel
e de todos os lhos, noras, genros e
netos. Ao mesmo tempo, comearam
os preparativos da feijoada do domingo:
cortou as carnes, as chourias, o
toucinho, p de porco, carne de serto e
- sua especialidade e segredo! - um
pedao considervel da carne conhecida

como cruz-machado, j devidamente


desossada, temperada cuidadosamente
para ser inserida na panela, na hora em
que a feijoada estivesse quase pronta.
Coloc-la no m do cozimento era um
toque especial, um capricho de
especialista, para deixar a carne macia
e de "currute" (meia dura), o que lhe
daria um paladar e o mastigar delicioso.
Enquanto suas auxiliares serelepes,
tratavam de rechear o pernil de porco,
para colocar na vinha d'alhos e
cozinhavam um enorme lombo de ch
de fora, Idlia com requintes de mestrecuca lambuzada a cruz-machado no
tempero, um mistrio desconhecido at
por Dona Herundina!
Mas...uma tragdia! A carne fresca
trazida de Ilhus, preparada com tanto
esmero, foi esquecida fora da geladeira
por uma das auxiliares de cozinha e, na
temperatura ambiente por mais de 20
horas, exalava um cheiro ainda quase
i m p e r c e p t v e l , c a ra c t e r s t i c o d e
putrefao, no sentido pelas narinas
experientes de Idlia por esta ter cado
fortemente gripada e, tambm, estar
envolvida em outros aromas.
noite, o padre, hspede da fazenda e
j ntimo da casa, foi at cozinha onde
tratou de abenoar Idlia, que lhe
ofereceu um copo de caldo de feijo
domingueiro, devidamente
acompanhado de um pedao da famosa
cruz-machado desossada. Foi a perdio
do pastor de almas! Guloso por natureza
bebeu e comeu desmanchando-se em
elogios. Depois, pediu licena e foi
Igreja. Passou pela sacristia, ultimando
as coisas para a missa e procisso que
aconteceria no domingo, encerrando a
festa. Por volta da meia-noite, tomou
mais um gole da marvada e foi deitar,
sentindo-se saciado. Mais tarde,
acordou com uma forte dor de barriga e
o estmago embrulhando. Sentiu que ia
sujar a cala do pijama e deu um pinote
da cama, correndo para o sanitrio. Era
a carne que fazia sua primeira vtima,
deixando o pobre vigrio a noite inteira
sentado no vaso, tamanha a diarreia.
A coisa foi to forte que o padre no
conou no seu esfncter, preferindo
dormir ali mesmo, numa posio
humilhante e mal cheirosa.
N o d o m i n g o, a m i s s a f o i m u i t o
interrompida. A todo o momento, o
sacerdote abandonava o altar e o povo
sem entender o porqu. Num fato
indito na Igreja Catlica, o proco da
cidade vizinha, presente, teve que
encerrar os trabalhos religiosos. Depois
dos batismos, bastante custosos para o
coronel (patrocinador do evento
religioso), que viu aumentar em mais de
duas dzias o contingente de
alhados,ocorreu a procisso,
novamente sem a presena do padre...

email:informativocultural162@gmail

2016
assistido por Dr. Carlos, meu irmo. Na
vila de Almadina no havia farmcia e o
pobre sacerdote foi obrigado a tomar o
tradicional soro caseiro: uma colher de
sopa de acar, uma de ch de sal, tudo
num copo d'agua. Longe de desconar
da causa do seu mal, punha a culpa do
desarranjo numas empadinhas de carne
com camaro seco comidas, mal sadas
do forno, na casa de Menininho, o
festeiro. Na hora do almoo do coronel,
o padre no compareceu, de planto no
WC...

Foram postas duas mesas na varanda:


uma com a panela de feijo, as
travessas com as carnes, devidamente
cortadas para que rendessem, alm do
vasilhame de farinha e um molho de
pimento que cheirava bem a metros de
distncia; na outra, pratos repletos de
laranja, arroz, torresminho, couve
refogada, o pernil de porco e o lombo de
ch.
O velho Henriquinho Kruschewsky, no
seu jeito de feitor, foi dizendo para o
povo que se preparava para a batalha da
refeio: - Cai pra dentro, negrada, que
o almoo t servido!
O povo, como uma nuvem de gafanhoto,
tomou conta as mesas, enquanto dentro
da casa, a famlia almoava numa
grande mesa. que Idlia separava os
melhores pedaos e, assim, os donos da
festa poderiam comer sem tomar
trompaos. Ajudada por minha irm
Carmem e por Idlia, dona Herundina
serviu a todos. As crianas caram a
cargo de Alverina, bab do neto mais
novo, Antnio Henrique, lho de
Carmem e Gilberto. Da a pouco, a festa
terminou e, na sede da fazenda, s
caram os familiares e seus serviais.
D e p o i s d o j a n t a r, o p a t r i a r c a
recomendou que todos fossem dormir
cedo, porque no dia seguinte, seis
horas, iriam pegar a marinete de retorno
para Ilhus. Mas, aquela foi uma noite
terrvel com direito a choro e ranger de
dentes. Como se cronometrados, os
estmagos protestaram e as las se
formaram na porta do banheiro. Alguns,
ante a quase exclusividade de uso por
parte do padre, suando frio e aitos
perderam o medo da noite e seus
habitantes correndo para os fundos da
casa, procurando alvio para o desastre
familiar. O dia amanheceu com um cheiro nauseabundo e todos em olheiras.

Pg.08

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DEZEMBRO

2016

JORNALISMO ESTUDANTIL

Foi um custo, embarcar metade da


famlia na marinete. Seguiram viagem
minha me, as crianas, Carmem, o
lho, o marido, alm da bab e eu,
cando o resto do cl para viajar na
tera-feira. Estando o nibus lotado, a
bab entregou a criana me, indo em
p. Tormento foi ter que prender a
respirao, cravar as unhas na palma
da mo, para no ter que se despachar
nos tombos ocasionados pelos buracos a
estrada. Na primeira parada, mal o
transporte chegou na estao, os
parentes todos saram zunindo
procura de um sanitrio. Alverina, a
bab, no pode, pois, angustiada,
recebeu o nenm de uma Carmem
apressada. A pobre cou rodando, em
crculos, com a criana em um brao. O
outro segurava a barriga enquanto
repetia:
-Ai, meu Deus! Ai, meu Deus! Me acuda,
me acuda!
Quando, da a alguns minutos saram
todos do sanitrio, Alverina, num pranto
convulsivo e inconformado, urrava: - ,
dona Carmem... dona Carmem... Me
acuda que eu t toda borrada!
-Tome juzo, menina, isto coisa que se
faa? V ao banheiro, v... e, ato
continuo, tomou o beb dos braos da
fedida e infeliz moa.
A pobre entrou no sanitrio, quela
altura, entupido e pestilento, sem papel.
Arrumou-se como pode e entrou na
marinete. A viagem prosseguiu e da a
pouco, um odor de fezes comeou a
empestar o ambiente. Os passageiros
comearam a olhar debaixo dos
sapatos, procurando descobrir se
haviam pisado em algo mau cheiroso. A
famlia portava-se eumtica, quieta e
e nve r g o n h a d a . At q u e G i l b e r t o
levantou-se um minuto e passando ao
lado de Alverina, descobriu de onde
vinha o fedor: a moa tinha a mo
direita segurando numa barra para se
apoiar em p e na esquerda levantada
havia o trofu de uma calcinha suja e
mau cheirosa. Rpido, falou com a
esposa, mostrando de onde vinha o
bodum. Carmem, uma mulher alta e de
compleio saudvel, levantou-se muito
digna, admoestando:
- Menina, joga esta calola fora...
-No posso dona Carmem, eu s tenho
esta!
-Minha lha, no discuta. Eu lhe dou
uma minha... -Mas, no cabe. A da
senhora muito grande... respondeu a
bab, gura raqutica e pequena,
perante uma surpresa plateia que queria
car sria, mas no se continha. s
gargalhadas, esquecendo at de
protestar, os passageiros seguiram
viagem. Neste dia, o nibus chegou
atrasado em Ilhus devido
necessidade de inmeras paradas...

JORNAL CORAO DE
ESTUDANTE - 1985
MSICA CLASSIFICADA NO
FESTIVAL DA PASTORAL DA
JUVENTUDE
TERRA INJUSTA
JORNAL CORAO DE
ESTUDANDE
Setembro de 1985
Vejam como artigo escrito em 1985 por
Francisco Soares atual.
PauloSNSantana

O JOVEM NA NOVA
REPBLICA
De Francisco Soares
Se a gerao jovem a garantia do
futuro, ento devemos ter jovens
integrados tanto socialmente como
politicamente para conduzir o futuro da
nao. Sabemos que o pas passa por
uma crise insuportvel. Todos os setores
da sociedade esto minados por esse
desalento. Os tropeos so demasiados
grandes. Precisamos integrar o jovem
nos segmentos mais diversos da
sociedade, ora na economia, ora na
poltica, em m, queremos mexer e
regular o painel Institucional da nao
da Nova Repblica. Precisamos de
abertura poltica e de expresso, limpar
o pas da corrupo administrativa e
poltica, formando assim uma nova
atmosfera de conana.
Para realizarmos essa atmosfera na
Nova Repblica, necessrio se faz de
credibilidade. O que a manh para o
dia, a juventude para a vida. Mandem,
pois, a sabedoria, que na juventude se
lancem os alicerces slidos de um futuro
feliz. E para lanarmos esse alicerce
precisamos de apoio e orientao.
Jovens unidos, construamos uma nova
ideologia scio-poltica, para que a
bandeira jovem penetre com sucesso na
Nova Repblica. Para que o homem seja
livre, que a f seja innita e que a justia
sobreviva.

Trecho do texto:
Os jovens e o esporte
O homem um ser complexo,
embora seja muito simples.
Embora forme uma unidade, ele
pode ser focalizado sob diversos
ngulos: como ser intelectuaal,
como ser afetivo, como ser
corporal, como ser espiritual...
Padre Alberto (1985)

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Letra e msica de Waldir Amorim


Intrprete na poca: Nai Amorim
Olha Deus;
Eu sei que s muito bom,
Eu sei que vais me escutar
Ento preste ateno, nessa histria
que eu vou contar.
Ai Deus;
Aqui na terra a injustia tamanha,
Quem mais batalha quem mais se
acaba,
No m das contas
quem menos ganha (bis)
Olha Deus,
O meu irmo sai de manh bem cedo,
Vai plantar trigo pra colher o po,
E ganha uma migalha em cruzeiros,
Esse dinheiro no lhe agrada no,
Ignorando todos seus direitos,
Rasga no peito essa vida de co.
Olha Deus;
Tenho outro irmo que nem mexe o
dedo
Viagem longa s de avio,
Vai esbanjando pelo mundo inteiro,
Dinheiro, fruto de uma plantao,
Retorna duro, mas no outro dia,
Tem uma mesada disposio.

No sei
Com
E,
E,

Olha Deus;
como esse povo aguenta,
o mximo de trabalho,
com mnimo salrio,
muitos dizem, como
eles so otrios.

Ai Deus;
Aqui na terra a injustia tamanha,
Quem mais trabalha quem
mais se acaba,
No m das contas quem
menos ganha. (bis)

Podre de rico
o Brasil
Mas tambm
rico de podres
Nada muda no covil .
"Vinho novo
em velhos odres"
Jailda Galvo

Pg.09

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DEZEMBRO

O NOVO CRISTO
que estourou feito uma bomba no meio
de amigos e inimigos e foi aquela
multido de comentrios espalhada por
todo canto feito chumbo de espingarda e
que no me deixava em paz um s
minuto. Agora, lho sem juzo, vai
pregar seu comunismo redentor l na
cadeia entre os doidos e os presos...

CORONEL, CACAUEIRO E
TRAVESSA.
De: Cyro de Mattos, nasceu em
Itabuna, em 31 de janeiro de 1939.
Texto adaptado por PauloSNSantana
II PARTE
...Fernandinho foi o lho que sempre
imaginei como um advogado competente de palavreado fcil, sabedor das
leis como nunca ocorresse nesses lados,
defensor a toda prova da honra,
interesses e direitos da famlia. Pouco
tempo ele demorou pra mostrar o fel da
traio, aquele lho gerado com a fora
do meu sangue. Logo quando ele
retornou da capital formado, apareceu
50 anos
com aquelas falas imperiosas e uns
olhos que quase no buliam, tamanha a
arrogncia que se mostrava neles.
Interessante que ele no gostava de
usar o anel de doutor, argumentava que
quem identica o homem so os
prprios atos e no o cargo e sem fazer a
menor cerimnia vinha sempre com
aquelas ideias nada do meu agrado
quando se referia a trabalhador de roa
como uma gente massacrada que como
qualquer criatura de Deus devia ter
melhor sorte na vida e nunca a razo
esteve do meu lado, sempre ele naquela
renitncia de salvador do mundo,
sempre com tamanha afronta a desaar
os os brancos de meu queixo, veja s,
veja bem, hein?
OUTROS TEMPOS
Olhe pai, a terra tem que ser de todos, e
ns, os pioneiros dessa regio bendita,
seremos os primeiros a dar esse passo
gigantesco, dividindo nossas roas com
todos igualmente, o homem s
permanece escravo de outro quando
no tem conscincia de sua escravido,
e nisso que consiste o perigo, veja s,
esse novo Cristo a querer salvar a
humanidade, aquele doido no escolhia
ocasio pra divulgar suas ideias
redentoras, fosse em tempo de comcio,
festa de quermesse, solenidade de
batizado ou casamento, e at que
aguentaram muito os fazendeiros,mas
quando aquele abuso estava de mal pra
pior no suportaram mesmo e botaram
a goela no berreiro, assim no
possvel, Higino,d um jeito no seu lho,
a coisa j passou dos limites h muito
tempo e toma ares de uma situao
horrvel, e precisou a interveno das
autoridades com um inqurito volumoso

NOVO CRISTO
E ele no sabia que pra existir o rico tem
que existir o pobre, no sabia, hein? No
sabia que Deus como o arquiteto do
universo no iria fazer os dedos das
mos iguais? E dos outros lhos a cidade
to cedo no vai esquecer o outro
escndalo que veio como a pior das
desgraas a bater nesse peito velho e
como eu poderia imaginar que aquela
reunio em famlia era pra se exigir que
o patrimnio fosse dividido, como
poderia? E de mansinho foram eles
chegando e fazendo aquele cerco e de
repente emudeceram como se um
esperasse pelo outro at que o mais
velho ergueu a voz meio gaguejante e
foi dizendo, que todos ns somos
adultos responsveis, que cada um h
muito tempo j pode administrar o que
seu, que para isso saberemos zelar o
passado de trabalho e de honra de nosso
pai, e eu achando at graa em tudo
aquilo e fui deixando todos eles falar e
falar e falar e falar e quando no
aguentei mais tamanha pancada em
minha barba branca no demorei dois
tempos e acode meu deus que Higino
quer matar toda a famlia e saram porta
afora feito doidos e um deles tentou
pular o muro do jardim e caiu com o
joelho sangrando no passeio e cou ali a
noite inteira murmurando e pedindo
perdo e s falando em arrependimento
e vocs viram ces malditos que esse
revlver nunca me saiu do cinturo?E
tudo isso por causa dessa febre do
cacau, que nessas lguas o homem s
tem alento no dinheiro e na fora do
ouro vinda dos cacaueiros e mesmo
aqueles que possuem tamanho poder
sabem embora no se conformem que
at o maior dos imprios ningum leva
dessa vida quando chegado o
derradeiro momento e que cedo ou
tarde tudo mesmo vira nada e eu no me
conformo com isso e at armo que se
fosse possvel no pensaria dois minutos
e reuniria todos meus pertences e
botaria num saco bem fundo e levaria
tudo comigo e buscaria outra vida onde
tivesse uma nova gente com outro trato
e outro sentido sem safra ruim e baixo
preo (O homem e a rvore. A rvore e o
homem. Se escutam. Se falam.
Emudecidos.) pra que mesmo se viver
em m de vida? E o que mesmo a
vida?Olhar as guas de um grande rio
com o leito a mostrar somente pedra e
p? esse jogo que no se explica aonde

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2016
o homem vem rolando desde o incio e
termina sem sada? No existe uma
nica sada que a gente veja antes de se
passar pro desconhecido? possvel que
haja uma ou mais sadas e se houver
que no seja desta vida pra outra pior
onde s exista ambio e pobreza e
solido e MEDO (Nos pensamentos
graves silncio de rvore. Na serenidade
da rvore a tarde em declnio. E
prosseguem.) Um padre me disse certa
vez que dentro de cada homem convive
o bem e o mal, carne e mente, um lado
sob o peso do pecado e o outro sob o
comando do esprito, mas onde est o
tal esprito que eu no pego, e no sinto,
e no vejo? No sei at onde aquele
padre velhinho quis chegar mas sou
reconhecido que dentro de cada um de
ns carne e pensamento brigam por um
s espao e um s momento e cada um
deles no se conforma com a presena
do vizinho e sei tambm que o homem
ainda no teve domnio de si mesmo e
que cada corao tem sua fera e que
nessas bandas a lei da vida
comandada pela febre dos cacaueiros e
que os bons se afastam dessas lguas
todos eles passam longe e creio at
fazendo sinal-da-cruz, nesses conns
demnio fez seus pastos, cacau febre,
febre, feeeeeeebre, serras, selva, vales,
ribeires, pedras, ventos, espinho, Deus
existe? Fernandinho lho volta da cadeia
lho, Cristo salvou o mundo? SALVOU?
Me diga?

FARMCIA GENRICA
BANCO POSTAL
ABRA A SUA CONTA MAIS GARANTIDA,
FAA SEU CRDITO MAIS SEGURO,
PAGUE SUA CONTA MAIS FCIL.

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2016

ESPORTES PARA TODOS!


RECONHECIMENTO
Autor Jorge Lima Silva

No inicio dos anos 80 chegou em


Coaraci, proveniente a capital
b a i a n a , e nv i a d o p e l a a n t i g a
SUDESCO (Superintendncia de
Desenvolvimento Social e Comunitrio do Estado da Bahia), um
jovem formado em Educao
Fsica, com muitos sonhos e
projetos belssimos.
Ele iria ser o Tcnico de Esportes do
Centro Social Urbano Nossa
Senhora de Lourdes.
Assim que assumiu, comeou a
realizar um trabalho que hoje venho aqui relatar, pela sua importncia naquele perodo. Deparou-se com jovens de todas as idades,
uns com e outros sem nenhuma estrutura familiar, jovens que
levavam uma vida desregrada e que faziam as suas prprias leis.
O tcnico chegou com cara de bravo e foi logo dizendo: - De hoje
em diante iremos ter horrios para todos!. E disse mais: - No s
praticaremos o futebol, mas ensinarei a vocs jogar e treinar
Voleibol, Basquetebol, Andebol e Futebol de Salo!. Aquelas
palavras entraram em nossos ouvidos como uma grande piada, pois
no acreditvamos em nada daquilo. Como ns, residentes na
periferia iriamos ter acesso materiais esportivos to caros na
poca? Alm de tudo quase todos achavam que aqueles esportes
no eram para homens. Imaginem passar para aqueles jovens,
lhos de magarefes, de trabalhadores rurais, de vendedores de
galinha, de mes solteiras, de retratistas, de mascates, de
lavadeiras, de empregadas domsticas, acostumados a jogar
descalos e sem camisa, regras e treinamentos daqueles esportes
quase todos os dias?
Passados alguns meses l estvamos ns praticando todas aquelas
modalidades esportivas, ganhando jogos amistosos contra equipes
do lado sul da cidade, onde residiam na sua maioria jovens de
classe mdia alta. Com o tempo foram selecionados jovens para o
futebol, voleibol, andebol basquetebol, nas categorias masculino e
feminino at 18 anos, para participarmos de torneios e
campeonatos. Lembro-me de alguns nomes selecionados por
Paulo, que mais tarde passou a ser conhecido em todo o municpio
por Paulo do CSU. Passaram por l: Biruta, Gildenei, Neto, Pato,
Jnio, Rosivan, Andr, Cafuringa, eu, Z Carlos BA, Nem
Aougueiro, o saudoso Tosto e uma innidade de outros jovens de
todas as classes sociais, principalmente da mais carente. Em minha
opinio existiram dois momentos marcantes em Coaraci, com
relao ao esporte para todos: antes e depois de Paulo do
CSU.
Hoje vejo jovens no mundo do crime e das drogas, sem educao
social e esportiva, sem acesso s praticas regulares e organizadas
dos diversos esportes, como era normal acontecer l no CSU
naquela poca, onde havia horrios para jovens de todas as idades,
onde se praticava quase todas as modalidades esportivas e adquiria-se noes de cidadania. Hoje os jovens de minha regio no
praticam nem sabem o que um saque, um bloqueio, cestas de 3
metros, quanto vale uma cesta, alguns at arriscam a jogar, mais
no sabem as principais regras do esporte que est praticando.
Agradeo ao professor Paulo Srgio Novaes Santana, pela
oportunidade que nos deu naquela poca, pela formao que nos
proporcionou l no CSU, nos abrindo portas e permitindo mostrar a
comunidade que ns da periferia tambm ramos bons atletas e
que as nossas qualidades se assemelhavam, quando no
suplantavam as dos jovens ditos ricos e de classe mdia. Agradeo
a Paulo do CSU em nome de todos pela oportunidade que nos
ofereceu, pela ateno como nos tratava e disciplina que nos
ensinou a seguir. Obrigado.

50 anos

TREINAMENTO DE ANDEBOL FEMININO - 1980

EQUIPE FEMININA DE FUTEBOL - ANOS 90

JOGO DE VOLEIBOL CSU X CENTRO A CIDADE - ANOS 80


DOMIN

SAUDOSO ADERBAL

SALVADOR E PAULO

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FATOS E FOTOS HISTRICAS II

2016

FARMCIA NOVA
Av.Juracy Magalhes,361
Centro - Coaraci/BA
CEP - 45638-000
(73) 3241-1288

1980 Torneio no Centro Social Urbano Nossa Senhora de Lourdes


Equipe do Grmio de Z Leonel - Arquibancada lotada!
Em p: Andr, Gurim, Z Carlos BA, Pato, no me lembro do nome do
prximo, que hoje Advogado. Agachados: Jnio Barberino, Edson, no me
lembro do nome e Z Leonel.

www.redeinovadrogarias.com.br

O que mais sei sobre a moral e as obrigaes do homem


devo ao futebol!

CONTATOS
Fones: (73) 81635358 ou (73)91828183
E-mail: [email protected]
Endereo: Rua do Maron, 07, Centro/Coaraci-BA.

Com os lhos

Equipe do Flamengo de Itajuipe


Identiquei os de Coaraci: Em p: Toninho Cruz, Expedito, o saudoso Ricardo - Agachados: Dermeval, Gildenei

email:informativocultural162@gmail

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FATOS E FOTOS HISTRICAS III

2016

Z. Quinto: Josa, Adriano, Constantino, Bertinho, Filadelfo, Dunga, Mane Cobrinha, Tonho Papada, Emerson Soares e a
menina Silvinha, lha da nada Vilma. A senhora Doma Maria me de Manuel. Atentem para os trajes da poca,
principalmente de Dr. Constantino.
Vera Tigresa: A menina Silvinha !! Filha da nada Vilma.

Paulo Reis: A primeira foto do time na quadra do Clube dos


Bancrios: Em p, da esquerda para direita: Francisco Torres
( Francisquinho da Padaria), Senhor Sena (Gerente do Banco
do Brasil), Hilton Fortunato.
Agachados: Luiz Amrico e os dois outros no identiquei.
Dirce Cerqueira: Paulo, a foto no clube dos bancrios foi
um torneio de futebol.

Fotos acima:Catulo,Manuel e Antnio Alfredo.


Catulo - Foto time: Danguinha, Rubens, Josemar, Carlos
Magno, Carlinhos e Eliezer. Bolinha, Gilson, Edgar, Marrom,
Catulo, Lus Alberto e Renato. isso mesmo baixinho. Marrom
era lho ou sobrinho de Litinho. C
atulo amigo velho de bom
tempo Luiz Alberto. Jogar com esse grupo era fcil muito
fcil. Observe que ramos to franzinos que as mangas das
camisas tinham que car enroladas.

email:informativocultural162@gmail

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2016

JORNALISMO ESTUDANTIL II

JORNAL CORAO DE
ESTUDANTE
Centro Cvico
Otaviano Jos de Oliveira
Setembro de 1985
Em 1985 foi lanado em Coaraci, pelos
alunos do Colgio Municipal de Coaraci,
membros do Centro Cvico Otaviano
Jos de Oliveira, o Jornal Corao de
Estudante, a equipe era composta pelo
Presidente, Epifnio Soares Neto, VicePresidente, gno Santos, Secretria,
Simone Dias da Silva, o Orador, Jorge
Moral, o Diretor de Esportes, Darlan
Viana, a Tesoureira, Telma Bulhes o
Auxiliar de Esportes, Jorge Lima Silva, e
os Colaboradores, Claudio Moiss,
Gilson Silva, Adalberto Prates, Adailton,
Rita, Sarah, Roseane, Luciene e
Lusivalda. O Jornal Corao de
Estudante publicava em suas pginas
matrias pertinentes em todas as reas,
principalmente relacionadas politica,
educao, artes e esportes. Por tudo o
que vimos na edio de setembro de
1985, resolvemos homenagear seus
fundadores com a publicao neste
exemplar do Caderno Cultural das
principais matrias da edio. O editorial do Jornal na poca foi dedicado
aos Estudantes Jackson e Genilda, e
abordava temas referentes s expectativas dos estudantes com relao
Nova Repblica e a Constituio Federal.
O jornal publicou na primeira pgina as
suas intenes: dizia em suas linhas, as
metas e o desejo que tinha de contribuir
para uma melhor qualidade no ensino a
aprendizagem, queria descobrir novos
valores, frutos da terra e oferecer a eles
a oportunidade de ampliar os seus
conhecimentos e mostrar seus valores.

O boletim dos estudantes faz crticas a


situao das residncias universitrias
na capital e frgil estrutura oferecida
aos residentes.
Na pgina dois, o Dr. Eldebrando Pires
escreveu sobre: A Cultura e a Juventude.Como sempre lcido intelectualmente, expressa a sua satisfao
com o projeto Jornal Corao de
Estudante, e envia mensagem de
incentivo aos jovens jornalistas.
Recentemente a imprensa realizou
uma pesquisa sobre o adolescente no
Brasil e descobriu que nos anos oitenta,
so eles mais seguros, bem informados,
conservadores e responsveis do que
pensam seus pais.
PauloSNSantana

A CULTURA E A JUVENTUDE
Dr. Eldebrando Pires

atual e exemplicado a vida e os fatos,


na sua realidade. Lembramo-nos da
crueza do televisionamento a poucos
dias da morte de um toureiro
trespassado pelo chifre do animal, em
plena arena. Sem dvida no l dos
melhores o ndice de cultura do pas e
grande parte da culpa do desinteresse
pelo aprendizado cabe ao Estado.
Entretanto bom sabermos que, j na
dcada de oitenta, o jovem est mais
informado, segundo a pesquisa aqui
citada. Fica-nos a dvida da extenso
desses conhecimentos e a esperana de
maior ateno dada pelo atual Governo
dedicao digna de todos os elogios.
Aos jovens criadores do jornal cam os
parabns, o incentivo e a promessa da
insignicante colaborao, quando
solicitada.
A arte a suprema realizao do
homem. H muita gente que no gosta
de poesias, sem ler poesias; no aprecia
pintura sem procurar saber algo sobre
quadros; no simpatiza com pera e
nunca ouviu uma pera; despreza os
clssicos e jamais leu Cames.
J ouvi gente dizer que no leu Machado
de Assis porque ouviu falar do rigor
sinttico dos seus escritos e, por isso
pensa ser ele difcil. Outros no leram
Dom Quixote porque muito grande.
Ah. Se apenas comeassem a ler um ou
outro...
O hbito da leitura fundamental para a
iniciao s artes, e lendo o nosso
jornal que aliceraremos o aumento das
artes grcas.
lendo que abriremos o nosso horizonte
cultural, arejamos o nosso esprito e
damos entrada no paraso das artes. O
hbito de ler concretiza o pensamento
do nosso poeta.
O livro caindo n'alma/ germe que faz a
palma/ alma que faz a me.
Vamos ler e fazer um jornal para se ler.

Tudo pelo esporte

_________1985__________

SEMENTES NA TERRA DO SOL

com muita alegria que vemos surgir


em Coaraci um grupo de jovens
pretendendo levar avante a ideia de
publicao de um jornal.
A comunidade acolher, sem dvida, a
iniciativa e dar, de certo, todo o sei
apoio e incentivo.
Recentemente a imprensa realizou uma
pesquisa sobre adolescncia no Brasil e
descobriu que nos anos oitenta, so eles
mais seguros, bem informados,
conservadores e responsveis do que
pensam os seus pais.
Fato surpreendente quando de modo
geral tende-se a situar os jovens entre
inseguros, incultos, avanados e
irresponsveis.
Esquecemo-nos de que a esto nos
rgos de divulgao: fcil, frequente,

Autoria Anglica Professora

Site:www.informativocultural.wix.com/coaraci

Colgio Municipal de Coaraci


1985
As sementes quando plantadas em solo
frtil e promissor do rvores frondosas,
que exibem ores com aromas inebriantes atraindo as abelhas sedentes
de plen.
Eis as sementes a serem lanadas na
terra do sol. Poetas inditos. Vale
ressaltar, no entanto, que no existe
nenhuma pretenso de se apresentar
poetas acabados, perfeitos, mas que
prometem colocar a poesia da terra do
sol no painel da arte literria do futuro.

Pg.14

Caderno Cultural de Coaraci, 6 anos com voc - 50.000 exemplares distribudos gratuitamente
DEZEMBRO

LITERATURA E POESIAS E POETAS

2016

Entre Tantas POESIAS


O autor Srgio Ribeiro e a Editora Fragmentos
Receberam convidados para lanamento de seu livro
O evento aconteceu no dia 11 de novembro de 2016
uma sexta-feira.
O evento comeou pontualmente s 19h00
O local escolhido foi o Auditrio Tnia Guimares
no Bairro da Feirinha - Coaraci - Bahia
Estiveram presentes no evento a comunidade em
geral, Professores, Diretores, Estudantes,
Comerciantes, Poetas e Artistas.
Na oportunidade houveram apresentaes da
Companhia de Teatro Salluz, com a Pea: No corao
da mulher.
O texto do evento e direo caram a cargo do
Autor, Srgio Ribeiro.
O evento foi patrocinado pela Editora
Fragmentos.
A cidade de Coaraci, assim como o seu povo,
principalmente os adeptos da boa leitura, sentem-se
honrados com o surgimento de mais um Poeta e
Escritor genuinamente coaraciense.
CADERNO CULTURAL DE COARACI

Concurso de Poesia

TERRA MOLHADA

CATEGORIA 1
JOO BATISTA PRATA

Esta tarde to chuvosa


Cheirando a terra molhada
Tem mais espinho que rosa
Mais partida que chegada.

Pseudnimo: Princesinha
Ttulo: Sonho
SONHO
Eu sou sonhadora
De mundos desconhecidos
Eu moro nos mares dos
desejos
L o pesadelo feito
De brigadeiro
Eu sonho com maravilhas
Que so escritas na vida
Eu j voei
L no cu
J atravessei os sete mares
J viajei o mundo
Em s um dia
SALETE MAGALHES
ALVES
09 anos aluna da
Escola Sagrada Famlia,
ganha mais um concurso
literrio a nvel
nacional do
CNEC Capivari. Site:
http://www.cneccapivari.br/
concursodepoesias

Se tem rosto a saudade,


Ou gosto - no provo nada.
Mas tem cheiro - verdade
!
Cheiro de terra molhada.
Jailda Galvo Aires
Rio, 05/11/2016

Amaral Ferreira
Lanamento do Livro
Carrossel de Liberdade
18/11 no Bar de Maria

RESTAURANTE
PALADAR

Eu j vi fadas e sereias
Eu vi prncipes e princesas
Eu vi drages e monstros
Eu j vi os pssaros
cantarem
Eu vi planetas e estrelas
Eu vi o universo no innito
Pois no sonho
A gente v o que quiser.
Autora: Salete Magalhes

Site:www.informativocultural.wix.com/coaraci

Pg.15

Desde 2010, distribudos gratuitamente 50.000 exemplares. 700 amostras mensais.

72 CADERNO CULTURAL DE COARACI


6 anos com voc!

Feliz Natal e Prspero Ano Novo!

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