Big Social Data: Princípios Sobre Coleta, Tratamento e Análise de Dados Sociais

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 38

T

opicos em Gerenciamento de Dados e Informac


oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

cap:1
Captulo

1
Big Social Data: Princpios sobre Coleta,
Tratamento e Anlise de Dados Sociais

Tiago Cruz Frana, Fabrcio Firmino de Faria, Fabio Medeiros Rangel,


Claudio Miceli de Farias e Jonice Oliveira

Abstract
Online social networks have become a popular mean of sharing and disseminating data.
From these data one can extract information about patterns of interpersonal interactions
and opinions, aiding in the understanding of a phenomenon, an event prediction or
decision making. Nowadays, the studies and techniques for social network analysis need
to work with the increase of variety and volume of data besides quickly processing them.
Therefore, new approaches are required to be employed in those analyzes. Data that have
such characteristics (volume, variety and velocity) are called Big Data. This short course
aims to present an approach for analyzing Big Data in online social networks (Social Big
Data), including the collection and processing of large volumes of social data mining and
analysis principles of social interactions.

Resumo
Os dados das redes sociais online podem ser usados para extrair informaes sobre
padres de interaes interpessoais e opinies. Esses dados podem auxiliar no
entendimento de fenmenos, na previso de um evento ou na tomada de decises. Com a
ampla adoo dessas redes, esses dados aumentaram em volume, variedade e precisam
de processamento rpido, exigindo, por esse motivo, que novas abordagens no
tratamento sejam empregadas. Aos dados que possuem tais caractersticas (volume,
variedade e necessidade de velocidade em seu tratamento), chamamo-los de Big Data.
Este minicurso visa apresentar uma abordagem de anlise de Big Data em redes sociais
online (Big Social Data), incluindo a coleta e tratamento de grande volume de dados
sociais, minerao e princpios de anlise de interaes sociais.

8
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

1.1. Introduo
A redescoberta da importncia da anlise de redes sociais se deu pelo uso intensivo das
mdias sociais. Nesta seo entenderemos os conceitos bsicos de redes sociais,
aplicaes da anlise de redes sociais e como a coleta e tratamento de dados das redes
sociais online (ou mdias sociais) podem ser caracterizados como um problema de Big
Data.

1.1.1 Conceitos de Redes Sociais e a Aplicabilidade da Anlise de Redes


Sociais
Por definio, uma rede social um conjunto de atores que pode possuir relacionamentos
uns com os outros [Wasserman 1994].
Redes Sociais so como um organismo vivo, onde cada clula uma pessoa.
Como em todo organismo, vemos toda a sorte de clulas: as que permanecem nele por
alguns dias, outras por alguns meses e aquelas que perduram por anos. Porm,
invariavelmente, essas clulas acabam por deixar de existir, dando lugar a clulas novas
ou muitas vezes nem isso. Se sairmos do campo metafrico e buscarmos algo mais
concreto, do nosso dia-a-dia, podemos observar o mesmo padro: pessoas que ficam
desempregadas, se aposentam, so promovidas, empresas que se fundem, falecimentos,
novas amizades, namoros e muito mais.
Em nosso dia-a-dia no faltam exemplos prticos de redes sociais: nossa famlia,
nossos amigos de faculdade, de academia, de trabalho ou at mesmo encontros casuais,
imprevistos. Eles podem ser vistos e caracterizados como a criao de um relacionamento
entre dois indivduos (ns), ligando assim as redes j existentes de ambos. Tal
relacionamento pode nunca mais ser nutrido ou, como em alguns casos, vir a se tornar
algo mais forte do que todos os relacionamentos j existentes. A estrutura que advm
dessas inmeras relaes, normalmente, se mostra complexa.
A anlise das redes sociais feita do todo para a parte; da estrutura para a relao
do indivduo; do comportamento para a atitude. Para isto estudada a rede como um todo,
usando uma viso sociocntrica (com todos os elos contendo relaes especficas em uma
populao definida) ou como redes pessoais, em uma viso egocntrica (com os elos que
pessoas especficas possuem, bem como suas comunidades pessoais) [Hanneman 2005].
Podemos citar alguns cenrios onde aplicada a anlise de redes sociais. No caso
de uma empresa, por exemplo, importante saber como os seus funcionrios se
organizam, pois assim possvel evitar problemas caractersticos que dificultam a
disseminao de conhecimento [Wasserman 1994]. No campo da Cincia, as redes sociais
podem auxiliar no estudo de propagaes de endemias ou mesmo de epidemias [Pastor-
Satorras 2001; Mikolajczyk 2008], bem como serem utilizadas para entender
[Albuquerque 2014; Stroele 2011] ou melhorar a formao de grupos [Souza et al. 2011;
Monclar et al. 2012; Melo e Oliveira 2014; Zudio et al. 2014]. Como ttica de propaganda
e marketing podemos us-las como uma ferramenta para ajudar a propagar uma
determinada marca ou conceito, podendo servir, tambm, para o estudo de um pblico-
alvo relacionado, verificando em quais ns aquelas informaes morrem e em quais elas
seguem em frente [Kempe 2003; Santos e Oliveira 2014]. Alm disso, podemos
aproveitar uma das grandes questes do incio do sculo XXI desde os eventos de 11 de
setembro de 2001, os atentados, para pensar na deteco e identificao de terroristas.

9
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

Pode-se realizar uma verificao de pessoas com as quais os terroristas costumam se


relacionar, traando um padro de redes que auxilie futuras investigaes [Svenson
2006]. Outra aplicao advm do levantamento de relacionamentos entre Weblogs1 que
realizam propaganda de ideais terroristas, montando a respectiva rede social representada
por eles, como visto em [Yang 2007].
A tendncia de pessoas se unirem e formarem grupos uma caracterstica de
qualquer sociedade [Castells 2000]. Esse comportamento retratado, nos dias atuais,
atravs do avano das mdias sociais e comunidades online que evidenciam o poder de
unir usurios ao redor do mundo. Contedos gerados por seus usurios atingiram alto
grau de alcance atravs de seus comentrios, relatos de acontecimentos quase em tempo
real, experincias, opinies, crticas e recomendaes que so lidos, compartilhados e
discutidos, de forma quase instantnea, em diversas plataformas disponveis na Web.

1.1.2 Redes Sociais no Mundo Digital: Redes Sociais Online


O crescimento de usurios de telefones celulares e tablets com acesso rede permite que
as pessoas permaneam conectadas ao longo do dia, aumentando a quantidade de
informaes disponibilizadas na Internet. De acordo com o relatrio do instituto de
pesquisa tecnolgica Cozza et al. [2011], 428 milhes de dispositivos mveis, incluindo
celulares, smartphones e tablets foram vendidos ao redor do mundo no primeiro semestre
do ano de 2011 com 19% por cento de crescimento em relao ao ano anterior. Grande
parte do acesso e disponibilizao do contedo se deve popularizao das mdias
sociais.
Mdias Sociais um tipo de mdia online que permite que usurios ao redor do
mundo se conectem, troquem experincias e compartilhem contedo de forma instantnea
atravs da Internet. Elas so fruto do processo de socializao da informao nos ltimos
anos representado pela extenso do dilogo e do modo como as informaes passaram a
ser organizadas atravs da Web.
As mdias sociais e consequentemente o crescimento do seu uso pela populao
implicaram numa mudana de paradigma em relao disseminao da informao. As
grandes mdias como jornais, revistas e portais passaram a no ser os mais importantes
provedores de informaes para a populao, ou seja, o modelo de disseminao um
para muitos foi sendo substitudo pelo modelo muito para muitos [Stempel 2000]. As
mdias sociais deram espao para que usurios gerassem e compartilhassem contedo de
forma expressiva, deixando de lado o comportamento passivo de absoro da informao
que possuam, caracterizando uma forma de democratizao na gerao de contedo.
Segundo Solis (2007), o termo mdia social descreve tecnologias e prticas online
que pessoas usam para compartilhar opinies, experincias e perspectivas, podendo se
manifestar em diferentes formatos incluindo texto, imagens, udio e vdeo. A expanso
dessas mdias tornou mais simples encontrar amigos, compartilhar ideias e opinies e
obter informaes, ou seja, uma democratizao do contedo em que todos participam na
construo de uma comunidade virtual.
Existem diversos tipos de mdias sociais com os mais diferentes focos. As
categorias mais conhecidas so:

1Weblogs so pginas pessoais, ou sites sem fim lucrativos, dedicados a trazer informaes
sobre um determinado tema [Blood 2002].

10
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

Colaborao: est relacionada s redes sociais colaborativas, ou seja, sites em


que importante a interao de diferentes usurios compartilhando informaes a fim de
atingir um objetivo comum. Como exemplo destacam-se a Wikipedia, Yelp e Digg.
Comunicao: est relacionada ao fenmeno da conversao entre pessoas e o
modo como essa conversa percebida por seus participantes, que podem participar de
forma direta, atravs da realizao de comentrios e produo de contedo, ou indireta,
compartilhando e divulgando contedo e, consequentemente, ajudando a promover
discusses. Podem-se citar, neste contexto, os blogs e microblogs, as redes sociais online
(RSO) e os fruns. Como exemplo, possvel mencionar WordPress2, Twitter3,
Facebook4 e GoogleGroups5, respectivamente.
Multimdia: refere-se aos componentes audiovisuais que ficam alm do texto
puro e simples como fotos, vdeos, podcasts e msicas. Alguns exemplos dessas mdias,
respectivamente, so Flickr6, YouTube7, JustinTV8 e Lastfm9.
Entretenimento: diz respeito aos contedos que geram um mundo virtual
favorecendo o desenvolvimento da gamificao, ou seja, ambientes focados em games
online ou ainda atividades que podem ser transformadas em algum tipo de competio,
nos quais seus usurios se juntam com o objetivo de jogarem juntos ou compartilharem
informaes a respeito do tema. Como exemplo podem ser citados o Second Life10 e
TvTag11.
A popularidade dessas plataformas pode ser evidenciada atravs da capacidade
que possuem de produzir enormes volumes de contedo. Conforme as estatsticas do
Facebook [Statistics Facebook 2011], este possui mais de 800 milhes de usurios ativos
e 50% destes usurios acessam o site todo dia. De acordo com o Compete12, o Twitter
possua em Setembro de 2012 cerca de 42 milhes de usurios nicos registrados
representando o vigsimo primeiro site da Internet em nmero de visitantes nicos e
segundo Dale [2007], o YouTube concentra 20% de todo o trfego de dados da Internet.
A monitorao destas mdias sociais tornou-se um problema de Big Data, onde
precisamos tratar um volume grande de dados, variedade (j que tais mdias apresentam
caractersticas distintas no que se relaciona estrutura, dinmica, uso e modelagem) e
necessidade de velocidade em seu tratamento para que diferentes anlises sejam viveis.

1.2 Redes Sociais Online: Coleta de dados e Tcnicas de Anlise


Nesta seo, apresentamos os princpios da coleta dos dados e a anlise das redes sociais
extradas a partir destes dados.

2 https://wordpress.com
3 http://www.twitter.com
4 https://www.facebook.com
5 https://groups.google.com
6 https://www.flickr.com/
7 https://www.youtube.com/
8 http://www.justin.tv/
9 http://www.lastfm.com.br/
10 http://secondlife.com/
11 http://tvtag.com/
12
http://www.compete.com

11
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

1.2.1 A informao dos dados coletados na Web


A Web composta por uma grande quantidade de dados que no possuem uma estrutura
definida ou que no possuem uma semntica explcita. Por exemplo, uma pgina HTML
possui uma estrutura, mas esta estrutura pouco atribui informaes sobre os dados
presentes na pgina. Sendo assim, ao encontrar uma tag <img> em um determinado
ponto do arquivo HTML possvel afirmar que se trata de uma imagem, porm pouco se
pode afirmar sobre o contedo desta imagem. Ainda que a tag <img> possua um
atributo que seja um texto relativo a essa imagem, textos so dados no estruturados e
necessrio aplicar tcnicas em minerao de dados para extrair informaes do texto.
Segundo Chen (2001), estima-se que 80% de todo contedo mundial online so
textos. Considerando que dados no estruturados englobam textos, imagens, vdeos e
msicas, pode-se perceber que realmente grande parte da Web composta de dados no
estruturados.
Devido necessidade de aperfeioar os mecanismos de busca e utilizar a Web
como plataforma de integrao, por meio de servios, h uma busca crescente em
estruturar os dados. Essa estruturao, entretanto, deve ter uma flexibilidade dado a
prpria natureza da Web em que h uma vasta variedade de dados. Com base nesse
problema, alguns padres foram criados. Entre eles, os padres XML e JSON so os mais
utilizados. Entretanto, nada impede de que outros padres sejam criados ou aplicados.
Essa diversidade cria um problema no processamento dos dados, pois necessrio criar
uma aplicao para cada padro de representao. Alm disso, um mesmo padro de
representao pode estruturar o mesmo conjunto de dados de diferentes formas, como
ilustrado na Figura 1.1.

1.2.2 Coleta de Dados: Crawler de pginas e APIs de RSO


Atualmente, as principais redes sociais online (RSO) provem interfaces ou servios para
a captura parcial ou total de seus dados. Nesta seo, comentaremos os principais desafios
e recursos para se trabalhar com as principais (RSO) existentes atualmente.

1.2.2.1 Coletando Dados de Pginas Estticas e Dinmicas da Web:


Ferramentas e Desafios
Considera-se dinmica uma pgina cuja atualizao dependa de uma aplicao Web,
enquanto pginas estticas costumam no ter seu contedo modificado. Quando se faz
necessrio coletar dados de pginas, sejam estticas ou dinmicas, necessrio entender
a estrutura dos dados contidos nessa pgina a fim de desenvolver um crawler capaz de
buscar e armazenar esses dados. Quando a pgina no possui API de consumo ou a API
possui limites indesejados, possvel utilizar ferramentas para capturar as pginas e
extrair os dados sem a utilizao de APIs. Um exemplo dessas ferramentas o Node.js.
O Node.js uma plataforma construda na mquina virtual Javascript do Google para a
fcil construo de aplicaes de rede rpidas e escalveis [Node 2014].

12
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

Figura 1.1. Exemplos de conjuntos de dados em diferentes representaes.

1.2.2.2 Coletando Dados do Twitter, Facebook, YouTube e Foursquare


Normalmente, h duas formas diferentes de coleta de dados das redes sociais online. A
primeira forma consiste em determinar termos e coletar por citaes destes termos no
passado. Desta forma, existe a possibilidade de restries na obteno de dados antigos,
pois normalmente h um perodo de tempo vivel para a coleta dos dados. A segunda se
baseia em um conceito de streaming, onde a aplicao criada funciona como um
ouvinte da rede e captura os dados medida que estes surgem.

Twitter
O Twitter uma rede social online que possui duas APIs diferentes para a captura dos
seus dados: REST API e Streaming API. Para a utilizao de ambas APIs necessrio
inicialmente que o usurio tenha uma conta no Twitter. Acessando a pgina
https://dev.twitter.com, possvel autenticar-se com a conta do Twitter e cadastrar uma
aplicao. Aps o cadastro da aplicao necessrio gerar o Access Token da mesma.
Importante destacar que, tanto o API Secret como o Access Token Secret da sua aplicao
no devem ser divulgados por questes de segurana. Essas chaves sero utilizadas na
autenticao da sua aplicao de captura de dados.
O Twitter trabalha com o padro de arquivo JSON. Todos os dados so recebidos
nesse formato. Um exemplo da utilizao do Streaming API pode ser visto na Figura 1.2.
Os programas usados como exemplo de crawlers para o Twitter foram codificados
em Python 2.7. No primeiro exemplo (Figura 1.3), foram utilizadas as bibliotecas
Auth1Session e json. A Auth1Session responsvel pelo estabelecimento da
conexo com o Twitter e a biblioteca JSON responsvel por transformar o texto
recebido em um objeto Python cuja estrutura no formato JSON. Assim, possvel
manipular o arquivo JSON. Um exemplo utilizando a REST API do Twitter pode ser visto
na Figura 1.3.

13
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

import json
from requests_oauthlib import OAuth1Session
key = "{sua API key}"
secret = "{sua API secret}"
token = "{seu Acess Token}"
token_secret = "{seu Acess Token Secret}"
requests = OAuth1Session(key, secret, token, token_secret)
r = requests.post('https://stream.twitter.com/1/statuses/filter.json',
data={'track': 'bom dia'},
stream=True)
for line in r.iter_lines():
if line:
print json.loads(line) # tweet retornado

Figura 1.2. Exemplo usando a Streaming API.

import oauth2 as oauth


import json
import time
CONSUMER_KEY = "{sua API key}"
CONSUMER_SECRET = "{sua API secret}"
ACCESS_KEY = "{seu Acess Token}"
ACCESS_SECRET = "{seu Acess Token Secret}"
consumer = oauth.Consumer(key=CONSUMER_KEY, secret=CONSUMER_SECRET)
access_token = oauth.Token(key=ACCESS_KEY, secret=ACCESS_SECRET)
client = oauth.Client(consumer, access_token)
q = 'israel' #termo a ser buscado
url = "https://api.twitter.com/1.1/search/tweets.json?q="+str(q)+"&count=100"+"&lang=pt"
response, data = client.request(URL, "GET")
tweets = json.loads(data)
for tweet in tweets['statuses']:
print str(tweet)

Figura 1.3. Exemplo usando a REST API.


No cdigo apresentado na Figura 1.3, a varivel q representa a consulta buscada
no Twitter. Neste caso, buscou-se pelo termo israel. A API retorna os 100 tweets mais
recentes que possuem esse termo, que foi passado como parmetro na URL de requisio
atravs do parmetro count igual a 100. Ainda sobre a consulta, a API retorna tweets
com todos os termos presentes na string q separados por espaos. Ou seja, se q possui
israel guerra, todos os tweets retornados possuiro as duas palavras. Exemplo: H
guerra em Israel seria um possvel texto do tweet retornado.
Utilizando a REST API, existem algumas restries impostas pelo Twitter. Ao
que se sabe, o Twitter no permite que a API busque por tweets mais antigos do que 7

14
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

dias e ainda bloqueia a aplicao caso ultrapasse o nmero de requisies permitidas,


sendo necessrio um intervalo de 15 minutos para que a aplicao seja desbloqueada.

Facebook
Uma das APIs de consumo disponibilizadas pelo Facebook se chama Graph API. Existe
outra API chamada Public Feed API, porm esta possui acesso restrito a um conjunto de
editores de mdia e seu uso requer aprovao prvia do Facebook [Facebook 2014].

import httplib
app_id = "{sua app id}"
app_secret = "{seu app secret}"
client_credentials = "{label para de identificao do cliente}"
url =
"/oauth/access_token?client_id="+app_id+"&client_secret="+app_secret+"&grant_type=client_credentials"
conn = httplib.HTTPSConnection("graph.facebook.com")
conn.request("GET", str(url))
response = conn.getresponse()
print response.read() #access token

Figura 1.4. Exemplo usando a Graph API.

Primeiramente, para utilizar a Graph API necessrio criar uma aplicao. Essa
aplicao pode ser criada no site https://developers.facebook.com/ e ser vinculada a uma
conta no Facebook. A segunda etapa consiste em gerar um access token para aquela
sesso. Um exemplo, utlizando Python 2.7, de como adquirir o access token pode ser
visto na Figura 1.4. Neste exemplo, utilizou-se a biblioteca httplib para executar a
requisio.
importante destacar que algumas requisies necessitam de um app access
token e outros necessitam do user access token. Este ltimo deve ser criado no prprio
site do Facebook atravs do endereo https://developers.facebook.com/tools
/accesstoken/.
Com o Graph API possvel buscar no Facebook por certos objetos que possuam
um determinado termo. Esses objetos podem ser usurio, pginas, eventos, grupos e
lugares. Porm, uma limitao da API que no possvel procurar por posts pblicos
onde um determinado termo aparece. Entretanto, a busca por pginas e lugares requer um
app access token, enquanto buscas pelos outros objetos utilizam o user access token.
A Figura 1.5 mostra a utilizao do Graph API na busca por usurios com o termo
Fabio, codificado utilizando Python 2.7.
As requisies ao Facebook do tipo search retornam objetos no formato JSON.

15
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

import httplib
user_access_token = "{seu user access token}"
q = "Fabio"
url_consulta = "/search?q="+str(q)+"&type=user&access_token="+str(user_access_token)
conn = httplib.HTTPSConnection("graph.facebook.com")
conn.request("GET", str(url_consulta))
response = conn.getresponse()
print response.read()

Figura 1.5. Segundo exemplo usando a Graph API.


Youtube
A API do Youtube atual a verso 3.0. Nesta verso, possvel buscar por informaes
de vdeos e canais com base nos seus ids. Entretanto, no possvel buscar por usurios
que comentaram em um determinado vdeo ou mesmo por comentrios de um vdeo. Isso
pode ser uma grande limitao quando se pensa em anlises utilizando o Youtube. Mesmo
assim, dado um id de um determinado vdeo e requisies feitas em determinados
intervalos de tempo, possvel conhecer a progresso de visualizaes de um vdeo e
acompanhar sua divulgao em outra rede social, correlacionando esses dados e
estudando a interatividade entre as redes.
Para utilizar a API do youtube, necessrio a criao de uma aplicao na Google, no
site https://console.developers.google.com/. Aps a criao, necessrio a ativao da
API do Youtube v3.0. Para a consulta de dados de vdeos ou vdeos de um determinado
canal, utiliza-se o protocolo HTTPS. Uma uri exemplo para uma consulta :
https://www.googleapis.com/youtube/v3/videos?part=statistics&id=ZKugnwXU5_s&ke
y={Key da sua aplicao}.
Nesse caso, sero retornadas as estatsticas do vdeo cujo id foi passado como
parmetro, no formato JSON. Mais informaes e exemplos de requisies esto
disponveis em https://developers.google.com/youtube/v3/docs/.

Foursquare
O Foursquare pode ser definido como uma rede geossocial, onde seus usurios podem
indicar onde se encontram ou procurar por outros usurios que estejam prximos
geograficamente. A API de consumo do Foursquare permite buscas por uma determinada
latitude e longitude a fim de retornar locais de interesse pblico daquela regio. No
retorno das requisies possvel verificar a quantidade de check-in desses locais, alm
da quantidade de pessoas que recentemente efetuaram um check-in naquele local. Alm
desta busca, a API permite outra busca por tips (dicas), que tem como retorno dicas dos
usurios sobre locais em uma determinada regio. A API pode ser acessada no site
https://developer.foursquare.com e o usurio precisa criar uma aplicao no site para
comear a utilizar. Um exemplo de requisio da API do Foursquare, codificada em
Python 2.7, pode ser visto na Figura 1.6.
Dentre os parmetros da requisio HTTP, v um apenas um controle de verso,
onde o desenvolvedor da aplicao pode informar ao foursquare se est utilizando uma verso
anterior da API. No caso, este parmetro recebe uma data no formato YYYYMMDD.

16
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

import urllib2

client_id = "{seu client id}"

client_secret = "{seu client secret}"

par_v = "20141107"

location = "40.7,-74"

query = "sushi"

response = urllib2.urlopen("https://api.foursquare.com/v2/tips/search"+

"?client_id="+client_id+

"&client_secret="+client_secret+

"&v="+par_v+

"&ll="+location+

"&query="+query)

html = response.read()

print str(html)

Figura 1.6. Exemplo usando a API do Foursquare.

1.2.3 Princpios de Anlises de Redes Sociais


Aps a leitura, desambiguao13 dos ns e montagem do sociograma (grafo de
relacionamentos), chegou a hora de analisarmos a rede social.
Em um sociograma, podemos representar os relacionamentos como arestas, as
quais podem ser direcionadas (Joo envia um e-mail para Maria) ou no (Joo e Maria
participaram de uma reunio). Nesta seo, apresentamos apenas mtricas de grafos no
direcionados. Vale lembrar que para todas as mtricas apresentadas neste captulo existem
suas respectivas verses para grafos direcionados. Maiores detalhes sobre tais mtricas
podem ser encontradas em [Newman 2010]. Casos e exemplos de uso podem ser obtidos
em [Easley e Kleinberg 2010].

1.2.3.1 Principais Mtricas de Anlise de Redes Sociais


A seguir, resumidamente foram descritas algumas mtricas divididas naquelas que so
referentes aos ns de modo individual e aquelas que medem o comportamento da rede
como um todo.

13Quando estamos lidando com mdias sociais, normalmente temos diferentes usurios
associados uma nica entidade. Por exemplo, imagine o Joo da Silva (entidade) que possui
vrias contas. No Twitter pode ser reconhecido como JS_RJ. No Facebook ele possui duas
contas, uma de carter profissional (Prof. Joo da Silva) e outra pessoal (Joo Carioca). O
processo de desambiguao dos ns significa identificar as diferentes contas de uma mesma
entidade e associ-las. Neste exemplo, identificaramos que JS_RJ, Prof. Joo da Silva e
Joo Carioca so diferentes contas de uma mesma pessoa.

17
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

Mtricas Individuais
A importncia de um vrtice pode ser identificada atravs do clculo de centralidade.
Uma destas centralidades o grau do vrtice (tambm conhecida como grau de
centralidade ou ainda centralidade local por Wasserman e Faust (1994)), ou seja, o
nmero de arestas conectadas diretamente a ele. A centralidade global de um vrtice,
tambm conhecida como closeness ou grau de proximidade a soma do menor caminho
entre um vrtice e os demais vrtices da rede. Um vrtice que tenha a menor soma das
menores distncias est mais perto dos demais. Ou seja, quanto maior a centralidade
global, maior ser a distncia de um membro para com os demais. Isto significa que o
trajeto de um dado, informao ou conhecimento para chegar a um destes membros
isolados maior, e consequentemente, pode demorar mais, como tambm podem chegar
deturpados e com rudo.
Outra medida de centralidade muito utilizada o betweenness ou grau de
intermediao, que est relacionado ao nmero de caminhos mnimos aos quais um
vrtice pertence. O grau de intermediao revela o quanto um vrtice est no caminho
entre os outros vrtices numa rede. Quanto maior for o valor deste grau, significa que este
vrtice uma passagem obrigatria, muitas vezes conectando diferentes grupos.
Seja xi a quantidade de todos os caminhos mnimos entre s e t (caso exista mais de
um) cujo vrtice i est includo, ento, sendo nsti um destes caminhos mnimos entre os
vrtices s e t, nsti =1, se o vrtice i pertence a este caminho mnimo e nsti =0 caso contrrio
[5], como est representado na equao (3.2):
xi = nsti
st

Seja gst o nmero total de caminhos mnimos entre s e t, ento o grau de


intermediao do vrtice i ser Xi calculado atravs da equao (3.3):
xi
Xi =
g st
Outra mtrica, conhecida como coeficiente de agrupamento, pode informar para
cada vrtice e para a rede como um todo, como uma rede se apresenta em termos de
grupos. Desta anlise vem a definio de coeficiente de agrupamento: a probabilidade de
que dois vizinhos de um vrtice sero vizinhos entre si. Para calcular o coeficiente de
agrupamento Ci, so contados todos os pares de vrtice que so vizinhos de i e sejam
conectados entre si, ento, divide-se este valor pelo nmero total de vizinhos de i, ou ki,
que o grau de i:
NmeroDeParesDeVizin hosDeiQueSoConectados
Ci =
NmerodeParesdeVizin hoDei
Outras centralidades igualmente importantes so o PageRank e o clculo de Hubs,
que podem ser encontrados em [Newman 2010].

Mtricas da Rede
Watts e Strogatz (1998) propuseram o clculo do coeficiente de agrupamento mdio, Cm,
para a rede atravs da mdia do coeficiente de agrupamento local para cada vrtice. Ou
seja, Cm o somatrio dos coeficientes de agrupamento de cada vrtice do grafo,
normalizado pelo nmero total de vrtices.

18
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

n
Cm = 1 / n Ci
1
Outra medida o dimetro da rede, que a distncia mxima entre dois vrtices,
o maior caminho mnimo (geodsico) entre dois vrtices da rede, simbolizando o nvel de
ligao entre os vrtices da rede. Newman (2010) define a densidade de uma rede
utilizando o grau mdio da rede em questo. Primeiramente calculando o valor de M, o
nmero mximo possvel de arestas numa rede de n vrtices.
n 1
M = n n 1
2 2
Sendo G o grau mdio j calculado para esta rede com m arestas, a densidade
obtida fazendo-se:
m 2m G
= = =
n nn 1 n 1

2
Se a densidade de uma rede varia no intervalo [0,1], quanto mais prximo de zero,
menos conectada a rede. O contrrio vlido, quanto mais prximo de um, a rede
mais densa. A vantagem do uso desta medida est na simplicidade de seu clculo, no
entanto, para redes com extenso nmero de ns, torna-se custoso realizar tal clculo.

1.2.3.2 Principais Ferramentas


Existem diversas ferramentas (muitas delas gratuitas!) que automatizam a anlise, possuindo
as principais mtricas implementadas e ferramentas de visualizao e extrao de relatrios.
Vrias delas lem e exportam para diferentes formatos. Em [Huisman e Van Duijn 2005]
vocs tm uma anlise comparativa destas principais ferramentas. Os autores mantm o site
http://www.gmw.rug.nl/~huisman/sna/software.html atualizado com novos programas
destinados anlise de redes sociais.
Neste curso a ferramenta Gephi14 ser utilizada. Essa ferramenta se apresentou como
uma boa opo quando se analisa redes no muito grandes.

1.2.4 Princpios de Minerao de Informao


Minerao de dados o processo de explorar dados procura de padres consistentes. Na
anlise de redes sociais, esses padres descrevem como os indivduos interagem ou as
caractersticas (regras) que do origem s redes sociais. Identificar fatores e as tendncias-
chave dos dados que a rede produz tambm so aplicaes possveis de minerao de
dados em redes sociais.
Grafos representam estruturas de dados genricas que descrevem componentes e
suas interaes, sendo assim so adotados para representar as redes sociais. Como
consequncia, os mtodos de minerao de dados apresentados a seguir tero como foco
a minerao em grafos. Segundo a taxonomia apresentada por Getoor e Diehl [Getoor e
Diehl 2005], a minerao para grafos pode ser dividia em trs grandes grupos: minerao
orientados a objetos; minerao orientada a links; e minerao orientada a grafos. Os
grupos e os mtodos de cada grupo so: (i) Tarefas relacionadas a objetos; (ii) Tarefas

14 https://gephi.github.io/

19
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

relacionadas a ligaes e (iii) Tarefas relacionadas a grafos. Por sua vez Tarefas
relacionadas a objetos se dividem em: (i) Ranking baseado em ligao de objetos (RBLO);
(ii) Classificao baseada em ligao de objeto (CBLO); (iii) Agrupamento de objetos e
(iv) Identificao de objetos. As tarefas relacionadas a ligaes resumem-se predio
de ligaes. Por fim, as tarefas relacionadas a grafos se dividem em: (i) Descoberta de
subgrafos e (ii) Classificao de grafos. Nas prximas subsees ser feito o
detalhamento de cada mtodo. Essa taxonomia de tarefas de minerao em grafos foi
retirada de [Getoor e Diehl 2005].

1.2.4.1 Ranking baseado em link de objetos


Uma das tarefas mais comuns na minerao de dados em grafos, o ranking baseado em
link de objetos explora a estrutura dos links de um grafo para ordenar e priorizar o
conjunto de vrtices. Dentre os mtodos para RBLO, os algoritmos HITS [Kleinberg
1999] e PageRank [Ranking e Order 1998] so os mais conhecidos.
O PageRank funciona contando o nmero de ligaes entre os vrtices de um
grafo orientado para estimar a importncia desse vrtice. Ligaes de vrtices importantes
(onde a importncia definida pelo valor de PageRank desse vrtice) para um vrtice,
fazem com que esse ltimo melhore seu ranking. As ligaes que um vrtice faz com
outros, ponderado pela importncia desse vrtice, faz com que o primeiro diminua sua
importncia. O balano entre quais vrtices apontam e so apontados determinam o grau
de importncia de um n.
O algoritmo HITS um processo mais complexo se comparado com o PageRank,
modelando o grafo com dois tipos de vrtices: hubs e entidades. Hubs so vrtices que
ligam muitas entidades e por consequncia, entidades so ligadas por hubs. Cada vrtice
do grafo nesse mtodo recebe um grau de hub e de entidade. Esses valores so calculados
por um processo iterativo que atualiza os valores de hub e entidade de cada vrtice do
grafo baseado na ligao entre os vrtices. O algoritmo de HITS tem relao com o
algoritmo de PageRank com dois loops separados: um para os hubs e outro para as
entidades, correspondendo a um grafo bi-partido.

1.2.4.2 Classificao baseada em ligao de objetos


A classificao baseada em ligao de objetos (CBLO) tem como funo rotular um
conjunto de vrtices baseado nas suas caractersticas, diferindo dessa forma das tcnicas
de classificao tradicionais de minerao de dados por trabalhar com estruturas no
homogneas. Apesar da sua importncia, uma rea de minerao no consolidada,
apresentando como desafio o desenvolvimento de algoritmos para classificao coletiva
que explorem as correlaes de objetos associados [Getoor e Diehl 2005].
Dentre as propostas da CBLO, destacam-se os trabalhos de Lafferty et al (2001),
que uma extenso do modelos de mxima entropia em casos restritos onde os grafos
so cadeias de dados. Taskar et al. (2002) estenderam o modelo Lafferty et al (2001) para
o caso em que os dados formam um grafo arbitrrio. Lu e Getoor (2003) estenderam um
classificador simples, introduzindo novas caractersticas que medem a distribuio de
classes de rtulos em uma cadeia de Markov.

20
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

1.2.4.3 Agrupamento de objetos


O objetivo do Agrupamento de Objetos o agrupamento de vrtices de um grafo por
meio de caractersticas comuns. Vrias tcnicas foram apresentadas em vrias
comunidades para essa finalidade. Entretanto, o desenvolvimento de mtodos escalveis
adequados para explorao de grafos complexos em tempo hbil ainda um desafio.
Para grafos com arestas e vrtices de um nico tipo e sem atributos, pode-se
utilizar tcnicas de agrupamento aglomerativo ou divisivos. A tarefa de agrupamento
envolve o particionamento de redes sociais em conjuntos de indivduos que possuam um
conjunto similar de links entre si. Uma medida de similaridade entre o conjunto de arestas
e o agrupamento aglomerativo definida e usada para identificar as posies. Mtodos
de separao espectral do grafo resolvem o problema de deteco de grupo, identificando
um conjunto mnimo aproximado de arestas que devem ser removidas do grafo para
atingir um determinado nmero de grupos.
Outras abordagens para deteco de grupo fazem uso das medidas de betweenness
dos vrtices. Um exemplo o mtodo Girva-Newman (2002), o qual detecta uma
comunidade removendo progressivamente arestas do grafo original. Esses autores
consideram que se dois vrtices possuem uma aresta ligando-os e se esses ns apresentam
um valor de betweenness alto, provavelmente a aresta que os liga uma ponte. Se a ponte
for removida, os agrupamentos tornam-se visveis.

1.2.4.4 Identificao de Entidades


Denominada tambm de resoluo de objetos, a identificao de entidades tem como
objetivo determinar quais dados que fazem referncia a entidades do mundo real.
Tradicionalmente, a resoluo de entidades vista como um problema de semelhana
entre atributos de objetos. Recentemente, houve significante interesse em usar links para
aperfeioar a resoluo de entidades com o uso de ligaes entre vrtices [Getoor e Diehl
2005].
A ideia central considerar, em adio aos atributos dos vrtices de um grafo que
representa uma rede social, os atributos dos outros vrtices que esto ligados com ele.
Essas ligaes podem ser, por exemplo, coautorias em uma publicao cientfica, onde
os atributos dos indivduos (nome, rea de pesquisa) seriam utilizados em conjunto com
os atributos dos coautores que trabalham com ele [Alonso et al. 2013].

1.2.4.5 Predio de Ligaes


A predio de links trata do problema de predizer a existncia de ligaes entre dois
vrtices baseado em seus atributos e nos vrtices existentes. Exemplos incluem predizer
ligaes entre atores de uma rede social, como amizade, participao dos atores em
eventos, o envio de email entre atores, chamadas de telefone, etc. Na maior parte dos
casos, so observados alguns links para tentar predizer os links no observados ou se
existe algum aspecto temporal.
O problema pode ser visto como uma simples classificao binria: dado dois
vrtices v1 e v2, preveja quando um vrtice entre v1 e v2 ser 1 ou 0. Uma abordagem
fazer a predio ser inteiramente baseada em propriedades estruturais da rede. Liben-
Nowell e Kleinberg (2007) apresentaram um survey sobre predio de links baseado em
diferentes medidas de proximidade. Outra abordagem fazendo uso de informaes dos

21
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

atributos a de Popescul et al (2003), que prope um modelo de regresso logstica


estrutural que faz uso das relaes para predizer a existncia de novas ligaes.
OMadadhain et al (2005) prope a construo de um modelo local de probabilidades
condicionais, baseado nos atributos e na estrutura. A respeito de predio de ligaes,
podemos ainda referenciar o minicurso de Appel e Hruschka (2011), ministrado no
prprio SBBD.

1.2.4.6 Descoberta de subgrafos


A determinao de subgrafoss frequentes um importante instrumento para a anlise de
redes sociais, pois permite caracterizar e discretizar conjuntos de grafos, criar
mecanismos de classificao e agrupamento, criar ndices de busca, etc. Por exemplo, em
um conjunto de grafos que representam uma rede colaborativa de coautoria em trabalhos
cientficos, os subgrafos frequentes podem identificar os grupos de pesquisas ou grupos
de um mesmo laboratrio.
Um grafo g definido como subgrafo de um grafo g se existir um padro
isomrfico entre g e g, ou seja, o conjunto de vrtices e arestas de g so subconjuntos
dos conjuntos de vrtices e arestas de g respectivamente. Dentre os mtodos de minerao
de subgrafoss frequentes, duas abordagens so as mais empregadas: a abordagem baseada
no mtodo apriori e a abordagem baseada em padres de crescimento. Ambas possuem
em comum buscar estrutura frequentes nas bases de grafos. A frequncia mnima que um
subgrafo deve ocorrer na base D para que seja considerado frequente recebe o nome de
suporte.
A busca por grafos frequentes, utilizando o mtodo apriori, comea por subgrafos
de menor tamanho e procede de modo bottom-up gerando candidatos que possuam um
vrtice, aresta ou caminho extra que possuam um valor de suporte maior do que um valor
pr-definido (min_sup). Para determinar se um grafo de tamanho k+1 frequente,
necessrio checar todos os subgrafos correspondentes de tamanho k para obter o limite
superior de frequncia (busca em largura).
A abordagem baseada em padres de crescimento mais flexvel se comparada
com as abordagens baseadas no mtodo apriori, pois possvel tanto fazer buscas em
largura quanto busca em profundidade. Essa abordagem permite um menor consumo de
memria, de acordo com o mtodo de busca empregado, pois no preciso gerar todo o
conjunto de grafos candidatos de mesmo tamanho antes de expandir um grafo. Entretanto,
a abordagem apresenta como limitao ser menos eficiente j que um mesmo grafo pode
ser gerado mais de uma vez durante o processo de busca. O mtodo inicia com um
conjunto de subgrafos iniciais que so expandidos por meio da adio de arestas vlidas.
Grafos frequentes, com suporte igual ou maior que um valor pr-definido, so
selecionados para dar origem prxima gerao de grafos frequentes. A busca continua
at que seja gerado um grafo com suporte inferior ao mnimo definido, o ltimo grafo
gerado armazenado para ser apresentado no conjunto de respostas. A busca prossegue
com os outros candidatos.

1.2.4.7 Classificao de Grafos


Classificao de grafos um processo supervisionado de aprendizagem. O objetivo
caracterizar um grafo como todo como uma instncia de um conceito. A classificao de

22
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

grafos no exige inferncia coletiva - como necessrio para classificar vrtices e arestas
- devido ao grafo ser geralmente gerado de forma independentemente.
Existem basicamente trs abordagens que foram exploradas pelas comunidades
de minerao de dados: Programao de Lgica Indutiva (PLI); Minerao de
Caractersticas (MC); e definio de Kernel do Grafo (DK). A MC est relacionada com
as tcnicas de descoberta de grafo. A MC usualmente feita encontrando as subestruturas
informativas do grafo. Essas subestruturas so usadas para transformar os dados do grafo
em uma tabela de dados e ento aplicar classificadores tradicionais. A PLI usa relaes
como vrtice (grafo_id, vrtice_id, vrtice_label, vrtice_atributos) e aresta (grafo_id,
vrtice_id_1,vrtice_id_3,aresta_label) para ento aplicar em um sistema de PLI para
encontrar um hiptese no espao.
Encontrar todas as subestruturas frequentes em um grafo pode ser um processo
computacionalmente proibitivo. Uma abordagem alternativa faz uso dos mtodos de
kernel. Gartner [2002] e Kashima e Inokuchi [2002] proporam mtodos baseado em
medidas de caminhos no grafo para obter o kernel. Gartner [2002] conta caminhos com
rtulos iguais no inicio e no fim, enquanto Kashima e Inokuchi [2002] faz uso da
probabilidade de caminhar aleatoriamente em uma sequncia de rtulos identicos.

1.3 Redes Sociais Online e Big Data: Mtodos de Tratamento de Grande


Volume de Dados
Redes Sociais Online (RSOs) como Facebook, YouTube e Twitter esto conectando
pessoas que esto produzindo exabytes de dados em suas interaes [Tan et al. 2013]. O
volume, a velocidade de gerao e processamento dos dados de diferentes fontes criam
grandes desafios isolados ou combinados a serem superados, tais como: armazenamento,
processamento, visualizao e, principalmente anlise dos dados.
A quantidade de dados produzidas na rede aumenta a cada dia e novas unidades
de medida surgem para to grande volume de dados. Para ilustrar este fato, previu-se que
o valor chegue prximo a uma dezena de zettabytes em 2015 [Oliveira et al. 2013].
Tamanho crescimento faz com que muitas das solues existentes para manipulao de
dados (armazenamento, visualizao e transmisso) no sejam teis nesse cenrio.
Somadas as RSOs, outras fontes de dados tambm contribuem para o aumento do volume
de dados: sensores, medidores eltricos inteligentes, dados convencionais de aplicaes
da Internet, dentre outros.
O grande volume de dados heterogneos produzidos por diferentes fontes
autnomas, distribudas e descentralizadas que geram rapidamente dados com relaes
complexas e em evoluo chamado Big Data [Silva et al. 2013]. O termo Big Data
frequentemente associado a 3Vs: i) Volume, relacionado a um grande conjunto de dados;
ii) Velocidade, relacionado a necessidade de processo rpido dos dados; e iii) Variedade
por provir de fontes diversas de dados [Kwon 2013 apud Oliveira 2013].
A grande quantidade de usurios das RSOs tem atrado a ateno de analistas e
pesquisadores que desejam extrair ou inferir informaes, podendo estar relacionadas a
diversas reas como predio de comportamento, marketing, comrcio eletrnico, entre
outras interaes [Tan et al. 2013]. As anlises devem ser eficientes, realizadas quase em
tempo real e capazes de lidar com grafos com milhes de ns e arestas. Alm disso,
existem outros problemas, como falhas e redundncias.

23
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

Esta seo aborda algumas das principais questes relacionadas ao tratamento de


grandes massas de dados produzidas nas RSOs mais utilizadas no Brasil e no mundo. So
apresentadas discusses sobre termos relacionados Big Data, tecnologias utilizadas e
caractersticas particulares das RSOs.

1.3.1 Armazenamento e Gerncia de Grandes Volumes de Dados de RSO


Quando se fala da gerncia dos dados, o volume varia de acordo com a capacidade das
ferramentas utilizadas em cada rea de aplicao. Por exemplo, as informaes de um
grafo com milhes de ns e bilhes de arestas podem ser armazenadas em um arquivo de
alguns gigabytes. O tamanho desse arquivo pode no ser grande do ponto de vista de
armazenamento, porm o processamento desse grafo (a aplicao de tcnicas de anlises)
pode exceder a capacidade das ferramentas utilizada com tal finalidade. Percebe-se que,
apesar do tamanho ser a parte mais evidente do problema, a definio de Big Data deve
observar outras caractersticas, as quais podem no estar diretamente associados ao
tamanho absoluto dos dados [Costa et al. 2012].
Alm de observar a capacidade das ferramentas utilizadas, segundo [Costa et al.
2012] h outros pontos a serem observados no cenrio de Big Data, tais como: a
velocidade de gerao e de processamento dos dados, alm da quantidade de fontes de
gerao desses dados. Sob este ponto de vista, pode-se citar como exemplo o Twitter com
milhes de usurios ao redor do mundo. O Twitter recebe mensagens enviadas em uma
frequncia muito alta. Apesar de uma mensagem individual ser pequena, a quantidade de
mensagens enviadas por diferentes usurios (fontes) gera um grande volume de dados.
Cada dado precisa ser armazenado, disponibilizado e publicado para outros usurios dessa
mdia. Ou seja, o dado precisa ser armazenado, processado, relacionado a outras
informaes (que usurios seguem?, quem publicou o dado?) e transmitido. O mesmo
pode ser observado em outras RSOs como Facebook ou YouTube.
Outro aspecto a ser observado a estrutura (ou a sua ausncia) dos dados das
RSOs, os quais possuem formatos diferentes. O Twitter armazena mensagens textuais
pequenas (de 140 caracteres, no mximo), alm de outras informaes como identificao
da mensagem, data da postagem, armazena uma cpia das hashtags em um campo
especfico, posio geogrfica do usurio ao enviar a mensagem (quando disponvel),
entre outros. A prpria mdia trata com dados heterogneos. O Facebook por, outro lado,
armazena mensagens textuais, imagens, etc. O YouTube, alm dos vdeos, mantm os
comentrios dos usurios relacionados ao contedo de multimdia. Alm, dessas
informaes, essas mdias armazenam dados sobre os usurios, sobre suas interaes na
rede (seus amigos, curtidas, favoritismo, comentrios, citaes, dentre outros) e pginas
ou canais mais acessados (no caso do Facebook e YouTube, respectivamente). Do ponto
de vista da estrutura, percebe-se que as informaes dessas redes podem ser armazenadas,
parcialmente, em estruturas/formatos e tipos pr-definidos, enquanto outra parte no tem
um tipo pr-estabelecido (no so estruturados). Do ponto de vista do relacionamento de
dados de diferentes fontes, observa-se que as dificuldades so aumentadas. Um exemplo
seria identificar, relacionar e analisar contedo dos perfis dos usurios do Twitter e do
Facebook.
A observao sobre o contedo de mdias sociais permite que se perceba que os
dados gerados so diversificados, esto relacionados (ex: um vdeo no YouTube est
relacionado aos comentrios, curtidas, etc.) e fazem parte de um repositrio comum de

24
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

cada mdia. Ou seja, o YouTube possui a sua base, o Twitter a sua e assim por diante.
Antes da correlao dos dados, necessrio extrair os dados das fontes heterogneas,
cada uma com suas particularidades.
Trs exemplos de RSOs cujos dados so utilizados em muitos estudos so o
Facebook, o YouTube e o Twitter. Segundo o servio Alexa15, no ranking dos sites mais
acessados no mundo, essas trs mdias esto entre as 10 mais: O Facebook o segundo
site mais acessado no mundo atualmente, o YouTube o terceiro e o Twitter ocupa o
stimo lugar. No Brasil, o Facebook o segundo mais acessado, o YouTube o quarto e o
Twitter o dcimo segundo, segundo o ranking do Alexa Brasil16. Alm dessas mdias
digitais, existem outras redes bastante utilizadas no Brasil como LinkedIn17, Google+18 e
o Foursquare19.
Os dados das RSOs so abundantes. Para se ter uma ideia, o Facebook acessado
por mais 1 bilho de usurios a cada ms [Zuckerberg 2012; Facebook Data Center 2013]
e registrou uma mdia de 829 milhes de usurios ativos por dia no ms de junho de 2014
(624 milhes em dispositivos mveis), chegando a passar de 1,32 bilhes no dia 30 de
junho [Facebook NewsRoom 2014]. A mdia de likes (curtidas) registrada por dia passa
de 2,7 bilhes e quantidade total de itens (texto ou contedo multimdia como fotos e
vdeos) compartilhados entre amigos superior a 2,4 bilhes. Em 2011, o espao ocupado
pelas fotos compartilhadas no Facebook j ultrapassava 1,5 petabyte de espao, sendo
mais de 60 bilhes de fotos. Em 2013, o Instagram (aplicativo de compartilhamento de
fotos e vdeos curtos, pertencente ao Facebook) registrou uma mdia de 100 milhes de
usurios por ms. Diferentes tipos de relacionamentos acontecem entre os usurios do
Facebook formando redes. Por exemplo, rede amizades, citaes em mensagens ou
marcaes em imagens [Facebook NewsRoom 2014].
Outro exemplo que pode ser citado o YouTube, o qual possui uma taxa de
upload de vdeo superior a 100 horas de vdeo por minuto, sendo acessado por milhes
de usurios mensalmente [ComScore 2014; YouTube Statistics 2014]. O contedo de 60
dias do YouTube equivale a 60 de vdeos televisionado pela emissoras norte-americanas
NBC, CBS e ABS juntas [Benevenuto et al. 2011]. Dados mais recentes sobre essa mdia
informam que mais de 1 bilho de usurios visitam o YouTube mensalmente, e mais de
6 bilhes de horas de vdeo so assistidas a cada ms. A identificao de mais de 400 anos
de vdeo so verificados diariamente devido as buscas por contedo e milhes de novas
assinaturas feitas todos os meses [YouTube Statistics 2014].
O Twitter, por sua vez, possui mais de 600 milhes de usurios, recebe mais de
500 milhes de mensagens por dia e tem uma mdia de 271 milhes de usurios ativos
por ms. Em julho, o total de atividades registradas era de 646 milhes e 2,1 bilhes de
consultas foram realizadas em mdia. No Twitter, as redes podem ser formadas
observando quem segue quem, quem mencionou quem ou quem fez um retweet
(republicou a mensagem de) quem [Twitter Statistics 2014; About Twitter 2014].
As grandes empresas como Facebook, Google (proprietria do YouTube) e
Twitter possuem centros de dados espalhados pelo mundo. Alguns desses centros de

15 http://www.alexa.com/topsites
16
http://www.alexa.com/topsites/countries/BR
17
https://linkedin.com/
18
https://plus.google.com
19
https://foursquare.com/

25
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

dados ocupam grandes reas e custam milhes para serem implantados e mantidos. Por
exemplo, o centro de dados do Facebook em Iowa (o quarto da empresa) foi construdo
aps o centro de dados da empresa na Carolina do Norte nos Estados Unidos, o qual
custou aproximadamente 450 milhes [Online Tech 2011]. Empresas como as
mencionadas acima possuem polticas prprias de gerncia dos dados e definem as
tecnologias a serem utilizadas. Alm disso, elas tambm impem uma srie de restries
para acesso aos dados da sua base. Por esse motivo, os interessados em realizar anlises
precisam coletar (geralmente em perodos prximos publicao), armazenar e gerenciar
os dados do seu interesse [Costa et al. 2013]. Um exemplo so os dados publicados pelo
Facebook sobre as publicaes relacionadas Copa do Mundo de Futebol de 2014.
Segundo dados do prprio Facebook, mais de 1 bilho de interaes (publicaes,
comentrios e curtidas) ocorreram durante este evento [Facebook World Cup 2014].
Aqueles que conseguiram coletar dados sobre esse evento nessa mdia precisam
armazenar e gerenciar esses dados (um desafio parte).
Costa et al. (2012) apresentam uma discusso sobre o ciclo de vida dos dados por
meio da comparao com o ciclo de vida biolgico. Os autores observaram as seguintes
fases: gerao (nascimento), agregao (crescimento com a agregao de valores ao
dado), anlise (reproduo, quando a combinao de novos dados traz significado sobre
os dados iniciais) e apagamento (morte). O apagamento pode no ser uma tarefa to
simples, pois no simples definir quando um conjunto de dados no possui mais valor
para ser analisado. Esse valor pode ser finalizado em um contexto, mas sob outros pontos
de vista os dados podem possuir valor em novas anlises. Por esse motivo, definir quanto
tempo os dados devem permanecer armazenados (ou pelo menos parte dele) no trivial,
um dado pode ficar armazenado mais do que o seu valor consumindo recursos valiosos.
Porm, descartar um dado valioso por causa das restries de infraestrutura pode ser
lamentvel. Finalmente, no possvel definir valores fixos (prazos ou perodos exatos)
de validade dos dados. Cabe aquele que gerencia o dado tomar a deciso de descart-lo
ou no. um consenso que sempre que possvel os dados devem ser mantidos (ou seja, a
sua remoo deve ser evitada).
Somadas aos desafios de armazenar esses volumes de dados, tambm existe o
desafio de recuperar e analisar os dados dessas mdias digitais. Os problemas relacionados
ao armazenamento, recuperao e anlise so agravados por novas variaes dos dados
decorrente das alteraes nas mdias digitais ocasionadas por novas tendncias, pelo
surgimento de novas mdias digitais com caractersticas novas e por comportamentos
diferentes por parte dos usurios. Vale ressaltar que outras caractersticas desses dados
so: redundncias, inconsistncias, dados com algum tipo de falha, etc. Todavia, apesar
de todas essas dificuldades, as grandes massas de dados impulsionam a necessidade de
extrair sentido dos mesmos. Correlacion-los para compreend-los apesar das constantes
alteraes dos dados podem trazer a tona informaes preciosas, podendo se tornar
essencial no futuro.
Observamos que as tecnologias de bancos de dados utilizados nas RSOs devem
ser capazes de atender os requisitos de armazenamento e processamento de Big Data,
como alta velocidade e a capacidade de lidar com dados no relacionais, executando
consultas em paralelo [Oliveira et al. 2013a]. Pesquisadores ou qualquer interessado em
analisar esses dados tambm precisam de tecnologias adequadas. Do ponto de vista do
armazenamento, os Sistemas de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBDs)
convencionais disponveis comercialmente no so capazes de lidar com volumes de

26
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

dados na ordem de petabytes [Madden 2012]. Ao observar a velocidade e variedade os


sistemas de banco de dados tambm podem no ter um bom desempenho, sobretudo
quando so feitas recuperaes textuais, de imagens ou vdeos. A anlise de grandes
volumes de dados requer SGBDs especializados capazes de processar dados estruturados
e no estruturados distribuindo dados a fim de escalar grandes tamanhos [Begoli 2012
apud Oliveira et al. 2013a]. Dados como grafos, documentos hierrquicos e dados geo-
espaciais so dados teis para diversos tipos de anlise no contexto das RSOs, mas no
podem ser modelados em bancos de dados relacionais. Para esses dados existem
ferramentas especializadas como: PostGIS 20e GeoTools21 para dados geo-espaciais;
HBase22 ou Cassandra23 para organizao hierrquica de dados no formato chave-valor;
e um exemplo de ferramenta para analisar grafos o Neo4j24.
Porm, mesmos essas tecnologias ainda no so suficientes para suprir todos os
desafios citados at aqui. Faz-se necessrio explorar devidamente e de forma plena as
informaes disponveis nas RSOs. Vrias tecnologias esto sendo desenvolvidas e
adaptadas para manipular, analisar e visualizar Big Data. As sees 1.3.2 e 1.3.3
apresentam uma discusso sobre tcnicas e tecnologias apropriadas para se trabalhar com
grandes volumes de dados.
Neste trabalho, abordaremos em maiores detalhes o Hadoop (uma implementao
do MapReduce) no domnio do armazenamento e anlise de dados. O Hadoop permite
que aplicaes escalveis sejam desenvolvidas provendo um meio de processar os dados
de forma distribuda e paralela [White 2012; Shim 2012 apud Oliveira et al. 2013a].

1.3.2 Tratamento de Grande Volume de Dados: Quando Processar se


Torna Difcil?
Uma srie de desafios vem tona quando o volume de dados excede os tamanhos
convencionais, quando esses dados so variados (diferentes fontes, formatos e estruturas)
e so recebidos em uma velocidade maior do que a capacidade de processamento. Por
exemplo, ao extrair uma rede de retweets do Twitter e formar uma rede a partir desses
retweets de um grande volume de dados, pode-se obter um grafo que excede a capacidade
de tratamento em ferramentas convencionais de anlise de redes sociais (como Gephi, por
exemplo). Ou quando se deseja realizar processamento de linguagem natural de um texto
muito grande a fim de realizar anlises estatsticas do texto, o processamento e memria
necessrios excede a capacidade de computadores pessoais convencionais. Ou seja, os
recursos de hardware (como a memria RAM, por exemplo) no comportam o volume
dos dados [Jacobs 2009].
Jacobs (2009) apresentou um exemplo de difcil tratamento de um grande volume
de dados usando um banco de dados relacional com 6,75 bilhes de linhas, com sistema
de banco de dados PostgreSQL25 em uma estao com 20 megabytes de memria RAM
e 2 terabytes de disco rgido. O autor apresentou que obteve vrios problemas de falhas e
um alto tempo de processamento para as consultas realizadas.

20
http://postgis.net/
21
http://www.geotools.org/
22
http://hbase.apache.org/
23
http://cassandra.apache.org/
24
http://www.neo4j.org/
25
http://www.postgresql.org/

27
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

A velocidade do processamento, armazenamento, leitura e transferncia de dados


nos barramentos frequentemente fazem com que apenas extratos (amostras) dos dados
sejam analisados o que no permite que todos os detalhes daquele conjunto de dados
sejam observados [DiFranzo et al. 2013]. O desejo dos analistas estudar as bases de
dados por completo, no apenas uma amostra, ou ao menos aumentar as amostras o
mximo possvel. A necessidade de novas tcnicas e ferramentas reforada pelo atual
interesse em se empregar tcnicas de anlises que excedam as tcnicas tradicionais de
business intelligence. Extrair conhecimento a partir de grandes massas de dados de fato
desafiador como discutido at aqui, pois alm de serem heterogneos em sua
representao, os dados das RSOs so de contedo multidisciplinar [Lieberman 2014].
As tcnicas convencionais so utilizas em dados estruturados com formatos
padronizados. As solues de Big Data tratam com dados brutos, heterogneos com e
sem estrutura e sem padro. Entender como tratar os desafios de Big Data mais difcil
do que entender o que significa o termo e quando empreg-lo. Apesar dos bancos de dados
convencionais apresentam bons desempenhos no tratamento de dados estruturados e
semiestruturados, as anlises no contexto de Big Data requerem um modelo iterativo (de
consultas recursivas) para anlise de redes sociais e emprego de tcnicas de clusterizao
como K-Mean ou PageRank [Silva et al. 2013]. O desafio do processamento dos grandes
volumes de dados est relacionado a trs aspectos: armazenamento dos dados na memria
principal, a grande quantidade de iteraes sobre os dados e as frequentes falhas (diferente
dos bancos de dados convencionais onde as falhas so tratadas como excees, no
contexto de Big Data, as falhas so regras) [Silva et al. 2013].
O processamento intensivo e iterativo dos dados excede a capacidade individual
de uma mquina convencional. Nesse contexto, clusters (arquiteturas de aglomerao)
computacionais possibilitam a distribuio das tarefas e processamento paralelo dos
dados. Em alguns cenrios, no ser possvel processar e armazenar todos os dados. Nesse
caso, possvel utilizar tcnicas de minerao de dados para manipular os dados,
sumarizando-os, extraindo conhecimento e fazendo predies sem interveno humana,
visto que o volume dos dados, seus tipos e estruturas no permitem tal interveno.
Muitas empresas tm apresentado requisitos de gerenciar e analisar grande
quantidade de dados com alto desempenho. Esses requisitos esto se tornando cada vez
mais comuns aos trabalhos de anlise de redes sociais [DiFranzo et al. 2013]. Diferentes
solues tm surgido como proposta para esses problemas. Dentre as propostas, destaca-
se o paradigma MapReduce implementado pelo Hadoop, o qual permite o processamento
distribudo de grandes conjuntos de dados em clusters de computadores [White 2012]. O
Hadoop uma poderosa ferramenta para a construo de aplicaes paralelas que fornece
uma abstrao da aplicao do paradigma do MapReduce para processar dados
estruturados e no estruturados em larga escala, sendo essa sua grande vantagem [Silva
et al. 2013].
Muitos algoritmos de minerao de dados utilizados na descoberta automtica de
modelos e padres utilizam tcnicas como classificao, associao, regresso e anlise
de agrupamento podem ser paralelizados com MapReduce [Shim 2012 apud Oliveira et
al. 2013]. Segundo Silva et al. (2013), os projetos de minerao de dados no contexto de
Big Data precisam de trs componentes principais. O primeiro um cenrio de aplicao
que permita que a demanda por descoberta de conhecimento seja identificada. O segundo
um modelo que realize a anlise desejada. O terceiro uma implementao adequada

28
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

capaz de gerenciar um grande volume de dados. Alm desses componentes fatores como
a complexidade do dado, o tamanho da massa de dados, a dificuldade de transporte dos
dados e a possibilidade de paralelizao dos algoritmos empregados no processamento
devem ser observados.
O processamento do volume de dados variados em tempo hbil exige tecnologias
de software e hardware adequados. O Hadoop pode ser utilizado para distribuir e
paralelizar dados em diferentes estaes de trabalhos comuns, aumentando a capacidade
de hardware por meio da clusterizao de mquinas comuns. Devido a essas
caractersticas e as demais utilizadas, o Hadoop tem sido adotado em muitos trabalhos.

1.3.2.1Capacidade de Processamento de Hardware vs Volume de Dados


Como apresentado, o volume de dados na Internet cresce vertiginosamente. No
diferente, as RSOs acompanham esse crescimento medida que novas mdias surgem e
novos usurios comeam a participar de RSOs possuindo contas em diferentes redes. As
empresas que gerenciam as grandes RSOs possuem centros de dados gigantescos,
distribudos e gerenciam os seus dados contando com equipes especializadas. O sucesso
dessas mdias permite que elas alcancem grandes ganhos financeiros, possibilitando-lhes
a manuteno dessa estrutura.
Empresas como a IBM, EMC, entre outras, so fornecedores de hardware e
tecnologias para tratar grandes volumes de dados. Apesar de tratarem com volumes de
dados na ordem de petabytes ou at exabytes, as grandes mdias sociais possuem
condies para adquirir, criar e manter tecnologias para armazenar e gerenciar essas
grandes massas de dados.
Os analistas que coletam dados nas RSOs para analis-los, como discutido nas
sees anteriores, desejam armazenar, gerenciar e analisar esses dados. Todavia quando
o volume dos dados ultrapassa a medida de gigabytes e passa a ser medida em terabytes
ou dezenas de terabytes, muitos grupos j se veem na necessidade de excluir partes dos
dados ou armazenar parte dos seus dados em tecnologias de mais baixo custo que
normalmente tornam o acesso a esses dados mais difceis. Sob o ponto de vista da anlise,
outros fatores se somam ao volume, como o tipo de anlise que realizada: grafos com
milhes de ns e de centenas de milhes ou bilhes de reas, processamento de linguagem
natural de textos diferentes que exigem grande quantidade de processamento, entre outros
exemplos. Nesses casos a dificuldade saber qual (ou quais) plataforma(s) de hardware
se deve utilizar para lidar com grandes massas de dados, os quais superam a capacidade
de tratamento possibilitada pelos sistemas tradicionais.
Para serem mais abrangentes (analisar maiores amostras de dados), as anlises de
redes sociais precisam tratar com amostras que podem ser consideradas Big Data sob a
tica apresentada neste trabalho. Essas anlises exigem mais capacidade de hardware do
que um computador pessoal comum pode oferecer. Por esse motivo, a capacidade do
hardware utilizado nas anlises, assim como os softwares utilizados, um aspecto que
no pode ser ignorado.
O simples uso de servidores convencionais, antes empregados para abrigarem
banco de dados relacionais, servidores Web, sistemas de intranet, entre outros, no so
adequados para as tarefas de tratamento de enormes quantidades de dados. Estes
servidores, ainda que possuam hardware superior aos computadores pessoais
convencionais, podem ainda no ter a capacidade de hardware suficiente para algumas

29
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

anlises, no fornecendo um rendimento adequado. Aumentar a capacidade desses


servidores pode significar sua substituio. Quando adquirir equipamentos e softwares
especficos para tratar grandes massas dados no so viveis para os analistas por causa
dos custos associados ou por causa da mo de obra para trabalhar com essas solues,
possveis opes so: usar infraestruturas de nuvens privadas ou por contratao de
provedores de servios por meio do pagamento sob demanda de uso ou contratando
pacotes de servios especficos. Outra opo distribuir e paralelizar o processamento e
armazenamento dos dados que desejam manipular em cluster usando solues como o
Hadoop. A verdade que qualquer soluo exige conhecimento e investimento, porm o
que deve ser considerado o menor esforo e o menor custo de cada possvel soluo.
As solues de nuvem exigem, no caso da nuvem privada, esforos por parte dos
analistas para criar e manter suas nuvens de dados, alm de custos relacionados compra
de ferramentas especficas (quando proprietrias) ou de hardware. Quando se contrata
um servio de nuvem de terceiros, alm dos custos para pagar esses servios, existem
desafios relacionados movimentao dos dados (download ou upload) quando, por
exemplo, necessrio manipular dados com ferramentas especficas no fornecidas pelo
provedor contratado. No caso de uma soluo de cluster como o Hadoop, a infraestrutura
j existente pode ser aproveitada, fazendo com que a capacidade de hardware subutilizada
seja direcionada para o processamento e armazenamento de dados. Faz-se necessrio
elaborar algoritmos adequados de MapReduce, tolerar rudos e falhas existentes no
mundo real. O Hadoop o primeiro passo para a anlise dos dados [Silva et al. 2013;
Oliveira et al. 2013 a].

1.3.2.2 Processamento Paralelo e Distribudo: Tcnicas e Ferramentas


Essa seo visa apresentar algumas tcnicas e ferramentas para o processamento
distribudo de dados de RSO. Entre elas podemos citar o uso de clusters, sensoriamento
participativo, computao em nuvem e tcnicas de fuso de dados.
Entre as tcnicas de processamento distribudo, o sensoriamento participativo
ganha destaque. Os telefones celulares, cada vez mais se tornando dispositivos multi-
sensores, acumulando grandes volumes de dados relacionados com a nossa vida diria.
Ao mesmo tempo, os telefones celulares tambm esto servindo como um importante
canal para gravar as atividades das pessoas em servios de redes sociais na Internet. Estas
tendncias, obviamente, aumentam o potencial de colaborao, mesclando dados de
sensores e dados sociais em uma nuvem mvel de computao de onde os aplicativos em
execuo na nuvem so acessados a partir de thin clients mveis. Tal arquitetura oferece
poder de processamento praticamente ilimitado. Os dois tipos de dados populares, dados
sociais e de sensores, so de fato mutuamente compensatrios em vrios tipos de
processamento e anlise de dados. O Sensoriamento Participativo, por exemplo, permite
a coleta de dados pessoais via servios de rede sociais (por exemplo, Twitter) sobre as
reas onde os sensores fsicos no esto disponveis. Simultaneamente, os dados do sensor
so capazes de oferecer informaes de contexto preciso, levando a anlise eficaz dos
dados social. Obviamente, o potencial de combinar dados sociais e de sensores alta. No
entanto, eles so normalmente processados separadamente em aplicaes em nuvem
mvel e o potencial no tem sido investigado suficientemente. Um trabalho que explora
essa capacidade o Citizen Sensing [Nagarjaran et al. 2011]. O estudo introduz o
paradigma da Citizen Sensing, ativada pelo sensor do celular e pelos seres humanos nos

30
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

computadores - os seres humanos agindo como cidados na Internet onipresente, que


atuam como sensores e compartilham suas observaes e viso atravs de Web 2.0.
Outra tcnica promissora o uso de Sistemas de fuso de dados escalveis. Muitos
trabalhos buscam o uso de tcnicas de fuso de dados distribudas para o processamento
de dados de RSOs. Os autores em [Lovett et al. 2010] apresentam mtodos heursticos e
probabilsticos para a fuso de dados que combinam calendrio pessoal do usurio com
mensagens das RSOs, a fim de produzir uma interpretao em tempo real dos
acontecimentos do mundo real. O estudo mostra que o calendrio pode ser
significativamente melhorado como um sensor e indexador de eventos do mundo real
atravs de fuso de dados.
Outra tendncia o uso da Nuvem (Cloud) que est comeando a se expandir a
partir da aplicao das TIC (Tecnologias da Informao e Comunicao) aos processos
de negcios para a inovao, que se destina a aumentar as vendas e otimizar sistemas,
identificando informaes valiosas atravs de anlise de dados das RSO agregados em
nuvens. A inovao torna-se significativamente til quando aplicada diretamente no
cotidiano das pessoas, auxiliando os usurios a tomarem decises (por exemplo, que
caminho tomar em um dia de engarrafamento [Lauand 2013; Sobral 2013]), e isso torna-
se gradualmente claro enquanto os grandes dados coletados so analisados de diversas
maneiras. Por essa razo, a anlise dos dados deve ser repetida muitas vezes a partir de
diferentes perspectivas e necessria alta velocidade e processamento de baixo custo em
todas as fases de desenvolvimento e operao. Os benefcios oferecidos pela nuvem,
como a disponibilidade temporria de grandes recursos de computao e de reduo de
custos atravs da partilha de recursos tm o potencial de atender a essa necessidade.
Apesar dos clusters HPC tradicionais (High Performance Computing) serem mais
adequados para os clculos de alta preciso, um cluster HPC orientado a lotes ordenados
oferece um potencial mximo de desempenho por aplicativos, mas limita a eficincia dos
recursos e flexibilidade do usurio. Uma nuvem HPC pode hospedar vrios clusters HPC
virtuais, dando flexibilidade sem precedentes para o processamento de dados das RSO.
Neste contexto, existem trs novos desafios. O primeiro o das despesas gerais de
virtualizao. A segunda a complexidade administrativa para gerenciar os clusters
virtuais. O terceiro o modelo de programao. Os modelos de programao HPC
existentes foram projetados para processadores paralelos homogneos dedicados. A
nuvem de HPC tipicamente heterognea e compartilhada. Um exemplo de um cluster
HPC tpico o projeto Beowulf (2014).

1.3.3 Exemplo Prtico: Analisando Dados de RSP Usando Processamento


Paralelo e Distribudo com Hadoop
Hadoop uma plataforma de software escrita em Java para computao distribuda. Essa
plataforma voltada para armazenar e processar grandes volumes de dados, tem como
base o processamento com MapReduce [Dean e Ghemawat 2004] e um sistema de
arquivos distribudo denominado Hadoop File System (HFS), baseado no GoogleFS
(GFS) [Ghemawat et al. 2003]. Para a anlise de redes sociais, o Hadoop apresenta como
benefcio: i) capacidade de armazenar grandes volumes de dados utilizando commodity
hardware (no contexto de TI, um dispositivo ou componente que e relativamente barato
e disponvel); ii) armazenar dados com formatos variados; iii) alm de trazer um modelo
de alto nvel para processar dados paralelamente.

31
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

A arquitetura bsica de um cluster Hadoop est apresentada na Figura 1.7. Nessa


figura, cada retngulo representa um computador em um cluster fictcio. No primeiro
computador, da esquerda para direita, recebe a notao de NameNode, enquanto os
demais recebem a denominao de DataNode. O NameNode responsavel por gerenciar
o espao de nomes do sistema de arquivos e por regular o acesso de arquivos pelos
clientes. O DataNode compe a unidade de armazenamento do cluster, onde os arquivos
esto distribudos e replicados. Na imagem tambm esto apresentados os servios de
JobTracker, que gerencia as tarefas de MapReduce, coordenando sua execuo e o
TaskTracker que o servio de execuo de tarefas do MapReduce.

Figura 1.7: Arquitetura bsica de um cluster Hadoop, adaptado de


[Menon 2013].
O MapReduce um modelo de programao para processar grandes volumes de
dados de forma paralela. Um programa MapReduce construdo seguindo princpios de
programaao funcional para processar lista de dados. Nesse modelo, deve existir uma
funo de Mapeamento que processa partes de uma lista de dados paralelamente, ou seja,
a funo de mapeamento executada por vrios ns do cluster, processando partes
independentes dos dados e uma funo de Reduo, que recebe os dados dos ns do
cluster que esto executando a funo de mapeamento, combinando-as. Por exemplo,
considere um corpus textual onde se deseja obter as freqncias das palavras. Um
programa em pseudocdigo, descrevendo a funo de mapeamento e de reduo, pode
ser visto na Figura 1.8.

32
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

function map(String document):


for each word w in document:
emit (w, 1)
function reduce(String word, Iterator partialCounts):
// word: a word
// partialCounts: a list of aggregated partial counts
sum = 0
for each pc in partialCounts:
sum += ParseInt(pc)
emit (word, sum)

Figura 1.8: Exemplo Hadoop

1.3.3.1 Ecossistema Hadoop


Alm da capacidade de armazenar grande volume de dados de forma distribuda, permitir
que esses dados apresentem diferentes formatos e prover mecanismos para processamento
desses dados por meio de programas MapReduce, o Hadoop apresenta um ecossistema
de ferramentas e bibliotecas que auxiliam em tarefas administrativas para o cluster, no
processamento e anlise de dados e no prprio armazenamento de dados. A Figura 1.9
apresenta algumas ferramentas que compem esse ecossistema.
As ferramentas apresentadas so:
D3: uma biblioteca JavaScript para visualizao de dados [http://d3js.org/]
.
Tableau: plataforma de visualizaao e anlise de dados proprietria,
entretanto, possui verses gratuitas para estudantes e para universidades.
[http://www.tableausoftware.com/pt-br]
Mahout: um projeto da Apache Software Foundation para produzir
implementaes livres de algoritmos de aprendizado de mquina escalveis,
focados principalmente nas reas de filtragem colaborativa, clustering e
classificao [https://mahout.apache.org/].
R: ambiente para anlise estatsticas [http://www.r-project.org/]
Java/Python/...: Java a linguagem oficial para criar programas em um
cluster Hadoop, entretanto, possvel utilizar outras linguagens como Python
e Ruby.
Pig: uma plataforma para anlise de dados que consiste de uma linguagem
de alto nvel para expressar uma anlise de dados e a infraestrutura para
executar essa linguagem. [http://pig.apache.org/]

33
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

Figura 1.9: Ecossistema Hadoop, adaptado de [Bidoop Layes 2014]

Hive: fornece um mecanismo para projetar, estruturar e consultar os dados


usando uma linguagem baseada em SQL, chamado HiveQL
[http://hive.apache.org/]
HDFS: No uma ferramenta nem uma biblioteca, mas o cerne da
plataforma Hadoop. HDFS um sistema de arquivos distribudo projetado
para ser executado em commodity hardware
HBASE: um banco de dados orientado a colunas e foi construdo para
fornecer pedidos com baixa latncia sob Hadoop HDFS.
[http://hbase.apache.org/]
MongoDB: banco de dados orientado a documentos no formato JSON.
[http://www.mongodb.org/]
Kettle: ferramenta de ETL que permite tratamento de dados construindo
workflows grficos. [http://community.pentaho.com/projects/data-
integration/]
Flume: ferramenta de coleta e agregao eficiente de streams de dados.
[http://flume.apache.org/]
Sqoop: ferramenta que permite a transferncia de dados entre bancos
relacionais e a plataforma Hadoop. [http://sqoop.apache.org/]
Chukwa: sistema de coleta de dados para monitoramento de sistemas
[https://chukwa.apache.org/]
Oozie: um sistema gerenciador de workflows para gerenciar tarefas no
Hadoop. [http://oozie.apache.org/]
Nagios: ferramenta para monitorar aplicativos e redes
[http://www.nagios.org/]
Zoo Keeper: um servio centralizador para manter informaes de
configurao. [http://zookeeper.apache.org/]

34
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

1.3.3.2 Exemplo de Anlise de Redes Sociais


Como exemplo ser apresentado um algoritmo baseado em MapReduce para contagem
de frequncia em grafos. Algoritmos como APRIORI necessitam contar a frequncia de
cada subgrafo em uma base de grafos. Como esse processo computacionalmente custoso
e deve ser executado em cada etapa do APRIORI, abaixo est apresentado um exemplo
simplificado para contagem de frequncia. Considere uma base de Grafos D e a sua
representao como uma lista de vrtices e arestas como exemplificado na Figura 1.10.

1 a,b,c,d,e,f,g | ab,de,gf,dc
2 h,i,c,d,e,f,n | hc,dc,ef, en

N a,g,h,j,n,r,h | ag,ah,aj,rh
Figura 1.10: Base de grafos D, contendo N grafos. O formato da base id do
grafo, vrtices, arestas.

35
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

#MAP
import sys
sub_graf = #representao do subgrafo aqui
for ling in sys.stdin:
is_subgraph = True
lista_vertices, lista_arestas = parser_grafo(line) # transformando o arquivo do grafo em uma lista de vrtices e
outra lista de arestas
#checando se todos os vrtices de sub_graf_input so vrtices em graf
for v in sub_graf.vertices:
if v not in lista_vertices:
is_subgraph = False
break
#checando se todas arestas de sub_graf_input so arestas em graf
if is_subgraph:
for a in sub_graf.arestas:
if a not in lista_arestas:
is_subgraph = False
if is_subgraph:
print "%d\t%d"%(sub_graf.id, 1)
else:
print "%d\t%d"%(sub_graf.id, 0)

Figura 1.11: Algoritmo de mapeamento.


O primeiro passo criar o algoritmo para mapeamento. Ele deve processar um
conjunto de subgrafos, com representao idntica da Figura 1.11, comparando cada um
com um dos subgrafos representados na varivel sub_graf. Esses subgrafos poderiam ser
provenientes de arquivos ou outras estruturas de armazenamento, mas foram postos
diretamente no cdigo apenas para simplicar o exemplo. Para definir se um grafo
subgrafo de outro est sendo feito a comparao dos vrtices e das arestas. Quando todos
vrtices e arestas esto contidos no grafo, o algoritmo de mapamento retorna o id do
subgrafo e o valor 1. Quando existe uma ou mais arestas ou vrtices que no fazem parte
do grafo, o algoritmo retorna o id do sub_grafo e valor 0.
O algoritmo de reduo agrega os resultados das tarefas de mapeamento,
retornando o somatrio dos valores para cada id do subgrafo (Figura 1.12).

36
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

#Reducer
import sys

current_graph = None
current_count = 0
subgraph_id = None
for line in sys.stdin:
# removendo espaos em branco
line = line.strip()

# parseando o resultado produzido pelo mapper


subgraph_id, count = line.split('\t')

#convertento o contador para um inteiro


count = int(count)

#conta enquanto existirem valores para serem reduzidos


if current_graph == subgraph_id:
current_count += count
else:
#imprime o resultado caso outro id de sub_grafo esteja sendo processado
if current_graph:
print '%s\t%s' % (current_graph, current_count)
current_count = count #zerando o contador
current_graph = subgraph_id #atribuindo o novo id de sub_grafo
#necessrio para imprimir o ultimo resultado
if current_graph == subgraph_id:
print '%s\t%s' % (current_graph, current_count)

Figura 1.12: Reducer.

1.4 Principais Desafios e oportunidades de pesquisa


Analisar grandes volumes de dados extrados das redes sociais online permite que novas
informaes sejam obtidas, as quais no eram possveis de serem verificadas devido s
amostras desses tipos de dados ser menor. Porm, o aumento dos dados a serem
analisados somam novos desafios aos j existentes na rea de anlise de redes sociais.
Agora esses desafios so tanto do ponto de vista da anlise de redes sociais quanto do
ponto de vista do avano das tecnologias de Big Data. O aumento das massas de dados
das redes sociais est fazendo com que as tcnicas, metodologias e ferramentas de
minerao de dados e anlise de grafos sejam adaptadas, melhoradas ou solues novas
sejam criadas.
Alguns dos principais desafios (que trazem novas oportunidades de pesquisa) so:
Algoritmos adequados e escalveis para milhes ou at bilhes de elementos a
serem analisados;

37
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

Algoritmos que possam ser distribudos, paralelizados e capazes de tratar de


rudos e falhas;
Algoritmos que permitam anlises rpidas de grandes massas de dados, sendo a
anlise quase em tempo real;
Segurana dos dados, no contexto das RSOs, principalmente privacidade;
Diminuir o consumo de recursos necessrio para armazenar, gerenciar,
processar e enviar grandes massas de dados;
Segurana e confiabilidade da informao (publicao de informaes ntimas
por usurios leigos, gerao e propagao de boatos nas RSOs, etc.);
Desafios relacionados multidisciplinaridade dos dados das RSOs que exigem
conhecimentos de diferentes reas do conhecimento sendo, quase sempre,
necessrio que profissionais de diferentes reas consigam interagir e colaborar
nessas anlises;
Analisar mensagens no estruturadas como anlises de linguagem natural, de
imagens e de vdeos; e
Estruturas fsicas para armazenar dados fornecendo acesso rpido aos mesmos.

1.5 Concluso
A quantidade de dados produzidos na Internet aumenta diariamente. Novas aplicaes
usadas na rede, aliadas s aplicaes existentes e ao aumento do uso de sensores e
dispositivos eletrnicos (medidores eltricos, por exemplo) aumentam cada vez mais a
quantidade de dados produzidos. As redes sociais online seguem essa tendncia.
medida que novas mdias digitais surgem e se popularizam, novas funcionalidades so
adicionadas as mdias e novos usurios participam dessas redes, levando ao aumento da
quantidade de dados oriundos de interaes sociais. As informaes das RSOs so
multidisciplinares, em grandes quantidades, produzidos rapidamente e em diferentes
fontes.
Esses dados, produzidos em grande volume, velocidade e de fontes variadas
precisam ser armazenados, gerenciados e possivelmente analisados sob diferentes ticas
para gerao de novos conhecimentos. Big data o termo empregado para esse grande
volume de dados oriundos de fontes heterogneas, produzidos, transmitidos e processados
em altas velocidades.
O volume de contedo produzido e compartilhado nas redes sociais online,
associado ao grande nmero de usurios (cidados de diferentes localidades), fonte de
diversas informaes que se propagam e agregam novos valores s informaes de
diversas reas. Atualmente, analisar essa grande massa de dados um desafio, visto que
as ferramentas utilizadas para minerao de dados, estudos de grafos, entre outras, podem
no ser adequadas para tratar com grandes volumes de dados.
Este trabalho apresentou uma discusso sobre tecnologias e abordagens para
anlises de redes sociais online, contextualizou o problema de anlise de grandes volumes
de dados, abordou as principais abordagens existentes para se trabalhar com esses dados
e apresentou um exemplo prtico de anlise de grandes volumes de dados extrados de

38
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

redes sociais online. Trabalhar com amostras maiores de dados possibilita que
informaes antes ocultas sejam aproveitadas e tragam novas e melhores informaes.
Ainda existem muitos desafios a serem enfrentados, porm a possibilidade de
trabalhar com amostras maiores de dados das redes sociais online permite que novas
informaes sejam extradas e que informaes antes obtidas sejam mais consistentes,
visto que a amostra analisada ser maior. Alm do desafio tcnico de analisar grandes
quantidades de dados, novos desafios surgem a partir dessa nova oportunidade de anlise,
visto que novas informaes que antes no eram consideradas devido s limitaes
tcnicas e humanas podem e devem ser agora consideradas. Tratar essas novas
informaes adequadamente extrapola as reas tcnicas da computao (e at da rea das
cincias exatas) visto que conhecimentos de reas de humanas (como antropologia,
sociologia, psicologia, entre outros) so necessrios. Este trabalho introduziu o tema de
Big Data e anlise de redes sociais, permitindo que pesquisadores e analistas de redes
sociais que desejam trabalhar com grande volume de dados conheam as principais
abordagens e desafios que existem atualmente. Ao mesmo tempo, este trabalho tambm
pode ser utilizado por profissionais que esto trabalhando com Big Data e desejam agora
analisar dados de redes sociais.

Referncias
About Twitter (2014) Our mission: To give everyone the power to create and share ideas
and information instantly, without barriers, Disponvel em:
https://about.twitter.com/company, Acessado em: 19 de julho de 2014.
Albuquerque, R. P., Oliveira, J., Faria, F. F., Studart, R. M., Souza, J. M.(2014),
Studying Group Dynamics through Social Networks Analysis in a Medical
Community, Social Networking, v. 03, p. 134-141.
Alonso, O., Ke, Q., Khandelwal, K., Vadrevu S. (2013), Exploiting Entities In Social
Media, Proceedings of the sixth international workshop on Exploiting semantic
annotations in information retrieval (ESAIR ), ACM, p. 9-12.
Appel, A. P., Hruschka, E.(2011), Por dentro das redes complexas: detectando grupos e
prevendo ligaes, Anais do XXVI Simpsio Brasileiro de Banco de Dados, SBC.
Bidoop Layer (2014), Solues em Big Data Baseadas em Hadoop, Disponvel em:
http://www.bidoop.es/bidoop_layer, Acessado em: 10 de maio de 2014.
Benevenuto, F., Almeida, J., Silva, A. S. (2011), Explorando Redes Sociais Online: Da
Coleta e Anlise de Grandes Bases de Dados as Aplicaces, Minicurso do XXVI
Simpsio Brasileiro de Redes de Computadores, SBC.
Beowulf (2014), The Beowulf Archives, Disponvel em: http://www.beowulf.org/,
Acessado em: 14 de fevereiro de 2014.
Castells, M. (1996), Rise of the Network Society: The Information Age: Economy,
Society and Culture, Vol. 1, John Wiley & Sons.
Chen, H. (2001), Knowledge management systems: a text mining perspective,
Arizona: Knowledge Computing Corporation.

39
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

ComScore (2014), comScore Releases March U.S. Online Video Rankings. Disponvel
em: https://www.comscore.com/por/Insights/Press-Releases/2014/4/comScore-
Releases-March-2014-US-Online-Video-Rankings, Acessado em 19 de julho de 2014.
Costa, L. H. M. K., Amorim, M. D., Campista, M. E. M., Rubinstein, M. G., Florissi, P.,
Duarte, O. C. M. B. (2012), Grandes Massas de Dados na Nuvem: Desafios e
Tcnicas para Inovao, Minicurso do XXX Simpsio Brasileiro de Redes de
Computadores e Sistemas Distribudos, SBC, p. 58.
Cozza, R., Milanesi, C., Gupta, A., Nguyen, T. H., Lu, C. K., Zimmermann, A., & De La
Vernge, H. J. (2011), Market Share Analysis: Mobile Devices, Gartner Report,
Disponvel em: http://www.gartner.com/newsroom/id/1689814, Acessado em 20 de
julho de 2014.
Dale, C., Cheng, X., Liu. J. (2007), Understanding the Characteristics of Internet Short
Video Sharing: YouTube as a Case Study, Technical Report arXiv:0707.3670v1,
Cornell University.
Dean, J., Ghemawat, S. (2008). MapReduce: simplified data processing on large
clusters. Communications of the ACM, v. 51, n. 1, p. 107-113.
DiFranzo, D., Zhang, Q., Gloria, K., Hendler, J. (2013). Large Scale Social Network
Analysis Using Semantic Web Technologies, AAAI Fall Symposium Series.
Easley, D., Kleinberg, J. (2010). Networks, crowds, and markets: Reasoning about a
highly connected world, Cambridge University Press.
Facebook (2014), Public Feed API, Disponvel em:
https://developers.facebook.com/docs/public_feed, Acessado em 21 de janeiro de
2014.
Facebook Data Center (2014), A New Data Center for Iowa, Disponvel em:
https://newsroom.fb.com/news/2013/04/a-new-data-center-for-iowa/, Acessado em
20 de julho de 2014.
Facebook NewsRoom (2014), NewsRoom, Disponvel em:
http://newsroom.fb.com/company-info/, Acessado em 20 de julho de 2014.
Facebook World Cup (2014), World Cup 2014: Facebook Tops A Billion Interactions,
Disponvel em: https://newsroom.fb.com/news/2014/06/world-cup-2014-facebook-
tops-a-billion-interactions/, Acessado em: 20 de julho de 2014.
Grtner, T. (2002), Exponential and geometric kernels for graphs, NIPS Workshop on
Unreal Data: Principles of Modeling Nonvectorial Data, Vol. 5, pp. 49-58.
Getoor, L., Diehl, C. P. (2005), Link mining: A survey, ACM SIGKDD Explorations
Newsletter, v. 7, n. 2, p. 312.
Ghemawat, S., Gobioff, H., Leung, S. T. (2003), The Google file system, ACM
SIGOPS Operating Systems Review, ACM , v. 37, n. 5, p. 29-43.
Girvan, M., Newman, M. (2002), Community structure in social and biological
networks, Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 99, n. 12, p. 7821-
7826.
Gomide, J., Veloso, A., Meira Jr, W., Almeida, V., Benevenuto, F., Ferraz, F., Teixeira,
M. (2011), Dengue surveillance based on a computational model of spatio-temporal

40
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

locality of Twitter, Proceedings of the 3rd International Web Science Conference,


ACM, p. 3-11.
Hanneman, R. A., Riddle, M., Introduction to social network methods, Disponvel em:
http://faculty.ucr.edu/~hanneman/, Acessado em 20 de julho de 2014.
Huisman, M., Van Duijn, M. A. J. (2005), Software for Social Network Analysis. In
Carrington, P .J., Scott, J., ,Wasserman, S. (Editors), Models and Methods in Social
Network Analysis, New York: Cambridge University Press, p. 270-316.
Jacobs, A. (2009) . The pathologies of Big Data. Magazine Communications of the
ACM - A Blind Person's Interaction with Technology, New York, NY, USA. v. 52, n.
8, p. 36-44.
Junior, E. A. S., Oliveira, J. (2013), Hermes: Identificao de Menores Rotas em
Dispositivos Mveis. Anais do XXVIII Simpsio Brasileiro de Banco de Dados -
Demos e Aplicaes, Pernambuco, SBC.
Kashima, H., Inokuchi, A. (2002), Kernels for graph classification. Proceedings of
ICDM Workshop on Active Mining.
Kempe, D., Kleinberg, J., Tardos, E. (2003), Maximizing the Spread of Influence
through a Social Network, Proceedings of the ninth ACM SIGKDD international
conference on Knowledge discovery and data mining, ACM, pp. 137-146.
Kleinberg, J. M. (1999), Authoritative sources in a hyperlinked environment, Journal
of the ACM, v. 46, n. 5, p. 604-632.
Krauss, J., Nann, S., Simon, D., Gloor, P. A., Fischbach, K. (2008), Predicting movie
success and academy awards through sentiment and social network analysis,
Proceedings of European Coferance on Information Systems, p 20262037.
Lafferty, J., McCallum, A., Pereira, F. C. N. (2001), Conditional random fields:
Probabilistic models for segmenting and labeling sequence data, Proceedings of
XVIII International Conference on Machine Learning, Morgan Kaufmann Publishers,
p. 282-289.
Lam, C. (2010), Hadoop in action, Manning Publications Co.
Lauand, B.; Oliveira, J. (2013), TweeTraffic: ferramenta de anlise das condies de
trnsito baseado nas informaes do Twitter. Anais do II Brazilian Workshop on
Social Network Analysis and Mining (BraSNAM), SBC.
Liben-Nowell, D., Kleinberg, J. (2007), The link-prediction problem for social
networks, Journal of the American Society for Information Science and Technology,
v. 58, n. 7, p. 10191031.
Lieberman, M., Visualizing Big Data: Social network analysis, Disponvel em:
http://mvsolution.com/wp-content/uploads/Visualizing-Big-Data-Scial-Network-
Analysis-Paper-by-Michael-Lieberman.pdf, Acessado em 20 de julho de 2014.
Lu, Q., Getoor, L. (2003), Link-based Classification, Proceedings of XX International
Conference on Machine Learning, v. 20, n. 2, p. 142.
Nagarajan, M., Sheth, A., Velmurugan, S. (2011), Citizen sensor data minning, social
media analytics and development centric Web applications. Proceedings of the 20th
international conference companion on World Wide Web, ACM, pp. 289-290.

41
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

Manovich, L. (2011), Trending: the promises and the challenges of big social data,
Minneapolis, MN: University of Minnesota Press.
Melo, H., Oliveira, J. (2014), Ambiente Analtico Web para Anlise da Colaborao
Cientfica no Cenrio Mdico, Anais do X Simpsio Brasileiro de Sistemas de
Informao, SBC, p.387-398 .
Menon, R. (2013), Introducing Hadoop Part II, Disponvel em:
http://rohitmenon.com/index.php/introducing-hadoop-part-ii/, Acessado em: 10 de
dezembro de 2013.
Mikolajczyk, R. T., Kretzschmar, M. (2008), Collecting social contact data in the context
of disease transmission: Prospective and retrospective study designs, Social
Networks, Elsevier, v. 30, n. 2, p. 127-135.
Monclar, R.S., Oliveira, J., Faria, F.F., Ventura, L.V.F., Souza, J. M., Campos, M.L.M.
(2012), The Analysis and Balancing of Scientific Social Networks in Cancer
Control, Handbook of Research on Business Social Networking: Organizational,
Managerial and Technological Dimensions, IGI Global, p. 915-941.
Nakamura, E. F., Loureiro, A. A. F., Frery, A. C. (2007), Information fusion for wireless
sensor networks: Methods, models, and classifications, Computing Surveys, ACM,
v. 39, n. 3, p. 9-64.
Neto, B.; Oliveira, J.; Souza, J. M. (2010). Collaboration in Innovation Networks:
Competitors can become partners, Proceedings of International Conference on
Information Society, IEEE, p. 455-461.
Newman, M. E. J. (2010), Networks: An Introduction, Oxford: Oxford University
Press.
Nodejs (2014), Node.js, Disponvel em: http://nodejs.org, Acessado em: 20 de junho
de 2014.
OMadadhain, J., Hutchins, J., Smyth, P. (2005), Prediction and ranking algorithms for
event-based network data, ACM SIGKDD Explorations Newsletter, 7(2), 23-30.
Oliveira, A. C., Salas, P. R., Roseto S., Boscarioli C., Barbosa W., Viterbo A. (2013a),
Big Data: Desafios e Tcnicas para a Anlise Eficiente de Grandes Volumes e
Variedades de Dados, Minicurso do IX Simpsio Brasileiro de Sistemas de
Informao, SBC.
Oliveira, J., Santos, R. P. (2013b), Anlise e Aplicaes de Redes Sociais em
Ecossistema de Software, Minicurso do IX Simpsio Brasileiro de Sistema de
Informao.
Online Tech (2014), Cloud computing prompts 2012 data center expansion plans,
Disponvel em: http://resource.onlinetech.com/cloud-computing-prompts- 2012-data-
center-expansion-plans/, Acessado em: 19 de julho de 2014.
Pastor-Satorras, R., Vespignani, A. (2001), Epidemic spreading in scale-free networks,
Physical Review Letters, v. 86, n. 14, p. 3200-3203.
Popescul, A; Ungar, L. H. (2003), Statistical Relational Learning for Link Prediction,
Proceedings of IJCAI workshop on learning statistical models from relational data.

42
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

Ranking, T. P. C., Order, B. (1998), The PageRank Citation Ranking: Bringing Order
to the Web. Technical Report, Stanford University, Disponvel em
http://ilpubs.stanford.edu:8090/422/1/1999-66.pdf , Acessado em: 23 de setembro de
2014.
Santos, F. B., Oliveira, J. (2014), More than Just a Game: The Power of Social Media
on Super Bowl XLVI, Social Networking, Scientific Research, v. 03, p. 142-145.
Silva, I. S., Gomide, J., Barbosa, G. A. R., Santos, W., Veloso A., Meira, W. Jr., Ferreira,
R. (2011). Observatrio da Dengue: Surveillance based on Twitter Sentiment Stream
Analysis. XXVI Simpsio Brasileiro de Banco de Dados-Sesso de Demos.
Silva, T. L. C., Arajo, A. C. N., Sousa, F. R. C., Macdo, J. A. F., Machado, J. C. (2013),
Anlise em Big Data e um Estudo de Caso utilizando Ambientes de Computao em
Nuvem. Minicurso do XXVII Simpsio Brasileiro de Banco de Dados.
Solis, B. (2007), Manifesto, The Social Media, Disponvel em:
http://www.briansolis.com/2007/06/future-of-communications-manifesto-for/ ,
Acessado em: 20 de junho 2014.
Souza, J. M., Neto, B., Oliveira, J. (2011), Innovation Networks as a Proposal to
Overcome Problems and Improve Innovation Projects. International Journal for
Infonomics, Infonomics Society, v. 4, p. 623-632.
Statistics | Facebook (2014), Disponvel em:
http://www.facebook.com/press/info.php?statistics, Acessado em: 20 de junho de
2014.
Stempel, G. H., Hargrove, T., Bernt, J. P. (2000), Relation of Growth of Use of the
Internet to Changes in Media Use from 1995 to 1999, Journalism & Mass
Communication Quarterly, SAGE Journals, v. 77, n. 1, p. 71-79.
Stroele, V., Silva, R., Souza, M.F., Mello, C. E., Souza, J. M., Zimbrao, G., Oliveira, J.
(2011), Identifying Workgroups in Brazilian Scientific Social Networks, Journal of
Universal Computer Science, v. 17, p. 1951-1970.
Studart, R. M.; Oliveira, J.; Faria, F.F.; Ventura, L.V.F.; Souza, J. M.; Campos, M.L.M.
(2011), Using social networks analysis for collaboration and team formation
identification, Proceedings of XV International Conference on Computer Supported
Cooperative Work in Design, IEEE, p. 562-569.
Svenson, P., Svensson, P., Tullberg, H. (2006), Social Network Analysis And
Information Fusion For Anti-Terrorism, Proceedings of Conference on Civil and
Military Readiness, Paper S3.1.
Lovett, T., ONeill, E., Irwin, J., Pollington, D. (2010). The calendar as a sensor: analysis
and improvement using data fusion with social networks and location Proceedings of
XXII International Conference on Ubiquitous Computing, ACM, p. 312.
Tan, W., Blake, M. B., Saleh, I., Dustdar, S. (2013), Social-Network-Sourced Big Data
Analytics. Internet Computing. IEEE Computer Society, v. 17, n. 5, p. 62-69.
Taskar, B., Abbeel, P., Koller, D. (2002), Discriminative probabilistic models for
relational data, Proceedings of the Eighteenth conference on Uncertainty in artificial
intelligence, p. 485-492

43
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

Twitter Statistics (2014), Twitter Statistics Verification, Disponvel em:


<http://www.statisticbrain.com/twitter-statistics/>, Acessado em: 19 de julho de 2014.
Wasserman, S., Faust, K. (1994), Social Network Analysis: Methods and Applications,
Cambridge University Press.
Watts, D. J.; Strogatz, S. H. (1998), Collective dynamics of small-world networks,
Nature, v. 393, n. 6684, p. 440-442.
White, T. (2009), Hadoop: The Definitive Guide, OReilly Media.
Yang, C.C., Ng, T.D. (2007), Terrorism and Crime Related Weblog Social Network:
Link,Content Analysis and Information Visualization, Intelligence and Security
Informatics, IEEE. p. 55-58.
YouTube Statistics (2014), Disponvel em:
https://www.youtube.com/yt/press/statistics.html, Acessado em: 19 de julho de 2014.
Zikopoulos, P., Eaton, C. (2011), Understanding Big Data: Analytics for enterprise class
Hadoop and streaming data, McGraw-Hill Osborne Media.
Zuckerberg, M. (2014), One Billion People on Facebook, Disponvel em:
https://newsroom.fb.com/news/2012/10/one-billion-people-on-facebook/, Acessado
em: 20 de julho de 2014.
Zudio, P., Mendonca, L., Oliveira, J. (2014), Um mtodo para recomendao de
relacionamentos em redes sociais cientficas heterogneas , Anais do XI Simpsio
Brasileiro de Sistemas Colaborativos, SBC.

44
T
opicos em Gerenciamento de Dados e Informac
oes 2014 SBC, 1a ed. ISBN 978-85-7669-290-4

Sobre os Autores
Tiago Cruz Frana professor assistente da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
(UFRRJ) e aluno de doutorado no Programa de Ps-Graduao em Informtica, onde desenvolve
pesquisas nas reas de anlise de redes sociais e big data. Tem interesse em tecnologias Web,
Engenharia de Software e Anlise de Redes Sociais. Nos ltimos anos, Tiago tem atuado nos
seguintes temas: Servios Web, Mashups Web, Web das Coisas, Anlise de Sentimentos, Fuso
de Dados Web e dados oriundos de dispositivos inteligentes.

Fabrcio Firmino de Faria professor substituto da Universidade Federal do Rio de Janeiro


(UFRJ), possui mestrado em Informtica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, durante o
qual realizou intercmbio no Digital Enterprise Research Institute (DERI, Irlanda). Atualmente
atua em pesquisas com Web Semntica, Data Warehousing, Anlises de Redes Sociais e Big
Data. Nos ltimos anos trabalhou com processamento de linguagem natural para anlise de dados
textuais e com o desenvolvimento de plataformas para captura e armazenamento de dados
produzidos por sensores.

Fabio Medeiros Rangel graduando da Universidade Federal do Rio de Janeiro, possui


experincia em Anlise de Redes Sociais, com foco em visualizao de dados e desenvolvimento
de algoritmos para clculo de mtricas em ambientes distribudos. Possui interesse nas reas de
Data Mining e Big Data.

Claudio Miceli de Farias possui graduao em Cincia da Computao pela Universidade


Federal do Rio de Janeiro (2008), mestrado (2010) e doutorado (2014) em Informtica pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atuou como professor substituto no Departamento de
Cincia da Computao da UFRJ durante o perodo de 2012 a 2014. Atualmente professor do
Colgio Pedro II e professor visitante no laboratrio de Redes e Multimdia do iNCE-UFRJ. Atua
como revisor no SBSEG e SBRC. tambm membro do comit de programa das conferncias
Wireless Days e IDCS. As principais reas de atuao so: Redes de Sensores sem Fio, Redes de
Sensores Compartilhadas, Fuso de Dados, Escalonamento de tarefas, Smart Grid, Anlise de
Dados e Segurana.

Jonice Oliveira obteve o seu doutorado em 2007 em Engenharia de Sistemas e Computao,


nfase em Banco de Dados, pela COPPE/UFRJ. Durante o seu doutorado recebeu o prmio IBM
Ph.D. Fellowship Award. Na mesma instituio realizou o seu Ps-Doutorado, concluindo-o em
2008. Atualmente professora adjunta do Departamento de Cincia da Computao da UFRJ,
coordenadora do curso de Anlise de Suporte Deciso (habilitao do Bacharelado em Cincias
da Matemtica e da Terra) e atua no Programa de Ps-Graduao em Informtica (PPGI-UFRJ).
Em 2013, tornou-se Jovem Cientista do Nosso Estado pela FAPERJ. Coordena o Laboratrio
CORES (Laboratrio de Computao Social e Anlise de Redes Sociais), que conduz pesquisas
multidisciplinares para o entendimento, simulao e fomento s interaes sociais.
coordenadora de Disseminao e Parcerias do Centro de Referncia em Big Data, da UFRJ. Suas
principais reas de pesquisa so Gesto do Conhecimento, Anlise de Redes Sociais, Big Data e
Computao Mvel.

45

Você também pode gostar