Decisão STF - Taxação de Inativos
Decisão STF - Taxação de Inativos
Decisão STF - Taxação de Inativos
18/08/2004
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EMENTAS:
1. Inconstitucionalidade. Seguridade social.
Servidor pblico. Vencimentos. Proventos de aposentadoria e penses.
Sujeio incidncia de contribuio previdenciria. Ofensa a direito
adquirido no ato de aposentadoria. No ocorrncia. Contribuio social.
Exigncia patrimonial de natureza tributria. Inexistncia de norma de
imunidade tributria absoluta. Emenda Constitucional n 41/2003 (art. 4 o ,
caput). Regra no retroativa. Incidncia sobre fatos geradores ocorridos
depois do incio de sua vigncia. Precedentes da Corte. Inteligncia dos
arts. 5 o , XXXVI, 146, III, 149, 150, I e III, 194, 195, caput, II e 6 o , da CF, e art.
4 o , caput, da EC n 41/2003. No ordenamento jurdico vigente, no h norma,
expressa nem sistemtica, que atribua condio jurdico-subjetiva da
aposentadoria de servidor pblico o efeito de lhe gerar direito subjetivo como
poder de subtrair ad aeternum a percepo dos respectivos proventos e penses
incidncia de lei tributria que, anterior ou ulterior, os submeta incidncia de
contribuio previdencial. Noutras palavras, no h, em nosso ordenamento,
nenhuma norma jurdica vlida que, como efeito especfico do fato jurdico da
aposentadoria, lhe imunize os proventos e as penses, de modo absoluto,
tributao de ordem constitucional, qualquer que seja a modalidade do tributo
eleito, donde no haver, a respeito, direito adquirido com o aposentamento.
2.
Inconstitucionalidade. Ao direta. Seguridade
social.
Servidor pblico. Vencimentos. Proventos de aposentadoria e penses.
Sujeio incidncia de contribuio previdenciria, por fora de Emenda
Constitucional. Ofensa a outros direitos e garantias individuais. No
ocorrncia. Contribuio social. EExigncia patrimonial de natureza
tributria. Inexistncia de norma de imunidade tributria absoluta. Regra
no retroativa. Instrumento de atuao do Estado na rea da previdncia
social. Obedincia aos princpios da solidariedade e do equilbrio
financeiro e atuarial, bem como aos objetivos constitucionais de
universalidade, equidade na forma de participao no custeio e diversidade
da base de financiamento. Ao julgada improcedente em relao ao art. 4 o ,
caput, da EC n 41/2003. Votos vencidos. Aplicao dos arts. 149, caput,
/
ADI 3 . 1 2 8 / D F
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ACORDO
V"V
2
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ADI 3 . 1 2 8 / D F
EZAR PELUSO
PRESIDENTE
STf
102.002
. _
453
RELATRIO
A Senhora Ministra Eilen Gracie: A Associao Nacional dos
Procuradores da Repblica - ANPR props ao direta de inconstitucionalidade em
face do artigo 4o da Emenda Constitucional n 41, de 19.12.03, que possui o seguinte
teor:
"Art. 4o Os servidores inativos e os pensionistas da
Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, includas
suas autarquias e fundaes, em gozo de benefcios na data de
publicao desta Emenda, bem como os alcanados pelo disposto no
seu art. 3,J contribuiro para o custeio do regime de que trata o art
40 dci Constituio Federal com percentual igual ao estabelecido
para os servidores titulares de cargos efetivos,
Pargrafo nico. A contribuio previdenciria a que
se refere o caput incidir apenas sobre a parcela dos proventos e
das penses que supere:
I - cinqenta por cento do limite mximo estabelecido
para os benefcios do regime geral de previdncia social de que
trata o art. 201 da Constituio Federal, para os servidores inativos
e os pensionistas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios;
II - sessenta por cento do limite mximo estabelecido
para os benefcios do regime geral de previdncia social de que
trata o art. 201 da Constituio Federal, para os servidores inativos
e os pensionistas da Unio. "
servidores
requisitos
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ADI 3 . 1 2 8 / D F
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454
.102.002
C^/jsifxnt/
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ADI 3 . 1 2 8 / D F
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ADI 3.128 / DF
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457
102.002
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^ ^ / r t / i f / j / f f / ^ "/'(</< /(//
ADI 3.128/ DF
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102.002
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ADI 3.128/ DF
considerado pudesse
ser
.102.002
460
26/05/2004
SENHOR
MINISTRO
NELSON
JOBIM
do
Regimento,
assegura
a produo
de
Srs.
(PRESIDENTE)
sustentao
o artigo
oral
pelos
a Relatora
STF
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461
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TRIBUNAL PLENO
VOTO
A Senhora Ministra Eilen Gracie - (Relatora):
ativa das autoras.
1 -
Legitimidade
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ADI 3 . 1 2 8 / D F
"Somente pela ao do poder constituinte originrio cujo processo no deflagrado apenas pela eventual vontade de um
governante ou de um grupo que chegue ao poder - se podem desfazer
situaes constitudas, solapar direitos anteriormente aceitos como
coerentes com os princpios e valores antes acatados. Somente pela
atuao do poder constituinte originrio se podem desconstituir o
direito adquirido, a coisa julgada e o ato jurdico perfeito, nos
termos do sistema constitucional vigente (art 5 o, XXXVI, da Lei
Fundamental da Repblica). O mais, fraude Constituio,
destruio da Constituio em seus esteios-mestres. Quando, por
meio de uma reforma constitucional, se investem contra situaes
firmadas em condies jurdicas pretritas sobre as quais retroagem
as novas normas, no se tem como prejudicado apenas o princpio
do direito adquirido, mas tambm o ato jurdico perfeito e a coisa
julgada.>y
Na presente hiptese, o controle de constitucionalidade invocado
para garantia da manuteno do ncleo imodificvel da Constituio, que, na
Constituio Federal de 1988, revela-se, explicitamente, em seu art. 60, 4 o . Esta
Corte, ao julgar procedentes as aes diretas que impugnaram a instituio do IPMF,
autorizada pela EC n 3/93, declarou que "uma Emenda Constitucional, emanada,
portanto, de Constituinte derivada, incidindo em violao Constituio originria,
pode ser declarada inconstitucional, pelo Supremo Tribunal Federal, cuja funo
precpua de guarda da Constituio (art 102,1, a, da C.F.) (ADI n 939, rei. Min.
Sydney Sanches, DJ 18.03.94). No julgamento do pedido de Medida Cautelar
respectivo, assim se manifestou o eminente Min. Celso de Mello:
r
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Dados extrados basicamente da Avaliao da situao financeira e patrimonial do sistema de previdncia social dos servidores pblicos da Unio,
realizada pelo Tribunal de Contas da Unio, mediante provocao do Sr. Procura dor-Geral junto quele rgo, Dr. Lucas Furtado, e disponvel no stio
Internet da Corte de Contas. Igualmente esclarecedor, o trabalho publicado pela Desembargadora Assusete Magalhes, "Mudana do Modelo de
Estado e as Reformas Administrativa e da Previdncia", in "Cartilha Jurdica", ano 12, n. 85 , Tribunal Regional Federal da I a Regio.
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ADI 3 . 1 2 8 / D F
alquota destinada ao custeio deste benefcio, o que foi feito atravs da Lei n 8.688/93,
que alterou o artigo 231 do Regime Jurdico nico. As alquotas estabelecidas foram
as mesmas antes previstas pela Lei n 8.162/91 que deveriam incidir sobre a totalidade
da remunerao e fixou-se prazo de noventa dias para o encaminhamento ao
Congresso Nacional de projeto de lei dispondo sobre o Plano de Seguridade do
Servidor e sobre as alquotas a serem observadas a partir de I o de junho de 1994.
Fixou-se tambm a obrigao de a Unio participar com recursos oriundos do
oramento fiscal em valor idntico ao da contribuio de cada servidor e, com recursos
adicionais, quando necessrios, em montante igual diferena entre despesas e
receitas. Posteriormente, a Medida Provisria n 560/94, convertida na Lei n
9.630/98, manteve at 30 de junho de 1997 as mesmas alquotas anteriores e a mesma
base de clculo, ou seja, a totalidade da remunerao, unifcando-as, definitivamente, a
partir de I o de julho do mesmo ano em 11%, permanecendo vigentes as regras relativas
participao da Unio, restando claro o compromisso desse ente com o custeio dos
benefcios. A cobrana de contribuio previdenciria de inativos e pensionistas da
Unio foi tentada por algumas vezes, como na Medida Provisria n 1.415/96 e na Lei
n 9.783/99. Ambas tiveram sua eficcia suspensa, por decises do Supremo Tribunal
Federal.
Aspecto relevante e parcialmente responsvel pelo desequilbrio de
contas do RPPS tem origem no descumprimento ao disposto pelo art. 11, da Lei n
8.162/91, que alterou o art. 247, da Lei n 8.112/90, prescrevendo o ajuste de contas
correspondente ao perodo de contribuio por parte dos servidores celetistas
incorporados ao RJU.
Isso porque passaram a aposentar-se com os direitos
estabelecidos no art. 40 da Constituio Federal servidores que haviam contribudo,
enquanto celetistas, para o ento INPS.
Para minorar os efeitos da inexistncia de compensao financeira
entre os regimes, prevista no pargrafo 2o, do art. 202 da Constituio Federal,
admitiu-se, mediante o art. 17 da Lei n 8.212/91 (redao dada pela Lei n 9.717/98),
que recursos do oramento da seguridade pudessem contribuir para o pagamento dos
encargos previdencirios da Unio.
com a EC n 20/98 e com a Lei n 9.717/98 que se d uma
importante alterao no regime de previdncia dos servidores pblicos. Cria-se um
regime prprio de previdncia para o servidor pblico civil, de carter contributivo.
Por isso, passa a prevalecer o "tempo de contribuio" sobre o "tempo de servio".
Estabeleceram-se, tambm, limites de idade para aposentadoria e teto limite para os
valores de aposentadoria e penses, desde que implantados planos de aposentadoria
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^c/five-mo
(^ec/era/
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C^ec/era/
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Mas, sabe-se que as contribuies dos servidores no so as nicas fontes de custeio do oramento da previdncia social. O grande fundo
previdencirio tem outros aportes que provm do empregador (no caso, Unio, Estados, DF e Municpios - Constituio Federal, art. 195, I) e dos
concursos de prognsticos (Constituio Federal, ait. 195, III). O que foi afirmado quanto correo de recolhimento dos servidores, no se pode dizer
com relao aos outros contribuintes do sistema que acumularam dbitos considerveis. Veja-se, a propsito, informao do Tribuna! de Contas da
Unio, constante da Deciso 1511/2002. Em seu item 10, aquele texto afirma a inexistncia de base lega! que estabelea a alquota para a contribuio
da Unio para o Plano de Seguridade Social do Servidor Pblico. apenas na Medida Provisria n" 167, de 19.02.04, cujo art. 5 o , acrescenta o art. 5-A
Lei n 9.7S3, de 28.01.99, que vein afinal estabelecida a parcela com a qual a Unio dever contribuir para o financiamento do sistema de previdncia
de seus servidores. Nada se disse, porm, relativamente ao modo ou prazo dentro do qual dever ser recomposto e, se o ser, o passivo acumulado pelos
anos em que tal participao deixou de se verificar. Informa, outrossim, o relatrio da Deciso 1459/2003 que apenas a partir da edio da Portaria
SOF n 10, de 22/10/02, a Secretaria de Oramento Federal vem adotando providncias para implantar uma classificao mais explcita sobre as receitas
de concursos de prognsticos e as provenientes da Contribuio para o Plano de Seguridade do Servidor, a vigorar a partir da Lei Oramentria para o
exerccio de 2003. Revela, igualmente o mesmo relatrio a inexistncia de um oramento especfico para a Seguridade, contrariando a disposio do
pargrafo 5, do art. 195 da Constituio Federal.
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"(...) As contribuies do art. 195, I, 11, IH da Constituio, no exigem, para a sua instituio, lei complementar. Apenas a contribuio
doparg.
4o, do mesmo art. 195 que exige para a sua instituio, lei complementar, dado que essa instituio dever observar a tcnica da competncia
residual da Unio (Constituio Federal, art. 195. parg. 4"; Constituio Federal, art. 154, I). Posto estarem sujeitas lei complementar do art. !46,
III. da Constituio, porque no so impostos, no h necessidade de que a lei complementar defina o seu fato gerador, base de clculo e contribuintes
(Constituio Federal, art. 146. IH, a). "
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ftffwwn-o-
(f^ec/e^a/
ADI 3.128 / DF
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aposentadoria. Quando eles alcanam essa prestao, ocorre como que um acerto de
contas entre o contribuinte e o Ente pblico. Se o servidor j est recebendo o
benefcio a que fez jus, mesmo que no tenha contribudo antes, porque no estava
obrigado a isso, porque o sistema constitucional no dava ao Ente pblico o direito de
cobrar-lhe contribuio, pelo que o Ente arcava com os benefcios como uma forma
de salrio futuro. Tanto verdade, que o art. 4o da EC 20/1998 converteu o tempo
de servio pblico em tempo de contribuio. Logo, o servidor aposentado no pode
ficar sujeito a pagar uma contribuio em razo de fatos passados, que no se pode
imputar a ele. Vale dizer, a tese do dficit da previdncia ou a tese de que os atuais
aposentados no contriburam ou contriburam pouco para a previdncia no so
causas legtimas para a imposio a eles de contribuio. " (f. 19 do parecer)
A emenda n 41/03, em seu art. 4o, portanto, quebra o sinalagma da
relao jurdica previdenciria, forando aposentados e pensionistas a efetuarem
verdadeira "doao" de parte de seus proventos em nome do princpio da solidariedade
intergeneracional que, embora respeitvel, nem por isso faz tbula rasa de outros
princpios de igual dignidade constitucional, como a garantia contra a bi-tributao
(CF, art. 154,1) e o princpio do no-confisco (CF, art. 150, IV).
Por isso que o Prof. Jos Afonso da Silva, em seu j citado parecer
conclui "que as razes (causas) dadas pela Exposio de Motivos para a criao da
contribuio de previdncia sobre os proventos de aposentadoria no tm uma
conexo lgica com as finalidades que do fundamento de legitimidade sua exao.
Portanto, no so causas reais, viculadas. So utilizadas como simples pretexto para
a sua criao, mas, como se viu acima, a simples meno da finalidade (causa) no
satisfaz os princpios constitucionais da tributao.
No caso, ter-se- uma
contribuio sem causa, um tributo sem causa, incidente sobre certa categoria de
pessoas, o que lhe d caracterizao de tributo de capitao. Como tal se conceitua
toda forma de tributao sobre a pessoa, sem relao de causa com um fato gerador
material. Veja-se sua conceituao em Tixier e Gest; lL3impt de capitation est d
raison mme de Vexistence de la personne. C'est la forme d'imposition la plus simple,
la plus facile calculer et la plus commode percevoir. Mais elle est aussi la plus
injuste, car elle ne tient nul compte des facults contributives du contribuable. Elle est
conforme un stade de dveloppement peu avanc o les diffrences de fortune sont
peu marques. On la rencontrait dans la Rome antique (tributum capitis, capitatio
humana). Elle est encore pratique dans des pays africains (Niger, Mali, Haut-Volta,
Tchad) sous le nom de taxe civique, impt du minimum fiscal, impt personnel... ^ A
justificativa da Exposio de Motivos aproxima a contribuio sobre os servidores
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princpio da
constitucional,
previstas pelo
ocasio foram
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/aforem-o- (2/ruma/
ADI 3 . 1 2 8 / D F
nas circunstncias, nos fatos sociais, no menos certo que a necessria pretenso de
eficcia, de efetividade, que exsurge do contedo normativo da Constituio, no pode
ceder seu imprio a essa realidade histrica.
Diante da normatividade da
Constituio, de sua constante vocao eficcia e do necessrio respeito que h de
merecer, no resta espao legtimo, portanto, a opor razes de convenincia ditadas
pela conjuntura, pela realidade de fatos presentes, por vezes suscetveis de rpida
mutao, se no estiverem em conformidade com a Constituio. "
Ao debate acorreu, com a fora de sua reconhecida autoridade, o
Min. Carlos Velloso, para quem, "a Emenda Constitucional n 3, desrespeitando ou
fazendo tabula rasa do princpio da anterioridade, excep c ion ando-o, viola limitao
material ao poder constituinte derivado, a limitao inscrita no art 60, pargrafo 4o,
IV, da Constituio.99
Mesmo os Ministros que naquela ocasio ficaram vencidos,
objetavam apenas, como fator autorizador da dispensa da anterioridade, o fato de que
tal princpio, o da anterioridade, j comportava inmeras excees. Mas, certamente
no adotariam idntica posio quando os princpios em causa so, como no caso
presente, os da bi-tributao e da isonomia tributria, posto que a estes a Constituio
atual, como todo o constitucionalismo brasileiro, desde suas mais remotas origens,
resguarda de toda e qualquer exceo.
7 - Da Vinculao da Contribuio ao Equilbrio Atuarial.
Alm disso, da afirmativa contida no pargrafo 5o, do art. 195 da CF
de que a criao ou majorao de benefcios deve indicar a correspondente fonte de
custeio h que decorrer a garantia para o senador de que a instituio de nova exao
previdenciria s se justifique com o estabelecimento de novo benefcio. Foi o que se
afirmou, com todas as letras no julgamento da ADI 2.010: "Sem causa suficiente, no
se justifica a instituio (ou a majorao) da contribuio de seguridade social, pois,
no regime de previdncia de carter contributivo, deve haver, necessariamente,
correlao entre custo e beneficio. A existncia de estrita vinculao causal entre
contribuio e benefcio pe em evidncia a correlao da frmula segundo a qual
no pode haver contribuio sem benefcio, nem benefcio sem contribuio. "
Por isso mesmo, no Regime Geral, quando invivel atuarialmente o
deferimento de aposentadorias (como no caso dos que ingressavam no sistema aps os
sessenta anos de idade, nos termos do art. 104, do Decreto n 72.771, de 06.09.73, que
regulamentou a Lei n 3.807/60), ou quando inacumulveis os benefcios (como no
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n. 2, p.] 3 - Suplemento.
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sLffi/wmo l/^iumaY
ADI 3 . 1 2 8 / D F
(Constituio Federal, art. 195, pargrafo 5o), no menos exato que tambm no
ser lcitof sob uma perspectiva estritamente constitucional, instituir ou majorar
contribuio para custear a seguridade social sem que assista quele que compelido
a contribuir, o direito de acesso a novos benefcios ou a novos servios.
Na mesma linha, a manifestao do Min. Marco Aurlio, no
julgamento da ADI 790: "O disposto no artigo 195, pargrafo 5\ da Constituio
Federal, segundo o qual 'nenhum benefcio ou servio da seguridade social poder
ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio
homenageia o equilbrio atuarial, revelando princpio indicador da correlao entre,
de um lado, contribuies e, de outro, benefcios e servios. O desaparecimento da
causa da majorao do percentual implica o conflito da lei que a imps com o texto
r2
constitucional... "
Vale reproduzir a indagao formulada pelo eminente ViceProcurador-Geral da Repblica, Dr. Antonio Fernando Barros e Silva de Souza, em
seu bem lanado parecer: "qual o benefcio futuro a que ter direito o aposentado ou
pensionista que recolher a contribuio nos moldes estatudos pelo art. 4o, da EC n
41/03? No h resposta para a pergunta, o que corrobora o entendimento de que o
legislador reformador criou tributo sem causa. "
8 - A desigualdade de contribuies entre inativos,
Ainda uma observao relativamente ao tratamento diferenciado que
se prope a dar a Emenda aos aposentados antes e depois de sua entrada em vigor. Na
forma do pargrafo 18 do artigo 2o, aos que se aposentarem ou adquirirem condies
para tanto, aps a edio da emenda, assegura-se uma iseno de contribuio at o
valor do benefcio mximo do Regime Geral da Previdncia Social, incidindo a
alquota de 11% sobre o que exceder a tal montante. Para os j aposentados,
pensionistas e para aqueles que j adquiriram direito aposentadoria, a incidncia se
d sobre o valor dos proventos ou penso que exceder a 50 ou 60 % do limite mximo
para os benefcios do Regime Geral.
A justificativa apresentada diz com o fato de os ltimos terem sido
submetidos a um tempo de contribuio menor, ou no terem sido submetidos a
qualquer contribuio, no caso dos aposentados e pensionistas regidos pelas normas
anteriores EC n 20/98. A propsito, so esclarecedores os clculos realizados pelo
11
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Prof. Jos Afonso da Silva e includos a partir da f. 23 de seu parecer, que fiz chegar
aos colegas.
Na bem lanada anlise procedida pela Procuradoria-Geral da
Repblica, "a afirmao leva a crer que o legislador buscou punir atravs da
cobrana de uma contribuio maior, aqueles que se aposentaram antes da edio da
EC n 41/03, a despeito de terem preenchido todos os requisitos
constitucionalmente
previstos poca da aposentao. Trata-se de raciocnio ilgico, porquanto no h
fundamento
para a imposio de verdadeira punio, consubstanciada
na
obrigatoriedade de recolher valor contributivo maior, a quem conquistou o direito
aposentadoria, exatamente por ter obedecido s normas legais ento vigentes.
Ademais, o desrespeito ao princpio da igualdade resta evidente, uma vez que no h
entre os pretensos contribuintes caractersticas que os tornem
suficientemente
diferenciados. O supratranscrito inciso II, do artigo 150 da Constituio Federal
prev a impossibilidade de imposio de tratamento desigual entre contribuintes que
se encontrem 4em situao equivalente\
No caso sob anlise, muito mais do que
equivalentes, as situaes dos pretensos sujeitos passivos da obrigao so idnticas:
todos so servidores aposentados ou pensionistas. "
Admitir a permanncia dessa norma corresponderia a permitir fosse
onerado retroativamente algum que cumprira tudo o quanto lhe era exigido ao tempo
em que entrou em gozo do benefcio.
9 - Concluso
Tendo em linha de conta que a nova exao se acrescentaria que j
incide sobre os proventos e penses na forma de Imposto sobre a Renda e Proventos,
tendo por fato gerador a prpria percepo dos mesmos proventos ou penses, concluo
que a norma contida no art 4 o , da EC/41 encontra-se eivada de inconstitucionalidade,
por incompatvel com a garantia individual que veda ao Estado a bi-tributao
(Constituio Federal, 154,1).
Por corresponder a nova contribuio despida de causa eficiente,
posto que no corresponde necessria contrapartida de novo benefcio, ferido est o
disposto no art. 195, pargrafo 5o, da Constituio Federal, que impe para o sistema
previdencirio a manuteno do equilbrio atuarial.
22
483
E como voto.
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/ r^v/rvY//
*fff jt(f>
TRIBUNAL PLENO
26/05/2004
O
Ministros,
tenho
constituinte
SENHOR
MINISTRO
dificuldade
originrio
NELSON
JOBIM
em utilizar
e poder
as
constituinte
(PRESIDENTE) -
denominaes
derivado,
Srs.
de
poder
considerando
tinham
tivemos
rupturas
processo
de
reais
no
processo
superao
do
politico.
regime
No
anterior
Brasil,
que,
onde
sempre
dentro
do
instalao
da
Assemblia
Constituinte
de
87,
os
legitimao
dos
Constituintes
derivados
que
votaram
Emenda
SENHOR
MINISTRO
CARLOS
VELLOSO
Emenda
Constitucional n 26 convocou...
O
SENHOR
MINISTRO
NELSON
JOBIM
(PRESIDENTE)
No
creio. Quero deixar bem claro que quem votou a emenda constitucional
que
convocou
Assemblia
Constituinte
foram
os
deputados
historicamente,
deve
ser
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que
doutrina
brasileira
yl/v
STF
102.002
485
///>/<// d ^ ^ w /
W/JtO
ADI
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3.128
DF
desses
utilizar,
no
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categorias. Essas
histrico
categorias,
brasileiro,
pureza
dessas
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SENHOR
Pinto,
em
MINISTRO
momento
SEPLVEDA
dramtico,
PERTENCE
que
no
Dizia
Dr.
democracia
(PRESIDENTE)
Ento,
Poder
derivado,
sobre
originrio
Constituinte
uma
uma
do
vez
que
emenda
Poder
Constituinte
originrio,
a legitimao
constitucional
de
uma
forma
decorreu
Carta
derivado,
ou
de um
de
69.
porque
outra,
de
ato de
E
Poder
votao
processo
no
aprofundar
de
uma
assemblia
debate
politico
era
tentativa
governos
dos
o assunto
era
de
as eleies
nacional
absolutamente
o
partido
Estados.
Os
de
constituinte
perifrico.
majoritrio
candidatos
1986,
era
O que
poca
deputados
existncia
perifrica;
era
verdadeiro
conquistar
federais
os
a
teatros
ou
aos
pequenos
grupos,
sem
que
fosse
um
popular.
.002
apelo
486
23
3.128
DF
da matria,
mas,
em
relao
questo,
acompanho
o voto
da
Ministra-Relatora.
O
estamos
ao
SR.
a falar,
processo
tenhamos
MINISTRO
de um texto
de
emenda
essas
ou
disputas
GILMAR
MENDES
constitucional
de
reforma
teorticas
ou
Todos
sabem
originrio,
em
constitucional,
dogmticas
do
que
relao
ainda
que
propsito
do
tema.
O
europeu,
Hans
SR.
Kelsen
MINISTRO
deixou
CARLOS
claro
BRITTO
que
uma
Ademais
nova
disso,
Constituio
um
surge
a um
SENHOR
MINISTRO
SEPLVEDA
controle de constitucionalidade,
26
surgiu
pretendia
fazer
Constituinte,
sendo
com
por
derrubado
a derrubada,
um
outro
voto;
pelo
foi
inclusive,
tipo,
102.002
perante
Que,
se
a Carta de
o Deputado
Governo
no
(PRESIDENTE) - A Emenda
do
relator
legitimando,
Flvio
sentido
STF
constitucionalidade.
PERTENCE
de
primitivo
efetivamente,
Rembaque
manter
um
que
que
a
acabou
ritmo
de
487
ADI 3.128 / DF
O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO
- Senhor
Presidente r
do poder
constituinte
poder
constituinte
desmembramento
quando
h,
Comungo
territorial
realmente,
com
somente
surge
decorrente
de que
quando
ocorre
entendimento
de
do
regime
Vossa
pela
Excelncia
que a Carta
de
fora
e
esse
das
creio
ento,
armas.
que
no
1988 resultou
de
(PRESIDENTE)-
Na
estamos
concordamos
M
expresso
utiliz-lo,
mundo,
Ministro
MINISTRO
discutindo
que
os
fatos
prefiro
do
que
ao
so
a pureza
mundo
sistema,
tivemos?
NELSON
regra
da
meno;
naquela
primeiro
da Guerra, um ditador,
uso
de
palavras.
Agora,
V.Exa.
Todos
usa
concordamos
mesmo
de
JOBIM
histricos.
constituinte originrio"
quanto
habilidade
Novo,
SENHOR
no
todos:
poca
estamos
no
discutindo
Brasil
ditatorial
Presidente
e os Governadores
da
sempre
do
o
h
Estado
Repblica
dos Estados
foi
nada
histrico
brasileiro;
temos
que
respeit-lo.
No
podemos
STF 102.002
488
ADI 3.128 / DF
palavra poder constituinte originrio
exatamente
em relao
Francesa,
no
posta;
SENHOR MINISTRO
porque
tenho
CARLOS VELLOSO
responsabilidade
- J que
acadmica
no
questo
tema,
quero
derivado
Constituio
revoluo,
1958,
originrio
ruptura,
ningum
nega
investir
vigente.
em
termos
representantes
No
fticos.
legitimidade
para
necessrio
A
que
Constituio
ela,
elaborar
resultou,
haja
uma
Francesa
tambm,
de
um
diferente;
General
disse
De
que
Gaulle
s
Constituio
Presidente
que
ele
assumiria
Cotti
seria
se
afirmou
o nico
fizesse
(PRESIDENTE)
claramente
a salvar
sua
- Mas
perante
a Frana,
Constituio,
ele
fez:
"Gaullista".
O
SENHOR
MINISTRO
CARLOS
VELLOSO
poder
os
mas
sentindo
acontecimentos
que
as
reforma
no
"diretas-j ",
bastava,tendo
por
exemplo,
102.002
que
t
STF
em
489
constituinte,
eleger
representantes
investidos
de
po.ler
chamado
poder
constituinte originrio.
O
constituinte
como
poder
SR.
MINIS TRO
derivado,
prefiro
reformador,
que
CARLOS
BRITTO
dizer poder
um
poder
reformador,
de
direito,
j no
agiu
agiu
como
um
poder de fato.
O
tisnou,
de
Senadores,
estavam
certa
que
com
SENHOR
MINIS TRO
forma,
foram
mandato.
Assemblia
admitidos
Ai,
CARLOS
sim,
VELLOS O
Nacional
Assemblia,
houve
uma
Houve
a 1 go
que
Constituinte:
Os
um
pequena
tero
dos
que
que
no
mancha,
SENHOR
MINISTRO
NELSON
JOBIM
(PRESIDENTE) -
Quem
Federal
ao
presidir
Assemblia
Constituinte
leu
que os deputados
e Senadores,
eleitos
em
1986,
reunir-se-o.
estivesse
a presidir,
em
nome
do
Supremo
Tribunal
Federal,
STF
102.002
teve
conhecimento
da
mensagem
presidencial
que
props
490
3.128
DF
Emenda Constitucional
Fui um
SENHOR
Seplveda
MINISTRO
Pertence
NELSON
participou
JOBIM
do
(PRESIDENTE)
acordo
politico
dessa
situao histrica.
O SENHOR MINISTRO CARLOS VELLOSO - Apenas quis
esse registro, porque nesse sentido que, em trabalhos
fazer
acadmicos,
tenho me manifestado.
O
dizer
que
fiz
principalmente
SENHOR MINISTRO
o
em
registro
academia,
NELSON
JOBIM
exatamente
de
mitificar
(PRESIDENTE)
porque
a
temos
nossa
um
hbito,
histria.
Quero
bom
deveria
STF
102.002
491
26/05/2004
TRIBUNAL PLENO
V O T O
O
alega-se
SENHOR
JOAQUIM
inconstitucionalidade
Constitucional
contribuio
MINISTRO
41/2003,
qual,
previdenciria
de
BARBOSA:
do
ao
art.
Sr.
Presidente,
4-
da
viabilizar
servidores
Emenda
cobrana
pblicos
de
aposentados,
ptreas
da Constituio
abordou
clusulas
questo
ptreas
por
est
esse
ngulo.
Mas
manifestamente
essa
questo
subj acente
das
toda
discusso.
Com
vista,
eu
devida
sempre
vi
vnia
com
daqueles
certa
que
tm
desconfiana
outro
a
ponto
de
aplicao
caractersticas
desigualdade
importncia
e pelas
como
utilidade para
da
nossa,
iniqidades
instrumento
a preservao
constitucionais.
que
se
singulariza
pela
sua
hermenutico
poderoso,
de
extrema
de um ncleo
essencial
de
valoras
/
492
ADI
3,128
DF
ve j o
construo
teoria
intelectual
razovel,
com
abstrao
de
das
conservadora,
uma propenso
vrios
clusulas
valores
como
uma
antidemocrtica,
oportunista
outros
ptreas
e utilitarista
igualmente
no
fazer
protegidos
pelo
porque,
em
essncia,
ser
acolhida
em
de
limitao
importantes,
como
conseqncia
perenizao
em
de
Constituio
certos
de
seu
art.
outras
19 88
operar profundas
como
os
perpetuao
traos
tem
que
teoria
palavras,
um
da
como
das
carter
clusulas
ptreas
nossa
desigualdade.
instrumento
organizao
suas
valores
formidvel
das
outros
proclamam
da
nossa
uma
com
metas
3B,
incisos
III
IV.
Ora,
objetivo. . Da
carter
conservador
da
fundamentais
o que
absolutizao
de
social.
clusulas ptreas
desse
tais
ponderao
Constituiria,
diz
ou
das
concretizao
sua
pretendida
maximizao.
Essa
anlise,
visa
representantes
tempos
as
teoria
a
impedir
antidemocrtica
que
legitimamente
correes
de
povo,
eleitos,
rumo necessrias
por
porque,
em
intermdio
promova
de
eliminao
ltima
de
se
tempos
paulatina
493
ADI
das
3.128
DF
distores ,
todos
dos
conhecemos.
incrveis
O povo
tem,
inaceitveis
sim,
o direito
privilgios
de definir
que
seu
de
antidemocrtica,
tese
que
ilusria.
intermdio
dos
jurisdio
universal,
No
constitucionalismo
procedimentos
da
constitucional,
que
se
fenmeno
consegue
manter
de nosso
moderno,
emenda
postula
pacto
somente
por
constitucional
j urdico
ho j e
sincronizao
da
quase
entre
em
ritmo
avassalador.
constituinte
Cano tilho
universal".1
originrio
qua1i f i ca
Ou
seja,
possa
c omo
criar
uma
insensato
aquilo
conceber
que
"constituio
que
professor
imorredoira
entre
ns
pelo
jovem
jurista
secundada
carioca
Daniel
"O verdadeiro
problema
levantado
pel
limites materiais do poder de reviso este: s
defensvel
vincular geraes futuras a idias
1
CANOTILHO, J. J. Direito
Almedina, 1998. p. 937.
Constitucional
e Teoria
da Constituio.
Coimbr
494
ADI
3.128
DF
legi timao
e
a
projectos
polticos
que,
provavelmente,
j no sero os mesmos que pautaram
o legislador constituinte? Por outras palavras
que
se colheram nos Writings de Thomas Jefferson:
'uma
gerao
de homens
tem o direi to de
vincular
outra?' A resposta tem de tomar em considerao
a
evidncia de que nenhuma constituio pode
conter
a vida ou parar o vento com as mos. Nenhuma lei
consti tucional
evi ta
o
ruir
dos
muros
dos
processos
histricos,
e,
conseqentemente,
as
alteraes constitucionais,
se ela j perdeu a sua
fora normativa."2
adquirido
e antijurdica.
Em primeiro
lugar,
protegido
absolutamente
porque no
faz
corri
as prprias
bases
da
organizao
tributos.
Essa
poltico-social
Por
outro
no
faz
lado,
trata-se
sentido
solidria
sistema
os
pessoas no
querer
milhares
inquo
excessivamente
de
de
uma
isentar
de
concepo
de
razovel
contribuio
pessoas
que
privilgios,
g.enerosas
no
se
de
que permitiram
previdenciria
aproveitaram
normas
porque
um
frouxas
jubilao
de
muitas
precoc
delas
Constitucional
e Teoria
da Constituio.
Coimbra:
495
ADI
3,128
DF
Constato,
ao
direta
omite
por
o
outro
fato
lado,
de
que
que
tese
principio
ou confrontao
com
outros
afastamento
constitucionais
princpios,
pontual
de
relativos,
desse
um
dos
deles.
Como
podendo
muito
direitos
igualmente
estamos
que admitem
confronto
na
constitucionais,
sustentada
bem
diante
ponderao
resultar
lembrado
o
por
Sarmento:
w
a histria
brasileira
tambm
ilustra
a
necessidade
de rejeitar-se
uma viso absolutista
do
direi to adquirido.
Basta
recordar
a
abolio
da
escravatura,
realizada sob a gide da Constituio
de
1824, gu e pre via o pri nclp io da 1 rre t roa ti vi da de da
1 ei. Por mais
importante
gue seja a garantia
do
direito adquirido, ningum com um mnimo senso
tico
defenderia a validade da sua invocao pelos
senhores
de escravos diante da lei emancipadoral"
Ora,
dos
obj etivos
"construir
pobreza
eu,
a Constituio
fundamentais
sociedade
e a marginalizao
regionais"
um
uma
digo
Estado
da
livre,
de
nossa
justa
e reduzir
19 88 elegeu
Repblica
e solidria;
erradicar
sociais
as desigualdades
bem-estar
social,
calcado
no
Pertence na ADI
1.441,
constitui
um
Federativa
princpio
como
por
da
ministr^^j
a pedra de toque
de
496
ADI
3,128
com
a nova
expresso
guarda
DF
redao
nesse
total
dada
sentido.
pela
Ora,
coerncia
Emenda
Constitucional
o princpio
com
matriz
da
41/2003,
solidariedade,
filosfica
da
no
pagar
contribuio
previdenciria,
que
nossa
adquirido
necessariamente
deve
prevalecer.
Para concluir, Sr. Presidente, creio que a ao direta
no
merece
prosperar
Constituio
do
protege
legislador
tambm
os
porque
direitos
art.
adquiridos
infraconstitucional,
no
5-,
contra
do
XXXVI,
da
iniciativas
constituinte
derivado.
Por outro lado, tambm no vislumbro no caso qualquer
violao do art. 60, 4 9 , III, da Constituio porque a Emenda
41/2003 no suprimiu direitos nem aboliu princpios que possamos
considerar
integrantes
de um ncleo essencial
ao do constituinte derivado.
correes
que,
com vistas
perpetuar-se
comprometendo
manuteno
na
Limitou-se a promover
da viabilidade
configurao
o., bem-estar
das
intangvel,
que
futuras
vinha
de um
tendo,
geraes
de
imune
pequenas
sistema
estar
agentes
497
26/05/2004
TRIBUNAL PLENO
reviso
de
apartes
dos
Srs.
Ministros
Aurlio,
Carlos
Velloso,
Seplveda
Pertence,
Nelson
(Presidente), Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes.
Marco
Jobim
VOTO
O
Senhor
dos
SR.
MINISTRO
Procurador-Geral
dispositivos
da
CARLOS
Repblica,
referidos
Senhor
Senhores
pela
Ministros,
eminente
que a emenda
cobrana
pensionistas
da
Municpios,
isto,
de
contribuio
Unio,
com
as
introduziu
dos
sistema
41,
do
como
que,
um
num
dos
primeiro
autarquias
previdencirio
objetivos
momento,
2003,
da
inativos
Federal
pblico
todos
Federal
fundaes.
a
essa
Repblica
de
e
dos
Mais
que
novidade
abro um parntese
identifiquei
fundamentais
exame
depreende-se
aos
Distrito
de
previdenciria
Estados,
respectivas
no
do
Relatora,
Constitucional
Presidente,
pertencentes
198 8
Emenda
BRITTO
do
para
solidariedade
Federativa
do
I
j usta e solidria ;
Depois,
porm,
fraternidade,
construir
uma
sociedade
que
apercebi-me
da Repblica
aquele
de
Federativa
terceiro
valor
/ ^ ^'
O- / "
STF
102.002
livre,
fr
solidariedade,
do Brasil,
em
fundante,
ou
3.128
inspirador
terceiro
498
DF
da
Revoluo
valor
significar
-,
ap.enas
da
Francesa,
triade
que
componente,
"Libert,
precisamos
de
portanto
Igalit,
uma
esse
Fraternit",
sociedade
que
evite
a
as
afirmativas
historicamente
de
integrao
discriminados,
civil
como
moral
segmento
de
das
segmentos
mulheres,
dos
inciso
portanto,
do
3o
art.
estanques,
da
Constituio.
separadas,
So
autnomas,
figuras
jurdicas,
si
objetivo
de
fixar
entendimento
da
matria
sistema
previdencirio
pblico
na
Carta
de
Outubro
suas
consagrou
servidores
regime
pblicos
aposentadorias
custeadas
um
com
previdencirio
federais.
penses
recursos
dos
no-contributivo
Significando,
servidores
do Tesouro,
ento,
pblicos
to-somente.
Se
para
os
que
as
efetivos
seriam
se prefere,
no
auto-financiamento
civis
federais
previdencirio
{pessoal
aposentadoria
e penso.
pelo
(neste
Errio
intitulado
"A
ativo,
Tudo
era
sentido,
Lei
Inconstitucionalidades",
os
servidores
registre-se),
em
direta
e exclusivamente
texto
da
Federal
a
para
tiragem
minha
tema
ampliada,
de
custeado
prpria
9.783/89
revista
pblicos
lavra,
suas
ASIPUFS,
possibilitar
STF
02.002
com a incluso
cobrana
de
contribuies
dos
servidores
pblicos,
^/jftmnw
ADI
3.128
visando
ao
respectivas
nesta
499
QPed&ra/
DF
custeio,
j untamente
aposentadorias
Egrgia
Corte
com
os
penses.
extenso
recursos
Ato
do
do
Tesouro,
continuo,
dever
de
das
questionou-se
contribuio
aos
tese
vencedora,
por
maioria,
foi
cristalizada
no
da
paridade
perfeita
simetria
remuneratria,
de
regime
possvel
seria
j uridico
a
ativo-inativo
cobrana
da
contribuio
Isto, ressalte-se,
da
toda
promulgao
permito-me
da
Emenda
discordar
20/98.
da presente
De
exegese,
maneira,
a partir
de
antes
logo
dos
fundamentos
sistema
j uridico-
na
etiologia
do
paridade
ser
caracterizado
pelo
trinmio
contribuio-retribuio-
se
for
matematicamente,
momento
da
um
durante
caso.
Mas
remunerao
passagem
da
que
atividade
esse
o
beneficio
servidor
para
vinha
situao
corresponde,
percebendo
de
no
inatividade
permanente.
Instaurou-se, portanto, do ngulo do servidor pblico
efetivo'' - e aqui peo a ateno dos eminentes Ministros:
acho que
jurdica
do
tipo
determinado,
securitrio,
102.002
definida:
considerando
50
STF
perfeitamente
xx
um
limite
de
idade
-especifico,
d^i/iuim/ f^d&ra/
ADI
3.128
DF
5 0 0
aposentadoria
aposentadoria,
enquanto
ou
da
(e a eminente Relatora
prmio);
ou
penso
dos
futura
seja,
os
proventos
respectivos
aposentadoria
ou
de
penso
pblica:
da
dependentes,
falou
do regime
peculiaridade
de
se
paga
do seu
prprio
bolso.
No existe um direito subjetivo para cuja aquisio o
servidor
pblico
semanal
remunerado,
aposentadorias
desembolse
recursos:
frias,
penses
dcimo
tero
so
terceiro,
feriai,
direitos
no
subj etivos
repouso
existe;
demandantes
de
proteo
formao
de
uma
termos,
obj etivo
a quem previdentemente
economia
que,
embora
especfico
desembolsou
comum
ao
do
sistema
recursos
aplicabilidade benfaseja
do
regime
individual.
previdencirio
pblico
ainda
afirmar:
conferir
para
funcionalismo
(a
de
finalidade
benefcios
(e
no
pode
operar
seno
na
perspectiva
da
configurao
de
direitos
Da
de
no
se
poder
expediente
acusar
feridor
contribuio
do princpio
da
previdenciria
irredutibilidade
de
financeiro
lembrar,
nessa
linha
de
pensamento,
de
que
jurdica
funcional
definida
como
51
STF
102.002
de
Direito
Pblico
e,
501
uJtrevno
ADI 3 . 1 2 8
DF
O
Excelncia,,
SENHOR
porque,
se
MINISTRO
lermos
MARCO
lei
Em
AURLIO
alusiva
ao
Regime
termos
Jurdico
SR.
MINISTRO
CARLOS
BRITTO
isso
que
quero
assim
que a Constituio,-
no captulo
da
Previdncia
Social
"filiado" ou
"filiao"
"contribuinte".
SENHOR
MINISTRO
CARLOS
VELLOSO
Mas,
Ministro
que
est
obrigado
ao
pagamento
de
certa
importncia
em
SR.
acordo. o art. 3
O
segurado,
MINISTRO
BRITTO
At
estamos
de
do Cdigo Tributrio.
SENHOR
posto
CARLOS
no
MINISTRO
regime
CARLOS
VELLOSO
previdencirio,
Correto.
facultativo
o
ou
obrigatrio?
52
STF
102.002
502
DF
poder
perfeitamente
deduzir
que
se
trata
de
um
contribuinte._
O
Excelncia
SENHOR MINISTRO
esteja
cuidando
de
CARLOS VELLOSO
emprstimo
- Quem
sabe
compulsrio?
Vossa
Porque
quem
considera
tributo.
Entretanto,
compulsrio
aposentadoria
O
Britto,
no
SENHOR
MINISTRO
retribuio
com
CARLOS VELLOSO
dinheiro;
- Ministro
Segurado
Carlos
recebe
em
traduzido
em
benefcio.
SR.
MINISTRO
CARLOS
BRITTO
Mas
pecnia.
O
perda.
STF
102.009
SENHOR
MINISTRO
MARCO
AURELIO
Inatividade
sem
3.128
503
DF
Sistema
Constitucional
Tributrio,
artigo
149,
SR.
MINISTRO
CARLOS
BRITTO
Vou
colocar
outro
pode
delegar
as
atividades
de
fiscalizao
arrecadao,
mas no a de destinao.
Ora, a Constituio mesma diz que o Estado pode ser
contribuinte de instituto de previdncia privada complementar. E no
existe um tributo que tenha essa destinao. Quero, apenas, chamar a
ateno para a necessidade de se examinar com um novo olhar ....
O SENHOR MINISTRO CARLOS VELLOSO - Mas, na previdncia
privada tem-se contribuinte obrigatrio?
figura
da
contribuio
previdenciria;
identidade
com
os
SR.
MINISTRO
CARLOS
suspense.
102.002
Vou
^
54
STF
BRITTO
desfazer
504
ADI
3.128
DF
nessa
linha de pensamento
contributivo
voz
direitos
o
5 ,
de
da
comando
subjetivos,
previdncia
a
pblica:
invariavelmente
conforme
se v
"assegurar",
utilizada
das
seguintes
para
por
ser
outorgar
passagens:
art.
claramente,
regime
constitucional
pblico-
organizada
Previdncia
critrios
Social
que
dever
preservem
ser
equilbrio
com
financeiro
observncia
de
do
atuarial
assegurar
de
para
base
previdencirios
tanto,
de
uma poltica
clculo
de nmero de
de
percentual
funcionrios,
de
descontos
auto-suficincia financeira.
financeiro
no
Ou
seja,
diz
respeito
questo
do
equilbrio
ao servidor,
diz
atuarial
respeito
ao
gerente.
render
sistema.
No
suficiente
interessa
para
ao
auto-sustentao
servidor,
mas,
sim,
ao
financeira
gerente.
do
Quero
teoricamente
previdencirio
privado
rentvel
experimenta
auto-suficiente
o
maior
02.002
que
mercado
assanhamento
^
para
505
3.128
DF
os
fundos
de
penso,
que
nadam
em
dinheiro,
(PRESIDENTE) - No se
por
interposta
pessoa
privada,
naturalmente
habilitada
em
hiptese
de
volume
da
atuarial,
Emenda
mediante
2 0)
o
tratou
aporte
de
de
de
recursos
aportados
se revelar
para
suficiente, ele
(o
suplementar
novas
fontes
essa
de
contabilidade
receita
para
Federal,
Esta
pontos
vista
ofcio,
de
ao
est
absolutamente
so
numa
direo;
do Advogado-Geral
da
Unio.
desequilibrada,
restou
Fora
disso,
todos
os
manifestao,
de
de
56
STF
102.002
pontos
506
3.128
DF
SENHOR
MINISTRO
MARCO
AURLIO
Mas
seria
O
regra
de
SR.! MINISTRO
garantia
em
que
CARLOS BRITTO
novidadeiro
- Bem,
art.
24 9
especifica
consiste,
nesta
aclaradora legenda:
"Com o objetivo de assegurar
o pagamento
de proventos
concedi das
aos
dependentes,
tesourosr
os
a Unio,
Municpios
pelos
bens f
lei
recursos
e
que
administrao desses
de
a tivos
fundos
seus
respectivos
Federal
integrados
qualquer
sobre
para
penses
contribuies
de
dispor
dos
o Distrito
constituir
provenientes
direi tos
mediante
aos
servi dores
os Estados,
podero
recursos
de aposentadoria
respectivos
em adio
recursos
por
natureza,
natureza
fundos".
dos
24 9.
aposentados
interpretada.
nesse
Tanto
que
e pensionistas.
sentido
que
a Constituio
que
est
dizendo
solidariedade
pode
falava,
a origem,
desde
ser
de
uma
ao
conjunta
da
sociedade
do
Estado,
nem
da
aposentadoria
foi exposto,
e
eventuais
de se concluir que os
penses
se
constituem
em
57
STF
102.002
k^avt-a/ flcl&r-aJ
ADI
as
3.128
DF
condies
nenhum
ato
contribuir
507
de
da
gozo
do benefcio,
ordem
p^ra
legislativa
sistema
no
poder,
(art.
59),
prevdencirio:
efeito
de
ser
compelido
por
determinao
nem
por
ttulo
"Teoria
da
Constituio"
( 2003),
nota
das
pginas
112/113, escrevi ;
se
alcana
tempo mnimo
previdenciria,
com proventos
direta
um
determinado
de
ele ganha
integrais,
e esse
de
como adquirido.
formaliza
seu
Administrao
sequenciada
direito subjetivo,
de
Juizo
Impugna o,
mas
Tribunal
agora
manto
da
individual
trs
petrealidade
ato
insculpido
vez
no
ato,
com
Contas,
impugna
tal aposentadoria,
confirmar,
executiva
da
vindo
no
aposentao , o
de ato j urdico
de nome
e passa
perfeito,
se
chamar
(...)".
hipteses
(art.
de
outra
coisa julgada
As
de
e o seu estgio
muda
funcionrio
E se algum
defini tivamente
dl rei to subjetivor
adquirido
se o
se
validade
Judicirio
fluir
geral,
respect1vo
aposentadoria
aposentao
pelo
contribuio
norma
Contudo,
expede
aprovao
de
uma
pedido
Pbl1 ca
anos
o direi to
exclusivamente
categoriza
35
funcionrio
invocadas
60,
inciso
4o,
XXXVI
esto
IV
do
art.
acobertadas
CF) ,
5
pois
("A
pelo
direito
lei
no
58
STF
102.002
(Sf/fwe-mo
ADI
3.128
j ulgada").
subjetivos
5 0 8
DF
Justamente
pblicos,
ele,
ou
5o,
art.
direitos
constitutivo
oponveis
ao
dos
direitos
prprio
Estado,
marcadamente-.
Ora, caso a lei venha a entrar em rota de coliso com
as rgias situaes juridicas ativas, padecer de vicio insanvel de
inconstitucionalidade.
Quanto
essa
concluso,
as
posies
doutrinrias e jurisprudenciais so unssonas. Entretanto, perguntase: E se a Emenda Constitucional no assegurar o direito adquirido,
o ato j uridico perfeito ou a coisa j ulgada? Em face da dignidade da
espcie normativa invocada, seria possvel?
Penso que no.
Explico:
"Retornando
Institutos,
aduzimos
constitucional
em en da }
com o
questor
n orma
J
em
("DIREITO
coletnea
vol.
somente
com
ADQUIRIDO
II,
de
enfrentamos
WALMIR
E
ano
Ampliamo-nos,
encerra,
na
estamos
ma tria,
FILHO
boj o
de
resistir
Legum
da
CONSTITUCIONAL,
ento lanados
que
pa ra
EMENDAS
no
e os fundamentos
convencidos
(no a
PONTES
151/161),
o fato de
AS
publ i cado
Editores,
contraditas.
trs
academicamente
ADMINISTRATIVO
Malheiros
oportunidade
dos
ret roa gi r
CONTRA
estudo
DIREITO
o bloco
incluir a lei
proibi da
parceria
CONSTITUCIONAIS"
com
a legenda
prejudic-los.
lidar
199 7,
parecem-nos
at,
de
seguinte
pp
que
nesta
a
Lex
esquema
de
interpretao:
I - tudo o que a lei est habilitada
fazer
fica
inteiramente
constitucionais,
portantor
sem
de dize-los
59
STF
102.002
que
merc
Magna
s expressas;
das
Carta
emendas
necessite,
)
ADI
3.128
DF
II
que
tudo
fica
o que
tambm
emendas
- daqui
a lei no
interditado
vo alm: podem
pela
sobre
se
prpria
clausuladas
esse
Constituio,
podem
recair
indicao
matrias
porque
de
As
e
salvante
petrealidade
raciona1
a emenda pode
as
leis
fala expressa
no podem
ptreas
ou
a
secreto,
dos Poderes"
(de cuja
deferidos
suas
prprias
substitui
por
por
as matrias
ou
clausuladas
irreformveis,
de
dos
regra
por
"o
voto
"a
separao
individuais"
direitos
referentemente
adquiridos
aos
direi tos
constitucional,
modalidade
de
lei
como
comor
Es t a do" r
e peridico",
a garantia
outra
emendas,
Elas
federativa
quer
ou
etc.)
partef
concedidos
ordinrias,
universal
redao
reserva
pela
sobre
forma
Carta
emendar
o silncio
intangveis
11
de
Politico
incidir
exempl of
diretos
tema
para
determinadas
por via de
leis
que
necessidade
entre
se
de
o fato de
sobre
No h
ou delegadas,
Cdigo
dizer
normativa
(pouco importa
Em
quando
jamais
vinculo
e a conformao
esquema
que explica
as emendas.
desse
complementares,
faz
disso!
matrias
fazer
Constituio.
matrias
para
Nada
da
entretanto,
habilitada
emendas.
podem
Pronto!
ela
deduz,
esteja
constitucionais
recair
no
quer
em
os
sentido
material).
Melhor
impossvel!
Se
Constituio
60
STF
102.002
tcnica
de
legislativa,
1988
fala
toda
510
ADI
3.128
DF
hora
da
leis,
seja
contedos,
seja
prescreveur
nas
para
leis
no
insista-ser
petrante
pela
Estado
outra
ao
em
nada
formalmente
das
por
prprio
mesmo
emendas
existe
De
Texto Magno,
que j no
seria
produzida.
cada
emenda
elas."
Permito-me
agora
a possibilidade
perfeito
de
a
a Constituio
Se
coisa
no
esse
cairamos
emenda
dizer
ofender
julgada
proibiu
raciocnio
todos
em
as
ocorreria
Constituio
a ponto
- positivos
ou negativos
no
de dar
os
uma
que
levado
as
ltimas
grotescas.
s falou de leis
base
s proibiu
adquirido,
de
emendas,
contradies
do
formalmente
o direito
fosse
competisse,
seguinte:
partem
banalizao
que
revs,
fatalmente
acarretaria
em
banalizao
Constitui o,
mesma.
(que
de
matrias
mal
tintim)
pode prestigiar
faz-lo.
salvante,
no
nenhum
trivializa
interditar
legislativo-
(que
parter
adjutrio
tintim
conseqncias,
desfrutam
banalizao
de
que
chamadas de ptreas) .
permanece
leis
matrias
apropriadamente
lei
emendas,
do
da
intelectiva:
as
certos
porque
pedir
conformadora
reqestrar
jurdico
que
naquelas
De
ato
franquear
interdit-los,
interditar
intangibilidade
defendem
lhes
entrelinhas,
delas reqestrar
as
para
Por
impositivo
(Art. 5 o ,
14
STF
102.002
f^tveww
ADI
3.128
511
Qj^c/ertz/
DF
interdit-las
leis
(art.
em crime
ou
Entretanto,
as
a
8 5),
de
responsabilidade.
disse
falou
que
responsabilidade
decises
claro
Constituio
qu
judiciais.
ofender
Constituio
crime
Presidente
quando
Ela
uma
de
deixasse
no
falou
emenda
simplesmente
da
Repblica
de
de
falou
cumprir
emendas.
sim,
no
de
crime
de
de
emenda
lei
porque no precisou.
no
prejudicar
coisa
julgada"
qualquer
direito
(art.
ato
da
adquirido,
5 ,
XXXVI),
ordem
o ato
ela
normativa
jurdico
est
perfeito
dizendo
constante
e a
direito/lei,
do
art.
59
da
as
trs
entendo
que
emblemticas
as
emendas
estelares
esto
proibidas
figuras:
de
direito
questo
das
clusulas
ptreas
de
ento
retrocesso,
obtido
ou
seja,
preciso
ser
garantem
progresso.
salvaguardado.
Quem
nega
do
indivduo
trabalhador
que
se
hiposuficiente
hiposuficiente
preocupou,
administrativa.
sim,
Uma
com
perante
perante
o
Poder
empregador?
distribuio
Constituio
de
Pblico
Uma
renda,
entranhadamente
Constituio
com
moralidade
nacionalista,
do
soberania
nacional
no plano
econmico
15
STF
102.002
o primeiro
fundamento
da
512
3.128
ordem
DF
econmica;
Federativa
a ponto
do Brasil
sociedade livre,
de
dizer
que
eram
- como efetivamente
justa
e solidria;
objetivos
so -:
da
Repblica
- construir
II - garantir o
uma
desenvolvimento
e reduzir
as
de
origem,
raa,
sexo,
cor,
idade
quaisquer
outras
formas de discriminao."
O
Excelncia
SENHOR
me
MINISTRO
permite?
MARCO
Qualquer
AURLIO
emenda
Ministro,
Vossa
sentido
ser
nesse
inconstitucional.
SR.
MINISTRO
CARLOS
BRITTO
Ser,
porque
os
SENHOR
MINISTRO
MARCO
AURLIO
Pois
mas
uma
O
no.
Uma
SR. MINISTRO
emenda
at
que
CARLOS BRITTO
robustea
esse
- Uma
emenda
teor
de
harmnica
proteo
do
O
Britto,
entendo
constitucional,
que
os
SENHOR
sndrome
ignorando
da
que
no
j uristas
MINISTRO
o
pode,
intrprete
de
forma
anglo-saxes
torre
de
completamente
JOAQUIM
16
STF
102.002
realidade
constitucional se aplica.
da
alguma,
chamam
marfim
BARBOSA
de
- Ministro
Constituio,
enclausurar-se
"ivory
discutir
social
tower
qual
j u z
naquilo
syndrom"
conceitos,
Carlos
dogmas,
o
texto
513
DF
que
est
em
jogo
aqui,
neste
Pas,
todos
ns
se
eu
SENHOR
no
MINISTRO
tivesse
JOAQUIM
sido
nomeado
BARBOSA
para
Poderia
Supremo
ter
Tribunal
Federal.
O SR. MINISTRO
podem
ser coibidos.
no
podemos,
de
forma
alguma,
bastardiz-la
ao
alguma,
entender
solidrio
possa
levarmos
adiante
Constituio,
direitos
vir
essa
pequena
constituir
esse
levando
sociais
que
uma
raciocnio,
ruptura
-excelente
que
granum salis.
17
102.002
violao
estaremos
do pacto.
temos
contribuio
Esse
- h
de
de
carter
Constituio.
Se
petrificando
catlogo
ser
imenso
examinado
de
com
3.128
514
DF
SENHOR MINISTRO
CARLOS VELLOSO
fizemos
isso
fundamentais de I a , 2 a
e 3a
gerao
so
SENHOR MINISTRO
CARLOS VELLOSO
- Absoluto
no,
permite
um
SENHOR MINISTRO
GILMAR MENDES
- Se me
questo,
obviamente, vai se estender, mas acho que j aprendi aqui hoje muito
mais do que em tantas aulas que frecfentei - acho que freqentei at
muitas
aulas.
Em
tantos
caminhos
para
clusulas ptreas
Agora,
afirmar
relao
essa
enfrent-la.
questo
A
temtica
um caminho extremamente
simplesmente,
clusula
da
ptrea,
interpretao
rico para
de
h
das
a discusso.
Joaquim Barbosa -
- que as clusulas
ptreas
antidemocrticos,
SENHOR
MINI STRO
SEPULVEDA
PERTENCE
So
antimaj oritrias.
SENHOR
MINISTRO
GILMAR
18
STF
102.002
MENDES
Sim,
515
3.128
DF
SENHOR MINISTRO
SEPLVEDA
PERTENCE
- No
temos
adjetivo antidemocrtica.
SENHOR MINISTRO
GILMAR MENDES
- Tivemos
um
texto
de
dissolver
at
decises
do
Supremo
Tribunal
Federal,
artigo 96.
O
SENHOR
MINISTRO
JOAQUIM
BARBOSA
Todos
sabemos
disso.
para
se
fazer
um
esforo
hermenutico,
um
Joaquim
Barbosa
sacrifiadas
lembrei-me
pela
falou
gerao
que
as
futuras
contempornea
geraes
da
estariam
Constituio,
de
constituies,
inclusive
de
clusulas
ptreas,
para
esse,
uma
gerao no pode
sacrificar
a outra,
no
19
102.002
516
^fit/er-cil
ADI 3 . 1 2 8
nao
DF
- o cacfato
"da nao"
inevitvel,
no
tenho
como
fugir
dele.
(PRESIDENTE) - Cuidado
com a histria.
uma
mesma
nao,
multigeracionai.
as
geraes
vo
se
sucedendo.
Toda
nao
se sentir
oprimida
nao
ontolgico,
de
ontem
de sua
mesma
de
identidade cultural.
hoje,
do
ponto
de
Se a gerao atual
vista
entende
permanecer,
dela,
essa
tem
frico
que
ser
respeitada
geracionai
Mas,
sem
preocupante,
enquanto a
que
haj a,
Parece-me
no
que
sim.
do
neoconstitucionalismo,
citado
insuperavelmente
pelo
eminente
o grande
permaneo
fiel
Presidente,
acho
Emmanuel
que
Joseph
ele
foi
poder
contra a teoria
20
STF
102.002
da intocabilidade
" /
do
517
d/ri'6a/na/
ADI
3.128
DF
diz,
ora,
impossibilidade
quem
de
se
casou
separao
como
antes,
judicial
debaixo
ou
ficou diante
de
da
clusula
de
impossibilidade
de
da Lei
do Divrcio?
E o
no
existe
esse
proibio de contrair
direito
novas
adquirido.
npcias para
que
havia
cada um dos
era
uma
casados,
no
de
proibio.
Ou
contrair
seja,
novas
no
npcias.
havia
autonomia
apenas
de
se
vontade
removeu
para
uma
casar
de
concluir,
a falar,
foi abolida
no
O
grandes
SENHOR
reformas
MINISTRO
SEPULVEDA
Constituio
de
PERTENCE
1824
se
Toda s
as
fizeram
O
resposta
do
SR.
na prpria
direito
MINISTRO
de bloqueio
direito
adquirido
BRITTO
Constituio. A Constituio
adquirido
funo
CARLOS
uma
de
como
figura
qualquer
jurdica
de
autnoma,
legislao.
garantia
genrica.
No
procurei
182 4 no
fazia
cumprindo
essa
havia
Porm,
uma
ao
figura
falar
do
dos
liberto,
remeteu para a
21
02.002
3.128
mais
DF
ainda,
respeito
518
ela
dizia
separao
individuais. - Como,
que
dos
Poderes
entre
os
era
constitucional
e
direitos
aos
direitos
e garantias
que
dissesse
garantias
individuais,
no
SENHOR
SR.
MINISTRO
SEPLVEDA
PERTENCE
Brilhante
defesa.
MINISTRO
CARLOS
BRITTO
aboliu
at
muito
razes
todas
aquelas
eminente
Joaquim
que
Relatora
que
Eilen
para
enxerguei
Gracie,
acompanhar
in
22
102.002
dizendo
considerao
no
peo
STF
concluo
razes
Barbosa
Presidente,
muito
todas
totum,
bem
as
n
o seguinte:
de V.Exa.
lanado
vnias
solicLum,
ao
o
por
e por
voto
da
Ministro
voto
da
PLENRIO
EXTRATO DE ATA
Presidente
STF
102.002
no
5 2 0
Senhores
Ministros
Seplveda
Pertence,
Celso
de Mello,
Velloso, Marco Aurlio, Eilen Gracie, Gilmar Mendes, Cezar
Carlos Britto e Joaquim Barbosa.
\
Fonteles.
Procurador-Geral
^I
STF
102.002
da
Repblica,
Luiz Tmimatsu
I
Coordenador
Dr.
Cludio
Carlos
Peluso,
Lemos
521
18/08/2004
TRIBUNAL PLENO
VOTO-
VISTA
de se aposentar
pblicos aposentados
at 19 de dezembro de 2003 tm
aos seus patrimnios jurdicos,
de
(^^dwrftcU ^ce&a/
522
ADI 3.128 / DF
obrigao de pagar dito tributo, c/e modo a prejudicar aquele direito adquirido e
impor aos seus titulares situao jurdica mais gravosa" (fls. 6), razo pela qual a
tributao dos inativos em gozo do benefcio contrariaria o art. 5 o , XXXVI, da
Constituio da Repblica.
E haveria, adefnais, ofensa isonornia tributria (art. 150, ll),
medida que o nico do art. 4 o estabelece distino entre os atuais inativos "e
ainda com diferenas de tratamento conforme se trate de servidores
estaduais,
de
contrapartida
causa
eficiente,
posto
que
no
corresponde
necessria
idnticae
entre contribuintes
em
Min.
JOAQUIM
BARBOSA
votou
pela
improcedncia,
sustentando que "o princpio dos direitos adquiridos, do mesmo modo que outros
princpios
constitucionais,
admite
ponderao
ou confrontao
constitucionais
relativos,
outros
com
com outros
(^^cc^ta/ C^dewc&
523
ADI 3.128 / D F
princpios,
desse
confronto
podendo
resultar
o afastamento
pontua/
de um
deles."
O Min. CARLOS BRITTO acompanhou a Min. Relatora na
concluso, com invocar, em sntese, fundamento diverso:
2.
149/654),
assim
porque
"com a Constituio de 1988, raras so as vozes que sustentam o carter no-tributrio de tais
exaes. o caso, a exemplificar, de Edvaldo Brito, Marco Aurlio Greco, Wladimir Novaes
Martinez, Aurlio Pitanga Seixas Filho, Hamilton Dias de Souza, e Valdir de Oliveira Rocha"
(OCTVIO CAMPOS FISHER. A contribuio ao P/S. So Paulo: Dialtica, 1999. p. 67).
2
"Este debate quanto natureza jurdica das contribuies no , porm, essencial anlise da
figura... Se as contribuies forem tributos, nem por isso seu regime constitucional ser idntico
ao tributrio, porque vrias diferenas resultam do exame da CF-88; se elas no forem tributos,
V^7
524
dffi*i&uvtal (^cewzl
ADI 3.128 / DF
pois,
como
suposto
metodolgico
indiscutvel,
autonomia
conceituai
por
conta
do
assento
constitucional
das
nem por isso deixaro de ter em comum como eles a caracterstica de serem
exigncias
patrimoniais constitucionalmente previstas e admitidas, estando ambas as figuras submetidas a
algumas das /imitaes ao poder de tributar. Portanto, centrar um. debate na temtica da natureza
jurdica no absolutamente indispensvei" (MARCO AURLIO GRECO. Contribuies (uma
figura "sui generis"). So Paulo: Dialtica, 2000. p. 74).
3
ROQUE ANTNIO CARRAZZA prope uma definio de tributo formulada a partir do cotejo de
figuras afins no texto constitucional ("desapropriao, requisio, servio militar; pena privativa de
liberdade, perdimento de bens, servio eleitoral, servio do Jri, pena pecuniria, etc".): "tributo,
ao lume de nosso Estatuto Magno, a relao jurdica que se estabelece entre o Fisco e o
contribuinte (pessoa colhida pelo direito positivo)r tendo por base a lei, em moeda, igualitria e
decorrente de um fato lcito qualquer" (Curso de Direito Constitucionaf Tributrio. 19a ed., 2 a
tiragem. So Paulo: Malheiros, 2003. p. 352).
4
"Paulo de Barros Carvalho, Amrico L. Masset Lacombet Antnio Sampaio Dria, Alberto
Xavier, Jos Roberto Vieira, Elisabeth Nazar Carrazza, Roberto Catalano Botelho Ferraz, Heron
Arzua, Ramiro Heise, Luiz Emygdio F. da Rosa Jr. e Rgis F. de Oliveira e Estevo Horvath
sustentam, por exemplo, que as contribuies especiais no so espcies tributrias autnomas,
porque podem ser reduzidas ora aos impostos, ora s taxas" (OCTVIO CAMPOS FISCHER, A
contribuio ao PIS. cit. p. 71).
5
"Outros, a exemplo de Hugo de Brito Machado, Celso Ribeiro Bastos, Cludio Santos, Antnio
Carlos Rodrigues do Amaral, Jos Eduardo Soares de Melo, Luciano Amaro, Zelmo Denari, Clio
de Freitas Batalha e Bernardo Ribeiro de Moraes, sustentam que as contribuies especiais so
espcies autnomas e distintas dos impostos, das taxas e da contribuio de melhoria,
52
525
ADI 3 . 1 2 8 / D F
jurdico
ADI 3.128 / DF
sociais,
concebidas
3.
um conjunto
integrado
de
sade, previdncia
e assistncia
Contribuies...
cit, p. 83.
(^^u^wU
C^demtl
ADI 3.128 / DF
4.
40, entrando a exigir contribuio aos servidores inativos (art. 4 o ), retira seu
528
ADI 3.128 / DF
5.
(art. 5o,
adquirido,
o ato jurdico
perfeito
e a coisa julgada",
protege, em
^ ^
26
529
ADI 3.128 / DF
52
6.
lingstica,
530
ADI 3 . 1 2 8 / D F
da
Donde, tampouco
subjetivo
que, adquirido
poderia encontrar-se,
direito
531
U/u
ADI 3.128 / DF
52
posto que o discutam alguns, que, no rol dos direitos subjetivos inerentes
situao de servidor inativo, no consta o de imunidade
tributria absoluta
dos
proventos correlatos.
Nem se pode desconsiderar que, em matria tributria, por
expressa disposio constitucional, a norma que institua ou majore tributo
somente pode incidir sobre fatos posteriores sua entrada em vigor. Logo, fatos
que, ajustando-se ao modelo riormativo, poderiam ser tidos por geradores,
mas
mas tambm
pensesconforme
532
ADI 3.128 / DF
No lhes vale nem aproveita, no entanto, a garantia que
invocam. que, reduzida sua pretenso ltima significao jurdica, pedem o
reconhecimento de autntica imunidade tributria absoluta, pelo s fato de j
estarem aposentados data de incio de vigncia da EC n 41/2003.
Ora, vista como fato jurdico, a aposentadoria no guarda de per
si
tal
virtude,
constitucional,
pois
imunidade
tributria
depende
sempre
de
previso
7.
533
ADI 3.128 / DF
52
incidncia desta sobre aquele, salvos os casos expressamente excludos do
mbito de tal efeito, por fora da previso de imunidade ou de iseno, por
exemplo.
Exercida a competncia, dentro dos limites constitucionais, a
pessoa cuja condio alcanada pela norma instituidora torna-se sujeito
passivo na relao jurdico-tributria, sem que desta posio obrigacional o livre
situao jurdica anterior. A lei tributria aplica-se aos fatos jurdicos ocorridos
sob seu imprio (art. 105 do Cdigo Tributrio Nacional), observado o princpio
da anterioridade (art. 150, III, b e c, e art. 195, 6 o , da Constituio da
Repblica), cujo perodo, no caso, de 90 dias.
8.
66
ADI 3.128 / DF
PAULO DE BARROS CARVALHO. Curso de Direito Tributrio. 15a ed. So Paulo: Saraiva.
2003. p. 244.
11
Cf. Revista Trimestral de Jurisprudncia, v. 178/428-440.
14
535
ADI 3.128 / DF
9.
requerentes como outro bice sujeio dos servidores inativos, basta avivarlhes
aturada
posio
da
Corte
cie que
clusula
constitucional
de
tributria:
536
ADI 3 . 1 2 8 / D F
situao
537
ADI 3 . 1 2 8 / D F
e de poltica
social: pagar-se
10.
princpios
em
a percepo de proventos,
sobretudo
pela finalidade
e destinao
especficas,
como
17
ADI 3.128 / DF
esta aparece,
deveras,
como
imposto, segundo
diviso
base
de clculo
do imposto
sobre
13
18
539
(iS^wmrw- (S/ptuw/
ADI 3 . 1 2 8 / D F
capaz de medir com propriedade o Jato signo presuntivo
da renda"15 dos
11.
sem causa*
15
19
V ^
(Su^pmmo
^dewz
ADI 3.128 / DF
12.
sistema
padeceu substancial
alterao
com a
Emenda
Emenda
Constitucional
n 41/2003
instaurou
regime
o equilbrio
financeiro e atuarial
13.
541
ADI 3.128 / DF
professo, j foi analisada por esta Corte em, peio menos, duas oportunidades
marcantes: i) na ADI n 1441-2/DF; e ii) na ADI n 2010-2/DF.
13.1.
e,
26
542
ADI 3.128 / DF
26
543
ADI 3.128 / DF
para suspender,
de
e "do
de vencimentos
constitucional
proventos
da instituio
e pensionistas
da
12, c/c o art. 195, II); e iv) "desrespeito ao direito adquirido (CF, art. 5o, inciso
XXXVI)" (Ementrio 2064, p. 97-98)
O juzo que, diametralmente oposto ao afirmado na ADI nO
1.441, reputou a inconstitucional a tributao dos inativos, deu-se noutra
moldura, configurada peias mudanas dos parmetros constitucionais operadas
pela EC n 20/98, a qual, como j adiantamos, criou regime previdencirio
contributivo voltado aos "servidores pblicos titulares de cargo efetivo" (CF, art.
40, 12, com a redao da EC n 20/98), e, por deliberada excluso no
processo legislativo, teve decepado o texto que autorizaria a tributao dos
inativos, conforme aduziu o Min. CELSO DE MELLO, em termos irrespondveis:
fbid., p. 893.
52
\m
544
ADI 3 , 1 2 8 / D F
(,o
STF
102.002
545
ADI 3.128 / DF
pela
EC n 20/98, a imunidade
Constituio, "aposentadoria
previdncia
e penso
concedidas
pelo regime
geral
de
546
ADI 3.128 / DF
de causa suficiente"
para exigibilidade da
contribuio aos inativos, por terem estes atingido a condio representada pela
aposentadoria, assumiu tambm, como premissa fundamentai da resposta, a
natureza do regime inovado pela EC n 20/98, ou seja, seu carter contributivo:
26
ADI 3.128 / DF
Sob
outra
perspectiva,
da
ausncia
de
fundamento
agora
vigentes,
traz
elementos
retricos
valiosos
para
14.
27
548
ADI 3 . 1 2 8 / D F
15.
18
28
V^7
549
ADI 3.128 / DF
do
regime
remunerao que foi varivel durante suas vidas no servio pbiico. Isso porque h significativa
diferena entre a remunerao na admisso e aquela em que se d a aposentadoria em razo
dos planos de cargos e salrios das diversas carreiras de servidores pblicos.
69. Tambm merece destaque o fato de o Brasil ser um dos poucos pases no
mundo em que o aposentado recebe proventos superiores remunerao dos servidores ativos,
constituindo, este modelo, um autntico incentivo para aposentadorias precoces, conforme j
mencionamos
anteriormente.
70. Essas so as razes que fundamentam a instituio de contribuio
previdenciria sobre os proventos dos atuais aposentados e pensionistas ou ainda daqueles que
vierem a se aposentar.: Alm de corrigir distores histricas, as tentativas de saneamento do
elevado e crescente desequilbrio financeiro dos regimes prprios de previdncia
sero
reforadas com a contribuio dos inativos, proporcionando a igualdade, no s em relao aos
direitos dos atuais servidores, mas tambm em relao s obrigaes.
71. Todavia, considerando a importncia da medida em questo3 apresentase apreciao de Vossa Exceincia, em razo dos interesses sociais que exsurgem da
questo, que seja oferecida imunidade para os servidores e pensionistas que/ data de
promulgao desta Emenda, percebam proventos at o limite de iseno do imposto de renda,
previsto no art. 153, III, da Constituio Federal. Incluem-se neste grupo de imunidade tambm
aqueles servidores que, data de promulgao da Emenda, j possuam constitudo o direito
adquirido de acesso a aposentadoria e penso conforme as normas ora vigentes. J para os
servidores que venham a aposentar-se e as penses que venham a gerar-se aps a
promulgao da Emenda, o limite de imunidade ser estendido at o teto de contribuio e
benefcios do Regime Geral de Previdncia Social, na medida em que estes servidores passam a
ter seu benefcio calculado de forma mais condizente com princpios previdencirios em funo
da alterao do 3o do art. 40J mencionada acima" (fls. 231/232). ^ v -
52
^a^w
i &ma (^utfia/ C^cie&a/
550
A D I 3.128 / D F
30
551
ADI 3 . 1 2 8 / D F
31
V""7
552
ADI 3.128 / DF
16.
Repblica
past three decades of prosperity, as poverty declined faster among the old than among the young.
But over the next two decades, payroll taxes are expected to rise by several percentage points
and benefits to fall. That will intensify the intergenerational conflict between old retirees (some of
them rich) who are getting public pensions and young workers (some of them poor) who are
paying high taxes to finance these benefits and may never recoup their contributions.
Such social security arrangements may, in addition, have discouraged work, saving, and
productive capital formation-thus contributing to economic stagnation.
Many OECD countries appear to be moving toward a system that combines publicly managed
pension plans designed to meet basic needs with privately managed occupational pension plans
or personal saving accounts to satisfy the higher demands of middle- and upperincome groups.
The challenge is to introduce reforms that are good for the country as a whole in the long run,
even if this involves taking expected benefits away from some groups in the short run" {WORLD
BANK. Averting the Old Age Crisis, Policies to Protect the Old and Promote Growth. New York:
Oxford University Press, 1994, p. 3-5).
52
553
ADI 3 . 1 2 8 / D F
social
ser financiada
de forma direta
"nenhum benefcio
ou servio da seguridade
fonte de custeio
majorado
total/'
ente pblico,
contributivo
dos servidores
e solidrio,
mediante
ativos e inativos
contribuio
e dos
do
pensionistas,
554
ADI 3 . 1 2 8 / D F
17.
Abstrada
demonstrao,
anterior
exaustiva,
da
sua
do
raciocnio,
um
cunho
eminentemente
capitalizador
na
rea
da
previdncia
social,
que
34
terreno
privilegiado
de
ADI 3 . 1 2 8 / D F
18.
regime
previdencirio
pblico tem
por escopo
garantir
21
"O ncleo do sistema previdencirio chileno o segundo pilar (o primeiro um sistema pblico,
e o terceiro envolve aplicaes individuais complementares
e voluntrias), baseado na
capitalizao individual (IFF) administrada por empresas privadas com fins lucrativos (as
Administradoras de Fondos de Pensiones - AFP). A alquota de contribuio, 10% do salrio
bruto dos empregados, transferida para uma administradora de fundos de penso eleita pelo
segurado ( permitida a mudana para outra AFP). Adicionalmente, a AFP cobra uma taxa de
administrao e um prmio de seguro por invalidez e desemprego (aproximadamente 3,2% do
salrio bruto). A administradora de fundo de penso investe o capital do fundo de acordo com
normas de investimento especficas estabelecidas pelo Estado (h diversas modalidades de
investimentos
autorizados, com limites mximos por modalidade) e credita a respectiva
rentabilidade conta individual. Contribuies voluntrias so possveis a partir de um terceiro
pilar. Todas as contribuies (poupanas voluntrias com um limite mximo) e juros auferidos
possuem tratamento tributrio favorecido, enquanto os lucros esto sujeitos ao imposto de renda.
Ao alcanar-se a idade de aposentadoria
de 60/65 anos (mulheres e homens,
respectivamente), os benefcios so financiados pelo capital acumulado, individualmente, e o
segurado pode optar entre trs modos de saque diferentes; cada um calculado em base
atuarial estrita e sem elementos redistributivos: i) uma anuidade vitalcia de uma companhia de
seguros; ii) retiradas mensais programadas; ou ii) uma combinao dos dois.
Para garantir a segurana do sistema compulsrio das AFP, criou-se uma nova agncia
de superviso (Superintendncia de AFP. SAFP). As polticas de investimento e as informaes
ao pblico so estritamente reguladas; o capital do segurado deve ser mantido pelos
administradores e legal e financeiramente separado da AFP; uma reserva de capital prprio
equivalente a 1% do total dos ativos (encaje) deve ser investida com o mesmo portiflio das
reservas pertencentes aos segurados; a rentabilidade mnima em relao ao desempenho mdio
de todos os fundos de penso (pelo menos 50% de retorno mdio ou no menos que 2 pontos
abaixo da mdia) durante um perodo de doze meses deve ser garantida; e, por fim, o
rendimento excedente deve ser depositado em uma reserva de flutuao.
O Estado assegura a rentabilidade mnima e, no caso de falncia das AFP ou das
companhias de seguro, tambm garante 100% da aposentadoria mnima e 75% do capital
35
V^l
(^^tona/
556
^dewz/
ADI 3.128 1 DF
adotou
um
regime
pblico
de
solidariedade,
em
cuja
organizao
as
estabeleceu
regim contributivo
para
universalidade;
irredutibilidade;
i)
uniformidade;
iii)
seletividade
distrbutividade;
iv)
financiamento.
e caracterizado,
em substncia,
por garantia
de pagamento
de
acumulado do segurado, quando acima da aposentadoria mnima, at um limite mximo (UF 45:
US$ 675) [Vittas e Iglesias, 1992, p. 18].
O aumento de 11% do salrio lquido graas eliminao da contribuio patronal s
AFP garantiu a adeso ao novo sistema. Alm disso, as contribuies
passadas so
reconhecidas e pagas, na aposentadoria, em forma de ttulo de reconhecimento, com uma taxa
real de juros de 4% ao ano" (KATJA HUJO. Novos Paradigmas na Previdncia Social: Lies do
Chile e da Argentina. Revista: Planejamento e Polticas Pblicas, n 19, junho de 1999, IPEA).
36
y v
^tewU
557
ADI 3.128 / DF
e na "regra de contrapartida"
contribuio",
no podem
perspectiv
concesso
de
apenas
benefcio
contributiva
previdencirio
(capitalizao),
a quem
nunca
seria
haja
19.
Repblica: "i) construir uma sociedade livre, justa e solidria; ... iii) erradicar a
pobreza e a marginalizao e reduziras desigualdades sociais e regionais"
A previdncia social, como conjunto de prestaes sociais (art.
7 o , XXIV), exerce relevante papel no cumprimento desses objetivos e, nos claros
termos do art. 195, caput, deve ser financiada por toda a sociedade, de forma
eqitativa (art. 194, nico, V). De modo que, quando o sujeito passivo paga a
37
ADI 3.128 / DF
aposentadoria,
seno
concorrendo
tambm,
como
membro
da
ao
benefcio
por
receber,
enfim
de
qualquer
modo
20.
relao
aos
emprstimos
compulsrios
outras
extraordinrias"
pblico
de carter
urgente e de relevante interesse nacional'1 (art. 148, II), e, as segundas, para fins
38
(Sa^w&mo- ^iwncU
559
ADI 3.1281 DF
47
"de interveno no domnio econmico e de interesse de categorias
ou econmicas,
como instrumento
profissionais
149, caput):
E, no que concerne s contribuies sociais, em cuja ciasse
entram as contribuies previdencirias, a Constituio lhes predefine algumas
materialidades, com especificao do fato gerador;
sujeito passivo,
destinadas
da base de clculo e do
a garantir
a manuteno
ou expanso
da seguridade
fontes
social,
21,
Safrmmo-
^dewa/
ADI 3.128 / DF
terica
previdenciria:
de
trs
grupos
de
sujeitos
passivos
da
contribuio
do
primeiro
grupo
aposentaram-se,
de
regra,
com
23
cit.. p. 83.
40
561
ADI 3.128 / D F
53
do art. 40 da Constituio, sujeitar-se ao limite atribudo ao regime geral da
previdncia (art. 201) e equivalente a dez salrios mnimos.
22.
abstrao
do
montante
dos
vencimentos
percebidos
poca
da
de
elementos
poltico-normativos
representados
pelo
carter
562
ADI 3.128 / DF
princpio da isonomia.
24
interessante observar, neste ponto, que, considerando-se a mdia dos benefcios pagos aos
inativos da Unio no perodo de dezembro de 2001 a novembro de 2002, apenas a mdia dos
benefcios previdencirios dos servidores pblicos civis do Executivo inferior a esse limite,
conforme tabela seguinte, cujos dados tm por fonte o Boletim Estatstico da Previdncia
Boletim Estatstico de Pessoal - dez-02/SRH/MPQG-STN/MF,
e vinda com as informaes (fis.
219):
52
563
ADI 3.128 / D F
23,
23.1.
do
Distrito
Municpios,
no lhes
legitima
o tratamento
situao
25
53
( ^ -
(^^te^ncU ^dewcU
564
ADI 3.1281 DF
44
Va-*
(^>
cS^dewz
565
ADI 3.128 / DF
Ora, ao indagar-se da presena de correlao lgico-jurdica
que, por excluir toda idia de arbitrariedade na hiptese, deveria mediar entre o
critrio
de
diferenciao
tomado
pela
norma
o tratamento
normativo
includas
suas
autarquias
e fundaes".
Nada justifica,
45
(^T^ama
ADI 3.128 / DF
23.2.
primeiro
caso
(;),
declarada
inconstitucional
norma
de inconstitucionalidade
de
"vcuo"
perante
coexistncia
incompatvel
de
tratamentos
normativos
V ^
(St^mmo
(^^^tema^ (^^tiewa/
ADI 3.1281 DF
23.3.
isonmico,
modificativa.
substrato do problema
reconduz-se
primeira
hiptese
47
568
ADI 3.128 / D F
23.4.
garante imunidade
gerai
de previdncia:
no
53
29
569
ADI 3.128 / D F
gerai de previdncia,
deve interpretado de
yXf
iuna/
570
^dewz/
ADI 3 . 1 2 8 / D F
de todos os aposentados
e pensionistas,
31
em ambos os
normativo-constitucional.
50
regimes,
571
ADI 3.128 / DF
32
52
572
ADI 3.128 / DF
complementar
de
52
573
ADI 3.128 / D F
social"
23.5.
No s.
Alm dessa visvel inconstitucionalidade no tratamento desigual
que
esta
norma
tambm
estabelece
discriminao
entre
os
dos
benefcios,
se
muitos
53
servidores
percebem
proventos
de
^dewzl
574
ADI 3.128 / DF
de capacidade
contributiva
(art.
145,
1T da
Constituio
da
34
Y ^
54
575
ADI 3.1281 DF
de aposentadorias
para os benefcios
e penses
que superem
o limite
mximo
social de que
trata o a/f. 201" (art. 40, 18, da Constituio, na redao que lhe deu a EC
41/2003), deduz-se que so
flagrantemente
inconstitucionais as excees
o princpio constitucional
da
ser transplantada ao
V ^
ADI 3 . 1 2 8 / D F
23.6.
princpios do novo sistema previdencirio inscritos no art. 194, cc. art. 40, caput e
12 e 18, combinados com o art. 60, 4 o , IV, todos da Constituio da
Repblica, tenho por inconstitucionais as expresses "cinqenta por cento do" e
"sessenta por cento do", constantes do pargrafo nico, incisos I e II, do art. 4 o
da Emenda Constitucional n 41, de 19 de dezembro de 2003.
Com esta deciso, a imunidade
195, li, traduz limitao negativa atuao do legislador, volta, como norma
latente
no
ordenamento
constitucional,
ter
eficcia
plena
que
inconstitucionalidade restringiria:
"Se legislador exclui das vantagens ou dos encargos uma parte dos
que constitucionalmente tinham direito s primeiras ou deveriam estar
obrigados, ento a deciso de inconstitucionalidade da lei, na parte em que
operou a excluso, admissvel, apesar do conseqente alargamento do
mbito da norma, visto que o legislador no podia constitucionalmente
excluir uma parte dos constitucionalmente elegveis para beneficiar do
direito ou suportar as obrigaes em causa."36
23.7.
meu
35
est
em
que,
suprimidas
aquelas
expresses,
contribuio
'wriezl
577
(^tmwU
ADI 3.128 / DF
previdenciria
apenas
sobre a parcela
dos proventos
e das penses
incidir
sem nenhuma
distino.
24.
intrprete
de
aspiraes
populares
que
encontram,
nas
urnas,
578
ADI 3.128 / DF
25.
BRITO,
julgar,
inconstitucionalidade
e,
em
em
parte,
procedente
conseqncia,
esta
declarar
ao
direta
de
inconstitucionais
as
expresses "cinqenta por cento do" e "sessenta por cento do", constantes do
pargrafo nico, incisos I e II, do art. 4 o da Emenda Constitucional n 41, de 19
de dezembro de 2003.
37
KARL LARENZ. Metodologia da Cincia do Direito. 3 a ed.. Lisboa: Fund. Calouste Gulbenkian,
1997. p. 517.
58
%{/i?'Pttto
&ri/wtHz/
Cjfied&ral
5 7 9
18/08/2004
TRIBUNAL PLENO
V O T O
da eminente
ativa
e ad
causam
Relatora
acompanho o
da Associao Nacional
legitimidade
dos Membros do
Ministrio
Pblico - C0NAMP.
2.
na
segundo
as
quais
artigo
da
EC
41/03
articuladas
violaria
o
o
XXXVI,
na
proteo
do
direito
adquirido
o
do
ato
jurdico
do artigo 60 da Constituio
do Brasil.
Quanto
este ltimo,
lembro
que
[ii]
qual
comportamento
destinatrio/sujei
60
da
to e a ao/objeto .
Constituio
Constituinte
do
Brasil
derivado,
que
Identifica-se,
O inciso IV do 4
veicula
quem
interpretao
de
um
estabelecido.
1
regra
no
dirigida
dever
assim,
do artigo
ao
Poder
deliberar
sobre
individuais.
ao/objeto
no
abolir,
vale
dizer
no
Cf. BOBBIO,
1.993, p. 146.
Teoria
generale
dei
diritto,
Torino,
Giappichelli,
cVu/w(>/>(<> cr/iri/jfwia/
ADI
3.128
580
$f*ec/era/
DF
Britto 2
de
"interpretao
generosa
ou
ampliativa"
das
clusulas
ptreas.
Aqui
promulgada
no
regra
no
afetou
incide,
texto
pois
do
artigo
emenda
5o,
constitucional
inciso
XXXVI
da
Constituio do Brasil.
O que se alega que o artigo 4 o da EC 41/03 violaria o
princpio da segurana jurdica, afrontando o disposto no artigo 5 o ,
inciso
XXXVI,
perfeito.
abolio
na
proteo
Cuida-se
[=
de
do
direito
alegada
excluso]
do
adquirido
violao
texto
da
e do
ato
direito,
Constituio,
jurdico
no
no
de
sentido
sua
acima
indicado.
Em
breve
interpretao
nota,
autntica
processo
que,
KELSEN 3 ,
para
interpretao/aplicao
Constituio,
observo
do
direito,
todo
ele,
inclusive
legislativo
quando
legislador
interpreta
Constituio.
So
caso.
debate
Nesta
a
diversos
ocasio,
respeito
do
os
sem
do
segundo
veiculado pelo
artigo
pronunciados
em
que
se
torne
controle
da
constitucionalidade
constitucionais desde o 4
mbito
discursos
outro
penetrarmos
das
emendas
discurso,
o
necessrio
um
da EC
cumpre
41/03
em
considerarmos
face do
artigo
preceito
o
5 ,
inciso
XXXVI da Constituio.
fs/trejw
ADI
3.128
C^rf/jufa/
581
ctycr/er/
DF
Tenho
assim por
superado,
no
caso,
questionamento
do
3.
da
EC
41/03
afrontaria
disposto
no
5o,
artigo
inciso
XXXVI
da
Constituio.
O tema dos direitos adquiridos vem desafiando a doutrina
e a jurisprudncia,
muitos suportando
contratempos por
esquecimento
neste
Tribunal
deixou-se
bem
claro,
em
inmeros
ao
em
afirmar
adquirido,
ato
observaes
cabem
que
jurdico
qual
uma
lei
perfeito
luva
no
e
prejudicar
a
coisa
Constituio
de
direito
julgada.
1.988.
Essas
Os
mais
de
no h vedao da retroatividade
retroao
1.988,
para
momento
de
hoje
objetividade
de
no determina,
com efeito,
que a lei no
deve
de
direito
adquirido,
ato
jurdico
perfeito
ou
ser
em
coisa
julgada".
II,
Freitas
Bastos
S/A,
Rio
de
cdf//iremo
ADI
3.128
582
d ^ m /
DF
1.988,
lei
em
principio,
retroativa.
Apenas
no
poder
as
situaes
retirando
do
patrimnio
tenha incorporado
juridicas
pblico
ou
definitivamente
privado
direito
constitudas,
que
ele
se
ao qual a
fora
prossegue
da
o mestre
existncia
ou
das
Arcadas
inexis tncia
afirmando
do
que
direito
adquirido
pelo
lei
nova - .
Fala-se
NONATO
em retroatividade
justa
e injusta,
diz
OROSIMBO
10
Idem, ibidem.
Da retroactividade das leis civis, Duprat & Comp., So Paulo,
1.909, p. 8.
8
Ob. cit. , p. 9.
9
Veja-se tambm, do mesmo autor, O Cdigo Civil e a retroactividade,
republicado in Revista dos Tribunais, 810/755-760.
10
RE 163989/CE
[DJ 28.06.1951]; tambm, v.g., RMS 2726/DF
[DJ
01.09.1955], MS 1447/DF [DJ 01.11.1951].
fff/tremo
ADI
3.128
tS^nwial
583
d&exeva/
DF
h autores
apenas
haveria
adquiridos.
12
PEIXOTO ,
hipteses
de
de
retroatividade
Referindo-me
graduao
por
retroatividade
ao
critrio
intensidade
mdia
quando
de
da
lei
proposto
atingisse
por
MATOS
retroatividade,
retroatividade
mnima
nas
no
haveria retroatividade.
4.
11
e o da
eficcia13.
RE 18269, cit.
Limite temporal da lei, in RT 173/459, pp. 468-469, citado tambm
pelo eminente Ministro Moreira Alves em voto na ADIN n. 493 [RTJ
143/724, pp. 744-745] .
13
Ao cuidar do ato jurdico perfeito, o preceito constitucional est
a referir situaes existentes
e vlidas
[mesmo que ainda no
eficazes]
exemplificando: o testamento formalizado no regime da
lei anterior, enquanto vivo o testador, e, de forma geral, os
negcios jurdicos sujeitos a condio suspensiva. Nesses casos,
verificados
os pressupostos
da
existncia
e
os
elementos
da
validade,
as situaes mantm-se ntegras, a salvo de eventuais
modificaes,
no
direito
positivo,
que
incidam
sobre
tais
pressupostos e elementos. No se trata, ento, de direito
adquirido,
mas de a to jurdico perf ei to
os contemplados pelo testamento
feito no regime da lei anterior [enquanto vivo o testador] , ou os
contratantes que se vincularam sob condio suspensiva
[enquanto
esta no se verifica], no so titulares de "direito
adquirido".
Resul ta n tida, des tarte, a distino entre direi to adqziirido e ato
jurdico perfeito,
o que evita a confuso entre ambos, quando o
primeiro submetido ao segundo e vice-versa. Pois certo existir
direi to adquirido
que no se funda em ato jurdico perfeito
[os
direitos do nascituro, v.g.] e ato jurdico perfeito que no implica
12
ifrremo
ADI
3.128
C^viiium/
584
ftet/era/
DF
No
que
constitucional
concerne
respeita
ao
ao
plano
da
direi to
eficcia,
adquirido,
salvaguarda
cujo
conceito
da
dos
futura.
O que, no entanto, interessa bem de perto considerarmos
a facta pendentia,
- Valho-me,
da natureza
ou da verificao
de
deveres
sancionados
por
assim
dependem
da
plano
existncia
da
efeitos
em que o direito
ingressa
no
condio
ou
termo.
Considerada
dimenso
temporal
do
fenmeno
jurdico,
em situaes nas
ao
vlida
dois primeiros
nvel
apresenta-se
no fluir do tempo.
uma
da
existncia
composio
casos verificam-se
quanto
linear
no
da
pontos
eficcia.
que principia
com
distintos,
No
ltimo,
existncia
direito
adquirido
[justamente os negcios
sujeitos
a
condio
suspensiva
e
o
testamento,
em
ambos
os
casos
enquanto,
respectivamente, no verificada a condio, ou vivo o testador].
14
Comentrios Constituio de 1.967 com a Emenda n. 1 de 1.969, 2 S
ed., vol. V, Editora Revista dos Tribunais, So Paulo, 1.969.
Cyt/fi re mo
ADI
3.128
inerentes
C^S-yi/m-n**/
585
ctyec/er/
DF
ltimo
isto
caso,
algo
os
efeitos
lineal,
em
produzidos
vez
de
so
de
punctual,
na
natureza
lio
de
15
lei
aplica-se
imediatamente
aos
efeitos
que
se
da lei 16 -
Aplicando-se
condies
de
validade
a
de
lei
imediatamente,
qualquer
ato
no
passado,
nem
18
afetar
as
alterar
as
aplicar-se-
efeitos
situaes
em
curso,
vale
dizer,
atingir
os
[=
6.
ZAVASCKI 19 ,
estudo
percuciente
considerando
duas
instigador,
decises
ADI 493
20
e MS 21.216
TEORI
ALBINO
primeira
vista
a1
[indexador com
ao
passo
que,
na
segunda,
prevaleceu
lei
nova
contra
que
/t{/tremo
ADI
3.128
f^/unfrr/
586
^jfipx/wa/
DF
jurdica
de que se trate.
Situao jurdica, como a toma LAUBADRE 22
inspirado em DUGUIT 23 -
[i ] as
vezes
situaes
denominadas
regulamentares
jurdicas
estatutrias
cujo
contedo
gerais
ou
impessoais
objetivas,
necessariamente
por
legais
ou
mesmo
para
titular;
em que o
pelo
ato individual.
Por
jamais
certo
se encontram
subj etivos
que
situaes
em estado puro,
individuais
inevitavelmente
as
oriundos
comportam
alguns
do
individuais
visto que,
ato
elementos
ou
a par
individual
fixados
subjetivas
dos
que
por
aspectos
as
cria,
disposies
gerais 24 .
22
fi/?remo
ADI
3.128
587
(i/rr/junm
DF
ANTONIO
25
sustenta
administrativista
francs,
dizer
respeito
ao
distino
soluo
do
problema
27
se
contratual"
7.
vale
GILMAR
FERREIRA
MENDES 29 ,
apartando
[ou
"estatuto
real"].
contradio
individual,
o direito
^ri/runa/
ADI
3.12 8
adquirido
se
588
^'cc/era/
DF
em situao geral,
incidncia
do
preceito
estatutria,
institucional,
constitucional
inscrito
afastando-
no
art.
52,
XXXVI.
O
que
relevante para os
fatos,
como
enfatiza
OSWALDO
situaes
- A ponderao
praeterita/facta
futura/facta
individuais/situaes
pendentia
estatutrias ou institucionais
jfacta
situaes
permitir a
31
exposio
STF 102.002
cyit/tremo
ADI
3.128
C^friu.na/
589
f^x/errr/
DF
reversmente,
teria direito adquirido
indissolubilidade
de vnculo se lei nova estabelecer o divrcio?".
Min. Nelson Jobim: A citao
do parecerista
ou do
No no
Antnio
Ato administrativo
Eros
e direito
Grau:
acadmica.
situao
dos
aposentados,
agora
forma
os efeitos
sucessiva.
dos
Obrigado.
resto,
parecer.
Min.
Celso
escritor?
do Professor
direito
adquirido
que
afirmam
digo
e, de
verificam-se
os
autores
de
seria
efeitos.
32
ntido
o discrmen
entre ambas as espcies
de
situa es
j urdi cas
e
i gua Imen te nti da
a
imedi a ta.
aplicao das modificaes que incidam sobre as situaoes
gerais, ao contrrio do que se passa com as subjetivas''.
9.
Essa
concluso
inteiramente
coerente
com
32
590
ADI
3.128
DF
GILMAR
35
FERREIRA
MENDES ,
acima
mencionada,
exposio
onde
colho
no
obstam
modificao
ou
supresso
de
jurdico
determinado
instituto jurdico.
Na
ementa
do
RE
22 6.855 36
se
pode
ler,
com
todas
as
letras:
"f. . J
O Fundo de Garantia
do Tempo
de
Servio
(FGTS), ao contrrio do que sucede com as cadernetas
de
poupana,
no
tem
natureza
contratual,
mas,
sim,
estatutria,
por
decorrer
da
Lei
e
por
ela
ser
disciplinado.
Assim,
de aplicar-se
a ele a
firme
jurisprudncia
desta Corte no sentido
de que no
h
direi to adquirido a regime jurdico".
De
mais
mais,
no
cabe
aluso,
no
caso,
ato
direitos
irradiados
de
uma
situao
institucional,
na
qual
35
36
perceber
pensionistas
aposentadorias
STF
102.002
so
titulares
e penses,
mas
no
de
ao
direito
regime
jt/Jvrenio
ADI
3.128
ck/rt/rrri?/
591
^er/wa/
DF
de 09.05.80].
No
afronta,
no
caso,
ao
disposto
no
5o,
artigo
XXXVI
da
Constituio do Brasil.
10.
Note-se
que
existem
precedentes
especficos
serem
considerados.
A
incidncia
previdncia
inativos
1.441
social
foi
[RTJ
de
sobre
apreciada,
166/890]
contribuio
os
em
proventos
sede
1.430
de
[RTJ
para
dos
medidas
164/98].
custeio
servidores
da
pblicos
cautelares,
nas
Pleno
Corte
desta
ADls
as
indeferiu.
11.
- No
proventos,
acompanho
do
RE
7 0.009
que
{Rei.
concerne
ao
argumento
da
irredutibil idade
acrdo
Min.
Xavier
de
dos
tambm
Albuquerque,
tambm
alegada
ofensa
ao
artigo
194,
IV
da
Constituio do Brasil.
12.
aposentados
direitos
fato
que
as
situaes
jurdicas
dos
inativos,
e obrigaes
de que
so titulares no decorrem
de ato
Os
de
recorrer,
neste
passo,
ao
voto
do
Ministro
STF 102.002
ht/ireawADI
3.128
592
&ed&ya/
DF
podendo
o servidor
a
ela estatutariamente
vinculado
invocar direi to adquirido para reivindicar
enquadramento
diverso
daquele
determinado
pelo
Poder
Pblico,
com
fundamento em norma de carter legal
13.
Pas so
cogi tar
do
argumento
cons truido
em
torno
da
contribuio
contesta
[v.g.,
RE
efectivamente,
146.733,
RTJ
um
tributo,
143/684].
que
Alis,
no
ao
pretenso
conceito
contribuinte
que
se
vise
subsumem
direito
obstar
as
de
opor,
aumento
contribuies
de
de
ao
Poder
"[n]o
Pblico,
tributos
cujo
seguridade
social
(RTJ
14.
determinada parcela
do artigo 4
dos proventos
e penses
(cf. o pargrafo
nico
da EC 41/03).
JOS
[finalidade],
incidente
sobre
certa
categoria
de pessoas,
sem
do
porm,
no
ocorre.
contribuio
no
devida
no
pargrafo
determinada
37
nico
parcela
de
do
artigo
proventos
de
4o
e
da
41/03 , a
penses.
Mello
14
EC
{trecho
Da,
percepo
de
com
as
devidas
extrado
da
deciso
593
ADI
3.128
vnias
ao
DF
eminente mestre,
no
ser correta
afirmao
de
que
contribuio
empregado;
previdenciria
que
Estaramos
cobrada
estamos
A
cobrada
da
empresa
do
empregado
porque
porque
ela
se
que
ele
empresa...
tributao
se d em decorrncia da verificao do
seu
Ademais,
tenho
caso,
no
causa
por
JOS
fato gerador.
15.
confundirmos
AFONSO
DA
SILVA
no
no
como
"causa"
sentido
indispensvel,
vocbulo
que
assume
no
utilizado
na
teoria
do
negcio
causa
SILVA,
[= razo
de
ser
da
contribuio],
seria a referibilidade
concreta-atual
haveria
ou
mais
obstante,
nas
conformada
pela
Constituio,
de
lei,
do
ser
situaes
JOS
direta da contribuio
potencial
razo
segundo
[=
Estado.
causa]
na
a uma
DA
atuao
Aps
aposentadoria
no
para
contribuio.
No
institucionais,
reside
AFONSO
lei
a
no
causa
caso,
por
moldada,
emenda
ela
assim designado
aposentadorias
e penses.
Isso
inativos,
fato
compreendido,
gerador
poderamos
a percepo
dizer
do
que,
benefcio;
no
a
caso
causa
dos
[=
Der Zweck im Recht, Druck und Verlag von Britkopf e Hrtel, Erster
Band, zweite umgearbeitete Auflage, Leipzig, 1.984, p. VIII.
15
STF
102.002
ft/rrewo
ADI
3.128
autoriza
causa,
594
cfyed&r-a/
DF
concluso
ou
poderia,
^^rr/tunal
no
como
de
existe
o
fez,
que,
alternativamente,
fato
eleger
gerador.
a percepo
ou
no
emenda
existe
constitucional
do provento
ou
da
penso
- De
outra
existindo,
sustenta-se
banda,
que
no
efetivamente
se
contribuio
teria,
ento,
uma
fato de,
equivocadamente,
indicar-se
como
quanto
{RE 77.131, DJ
06.11.1974]:
fato
gerador
ou
pela
base
de impostos
de
clculo
cumulativos
prprios
dos
3.128
595
DF
discriminados
na
Constituio.
Ora,
imposto
institudo
por
emenda
In Idem,
41/03
contempla
(artigo 195,
I,
c e 153,
III da
Constituio do Brasil).
17.
[artigo 150, IV da
entender-se
confiscatrio
que
os
inativos
seramos
estariam
forados
gravados
sustentar
por
que
um
os
visto
18.
adstrita
que
normas
perfeitamente
h,
na
cogentes
possvel
hiptese,
de
Direito
reviso
de
relao
institucional,
Administrativo,
suas
regras,
sendo
fim
de
considerada
concreta-atual
ou potencial do Estado.
19.
porm
correta
suposio
de
17
que
relao
ftt/tremo
ADI
3.128
/ DF
O
recproco
sinalagma
que
existe
contraprestao
,
em
na
justificativa
e seu
des, do ut facias,
Essa
dico
cada
tanto
gentico]
MOTA
parte
sacrifcio
entre
liame
prestao
no
quanto
tpica
44
PINTO ,
obtm
que
da
contraparte
sua
[do
ut
contratos
uma
das
da
concluso
sua
que
do
execuo
43
contrato
[sinalagma
onerosos ,
nos
prestaes
ou
quais,
na
atribuies
visto
encontrar
facio ut cies] .
no momento
"cada
da
pela
41
momento
dos
das partes
na prestao
funcional
patrimoniais o correspectivo
se
TRABUCCHI 40 ,
caracterizam-se
cada uma
facio ut facias,
ligao
42
de
fundamento
relevncia
de
contratos,
sinalagmticos
de a prestao
funcional ]
de
circunstncia
[sinalagma
sntese
alguns
Contratos
assume
596
cSfied&ra
est
a pag-la
pelos
suj eitos
do
no
significa
real
com
negcio
um
como
correspondente".
Mas
equivalncia
entre
sinalagma
prestao
40
e contraprestao,
45
obj etiva
sendo possvel
falta de equivalncia
objetiva
/fs/tremv
ADI
3.128
ou usual
oneroso
C/rr7nnm/
597
^^c-r/era
DF
das
atribuies
as partes
esto
E prossegue 46 :
patrimoniais".
de acordo
"no
em que a vantagem
negcio
que
cada
uma
bilaterais,
prestao
outra,
(vinculao
como
o
que
prepondera
caracterstico
originria
das
observa
do
LOPES 47
SERPA
vinculao
sinalagma,
prestaes),
"nos
gentico
funcional
de
uma
para
uns
para
outros
relao
menos
ainda
contrato
bilateral
oneroso
que
tenha
estabelecido.
2 0.
Pois
previdenciria,
certo
encontra-se
quaisquer direitos
que
Estado,
no
caso
em situao de dever.
No
da
relao
titular
de
relao
previdenciria
caracteriz-la,
ainda
decorre
que
nela
da
lei,
sejam
liame
haver, sinalagma
O
pagar
entre
obrigao
entre dever e
Estado,
nessa
aposentadorias
prestao,
no
sentido
contratos.
O contedo
obrigao.
querer
apontados
sem
No
[=
traos
justific-la.
h,
nem
pode
obrigao.
relao,
penses,
nos
obrigacional,
das prestaes,
est
vinculado
termos
prprio
da
pelo
lei.
teoria
dever
No
de
cumpre
geral
dos
na relao previdenciria,
46
STF
102.002
4a
ed.,
598
Cyt/ftre-wo
ADI
3.128
DF
cuja veracidade,
vinculado
21.
relao
que
Alm
de
tudo,
previdenciria
ela,
relao
e o
presentes,
atribuirmos
fao
previdenciria,
carter
apenas para
no
decorre
contratual
argumentar,
de
nenhum
visto
ato
de
cogitar
indagar do rompimento
da
sua
reviso,
que
nos
conduziria
ou no rompimento do equilbrio
econmico
a
da
relao.
Isso no seria, no entanto, admissvel em ADI.
Ainda
BROSSARD
na ADI
assim
lembro
493
o ato
aqui
voto
do
jurdico perfeito
Ministro
cederia
W
diante
evoluo
autoriza
da
interessante
PAULO
modificao
substancial
de
(...)",
clusulas
de
como
observa
NEUMANN 48 ,
FRANZ
nenhum
sistema
do
termo,
pode apenas conservar, pois at mesmo para tanto ser preciso mudar.
22.
V-se
para
logo,
assim,
que
tese
da
quebra
de
48
determinada
parcela
de
The
proventos
Authoritarian
20
STF
102.002
e penses.
State,
E,
vimos
The
acima,
Free
Press,
7u/weitH)
ADI
3.128
percepo
599
Q/t'i/)ta?a/
DF
do
benefcio
pode
perfeitamente
ser
eleita
pelo
direito
paralelo
e
entre
sistema
sistema
estatutrio
previdencirio
[ativos
versus
[contribuintes
versus
contribuio
qual
tem
lei
segundo
pois no h
o paralelismo perece.
de
ser
e mais
considerada
ainda
emenda
no
quadro
dessa
constitucional
aplica-se imediatamente.
A
ntida
propsito,
"imediata
tributria,
professor
aplicao
completo
da
PUC
retornando
eu,
de
das
na
So
ANTNIO 49 ,
CELSO
modificaes
linha
Paulo]
que
de
[inclusive
pensamento
incidam
diz
do
sobre
as
ele
de
ser
ordem
eminente
situaes
gerais".
23.
5
artigo
instituio
195
de
da
nova
Constituio
exao
ensejaria
previdenciria
concluso
apenas
se
de
que
justificaria
da contribuio
de seguridade
social, pois, no
deve haver,
(ou
regime
necessariamente,
artigo
raciocnio,
195,
caput
contudo,
da
STF
102.002
procede
Constituio,
solidrio.
49
no
de
no
regime
carter
instalado
contribuinte
600
ADI
3.128
24.
DF
- O artigo
195 da Constituio
do Brasil
dispe que
fi
estendido
benefcio
ou
servio
da
seguridade
"a
desse
majorado
social
sem
(da aposentadoria)
de
benefcio
que
da
tem
isso
seguridade
[para
poderia
que
ser
era
dito
exigido
apenas
esto
previstos
lei
complementar
artigo 195, 4 ] .
Os
captulo
se
da
benefcios
Seguridade
da
previdncia
Social,
que
social
repita-se
no
financiada
artigo
concretizada
percepo
auxlio-recluso,
etc.
outro
lado,
fato
de
ser
assegurado
direito
dado
excludo
da
que
fruio
servidor,
por
de
benefcios
outros
haver
se
aposentado,
no
previdencirios
est
mantidos
artigo
201,
1-
ao
conjugar
contribuio
estava assegurada
que,
possa
aposentar-se.
cumpridos
esses
Em
nenhum
requisitos,
ele
momento
seria
sabido
idade,
a
servidor
assegura
que
previdncia social.
aposentadoria
apenas
um
dos
preceito
titular
de
Ademais,
benefcios
da
ADI
3.128
25.
601
frfYurncf/C^fre</era/
C^a/ir^wo
DF
leitura
via,
ou
seja,
de
que
nenhum
benefcio
ser
institudo
sem
fonte de custeio.
Insisto em que a interpretao a contrario
sensu s teria
a mais
observado
e neste
dessa
Isso
leitura.
ao
retorno
ao
quanto
anteriormente
previdenciria,
voltar
passo
que
passado,
estaria
assim
para
sendo
no
pretendido
pode
reproduzir
ser,
o
mediante
salvo
se
debate
relao
prtica
pretendssemos
aquietado
na
doutrina e na jurisprudncia
de
pela
emprego
pblico,
com
opo
vnculo
dela
que
que
jungia,
(federal,
servidor,
enquanto
estadual
contratual,
muito
teoria
ao
ativo,
ou municipal)
aposentar-se,
no
Administrao,
que
sairo
os
perde
eis
que
recursos
para
pag-lo.
Essa vinculao transferida para o pensionista,
estando
proventos
de
aposentadoria
as
penses
no
podero
exceder
50
do
Brasil,
exigida
do
artigo
servidor
40,
em
DJ 08.01.1953.
30
2a;
veja-se
atividade
EC
20/98).
condio
de
sua
602
ADI
3.128
DF
aposentadoria,
dependentes.
teto
de
bem
Os
assim
da
penso
proventos
de
sua
vencimentos
(artigo 40,
fixado
para
por
morte
aposentadoria
a
esto
Administrao
aos
seus
sujeitos
Pblica
em
ao
geral
26 .
devida
ser
(artigo 40, 2 ) .
condies
igualdade 51
idnticas
se
expressa
asseguradas
em
ao sujeito
51
isonomia
[=
de direito
garantia
em
de
igualdade
STF
102.002
(Sts/i reino
ADI
3.128
tyj'i/)ujta/
DF
de condies
universalidade
das
leis
jura
constituuntur52.
generaliter
universalidade
sempre
textos
foi
direito.
que aplicam
que
acesa
como
importa
personas,
sed
e
todos
no
de
como
inscrito
nos
da
igualdade
foi
determinao
de
igualdade
na
unicamente
os
vincularia
alcanando
igualdade
devam
Tal
princpio
KELSEN 55 .
de
todos
contudo.
determinao
o direito,
cri ti ca
que
como
Essa
determinao
em
assim,
constitucionais,
aplicao
tambm
singulas
a lei .
exclusivamente
despertou
in
da
53
interpretado
rgos
non
Decorreria
Nem
do
de privilgios.
primeiros
603
fiee/ewa/
ser
54
o legislador ,
Aps passou
na
ele
formulao
tratados
de
a
do
modo
ser
que
tomado
direi to, o
igual
pelo
C7a/rrejj?o
ADI
3.128
^r/)u?to/
604
cS^er/e^a/
DF
legislador 56 .
anotao
de
CAMPOS 57
FRANCISCO
propsito
primorosa:
"O
mandamen to
da
Consti tui o
se
dirige
particularmente
ao legislador
e, efetivamente,
somente
le poder ser o destinatrio
til de tal mandamento.
O
executor
da lei j est, necessariamente, obrigado
a
aplic-la
de acordo
com
os critrios
constantes
da
prpria lei".
28.
determinao
porque
de
quais
sejam
os
iguais
quais
os
desiguais,
at
e ARISTTELES 58
fica
entre
si,
a pessoas
crucial
a
a
fim
de
situaes
conferir
que
a seguinte,
no
tratamentos
sejam
iguais.
normativos
A
questo
na dico de CELSO
ANTNIO
BANDEIRA DE MELLO 59 :
56
///??<> wo
ADI
3.128
29.
605
ctyj'i/n
'ff/JH/
DF
sem
violao
do
princpio
60
igualdade,
texto
distinguir
27
STF
102.002
c9/jfit'emv
ADI
3.128
^^rr/tmia/
606
(^'edera/
DF
outra.
manifeste,
necessrio
faz-lo,
contudo,
que a discriminao
guarde
se
compatibilidade
e pessoas
ser discriminadas
sem quebra
quais
agresso
jurisprudncia
do
Tribunal
Constitucional
alemo
toma
como
fio
condutor o seguinte:
"a mxima
da igualdade
violada
guando para
a
diferenciao
1egal ou para o tratamento 1egal igual no
seja possvel encontrar uma razo razovel, que surja da
na t ureza
da
cox sa
ou
gu e,
de
al guma
f orma,
seja
compreensvel,
isto , guando a disposio
tenha de ser
Qualificada de arbitrria "63.
Dir-se-,
seja
pois,
quando
"no
possvel
alguma
razo razovel
que
uma
discriminao
encontrar,
para
ser
arbitrria
diferenciao
das coisas
legal,
ou que,
de
64
30.
- Alm do artigo
5 o da Constituio
de
1.988,
tambm
isonomia
tributria.
Essa
reiterao
da
isonomia
no
setor
tributrio
no
discriminao
equivalente
no
entre
contribuintes
consubstancia
apenas
que
um
tributar.
Todas
as
102.002
encontrem
direito
em
situao
fundamental,
consti tucionais
atinentes
"is
STF
observaes
se
mas
ao
poder
igualdade,
como
_
(9ff/t)'<>mo
(^rr/f/s/u//
/"An
^tyec/era/
ADI 3.128 / DF
contemplada
no
5 o , no
artigo
obstante
se amoldam
ao
instituto
da
isonomia tributria.
Assim,
como
anota
ANTNIO
ROBERTO
DRIA 65 ,
SAMPAIO
ser
indagao
discriminados
isonomia tributria,
sem
respeito
quebra
com
as
desigualdades
em funo das quais, e
se h de exercitar com
de
quais
agresso
aludindo ao Justice
aos
BRANDEIS,
contribuintes
objetivos
da Suprema
da
Corte
discriminao
seja
razovelf
sendo razovel
"classificao
que
racionalmente
considerados:
diferenas
a)
reais
de objetivo
razoabilidade
os
seguintes
da
fatores
discriminao,
devem
baseada
c) nexo
ser
em
existncia
lgico
entre o
31.
artigo
40
da
artigo
l9
da
Constituio
EC
do
41/03,
Brasil,
ao
acrescentar
discrimina
os
18
ao
servidores
55
(Vufi
ADI
3.128
reino
C^/ri/wira/
608
^/'ec/era/-
DF
do
Prof.
poderia
ter
sido
Jos
Afonso
adotado,
da
visto
Silva,
serem,
que
todos
esse
com esteio no
discrimen
eles,
no
aposentados
ou
32.
Ministro
discriminao
Cezar
Peluso.
Os
razovel.
servidores
Demonstrou-o
aposentados
em
antes
seu
da
voto
vigncia
Busca-se
restabelecer
proporo
adequada
de
suas
que justifica
a discriminao
e nexo
lgico
alcan-
lo.
33.
Outra
afronta
isonomia
residiria
na
e pensionistas dos
discriminao
Estados-membros,
da EC
41/03
do Ministro
CEZAR
PELUSO,
para
dar, nos
consideraes,
termos
desse
voto,
34.
- Concluindo,
tese dos
"direitos
30
/ttfimmo
ADI
3.128
princpio
da
da
interesse
comunidade,
pessoal,
dignidade
medida
em
que
unicamente
como
que
esta
e
encontra
unicamente
considerado
humana
compreenda
uma
vida
orientados
como
fundamento
concepo
preocupado
somente
do
apenas
nmada
que
o destino
coletiva,
pelo
seu
poder
que
HEGEL.
seus
seu
imunidade.
concreta
indivduos
est
no
simples
[= com a vontade
fechada
indivduos
como
no
homem
com
isolada,
tornar-se
dos
os
interesse,
diria
seu
se
de
69
ensimesmado,
homem
da pessoa
participarem
privadas,
certo
solidariedade
sobre si prpria,
A
609
ctyde^a/
DF
Pois
separado
^ri/cua/
na
em
vivem
pessoas
universal],
interesses pessoais
modo
que
essa
imunidade 70
corresponderia
um
de
Municpios.
atuariais
na
que
gozam
discusso
reciprocamente
da matria,
no
CJnio,
e da
se
imunidade
Estados-membros
justifica
essa
puramente
vantagem
71
toda
sociedade",
diz
70
STF
102.002
(Stt/iwmv
ADI
3.128
35.
arguio
direta,
610
C^jrr/,ffr)fr/
DF
de
salvo
Com
esteio
em
todos
inconstitucionalidade
exclusivamente
no
esses
e
que
32
STF 102.002
julgo
argumentos,
rejeito
improcedente
respeita
aos
incisos
ao
do
611
recrio
Q/-rujta/
Qj^ecewal
18/08/2004
TRIBUNAL PLENO
DISTRITO FEDERAL
V O T O
Introduo:
anterior
Emenda
41
612
fii/ivemo
ADI
3.128
f/}'-tuna/
<S^c/m'al
DF
613
^cifer&mo
ADI
3.128
DF
c t c in-5
nn?
614
<St^vrmn-o
ADI
3.128
cffiec&r-a/
DF
o T c * <-ii nOiO
615
tm/ftwicADI
3.128
(^r&twicil
^c/eral
DF
os
servidores
ativos
como
os
inativos ,
tanto
que
quando
o
constituinte intentou alguma diferenciao, a ofereceu expressamente,
como de fato o fez no art. 40, 8-, em sua redao anterior Emenda
41, que se referia aos "servidores em atividade". Assim tambm o
art. 20 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias, ao
aludir explicitamente aos "servidores pblicos inativos".
Nesse
aposentadoria
encontra
disciplina
na Constituio
e nas leis dos servidores
pblicos.
A Constituio
estabelece os casos de aposentadoria e
o tempo de servio necessrio
sua obteno
(CF,
art. 4 0)r estabelecendor
mais r que 'os proventos da
aposentadoria
sero revistos, na mesma proporo e na
mesma da ta, sempre
que se modifica r a remunera o
dos servidores
em atividadef
sendo tambm estendidos
aos
inativos
quaisquer
benefcios
ou
vantagens
posteriormente
conceididos
aos
servidores
em
atividade,
inclusive
quando
decorrentes
da
transformao
ou reclassificao
de cargo ou funo
em que se deu a aposentadoria,
na forma
da lei r
(art. 40, 4- [atual art. 40, 8-, que,
inclusive
estendeu
para
aposentados
e pensionistas])
[. . . J
Os servidores pblicos aposentados
no deixam de ser
servidores
pblicos:
so como bem afirmou
Haroldo
Valado, servidores pblicos inativos. A proibio de
acumulao
de vencimentos
com proventos
decorre, na
rea lida de,
de
uma
regra
s impl es:
que
os
vencimentos,
que
so percebidos
pelos
servidores
pblicos
ativos, decorrem de um exerccio
atual do
cargo f
enquanto
os
proventos
dos
aposentados
decorrem de um exerccio passado. Ambos,
entretanto,
vencimentos
e
proventos,
constituem
remunerao
decorrentes
do exerccio 5
Tc
ino
616
SttfwewvoADI
3.128
C0^i
n a / (S^c/e
ra/
DF
vedada
a
acumulao
remunerada
de
cargos
pblicos',
observadas as excees por ela previstas,
est
j ustamente
vedando
a
acumulao
remunerada
decorrente do exerccio
de cargos pblicos."
(julg.
09.11.94, DJ 31.03.95f p. 07779).
O 1- do art. 14 9 da Constituio, na redao anterior
Emenda 41, tambm no diferenciava entre as espcies de servidores,
razo pela qual tambm
se sustentou,
antes da Emenda
41, a
inexistncia de bice a que os Estados, o Distrito Federal e os
Municpios
institussem
contribuio
previdenciria
sobre
os
proventos dos seus servidores
inativos. Tal entendimento,
cabe
lembrar, tambm no foi acolhido por esta Corte.
Outrossim, da leitura das normas inseridas pela Emenda
Constitucional n- 20, de 1998, constatou-se que o constituinte
derivado manteve a equiparao entre tratamento dispensado
aos
servidores
em
atividade
e
aquele
dos
servidores
inativos
e
pensionistas. o que se extrai do aludido 8- do art. 40, bem como
dos .3- e 7- do mesmo dispositivo, era sua redao anterior Emenda
41.
Igualado o tratamento entre servidores ativos e inativos e
estabelecido um regime de carter contributivo, no havia, ao meu
ver, j no regime anterior Emenda 41, obstculo constitucional
instituio
de
contribuio
previdenciria
aos
servidores
aposentados, sob pena de violao ao princbio da isonomia, com
617
cS^c/era/
ADI
3.128
DF
entre
os
regimes
previdencirios
constitucionalmente
618
f
u/ipewio
ADI
3.128
o/y-tuna/
Qj^ecleva/
DF
aplicveis
tanto
aos servidores
ativos
como
aos
inativos, no silncio da Constituio.
Essa perfeita
simetria,
entre vencimentos
e
o
proven tos, rea Ia da pela disps i o do 4 do
art. 4 0 da Constituio:
[transcreve a redao do art. 40 do 4o, atual 8o]
Contraste-se
essa
norma,
concernente
aos
servidores
pblicos , com
a do art.
201,
2o,
destinada
aos
segurados
do
regime
geral
da
Previdncia
Social,
e ver-se- gue, enquanto
para
estes ltimos
somente estatuda a preservao
do
valor
real
do
benefcio
original,
so
queles
estendidos
quaisquer
benefcios
ou
vantagens
posteriormente
concedidos
aos
funcionrios
em
atividade,
e at mesmo decorrentes de
transformao
ou reclassificao do cargo ou funo. "
E arremata o eminente Ministro Octvio Gallotti:
"Dita
correlao,
capaz
de
assegurar
aos
inativos
aumentos
reais,
at
os motivados
pela
a 11erao
das atribuies
do cargo
em ativida def
compromete o argumento dos requerentes, no sentido de
que no existiria causa eficiente para a cobrana de
contribuies
de aposen ta do, cujos
proventos
so
suscetveis,
como se viu, de eleva co do
prprio
valor intrnseco,
no apenas
da sua
representao
monetria, como sucede com os trabalhadores em geral. "
[sem grifos no original]
25
619
25
ADI
3.128
DF
socialEssa
aplicao
subsidiria
das
regras
deste
regime,
portanto, s possvel se compatvel com as prescries daquele.
Ora,
uma
vez
que
as
vantagens
percebidas
pelo
servidor
aposentado em m u i t o se a f a s t a m das do b e n e f i c i r i o do r e g i m e
geral de previdncia
social, pelas razes j expostas, no
minimamente razovel a tese da absoluta impossibilidade de cobrana
de contribuio previdnciria dos servidores inativos, implicando
uma ampliao ainda maior das desigualdades entre os beneficirios
dos dois sistemas. Equiparam-se situaes j urdicas manifestamente
desiguais.
Na
oportunidade
daquele
referido
estudo,
chegamos
a
propor, caso fosse reconhecida a aplicao do inciso II do art.
195, isentando-se os servidores inativos e pensionistas, haveria de
se ressalvar que tal s se impe at o limite vigente para os
benefcios
da
Previdncia
Social..
Caso
contrrio,
conforme
enfatizvamos,
"o
no-estabelecimento
dessa
ressalva
produz
um
resultado altamente insatisfatrio, que no se compatibiliza com o
princpio central da igualdade e com o postulado da justia social
constantes
do
texto
constitucional",
levando
a
uma
"soma
de
felicidades".
A Emenda 41
A deciso cautelar proferida por esta Corte nos autos da
ADI 2010, no sentido de suspender disposio legal que previa a
contribuio de inativos por certo remeteu o Poder Executivo a
conceber nova emenda Constituio.
Assim, o Governo Lula logrou a aprovao da ora discutida
Emenda
Constituio,
com
expressa
previso
da
contribuio
previdenciria dos inativos.
Renovam-se,
aqui,
as
impugnaes
relativas
620
ADI
3.128
DF
Desde
logo
gostaria
de
assentar
que,
ainda
que
se
considerasse que a Emenda 20 teria criado uma imunidade
(antes
certamente no havia) , o tema no teria por isso status de clusula
ptrea, uma vez que foi introduzido por emenda constitucional.
Passo a anlise das
violao a clusulas ptreas.
impugnaes,
sob
perspectiva
de
25
1
621
ADI
3.128
DF
Gesetzgeber
ber die Verfassung) .
Schmitt enfatizava que a modificao de uma Constituio
no se confunde com sua abolio, acrescentando com base no exemplo
colhido do art. 2- da Lei Constitucional francesa, de 14 de agosto de
18 84 (La forme
rpublicaine
du Government
ne peut
faire
1'objet
d"une proposition
de revision") :
-1
11
622
d^i/i
ADI
3.128
r e n i o S^tu
n a/
(^c/e ra /
DF
c i n ? nno
1982, p.
623
(Supremo- C^r-iuna/ d^c/era/
ADI
3.128
DF
os
de
as
10
11
12
13
13
CTC
* M
NNO
624
(S^ijvremo (S^rtff tia/ Q^ecfera/
ADI
3.128
DF
16
Bryde, Verfassungsentwicklung,
BVerfGE, 30:1(24); BVerfGE,
cit., p. 262-4.
18
Bryde, Verfassungsentwicklung,
17
cit., p. 242.
34:9 (19); Hesse,
cit., p. 240.
14
Grundzge
des
Verfassungsrechtst
625
d^ct/breino ffl&una/ CSfiedewal
ADI
3.128
DF
Bryde, Verfassungsentwicklung,
cit., p, 242.
15
e: t c 1 no nno
626
ADI
3.128
DF
compatibilidade
de
determinada
cllisulas de imutabilidade.
alterao
constitucional
com
as
ao
a
"a doutrina
dos direitos
adquiridos
e doutrina
do
facto
passado.
Resumidamente,
para
a
primeira
doutrina
seria retroactiva
toda a lei que
violasse
direi tos
j
constitutidos
(adquiridos);
para
a
segunda seria retroactiva
toda lei que se aplicasse a
factos passados antes de seu incio de vigncia.
Para
a primeira
a Lei nova deveria respeitar
os
direitos
adquiridos,
sob
pena
de
retroatividade;
para
a
segunda a lei nova no se apl iaria
(sob pena
de
retroatividade)
a fatos passados
e aos seus efei tos
(s se aplicaria a factos
futuros)".20
20
Introduo
16
c; T P 1 rt? nn?
ao Direito
e ao discurso
legitimador,
627
<Sfer-e>nio
ADI
3.128
C^riuna/
ffldewa
DF
A
doutrina
do
fato
passado
tambm
chamada
teoria
objetiva; a teoria do direito adquirido chamada teoria subjetiva.
Na lio de Moreira Alves , domina, na
teoria subj etiva do direito adquirido.
o que
passagem do voto proferido na ADI 493, verbis:
nossa tradio, a
se l na seguinte
Por fim,
h de salientar-se que as
nossas
Constituies,
a partir
de 1934, e com exceo
de
1937,
adotaram
desenganadamente,
em
matria
de
direi to
intertemporal,
a
teoria
subjetiva
dos
direi tos
adquiridos
e no
a
teoria
objetiva
da
situao
jurdica,
que a teoria de ROUBIER.
Por
isso mesmo, a Lei de Introduo
ao Cdigo Civil, de
1942, tendo em vista que a Constituio
de 1937 no
continha preceito
da vedao da aplicao da 1 ei nova
em prejuzo
do direito
adquirido,
do ato
jurdico
perfeito
e da coisa julgada, modificando
a anterior
promulgada
com o Cdigo
Civil,
seguiu
em parte
a
teoria de ROUBIER,
e admi tiu que a lei nova,
desde
que expressa
nesse
sentido,
pudesse
retroagir.
Com
9
efeito,
o artigo
G - rezava:
"A lei em vigor
ter
efeito
imediato
e geral. No atingir,
entretanto,
salvo disposio
expressa
em contrrio, as situaes
jurdicas
defini tivamente
constitudas
e a
execuo
do
a to
juri di co
per fei to".
Com
o
retorno,
na
Constituio
de
1946,
do
princpio
da
irretroatividade
no tocante ao direito
adquirido,
o
texto
da
nova
Lei
de
Introduo
se
tornou
parcialmente
incompatvel
com ela, razo por que a
Lei n
3.238/5 7 o alterou
para
reintroduzir
nesse
2
artigo - a regra tradicional
em nosso direi to de que
"a lei
em
vigor
ter
efeito
imediato
e
geral,
respeitados
o
ato
jurdico
perfeito,
o
direi to
adquirido
e a coisa julgada".
Como as solues,
em
matria
de
direito
intertemporal,
nem
sempre
so
17
Tc
nn-5
628
^urenio
ADI
3.128
cS^riccwa/
Qj^ec/eya/
DF
coincidentesr
conforme a teoria adotada, e no sendo,
a que ora est vigente? em nosso sistema jurdico a
teoria obj etiva de ROUBIER, preciso ter cuidado com
a utilizao
indiscriminada
dos critrios por
estes
usados
para
resolver
as
diferentes
questes
de
21
direito
intertemporal".
18
C T
-1 /T>
(!/!)
629
fiArwn
ADI
3.128
o- f^riui
ta l
DF
Na
mesma
linha,
lio
de
Pontes
de
Miranda,
ao
afirmar:
19
630
^^/i^emo
ADI
3.128
Q^viti-ia/
^ceral
/ D F
Representao
"Alis,
no
Brasilr
sendo
o princpio
do
respeito
ao
direi to
adquiridor
ao
ato
juridico
perfeito
e
coisa
julgada
de
natureza
constitucional,
sem
qualquer
exceo
a
qualquer
espcie de legislao
ordinria,
no tem sentido a
afirmao de muitos - apegados ao direito de pases
em que o preceito
de origem meramente legal - de
que as leis de ordem pblica se aplicam de imedia to
alcanando
os
efeitos
futuros
do
ato
juridico
perfeito
ou da coisa julgada r e isso porque, se se
alteram os efei tos, bvio que se est
introduzindo
modificao
na
causa,
o
que
veda do
26
constitucionalmente".
Fica
no
permite
ordem
pblica
evidente
distino
muito
que
a natureza
sobre
comum
em
constitucional
eventual
pases
nos
do
retroatividade
quais
princpio
das
o princpio
leis
da
de
no
adquirido
a estatuto
ou instituto
24
jurdico
20
631
u/i
ADI
3.128
rema
tilif.ma/
^fiec/era/
DF
aquisio
de
direi tosr
estava
submetida
ao
principio
da
irretroatividade / ou seja, manuteno
dos direi tos
adquiridos.
A segunda classe de normas, que
agora
sero
tratadas,
relacionam-se
existncia
de
direitos r onde o princpio da irretroatividade
no se
aplica. As normas sobre a existncia de direi tos sof
primeiramente,
aquelas .relativas ao contraste entre a
existncia
ou a no existncia
de um instituto
de
direito: assim, as leis que extinguem
completamente
uma instituio
e, ainda, aquelas quer sem
suprimir
completamente
um instituto modificam
essencialmente
sua natureza, levam, desde ento, no contraste,
dois
modos
de existncia
diferentes.
Dizemos
que
todas
21
Cf., sobre o assunto, Maximiliano, Carlos. Direito In ter temporal ijus Teo\ia da
Retroatividade
das Leis, 2a. ed., Rio de Janeiro, 1955, p. 9-13; Bandeira de
Mello, Princpios Gerais de Direito Administrativo,
cit., p. 270 s.
28
Maximiliano, Carlos. Direito Intertemporal, cit., p. 9-13.
25
Cf. Savigny, M.F.C. Trait de Droit Romain, Paris, 1860, vol. 8, p. 375 s.; v.,
a propsito, Bandeira de Mello. Princpios Gerais de Direito Administrativo,
cit.,
Vol. I, p. 276.
30
Savigny, Trait de Droit Romain, cit., p. 503 s.; 375 s.
21
< ~ p nn?
632
)'emo
ADI
3.128
(fiec/era/
DF
essas
da
leis no poderiam
manuteno
estar
dos
direitos
submetidas
dessa
princpio
adquiri dos
se assim
espcie
ao
fosse,
(a
as leis
mais
perderiam
todo
de imediata aplicao,
as leis
que
sentido" .31
escravido,
redefinissem
propriedade
filhos. 3 2
institutos
orientao
qual
foi
somente
j uridicos
retomada
existia
com
desenvolvida
direito
referncia
adquirido
relaes
dissemos
patrimoniais
deles
legislador
de
tem
aplicao
liberdade
imediata,
obstculo
decorrente
adquirido.
Esses
entes
propri eda de
2-)
legislador,
e aqueles
da
tm
interesse
geral
e formas
direito
de
caa r
que
e esto
pelo
de pesca
31
de
qualquer
direi to
assegurados
no
so
como
propri eda de
criados
trabalho
pelo
legislador,
com
do
o
condies
como,
de
por
e
e direta
a limites,
o direito
aos
lei,
desenvolvidos
do
disposies
do
especial
sujeitos
quais
novas
direitos
aos
direitos
vinculao
estabelecidas
temos
exclusivamente
direi tos,
uma
editar
liberdade
comrcior
ns
princpio
1-)
graas
industrial;
efeito
do
dos
verbis:
relao
de
razo
decorrentes,
independentemente
so:
privados,
seriam
em
Gabba,
institutos. 3 3
inicialmente,
privados
por
em
privada,
v.g.,
propriedade
25
633
/iiJt renta
ADI
3.128
i a / ffiec/e
ra/
DF
sobre
florestas
e minas
e o direi to de exigir
o
pagamento
em uma outra
espcie
de moeda.
No h
dvida
de
que,
como
j
tivemos
oportunidade
de
advertir
(p. 48-50) , a lei
nova
sobre
propriedade
literria e industrial
aplica-se
no s aos
produtos
literrios
e s invenes
anteriormente
descobertas,
como quelas outras desenvolvidas
aps a
promulgao
da lei; e assim aplica-se
imediatamente
toda lei nova
sobre caa r pesca, propriedade
florestal
ou sobre o
34
sistema
monetrio".
O
tema
contemplado,
igualmente,
por
Roubier,
que
distingue, em relao s leis
supressivas
ou modificativas
de
institutos
j uridicos,
aquelas
leis
que
suprimem
uma
situao
j uridica para o futuro sem afetar as relaes j uridicas perfeitas ou
consolidadas daqueloutras que no s afetam a situao juridica como
tambm os seus efeitos. 35
"Orar as regras que nos guiaram at aquif
nos
conduziro
facilmente
soluo: ou a lei uma lei
de dinmica
j uridica,
que visa mais
os meios
de
alcanar
uma determinada
situao
do que a prpria
situao
em
si,
nesse
sentido,
uma
lei
de
constituio
ela
respeitar
as
situaes
j
estabelecidas;
ou a lei
uma
lei
de
esttica
jurdica, que visa mais o estado ou a situao em si
do que os meios pelos quais ela se constitui,
assim,
uma lei relativa
aos
efeitos
de uma
situao
jurdica,
ela se aplica desde o dia da entrada em
vigor, sem se aplicar .retroativamente s situaes j
23
10? ri<~,2
634
r
fi/tr-ewio
ADI
3.128
C^jti&twicU
(fic/era/
DF
verbis:
"As
leis
que
aboliram
a escravido
ou
os
direitos
feudais
pudereim
aplicar-se
s
situaes
existentes , sem que tenham sido retroa tivas. E, com
efeito , pouco
impo rt ava
o modo
de aquisio
do
direi to: o que a lei censurava
era o regime
juridico
do escravo, o contedo do direi to feudal: a lei era,
ento, relativa aos efeitos da situao juridica,
e
no sua constituio;
sem retroagir, ela atingiu as
situaes j constitudas". 37
Sistematizando
esse
entendimento,
seguinte resumo de sua tese, verbis:
formula
Roubier
virtude
da
Roubier, Le Droit
Roubier, Le Droit
mudana
de
Transitoire,
Transitoire,
um
instituto
cit., p. 215.
cit., p. 215.
24
de
direito
no
passou
635
(S^tferema
ADI
3.128
fflpunal
d^&clercil
DF
25
636
^ttJi remo
ADI
3.128
07'i6u)ta/
DF
proferido
a Corte,
no RE 94.020, de 4 de
pela voz do eminente
RE nRE n-2
105.137,
Ministro
43
26
t f
1 n? no?
637
^ifireino
ADI
3.128
Gl/ri-toiai'
t/*ec/era/'
DF
27
TF
m ? nn?
638
^r-iwna/
ADI
3.128
ffiec/eva
DF
em
passagem
sucesso,
so
extremamente
incertas.
Pode-se
tentar
diminuir
o
prejuizo
suspendendo
por a 1 gum tempo a execuo da
lei ( 399, o) .
Em diversos casos, uma indeniza o
no necessria;
basta , no entanto, disciplinar
a
transio de forma a afastar ao mximo todo prejuzo
possvel.
o que foi feito em muitos casos onde o
regime hipotecrio prussiano substituiu o direi to de
garantia estabelecido pelo direito comum. Tratava-se
unicamente
de conservar
para
os antigos
credores
munidos de uma garantia seus direitos de
preferncia.
Dessa forma, foram eles convocados publicamente
a se
apresentar
em dentro de um determinado
prazo
para
inscrever
seus
crditos
nos
novos
registros
hipotecrios,
na ordem estabelecida pela antiga lei".
47
45
46
47
QTc N
I-? ftrio
Romain,
Romain,
Romain,
639
/cc&ewio
ADI
3.128
(^vtut?ta/
(^'ec/era/
DF
se
aplica
de
forma
29
r p *n? nr>?
640
/Ji
ADI
3.128
m m <>
flecera
DF
anteriores
e
subsistentes no momento da sua entrada em vigor". 49
certo
que
no
h,
aqui,
uma
omisso
quanto
estabelecimento de clusulas de transio, o que certamente
impede o exame da constitucionalidade dessas mesmas clusulas
uma outra perspectiva.
De qualquer sorte, no cabe no caso
baseado no direito adquirido.
em exame
ao
no
sob
argumento
da
chamada
"causa
suficiente".
O Ministrio Pblico Federal reproduz, em seu parecer,
argumento no sentido de uma alegada ausncia de causa suficiente
para a instituio da contribuio dos inativos. Para tanto, arrimase em trecho da deciso proferida por esta Corte na ADI 2010, em que
se teria assentado que "sem causa suficiente, no se j ustifica a
instituio
(ou majorao) da contribuio da seguridade social,
pois, no regime de previdncia de carter contributivo, deve haver,
necessariamente, correlao entre custo e benefcio".
Em primeiro lugar, no se afigura correta uma simples
extenso
desse
entendimento
firmado
na ADI
2010,
dirigido
ao
legislador infraconstitucional.
No
parece
acertado
legislador constituinte estej a
49
Canotilho, Jos Joaquim
Almedina, 1991, p. 384.
Gomes,
pressupor,
vinculado,
Direito
30
= mo r.^-5
desde
logo,
ao menos de
Constitucional,
5a.
edicf,
que
o
um modo
Coimbra:
641
<S^hr-emc-
ADI
3.128
ct^iicna/
(S^tc/e-ral
DF
irrestrito,
ao regime
contributivo,
ou ainda,
a um modelo
de
completa correspondncia entre contribuio e beneficio. No se
nega, obviamente, que a Constituio almej a um sistema baseado
especialmente na idia do regime contributivo, em que os potenciais
beneficirios, ao longo de sua vida profissional ativa, depositam
recursos em um fundo que, no futuro, lhes devolver tais recursos na
forma de proventos de aposentadoria<.
Essa de fato a idia bsica
e o principio de natureza atuarial concebido para viabilizar a
existncia e a eficincia do sistema previdencirio.
Mas da no se pode chegar concluso de que qualquer
obrigao tributria para fins previdencirios deva ter no futuro um
beneficio que corresponda de um modo exato quele nus. Alm da
evidente inviabilidade prtica desse tipo de percepo, no h
exigncia constitucional nesse sentido, e muito menos uma clusula
ptrea
a
estabelecer
tal
limitao
especfica.
No
estou,
obviamente, endossando entendimento no sentido de que qualquer nus
a ser estabelecido para os beneficirios da Previdncia podem ser
livremente
fixados
pelo
legislador,
ainda
que
legislador
constituinte. Os parmetros constitucionais de controle
existem,
inclusive as clusulas ptreas. O que quero afastar desde logo um
argumento que com a devida vnia no parece
ter esse
amparo
constitucional.
Isto porque, a par do carter contributivo,
vigora o
princpio da solidariedade. Nesse sentido o preciso ensinamento de
Lus Roberto Barroso, em parecer juntado aos autos, verbis:
"Uma das principais caractersticas do direito
constitucional contemporneo a ascenso normativa
dos
princpios,
tanto
como
fundamento
direto de
direitos, como vetor de interpretao das regras do
sistema.
Dentre os princpios
que
vm
merecendo
distino na quadra mais recente est o princpio da
solidariedade,
cuj a
matriz
constitucional
se
encontra no art. 3 , I. O termo j no est mais
associado apenas ao direito civil obrigacional (pelo
642
/ti/i
ADI 3.128 / D F
renio-
? a / <S^ec/e rci-l
'
Assim
como
no
aceito
consideraes
puramente
atuariais
na
discusso
dos
direitos
previdencirios,
tambm
no
as
aceito
para
fundamentar
o
argumento
bsico
contra
a
643
C{/iremo
ADI
3.128
C0imta/
(^de-ra/
/ D F
instituio
para
a
contribuio dos inativos, tendo em vista esta alegada inexistncia
de causa suficiente.
Isonomia
Penso,
todavia,
que
h
alguns
principio da isonomia, que devem ser
Emenda 41.
aspectos,
relacionados
considerados na anlise
ao
da
Da
leitura
do
art.
42,
pargrafo
nico,
verifica-se
um
tratamento diferenciado entre aqueles que j recebem ou que j
preenchem os requisitos para receber benefcios em relao queles
que se enquadraro no novo modelo. Para os beneficirios colhidos
pela regra do art. 4-, ser devida a contribuio sobre o valor dos
proventos e das penses que supere, no caso dos servidores inativos
644
C^ti/tremo
ADI
3.128
C^r/wj^a/
(S^c/era/
/ DP
STF
102.002
645
^tfimnbo
ADI
3 .128
(^^ccna/
C^c/ey-af
DF
violado
quando
a
desigualdade
de
tratamento
surge como arbitrria. O arbtrio da
desigualdade seria condio necessria e suficiente
da violao do princpio da igualdade. Embora ainda
hoj e sej a corrente a associao do princpio da
igualdade com o princpio da proibio do arbtrio,
este princpio, como simples princpio de limite,
ser tambm insuficiente se no transportar j, no
seu
enunciado
normativo-material,
critrios
possibilitadores
da
valorao
das
relaes
de
igualdade ou desigualdade. Esta a j ustificao de o
princpio da proibio do arbtrio andar
sempre
ligado a um critrio material objetivo. Este costuma
ser
sintetizado
da
forma
seguinte:
existe
uma
violao arbitrria da igualdade jurdica quando a
disciplina no se basear num: (i) fundamento srio;
{ii) no tiver um sentido legtimo; (iii) estabelecer
diferenciao j urdica sem um fundamento razovel. " 50
Como
bem
percebe
o
prprio
Canotilho,
a
prpria
qualificao
desse
referido
"fundamento
razovel"
conduziria
novamente a um problema de valorao. Penso que, nesse ponto, a
resposta estaria em tratar a proibio do arbtrio como critrio
50
Canotilho, Direito
Constitucional,
cit., p. 577.
35
646
^tfii/iremo
ADI
3.128
dfritnia/
Qpec/era/
/ D F
os
estabelecida
entre
servidores da Unio e dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municpios.
No
h,
no
caso,
qualquer
elemento
consistente
a
justificar tais diferenciaes. Ao contrrio, no que toca faixa de
imunidade, diante das razes acima expostas - fixao de um critrio
que se relaciona a um valor pecunirio mnimo para a subsistncia encontramos uma justificativa sria para a equiparao entre futuros
e atuais beneficirios.
Considero oportuno lembrar, ademais, que o estabelecimento
de restries ao poder de emenda, tendo em vista o princpio da
igualdade, no fato novo nesta Corte.
A propsito, recordo o precedente fixado na ADI 1946, da
relatoria do Ministro Sydney Sanches
(DJ 16.5.2003), em que se
conferiu, ao art. 14 da Emenda Constitucional n- 20 interpretao
conforme Constituio, excluindo-se sua aplicao ao salrio da
licena gestante, a que se refere o art. 1-, inciso XVIII, da
Constituio. Naquele caso, a aplicao do princpio da igualdade
referia-se
garantia
de tratamento
isonmico
entre homens
e
mulheres no contexto do mercado de trabalho, em face do art. 60,
4 2 , IV, combinado com o princpio da igualdade, previsto no art. 5-,
II, da Constituio.
No caso em exame, pelo exposto, considero que a violao
ao princpio da igualdade afigura-se suficiente para a declarao da
inconstitucionalidade do pargrafo nico do art. 4 2 da Emenda 41. De
qualquer sorte, tenho como oportuno formular algumas consideraes
sobre outros valores constitucionais, ao lado da igualdade, a serem
considerados na anlise da Emenda 41.
Segurana jurdica e dignidade humana
36
STF
102 002
647
f
e7)io (S^tuna/
ADI
3.128
&fiec/e) a/
DF
Refiro-me
aos
princpios
da
segurana
jurdica
da
dignidade
humana.
Certamente,
entre
aposentados
e
pensionistas
colhidos pela Emenda h situaes diferenciadas. Haver entre eles
tanto pessoas na faixa de cinqenta anos com aposentadoria de valor
elevado quanto pessoas de idade muito avanada e com aposentadorias
de valores no muito expressivos. Haver ainda aquelas situaes de
aposentadoria no voluntria, em razo de molstias que eliminam por
completo
a
capacidade
laborativa.
Tais
situaes
no
esto
diferenciadas pela Emenda.
A instituio da contribuio de inativos pela via da
emenda constitucional, se de um lado confere maior estabilidade e
segurana jurdica, por outro impe uma moldura normativa
mais
rgida ao sistema previdencirio.
Penso, todavia, que no h qualquer incompatibilidade para
que mesmo o legislador ordinrio venha a estabelecer frmulas que
atendam
s diferentes
situaes
desses
novos
contribuintes
do
sistema previdencirio. Com isto, estariam atendidas as perspectivas
de (1) isonomia, com o tratamento desigual entre aqueles que de fato
so desiguais, (2) de segurana juridica, tendo em vista aqueles que
sequer possuem alternativas viveis para contornar a diminuio de
renda imposta pela nova contribuio, e (3) de dignidade humana, ao
no se impor um nus que, para alguns indivduos, poder afetar
diretamente a prpria condio de vida digna. Restaria prestigiado,
ademais, em concreto, o princpio da proporcionalidade.
Lembro-me aqui a disciplina legislativa do Imposto de
Renda. No obstante pautar-se pelos princpios da generalidade e da
universalidade (art. 153, 2 2 , I), h disciplina legal expressa a
isentar daquele imposto pessoas em situaes singulares, como por
exemplo os portadores de determinadas molstias.
Ter-se-ia, assim, uma autntica
proporcionalidade em concreto.
aplicao
do princpio
da
s T P m? nn?
648
ft/i
ADI
3.128
mmo
t^eder-a/
/ D F
qualquer medida
de se mostrar
trolle
insbesondere
bei Gesetzen,
52
Jakobs,
Michael.
Der
Grundsa tz der
Verhl tnismssigkeit,
Heymanns,1985, p. 150.
53
Richter, Ingo; Schuppert, Gunnar Falke. Casebook Verfassungsrecht,
CH.Beck, 1996, p. 29.
54
BVerfGE 35, 202 (237).
38
S T F 102 002
Kln:
Carl
Bumke Verlag:
649
Stt/tremos
ADI
3.128
S^rfuita/
(S^ec/eiml
DF
transcrever
expressiva
passagem
do
aludido
voto,
verbis:
vv
(. . .) essa generalidade
e essa impreciso , que
a meu ver, podem vir a condenar, no mrito, a validez
desta medida
provisria,
dificultam,
sobremaneirar
agora, esse juzo sobre a suspenso liminar dos seus
efeitos, nesta ao direta.
Para quem, como eu, acentuou
que no
aceita
veto peremptrio,
vero a priori,
a toda e qualquer
restrio
que se faa a concesso
de liminar,
impossvel,
no cipoal de medidas provisrias
que se
subtraram ao deferimento
de tais cautelares,
initio
li tis, distinguir
, em tese, e s assim
poderemos
decidir neste processo
- at onde as restries
so
razoveis r at onde so elas contenes,
no ao uso
regular, mas ao abuso de poder cautelar, e onde se
inicia,
inversamente,
o abuso das limitaes
e a
conseqente
afronta
a jurisdio
legtima
do Poder
Judicirio.
( .
Por isso,
(...) depois de longa reflexo,
a
concluso
a
que
cheguei r
data
vnia
dos
dois
magnficos
votos
precedentes,
que
a
soluo
adequada
s graves
preocupaes
que manifestei
solidarizando-me
nesse
ponto
com
as
idias
ADln n- 223, Relator para acrdo: Ministro Seplveda Pertence, RTJ /T32, p. 571
s.
39
- ? mp nn?
650
(^[fcleral
( ^ / w a
ADI
3.128
DF
651
r-wno> S^riiiJiai
ADI
3.128
(S^ec/era/
DF
quele
caso,
julgue
inconstitucional,
porgue
56
abusiva" .
(589-590).
41
652
U/t
ADI
3.128
o Qt/rieenaf
Qi/'es/era/
DF
presumido
ao
fornecimento
contra a presuno
de
uma
prova
de que titular"
de
reforo
57
57
a
o
57
HC n 5
(309) .
76.060-4,
Relator:
Ministro
Seplveda
40
Pertence,
Lex-STF
-237,
p.
304
(S^^/era/
ujwe-mo
6 5 3
18/08/2004
TRIBUNAL PLENO
V O T O
SENHOR
MINISTRO
MARCO
AURLIO
Senhor
Presidente,
hora,
aprendi
confiar
nos
representantes
do
povo
concernente
Federal,
normal
toda vez
que h
alternncia
no
Poder,
primeiros
dias
do
mandato
do
novo
governante
so
governamental,
c" e com
momentnea,
isolada
consertar,
s", o Brasil.
Nesse
Democrtico
sempre
de
caminhar,
Direito,
olvida-se
levando
em
que
conta
vivemos
os
parnetro\s
STF
102.002
que,
Jft/t remo
ADI
3.128
(^rtuita/
C^bde/ra/
6 5 4
DF
rescaldo
dos
incndios
provocados
Federal,
pelos
ainda
estamos
diversos
planos
econmicos.
Os ltimos dirigentes sempre chegaram ao Executivo com
um plano milagroso. Notou-se,
de uma
forma constante,
predomnio
outra,
atropelando
pudessem
situaes
simplesmente
constitudas,
apagar
direito
que
estabelecido,
adquirido,
para
ter-se
um novo regramento.
Senhor Presidente, situo a matria em discusso e vejo
que a Associao Nacional dos Membros do Ministrio Pblico - CONAMP
atuou de maneira estratgica, vindo a submeter a esta Corte o que a
ela pareceu, de imediato, mais conflitante com a Lei Maior.
Atacado apenas o artigo 4- da Emenda n^ 41, de 19 de
dezembro
de
respectivos
2003.
lares,
Um
pesadelo,
pensavam
que
em
o
si,
Estado
para
aqueles
preservaria
que,
nos
conjuntura
existente.
Preceitua esse artigo
- e vemos
que no
est em
jogo
entendem
adquirido
de
modo
regime
diverso
jurdico,
mas
segundo
qual
to-somente
no
casos
direito
legitimados,
STF
102.002
3.128
655
DF
distino
pensionistas
dos
relativamente
Estados,
do
aos
como j glosado em
servidores
Distrito
Federal,
inativos
dos
aos
Municpios,
- V. Exa.
permite
SR.
MINISTRO
CARLOS
AYRES
BRITTO
Ainda
que
se
negar
esta
verdade:
direito
adquirido
em
qualquer
regime
SENHOR
encaminhar projeto
MINISTRO
de emenda
MARCO
AURLIO
constitucional
Imaginava-se
ao Congresso,
grande
jornal
de So
Paulo
- Fausto Macedo
contidos
poca.
jornalista
-, disse
eu
que
em um documento rgido e no
STF
102.002
se o poder constituinte
no
derivado,
como
fosse um poder
que
existe
somente
qonsVituinte
no \ Congresso,
3.128
656
DF
domina
Direito,
indagou-me:
constituinte
originrio?
constituinte
originrio,
fatia
territorial,
nao;
ou quando
por
quando
respondi
que
tudo
exemplo,
que
pode,
se
h uma revoluo,
que no dominava e
que
se
um
imperando
tem
estabelece
quando
cria
se
se
novo
a
poder
poder
desmembra
pais,
fora das
uma
uma
nova
armas,
no a fora do Direito.
O
jornal,
para
esquentar
contedo
da
entrevista,
revoluo
para
situaes
viabilizar
modificao
substancial,
alcanar
se pode
chegar no desvirtuamento
esta
dos
semana,
noticia
fatos, muito
embora
de
1891,
aposentadoria
surgiu
coisas,
em prol
STF
102.002
caminhou-se,
do
instituto
da preservao
apontando
aposentadoria
baiano
Presidente,
Rui
que
da
Barbosa.
era
penso.
E,
para
na
nas
da
oportunidade
discusses,
penso.
da
ao
da
mitigao
da
ordem
preservar
Refiro-me
afastar,
para
elaborao
Entretanto,
de princpios,
preciso
da
sempre
inclusive,
voz
altiva
natural
das
instituto
da
lembraab
visesl
mestre
\poca,
(^f7)ajr/ Q ^ W f w / /
ADI
3 * 128
6 5 7
DF
"moralizadoras",
distorcidas,
proclamou
ele,
como
fiz
inserir
no
163.204-6/SP.
Palavras
suplantadas?
No,
Presidente.
Tenho
em
mo
expungir
ento
constituinte
Nelson
S T F 102.002
dBtt/we-mc-
ADI
3.128
Q^c/e^r/
DF
adquirido,
6
STF
102.002
TV^
'ff/tremo
ADI
3.128
QiSr/'/>//; ta/
659
Qj^ed&ra/
DF
da emenda e
as
direito
juiz
102.002
em
adquirido,
leva-me
pblico
STF
normas
discusso
conf litam,
assegurado
tecer
mais
no
constitucionalmente,
consideraes
sobre
reportando-me
poetar,
mafe o
previdnaia
ao
com
Yever
n
setor
texto primitivo
da
660
ADI
3.128
Carta,
/ DP
que
critrio
no
encerrava
atuarial
por
sistema
isso
mesmo
no
contributivo.
cabe
falar
em
aposentadoria,
formos
pela
mais
pelos
ao
Estados,
1988,
em
isso,
visando
prejuzo,
o custeio
41,
do
abriu-se
em
artigo
149,
que
benefcio
deveria
ocorrer
dos
local.
alterado
sistema
no
servidores.
em
margem
da previdncia
constataremos
mas
contribuio
certo,
le
ao
n2
Constitucional
elaborado
que
de
texto primitivo,
Emenda
seria
Carta
vista
de
Isso leva a
E,
dois
crer,
que
ento,
no
artigo
devendo
os
aposentados
aposentadoria?
aposentadoria
porque
basta,
para
Emenda
Constitucional
no
alcan-la,
ns
40,
03/93
62,
sobre
contriburem
alm
prescinde
prpria
contribuio
ativa. Houve,
para
de
morte.
carter
uma
nova
contribuio,
Previu,
dos
03.
sim,
servidores
20/98, um substancial
a
na
avano:
direito
8.112/90,
servidores
STF
102.002
adquirido
revelar
que
da
Unio
regime
jurdico,
regime
regime
no
jurdico
contratual,
bastasse:
ento
no
que
ei
u ico
o \ artigo
n2
dos
13
661
3.128
preceitua
qual
DF
que,
quando
constaro
da posse do servidor,
direitos
e obrigaes
ser lavrado
termo
do
das
partes.
Disse
eu que
a Emenda
nffl 20/98
veio
desmitificar
pudesse
assegurada
brincar
pela
com
Carta
prprio
da Repblica.
homem,
olvidando
Refiro-me
aos
dignidade
14,
15
e 16
Estados
complementar,
e Municpios necessitaria
para
aplicar-se
aos
da criao
servidores
da
previdncia
integrados
ao
dependeria
pedaggico
da
legislador.
manifestao
Leio
expressa
a norma,
do
que no
servidor
foi
ao novo
-
alterada
foi
pela
STF
102.002
662
ADI
3*128
DF
Submeteu-se
ele
um
concurso
pblico,
confiando
nas
balizas
possui
servidor
ativo
distinguir
institutos,
do
porque
vocbulos
servidor
com
inativo;
Direito
sentido
servidor
prprio
uma
-
ativo/servidor
e partir
para
sob pena
o
de
significado
grassar
a babel,
confundir
dessas
expresses
segundo,
teve
assento
proclamou que o
Repblica,
perenes,
ministro
um
na
Nri
da
cadeira
que
Supremo Tribunal
Tribunal
com poltica
Silveira,
est
Federal,
compromissado
institucional
que
durante
minha
como
com
- no bom
um
direita,
guarda
bom
sempre
da Carta
princpios
sentido,
que
da
so
refiro-me
aposentadoria
visa
ociosidade,
respeitando-se
o previsto no
considerado
tocante
satisfao
do
que
serve
previdncia
-
manter
social,
desconhecer
que
hoje,
no
perdoe-me
Sacha
sistema
Calmon
contributivo,
quem
afirma
sustenta
a
o
como\natureza
10
STF
102.002
^/^eino
ADI
3.128
Eiuna/
O 03
DP
no
entanto,
Tributrio.
v-la
no
peculiaridades
como
que
ortodoxa
fazem
dessa
de
Direito
contribuio
um
a aposentadoria e a
Ele
entra
contribuio;
paridade
figura
de
entre
vencimentos
numa
relao
outro
lado,
os
a
jurdica
retribuio;
vencimentos
penso
que
tricotmica:
vier
os
a
por
um
um
lado,
terceiro
lado,
proventos,
ser
concedida.
de
ou
entre
tudo
os
isso
adquirido
de
que
Ministro
Seplveda
Pertence,
sem
querer
STF
102.002
ntfrmmo
ADI
3.128
/F</J-u}<(/
664
Q-^/e^al
DF
Celso Antonio
como primoroso,
CONAMP,
confirma
Administrativo
Bandeira
de Mello,
exatamente
Direito
dos
que
num parecer,
mos por
diz
no
Administrados'',
que
intermdio
seu
lido
livro
pelo
da
"Ato
eminente
No
juridicamente
por
monografia.
contradio
no
meio
parecer
de
um
fato
de
ou
Celso
pensar
que
Antonio
por
meio
pensar
de
uma
concordando
com
ainda
o pensamento
uma vez
que
Vossa
o aparte
a mim
Excelncia
vem
de s envo1vendo at agora.
O SENHOR MINISTRO MARCO AURLIO - Presidente, no caso
da
contribuio
criada,
tivemos
at
sinceridade
dos
dirigentes,
que
IPMF/CPMF
previdncia social.
STF
102.002
salvao
da
sade
salvao
da
u/iremo
ADX
3.128
Q/ri/wtut/
outro
menos
6 6 5
DF
E, neste julgamento,
um
Q^^dera/
instituto
dia,
numa
que
ser
evoluo
considerado
da
prpria
pela
Corte,
jurisprudncia.
mais
dia
ou
Refiro-me
ao
existentes
no
Brasil,
por
coincidncia,
perfazendo,
no
caso,
confisco
contexto da carga
H
de
para
tributria,
perquirir-se
exacerbao
o
da
precisa
se
carga
crescimento
manejado
por
e no mais apenas
confisco,
tributria
da nao
ser
ou
- hoje,
e criao
no,
um
de
esta
Corte
no
tributo a
tributo.
tendo
conta
em
dos maiores
empregos
empecilhos
para
os
jovens
da
mais,
carga
Presidente.
tributria
Publicao
direta
recente
indireta.
revelou
Teve-se
uma
presente
falha
mensais
memria.
so gastos
Esclareceu-se
em tributos
que,
e contribuies
ser providos
pelo
desses
prprio
R$
2.500,
diretos;
R$
531
R$ 390
Estado.
Uma
famlia
com
em
que
renda
R$
sade
1.110 em tributos
e
educao,
que,
indiretos;
repito,
e R$
deveriam
1.680
ser
em\dispndios
custeados
13
STF
102.002
pelo
ooo
ADI
3.128
DF
de
no
se
repor
"poder
aquisitivo
dos
benefcios,
dos
de oner-los.
Desejo parafraser,
tambm,
o ministro Gilmar
aqueles
que
hoje
esto
aposentados
para
Mendes
infelicidades
aqueles
que
hoje
recebem penso.
A
Carta
de
1988
vigora,
at
hoje
vigorou,
com
contribuio
artigo
um
preceito
sobre proventos
que
obstaculiza
e penses.
jurdico
observncia
dispositivo
dos
do
parmetros
artigo
da
Refiro-me
n-
40,
incidncia
da
inciso
do
ao
41 no aboliu
previdncia
12,
geral
que
do
II
cenrio
determina
relativamente
a
aos
servidores.
H
102.002
Presidente.
Es ta
Corte
jurisprudncia
ao Verbete n 2
359,
legislao
STF
mais,
conta
jurdica.
com
uma
Refiro-me
regida
pela
fixados
QTff/wejtw
ADI
3.128
i/w/M/Ha/
667
Qjzcewfr/
DF
Ter-se-,
em
relao
esses
servidores
repito
do
tempo,
paulatinamente,
ocorria
diminuio
meu
ver,
saltam
contriburam
contribuir.
aos
olhos.
e se aposentaram
Tambm
aqueles
Aposentados
sem contribuir
da
Unio
e os
sofrero
incoerncias,
que
- se vivos
dos
no
- viro
detentores
a
da
a qual
incentivou
a permanncia no servio
que
esto
na
contribuir.
Da
mesma
forma,
aqueles
que
hoje
tm,
para
preservou,
Carta
da
surpreendendo
Repblica,
aqueles
que
desconhecendo
se
encontravam
norma
nos
do
rasgando
artigo
respectivos
60,
lares,
668
ADI
3128
*custeio"
rombo
DF
da prpria previdncia.
da
previdncia
pblicos,
social
principalmente
da
Ou seja,
da
Unio
previdncia
-
que,
dos
servidores
certamente,
no
foi
n2
41/03,
o 49
olvidou-se
do
proposta
de
emenda
tendente
abolir
os
direitos
garantias
individuais.
Presidente, precisamos preservar a Carta da Repblica
para, realmente, constatar que a Repblica Federativa do Brasil um
Estado Democrtico de Direito e tem como fundamentos a cidadania, a
pressupor
humana.
uma
Volto
vida
a
gregria
afirmar
que
sob
o
ordem,
Estado
tudo
dignidade
pode,
mas
da
pessoa
desde
que
Constituio
ttulo
de
trs, quatro,
contribuio,
um
diminuindo-se-lhes
ou
os
16
STF
102.002
669
fufir&nto-
ADI
3.128
ct^r-iwrw/
^flctewa/
DF
inconstitucionalidade
do
para acompanhar
artigo /4,2
17
STF
102.002
como
relatora,
um
todo,
^ufoveww' (^piiiMad
6 7 0
18/08/2004
TRIBUNAL PLENO
V O T O
Sr.
Ministro
Presidente,
de
longa
respeitar
direito
j ulgada,
que
CARLOS
data,
que
adquirido,
constituem
VELLOSO :
Sustento,
constituinte
ato
garantias
jurdico
derivado
perfeito
constitucionais
da
Sr.
deve
coisa
segurana
j urdica.
Ainda
estabelecia,
garantias
em
Minas,
sob
plio
expressamente,
individuais,
que
uma
da
Constituio
como
clusula
pretrita,
ptrea,
emenda
constitucional
no
os
que
direitos
como juiz
poderia
no
e
federal
afrontar
as
coisa
ao
afirmativa
integrar
no
o
constituinte
sentido
texto
de
derivado
que
constitucional
afront-las,
emenda
e,
certo
constitucional
assim,
seria
que
passa
a
a
prpria
entendida
ADI
3.128
671
'ufwenw'
DF
contraditria
de Direito
125).
Naquela
tema.
Interessante
pblico
nesta
poca,
sesso.
poucos
que
Transformei
saudoso
Geraldo
21/174.
O artigo
Direito
Adquirido
est
Civil",
Ataliba
sob
- Das
reproduzido
no
1961,
sustentara
tese
a sentena
em artigo
publicou
"Temas
se
vol.
I,
na
Rev.
"Servidor
de
contrria,
de
do Poder
Direito
ao
direito
est
presente
de doutrina,
que
Pblico
ns
- Aposentadoria
Direito
Pblico
pg.
dedicavam
Procurador da entidade de
Limitaes
meu
Rio,
constitucionalistas
o ttulo
alis,
Forense,
que o ilustre
a UFMG
ficaria a
Constituinte
Pblico",
Derivado"
Del
Rey
Ed. ,
Tenho,
pois,
Sr.
Presidente,
compromisso
com
tese
ju-
Todavia,
Srs.
Ministros,
questo
Com efeito.
aqui
debatida
assume
ADI
3 .128 /
672
DF
do
antigo
Tribunal
de
J us ti a,
melhores
mestres
Ataliba,
Tribunal
de
Aliomar
que
Federal
perf ilho
Direito
de
Recursos
entendimento,
Constitucional
Baleeiro,
Rubens
Gomes
do
na
1inha
Tributrio
de
Souza,
Superior
dos
Geraldo
Sacha
Calmon,
Souto
que
as
contribuies
tributria.
At
apresentava
polmica.
emprestavam
Constituio
previdencirias
promulgao
Existiam
contribuies
de
1988
da
acabou
os
constituem
Constituio
que,
de
ardorosos
previdencirias
1988,
questo
fiscalistas,
carter
com a polmica,
espcie
no
tributrio.
consagrando
carter
componentes
145,
I:
polcia
em
3.1.
arts.
os
153,
tributos,
que
154,
156),
155,
so
2)
1)
as
os
impostos
taxas
de
{C.F.,
servio
art.
e
de
de
melhoria
(C.F.,
art.
145,
III),
3.2.
seguridade
social
(C.F.,
art.
195),
3.2.1.2.
contribuies
contribuies
de
ADI
3.128
673
DF
5 -, FGTS,
PIS,
contribuies
do
sistema
"S" , SENAI,
SENAC,
SESI
ser
3.2.2.
interveno
149).
especiais,
{C.F.,
art.
Recentemente,
Tribunal
pblica,
Federal,
que
149)
EC
as
cabo,
compem
emprstimos compulsrios
de
inconstitucional
contribuio
municipal
Sistema
ho j e
(C.F.,
deciso
a
e
taxa
do
de
de
art.
Supremo
iluminao
distrital
para
Tributrio
Constitucional
os
3.2.2.1.
corporativas
diante
Ao
contribuies
3.2.2.2.
39/2002,
declarando
instituiu
so
denominadas
contribuies
contribuies
de
seguridade
O
"A natureza
gerador
Cdigo
Tributrio Nacional
jurdica
da respectiva
la; I - a denominao
lei; IX - a destinao
especfica
do
obrigao,
e demais
estabelece,
tributo
sendo
art.
determinada
irrelevantes
caractersticas
legal do produto
no
da sua
formais
42,
pelo
para
fato
qualific-
adotadas
arrecadao."
que
pela
ADI
3.128
y&i&itMa/ (^demz/
DF
6 7 4
parafiscais,
art.
149
significativa:
acentua
dessas
escrevendo
na
constitucionalmente
prpria
Financeiro
sobre
mestra
da
as
que
ou de emprstimos
relevncia
no
ou Administrativo,
Brasileiro1',
professora
sua
mas
afetados,
(Misabel Derzi,
de
do
parafiscais,
reside
que
de
1988
de impostos,
dando
do ponto
igualmente
Derzi
arrecadado,
"A Constituio
compulsrios,
apenas
Misabel
destas
peculiaridade
produto
Mais:
finalisticamente
caracterstica
contribuies
"a
do
determinada."
(ou Constitucional)."
Tributrio
constitui
lio
destinao
os tributos,
contribuies
lhes
149-A) . A
eminente
essencialmente
denomina
contribuies
no
mas
destinao
vista
do
Direi to
de
que
Direi to
Tributrio
em Aliomar Baleeiro,
"Direito
Consti tu tional
"Curso de
Direito
pg. 515.
ed.,
"Curso
2003,
ADI
3.128
675
DF
Assim,
seguridade
social
contribuio
de
(C.F.,
195;
art.
seguridade
art.
social
167,
financia
VII
XI),
exemplo,
pblico
o salrio-educao,
(C.F.,
constituem
art.
212,
instrumento
de
que
5o).
financia
As
atuao
o ensino
contribuies
da
Unio
as
como,
fundamental
de
(C.F.,
interveno
art.
149).
art.
177,
4a,
II,
a,
b,
tem destinao
c) . Recentemente,
Federal,
julgou
inconsti tucional
contribuio
para
finalidade
As
contribuies
Constituio.
representativas
das
categorias
art.
foi
167,
dito,
VIII
normativo
outra
destinava
no
corporativas
profissionais,
Tribunal
inconstitucionalidade,
que
que
Supremo
(C.F.,
prevista
financiam
como,
citada
por
na
entidades
exemplo,
Examinemos
conforme
ato
certa
contribuio
financia
XI.
de
seguridade
contribuio
seguridade
social:
do
social.
C.F.,
trabalhador
Esta,
art.
e
195;
demais
Financiam,
ADI 3 128 / DF
676
fyfevewM)' (^wiuMa
solidariedade:
toda
forma
direta
oramentos
da
contribuies
sociedade
indireta,
Unio,
participa
mediante
dos
Estados
sociais,
dentre
essas,
conceito
de
desse
recursos
e
a
dos
dos
o da
financiamento,
provenientes
Municpios,
trabalhadores
dos
e
e
de
das
demais
segurados.
de
sociedade,
destinadas
previdncia
social
art.
194,
aes
de
seguridade
social
est
"A seguridade
social
compreende
iniciativa
a assegurar
e assistncia
dizer,
assenta-se
seguridade
numa
dos
na
poderes
os direitos
Constituio,
um
conjunto
pblicos
relativos
sade,
da
social."
social,
tripea:
segundo
sade,
Constituio,
previdncia
W d .
social
ADI
3.128
(tr&mo< (^wi&uvva
DF
677
assistncia social.
A contribuio
instituda,
benefcio
social,
portanto,
no para
aposentadoria,
nesta
diversos
os
de seguridade social,
mas
compreendida
benefcios
para
a
que
fim
o
especfico
ser
tributria,
de
financiamento
previdncia
podem
espcie
social,
obteno
da
seguridade
certo
concedidos,
do
que
so
registrou
social
da
sociedade,
destinadas
assegurar
os
direitos
Estabelecido,
um
tributo
e que
compreendendo
social,
ela
esta
examinemos
tributo,
destina
sade,
se
seria
financiar
a previdncia
possvel
aposentadoria
e a reforma
cargo
posto
ou
ao
conseqente.
categoria
Os
especial,
do
Haroldo
acham-se,
ina ti vo,
aposentados
certa
da
Valado
tambm,
como
so
so funcionrios
classe
social,
assistncia
incidncia
do
163.204/SP,
professor
uma
seguridade
social
afastar
tratada
expressa,
aqui
servidores
lio
previso
que a contribuio
de
invoquei
sem
se
ento,
no
ligadas
direi to
funcionrios
inativos"
sentido
ou
de
que
diretamente
vantagem
pblicos
de
(RTJ 166/267-274) .
,r
ao
dei e
uma
ADI 3 128 / DF
Sr.
menos
que
Presidente,
esteja
imunidade
abstrato
no h
pessoa,
tributria.
princpios
Uma
hiptese
de
direito
fsica
lei
constitucionais
a
678
que
em no
ou
jurdica,
institua,
tributrios,
incidncia,
ser
com
tributado,
abrangida
por
observncia
dos
base
de
clculo
ou
em
base
que realizarem,
em concreto,
hiptese
no
Os
servidores
contemplados
de
por
seguridade
pblicos
imunidade
social.
tributria
As
ativos
inativos
relativamente
imunidades,
so
contribuio
relativamente
essa
iseno,
isentas
de
mas
que,
contribuio
na
realidade,
para
assistncia
imunidade
seguridade
social
que
tributria:
social
atendam
as
beneficentes
de
estabelecidas
"So
entidades
exigncias
aposentados
201
da
relativamente
Constituio,
contribuio
que
gozam
de seguridade
de
imunidade
social
tributria
(C. F . , art.
195,
ADX 3 . 1 2 8
679
DF
No
texto
primitivo
da
Constituio
vigente
no
havia
servidores
incluiu,
no
art.
aposentadorias
custeadas
pblicos.
40,
pblicos,
dos
Supremo
Tribunal
com
Constitucional
a
seguinte
servidores
provenientes
3,
redao:
pblicos
da Unio
n9
de
1993,
" 6o.
federais
As
sero
e das contribuies
dos
na forma da lei."
Esse dispositivo
do
Emenda
6e,
penses
com recursos
servidores
Federal
constitucional
nas
ADIs
foi trazido
1.441/DF,
Relator
apreciao
o
Ministro
Supremo
eficcia
Tribunal
das
Federal
normas
legais
indeferiu
obj eto
da
cautelar
causa.
de
Assim
Gallotti,
suspenso
da
do
ementa
acrdo:
servidores
contribuio
"EMENTA:
Extenso,
aos
pblicos
inativos,
da
para o custeio da previdncia
proventos
incidncia
social.
dos
de
Insuficiente
reievncia,
ein juzo provisrio
e
para
fins
de suspenso
liminar,
de argio
de
sua
incompatibilidade
com os artigos 67; 195f II; 40, 63;
194, IV e 195, 53 e 6o, todos da Constituio
Federal.
Medida
de 18.10.96)
cautelar
10
indeferida,
por maioria."
("DJ"
ADI
3.128
^wi&iMtGU
DF
6 8 0
"
(.
-)
Chego,
assim,
ao
mago
da proposio
dos
requerentes,
que
exclui
os servidores
aposentados
da
p ermi s s o con t i da no 6-, a cr es cen tado, a o ar t. 4 0 da
Constituio, pela Emenda n 3, de 17 de maro de 1993:
6S. As aposentadorias
e penses
dos
servi dores
pblicos
federai s
sero
custeadas com recursos provenientes
da Unio e
das contribuies
dos servidores,
na forma da
lei."
Ao contrrio
dos trabalhadores
na inicia tiva
privada, que nenhum liame conservam com seus
empregadores
aps
a
resciso
do
contrato
de
trabalho
pela
apos en tado ri a, pres ervam
os s ervi dores
aposen t a dos
um
remarcado
vnculo
de ndole
financeira,
com a
pessoa
jurdica de direito pblico para que hajam
trabalhado.
No por outro motivo que interdies,
tais
como a imposio do teto de remunerao e as proibies
de
vinculao
ou equiparao
de vencimentos,
do cmputo
de
acrscimos
pecunirios
percebidos
ao mesmo
ttulo,
bem
como a de acumulao remunerada
(incisos XI, XIII, XIV e
XVI do art. 37 da Consti tuio) , so por igual
aplicveis
tanto a servidores ativos como a inativos, no silncio da
Constituio.
Essa perfei ta simetria,
entre
vencimentos
proventos, realada pela disposio do 4o do art.
da
Constituio:
e
40
" 4 o . Os proventos da
aposentadoria
sero revi stos, na mesma proporo
e na mesma
da ta, sempre que se modificar a remunerao
dos
servidores
em
atividade,
sendo
tambm
^ O/wi/jwna/ (d'ei/evu/
6 8 1
Contraste-se
essa
norma,
concernente
aos
servidores pblicos,
com a do art. 201, 2o,
destinada
aos segurados
do regime geral da Previdncia
Soeial f e
ver-se-
que,
enquanto
para
estes
ltimos
somente
estatuda
a preservao
do
valor
real
do
benefcio
original, so queles so estendidos quaisquer
benefcios
ou vantagens posteriormente
concedidos aos funcionrios
em
atividade,
at mesmo os decorrentes
de transformao
ou
reclassificao
do cargo ou funo.
Di ta
correlao,
capaz
de
assegurar
aos
inativos aumentos reais, at os motivados pela
alterao
das atribuies
do cargo em atividade,
compromete
o do
argumento dos requerentes, no sentido de que no
existiria
causa
eficiente
para
a cobrana
de
contribuies
do
aposentado,
cujos proventos so suscetveis,
como se viu,
de elevao do prprio valor intrnseco, no apenas da sua
representao
monetria,
como sucede com os
trabalhadores
em geral.
Entendo, por fim, cjue a clusula de vigncia a
partir
da publicao
no est a merecer
a critica
de
incons ti tucional idade
por
omisso
que
lhe
irrogam
os
requ eren t es.
A vigncia antecipada da norma instituidora
da
contribuio
o pressuposto
necessrio
do termo
inicial
do
prazo
de
noventa
dias,
indispensvel
sua
exigibilidade,
jamais podendo
ser, por isso mesmo,
com
esta
incompatvel.
Se efetuada antes do prazo, ser de arguir-se a
inconstitucionalidade
da execuo
da cobrana
precoce,
jamais a do diploma que haja julgado dispensvel
tornar
expressa
a
recomendao
de
dar-se
cumprimento
Constituio,
em seu art. 195, 6o.
12
ADI 3 I- o / DF
^uw&mo
'
682
^wi&wncr/
Na ADI
dessarte,
o requerimento
cautelar."
" EMENTA:
Ao
di re ta
de
inconstitucionalidade.
Pedi do de 1iminar.
Argio
de
inconstitucionalidade
de
expresses
e
de
incisos
constantes
da Lei ns 6.915, de 10.11.95,
do Estado
da
Bahia. Custeio da previdncia
mediante
contribuio
dos
servidores inativos e dos
pensionistas.
- A fundamentao jurdica do pedido no tem a
relevncia
necessria
para
a
concesso
da
cautelar
requerida.
Precedente
do S.T.F.
(AD1N 1.441, em que se
indeferiu o pedido de liminar) com relao
contribuio
social para os servidores inativos da Unio.
Pedido
de
liminar
indeferido("DJ"
de
13 .12.96)
13
Ia
ADI 3 1 2 8 / DF
683
(^wStwia/ fiede&a/
permitia
cobrana
de
contribuies
sobre
os
proventos
dos
social,
O art.
ADI
3.128
(^Wmi ^ f c w ^ w /
DF
684
defiro,
o voto do
cautelar."
Sr.
Ministro
Relator
incidncia
contribuio
sobre
os
proventos
dos
servidores
aposentados.
vezes,
julgando,
porque
que
deveria
ser
meu
em
eu j me manifestara
voto,
favor
nesta
dos
dessa
ao
direta
aposentados
que
estamos
pensionistas,
cujo voto
Mas
estamos
diante
2.010/DF,
que
acontece,
Sr.
Presidente,
de Emenda Constitucional,
a EC
argiu-se a inconstitucionalidade
15
41,
que,
de
no
2003.
de lei ordinria
caso,
Na
ADI
frente
ADX
3.128
Emenda
^wiwna/ (^dewd
DF
n9
Constitucional
autorizao
constitucional
agora,
41,
tributo
EC
de
de
para
1998.
Agora,
instituio
expressamente
no
da
estabelece
apenas
contribuio;
incidncia
do
No
como
constitucionalidade
isso
2003,
20,
6 8 5
que no h
do
deixar
de
referido
reconhecer,
artigo
falar em direito
4S,
adquirido
da
Sr.
EC
Presidente,
41,
de
a no ser
2003,
constitucionais
incidncia
tributria
instituda
com
tributrios,
as
tributrios.
legitimamente
observncia
pessoas,
dos
fsicas
Somente
instituda,
princpios
por
tributado,
escapam
vale
dos
da
dizer,
constitucionais
jurdicas,
abrangidas
por
Uma palavra,
Sr.
Presidente,
em
termos
metajurdicos,
tiveram
na elaborao deste voto, mas que devem ser ditos tendo em vista que
muitos trouxeram para o debate consideraes dessa ordem.
toda
federais,
sociedade,
estaduais,
pelas
municipais
contribuies
e
16
distritais.
pelos
Se
oramentos
previdncia
ADI 3-128 / DP
social
est
penses
dos
proventos
diversos
sendo
que
dficit
no
servidores pblicos,
centenas
pagamento
muitas
de aposentados
das
aposentadorias
e muitas
delas
ainda moos,
que
com
financiados
por
pela
sociedade.
exemplo,
IPI
estaria financiando,
ICMS
trabalhador
sobre
indiretamente,
de
pingues
trabalham
paga,
fuma,
amargando
6 8 6
em
estariam
salrio-mnimo,
cigarro
miservel
tais proventos.
que
que no
pagamento
realizado,
ento,
mediante
contribuio
razovel,
pelos beneficirios.
ao Judicirio
fazer
e que
certamente
foi
feito pelos
poderes
Concluindo
primeira
parte
deste
voto,
dou
pela
inscritas nos
incisos
X e XI do pargrafo nico do
citado
do
Ministro
inconstitucionalidade
Csar
das
Peluso.
expresses:
i7
No
w
inciso
I,
cinqenta por
dou
cento
y>>-\
do";
pela
no
ADI
3.128
687
DF
servidores
estaduais
parcela
dos
estabelecido
social
pblicos
aposentados
municipais,
proventos
para
os
"sessenta
a
das
por
os
contribuio
penses
benefcios
do
que
^JCO
JUOCA
18
do".
Assim,
pensionistas,
incidir
supere
regime
como voto.
cento
apenas
o
geral
federais,
sobre
"limite
de
Federal".
para
mximo
previdncia
688
18/08/2004
TRIBUNAL PLENO
V O T O
( C o n f i rmao)
SENHOR
MINISTRO
JOAQUIM
BARBOSA:
Sr.
Presidente,
assentada,
com
um
pequeno
ajuste:
tambm
adiro
6 8 9
18/08/2004
TRIBUNAL PLENO
V O T O
SENHOR
MINISTRO
CELSO
DE
MELLO:
presente
ao
do art. 4 da
determina
dos
A
constitucional
autora
da
(ANPR),
incidncia
da
ao
impugnar
contribuio
legitimidade
previdenciria
sobre
as razoes
de
inconstitucionalidade:
que:
a) o dispositivo
impugnado
afronta o
disposto
no inciso XXXVI do art. 5o c/c inciso IV do 4 o do
art.
60 da
Constituio
Federal,
porpie viola,
direi to
adquirido
daqueles
<jue
poca
da
promulgao
da EC n 41, de 20031 ja de tinham as
condies
para
aposentar-se
ou o ato
jurxdico
perfeito
daqueles
que
obtiveram
aposentao
efetiva;
(S^cewz
ADI
3.128
690
DF
dentre os
impregnado
de inquestionvel
ou no,
possibilidade
de
reforma
que
resulte
de
constitucional,
ofensa
quando
se
aos
promulgar
direitos
tratar
servidores
Congresso
emenda
de direitos
pblicos
em
agindo
Carta
constitucionalmente
situaes definitivamente
Ou,
Nacional,
Politica
sede
de
assegurados,
que garantam,
em
em
s pessoas
particular) ,
da
notadamente
em geral
intangibilidade
(e
de
consolidadas.
outras
palavras,
cabe
formular
seguinte
alterar a Constituio,
para, nela,
introduzir
prescries
tais
modificaes,
incida
em
2
STF
102.002
domnio
materialmente
protegido
691
ADI
3.128
/ DP
necessrias
evidente
reflexes
que
que
resposta
reputo
tal
indagao
indispensveis
em
impe
torno
de
de
seu
exerccio
ncleo
intangvel
legtimo,
pelo
aos
Congresso
limites
Nacional,
cjue
de
seu
que
fui
<jue
no
poder reformador.
Quando
Relator
(RTJ
desconheo
do
julgamento
181/73-79),
as
graves
tive
distores
da
ADX
2.010-MC/DF,
ensejo
a
sria
de
de
enfatizar
crise
que
continuam
dever
de
buscar,
em
ateno
ao
- cidados
princpio
e
da
superao
dos
obstculos
que
impedem
construo
de
uma
conflitos
as
limitaes
intergeneracionais,
no pode ser
impostas
no
texto
da
Constituio
da
efetivada
delineados
Repblica.
3
STF
102.002
692
ADI
3.128
Estado,
DP
por
sua
desrespeito
informam
vez,
no
afronta
nosso
podem
ser
invocadas
princpios
sistema
de
direito
para
valores
legitimar
essenciais
constitucional
o
que
positivo
Impe-se advertir,
doutrinrio
inmunidades
que
as
(EDUARDO
dei
razes
GARCIA
poder",
de
3a
Estado
com apoio
DE
ed.,
em autorizado
tt
ENTERRA,
1983,
quando
La
lucha
Editorial
invocadas
magistrio
contra
Civitas,
como
(o
que
se
ensaio destinado
revela
absolutamente
hierrquico-normativa
da
comprometendo,
modo,
poder
desse
estatal,
democrtico,
quando
est
a submeter,
prpria
a
Constituio
idia
praticado
permanentemente
vontade
intolervel),
de
sob
que
exposto
gide
Madrid),
argumento
las
de
expresso
do
Prncipe
autoridade
da
Repblica,
exerccio
de
um
fiscalizao
do
regime
de
ordem
Estado
justificao
alm
de
de
medidas
deslegitimar-se
legislativas
4
STF
102.002
(RTJ 164/1145-1146,
como
fundamento
representa,
por
das
razes
idneo
efeito
de
das
693
(^r-wnos
ADI
3.128
DF
gravssimas
conseqncias
provocadas
por
seu
eventual
acolhimento,
culminando
fator
ou
de
direito
Constituio,
em
contemporaneidade,
ditadas
se
por
ordem
ento,
observando-se,
conformam
ou
reclamarem
conferir-lhe
desse
polticas,
mudanas
no entanto,
que
ajustando-a,
necessidades
promovam,
materiais
sugerirem
no
modo,
texto
condicionam
a
ou
da
formais,
o
alterao
sentido
sociais
as limitaes
e
um
novas
de
maior
exigncias
econmicas,
Lei
da
cjue
Fundamental,
circunstanciais
processo
de
reforma
Nada
5
STF
102.002
ADI
3.128
ao
texto
DF
da
Lei
Fundamental,
como
adverte
KONRAD
HESSE
("A Fora
Ferreira
estatuto
pblicas
representa
histrica
de
reveste-se
de
expresso
mais
a
da
organizao
sociedade
do
do poder
alta
de
garantia
significao
intensa
do
Estado,
nela
das
liberdades
emblemtica,
processo
de
pois
transformao
concentrando-se
modelo
defesa
da
Constituio
no
se
expe,
nem
deve
muito menos
de pragmatismo
avaliaes
governamental.
discricionrias
relao
do
fundadas
Poder
de
em
seus
O
Constituio,
Supremo
por
Tribunal
expressa
Federal
delegao
do
que
Poder
guardio
Constituinte
se a Suprema
da
no
Corte
integridade
do
s is tema
pol ti co,
proteo
das
1iberdades
fweinoADI
3.128
pblicas,
segurana
Qri^/n-al
695
^dewaJ
DF
estabilidade
das
relaes
do
ordenamento
jurdicas
e a
normativo
legitimidade
do
das
Estado,
instituies
inaceitvel
desprezo
pela
Constituio
no
um
Poder
Judicirio
independente
consciente
de
pode
enquanto
sua
alta
Ningum
ignora
- e no
configura
demasia
insistir
em
Nela
repousam
os
fundamentos
da
ordem
normativa
emerge
atua
como pressuposto
de
existncia,
de validade
de
estatuto
constitucional
se
vocacionado,
reflete,
o
momento
na
pluralidade
culminante
da
dos
fins
instaurao
que
de
uma
acha
ordem
supremacia
da
Constituio
traduz,
desse
modo, .na
mais
significativa
importncia.
Enquanto
pea
7
STF
102.002
fundamental
das
no
liberdades
ADT
3.128
pblicas,
simples
696
DF
obra de circunstncia,
destinada
a ser manipulada,
- como
de
modo
Projeta-se,
universal
de
inviabilizar,
por
todos
os
meios
sistemtico
conduz,
soberana
pela
deformao
da
vontade
do
tendncia
possveis,
Constituio,
poder
o
que
constituinte
Dai
Brasileira
UFMG) ,
de
para
gerando
de
RAUL
Polticos",
quem,
*O
jurdica
Constituio,
formas
sentimento
observao
Estudos
imperatividade
adeso
difusas
ns
74/75,
acatamento
de seu
comando
gue
espraia
se
de obedincia
constitucional"
MACHADO
p.
HORTA
(in
237,
jan/jul-1992,
Consti tuio
supremo.
na
alma
ultrapassa
Decorre,
da
o domnio
Estado,
em
que
o necessrio
tais
ressaltam
condies,
a
se
destina
102.002
conferir,
Lei
concretizem-se,
multifuncionalidade
em
que
plenitude,
qualifica
- um
os
a fim de
aspectos
o
- e
sentido
Fundamental
8
STF
do
(grifei).
da
Nao,
de
tambm,
coletiva
constitucional.
"Revista
do
que,
que
documento
(Sa^r-e^mo- d^va/no;/
ADI
3.128
6 9 7
DP
constitucional:
(a)
normativa do Poder;
ser
ele
um
instrumento
(b) evidenciarse
bsico
de
regulao
na
(c) qualificar-se,
direitos
O
significa,
sentido
contudo,
de permanncia
que
as
da
ordem
constitucional
Constituies
sejam
no
documentos
vocacionados perpetuidade.
preceitos
constitucionais
no
significa
perpetuidade
das
funo,
culturais
at
ou
mesmo,
ticas,
de
novas
exigncias
ditadas
pela
polticas,
prpria
econmicas,
complexidade
ou
da permanncia
dos
Esse
sistemas
j
em
aspecto,
normativos
1789,
pela
posteriormente
concernente
instaurados
Declarao
editada
como
pelas
dos
ao
Constituies,
Direitos
prembulo
tema
da
do
STF
102.002
Constituio
Homem
foi
do
realado,
Cidado,
jacobina
da
^u^MtemoADI
3.128
69$
(S^edewa/
C^r-umo/l
DF
Um povo
tem, sempre,
o direito
de rever,
reformar e de mudar a sua Constituio.
Uma gerao
pode sujeitar, a suas leis, as geraes
futuras."
Da
("Direito
observao
Constitucional
p. 69,
item n.
53,
poder
constituinte,
1974,
de
MANOEL
Comparado:
GONALVES
poder
constituinte",
Bushatsky) , ao analisar
mesmo
aps
FERREIRA
de
no
FILHO
v.
1,
a permanncia
do
promulgao
de
uma
nova
Constituio:
"Esta
a
frmula
clssica
que
exprime
a
permanncia
de poder
constituinte
aps a edio
de
Constituies.
Em outras palavras, o poder
constituinte
s obre vi ve no s en t i do de qu e o Hom em, embora
t enha
tomado
uma
deciso,
pode
rever,
pode
mudar
posteriormente
essa deciso. Um povo decide-se por uma_
Consti tuio, o que no significa
que ele no possa,
amanh,
mudar
de
Constituio,
estabelecer
outra
Constituio.
Uma gerao no pode sujeitar
s suas
leis geraes
futuras...".
inquestionvel,
portanto,
esse
dado
essencial
revisibilidade
emanados
das
de rgo
Constituies
exercente
,e de
do poder
todos
os
constituinte,
documentos,
ostentem
Congresso
Nacional,
ao
lado
de
suas
funes
STF
102.002
jurdico,
legislativas
extraordinrias
ADI
3 * 128
699
DF
destinadas
viabilizar,
partir
do
seu
concreto
exerccio,
foi
ou
deferido
originria.
constituinte
meramente
prerrogativa
estatal
normativos
que
exerccio,
quer
refere
ao
seu
Legislativo,
Pelo
contrrio,
derivado,
ou
restringem,
que
contedo,
ao
quer
que
se
reveste
revela-se
segundo
sujeita
de
concerne
no
no
de
necessariamente
lhe
no
ao
no entanto,
maneira
seu
diz
de
fora
- enquanto
poder
grau
a
cujo
como
uma
condicionamentos
significativa,
alcance,
quer
respeito
no
que
forma
de
o
se
sua
manifestao.
ao
secundria,
padres
no
procedimento
essencialmente
normativos,
contexto
determinadas
da
que,
reforma,
limitada
ostentando
Carta
decises
de
Federal,
polticas
atividade
juridicamente
grau
visam
de
constituinte
subordinada
irrecusvel
a
fundamentais
tornar
supremacia
intangveis
consagradas
pelo
MIRANDA
ed.,
("Manual
de
Direito
102.002
tomo
11
STF
Constitucional",
ressalta
11/165,
reforma
ADI
3 * 128
700
DF
constitucional,
Quanto
ao
modo
compreender
contra
"porque
de
se
dentro
as
opes
criado
pela
exercer
dos
seus
Constituio
(...),
tem
parmetros;
fundamentais
do
regulado
necessariamente
no
poder
por
lhe
de
compete
constituinte
ela
se
dispor
originrio"
(grifei).
Essa
magistrio
de
J.
Constituio",
da
reviso
limites
GOMES
p. 289,
do
envolve
substancialmente
alterar
alterao
valor
eis
MOREIRA
de muitas
no
o sistema
Constituio
que
A reviso
integrativo,
idntico
a
claramente
realada
mas
o
esse
disposies
de
da
para
questo
um
aspecto
se
Constituio,
deve
reviso
mudar
dos
embora
que
constitucional.
nao
problema
constitucional,
sentido
no
("Fundamentos da
necessariamente
constitucional",
na
do tema em anlise -
um
tema
CAN0TILK0/VITAL
constitucional
traduzir
conserva
para
J.
mudana
essencial
possa
percepo
de
deixar
serve
Constituio"
(grifei).
O
confere,
meno s,
ao
no
poder
Congresso
lhe
de
reformar
Nacional,
outorga
Constituio,
atribuies
poder
de
portanto,
ilimitadas
des truir
ordem
e,
no
muito
norma tiva
A
Legislativo
da
competncia
Unio
no
reformadora
defere
35
STF
102.002
outorgada
instituio
ao
Poder
parlamentar
ADI
3.128
DF
inaceitvel
poder
Constituio,
originrio",
de
tal
como
como
violar
foi
adverte
sistema, essencial
explicitado
VITAL
pelo
MOREIRA
de
valores
poder
da
constituinte
("Constituio
Reviso
Afinal,
sustenta
esse
( w o p . cit.", p. 108),
reviso
meio
revolues
de
propicio
uma
esta
por
no
constitucional"
Essa
GONALVES
in
fazer
Cons ti tui o
constituinte
ruptura
para
RDA
210,
mudana
da
Constituio,
percepo
Constituio
uma
lugar,
A substi tuio
renovao
do
naturalmente,
1/9,
que
do
tema
revelada
Consti tuio
j
exige
ter
cujo
no propriamente
consti tucionais.
ou tra
portugus
poder
sem
uma
(grifei).
mesma
p.
publicista
constitucional
pode
FERREIRA FILHO
n.
eminente
revoluo',
magistrio,
ou Poder
deve
ser
mudana
que
de
somente
Poder
tema
enfatiza
acordo'
Constituio
MANOEL
Adquirido",
versar
de Reviso",
efetuada
da
ao
por
que
com
'contra'
originrio
pode
efetuar".
As
reforma
produes
constitucional
normativas
configuram
STF
102.002
decorrentes
emanaes
secundria,
do
processo
concretizadoras
que, por
de
do
qualificar-se
702
ADI
3 * 128
como
DF
atividade
jurdica
que
meramente
tipifica
instituda,
poder
participa
constituinte
da
de
mesma
natureza
reforma
ou
poder
Nesse
contexto,
tendo
presentes,
ainda,
as
regras
reforma
constitucional
acha-se
juridicamente
subordinada,
que
votao,
(2) aprovao
Senado
incidem
por
Federal;
em
3/5
(b)
na
esfera
cada
dos
de
Legislativa,
membros
ordem
(a) de ordem
procedimental:
Casa
da
Cmara
em
(1)
em
dos
circunstancial
seu
formal
exigncia
dois
de
turnos
Deputados
do
(impossibilidade
de
de
matrias
porque
stio)
que
se
(c)
acham
protegidas,
em
de
ordem
pr-excludas
funo
de
material
do
(intangibilidade
poder
sua
geral
de
das
reforma,
natureza
mesma,
pelas
GILMAR
FERREIRA
MENDES
Dai
clara . advertncia
de
("Controle de Constitucionalidade
p.
magistrio,
95/98,
1990,
Saraiva),
cujo
ao
versar
tema
em
"O
prprio
controle
direito
de
de
35
STF
102.002
constitucionalidade
contempla
o
reviso
reconhecido
ao
poder
ADI
3.128
DF
constituinte
derivado.
Parece
axiomtico
que
as
Constituies
rgidas somente podem ser revistas com a
observncia
dos ritos nelas prescritos.
So
exigncias
quanto ao quorum, forma de votao, imposio
de
referendum
popular,
ou de ratificao.
Alguns
textos
consagram,
igualmente,
vedaes
circunstanciais
reforma da ordem
constitucional.
No
raras
vezes,
impe
o constituinte
limites
materiais
expressos
eventual reforma da Lei
Maior.
Cuida-se das chamadas clusulas ptreas ou da garantia
de eternidade
(Ewigkeitsgarantie),
Que limitam o poder
de reforma sobre determinados
objetos.
Tais clusulas de garantia traduzem, em verdade, um
esforo do constituinte para assegurar a integridade
da
Constituio,
obstando
a
que
eventuais
reformas
provoquem a destruio,
o enfraquecimento
ou impliquem
profunda
mudana
de identidade.
que, como
ensina
Hesse, a Constituio
contribui para a continuidade
da
ordem jurdica fundamental, na medida em que impede a
efetivao
de
um
suicdio
do
Estado
de
Direito
democrtico sob a forma da legalidade.
Nesse
sentido,
pronunciou-se
o
Tribunal
Constitucional
alemo, asseverando
que o
constituinte
no dispe de poderes
para suspender
ou suprimir
a
Constituio.
Tais clusulas
devem impedir,
todavia,
no s a
supresso da ordem constitucional,
mas tambm
qualQuer
reforma
que altere os elementos
fundamentais
de sua
identidade histrica."
(grifei)
preciso
no
perder
de
perspectiva,
pois,
sindicabilidade
Constituio,
STF
102.002
com o
ou na esfera procedimental,
de
reviso
da
jurisdicional
dos
especialmente
em
Carta
Poltica.
processos
face
do
o carter
de
ncleo
Da
mutao
temtico
as
texto
instrumental
natureza
que
no
de
emenda
plena
formal
da
protegido
Qj^t/wnci/ ^c/eva/
ADI
3.128
7 0 4
DF
inscrita no art.
60, 4 2 , da
Carta
Poltica.
incidir
no
desrespeitadas,
vcio
pelo
Congresso
superiormente
estabelecidas
deliberao
rgo
ou
do
(0TT0
Inconstitucionais?",
item
n.
72,
p.
texto
das
limitaes
da
funes
BACHOF,
52/54,
as
Carta
2a
ed.,
Coimbra
Constitucionais
Atlntida
Editora;
e seus efeitos",
p.
AFONSO
DA
SILVA,
"Curso
Editora,
tomo
MARIA
97, 1989,
de
por
primrias
Coimbra;
11/287-294,
HELENA
DINIZ,
Saraiva;
GOMES CAN0TILH0,
JOS
1988,
Poltica,
"Normas
1977,
cjuando
jurdicas
constituintes
"Norma Constitucional
Almedina;
inconstitucionalidade,
Nacional,
no
exercente
originrias
JORGE MIRANDA,
de
tambm
Direito
J.
J.
1987,
Constitucional
Cumpre
hiptese
de
reformadora
podem
transgresso
do
Congresso
qualificar-se,
constitucionalidade,
de
uma
vez
enfatizar,
(RTJ
elas
neste
ponto,
restries
Nacional,
prprias,
rue
vez
configurada
delimitam
emendas
objeto
de
atividade
Constituio
controle
de
151/755,
Rei.
Min.
16
102.002
as
como
SYDNEY
r
STF
que
uma
SANCHES
- RTJ
156/451,
705
ADI
3*128
DF
j proclamou
a plena
sindicabilidade
dos
juridicamente
originrio,
que,
subordinado
a
par
de
deciso
restries
do
de
poder
ordem
constituinte
circunstancial,
em
imune
60 da Constituio da Repblica
restries
de
"Curso
Direito
de
22 - ed.,
carter
2003,
Legislativo",
sobre
68/71,
de
ou
Constitucional
Malheiros;
p.
poder
implcito
- alm daquelas
imanente
Positivo",
p.
DE
SAMPAIO,
NELSON
SOUSA
conferido
ao
protegidas
pelo
crculo
68,
configuram
DA
item
- incidem,
Legislativo,
(JOS AFONSO
reforma
que
"O
SILVA,
n.
23,
Processo
diretamente,
inibindo-lhe
de
incidncia
desse
ncleo
do
das
o
de
clusulas
ptreas.
A
desrespeitada,
irreformabilidade
legitimar,
como
17
T F 102.002
temtico,
enfatizado,
cIZ^
acaso
controle
706
ADI
3 * 128
normativo
DF
abstrato
mesmo
fiscalizao
incidental
de
histrico,
de
assinalar,
aqui,
at
mesmo
incidental
estatais
ao
ou
julgar
HC
mero
registro
concreto
como
de
constitucionalidade
18.178,
de
que
foi
Relator
dos
o
atos
saudoso
Constitucional
parlamentar
alguma
da
de
de
1926,
Reforma
Constituio
decidindo,
ento,
Constitucional
no
da
Repblica..."
que,
foi
(RF
*Na
violada
47/748
grifei).
Sendo
jurisdicional
das
inquestionvel,
emendas
pois,
Constituio,
plena
impe-se
sindicabilidade
definir,
para
Poltica,
que consagra,
que teria
41/2003,
situaes
35
STF
102.002
(S^t&mzl (S^c/evct/'
ADI
3 * 128
DF
A
qualificao
norma
contra
de
7 0 7
proteo
constitucional
sobredireito,
atos
ao
estatais
direito
adquirido,
cjue
assume
destinada,
em sua
supervenientes
formulao,
lesivos
- a
em
a preservar
integridade
das
Cumpre registrar,
legislativos
includa,
comuns, mas
neste ponto,
quaisquer
outras
que no apenas
espcies
os
normativas
atos
-
observar,
incidirem em
Irretocvel,
eminente
colega
mais
uma
de
ilustre
oportunidade
Constitucionais",
RDA
artigo
202/75-80) , deixou
propriedade,
sob
em
sua
tal
aspecto,
Professor
CARLOS
("Direito
em co-autoria
registrado
mais
recente
magistrio
AYRES
Adcjuirido
o que
BRITTO,
Contra
com VALMIR
as
PONTES
fez consignar,
produo
de
acadmica
nosso
que,
Emendas
FILHO,
com
em
in
extrema
("Teoria
da
*Retornando
a
lidar
com
o
bloco
dos
trs
institutos, aduzimos que no tem relevncia o fato de a
1 egenda cons tifcuconal somen te incluir
a lei
(no a
emenda)
como
norma
proibida
de
retroagir
para
prejudic-los
(%a
lei
no
prejudicar
o
direito
52
STF
102.002
3.128
7 0 8
DP
(S^ed&vct/
ADI
3.128
7 0 9
/ DP
Esse
mesmo
entendimento
perfilhado,
em
douto
*Quanto
s normas
constitucionais
derivadas,
a
questo tomou novo rumo com a Constituio de 1988, de
sorte que se pode dizer que pacfico, na doutrina de
hoje, que emendas Constituio
no podem ofender o
direito adquirido.
No seouer necessrio
descer a
consideraes
tal como a de saber se no termo 1lei' do
inc. XXXVI
do art. 53
da Cons ti tuio Federal
se
incluem tambm as emendas constitucionais,
porque
os
fundamentos da intocabilidade
do direito adquirido por
elas se encontram na vedao constante do art 60, 4e,
IV. De fato, o poder de emenda constitucional
poder
regrado, condicionado e sujeito a limitaes formais e
materiais,
configurados
na Constituio,
e, entre as
limitaes materiais, se encontra a vedao de proposta
de emendas tendentes a abolir os direi tos e garantias
individuais mencionado
no citado inc. IV do 58 da
Constituio
de 1988, segundo o qual a lei no pode
prejudicar o direito adquirido, o ato jurdico
perfeito
e a coisa julgada. O airgumento irretorquvel,
como um
entimema: emenda constitucional no pode abolir direito
adquirido porque se trata de uma garantia
individual.
710
ADI
3.128
DF
Ou
se
quiser
em
forma
de
um
silogismo:
emenda
constitucional
no pode abolir
direitos
e
garantias
individuais;
o
direi to
adquirido
uma
garantia
individual
expressa no ar t. 5g, XXXVI;
logo,
emenda
constitucional
no pode abolir o direito adquirido.
Ou
ainda,
por
outra
forma:
os
direi tos
e
garantias
individuais
so
imodificveis
por
emenda
constitucional;
o direito
adquirido
uma
garantia
constitucional;
logo,
o
direito
adquirido
Assentado,
desse
modo,
que
as
emendas
Constituio
em
tutelar
do
contexto
ocorrendo
Poder
tal
Judicirio,
consiste
em
constituinte
originrio,
das
polticas
cuja
decises
hiptese,
inobservncia
cuja
legitimar-se-
funo
fazer
prevalecer
mantendo
integro
fundamentais
compromete
precpua
a
alto
no
interveno
- presente
vontade
o ncleo
adotadas
esse
soberana
do
consubstanciador
mbito
do
significado
Estado
que
deve
no
pode
ser
conspurcado
em
sua
essncia,
que
no
pode
ser
acarretar-lhe
para,
pretexto
de
reformar
texto
constitucional,
de valores
direitos,
dentre
que
os
informam
quais
e do
avulta,
53
substncia
em
funo
frontal
quele
declarao
de
seu
de
sentido
ADI
3.128
/ DP
frmulas
ordem
antidemocrticas,
histrica
e poltica
consideradas
que
as
justificaram
prprias
a sua
razes
de
consagrao
nas
Dent ro
eminentes
Ministros
irrecusvel
vulnera,
de s s e
que
cont ext o,
CARLOS
norma
BRITTO
ora
pertinente
transgredindo,
art. 60,
desse
42,
modo,
IV,
da
c omo
MARCO
b em
demon s t r aram
AURLIO,
(EC n
questionada
constitucional
tenho
41/2003,
intangibilidade
do
direito
por
art.
a
os
4-)
clusula
adquirido,
limitao
material
imposta,
Carta
Poltica,
ao
reformador
do
constitucional
em
poder
pelo
Congresso Nacional.
Dentro
causa
o
perspectiva,
emenda
regime
dos direitos
na medida
que
dessa
direito
fundamentais
em que viabiliza
incorporaram,
aos
dos aposentados
a alterao
gravosa
seus respectivos
insuscetibilidade
do
regime
patrimnios
de sofrer a incidncia
pensionistas,
da
daqueles
jurdicos,
contribuio
ADI
3.128
DF
previdenciria
sobre
valor
dos
respectivos
proventos
das
penses.
favor
dos
servidores
inativos
e pensionistas,
suprimir,
no podia,
em momento
ainda
posterior,
derivava
dessa
legitimamente
particular
assegurada,
situao
pela
prpria
subjetiva
Lei
de
vantagem,
Fundamental,
aos
O
registrou,
em
que
se
favor
mostra
de
irrecusvel,
inativos
na
espcie,
pensionistas,
que
se
consolidao
benefcio
deles,
posse
legtima
de
um
direito
cuja
essencialidade - reconhecida pelo art. 60, 4 9 , IV, da Constituio permitia submet-lo ao domnio de proteo das clusulas ptreas.
Com
pensionistas,
preenchimento,
por
servidores
inativos
aposentadoria
41/2003
( w tempus regit
por
sua
nota
de
fundamentalidade,
24
subjetivo
viabilizar,
por
7 1 3
(St^tsr&nio- C^r^Mn^aJ
ADI
3.128
efeito
/ DP
conseqencial,
incidncia,
em
seu
favor,
do
amparo
Cabe
observao
referir,
neste
ponto,
esse
propsito,
em seu douto
voto:
Cumpre
pertinncia,
tema,
as
doutas
desenvolveu
Memorial
considerar,
apresentado
neste
consideraes
gravoso
constitucional),
que,
eminente ~Ministro
a
esta
Suprema
ponto,
ante
sobre
XAVIER
Corte,
DE
ruando
sua
esse
especifico
ALBUQUERQUE,
em
enfatizou,
com
a invulnerabilidade,
subseqente
(como,
das
situaes
subjetivas
por
extrema
exemplo,
individuais
por
uma
ato
emenda
dacjueles
que
se aposentaram regularmente:
CAMPOS, o
em que se
direito
verificam
714
ADX 3 . 1 2 8
DF
26
STF
102.002
715
ADI
3 * 128
DF
Constituio
Federal,
continuam
garantidos
em
sua
plenitude.'
Ningum
discute
que,
antes
de
adquirido
pelo
funcionrio
o direito aposentaria,
pode o Estado,
mediante
nova
lei,
alterar-lhe
os pressupostos
de
aquisio.
No, porm,
de jeito
nenhum,
depois
de
adquirido; menos ainda, depois de exercitado
mediante
efetiva inativao.
(...)
Abundam convergrncias em nossa doutrina. De EDUARDO
PINTO PESSOA SOBRINHO:
*A aposentadoria,
depois de sua
decretao,
constitui
um fato
jurdico
perfeito
e
acabado.
No
fica passvel,
portanto,
de
revises
futuras,
por
efei to de modi ficao
da
1 egislao
respectiva.
A
lei
nova
no
ter
aplicao
aos
funcionrios
que
se
encontrarem
legalmente
1
aposentados. ' De MRIO DINEY CORRA BITTENCOURT:
A
aposentadoria
de servidor pblico,
uma vez
decretada,
assume
o
carter
de
actus
perfectus,
ficando
subordinada lei do tempo de sua decretao, com todas
as vantasrens que lhe foram atribudas.
No pode
ser
al terada ou modificada.
Mesmo com o advento de norma
posterior,
'se sujeita por inteiro lei antiga'
na
lio precisa
de Oswaldo
Aranha
Bandeira
de
Mello
(Princpios de Direito Administrativo,
v. 1, p. 268) . f
Do prprio OSWALDO ARANHA BANDEIRA DE MELLO:
'Impe-se
verificar
quando
se tornou
adquirido
o direito
do
aposentado, isto , se se realizou o fato jurdico que
lhe assegura a obteno dessa regalia. Destarte,
lei
posterior
reduzindo as vantagens da aposentadoria
no
lhe pode alcanar, sob pena de ter efeito
retroativo,
em face
do fato
realizado,
e desconhecer
direito
adquirido. ' Concisa e precisa,
last but not least, a
27
STF
102.002
ADI
3.128
716
DF
comprometida
Estado,
de
por
decises
normativas
aposentadoria
regularmente
aperfeioado
emanadas
do
causa que , o
ato
sob
gide
dele
- no
pode
ser
necessariamente
superveniente,
afetado
resultam,
nas
sob
em projeo retrooperante
prprio
fundamento
efeitos
derivados
presente
contexto
temporal
causal
da
situao
que
aposentadoria,
dos
que
anterior
insuscetibilidade
constitui
de
lhe
ao
jurdicas
ato
estatal
incabvel,
desqualificar
legitimador
suposto
dentre
adquiriram
advento
de
um
contribuio
conseqncias
pena
de
da
tributao,
os
o
EC
quais,
direito
n2
mediante
dos
tendo-se
de
41/2003,
gozo
em
avulta
contribuio
efeito
precedeu
causal,
da
promulgao
aposentadoria
da
inadmissvel possibilidade
EC
n2
adquirida
41/2 003
que se
em
significa
irradiam,
momento
reconhecer
53
que
a
estatal
717
ADI
3*128
DF
superveniente,
atingir,
modificar
ou
suprimir
prpria
causa
do
definitivamente
fenmeno
violando-se
da
consolidadas,
retroatividade,
princpio,
que,
ao
(a
com a
jurdicas
inaceitvel
ainda
que
em
amparar
ato
seu
grau
jurdico
indevassvel
de proteo.
- em
face
dos
postulados da confiana do cidado no Estado e da segurana jurdica que a edio de resoluo estatal superveniente e gravosa,
impregnada
de
de
retroatividade
inconstitucionalidade,
em
eis
seu
que,
grau
mnimo,
tal
traduz
como
ainda que
situao
reconhecido
em
(Acrdo
173/2001) , em
julgamento
que
guarda
pertinncia
ou
disposies
quando
demasiado
ela
onerosa,
constitucionais
afeta,
direitos
de
forma
ou expectativas
violar
autnomas,
inadmissvel7
com
que
que
arbitraria
ou
legitimamente
fundadas
dos
cidados" .
Da
Federal,
que
revelar-se
tem
apto
magistrio
advertido
a
modificar
jurisprudencial
quando
efeitos
35
STF
102.002
ato
futuros
do
Supremo
estatal
Tribunal
superveniente
resultantes
de
causa
718
ADI
3.128
anterior
/ DF
Pblico,
que
em
eficcia
tal
inegavelmente
hiptese
de
imediata
especifica
retroativo
nova
situao,
(RTJ
deliberao
revestir-se-
143/724) ,
retroatividade mnima,
de NATOS PEIXOTO
da
mesmo
consoante
<xue
do
de
se
assinalado
Poder
carter
trate
nas
de
lies
Romano", vol.
p.
228/229,
considerada
item
concepo
XIII,
vigente
segundo
lei
anterior,
determinado
causa
um
como
corolrio
no
1985,
Forense),
sistema
normativo
derivar
jurdica,
necessrio
para
da
cuem,
brasileiro
conseqncias
existncia
de
til",
enfatizando,
esse
propsito, que:
Retroativa
e, portanto,
condenvel
(...) no
somente
a
regra
positiva
que
contrasta
com
as
conseqncias,
j realizadas,
do fato consumado,
mas
tambm a Que impede as conseqncias futuras do mesmo
fato, por uma razo relativa s a ele," (grifei)
principio
do
direito
adcjuirido,
portanto,
alm
de
fundamental
53
que a Carta
da
ADI
3.128
719
DF
Repblica,
impregnada
de
inquestionvel
significado
democrtico,
vivida
autoritrios
ou
pelo
povo
brasileiro,
autocrticos
causa
que
repulsa
somente
o dever
experincia
aos
de
regimes
respeitar
de
declarao
de
jurdicas
cidado,
modo
eloqente,
direitos
(art.
deliberadamente
que,
concebida
Carta
122)
omitiu
para
desptica
mero
essa
de
catlogo
importante
proteg-lo
1937,
contra
de
cuja
fices
conquista
o
do
absolutismo
Nesse
eminente Ministro
acentuou,
pode
sentido,
PAULO BROSSARD,
tudo...",
garantias
art.
60,
direitos
de
que,
que a EC n- 41/2003
e
mostram-se
expressamente
IV
e garantias
da
em parecer
o legislador
assim,
"se divorcia
irretocveis
sua
Constituio",
de aposentados
promulgada".
53
sobre
pode
no
art.
ao
no
alterar,
e pensionistas
mas
para
no
sentido
e afronta
5-, XXXVI,
do
a matria,
muito,
manifestao,
da Constituio
consagrados
as palavras
de
direitos
cb.
com
reduzir,
assegurados
antes
3 * 128
DF
Cabe
douto
7 2 0
parecer
pronunciamento,
referir,
do
eminente
ainda,
por
extremamente
Procurador-Geral
da
relevante,
Repblica,
cujo
Assiste
razo
requerente,
porquanto
a
instituio
de contribuio
previdenciria
incidente
sobre
os
proventos
dos
inativos
e
penses
dos
pensionistas,
bem como dos servidores
que, a despeito
de
ainda
no
aposentados,
na
data
da
Emenda
Constitucional
em questo j preenchiam
os
requisitos
necessrios
aposentadoria,
fere
a
garantia
constitucional
de inalterabilidade
do ato
jurdico
perfeito
e do direito
adquirido,
ainda
que o novo
tributo tenha sido previsto em emenda
constitucional.
O poder de emendar a Constituio manifestao
do
chamado poder
consti tuinte derivado,
ou em
linguagem
mais
apropriada,
do poder
constitudo,
que
difere
substancialmente
do
poder
consti tuinte
originrio,
nico apto a inaugurar
nova ordem jurdica,
podendo
impor, inclusive, alterao ou supresso das
garantias
e direi tos individuais .
Sendo o poder de emendar um poder subal terno, es t
obrigado
a
respeitar
os
limites
de
atuao
estabelecidos
pela Consti tuio Federal que, de forma
expressa, impe, em seu artigo 60, 4 ^, inciso IV, a
proteo dos direitos e garantias individuais,
erigidos
categoria de clusula ptrea (...).
Pois Jbem, entendimento pacfico que o respeito ao
ato jurdico perfei to, ao direi to adquirido
e coisa
julgada,
proclamado
no artigo
5Q,
inciso
XXXVI,
do
texto constitucional,
est inserto no rol dos direitos
e
garantias
individuais,
inatingvel,
portanto,
correta
a
52
STF
102.002
721
ADI
3*128
DF
3. Antes da promulgao
da Constituio
de
1988, entendia-se
que no havia direito
adquirido
contra norma constitucional,
fosse ela
originria
ou
derivada.
Hoje,
no
entanto,
necessrio
distinguir
entre
as
normas
constitucionais
provenientes
da
atuao
do poder
constituinte
originrio normas constitucionais
originarias
- e
as normas constitucionais
provenientes
de emendas
constitucionais
- normas constitucionais
derivadas.
Quanto s primeiras, dvida alguma resta de que no
se submetem ao direito anterior
e, por isso, no
esto sujeitas
a respeitar
o direito
adquirido.
Neste aspecto basta lembrar Pontes de Miranda : "A
constituio
rasoura
que
desbasta
o
direito
anterior, para que s subsista o que for compatvel
com a nova estrutura e as normas regras
jurdica
constitucionais'
(Cf. Comentrios Constituio
de
1967 com a Emenda n. 1 de 1969, t. VI, So Paulo,
Revista
dos
Tribunais,
1972,
p.
381),
mas
a
Constituio
pode
ressalvar
como
fizeram
as
Constituies
de 1946 e 1967.
4. Quanto s normas constitucionais
derivadas,
a questo
tomou novo rumo com a Constituio
de
1988, de sorte que se pode dizer que pacfico, na
doutrina hoje, Que emendas Constituio no podem
ofender o direito adquirido
(Cf. Manoel
Gonalves
1
Ferreira
Filho,
Poder constituinte
e
direi to
adquiridol, RDA 210/1 e ss.. Carlos Ayres Britto e
Valmir Pontes Filho,
Direito adquirido
contra as
emendas
constitucionaisRDA
202/75 e ss. ; Jos
Afonso da Silva, 1 Reforma constitucional
e direito
adqui ridor, RDA 213/121 e ss., reproduzido no livro
do autor Poder Constituinte
e poder popular,
So
Paulo, Malheiros,
2002, pp. 221 e ss.; Hugo
Nigro
Mazzilli, Revista AP/MP 17/5 e ss.; Elival da Silva
Ramos, Proteo aos direi tos adquiridos no direi to
33
STF
102.002
ADI
3 * 128
722
DF
constitucional
brasileiro,
So
Paulo,
Saraiva,
2003, p. 238). No sequer necessrio
descer a
consideraes
tal como a de saber se no termo *lei'
do inc XXXVI do a.rfc. 52 da Constituio Federal se
inclui tambm as emendas constitucionais,
porque os
fundamentos da intocabilidade
do direito
adquirido
por
elas
se encontra
na
vedao
constante
do
art. 60, 4s,
IV'. (fls. 72)
Ademais,
o legislador
constituinte
ao utilizar
a
palavra
lei se referiu,
na
realidade,
a
qualquer
veculo introdutor de normas, ou seja, a quaisquer
das
espcies
legislativas
elencadas
no
artigo
59
da
Constituio
Federal,
dentre
elas
a
emenda
constitucional.
este
o entendimento
do
Ministro
Carlos Ayres Britto e de Valmir Pontes Filho:
*Em sntese, a norma constitucional
veiculadora
da intocabilidade
do direi to adquirido norma de
bloqueio de toda funo legislativa
ps-Constituio.
Impe-se
a qualquer
dos
atos
estatais
que
se
integrem
no 1processo
legislativo',
sem
excluso
das emendas. No fosse assim, teramos que dizer do
direi to adquirido aquilo que o gnio de
Dostoievski
hipotetizou
em relao ao prprio
Deus: 1Se Deus
no existe, ento tudo permitido'. '
De igual modo,
carece de fundamento
a
assertiva
apresentada
nos autos segundo
a qual a
Constituio
probe a edio de emenda tendente a abolir a previso
geralr
inserta
no
rol
dos
direi tos
e
garantias
individuais,
da garantia do direito adquirido,
e no
cada um destes singularmente
considerados.
totalmente
desprovida
de
consistncia
a
interpretao
atribuda
ao preceito
sob anlise,
no
sentido
de
que
somente
seria
inconstitucional
a
alterao do prprio inciso XXXVI, do artigo 5S, e no
o prejuzo
imposto
ao seu
contedo.
que sem
a
proteo
dos
direitos
adquiridos
singularmente
considerados,
o preceito constitucional
restaria
incuo
e sem aplicao. Afinal, de que adiantaria
garantir a
proteo genrica dos direitos adquiridos se o contedo
de cada direito adquirido individualmente
considerado,
pudesse ser diretamente
atingido por emendas ao texto
constitucional?
35
STF
102.002
723
ADI
3 * 128
DF
Cumpre enfatizar,
expostas
respeito
reformador,
que
do
no
neste ponto,
carter
se
consideradas
juridicamente
revela
legtima
subordinado
qualquer
as
razes
do
poder
deliberao
ncleo
essencial
das
decises
do
que
polticas
essencial
imperioso
precisamente
constitucional
fundamentais,
advertir,
no
por
pode
por
conferir
expor-se,
manipulaes
isso
mesmo,
identidade
quanto
mutaes
que
seus
impostas
ncleo
ao
texto
elementos
pelo
rgo
Nesse contexto,
carter perifrico,
aspecto de fundamentalidade,
clusulas
domnio
ptreas,
inafastveis
cu j o
102.002
partir
de
exigncias
35
STF
ostenta
ADI
3.128
DF
(jualruer ato
estatal,
como
uma
emenda
Constituio,
incida,
A
jurdicas
clara
consolidadas.
intangibilidade,
pr-existentes
exigncia
resultante
Direito.
do
E
que
se
sob
tal
poder
definitivamente
justifica
princpio
pelo
se
do
que
de
situaes
consolidadas
legitima
consagrador
perspectiva
estatal,
enquanto
Estado
o
representa
limitao
Democrtico
postulado
de
inerente
adquirido
no
necessrio
representa
afirmar
a
tutela constitucional
situaes
jurdicas
opresso
consagrao
sentido da
significativo
que
preservao
de
do
privilgios,
definitivamente
consolidadas
representa
do
poder,
impede
supervenientes,
na
medida
que
se
em
direitos
desfaam,
que
foram
STF
102.002
pois
que
Cons tituio
direito
por
efeito
legitimamente
de
atos
um
e
mediante
clusulas
estatais
incorporados
ao
ADI
3.128
/ DP
Torna-se
inegvel,
nesse
contexto,
que
as
clusulas
sistema
normativo,
pois
visam
impedir
que
altere a Constituio,
seus
ajustando-a
prprios
governantes,
interesses
no
comprometimento
ou
obstante
de
possa
direitos
aos
resultar,
e
Estado,
adequando-a
desgnios
desse
garantias
no
de
seus
processo,
grave
fundamentais
cuja
Fundamental
e de preservar-lhe
a fidelidade
aos princpios
que
O
a
preservar
Constitucional,
Carta
Poltica,
valores
significado
identidade
como aquelas
resulta
fundamentais,
longo itinerrio
transcendente
histrico,
clusulas
poltico-jurdica
inscritas no art.
da
cujo
das
necessidade
processo
motivado
de
pela
de
vocacionadas
do
42
da
vigente
proteo
certos
60,
positivao
necessidade
resultou
de
permanente
de
Estatuto
superpondo-se
da
Eis porque no
declarao
de direitos
jurdicas
reconhecidas
se pode
- que contm
em
favor
contestar
amplo
das
a assero
catlogo
pessoas
de
dos
de
que
prerrogativas
cidados
726
ADI
3*128
DF
poder
de
reforma
constitucional,
quer
se
pretenda,
e/ou
restrio
do
quer
contedo
se busque,
eliminao
sociais,
das
quer
se
inerente
ainda, pela
salvaguardas
objetive,
essas
com
mesmas
tal
alterao,
liberdades
pelas
tal
individuais,
com
pblicas,
reviso,
limitaes
materiais
Isso
fundamentos
razo
em
valores,
prpria
de
que,
se
s
erigidos
axiolgico
Estado
ptreas
a
condio
lhes
deu
longe
de
afetar
Democrtico
de
Direito,
traduz
permanente
de
constitucional,
que
que,
elementos
degrad-la
interna
e,
em sua
por
assim,
comprometer
arbitrariamente,
em um
de
Lei
histrico,
sua
soberana
formulao
38
por
em
uma
da
a
a
da
atingir-lhe
do
ncleo
Fundamental,
instrumento normativo
102.002
dos
mesmo,
pena
integridade
STF
sob
supremacia,
convertendo-a,
momento
isso
a
de
determinantes
Constituio,
irrecusvel
os
necessidade
intangibilidade
merecem,
a
Constituio,
coerncia
assenta
especial,
proteo
transgresso
portanto,
clusulas
modo
identidade
qualificada
que
subjacente
preservar,
significa,
incapaz
determinado
Assemblia
727
ADI
3.128
DF
procedncia
tese
de
inconstitucionalidade
material
ora
Refiro-me
contribuio
viola
alegao
previdenciria,
o princpio
de
incidir
do equilbrio
que
sobre
atuarial,
ins t i tui o
proventos
de
penses,
ante a evidente
ausncia
benefcio,
de
pensionistas,
pois
ser
regime
instituio
de
necessria
contributivo,
essencialmente
constitucionalmente
a
correlao
por
ilegtima,
contribuio
custo
mesma,
qualifiando-se
porque despojada
sem
entre
sua natureza
retributivo,
quanto a
de causa
o correspondente
e
h
como
eficiente,
oferecimento
de
Se certo,
portanto,
ou
servio
exato
estritamente
fonte de custeio
que
tambm
no
constitucional,
total
ser
instituir
53
(CF,
art.
lcito,
195,
sob
ou majorar
uma
52),
no
perspectiva
contribuio
para
3.128
7 2 8
/ DP
benefcios
contribuir,
direito
de
acesso
novos
ou
novos
servios.
pelo
ADI 790/DF,
Suprema
Rei. Min.
Corte,
necessria
Supremo
seguridade
do
Tribunal
analisando
de
aumento
social,
Federal,
MARCO AURLIO
existncia
legitimao
da
do
equilbrio
eficiente
contribuio
expendeu
julgamento
(RTJ* 147/921-929),
questo
causa
no
a deciso
como
destinada
irrepreensvel
plenria
final
quando
atuarial
da
esta
pressuposto
ao
custeio
magistrio
sobre
da
de
da
a
matria:
"Contribuio
social. Majorao
percentual.
Causa
suficiente.
Desaparecimento. Conseqncia
Servidores
pblicos federais. O disposto no artigo 195, 52r
da
Constituio
Federal, segundo o qual 1nenhum
benefcio
ou servio
da seguridade
social poder
ser
criado,
majorado
ou estendido
sem a correspondente
fonte
de
custeio', homenageia
o equilbrio
atuarial,
revelando
princpio
indicador
da correlao
entre, de um lado,
contribuies
e, de outro, benefcios
e servios.
O
desaparecimento
da causa da majorao
do
percentual
implica
o conflito
da lei que a imps com o texto
constitucional.,.(grifei)
por
Federal,
ao
tambm
essa
razo
analisar
que
a
Plenrio
questo
do
relativa
Supremo
Tribunal
viabilidade
729
(Sufi'vr-vm-oADI
3 * 128
DF
jurdico-constitucional
da
instituio,
sobre
vencimentos
Dai
correta
observao
que
eminente
Procurador-
A contribuio previdenciria,
no se discute, tem
natureza de tributo, devendo, por via de
conseqncia,
possuir
todas as caractersticas
inerentes
espcie
52
STF
102.002
730
ADI
3 * 128
DF
parcela
da
populao
beneficiria,
a
saber,
os
contribuintes.
Enfim, em sendo a contribuio
previ denci ria um
tributo vinculado, somente poder ser seu
contribuinte
o beneficirio
da previdncia.
E na
situao
ora
estudada,
opera-se
uma peculiaridade:
o
beneficio
principal
jamais
simultneo,
ou seja,
o
sujeito
passivo paga a contribuio
durante longo perodo
de
tempo e, quando preenchidos
os requisitos,
ter direito
aposen tadori a e percepo de det erminado proven to,
que a retribuio
do Estado
pelas
contribuies
anteriormente
pagas.
De tais consideraes
decorre uma concluso,
qual
seja, a de Que se o legislador
deseja impor uma nova
contribuio dever tambm criar um novo benefcio
que
a justifique,
sob pena se ter como caracterizada
a
cobrana de um imposto sui generis cujo fato
gerador
seria
a percepo
de proventos
de
aposentadoria,
hiptese
que j se configura
como fato gerador
do
imps to de renda.
Ao contrrio do afirmado nas razes da AGU, no se
limitou o STF, no julgamento da retrocitada ADX n 2010,
a vincular a instituio da contribuio previ denci ria
de inativos e pensionistas
inexistncia de uma matriz
constitucional,
falta que estaria suprida pela
edio
da
Emenda
Constitucional
ns
41/2003.
Naquela
oportunidade,
tambm restou
assentado
que,
ante
o
carter retributivo do sistema contributivo,
sem causa
suficiente, no se justifica a instituio ou majorao
da contribuio de seguridade
social:
' (. . . ) O REGIME CONTRIBUTIVO
, POR
ESSNCIA,
UM REGIME DE CARTER EMINENTEMENTE
RETRIBUTIVO.
A
QUESTO
DO
EQUILBRIO
ATUARIAL
(CF, ART.
195,
5Q) . CONTRIBUIO
DE
SEGURIDADE
SOCIAL
SOBRE
PENSES E PROVENTOS: AUSNCIA DE CAUSA
SUFICIENTE.
~ Sem causa suficiente,
no se justifica
a
insti tuio
(ou a majorao)
da contribuio
de
seguridade
social, pois, no regime de
previdncia
de
carter
contributivo,
deve
haver,
necessariamente,
correlao
entre
custo
e
benefcio.
A
existncia
de
estrita
vinculao
causal
entre
contribuio
e benefcio
pe
em
evidncia a correo da frmula segundo a qual no
pode
haver
contribuio
sem
benefcio,
nem
benefcio sem
contribuio.'
42
STF
102.002
(^'ec/vra/
ADI
3.128
7 3 1
/ DP
Observando-se,
portanto,
que
a
Emenda
Constitucional
apenas
instituiu
nova
contribuio
previdenciria,
sem
especificar
Qualquer
novo
beneficio,
tem-se a criao de tributo sem
causa,
inconstitucionalr
portanto.
Pois bem, nessa hiptese, o que se tem que o
servidor j est sofrendo a tributao destinada
ao
financiamento da previdncia
social, isto , j est
recolhendo
a contribuio
que, obrigatoriamente,
se
destinar a assegurar que, quando da aposentao,
ter
ele direito percepo de determinado provento.
Ora, o estabelecimento de uma contribuio sobre os
proventos
de aposentadoria
representa
a
tributao
sobre o beneficio a que faz jus o aposentado por j ter
contribudo para a previdncia. Veja-se, portanto, que
no cabe argumentar que a contribuio
tem finalidade
previdenciria,
porque
como j afirmado,
o
regime
contributivo previdencirio
tem por caracterstica
o
fato de que o sujeito passivo
contribui
hoje para
garantir um beneficio futuro. " (grifei)
Ministra
Relatora,
notadamente
no
tpico
em
que,
com
proventos
de
aposentadoria
penses,
fazendo-o
sob
luz
dos
princpios
constitucionais
prprios.
O equivoco
em que, a meu sentir,
incorrem
os
defensores da alterao introduzida pelo artigo ora em
exame consiste em confundir sistemas diversos, de um
732
tvr-ewvoADI
3 * 128
DF
lado
o sistema
estatutrio
a que se submetem
os
servidores pblicos ao longo de sua vida funcional; de
outro, o sistema previdencirio
para o qual
contribuem
eles, quando . em atividade
e ao qual so
agregados,
quando ingressam na inatividade,
passando
a
perceber
no mais vencimentos,
mas proventos,
desligados
que
esto, para todos os efeitos, do servio pblico.
Essa
confuso
entre
conceitos
levou
presente
tentativa
de
fazer
com
que
os
aposentados
e
pensionistas
paguem
iretroativamente pelos
benefcios
que j auferem e que lhes foram regularmente
deferidos,
na forma da lei vigente ao tempo da inativao
ou do
bito do servidor.
preciso extremar com clareza os dois sistemas. No
sistema
estatutrio,
regido por
direitos
e
deveres
prprios, o indivduo pode apresentar-se
em uma de duas
condies: ou servidor ativo ou servidor
inativo.
No regime previdencirio,
ele contribuinte,
enquanto
em a ti vi dade, e s er benefi ciri o, quando passar
inatividade,
aps cumprir todas as condies de tempo
de servio e contribuies
previstas
em lei, ou se,
acaso, for considerado
invlido.
Para
o servidor,
na
relao
previdenciria,
a
obri gao
que
se
lhe
cri a
a
de
con tribuir,
mensalmente,
enquanto
em atividadef
com
percentual
fixado em lei sobre seus ganhos, para
o regime
da
previdncia.
De tal contribuio,
diga-se de passagem,
no pode fugir, posto que os descontos respectivos
se
operam em folha de pagamen to. Den tre as ca tegori as de
contribuintes
pode-se ento dizer que os servidores
ainda que se aceite a afirmativa
de que em
ocasies
passadas
contriburam
pouco
(o que, como se viu, no
corresponde
exatamente
verdade)
foram
sempre
contribuintes perfeitamente pontuais no recolhimento
da
parte
que lhes cabiai. Caso
nico de categoria
de
contribuintes
onde a evaso ou a sonegao
corresponde
a zero.
Logo, aps haver contribudo
e prestado
servios
pelo tempo definido em lei, o servidor se torna titular
de
um
direito
a perceber
benefcio
de
prestao
continuada,
na
forma
dos
artigos
183
e
231
da
Lei 8.112/9O que estabeleceu
o Regime Jurdico
ni co
dos Servidores Pblicos Civis da Unio.
Ora, do texto da norma impugnada se depreende que o
fato gerador
da contribuio
no
outro
seno
a
percepo
desse
benefcio.
Desnecessrio
lembrar,
52
STF
102.002
733
ADI
3.128
DF
so
tributados
pelo
53
734
twewtO'
ADI
3.128
DF
Tudo
grue foi
dito
sobre
i 1 e&i t imi dade
das
contribuies
dos inativos se aplica, com maior razo,
incidncia
de contribuio
sobre pensionistas.
A
estes sequer se aplica o argumento
da Exposio
de
Mo ti vos quando apel a para a soli dari edade e o dever de
contribuir para a cobertura do desequilbrio
financeiro
do sistema, porque
pensionista
no
participante
porque ele, como tal, no contribui para a previdncia.
No
est
sujeito
contribuio,
porque
no
se
caracteriza
como
trabalhador
ou
servidor
obrigatoriamente
vinculado
previdncia
social ou
previdncia prpria das entidades pblicas. A penso
adquirida em conseqncia da contribuio
de terceiro,
46
STF
102.002
735
ADI
3.128
DF
Nem
subjacente
ao
se
diga,
neste
pronunciamento
ponto,
da
que
eminente
fundamentao
Ministra
Relatora
Ressalte-se
tal como
a
invocado
explicitao
pela Unio
de
ao prprio sistema
do
advento
42/2003,
das
no
que
um
de
princpio
Federal,
critrio
social,
Constitucionais
concerne
da
nada mais
que
seguridade
Emendas
que
execuo
se
solidariedade,
significa
revelava
fundado
nas
do
que
imanente
mesmo
20/98,
conjunto
do
antes
41/2003
integrado
e
de
exigncia
mediante
de
recursos
intermdio
de
(inclusive
financiamento
global
provenientes
recursos
Estado)
oriundos
dos
dos
da
por
toda
oramentos
pblicos,
generalidade
trabalhadores
dos
seja
seja
por
empregadores
servidores
53
sociedade,
pblicos,
sociais.
3.128
/ DP
Da
(art. 2 e ) ,
7 3 6
resultou
liorma
no
que,
acrscimo,
introduzida
ao
texto
pela
da
EC
Carta
ne
20/98
Federal,
do
cuja invocao
revela-se
737
wemo*
ADI
3.128
apta
DF
justificar
ns
41/2003,
em
decretao
de
inconstitucionalidade,
do art. 4 S
do
carter
de
por
fundamental idade
de
da
que
se
do
Refiro-me,
retrocesso,
social,
tais
do
que,
em
tema
de
direitos
prerrogativas
advento
da
EC
(como
ne
estas
41/2003,
reconhecidas
aos
inativos
aos
cidado
ou pela
MENDES,
INOCNCIO
tir.
Braslia
item
Sociais
Sergio Antonio
"Algumas
COELHO
do
n.
Jurdica,
03,
Controle
p.
direito
p.
e
Judicial
torno
sade
na
49
no
2002,
do
antes
j alcanadas
(GILMAR
GUSTAVO
GONET
J.
da
I a ed. ,
J.
JOACHIM
Brasil
p.
INGO W.
na
contedo,
Constituio
BRANCO,
GOMES
Constituio",
ANDREAS
40;
pelo
FERREIRA
Fundamentais",
Teoria
de
pensionistas),
127/128;
320/322;
Fabris Editor,
em
PAULO
Direitos
Constitucional
consideraes
efetividade
social
MRTIRES
"Direito
1998 , Almedina,
"Direitos
formao
Constitucional
2002,
CANOTILHO,
102.002
as conquistas
2002,
carter
e asseguradas,
2a
de
"Hermenutica
STF
fundamentais
de
KRELL,
Alemanha",
SARLET,
eficcia
1988",
in
ADI
3.128
/ DP
Na
realidade,
clusula
que
probe
retrocesso
negativa
prestacional,
pertinente
impedindo,
em
aos
direitos
conseqncia,
sociais
que
espcie
em
que
polticas
compensatrias
natureza
nveis
de
venham a ser
verdadeira
de
os
em
inocorrente
venham
ser
Lapidar,
J. GOMES CANOTILHO,
seguintes
reflexes
Constituio",
sob
todos
cuja lio,
("Direito
os
aspectos,
a propsito
o magistrio
do tema,
Constitucional
de
J.
estimula
as
Teoria
da
principio
da democracia
econmica
e
social
aponta para a proibio de retrocesso
social.
A idia aqui expressa
tambm tem sido
designada
como proibio
de
'contra-revoluo
social'
ou da
1
evoluo reaccionria' * Com isto quer dizer-se que os
direitos
sociais
e
econmicos
(ex. : direito
dos
trabalhadores,
direito
assistncia,
direito
educao),
ima vez obtido
um determinado
grau
de
realizao, passam a constituir,
simultaneamente,
uma
garantia
ins titucional
e um direito
subjectivo.
A
1
proibio de retrocesso social' nada pode fazer contra
as
recesses
e
crises
econmicas
(reversibilidade
fctica),
mas
o
principio
em
anlise
limita
a
reversibilidade
dos direitos adquiridos
(ex. ; segurana
social, subsidio de desemprego, prestaes
de sade) ,
em
clara
violao
do principio
da
proteco
da
confiana
e
da
segurana
dos
cidado
no
mbito
econmico, social e cultural, e do ncleo essencial da
existncia mnima inerente ao respeito pela
dignidade
da pessoa humana. O reconhecimento
desta proteo
de
tvmmj} ^r-wna/
ADI
3*128
7 3 9
DF
direitos prestacionais
de propriedade,
subjetivamente
adquiridos,
constitui um limite jurdico do
legislador
e, ao mesmo tempo, uma obrigao de prossecuo
de uma
poltica
congruente
com os direitos
concretos
e as
expectativas subjectivamente
aliceradas. A violao no
ncleo
essencial
efectivado
justificar
a sano
de
inconstitucionalidade
relativamente
aniquiladoras
da
chamada
justia
social.
Assim,
por
ex.,
ser
inconstitucional
uma lei
que
extinga
o direito
a
s ubs dio
de
des emprego
ou
pre t en da
ala rga r
desproporcionadamente
o tempo de servio
necessrio
para
a aquisio
do direito
reforma
(...).
De
qualquer
modo, mesmo
que se afirme
sem reservas
a
liberdade
de
conformao
do
legislador
nas
leis
sociais,
as eventuais modificaes
destas leis
devem
observar
os
princpios
do
Estado
de
direito
vinculativos
da actividade
legislativa
e o
ncleo
essencial
dos
direitos
sociais.
O
principio
da
proibio de retrocesso social pode formular-se
assim:
o
ncleo
essencial
dos
direi tos
j
realizado
e
efectivado
atravs
de medidas
legislativas
( llei da
x
segurana
social',
lei do subsdio
de
desemprego',
l
lei
do
servio
de
sade')
deve
considerar-se
constitucionalmente
garantido
sendo
inconstitucionais
quaisquer
medidas
estaduais
que, sem a criao
de
outros
esquemas
alternativos
ou compensatrios,
se
1
traduzam
na prtica
numa
anulao',
* revogao'
ou
r
'aniquilao
pura a simples desse ncleo essencial. A
liberdade de conformao do legislador e inerente
auto-reversibilidade
tm como limite o ncleo essencial
j
realizado."
(grifei)
Bem
por
isso,
Tribunal
Constitucional
portugus
(Acrdo n s
reconheceu
inconstitucionalidade
de
ato
estatal
que
revogara
assim
MOREIRA,
resumida
em
douto
pelo
voto
ilustre
de
que
52
STF
102.002
Relator
extraio
da
o
causa,
Conselheiro
seguinte
fragmento
740
'ujfKW/mC'
ADI
3*128
DF
vol. 3/95-131,
117-118,
1984,
52
STF
102.002
741
ADI
3.128
DF
Cabe
rememorar,
ainda,
propsito
pelo
eminente
cuidando
que
estas,
conservadora,
garantem
da
finalidade
\ . .na
mas,
o progresso...",
Ministro
CARLOS
inerente
Constituio
sim,
impeditiva
de
de
do
postulado
que
feita, na sesso de
BRITTO,
quando
clusulas
1988,
no
retrocesso,
Sua
ptreas,
cumprem
ou
uma
seja,
ser salvaguardado" .
integralmente
inconstitucionalidade,
procedente
na
linlia
eminente
Relatora,
Ministra
Ministros
que a acompanharam,
dos
ELLEN
presente
doutos
GRACIE,
ao
votos
e
direta
proferidos
pelos
E o meu voto
/rs.
53
pela
eminentes
minha deciso.
de
esta
742
i/ve-moCl/j<f,i?ta/ (^ec/wa/
18/08/2004
TRIBUNAL PLENO
V O T O
O SENHOR MINISTRO SEPLVEDA PERTENCE - Senhor
como
Excelncia
tanto
chegasse
seria
Tudo,
um
em
gosta
e
sentido
de
lembrar-me
ilusria
ou
em
deles
no tratarei).
meu
voto,
em
Cumpro
causa
outro,
apenas
que
quando
tentativa
que
discusso
dizer
causa
algo
aqui
de
novo.
propiciava
dizer
o dever
tanto
de
esta
do
Presidente,
de explicitar
emociona,
as
mas
razes
j ustificadamente,
Questiona-se,
art. 4
na
presente
ao
direta,
exclusivamente
STF
102.002
3.128
743
DF
Federal, para
Unio."
os servidores
Inativos
e os pensionistas
da
Tribunal.
primeiro
deles,
melhor
explicitada
na
ADIn
1.441,
julgamentos
relator
Octvio
minha
posio,
nesse
ltimo,
de
quando,
28.6.96,
Gallot-ti,
convenincia
adeso
que
da
prestei
RTJ
postura
ao
voto
do
neste
Relator
mas
j ulgamento
na
denegao
da
1iminar,
pela
breve
acentuei:
"A7o fundo, as discusses sobre a chamada crise
da
Previdncia
e
da
Seguridade
Social
tm
si do
prejudicadas,
de um lado e de outro, por uma argumentao
oportunistica
de
ambas
as partes:
a de
toma r-se a
Seguridade Social ora como se tratasse de um contra to, ora
como se se tratasse, e efetivamente se trata, de uma ao
esta tal
independente
de
clculos
e
consideraes
atuariais.
Assim como no aceito consideraes
puramente
atuariais
na
discusso
dos
direi tos
previdencirios,
tambm no as acei to para fundamen tar o argumen to bsico
con tra a con tribui o dos ina tivos, ou seja, a de que j
cumpriram o quanto lhes competia para obter o benefcio da
aposentadoria .
Contribuio
social um tributo fundado na
solidariedade social de todos para financiar uma atividade
esta tal complexa e universal, como a da Seguridade."
No
pretendida
proventos
do
STF
102.002
obstante,
base
dos
Tribunal
nela,
ADIn
a Emenda
a lei ordinria
servidores
editada
pblicos
2.010,
Constitucional
que
institua
inativos,
30.9.99
-,
compus
que
20 e,
com
a taxao
dos
a ampla
deferiu
maioria
suspenso
744
3.128
cautelar
DF
do
dispositivo
legal
questionado,
com
aprofundamento
que
aquele
(RTJ 181/73,124).
Relator
discutia
da
ADIn
MC
2.087,
possibilidade
do
da
Amazonas,
na
incidncia
qual
de
tambm
contribuio
se
sob
se referisse a um sistema
previdencirio estadual.
Aproveitei-me,
motivos
da
minha
autoria
sempre
ento,
adeso
ilustre
ao
do
para
voto
explicitar
condutor
Ministro
Celso
da
limitao
ADIn
de Mello,
dos
MC
2.010,
da
que
tocara
em
Deixei
claro
nessa
ADIn
MC
2.087,
que me
reduzia
um,
Constitucional
20,
Limitava-me
a concluir
que,
na Emenda
da combinao entre o art. 40, 12, e o art. 195, II, resultara uma
imunidade
dos
previdenciria
proventos
dos
(recebemos
pouco
ponderabilissima
servidores
critica,
do
voto,
ADIn
depois,
hoj e
pblicos
no
nosso
ponto,
contribuio
severa,
eminente
colega
desceu
uma
mas
Gilmar
Mendes).
O
resenha
meu
histrica
na
do ponto,
na
MC
2.087,
tramitao
no Congresso
STF
102.002
minuciosa
Nacional
da
745
3.128
DF
Permito-me
nenhuma
contradio
reproduzi-lo,
entre
o meu
apenas
voto
de
para
ento
a
com
documentao
o que
da
ho j e vou
proferir.
12
com
o novo
art.
195,
II, a
impossibilidade
constitucional
de
fazer
incidir
contribuio
previdenciria
sobre
proventos
de
aposentadoria e penses do setor pblico.
Extrai-se do primeiro - o 12 do art. 40 CF,
conforme a EC 20/98 - que, alm do disposto no caput e nos
onze pargrafos
anteriores,
"o regime de previdncia dos
servidores pblicos titulares de cargo efetivo observar,
no que couber, os requisitos e critrios fixados para o
regime geral de previdncia social
Dessa norma de remisso - dado que nada faz
descabida
a
sua
aplicao
ao
regime
especial
de
previdncia
do servidor pblico
efetivo,
delineado
no
conjunto normativo do art. 40 - resulta a aplicabilidade,
tambm aos beneficirios dele, da parte final do art. 195,
II, CF, no que veda incida a contribuio
previdenciria
sobre "aposentadoria e penso".
Essa conseqncia
lgica da abertura, no art.
40, 12 aplicao subsidiria ao servidor pblico da
imunidade
literalmente
adstrita
aos
beneficirios
do
regime
geral
de previdncia
pode
ser
contrria
s
aspiraes
e inspiraes
dos formuladores
iniciais
da
proposta da reforma constitucional,
afinal resultante na
emenda constitucional
referida.
No se trata, porm, de um fruto ocasional e
imprevisto de algum descuido da elaborao da EC 20/98. E
sim, pelo
contrrio,
de uma resultante
inevitvel
da
reiterada
derrota na Cmara dos Deputados
da
proposta
4
STF
102.002
^/fimtu-o ct^rc/mna/
ADI
3.128
DF
governamental
de
fazer
incidir
a
aposen tados e pensionistcis de servidor
746
contribuio
pblico.
sobre
inativos
O mesmo se propunha
com relao aos mili tares
e seus pensionistas
(art. 42, 9o).
A
inovao
j
no
se
incluiu,
porm,
no
substitutivo
do relator
da Comisso
Especial,
Deputado
Euler Ribeiro, no qual o art. 40, 2,
reduzia as fontes
de custeio das "aposentadorias e penses dos servidores
pblicos" aos "recursos provenientes do respectivo ente
estatal e da contribuio dos servidores pblicos". (ob.
Cit., p. 392)
relao
O substitutivo
continha disposio idntica com
aos militares
(art. 42, 9o ,111, ib, p. 393).
O substitutivo
Euler Ribeiro
acabou rejei ta do
no plenrio
da Cmara dos Deputados,
como relatado no MS
22503; mas a emenda aglutinativa do Deputado Michel Temer,
que acabou
aprovada,
no o alterou
no particular
(cf.
5
STF
102.002
747
3.128
DF
o
substitutivo
do
Senador
Beni
Veras,
Cmara
Alta,
que
ressurgiu,
com
a pretenso
originria
do governo
(ob.
"Art. 40
(. . .)
Io.
As aposentadorias
e
penses
sero custeadas
com recursos
provenientes
das
contribuies
dos servidores
e pensionistas
e
do respectivo
ente estatal,
na forma da lei,
no incidindo
contribuio
sobre
aposentadoria
e penso
de valor igual ou inferior
ao
limite
mximo
estabelecido
para
os
beneficios
do
regime geral de previdncia
social de que trata
o art. 201."
Mas, no mesmo
originalmente,
sob o n
it. , p. 4 09) :
substitutivo
13, o futuro
"Art.
40
Beni Veras
aparece,
art. 40, 12 (ob.
(. . . )
Senado, no
obstante
a
estabelecesse
imunidade
contribuio
dos
proventos
penses
do regime geral, s at o limi te destes que a
excluso
se estenderia
a inativos e pensionistas
do setor
pblico,
por fora da redao ento aprovada para o art.
40, Io.
STF
102.002
3.128
748
DF
Ocorre
que,
voltando
Cmara,
essa
ltima
reiterao,
da proposta
do
Executivo,
no
particular,
acabou novamente
rejeitada.
Foram aprovados, porm, o 13 do art. 40 (que
resultou no 12 do texto promulgado)
e o art. 195, II: a
recordao
do processo
formador da emenda evidencia,
pois,
que a imunidade
irrestrita
de proventos
dos
servidores
pblicos
inati vos
e dos
respectivos
pensionistas
contribuio
social
- como
resulta
inequivocamente
da
combinao
desses dois dispositivos
- no foi um acidente,
mas traduziu
com preciso
a dupla recusa da Cmara
dos
Deputados proposta
de submet-los
exao.
No foi preciso examinar, na ADInMC 2.010, se a
incidncia
questionada
sobre proventos
e penses
poderia
buscar
fundamento
no art.
195,
4o , que autoriza
a
instituio
de
"outras
:fontes destinadas
a garantir
a
manuteno
ou a expanso da seguridade
social, obedecido o
disposto no art. 154, Io".
Primeiro, parece claro que a regra no
legitima
instituir
contribuies
sociais
sobre
fontes
que
a
Constituio
tornara
imunes incidncia
delas,
como os
proventos
e penses,
por
fora
da
conj ugao
j
to
referida
do art. 40, 12, com o art. 195, II, da Lei
Fundamental.
De qualquer
sorte, a remisso
do art. 195,
4o,
ao
art.
154,
I,
submete
a
recriao
de
novas
contribuies,
no
mnimo
exigncia
formal
da
lei
complementar:
recordar
o que sucedeu com a extenso
da
contribuio
social das empresas
sobre a remunerao
de
seus prprios
dirigentes
e de trabalhadores
autnomos
e
avulsos que - repelida pelo Tribunal, quando objeto de lei
ordinria,
porque
no
compreendida
na
previso
constitucional
do art. 195, I, de contribuio' sobre a
folha de salrios
(RE 166.772,
PI, 12.5.94, M.
Aurlio,
RTJ 156/666;
ADInMC
1.102, 4.8.94, Brossard,
9.9.94,
e
ADInMC
1.102, 5.10.95,
Corra,
DJ 17.11.95;
RE 17 7.296,
PI, 15.9.94,
Moreira,
9.12.94)
- s mediante
a LC 84/
viria
a
legitimar-se
(ADInMC
1432,
18.4.96,
Nri,
29.11.96; RE 228.321, PI, Io.10.98,
Velloso).
STF
102.002
749
3.128
DF
constitucionalidade
servidores
imunidade
pblicos,
dos beneficirios
rigidamente,
limite
desde
mas
que,
que
naquela
que
da
tributao
se
lhes
dos
proventos
garantisse,
no
tributao
poca,
partisse
essa
do
que
alternativa
total
1imitados
excedesse
no
dos
me
esse
passou
despercebida.
impedia
adot-la:
Congresso
rejeitara
decididamente
soluo.
Depois
de
recusada,
do
Senado,
na
Cmara
dos
Deputados,
qualquer
vitorioso,
no
ponto,
substi tutivo
do
logo
depois
pelo
sugerida
em
trabalho
doutrinrio
hoj e
repisada
Io
As
aposentadorias
e
penses
sero
custeadas com recursos provenientes
das contribuies
dos
servidores, pensionistas
e do respectivo ente estatal, na
forma
da
lei,
no
incidindo
contribuio
sobre
aposentadoria
e penso
de valor igual
ou inferior
ao
limite mximo estabelecido
para os benefcios
do regime
geral de previdncia
social de que trata o art. 201."
Cmara
dos
Deputados,
STF
102.002
contudo,
rej eitou,
na
volta,
3.128
DF
O
notveis
do
7 5 0
carro-chefe
pareceres
artigo
60,
Constituio.
da
fundamentao
que a respaldam
4o,
IV,
presente
a violao
combinado
O tema ameaava
da
com
ADIn
da clusula
5o,
artigo
dos
ptrea
XXXVI
da
A
anos,
leitura
capitaneada
ortodoxa
pelo
sabida.
Ministro
E aqui
Moreira
foi,
Alves,
durante
muitos
traduzida
em
adquirido
constituio
contra
originria
lei
ordinria;
alterao
advinda
por
inoponvel
direito adquirido.
viso
ortodoxa
prenunciava
que
tambm
incidentes,
clusula
de
adquirido,
Constituio
prej udicaria;
se
abolio
j amais
constitucional
restringia
da
como
atingisse
proteger
garantia
uma
de
que
limitao
direitos
de
a
eventual
lei
ordinria
no
emenda
material
subjetivos
emenda
que
adquiridos,
tivessem
pela
opinio
firmada
alcanada
STF
102.002
certo
sob
comum
a
pela
que
dos
essa
viso
doutores,
Constituio
de
ortodoxa
parece
virtualmente
1988,
que
clusula de intangibilidade
ho j e
unnime
tende,
sim,
a prpria
abandonada
na
doutrina
entender
existncia
dos
^u/f/mm-o.
ADI
3.128
24
direitos
ffiecterci
7 5 1
DF
adquiridos
oriundos
de
qualquer
fonte
normativa
ou
de
Cheguei
a anunciar
em palestras
que,
provavelmente,
essa
maior,
pareceres,
leitura
releitura
demorada
ilustraram
adquirido
na
contesta
momento
relao
que
de
os
veio
ou
direito
ningum
aposentadoria,
pressupostos,
vigente
de
previdenciria;
adquirido
causa,
irrelevante.
a existncia
na
os
ou
naquele
aos
mesmo
no
proventos
momento.
posteriormente
continha
seus
direito
direito
reunidos
conforme
contesta
estatutria
existncia
em
calculados
rigorosamente,
todos
o debate desta
Ningum,
de
ser
exigncia
cortada
do
de
um
excesso
requerimento
de
formal
que
aposentadoria,
lio do
adquirido:
para
Previdncia
Relatora
neste
natureza
Social,
ponto,
decididamente,
incidncia
em
estabelece,
Sr.
no
direito
em
contribuio
causa,
invocao
do
levou
social
eminente
direito
adquirido,
Presidente,
no
adquirido
direito
adquirido,
uma
hiptese
de
momento
favor
nesta
da
irrespondveis.
efeito,-
tributria.
determinado
que,
afastar
Com
tributria
do
objeto
seu
de
incidncia
titular,
um
tributria
estatuto
pessoal
noser
no
de
752
3.128
DF
intributabilidade,
entre
os
pareceristas
rigorosamente
Luiz
antolgico,
constitucional
Roberto
Barroso
e,
hoje,
em
acobertar
determinada
pessoa,
causa,
voto
imunidade
determinado
tipo
de
existia,
Esta
imunidade,
embora
decorrente
entendeu
da
unanimidade
combinao
de
dois
do
Tribunal,
di spos i t ivos,
na
incidncia
do
tributo,
ou
sej a,
da
contribuio
explcita
previdenciria,
Alegou-se,
ento,
leso
garantia
constitucional
benefcios
liquidou
prova
previdencirios.
o problema
demais,
porque
contribuio
da
fosse
ativa,
irredutibilidade
que
tambm
que a
seria
previdenciria
previdenciria,
pessoal
ao mostrar
de
Creio
ele
que
invocao
da
qual
fosse,
sobre
hoje
goza
tambm
decidimos
de
vencimentos
Cezar
Peluso
irredutibilidade
prpria
aumento
existncia
da
os
da
contribuio
vencimentos
do
da
garantia
sem
discrepncias
suj eitos,
porm,
da
no
da
oponvel
pblicos
maj orao
(ADIn
790,
contribuio
26.2.93,
925) .
11
102.002
Ministro
ao
especificamente,
servidores
STF
oponvel
ou
vencimentos.
irredutibilidade
que
da
M.
previdenciria
Aurlio,
RTJ
dos
147/921,
^tr^immo
ADI
3.128
<fie<jiej<a/
5 3
DF
No
ponto,
estou
confortado.
Est
na
ementa
magistral
do
Em
precedente
de
que
fui
Relator,
RE
298.694,
do
uma
acalorada
discusso
sobre
ser
ou
no
ser
lembrava
direito
de
adquirido;
uma
o de
modalidade
que,
qualificada
adquirido
ou
o direito
especifica
a um
de
determinado
garantia
da
irredutibilidade
pressupe
sempre
afirmao
do
Por
parece-me,
isso,
tambm,
que
est
concorrer
at
para
na
ementa
da
afastamento,
ADIn
neste
MC
2.010,
caso,
da
proventos,
tributria,
ou
aos
102.002
no
constitusse
proventos,
diversas.
STF
antes
que
tributados
por
leso ao direito
estes
nascem
essa
especfica
adquirido
surgem
de
modalidade
aposentadoria
relaes
juridicas
754
3.128
DF
alegao,
magnificamente
desenvolvida
por
Jos
Afonso
incidncia
contribuio
de
sem
contribuio
causa
sobre
suficiente,
proventos
que
da
a de que
importaria
numa
Constituio
no
toleraria.
um
IV,
aparte?
Como
ficaria
"irredutibilidade
agora,
situao
dos benefcios",
sucessivamente
fosse
- Vossa Excelncia
dessa
regra
do
artigo
partir
se o Governo,
aumentando
me
percentual
de
O
jurisdio
SENHOR
MINISTRO
constitucional
precedente obrigatrio:
SEPLVEDA
PERTENCE
"McCullogh
versus
Maryland",
Ministro,
Madison"
tem um
onde o gnio de
Celso
de
Mello.
Cuidava-se
da
afirmao
da
imunidade
tributar
sculo
envolve
depois,
salvo
poder
engano
de
destruir."
Holmes
viria
Creio
que,
respond-lo:
mais
no
de
um
enquanto
nem
preciso
grande
construo
constitucional
para
art.
que,
150,
IV),
obviamente,
se
irredutveis.
13
STF
102.002
apliaria,
tambm,
(CF,
proventos
7 5 5
?'<'A>m/
ADI
3.128
DF
SR.
MINISTRO
irredutibilidade
atestar
que
dos
as
CARLOS
AYRES
benefcios,
contribuies
que
BRITTO
Essa
permanece,
previdencirias
so,
clusula
da
estaria
no
no
mbito
mesmo
figura
de
direito
tributrio?
Ela
no
reclama
um
SENHOR
especificao
da
MINI STRO
SE PLVEDA
irredutibilidade
previdencirios,
foi
uma
de
reao
PERTENCE
proventos,
dialtica
Creio
ou
de
uma
que
benefcios
experincia
de
como
expressa
no
estavam
Constituio
imunes
os
vencimentos,
Mas,
por
todos
disposio
os
vencimentos
do
tributos,
da
servio
irredutveis.
claro,
a opinio
de Vossa
Excelncia
altamente
sinalagmtica,
contratual
entre
taxa, ou pressupe
a
Previdncia
Social
uma
e
segurado.
E, a meu
termos
dessa
ver,
alternativa
de novo: evidentemente,
o que
se disse
dispensa
14
102.002
qualquer
ho j e contra
tentativa
de
ambos
dizer
os
algo
STF
aqui
/u/?reto
ADI
3.128
se
leitura
podero
necessria
porque
7 5 6
DF
A
no
(''^x/ejvf/
de
invertida
criar
novos
custeio,
data
do artigo
195,
benefcios
sem
vnia,
no
artigo
friso,
195
da
sociedade.
seguridade
Constituio
Regra
social
Federal
primacial,
segundo
criao
pareceu
ser
se
me
da
fonte
seguridade
colhe
financiada
qual
a qual
convincente,
vinculado
conforme
da
me
social.
4o,
antes
por
no
toda
pareceu
claro,
princpio
Antes,
basilar
repito,
sistema:
do
regime
implcita,
artigo
40
previdencirio
hoj e explcita
da
Constituio
o da
na regra
Federal,
solidariedade.
bsica
no
de todo
que
toca
aos
servidores pblicos.
outro
aparte
sobre
esse
conceito
de
solidariedade,
se
me
no
O
no
abusa.
Velloso
SENHOR
No
MINISTRO
aranzel
chamaria
de
do
SEPLVEDA
meu
"sanduche
PERTENCE
voto,
que,
de
asfalto
- Vossa
o mestre
com
Excelncia
Arthur
arame
Versiani
farpado",
as
- Muito obrigado.
Nos
dos
Gilmar
eminentes
Mendes,
solidariedade.
significa,
para
fundamento
Acontece
Cezar
que
que
Peluso,
me
pareceu
solidariedade,
Eros
Roberto
decisivo
nesse
foi
Grau
o
artigo
e
da
194,
garantir
social;
Ministros
os
direitos
direitos
sade,
mencionados
previdncia
expressas
no
assistncia
artigo
6o
da
15
STF
102.002
757
3.128
DF
194,
SENHOR
MINISTRO
ADIn
1. 441,
que
SEPLVEDA
PERTENCE
Tanto
que
eu
Constituio
continha
principio
da
solidariedade.
da Constituio originria:
"Art. 194 - A seguridade
social compreende um
conjunto
integrado
de
aes
... 11 Integrado
aqui
solidrio;
a
solidariedade
j
est
aqui
na
palavra
integrado.
O
palavra
SR.
MINI STRO
"integrado",
CARLOS
AYRES
significando
BRITTO
Mas,
solidariedade,
veja
bem,
estava
a
na
pblicos.
O sistema
no era ainda
contributivo
e j
era
vnia,
no
solidrio.
Ministro.
SENHOR
sistema
MINISTRO
do
servidor
STF
102.002
SEPLVEDA
PERTENCE
pblico
no
era
Data
contributivo.
194, era
fyfiwmo cfyj^u?to/
ADI
3.128
7 5 8
DF
SR. MINISTRO
CARLOS AYRES
BRITTO
- Mas
do
servidor
pblico no era.
O
quando
SENHOR
os arts.
faziam-no
com
MINISTRO
SEPLVEDA
apenas
ao
PERTENCE
Mas,
na Constituio
regime
geral
Ministro,
originria,
de
previdncia
social.
Ousei
dizer
aqui,
enfrentando
ferozes
antes da Emenda
Constitucional
3, aposentadoria
era
constitucional
do
um
direito
servidor
rplicas,
de servidor
nada
tinha
que,
pblico
ver
com
previdncia.
parece
conjunto
irrespondvel:
integrado
sociedade,
de
destina-se
aes
a
seguridade
de
social,
iniciativa
garantir
direitos,
do
compreendendo
poder
no
argumento
um
pblico
da
subtra-los
ou
mutil-los.
SENHOR
lamentavelmente,
vem o art.
MINISTRO
esses
SEPLVEDA
direitos
custam
PERTENCE
dinheiro.
Ministro,
Ento,
por
isso,
financiadas
Respeito
especfico
art.
viso
195,
de
que
Vossa
fala
Excelncia,
do
mas,
financiamento
da
data
vnia,
seguridade
social.
SR.
MINISTRO
CARLOS
AYRES
24
BRITTO
Agradeo
Vossa
^friutal (fies/e^a
ADI
3.128
DF
O
tambm,
SENHOR
leitura,
inequvoca
contida
votos
estaria,
SEPLVEDA
um
ver-me
hoje
notvel
Impressionou-me,
memorial
confortado,
no voto do Ministro
seguiram
que,
tributria
Constitucional
de
que
Cezar
realmente,
incidncia
PERTENCE
de
concluir
que
MINISTRO
primeira
Albuquerque,
at
7 5 9
cuida
pela
isonomia,
demonstrao
Peluso e, depois,
princpio
da
caput
do
cindir
4o
art.
da
desigualdades:
fosse
incindvel
desigualdade
a incidncia
sempre
prevista
no
no art.
suposto
de
tanto
aposentado
do direito
ou no;
que
de direito previdencirio,
di z integrado
a desigualdade
ele
4 , caput entre o
social;
conforme j se tivessem
aposentadoria,
soma
na
Emenda
nos
isonomia
se no fosse possvel
o
Xavier
despudorada,
titulares
em
matria
e nacional
conforme
fosse
ele
servidor
inativo
da
iniqidades,
as
Para
justificar
as
primeiras
maiores
sua aposentadoria,
j obteve
direito
de
aquisio
o direito
aposentadoria
do
seu
direito
quem
102.002
se aposentou
certamente
STF
teve bom
aposentadoria,
ou
sem
evidente:
j est
tempo,
no
de
com o
curso
contribuir
da
ou
ADI
3*128
para
760
DF
regime
jurdico
dos
servidores,
do
velho
artigo
39
da
Constituio).
Antnio
Fernando
justificar
essa
de
punir
de
discriminao
servidor
aposentadoria
porque
contribuir,
Barros
quando
claro
escancarada,
pblico
no
deixa
que
no
serve,
esse propsito
aposentado
contribuiu,
quando
aposentadoria
no
ou
com
no
para
declarado
di reito
lhe
era
um
instituto
era
dado
Admitir-se,
de
um
lado,
constitucionalidade
de
outro
lado,
tratar
desfavoravelmente
dessa
contributivo,
aqueles
que
vieram
do
merece
unanimidade
inconstitucionalidade
caso
com
se
o
queira
decotamento
uma verdadeira
que
se
do pargrafo
frmula
nela
mais
de
vai
nico
elaborada
todas
as
barafunda
formando
do
art.
no
4
que
conceitos
sentido
da
do Ministro
palavras
de
EC
41,
Cezar
levavam
da
ou,
Peluso,
s
trs
iniqidades marcantes.
So
essas,
Senhor
Presidente,
apenas
com
sentido
de
respeito
ao
magnfico
voto
da
eminente
Relatora
dos
que
STF
102.002
f/r/tref/tv Corra/ta/
ADI
3.128
761
DF
deva
confessar
convencimento
concluir
poucas
ha j a contrariado
vezes,
to
nesta
Casa,
frontalmente
chegar
a minha
este
vontade
de
diversamente.
Certo,
est
que
em
seu
con j unto,
a EC
41
uma
vez
podada,
que continha ,
como
corrige
indefensveis
insuportveis
estmulos
ltimo,
aposentadorias
precoces.
Mas
previdenciria
verdade
dos
tambm
inativos
que
imposio
malgrado
coerente
da
contribuio
com
nota
de
oramento
domstico
de
milhares
milhares
de
famlias,
tanto
sonegao,
legitima
incapaz
de
devedores
pr
da
relatora
cobro
taxa
Previdncia
frisou
imoral
Social,
com
de
cevada
eloqncia
inadimplncia
pela
No
puramente
desconheo,
exegtica
particularmente,
no
permite
da
da
por
outro
hermenutica
nenhum
juiz
de
da
uma
20
STF
102.002
lado,
interpretao
tem
dos
inpcia,
sido
grandes
quando
no
administrativo.
superao
j uridica
Constituio,
corte
em
que
constitucional
da
viso
geral
muitas
e,
vezes
libertar-se
762
fu/i
ADI
por
3.128
DF
inteiro
de
sua
prpria
mundividncia,
na
aplicao
da
Lei
Fundamental.
no
politicas,
Certo,
o constitucionalismo
republicano brasileiro
jamais
(desde
que h de ser
exercido
de
antidemocrtico
respeito
chamadas
"clusulas
ptreas".
j urisdio
constitucional
sim,
como
de
saber
Entretanto,
direito,
no
Constituio,
absoluto;
as
subtrair
das
Carta Magna.
STF
102.002
porque um poder
formais e materiais
ltimas,
o poder da maioria,
mesmo
maior
constitudo,
no Estado democrtico
deles,
de
alterar
submete-se
limitaes
"clusulas
maiorias
os
ptreas",
dogmas
de
exatamente
fundamentais
com
que
do
essas
sentido
de
identidade
763
3.128
DF
Empresto,
limitaes
no
materiais
ao
entanto,
poder
interpretao
de
reforma
restrita
tais
constitucional:
sigo
intangibilidade
estabilidade
da
Constituio,
institucional,
revolucionrias
ou
dar
pretexto
que
antes
arrisca
fcil
de
assegurar
legitimar
tentao
dos
rupturas
golpes
de
Estado.
temerria das
clusulas ptreas.
Com
escusas
pela
digresso
final,
reitero,
pelas
24
razes
764
(^Uj/i mmo
ctyriitm-ci/ (^c/era/
18/08/2004
TRIBUNAL PLENO
O
votar
SENHOR
farei
MINISTRO
em
NELSON
tpicos,
JOBIM
tendo
em
(PRESIDENTE)
vista
que
Cabe-me
matria
foi
amplamente discutida.
Friso,
Ministro
Cezar
com
Peluso
clareza
foi
transparncia,
efetivamente
que
antolgico;
voto
ou
seja,
do
ele
primeiro
feitas,
em
ponto
um
que
quero
determinado
levantar
momento,
refere-se
sobre
problema
e criado essa
tributao
sobre
inativos.
No
entanto,
qual
houve
maioria
pela
procedncia
da
ao
direta
de
STF
102 002
765
'f/twtjto
ADI 3 . 1 2 8
C}Jfyf/e-FCt/
DF
". . .a
nica
base
constitucional
gue
poderia
viabilizar
a
cobrana,
relativamente
aos
inativos
e
aos
pensionistas
da Unio,
da contribuio
de seguridade
social
foi conscientemente
excluda
do
texto..."
que
o
fez
que
Congresso
deveria
inconstitucionalidade
ser
Nacional
feito
na
Emenda
quando
41?
declaramos
de
expor,
"Entendo,
por isso mesmo,
na linha
que
a instituio
da
contribuio
seguridade social,
aos
pensionistas,
do que
venho
pertinente
consti tucional
da no-incidncia
(CE,
art.
40,
art. 195, II, na redao
dada pela EC n 20/98)
e
de outro,
o princpio
constitucional
do equilbrio
12, c/c o
transgride,
atuarial
causa
suficiente,
consoante
procedncia,
a ilustre
Professora
("Da. Instituio
Servidores
Suplemento)
de
Inativos",
:
Contribuio
izi
"Enfoque
Sobre
Jurdico",
observa,
MISABEL
os
com
DERZI
Proventos
n.
2,
p.
13
dos
-
"Se o servidor
j goza de aposentadoria,
a meta
constitucional
permitida
para
a
cobrana
j
foi
alcanada,
inexiste
a despesa
a ser custeada
do ponto
de
vista
do aposentado,
pois
os servidores
pblicos
em
2
766
' yejjio
}'U)UJt(t
ADI 3.128 / DF
ativi dade
a
fi nanciam.
Falta
ento
o
fundamento
constitucional necessrio e impostergvel, que funda ' o
exerccio cia competncia c?a Unio."
Ele um conceito
que vem da
matemtica
problemas
probabilidade
de
relacionados
eventos,
com
avaliao
clculo
de
de
riscos,
seguros,
fixao
de
que
previdencirio
viabilidade
econmico-financeira
Portanto,
equilbrio
deveres
individuais
atuarial
e,
assim,
para
no
no
como
o
remete
significa
um
futuro
noo
que
todo
de
toda
atuarial
deve
no
ter
futuro.
direitos
contribuio
deve ter uma causa eficiente, como se pretendeu - por isso, no pode
ser levantado para justificar a suposta necessidade de causa para a
alterao do regime.
A
individual,
pagou, mas
viso
ou
a do
que prepondera
seja,
sistema
direito
como
no equilbrio
individual
um todo e a
atuarial
de
receber
sua
necessidade
aquilo
auto-suficiente,
Equilbrio
de
o ativo
a necessidade
existir
equivalncia
entre
no a
de
que
ser
atuarial
liquido
do
previdencirio
trazem-se
os
benefcios
futuros,
chamados
STF
102 002
dos
767
CYttJtjtettto C^/jri/i(nta/
ADI 3.128 / DF
Se a previso atual de arrecadao futura maior do que
a
previso
atual
do
pagamento
de
benefcios
futuros,
sistema
lquido
probabilidade,
ou
seja,
uma
especialidade
da
matemtica
que
resolver
as
questes
deficitrias
do
sistema,
porque
se
ou criao de contribuies e
uma
confuso
imensa
entre
dois
regimes:
de
contribuies
repartio
simples.
ou
benefcios
que
h,
futuros,
atualmente
regime
como
de
Ministro
outra
linguagem
um
regime
misto,
um
misto
de
regime
que
se
compensam
no
dficit
do
equilbrio
atuarial
pelo
novamente
manifestaes
que
extraordin rias
havia
e
dito
na
competentes
ADI
feitas
2.010
pelo
quelas
Minist ro
adquiridos,
os
direitos
individuais
ou
os
direitos
rr irv> ono
768
ADI 3.128 / DF
XVIII
um
direitos
problema
civis
grave.
L,
polticos
economista
Alfred
cidadania:
cidadanias
dos
XVIII;
as cidadanias
- e o Ministro
a
isso
em
grandes
direitos
civis
direitos
participar
do
momento
direitos
com
um
outro
em
que
habitao,
surgiu
um
ir
os
alimentao,
referir
das
sem
de
dos
custos;
votar,
A
para
de
partir
fundamentais
no
dos
claramente
previdncia,
e,
tivemos
cidadanias
os
sentido
lato
sculo
XX,
uma p r e s t a o . A q u e l e s e r a m d i r e i t o s
XIX
fora
expresso.
os que custam, ou
sculo
se
state",
direitos
da
sculo X I X
direito
livre
importante
para os m e a d o s
os d i r e i t o s e c o n m i c o - s o c i a i s ,
de
direitos
vir,
do
por
as
so
direito
muito
fair
ciclos
do sculo
XX,
distinguem
aqueles
introduziram
os
fim do
cidadania,
de
do
os
velho
conquista
sculo
"well
se
porque
direito
fenmeno
fundamentalmente
que
poltica,
se
do
da
fez
a oportunidade
no
eram
do
conquista
socialistas
mbito
polticos
vida
teve
introduo
negativos:
da
quando
civis,
mas,
econmico-sociais,
direitos
so
de
Pertence
dos p a r t i d o s
fundamentalmente,
surgimento
direitos
fundamentais
conferncia
Marshall
mencionado
discusses
velha
dos d i r e i t o s p o l t i c o s ,
Seplveda
aparte
direitos
extraordinrio
as
os
exatamente,
seja, os d i r e i t o s a
absolutos.
frmulas,
que
temos
aistrica,
XIX
e,
dessa
que
no
distino
direitos
sociedade
rombo,
um
arrecada
pensar
da
sculo
XX,
econmica
dentro
da
de conceitos
portanto,
sob pena
prpria
sua c a p a c i d a d e de i n c l u s o social
em
que
de
STF
102 002
nessa
que
nos
se
criar
no
nessa
no
linha
sculos X V I I I e
nossos
esto
dependem
ele
transferncia
juristas
sociedade
futura.
porque
portanto,
ditos
alguns
fundamental
relativos,
nitidamente
quando
de p r e s t - l o s ,
"gap"
sociedade.
muito
ou a a i s t o r i c i d a d e
mesmo
custam;
uma
ele
do que a sociedade,
os
da
um
que
esquecem
direitos
que
capacidade
de
extraordinrio
diz
respeito
769
ADI 3.128 / DF
Creio, meus caros Colegas, que foram postos pelo Ministro
Cezar Peluso, com uma lucidez e preciso extraordinrios, os pontos
sobre esta questo
embora ausente,
do
Constituinte.
Excelncias
esta:
ouviram,
lei
no
Leu
em
todo
atingir
Ministro
o momento
direito
Marco
Aurlio,
a palavra
adquirido,
Vossas
que
usei
ato
foi
juridico
este:
sempre
petrificao
possam
Ministro
falava-se
tive
contra
determinar
Seplveda
na
presente,
lei
no
a Constituio,
situaes
Pertence
discurso
infraconstitucional.
processo
quando
adversas,
Por
constituinte,
a
qu?
que
as necessidades
corresponde
era
a
sociais
empurrar
os
para
e
na
reform-la.
sua
Isso,
plasticidade
as
Constituies,
futura,
no
podem
na
impor
sua
sociedade.
conseqncia,
poderia
faz-lo,
concluiremos:
ento,
emenda
STF
102 002
770
ADI 3.128 / DF
O
vamos
porque
tratar
no
oportuno,
resolve.
que
eu
disse.
Refiro-me,
d e b a t e r e i com V . E x
JOBIM
No
(PRESIDENTE) - Ministro
vamos
estender
exclusivamente,
o outro
esse
debate,
Num
momento
lei.
ponto.
oportunidade,
de V . E x a
fao
uma
pequena
objeo
ao
belo
O
objeo que
as
instrumento
MINISTRO
NELSON
de
SR.
MINISTRO
CARLOS
contribuies
(PRESIDENTE)
distribuio
AYRES
BRITTO
previdencirias
de
renda.
Faa
Elas
no
no
Por
se
definio
prestam
cumprem,
como
portanto,
Renda.
JOBIM
sistema.
quiser.
O
jurdica,
SENHOR
raciocnio
JOBIM
(PRESIDENTE) - So para
sistema.
Eu s q u e r i a f a z e r essa
ressalva.
disse.
Exatamente
t e m a s r e c e i t a s e,
no
clculo
por
isso
que,
no l a d o p a s s i v o ,
atuarial,
para
no
lado
102 002
ativo
as obrigaes.
introduo
7
STF
de
um
do
Elas
clculo
sistema,
so
voc
trazidas
delta,
um
771
do passado
solidariedade
do presente
decorrente,
tambm,
em
atos
da
futuros.
obrigao
E a
social
surge
de
todos
contriburem.
Meu
caro Ministro,
no caso especfico,
solidariedade
O
caso. V. Ex
JOBIM
(PRESIDENTE)
- o meu
Deputados,
contribuiu
para
o extinto
Instituto
de
Previdncia
com
passei
o
contribuir
salrio
integral
partir
de Ministro
de
1997
do
Supremo
posso
me
Tribunal
Federal sem ter contribudo. Algum est pagando. Quem est pagando
,
exatamente,
cidado brasileiro.
Dei
este
exemplo
no caso da
com
elogios
reconhecimento,
eminente
a
Ministro
autorizao para
usar a parte final do seu voto, quando deixa muito clara a diviso e
STF
102 002
772
STF
102 002
Q/rec/eva/
773
PLENRIO
EXTRATO DE ATA
STF
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(S^cteval
774
Presidncia
do
Senhor
Ministro
Nelson
Jobim,
Presidente. Presentes sesso os Senhores Ministros Seplveda
Pertence, Celso de Mello, Carlos Velloso, Marco Aurlio, Eilen
Gracie, Gilmar Mendes, Cezar Peluso, Carlos Britto, Joaquim Barbosa
e Eros Grau.
Procurador-Geral da Repblica,
Nbrega, substituto.
T?omimatsu
f/ LuizSecretrio
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