Período Intertestamentário Trabalho Oficial
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SITUANDO-NOS NA HISTRIA
De acordo com H. E. Dana, ser til uma recapitulao da histria bblica. Os seguintes fatos
devem ser lembrados:
1.
O tempo do Reino unido em que Israel experimentou grande prosperidade sob Davi. Foi
2.
3.
Salomo;
O Reino do Norte cujo a capital era Samaria, foi levado cativo por volta de 722 a.C. por
Sargo II, rei da Assria, que destruiu Samaria e dispersou os israelitas por terras
4.
5.
Jerusalm;
O mesmo pecado que causou o desterro do Reino do Norte, levou Jud para o exlio. O
povo desprezou a palavra dos profetas, inclusive perseguindo alguns deles. A queda de
6.
Jud deu-se em 587 a.C., sob Nabucodonozor, que os levou para o exlio;
Setenta anos depois o povo retorna em pequenas levas, mas uma grande maioria
permanece no exlio. So os judeus do exlio que, mais tarde, ficaram conhecidos como
os da Dispora.
PERODO MEDO-PERSA
Este perodo tem seu incio com a queda da Babilnia (538 a.C.) e termina com a conquista de
Jerusalm, por Alexandre, o Grande, em 33 a.C.
A volta do povo para a Palestina se deu quando Ciro reinava sobre o imprio persa. Essa volta se
deu em trs levas:
1.
2.
3.
De acordo com anlise feita por David S. Dockery, os principais fatos desse perodo foram;
1.
2.
3.
4.
5.
6.
4.
5.
6.
No ano de 167 a.C., Matatias, que era um sacerdote na cidade de Modim, recusou-se a sacrificar a
deuses estranhos. Seu gesto, que marca o incio do perodo dos Macabeus, foi um protesto contra a campanha
anti-semita de Antoco IV, cujo programa de helenizao da Palestina fazia parte de um programa de destruio
dos Judeus. Entre os seus muitos atos de crueldade menciona-se a matana de judeus no dia de sbado, at o
sacrifcio de um porco no grande altar do sacrifcio no Templo de Jerusalm, fato que faz lembrar-se da frase
abominao da desolao (Daniel 11:31).
Entre os fatores que ajudaram na exploso da revolta dos Macabeus, podemos mencionar as
deslealdades e a apostasia de muitos. Um grupo religioso piedoso, conhecido como hasidim apoiou, de incio, o
programa de Judas Macabeu, filho de Matatias. Mas houve desacordo entre eles quanto ao programa poltico de
Judas. Como resultado da diviso que ocorreu entre eles surgiram os Fariseus e os Essnios.
Os Macabeus foram relativamente bem sucedidos em sua revolta contra Selucidas ocupados em
resolver rixas internas em seu pas. A independncia s veio com Simo, irmo mais velho de Judas, em 142
a.C., quando um ltimo foco de resistncia foi vencido. Graas aos Macabeus dede 142 at 63 a.C. os judeus
foram independentes.
H. E. Dana, aponta os seguintes fatos como contribuies do perodo Macabeu histria bblica:
1.
2.
3.
4.
PERODO ROMANO
Este perodo comea com tomada de Jerusalm por Pompeu (cerca de 63 a.C.) e termina com a
revolta de Simo Bar Kochba, em 135 A.D.
Os romanos entraram na regio devido ao fato que Antpater, governador da Idumia, semeou
intriga na dinastia dos macabeus, tambm conhecida como dinastia hasmoneana. A tenso foi tanta que os
romanos resolveram intervir e nomear Fasael, filho de Antpater, governador da Judia, e Herodes, o Grande,
governador da Galilia.
Depois da morte de Herodes, o Grande, seu reinado foi dividido entre os seus filhos. A Judia
ficou com Arquelau, o qual foi banido poucos anos depois. Dessa forma, Roma passou a governar a Judia por
meio de procuradores at o ano 70 A.D. Isso explica a referncia a Pilatos e Festo, entre outros, no relato dos
Evangelhos.
Novamente, H. E. Dana que nos apresenta uma lista das principais contribuies do perodo:
1.
2.
3.
4.
do cristianismo;
Uma reforma agrria foi implementada, claro, nos termos da poca;
Sincretismo religioso que favoreceu o alcance da mensagem crist que atendeu a muitos
5.
Nosso interesse est centralizado na Palestina em virtude de ali ter sido o bero geogrfico do
cristianismo. O domnio romano teve o seu incio em 63 a.C., quando Joo Hircan II e seu irmo Aristbulo, dois
Macabeus, conflitaram entre si. Antipas, um idumeu (da descendncia de Esa), valeu-se da situao para
preparar o terreno para o domnio Romano, o qual, em 37 A.D., permitiu a ascenso de Herodes, o Grande (um
idumeu) ao poder na condio de Rei dos Judeus. Ele morreu por volta de 4 a.C. fiando o poder com os seus
filhos. A administrao de Herodes, o Grande, foi considerada uma administrao de progresso. Mas seu
governo foi marcado por intrigas e caos domstico.
Arquelau, um dos filhos de Herodes, teve seu governo marcado pelo fracasso, dominado por muita
confuso e sangue derramado. Foi denominado de etnarca da Judia, Samaria e Idumia at 6 A.D., sendo banido
pelo imperador para a regio da Glia. J seu irmo Herodes Antipas ficou mas temo no poder (4 a.C. at 39
A.D.). Recebeu o ttulo de tetrarca da Galilia sendo lembrado na histria como aquele que mandou decapitar
Joo Batista, pelo fato da acusao de Joo de que ele estava casado ilegalmente com a mulher de seu irmo
Filipe. Participou do julgamento de Jesus (Lucas 23: 12). Filipe exerceu um governo manso, justo e pacfico na
regio de Aurinitis, Betnia e Traconitis (4 a.C. at 34 A.D.).
A parte mais belicosa de Palestina, a Judia, ficou sem governo dos Herodes desde 6 A.D. A partir
dessa data podemos verificar um desfile de procuradores que foi interrompido por apenas dois governantes da
dinastia herodiana, a saber, Herodes Agripa I (37 44 A.D.) e Herodes Agripa II (50 70 A.D.). O poder dos
Herodes nesse tempo era relativo, sendo controlado por Roma. De 6 a.C. at 70 A.D. (quando Jerusalm foi
destruda pelo general romano Tito), a Judia teve 14 procuradores. Apenas trs deles so mencionados em o NT,
a saber, Pilatos (26 36 A.D.), Flix (52 59 A.D.) e Festo (59 61 A.D.).
No ano 70 A.D. aconteceu a destruio de Jerusalm como ponto culminante da Guerra JudaicoRomana. O fato de o judasmo ter perdido o seu grande centro religioso, forou os cristos a repensarem o seu
epicentro de f, at ento, ainda muito arraigado com o seu lastro judaico de origem. Auguste Sabatier, telogo
reformado do final do sculo XIX, afirma que foi necessrio, literalmente, que Jerusalm fosse aniquilada para
que os cristos pudessem avanar em termos de perceberem a universalidade da f em Cristo. Depois de 70 A.D.,
os fariseus formaram um ncleo do judasmo na cidade de Jmnia. Os judeus ainda tentaram algumas reaes de
carter poltico, que culminaram com a revolta de Simo Bar-Kochba (que significa o Filho da Estrela, um ttulo
messinico), sufocadas pelos romanos. O ano 135 A.D. marca o fim das revoltas dos judeus. Foi quando os
romanos, para significar o completo aniquilamento da nao judaica, deram ao territrio o nome de Palestina
(literalmente, terra dos filisteus).
No perodo abrangido pela histria do NT, onze imperadores estiveram frente do Imprio
Romano. Por ocasio do nascimento e infncia de Jesus, o imperador foi Augusto (27 a.C. a 14 A.D.). Na poca
do ministrio de Jesus, o imperador era Tibrio (14-37 A.D.). O perodo d expanso missionria dos cristos
aconteceu durante o governo de Cludio (41-54 A.D.) e de Nero (54-68 A.D.). Foi sob Nero que aconteceram as
mortes de Paulo e de Pedro. No governo de Vespasiano (69-79 A.D.) Jerusalm foi destruda. J as grandes
perseguies mencionadas no livro do Apocalipse aconteceram no reinado de Domiciano (81-96 A.D.).
Quando se observa o contexto religioso do primeiro sculo, podemos afirmar, que as pessoas
estavam preparadas e abertas para receber a mensagem do cristianismo. A busca da transcendncia como
tentativa de encontrar respostas para a angstia da finitude e sentido da vida do ser humano pode ser verificada
nas diversas opes de cunho religioso do perodo. Isso inclui tanto o judasmo (formado em torno da Lei e suas
interpretaes) como as religies nacionais que formavam o panteo greco-romano (ou seja, a reunio de todos
os deuses autorizados pelo estado), que abrangia desde o animismo at o culto ao imperador. Os deuses do
panteo greco-romano representavam uma tentativa de explicar o comportamento das pessoas e da sociedade
como um todo. Eram como que projees dos desejos humanos de transcendncia. Podemos afirmar que eram
deuses formados imagem e semelhana dos seres humanos. A diferena entre esses deuses e o Deus da Bblia
radical e gritante!
O culto ao imperador surgiu da necessidade de unificar o imprio e assegurar a lealdade dos
sditos. A estratgia que estava por detrs do modelo era a centralizao do poder. A teofanizao do sistema
poltico via culto ao imperador explica os vrios ttulos de sentido religioso dado aos imperadores: Cesar, Soter,
Epfanes, Augusto, e assim por diante.
Mas nem as religies nacionais, nem as religies de mistrio, nem as do ocultismo que recorriam a
orculos, ou as filosofias, reuniam condies para preencher o vazio existencial das pessoas. Todas essas
tentativas apontavam e prepararam as pessoas para a necessidade de uma resposta que viesse a satisfaz-las
plenamente! Os coraes estavam preparados para a vinda de Jesus, o Filho de Deus.
O Judasmo constituiu um captulo parte. Tendo no AT a mesma fundamentao em comum com
o cristianismo, desenvolveu muitas de suas crenas durante e posteriormente ao Exlio Babilnico. A influncia
persa e babilnica foi muito grande na formao do judasmo que aparece em no NT. Do ponto de vista moral
representou um nvel mais elevado do que o apresentado pelas religies greco-romanas. Mas seu formalismo e
legalismo abafaram o grito da alma das pessoas que buscavam transcendncia e sentido para a vida!
Sem dvida, quando olhamos para esse cenrio, fica mais fcil compreender a expresso de Paulo
quando fala que Jesus nasceu na plenitude dos tempos!
a nobreza sacerdotal vinculada famlia do sumo-sacerdote). A classe mdia era formada de pequenos
comerciantes, artesos proprietrios do seu prprio negcio, donos de estalagens, os sacerdotes comuns e os
levitas. Os pobres eram a classe formada de escravos, diaristas, mendigos e escribas.
A vida familiar no contexto do ambiente judaico era mais estvel e honrada quando comparada
com a da sociedade greco-romana. Os judeus se preocupavam com a educao dos filhos e cuidavam para que
fossem bem criados.
O sistema de estradas que interligava as provncias que compunham o Imprio Romano e o fato de
existir uma paz relativa, a chamada pax romana, contriburam para facilitar a expanso da mensagem do
evangelho. Sem dvida, Jesus nasceu na plenitude dos tempos!
Podemos observar que tudo contribuiu para uma melhor expanso do evangelho de Cristo, a
geografia, a cultura, o idioma e a sociedade estavam sedentos para preencher os seus coraes.
A f crist uma f enraizada na histria, e o ser humano, de uma forma explcita ou implcita,
coopera para a realizao do plano de Deus na histria.
Hoje da mesma forma tambm estamos contribuindo para a histria da humanidade, no para um
perodo inter bblico, mas estamos contribuindo para a volta do Senhor Jesus Cristo.
Estamos preparando a Terra para a Vinda de Jesus Cristo.
Bibliografia
Este texto foi extrado do estudo:
Toda a Bblia em um ano; Darci Dusilek; Horizontal Editora; 4 edio