Felipe Acker: o Teorema Fundamental Da Álgebra e Uma Pequena Introdução Às Formas Diferenciais
Felipe Acker: o Teorema Fundamental Da Álgebra e Uma Pequena Introdução Às Formas Diferenciais
Felipe Acker: o Teorema Fundamental Da Álgebra e Uma Pequena Introdução Às Formas Diferenciais
Felipe Acker
P
2
copyright
c 2012 by Felipe Acker
Sumrio
Prefcio i
1 Equaes polinomiais 1
a A frmula de del Ferro-Tartaglia . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
b A frmula de Ferrari . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
c Problemas inerentes soluo de del Ferro-Tartaglia . . . . . . 5
d A inveno dos nmeros complexos . . . . . . . . . . . . . . . 7
e De Ferrari a Galois . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4 Integrais de linha 45
a A variao de ngulo, de novo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
b O trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
c A variao da energia cintica . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
d Recuperando uma funo a partir da derivada . . . . . . . . . 50
3
4 SUMRIO
e A integral de linha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
f Independncia de caminho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
g A derivada e o Teorema Fundamental do Clculo . . . . . . . 57
5 Integrais de superfcie 63
a Medindo reas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
b Medindo outras coisas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
c O ngulo slido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
d Fluxo de um campo de vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
e A nova derivada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
7 Dois Teoremas 95
a A variao de ngulo, de novo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
b Formas exatas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
ndice Remissivo 99
Prefcio
Felipe Acker
[email protected]
i
ii SUMRIO
Captulo 1
Equaes polinomiais
Scipione del Ferro quase levou para o tmulo o processo de que sempre guar-
dou segredo, mas, em seu leito de morte, revelou-o a um discpulo no muito
brilhante, Antonio Maria Fior. Tempos depois, a notcia de que existia uma
o
frmula para resolver equaes do 3 grau instiga Niccolo Tartaglia (1500-
1557), que, por sua vez, obtm de forma independente a soluo. A rivalidade
Fior-Tartaglia culmina em um duelo matemtico (1535), em que cada um dos
dois prope ao outro 30 problemas. A vitria de Tartaglia acachapante:
30 0.
Girolamo Cardano (1501-
A fama de Tartaglia corre a Itlia...Em 1539,
1576), em companhia de seu assistente Ludovico Ferrari (1522-1560), con-
vence-o a ensinar-lhes o mtodo. Tartaglia, porm, exige que os dois ju-
rem, sobre relquias sagradas, jamais revelar o segredo. Pouco tempo de-
pois (1540), Ferrari obtm a frmula da resoluo das equaes do 4o grau.
Ocorre, porm, que o mtodo de Ferrari passa pela reduo a uma equao
1
2 CAPTULO 1. EQUAES POLINOMIAIS
Cardano e Ferrari cam sabendo que Scipione del Ferro deixara, em poder
de seu genro Annibale della Nave, anotaes que poderiam conter o mtodo
o
de resoluo das equaes do 3 grau. Bons de conversa, visitam della Nave,
que concorda em mostrar-lhes os manuscritos do sogro; esses, de fato, contm
o que buscavam. Considerando que, a partir da, obtivera a frmula de del
Ferro diretamente da fonte e sem nada jurar, Cardano se sente livre para
publicar, em seu livro Ars Magna, tanto a frmula de del Ferro-Tartaglia
como a de Ferrari (que, durante muito tempo, foram conhecidas como as
frmulas de Cardano).1
x3 + ax2 + bx + c = 0.
a
x=y ,
3
elimina o termo de 2o grau, conduzindo a uma equao da forma
y 3 + py + q = 0.
1 Podeparecer exagerado o zelo de Cardano e Ferrari em manter o juramento feito
a Tartaglia, que sequer tinha fama de bom moo. Ainda mais se levarmos em conta a
desenvoltura com que juras de amor eterno, feitas diante de um padre na prpria casa de
Deus, so deixadas para trs nos dias de hoje. Mas so outros tempos...no sculo XVI,
quem quebrasse um tal juramento tinha a certeza de ir para o inferno
2 Sinalizemos que nossos heris se beneciaram dos mtodos algbricos desenvolvidos
pelos rabes (a entendidos todos os povos sob domnio rabe durante a Idade Mdia), que
chegaram Europa a partir do sculo XII. Tambm h registro de manuscritos orentinos
que, um sculo antes de del Ferro, j apresentavam a reduo da equao do 3o grau a
uma outra, equivalente, sem termo de 2o grau
B. A FRMULA DE FERRARI 3
3
Uma segunda substituio, menos evidente,
p
y=w ,
3w
conduz a
p3
(w3 )2 + qw3 = 0.
27
Resolvendo essa ltima, encontramos dois valores para w3 , que nos do, cada
um, trs valores (complexos) para w; esses seis valores de w devem agora ser
substitudos em
p
y=w ,
3w
para, de posse dos correspondentes y, obtermos os valores de x por meio de
a
x=y .
3
b A frmula de Ferrari
Partindo da equao
x4 + ax3 + bx2 + cx + d = 0,
chegamos, fazendo a substituio
b
x=z ,
4
3 conhecida como substituio de Vieta
4 CAPTULO 1. EQUAES POLINOMIAIS
z 4 + pz 2 + qz + r = 0.
u2 u2
z4 + z2u + z2u + pz 2 + qz + r = 0,
4 4
ou seja,
2
2 u 2 2 u
z + (u p)z qz + r = 0.
2 4
Ora,
u2
2
(u p)z qz + r
4
ser um quadrado perfeito, se
u2
2
q 4(u p) r = 0.
4
u q
z2 + + up z =0
2 up
e
u q
z2 + up z+ = 0.
2 up
C. PROBLEMAS INERENTES SOLUO DE DEL FERRO-TARTAGLIA5
y 3 + py + q = 0,
ter, igualmente, trs razes reais distintas. Notemos, porm, que, sendo o
coeciente do termo do segundo grau nulo e igual a menos soma das razes,
teremos, agora, necessariamente, pelo menos uma raiz negativa.
f 0 (y) = 3y 2 + p,
com zeros em
r
p
.
3
6 CAPTULO 1. EQUAES POLINOMIAIS
Precisamos, pois, que p seja negativo4 . Para que o mximo local seja positivo,
preciso que
r !
p
f > 0.
3
Para que o mnimo local seja negativo, por outro lado, a condio
r !
p
f < 0.
3
r
2p p
< q;
3 3
a segunda, a
r
2p p
q> .
3 3
Isso equivale a
x3 + ax2 + bx + c = 0,
tiver trs razes reais distintas (que podemos at supor positivas), teremos,
aps a primeira substituio, uma equao da forma
y 3 + py + q = 0,
com
p3
(w3 )2 + qw3 = 0.
27
Para podermos resolv-la sem passar pelos nmeros complexos (que no in-
tegravam o universo de del Ferro e Tartaglia), seria preciso que
4p3 + 27q2 0.
Ora, pelo que acabamos de ver, isso jamais ocorrer, se a equao original
tem trs razes reais distintas.
A concepo que hoje temos dos complexos, porm, no vem pronta com
Bombelli. A primeira tentativa conhecida de lhes dar uma interpretao
geomtrica feita por Wallis, apenas em 1673, mas a identicao entre CI e
os pontos de um plano vai esperar muito mais: em 1799 Wessel publica um
trabalho em que essa viso aparece. A divulgao, porm, lenta; outros,
entre os quais Gauss e Hamilton, trabalham, de forma independente, com
as mesmas ideias, de forma que, apenas nos anos 1830, a identicao entre
Euler
CI e IR2 se torna, de fato, corrente. O smbolo i foi introduzido por
em 1777; a expresso nmeros complexos usada pela primeira vez por
Gauss, em 1831.
e De Ferrari a Galois
Encontrados mtodos para a resoluo, por radicais, das equaes do ter-
ceiro e do quarto graus, a bola da vez passou a ser a equao do quinto
grau. Muita gua rolou por baixo da ponte, passaram-se quase 300 anos. Os
italianos ainda deram contribuies importantes: em 1770, Lagrange (Giu-
seppe Lodovico Lagrangia,1736-1813) chama a ateno para o fato de que as
solues das equaes de grau inferior ao quinto envolvem um truque com
permutaes das razes, que no funciona nas do quinto grau; em 1799, Paolo
Runi (1765-1822) arma a impossibilidade.
questo. O polinmio ter solues por radicais se, e somente se, seu grupo
de Galois for solvel (sem entrar em detalhes: se G o grupo de Galois
do polinmio p, p ter soluo por radicais se e s se houver uma cadeia
G = G0 . G1 . . . . . Gn = I , sendo I o grupo trivial, e cada Gj subgrupo
normal de Gj1 , com Gj1 /Gj cclico). O Teorema de Runi decorre, ento,
do fato que existem polinmios, a partir do quinto grau, cujos grupos de
Galois no so solveis.
p(x0 ) + p0 (x0 )h = 0,
o que nos d um novo chute,
p(x0 )
x1 = x0 + h1 = x0 .
p0 (x0 )
p(xn )
xn+1 = xn ,
p0 (xn )
podemos esperar que
10 CAPTULO 1. EQUAES POLINOMIAIS
lim xn = x,
n
com p(x) = 0.
a Os complexos
Como j vimos, os nmeros complexos surgem, no sculo XVI, como um ar-
o
tifcio de clculo, no processo de soluo de equaes do 3 grau. Expresses
do tipo "a b", com a e b reais, b negativo, eram aceitas no meio das contas,
inicialmente, apenas porque conduziam, eventualmente, a solues dadas por
nmeros de verdade. Neste sentido, a expresso nmero imaginrio, desig-
nando razes quadradas de nmeros negativos, bastante coerente. Apenas
na virada do sculo XVIII para o XIX se chega a uma interpretao geo-
mtrica dos nmeros complexos e de suas operaes. O irlands William
Hamilton, embora no tenha sido o primeiro na geometrizao dos comple-
xos, d, em 1833, uma denio radical. At ento, os nmeros complexos
eram vistos como entidades da forma a + bi, com a e b reais e i um "nmero
2
imaginrio", tal que i = 1. O nmero a chamado de parte real e o
nmero b de parte imaginria. A adio e multiplicao so denidas por:
11
12 CAPTULO 2. O TEOREMA FUNDAMENTAL DA LGEBRA
(a, b) + (c, d) = (a + c, b + d)
a b
,
b a
ou seja,
a b x ax by
= .
b a y bx + ay
!
a b
a b x a2 +b2 a2 +b2 x
= a2 + b2 b a
.
b a y a2 +b2 a2 +b2
y
Ora, a matriz
A. OS COMPLEXOS 13
!
a b
a2 +b2 a2 +b2
b a
a2 +b2 a2 +b2
corresponde rotao do ngulo formado pelo vetor (a, b) com o eixo ho-
rizontal (no sentido trigonomtrico, do eixo para o vetor); o nmero r =
Denio: Dado o par ordenado (a, b) de nmeros reais, com (a, b) 6= (0, 0),
o par (r, ), com
a = r cos
b = r sin ,
dito uma representao de (a, b) em coordenadas polares. Costuma-se
dizer, embora esteja denido apenas a menos de um mltiplo inteiro de 2 ,
que r e so "as coordenadas polares" de (a, b).
z
z = |z|u, u = .
|z|
14 CAPTULO 2. O TEOREMA FUNDAMENTAL DA LGEBRA
1
|z| = r |p(z) z n | < .
|z n |
Note que isto signica que, se quisermos representar na tela de um compu-
n
tador, simultaneamente, as imagens do crculo |z| = r por z 7 z e por
z 7 p(z), teremos, para r sucientemente grande, imagens coincidentes.
b Os quatrnions
Como vimos, apenas na virada do sculo XVIII para o XIX que os nmeros
complexos passam a ser identicados com pontos do plano e interpretados
geometricamente. Um dos maiores entusiastas da identicao de C I com
2
IR foi o matemtico e fsico irlands William Rowan Hamilton (Hamilton
I e IR2 em 1833). Sua obsesso,
publicou sua verso da identicao entre C
naturalmente, j que IR se identica reta eCI ao plano, passou a ser estender
os nmeros complexos a um conjunto numrico que pudesse ser identicado
3 1
ao espao IR (o que, na verdade, impossvel). Em 1843, nalmente,
1 Embora
o primeiro trabalho com a interpretao geomtrica dos nmeros complexos,
devido a Caspar Wessel, tenha sido publicado em 1799 e j abordasse a questo de obter
algo semelhante para o espao, a ideia s pegou depois que Gauss publicou a sua verso,
em 1831. Gauss, na verdade, j tinha a verso geomtrica de CI desde 1799 e, tambm
C. O PRODUTO ESCALAR E O PRODUTO VETORIAL 15
t + xi + yj + zk,
com t, x, y e z reais. Hamilton utilizava, originalmente, a letra w no lugar de
t. Usar t, porm, no trai a memria do irlands, que j em 1828, publicara
um trabalho em que falava da indissocivel conexo entre espao e tempo.
(t1 + x1 i + y1 j + z1 k) + (t2 + x2 i + y2 j + z2 k) =
i2 = j 2 = k 2 = ijk = 1.
(i) ~u (t~v1 + ~v2 ) = t(~u ~v1 ) + (~u ~v2 ) t, ~u, ~v1 , ~v2
(ii) ~u ~v = ~v ~u ~u, ~v
(~u ~v ) w
~ + (~v w)
~ ~u + (w
~ ~u) ~v .
readeF = cos a
a readeF.
|F |2 = |F1 |2 + | F2 |2 + |F3 |2 .
normal a , teremos i igual ao ngulo entre ~ei e ~n (o ngulo entre dois planos
igual ao ngulo entre seus vetores normais4 ). Assim, se ~n dado, na base cannica,
por ~n = n1 e~1 + n2 e~2 + n3 e~3 , temos
Mas, ento,
Logo,
j que ~n unitrio.
4 h,
na realidade "dois" ngulos possveis entre os normais, mas seus cossenos diferem
apenas pelo sinal
E. O TEOREMA FUNDAMENTAL DA LGEBRA 21
|F1 | = |y1 z2 z1 y2 |,
|F1 | = |z1 x2 x1 z2 |,
|F1 | = |x1 y2 y1 x2 |
p(z) = z n + . . . + a0 .
1a ideia: p
pode ser visto como uma funo do plano no plano (podemos,
2
conforme a convenincia do momento, pensar o plano como IR ou como C ).
22 CAPTULO 2. O TEOREMA FUNDAMENTAL DA LGEBRA
Achar uma raiz para p , claro, encontrar z tal que p(z) = 0. Isso pode
ser feito varrendo todo o domnio: tomamos todos os pontos z do plano e
checamos se p(z) = 0. claro que isso no parece muito razovel...
a0
cR
0
0
4a ideia: Para cada curva fechada c no plano, que no passe pela origem,
existe um nmero inteiro n(c) que corresponde ao nmero de voltas que c
d em torno da origem.
|p(z) z n |
lim = 0.
|z| |z n |
Exerccio: Entenda isso. Note que |p(z) z n | |an1 ||z|n1 + . . . + |a0 | e que,
portanto,
Exerccio: Entenda que, se escolhermos uma escala adequada para que r apa-
n
rea no monitor, poderemos at ter, se r for bem grande, p(z) e z ocupando
o mesmo pixel.
26 CAPTULO 2. O TEOREMA FUNDAMENTAL DA LGEBRA
|an1 z n1 + . . . + a0 |,
extremamente pequena, se comparada a rn , de modo que o planeta ,
tambm, forado a dar n voltas em torno da origem.
a
Exerccio: Para clarear um pouco mais a 7 ideia. Chame de
r a imagem,
n
por z z , do crculo de raio r e centro na origem. Pelo que j vimos,
podemos garantir que, para r sucientemente grande, temos, generosamente,
se |z| = r,
1
|
r (z) r (z)| < r (z).
2
Fixemos um tal r. Mostre que, nessas condies, podemos deformar r em
r , sem passar pela origem, por meio das curvas s , s [0, 1], dadas por
s (z) = z n + s(an1 z n1 + . . . + a0 ).
Conclua que, de fato, n(r ) = n(
r ).
5
Exerccio: Note que esse argumento, tambm geral, a essncia da 7a ideia:
se, ao percorrermos duas curvas planas fechadas, 1 (z) e 0 (z), que no pas-
sam pela origem, notarmos que, para todo z , temos |1 (z) 0 (z)| < |0 (z)|,
ento n(1 ) = n(0 ). Sugesto: deforme 0 em 1 por meio de
5e
de um teorema de Anlise Complexa, conhecido como Teorema de Rouch, do
qual o TFA corolrio
28 CAPTULO 2. O TEOREMA FUNDAMENTAL DA LGEBRA
Captulo 3
A forma de variao de ngulo e o
nmero de voltas
29
30CAPTULO 3. A FORMA DE VARIAO DE NGULO E O NMERO DE VOLTAS
1
u(t) = c(t).
|c(t)|
c(b)
c(t)
u(t)
0 c(a)
u(t).u
(t)
ter valor absoluto igual norma de u(t)
, mas seu sinal ser positivo ou ne-
gativo, conforme u(t)
aponte no sentido trigonomtrico ou no horrio. Desta
forma, a variao de ngulo ser dada pela integral
Z b
u(t).u
(t)dt.
a
Z b
(u2 (t)u 1 (t) + u1 (t)u 2 (t))dt.
a
1
u(t) = p (x(t), y(t));
x(t) + y(t)2
2
1
u (t) = p (y(t), x(t)).
x(t)2 + y(t)2
1
u(t)
= (y(t)2 x(t)
x(t)y(t)y(t),
x(t)2 y(t)
x(t)y(t)x(t)),
(x(t)2 2
+ y(t) )3/2
32CAPTULO 3. A FORMA DE VARIAO DE NGULO E O NMERO DE VOLTAS
de modo que
y(t)x(t)
+ x(t)y(t)
u(t).u
(t) = .
x(t)2 + y(t)2
Denio: Seja
b
y(t)x(t)
Z
+ x(t)y(t)
dt.
a x(t)2 + y(t)2
Lema: Se c1 , c2 : [a, b] IR2 \ {(0, 0)} so tais que existe r : [a, b] ]0, [,
com
cs : [a, b] .
Denio: Seja uma regio do plano IR2 (ou do espao IR3 ). Uma homo-
topia em uma aplicao que, a cada s de um intervalo I IR, associa
uma curva
cs : [a, b] .
Mais precisamente, uma homotopia em uma aplicao contnua
h : I [a, b] .
2 Essa
hiptese , na verdade, desnecessria, como veremos mais frente, usando o
Teorema de Green
34CAPTULO 3. A FORMA DE VARIAO DE NGULO E O NMERO DE VOLTAS
cs (a) = A, cs (b) = B s I,
cs(a) = cs (b) s I,
h h
, ,
s t
sejam funes contnuas.
h : [0, [ IR2 .
(r, ) 7 r(cos , sin )
Neste caso, h homotopia de caminhos fechados.
0 0
0 1 s
x y
x(s,
t) = , y(s,
t) = ,
t t
Demonstrao: Seja s I . Queremos mostrar que para todo > 0 existe > 0 tal
que
Como o integrando
y(s, t)x(s,
t) + x(s, t)y(s,
t)
2
x(s, t) + y(s, t)2
|(s1 ) (s)| =
b b
Z
y(s1 , t)x(s y(s, t)x(s,
Z
1 , t) + x(s1 , t)y(s
1 , t) t) + x(s, t)y(s, t)
dt dt
a x(s1 , t)2 + y(s1 , t)2 a x(s, t)2 + y(s, t)2
Z b
y(s1 , t)x(s 1 , t) y(s, t)x(s,
1 , t) + x(s1 , t)y(s t) + x(s, t)y(s, t)
dt <
a
x(s1 , t)2 + y(s1 , t)2 x(s, t)2 + y(s, t)2
4 Se f : [a1 , b1 ] [a2 , b2 ] IR contnua, ento f uniformemente contnua, isto :
> 0 > 0 | |(x1 , y1 ) (x2 , y2 )| < |f (x1 , y1 ) f (x2 , y2 )| < .
C. O NMERO DE VOLTAS 37
Z b
< dt = .
a ba
c O nmero de voltas
Nosso prximo passo, naturalmente, denir o nmero de voltas, que, em
linguagem erudita, recebe o nome de ndice.
Denio: Seja
uma curva parametrizada fechada (isto , tal que c(a) = c(b)) de classe
C 1 , dada por c(t) = (x(t), y(t)). O ndice de c em relao origem o
nmero n(c), denido por
b
y(t)x(t)
Z
1 + x(t)y(t)
n(c) = 2 2
dt.
2 a x(t) + y(t)
Proposio: Seja
uma curva parametrizada de classe C 1 , dada por c(t) = (x(t), y(t)). Seja
o tal que
x(a) y(a)
cos o = p , sin o = p .
x(a)2 + y(a)2 x(a)2 + y(a)2
38CAPTULO 3. A FORMA DE VARIAO DE NGULO E O NMERO DE VOLTAS
p
r(t) = x(t)2 + y(t)2 ,
t
y(s)x(s)
Z
+ x(s)y(s)
(t) = o + ds.
a x(s)2 + y(s)2
Ento c(t) = r(t)(cos (t), sin (t)), para todo t em [a, b].
Logo,
D. DEMONSTRAO ERUDITA DO TEOREMA FUNDAMENTAL DA LGEBRA39
Substituindo o valor de :
= u2 u 1 + u1 u 2 ,
e lembrando que u21 + u22 1 (e, portanto, u1 u 1 + u2 u 2 0), obtemos
um nmero inteiro.
p(z) = z k + ak1 z k1 + . . . + a0 .
Temos, por hiptese, k > 0. Seja I = [0, [ e seja h : I [0, 2] IR2 a homotopia
dada por
Pelo que vimos nas sees anteriores, a funo : [0, [ IR, dada por
(r) = n(cr ),
seria contnua e s assumiria valores inteiros. Pelo Teorema do Valor Intermedirio,
deveria ser constante. imediato que (0) = 0 (trata-se do ndice da curva
constante e igual a a0 ). Vamos, agora, mostrar que, para r sucientemente grande,
(r) = k , o que conduzir concluso de que p tem uma raiz.
imediato que:
E. EXTRA: O TEOREMA DE PONTO FIXO DE BROUWER 41
1. hk de classe C 1
2. hk homotopia de curvas fechadas
3. hk (0, t) c(t)
4. hk (1, t) cr (t)
Resta provar que, se r for sucientemente grande, hk (s, t) 6= (0, 0), se (s, t)
[0, 1] [0, 2]. Ora, isso decorre de que, para z nos complexos,
|hk (s, t)| |(zt )k | s|ak1 (zt )k1 + . . . + a0 | rk (|ak1 |rk1 + . . . + |a0 |) > 0.
ou seja,
p
t =< f (x), x f (x) > + < f (x), x f (x) >2 +|x f (x)|2 (1 |f (x)|2 ).
b
y(t)x(t)
Z
+ x(t)y(t)
2 2
dt.
a x(t) + y(t)
Z b
y(t) dx x(t) dy
(t) + (t) dt.
a x(t)2 + y(t)2 dt x(t)2 + y(t)2 dt
45
46 CAPTULO 4. INTEGRAIS DE LINHA
dx dy
dt = dx, dt = dy
dt dt
Z
y x
dx + 2 dy .
c x2 + y 2 x + y2
b O trabalho
Continuemos trabalhando com uma curva c, de classe C 1 denida no intervalo
[a, b]. Suponhamos agora que t, em [a, b], representa o tempo e que c(t) a
posio de uma partcula no instante t. Suporemos, tambm, que a partcula
3 2
se desloca em uma regio do espao IR (ou do plano IR ). Para dar a
esta seo um carter religioso, suporemos que, sobre as partculas presentes
em age uma entidade misteriosa, que chamaremos de campo de foras.
Essa entidade caracterizada por uma funo
c F (c(t))
A = c(a) B = c(b)
c0 (t)
c(t)
a b
n
X
F (c(i )) (c(ai ) c(ai1 )).
i=1
c(t) = (x(t), y(t), z(t)), F (x, y, z) = (F1 (x, y, z), F2 (x, y, z), F3 (x, y, z)).
Teremos, ento,
n
X
F (x(i ), y(i ), z(i )) (x(ai ) x(ai1 ), y(ai ) y(ai1 ), z(ai ) z(ai1 )) =
i=1
1 Uma
partio do intervalo [a, b] um subconjunto nito P = {a0 , a1 , . . . , an } de [a, b],
com a = a0 < a1 < < an = b. A norma da partio P o nmero |P | =
max {a1 a0 , a2 a1 . . . , an an1 }
48 CAPTULO 4. INTEGRAIS DE LINHA
n
X
F1 (x, y, z)x + F2 (x, y, z)y + F3 (x, y, z)z,
i=1
o que j nos faz acreditar que, no limite, quando a norma de P tender a zero,
o que estamos calculando deve ser notado por
Z
F1 dx + F2 dy + F3 dz.
c
Z b
[F1 (x(t), y(t), z(t))x(t)
+ F2 (x(t), y(t), z(t))y(t)
+ F3 (x(t), y(t), z(t))z(t)dt]
,
a
dx dy dz
x(t)dt
= dt = dx, y(t)dt
= dt = dy, z(t)dt
= dt = dz,
dt dt dt
F (c(t)) = m
c(t),
ou, em coordenadas,
(F1 (x(t), y(t), z(t)), F2 (x(t), y(t), z(t)), F3 (x(t), y(t), z(t))) = m(
x(t), y(t), z(t)).
c(t) = m
mc(t) c(t) c(t)
= m(
x(t)x(t)
+ y(t)y(t)
+ z(t)z(t)),
Z b
[F1 (x(t), y(t), z(t))x(t)
+ F2 (x(t), y(t), z(t))y(t)
+ F3 (x(t), y(t), z(t))z(t)]
dt,
a
ou simplesmente
Z
F1 dx + F2 dy + F3 dz.
c
c : [a, b] ,
t 7 c(t) = (x(t), y(t), z(t))
D. RECUPERANDO UMA FUNO A PARTIR DA DERIVADA 51
f (B)f (A) = f (c(an ))f (c(a0 )) = f (c(an ))f (c(an1 ))+. . .+f (c(a1 ))f (c(a0 )).
Aproximando cada f (c(ai )) f (c(ai1 )) por df (c(i ))(c(ai ) c(ai1 )), tere-
mos, usando coordenadas,
n
X f f f
f (B) f (A) (xi , yi , zi )xi + (xi , yi , zi )yi + (xi , yi , zi )zi ,
i=1
x y z
Z
f f f
f (B) f (A) = (x, y, z)dx + (x, y, z)dy + (x, y, z)dz;
c x y z
Z
f f f
f (B) f (A) = dx + dy + dz.
c x y z
52 CAPTULO 4. INTEGRAIS DE LINHA
f c : [a, b] IR ,
t 7 f (c(t)) = f (x(t), y(t), z(t))
Z b
f
f (B) f (A) = (x(t), y(t), z(t))x(t)+
a x
f f
+ (x(t), y(t), z(t))y(t)
+ (x(t), y(t), z(t))z(t)
dt,
y z
ou seja,
Z
f f f
f (B) f (A) = dx + dy + dz.
c x y z
e A integral de linha
A esta altura do campeonato, talvez j seja razovel dizer que os exemplos
anteriores (variao de ngulo, trabalho, variao da energia cintica e vari-
ao do valor de uma funo ao longo de uma curva) podem ser agrupados
em um conceito geral, que chamaremos de integral de linha: em todos eles,
chegamos a uma integral, ao longo da curva c, que representamos por
Z
F1 dx + F2 dy + F3 dz.
c
O integrando, em todos os casos, uma funo linear que foi usada para
associar um nmero ao vetor velocidade c(t)
. Esse integrando, que pode
E. A INTEGRAL DE LINHA 53
2
((P )v = F1 (P )v1 + F2 (P )v2 , se estivermos em IR ). Diremos que
contnua, diferencivel, ou de classe r
C , conforme o sejam F1 , F2 e F3 .
Formas diferenciais servem, claro, para calcularmos as integrais de linha.
As integrais se do sobre curvas parametrizadas.
Denio: Uma curva parametrizada em uma aplicao
c : [a, b] .
t 7 c(t) = (x(t), y(t), z(t))
Denio: Sejam = F1 dx + F2 dy + F3 dz em
uma 1-forma diferencial
e c : [a, b] uma curva parametrizada C 1 por partes em , dada por
c(t) = (x(t), y(t), z(t). A integral de linha de sobre c denida por
Z Z
= F1 dx + F2 dy + F3 dz =
c c
Z b
[F1 (x(t), y(t), z(t))x(t)
+ F2 (x(t), y(t), z(t))y(t)
+ F3 (x(t), y(t), z(t))z(t)]
dt,
a
caso essa ltima integral exista (o que sempre o caso, se for contnua,
por exemplo). Salvo meno em contrrio, suporemos sempre que nossas
1-formas so contnuas.
f Independncia de caminho
Uma questo que, de imediato, podemos colocar a seguinte: ser que,
para toda 1-forma diferencial em , existe uma funo f : IR tal
2
que = df ? A resposta negativa, mesmo no caso em que IR . Se
= F1 dx + F2 dy , com F1 e F2 de classe C 1 , por exemplo, teramos, caso
existisse uma tal f ,
f f
F1 = , F2 = ,
x y
F. INDEPENDNCIA DE CAMINHO 55
o que exigiria
F1 2f 2f F2
= = = ,
y yx xy x
F1 F2
6= .
y x
Z Z b
= df (c(t))c(t)dt
= f (c(b)) f (c(a)) = f (Q) f (P ),
c a
Z
= 0.
c
c1 (a1 + t a), t [a, a + b1 a1 ]
c(t) =
c2 (a2 + b t), t [a + b1 a1 , b]
Mostre que
Z Z Z
= ,
c c1 c2
R R
1.
c1
=
c2
, quaisquer que sejam as curvas c1 e c2 em que comecem
em um mesmo ponto e terminem em um mesmo ponto;
R
2.
c
=0 para toda curva fechada c em .
ou, equivalentemente,
Z
f (c(b)) f (c(a)) = df.
c
Z
c 7 df.
c
Nosso Teorema pode ser lido assim: quando um ponto se desloca da posio
A at a posio B , deixando como rastro a curva c (cujas extremidades so,
precisamente, A e B ), a variao de f , f (B) f (A), dada pela integral de
df sobre c.
: [a1 , b1 ] [a2 , b2 ] ,
Vamos, porm preferir trabalhar (pelo menos para uma primeira abordagem)
com homotopias de extremidades xas. Dois so os motivos:
t
c0
c1
Z
df
cs
constante, independente de s.
t
c0
.
B
Q A .
s c1
Z
I(s) = F(cs ) = ,
cs
ao longo de homotopias
: [a1 , b1 ] [a2 , b2 ] ,
tais que (s, a) A e (s, b) B . A ideia, agora, medir o quanto I(s)
deixa de ser constante, calculando sua derivada I 0 (s):
Z
0 d
I (s) = .
ds cs
(s) = g((s))
e calculamos sua derivada em relao a s,
que vem a ser o que chamamos de
0
derivada de g na direo do vetor velocidade (s):
d
0 (s) = g((s)) = dg((s)) 0 (s).
ds
sendo o ponto (s) que se desloca (deixando como rastro a curva ) substi-
tudo pela curva cs (que varre a superfcie parametrizada por ). O que nos
propomos a investigar
G. A DERIVADA E O TEOREMA FUNDAMENTAL DO CLCULO 61
d
I 0 (s) = F(cs ).
ds
Z b Z b Z
0 0
(b) (a) = (s)ds = dg((s)) (s)ds = dg.
a a
Podemos esperar, se tudo der certo, que, no caso em que so curvas que
se movem, deixando como rastro uma superfcie, a variao de F seja dada
por alguma espcie de integral de superfcie (calculada sobre a superfcie
parametrizada por ). H sinal de que isso, de fato, ocorra. Anal,
Z b1 Z b1
0 d
F(b1 ) F(a1 ) = I(b1 ) I(a1 ) = I (s)ds = F(cs ) ds =
a1 a1 ds
Z b1 Z Z b1 Z b2
d d
= ds = (cs (t))cs (t)dt ds =
a1 ds cs a1 ds a2
Z b1 Z b2 Z b 1 Z b 2
d d
((s, t)) (s, t)dt ds = ((s, t)) (s, t) dt ds.
a1 ds a2 t a1 a2 ds t
2 Ccomodizem, brincando, alguns fsicos, o fato de que sempre podemos derivar dentro
do sinal de integral um "teorema" bsico da Fsica
62 CAPTULO 4. INTEGRAIS DE LINHA
Captulo 5
Integrais de superfcie
Observaes:
1. Embora possamos, eventualmente, faz-lo, uma superfcie no deve ser
confundida com seu trao (que, poderamos dizer, a superfcie pro-
priamente dita ). A superfcie parametrizada : [0, ] [02, ] IR3 ,
dada por
S 2 = (x, y, z) IR3 | x2 + y 2 + z 2 = 1 .
63
64 CAPTULO 5. INTEGRAIS DE SUPERFCIE
(s, t), (s, t),
s t
nesta ordem, seu produto vetorial normal superfcie (pode ser nulo).
Podemos, eventualmente, us-lo para denir um sentido positivo, ou
orientao de . Note que sempre possvel inverter a orientao de
, trocando a parametrizao de forma que o vetor normal mude de
sentido.
com r [0, R], [0, 2] (R > 0 real e n > 1 inteiro, ambos xos).
Note que, neste caso, o trao de o disco de centro (0, 0) e raio R,
percorrido n vezes.
5. O bordo (que ainda vamos denir) pode ser algo sutilmente diferente
da imagem do bordo do retngulo [a1 , b1 ] [a2 , b2 ] (que, claro,
dado por seus quatro lados). Vejamos a superfcie parametrizada :
[0, ] [02, ] IR3 , dada por
(0, 1) c3 (1, 1)
c4 Q c2
(0, 0) c1 (1, 0)
a Medindo reas
O comprimento de uma curva parametrizada c : [a, b] obtido da se-
guinte forma: toma-se uma partio P = {t0 , . . . , tn } de [a, b], e considera-se
o comprimento da poligonal [c(t0 ), c(t1 ), . . . , c(tn1 ), c(tn )], que aproximado
por
n
X
|c(
i )|(ti ti1 ),
i=1
66 CAPTULO 5. INTEGRAIS DE SUPERFCIE
Z b
|c(t)|dt.
a
u (u0 , v0 ) e v (u0 , v0 ),
u v
cuja rea dada pela norma de seu produto vetorial:
uv| (u0 , v0 ) (u0 , v0 )|.
u v
Z b2 Z b1
| (u, v) (u, v)|dudv.
a2 a1 u v
uv
u (u0 , v0 )
v (u0 , v0 )
v0 + v
v0
u0 u0 + u
du (u, v), dv (u, v)
u v
o elemento innitesimal de superfcie . Sua rea
| (u, v) (u, v)|dudv;
u v
Z 2 Z
|(cos s cos t, cos s sin t, sin s) ( sin s sin t, sin s cos t, 0)| dsdt =
0 0
Z 2 Z
Z 2 Z
(sin2 s cos t, sin2 s sin t, cos s sin s) dsdt = sin s dsdt = 4.
0 0 0 0
68 CAPTULO 5. INTEGRAIS DE SUPERFCIE
dt c(t),
o nmero (innitesimal)
(c(t))(dt c(t))
= (c(t))(c(t))
dt.
ds (s, v), dt (s, t) .
s t
(iii) (~u, ~v ) = 0,
sempre que ~u e ~v sejam linearmente dependentes.
0 = (~u + ~v , ~u + ~v ) = (~u, ~u) + (~v , ~v ) + (~u, ~v ) + (~v , ~u) = (~u, ~v ) + (~v , ~u),
o que signica que (~u, ~v ) troca de sinal, quando trocamos a ordem dos
vetores ~u e ~v . Da o adjetivo alternada.
Admitindo que nossos medidores de elementos de superfcie sejam formas
bilineares alternadas, poderamos, ento, considerar dada uma aplicao
P 7 (P ),
que a cada ponto P
associa uma forma bilinear alternada (P ) ( cha-
de
mada uma 2-forma diferencial em ). Dada uma superfcie parametrizada
: [a1 , b1 ] [a2 , b2 ] , o elemento (innitesimal) de superfcie
ds (s, v), dt (s, t)
s t
70 CAPTULO 5. INTEGRAIS DE SUPERFCIE
((s, t)) ds (s, v), dt (s, t) = ((s, t)) (s, v), (s, t) dsdt.
s t s t
Z Z b2 Z b1
= ((s, t)) (s, v), (s, t) dsdt.
a2 a1 s t
c O ngulo slido
Assim como o ngulo correspondente a uma curva, vista da origem, pode
ser denido a partir do comprimento de sua projeo sobre o crculo unit-
1 2 2 2
rio S = {(x, y) IR | x + y = 1}, o ngulo slido correspondente a uma
superfcie, vista da origem, pode ser dado pela rea de sua projeo sobre a
esfera
S 2 = (x, y, z) IR3 | x2 + y 2 + z 2 = 1
S2
(S)
S
Assim como no caso das curvas, interessante que a rea da projeo te-
nha um sinal; veremos como lidar com isso. Comecemos considerando uma
superfcie parametrizada
Como no caso das curvas, acompanhemos o ponteiro, (s, t), dado por =
p , sendo
A primeira ideia, como no caso das curvas, seria denir o ngulo slido com-
preendido por com a rea da superfcie parametrizada = p ,
1
(s, t) = p (x1 (s, t), x2 (s, t), x3 (s, t)).
x1 (s, t) + x2 (s, t)2 + x3 (s, t)2
2
Devemos, porm, como no caso das curvas, levar em conta o fato de que
nossa superfcie pode fazer voltas. Isso nos leva a tomar a seguinte deciso:
caso o vetor normal
(u, v) (u, v)
u v
aponte para longe da origem, consideraremos positivo o elemento de rea;
caso contrrio, cont-lo-emos negativamente. Passemos s contas.
Queremos uma integral que nos d a rea, com sinal, da projeo de sobre
S 2 . O elemento de superfcie a considerar, para cada (s, t) [a1 , b1 ] [a2 , b2 ]
2
o de = p. Ora, toma valores em S ; isso implica em serem tangentes
2
a S os vetores
72 CAPTULO 5. INTEGRAIS DE SUPERFCIE
, ;
s t
logo, seu produto vetorial (cuja norma , a menos de sinal, nosso integrando)
2
normal a S . Calculemos:
= p = p0 () , = p = p0 () ,
s s s t t t
1
com p(x) = |x| x.
O clculo de p0 (x)h nos d, para qualquer ponto x em IR3 \{(0, 0)} e qualquer
vetor h em IR3 ,
1 < x, h >
p0 (x)h = h x.
|x| |x|3
Para simplicar um pouco a notao, chamemos (s, t) = (x1 (s, t), x2 (s, t), x3 (s, t))
de x. Ento
x 1 x < x, x >
= p0 (x) = s
3
x,
s s |x| s |x|
x 1 x < x, x >
= p0 (x) = t
3
x.
t t |x| t |x|
Como
1
=p= x,
|x|
o vetor unitrio normal (apontando para fora) a S2 em (s, t) o prprio
(s, t), dado por
1
(s, t) = x(s, t).
|x(s, t)|
2
Ora, e so tangentes a S e, portanto, normais ao vetor acima. Assim,
s t
a menos do sinal, o elemento de rea que queremos dado pelo produto
escalar
C. O NGULO SLIDO 73
, ,
s t
1 1 x < x, x
s
> 1 x < x, x
t
>
x, x, x.
|x| |x| s |x|3 |x| t |x|3
Agora vale muito a pena observar que, nos dois ltimos vetores, temos
< x, x
s
> < x, x
t
>
x, x,
|x|3 |x|3
que so mltiplos do primeiro e, portanto, podem ser descartados. Ficamos,
pois, com
1 1 x 1 x 1 x x
x, = 3
x, .
|x| |x| s |x| t |x| s t
1 x x
x, dsdt
|x|3 s t
De fato, como x aponta para longe da origem o sinal ser positivo quando
o normal apontar para longe e negativo quando apontar para perto. Assim,
chamando (s, t) de x, o ngulo slido ser a integral
Z b2 Z b1
1 x x
3
x, dsdt,
a2 a1 |x| s t
que pode tambm ser escrita, usando o ponto para o produto escalar,
74 CAPTULO 5. INTEGRAIS DE SUPERFCIE
Z b2 Z b1
1 x x
x dsdt,
a2 a1 |x|3 s t
ou ainda, para quem prefere o determinante,
Z b2 Z b1
1 x x
det 3
x, , dsdt.
a2 a1 |x| s t
satisfaz s propriedades a seguir, para todos ~u, ~u1 , ~u2 , ~v , ~v1 , ~v2 em IR3 e para
todo t em IR:
(iii) (x)(~u, ~v ) = 0,
sempre que ~u e ~v sejam linearmente dependentes.
Assim, o ngulo slido calculado por meio de uma integral como as que
imaginamos na seo anterior:
Z Z b2 Z b1
= ((s, t)) (s, v), (s, t) dsdt.
a2 a1 s t
D. FLUXO DE UM CAMPO DE VETORES 75
n
F (x(t))
x(t)
S
Figura 5.4: uxo do campo F atravs da superfcie S
n(x)
dtF (x)
x
dS
Note que esta uma integral escalar e deve ser calculada, em princpio, via
uma parametrizao de S.
R
Para o clculo de
S
F.ndS , suponhamos que S a imagem de uma super-
1 3
fcie parametrizada (de classe C ) : [a1 , b1 ] [a2 , b2 ] IR , (u, v) =
(x1 (u, v), x2 (u, v), x3 (u, v)).
v
??
(u0 , v0 )v (Figura ). A rea desse paralelogramo calculada por meio
do produto vetorial,
D. FLUXO DE UM CAMPO DE VETORES 77
uv
u (u0 , v0 )
v (u0 , v0 )
v0 + v
v0
u0 u0 + u
e1 e2 e3
x1 x2 x3
uv (u0 , v0 ) (u0 , v0 ) = det u u u
uv.
u v x1 x2 x3
v v v
Assim, o vetor
u
(u0 , v0 )
v
(u0 , v0 ) normal a S em (u0 , v0 ) e tal que sua
norma expressa a relao entre o elemento de rea dS de S e o elemento
de rea dudv de [a1 , b1 ] [a2 , b2 ]. Desta forma, nosso uxo de um campo F
atravs de S pode ser calculado por
Z Z b1 Z b2
F.ndS = F ((u, v)). (u, v) (u, v)dudv,
S a1 a2 u v
ou, se preferirmos o determinante,
Z Z b1 Z b2
F.ndS = det F ((u, v)), (u, v), (u, v) dudv.
S a1 a2 u v
~ =
R R
S
F.ndS = S F.dS
78 CAPTULO 5. INTEGRAIS DE SUPERFCIE
Z b1 Z b2 F1 F 2 F 3
x1 x2 x3
= det u u u
(u, v)dudv,
a1 a2 x1 x2 x3
v v v
sendo (u, v) =R (x1 (u, v), x2 (u, v), x3 (u, v)). Usaremos tambm a notao
mais abreviada
S
F.
Seja qual for a notao preferida, o fato que chegamos, de novo, a uma
3
forma bilinear alternada. De fato, se F IR , a aplicao
F : IR3 IR3 : IR
(u, v) 7 F (~u, ~v ) = det (F, ~u, ~v ))
satisfaz s propriedades a seguir, para todos ~u, ~u1 , ~u2 , ~v , ~v1 , ~v2 em IR3 e para
todo t em IR:
(iii) F (~u, ~v ) = 0,
sempre que ~u e ~v sejam linearmente dependentes.
Z Z
~=
F.dS F .
S
e A nova derivada
Voltemos questo de, dada uma 1-forma em ,
Z
,
cs
t
c0 .B
Q
A .
c1
s
Seja Q = [0, 1] [0, 1]. Seja :Q dada por (s, t) = cs (t) ( dita
uma homotopia de extremidades xas entre c0 e c1 ).
Em princpio, deveramos exigir apenas que as curvas cs variem continua-
mente com s,
mas, para evitar aborrecimentos desnecessrios na hora das
2
contas, vamos supor que de classe C . Para ajudar nos clculos, obser-
vamos que, sendo F (x) = (F1 (x), F2 (x), F3 (x)), temos, para qualquer ~v em
IR3 ,
80 CAPTULO 5. INTEGRAIS DE SUPERFCIE
t
c0
.
B
Q A .
s c1
Note que
(s, 0) A, (s, 1) B.
Seja ento , para s em [0, 1],
Z
I(s) = ,
cs
ou seja,
Z 1 Z 1
I(s) = F (cs (t)).cs (t)dt = F ((s, t)). (s, t)dt.
0 0 t
Recordemos que, se existisse f : IR3 IR tal que df = ), I deveria ser
constante. Uma tentativa de entender o caso geral pode comear pelo estudo
da derivada de I
(anal, a derivada mede o quanto uma funo deixa de ser
0
constante). Calculando I (s), obtemos, se F = (F1 , F2 , F3 ) e = (x1 , x2 , x3 ):
R1h 0 2
i
I 0 (s) = 0
F ((s, t))
s
(s, t)
t
(s, t) + F ((s, t)) st
(s, t) dt.
R1
I 0 (s) = F 0 ((s, t))
0 s
(s, t) t
(s, t) dt + F ((s, t)) s
(s, t) |t=1
t=0
R1
F 0 ((s, t))
0 t
(s, t) s
(s, t) dt.
Como (s, 0) A e (s, 1) B , temos
s
(s, 0) 0 e
s
(s, 1) 0. Logo,
Z 1
0 0 0
I (s) = F ((s, t)) (s, t) (s, t)F ((s, t)) (s, t) (s, t) dt
0 s t t s
Agora bom observar que, se A : IR3 IR3 uma transformao linear, sua
adjunta a transformao 3 3
linear A : IR IR , dada por
Segue, ento
Z 1
0
I (s) = (F 0 ((s, t)) F 0 ((s, t)) ) (s, t) (s, t)dt.
0 s t
: IR3 IR3 : IR
(u, v) 7 (~u, ~v ) =< A~u A~u, ~v >
satisfaz s propriedades a seguir, para todos ~u, ~u1 , ~u2 , ~v , ~v1 , ~v2 em IR3 e para
todo t em IR:
(iii) (~u, ~v ) = 0,
sempre que ~u e ~v sejam linearmente dependentes.
< A~u A ~u, ~v >=< A~u A ~u, t~u >= t < A~u, ~u > t < A ~u, ~u >=
= t(< A~u, ~u > < ~u, A~u >) = t(< A~u, ~u > < A~u, ~u >) = 0.
sendo F : IR3 dada por F (x, y, z) = (F1 (x, y, z), F2 (x, y, z), F3 (x, y, z)dz).
Captulo 6
Os Teoremas de Kelvin e de
Green
a Os objetos
Estamos trabalhando com curvas e superfcies parametrizadas. Podemos,
eventualmente, considerar suas generalizaes para dimenses mais altas.
Embora no nos sejam teis neste texto, no custa nada apresentar uma
denio mais geral.
83
84 CAPTULO 6. OS TEOREMAS DE KELVIN E DE GREEN
10 (t2 ) = (a10 , t2 ),
11 (t2 ) = (a11 , t2 ),
= 20 11 21 10 .
Exerccio: Sejam c, cn : [0, 2] IR2 dadas por c(t) = (cos t, sin t) e cn (t) =
(cos nt, sin nt). Entenda que nc = cn para toda 1-forma (contnua, para
R R
simplicar).
= 20 + 11 21 10 .
c = n1 c1 + + nk ck ,
onde cada ni um inteiro e cada
ci : [ai , bi ]
de classe Cr (com ai 6= bi ).
A. OS OBJETOS 85
11 (t2 ) = (a11 , t2 ),
= 20 + 11 21 10 .
Observao: Note que os sinais foram tomados para manter o sentido trigo-
nomtrico (misteriosamente escolhido).
86 CAPTULO 6. OS TEOREMAS DE KELVIN E DE GREEN
b Os integrandos
Consideraremos apenas integrandos sobre objetos de dimenses 1 e 2: 1-
formas ou 2-formas, conforme o caso.
2
((P )v = F1 (P )v1 + F2 (P )v2 , se estivermos em IR ). Diremos que
contnua, diferencivel, ou de classe r
C , conforme o sejam F1 , F2 e F3 .
Z b
[F1 (x(t), y(t), z(t))x(t)
+ F2 (x(t), y(t), z(t))y(t)
+ F3 (x(t), y(t), z(t))z(t)]
dt,
a
caso essa ltima integral exista (o que sempre o caso, se for contnua,
por exemplo). Salvo meno em contrrio, suporemos sempre que nossas
1-formas so contnuas. Se c = n1 c1 + . . . + nl cl uma 1-cadeia em , a
integral de sobre c dada por
B. OS INTEGRANDOS 87
Z Z Z
= n1 + . . . + nl .
c c1 cl
= 20 11 21 10 ,
com
10 (t2 ) = (a10 , t2 ),
11 (t2 ) = (a11 , t2 ),
Z Z Z Z Z
= + .
20 11 21 10
(iii) (~u, ~v ) = 0,
88 CAPTULO 6. OS TEOREMAS DE KELVIN E DE GREEN
0 = (~u + ~v , ~u + ~v ) = (~u, ~u) + (~v , ~v ) + (~u, ~v ) + (~v , ~u) = (~u, ~v ) + (~v , ~u),
o que signica que (~u, ~v ) troca de sinal, quando trocamos a ordem dos
vetores ~u e ~v . Da o adjetivo alternada.
Denio: Sejam uma 2-forma diferencial em e
: [a1 , b1 ] [a2 , b2 ]
(iii) (~u, ~v ) = 0,
sempre que ~u e ~v sejam linearmente dependentes.
~u = (u1 , u2 , u3 ); ~v = (v1 , v2 , v3 ).
0 a12 a21 a13 a31 u1 v1
(~u, ~v ) = a21 a12 0 a23 a32 u2 v2 =
a31 a13 a32 a23 0 u3 v3
F1 F2 F1 F3
0 y
x z
x
F2 F1 F2 F3
x
y
0 z
y .
F3 F1 F3 F2
x
z y
z
0
F3 F2 F1 F3 F2 F1
F = , , ,
y z z x x y
i j k
F = x y z
F1 F2 F3
d O Teorema de Kelvin
No nal do captulo anterior, uma nova derivada surgiu do estudo que zemos
da variao da integral de linha de uma 1-forma = F1 dx + F2 dy + F3 dz ao
longo de uma curva que se movia, de uma posio inicial c0 at uma posio
nalc1 , mantidas xas suas extremidades. Isto gerava uma superfcie , cujo
bordo era, precisamente, c1 c0 . Podemos observar, claro, que, se deixarmos
livres as extremidades da curva, o bordo da superfcie que geraremos ter
mais dois pedaos, alm de c0 e c1 (Figura ??).
No parece ser to difcil lidar com esta situao, mas teremos que alterar
um pouco a demonstrao do Teorema.
D. O TEOREMA DE KELVIN 91
F3 F2 F1 F3 F2 F1
F = , , .
y z z x x y
Demonstrao: Comecemos, para no complicar, supondo que de classe C 2 .
Faamos, para cada s em [a1 , b1 ], cs : [a2 , b2 ] , c(t) = (s, t) e
Z Z b2
I(s) = F = F ((s, t)). (s, t)dt.
cs a2 t
Derivando I , obtemos:
b2 b2
2
Z Z
I 0 (s) = F 0 ((s, t)) (s, t). (s, t)dt + F ((s, t)). (s, t)dt
a2 s t a2 st
Integrando por partes a segunda parcela, obtemos
R b2 R b2
I 0 (s) = a2 F 0 ((s, t))
s (s, t). t (s, t)dt a2 F 0 ((s, t))
t (s, t). s (s, t)dt+
+F ((s, b2 )).
s (s, b2 ) F ((s, a2 )). s (s, a2 ).
Integrando de a1 a b1 , obtemos
R b1 R b1
F ((s, b2 )). F ((s, a2 )).
R R
c b1 F ca1 F a1 s (s, b2 )ds + a1 s (s, a2 )ds =
R b1 R b2
= a1 a2 F 0 ((s, t))
s (s, t).
t (s, t)dt F 0 ((s, t)) (s, t). (s, t) dtds.
t s
t
c0
c1
de classe C 2 .
R b2
I(s + h) I(s) = a2 [F ((s + h, t) F ((s, t))] .
t (s + h, t)dt
R b2 h i
a2 F ((s, t)). t (s + h, t) t (s, t) dt.
R b2 h i
a2 F ((s, t)). t (s + h, t) t (s, t) dt =
Agora, s escrever
I(s + h) I(s)
I 0 (s) = lim
h0 h
D. O TEOREMA DE KELVIN 93
F2 F1
d = dx dy
x y
Z Z
F2 F1
F1 dx + F2 dy = dx dy =
x y
Z b2 Z b1
F2 F1 x y x y
= (x(s, t), y(s, t)) (s, t)dsdt.
a2 a1 x y s t t s
1
(x, y) = (ydx + xdy)
x2 + y 2
94 CAPTULO 6. OS TEOREMAS DE KELVIN E DE GREEN
1. Mostre que d = 0.
1
(x, y) = (ydx + xdy).
x2 + y2
Temos
y 2 x2 y 2 x2
d(x, y) = dxdy = 0.
(x2 + y 2 )2 (x2 + y 2 )2
Z
6= 0,
cR
sendo cR : [0, 2] IR2 dada por cR (t) = f (R cos t, R sin t). Ento existe
(xo , yo ) em D tal que f (xo , yo ) = (0, 0).
95
96 CAPTULO 7. DOIS TEOREMAS
Demonstrao: Considere ; [0, R][0, 2] IR2 , dada por (s, t) = f (s cos t, s sin t).
Se f no se anulasse, poderamos aplicar o Teorema de Green a , usando a forma
de variao de ngulo. O bordo de ser dado por = 20 + 11 21 10 ,
com
10 , 11 : [0, 2] IR2 \ {(0, 0)} , 10 (s) = f (0, 0), 11 = f (R cos t, R sin t).
Logo, temos
Z Z Z Z Z
= , = 0, = 6= 0.
20 21 10 11 cR
Mas da decorre
Z Z Z
0 6= = d = 0 = 0,
o que impossvel.
b Formas exatas
A forma diferencial , denida em , dita exata se existe forma , tambm
denida em , tal que
d(x) = (x) x .
No caso de 1-formas, isso quer dizer apenas que = df , para alguma funo
f : IR. Nosso Teorema sobre independncia de caminho, demonstrado
B. FORMAS EXATAS 97
99
100 NDICE REMISSIVO
Evariste, 8 rotacional, 90
Gauss, 8, 21 Runi
Girard Paolo, 8
Albert, 7
grupo Scipione del Ferro, 1
solvel, 9 superfcie
rea de, 66
Hamilton, 8, 11 bordo de, 65
homotopia, 33 elemento de, 67
de caminhos fechados, 34 orientao, 64
de extremidades xas, 34, 79 parametrizada, 61, 83
livre, 34
trao, 63
superfcies
independncia de caminho, 56
parametrizadas, 63
ndice, 37, 39
integral
Tartaglia, 1
de 2-forma, 88
Teorema
de linha, 52, 54, 86
de Brouwer, 95
Lagrange, 8 de D'Alembert, 21
de Green, 93
massa, 49 de independencia de caminho, 56
de independncia de caminho, 97
nmero
de Kelvin, 91
de voltas, 29, 30, 37
de no retratabilidade, 41
nmeros
de ponto xo de Brouwer, 42
complexos, 5, 7, 8
de Rouch, 27
parte imaginria, 11
de Runi, 8
parte real, 11
de Stokes, 91
imaginrios, 7, 11
do Valor Intermedirio, 29, 40
negativos, 5, 7
Fundamental da lgebra, 8, 21,
Newton
29, 95
mtodo de, 9
demonstrao erudita, 40
segunda lei de, 49
Fundamental do Clculo, 52
partio, 47 Segundo, 58
norma de, 47 transformao
produto linear
misto, 77 adjunta de, 81
NDICE REMISSIVO 101
variao
de ngulo, 31, 32
velocidade, 33
vetor
velocidade, 30
Vieta, 3
Wallis, 8