Sociedade de Consumo Ou Consumo Sociedade
Sociedade de Consumo Ou Consumo Sociedade
Sociedade de Consumo Ou Consumo Sociedade
UM
MUNDO CONFUSO E CONFUSAMENTE PERCEBIDO.
Introduo
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Universidade Estadual do Oeste do Paran UNIOESTE campus de Marechal Cndido Rondon.
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determinada parte do processo de produo, sendo que a funo de construir um objeto
foi tirada do trabalhador, ele constri apenas uma pequena parte do objeto, e muitas
vezes nem tem acesso ao produto finalizado.
Segundo ALCNTARA (2008, p. 68),
Portanto para que o novo modo de produo obtivesse exito era necessrio que
as mercadorias produzidas fossem consumidas, criaram-se formas de despertar os
desejos de consumo na sociedade. Um ponto importante neste aspecto foi o incentivo de
Henry Ford2 para que os funcionrios de suas fbricas consumissem o carro que
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Henry Ford foi um Industrial norte-americano, nascido em 1863. Desde jovem mostrava
interesse na Engenharia, e seu objetivo era a democratizao do automvel. Para conseguir tal
feito elaborou uma forma de construir automveis em larga escala e com baixos custos; em
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produziam (Ford Modelo T), Ford criava condies para que o empregado suprisse suas
necessidades e ainda conseguisse comprar um automvel, dessa forma, a sociedade
poderia conhecer o carro e consumir, acabava sendo uma forma de divulgao do
produto; Eram as bases para a produo e consumo em larga escala.
Apesar da Revoluo Industrial ser considerada um marco, os elementos que
levaram ao sistema atual foram se acrescentando ao longo do tempo, sendo que houve
uma profunda mudana do pensamento social ligada a esse processo, a nova forma de
produo exigiu tambm uma maior demanda de consumo de mercadorias, e com isso
era preciso que a sociedade se inserisse ao sistema. O acesso a tecnologia se tornou mais
simples e a mdia fazia o papel de divulgar os produtos novos que estavam sendo
lanados ao mercado, com a finalidade de moldar o mercado consumidor que o novo
modelo de produo exigia. As bases da sociedade de consumo na qual vivemos
estavam lanadas, e se tornava importante transformar as pessoas antes que qualquer
coisa em consumidores.
Aps firmadas as bases do novo modelo de produo, era preciso que a demanda
de produtos feitos fosse consumida, com a emergncia da percepo de que para que
haja o consumo dos bens produzidos necessrio que o homem queira consumir,
expande o mercado da propaganda e a alienao social.
Conforme FEATHERSTONE (1995, p. 32),
1903 criou a Ford Motor Company, sendo que ficou famoso com o Ford Modelo T. Ford
inaugurou as bases do modo de produo que ficou conhecido como fordismo.
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conforma-se a nosso habitus de classe, transmitindo, assim, uma idia precisa de nossa
condio de classe. (FEATHERSTONE, 1995, p. 37).
Ao final do sculo 19, a sociedade capitalista mundial passou a receber
estmulos consumistas contnuos e graduais no compasso em que o mercado ajustava o
foco na produo. (VOLPI, 2007, p. 51). O modelo de produo e os padres de
consumo tm sido desenvolvidos ao longo dos anos, sendo que na atualidade
percebemos claramente o quanto o consumismo representativo em nossa sociedade,
com a infinita variedade de produtos que temos no mercado, a intensidade com que se
d a produo de mercadorias e o avano das tcnicas em favor das crescentes
demandas de consumo.
Os Estados Unidos so tidos como simbolo do consumismo no mundo. Aps a
crise de 1929 o mundo encontrava-se em um momento de depresso economica, sendo
que no perodo aps a Segunda Guerra Mundial se fazia necessrio que houvesse um
crescimento economico e o desenvolvimento de meios para garantir a estabilidade
financeira dos EUA. Para isso, as corporaes e o governo buscavam formas de aquecer
a economia, sendo que Victor Lebow 3sugeriu as bases para tal feito: Nossa economia
altamente produtiva necessita que faamos do consumo o nosso modo de vida; que
convertamos a compra e uso de produtos em rituais; que busquemos nossa satisfao
espiritual, a satisfao de nosso ego no consumo. Ns precisamos que as coisas sejam
consumidas, queimadas, atualizadas e descartadas a uma taxa sempre cada vez maior.4
Estava lanada a semente da qual estamos colhendo os frutos na atualidade, o American
way of life5, estilo de vida almejado por muitos outros pases, o qual foi difundido
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Victor Lebow foi na dcada de 20 um famoso economista e analista de varejo, suas
publicaes incentivavam a prtica de consumo entre os norte-americanos como
forma de progresso econmico. Surgiu dele a idia de que o incentivo ao consumismo
iria aquecer a economia, o que realmente aconteceu, e continua acontecendo na
atualidade, o consumo desenfrado o motor que move a economia, apesar das
conseqncias negativas desse modo de vida no mundo.
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Trecho retirado do documentrio A histria das coisas, o vdeo narrado por uma
ativista norte-americana Annie Leonard, o tema tratado relacionado ao consumo de
bens e as etapas do processo produtivo das mercadorias, alertando para as questes
ambientais e sociais inclusas nesse processo, a inteno da narradora alertar as
pessoas a realizarem mudanas positivas em seus hbitos de consumo. O
documentrio est disponvel para visualizao na verso brasileira no site:
http://www.sununga.com.br/HDC/.
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Estilo de vida que ganhou fora na dcada de 1920 nos Estados Unidos, foram anos
marcados por muita prosperidade e uma significativa melhora de vida da populao, o
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atravs de Hollywood. A obsolescncia a regra do sistema que foi criado, e isso
significa que os produtos no podem ser feitos para durar e sim para serem trocados o
mais rpido possvel, mesmo que estejam em perfeito estado de conservao e
funcionamento. Os Estados Unidos so o modelo perfeito desse sistema, a tcnologia
avaada e as variadas formas de consumo so o alvo almejado por muitos outros pases
em desenvolvimento, sem uma maior preocupao sobre as conseqncias que este
estilo de vida traz. Existem dois tipos de obsolescncias, a Planejada e a Perceptiva,
sendo que a primeira aquela onde as coisas so criadas com a finalidade de ir para o
lixo, so feitas para o descarte; E a segunda aquela onde as coisas perfeitamente teis
so jogadas fora, sendo que coisas novas so criadas para substiru-las.
Para VOLPI (2007, p. 36),
Jamais se consome um objeto por ele mesmo ou por seu valor de uso,
mas por seu valor de troca signo, isto , em razo do prestgio, do
status, da posio social que confere. Para alm da satisfao
espontnea das necessidades, preciso reconhecer no consumo um
instrumento da hierarquia social e nos objetos um lugar de produo
social das diferenas e dos valores estatutrios.
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satisfao de consumir algo no pode durar, aps consumido determinado produto,
novas vontades precisam surgir para serem saciadas, o homem consumidor precisa estar
sempre desejando algo, a ordem consumir, descartar e consumir algo novo, o que se
tornou um ciclo que est acontecendo cada vez de forma mais veloz. Tudo aquilo que
no oferece satisfao momentnea, deve ser substitudo.
Segundo o professor Ricardo Petrella, da Universidade Catlica de Louvain: A
globalizao arrasta as economias para a produo do efmero, do voltil (por meio de
uma reduo em massa e universal da durabilidade dos produtos e servios) e do
precrio (empregos temporrios, flexveis, de meio expediente). (apoud BAUMAN,
1999, p. 86). As facilidades criadas pela globalizao so um impulso para o
consumismo no mundo, com a diminuio das distncias e a popularizao dos meios
de comunicao, que promovem a divulgao de novos produtos e facilitam as compras.
O consumo deixou de ser algo que se faz apenas por necessidade, tornando-se
uma forma de seleo social,
De acordo com FEATHERSTONE (1995, p. 38), Preferncias de consumo e estilo
de vida envolvem julgamentos discriminadores que identificam nosso prprio julgamento de
gosto e, ao mesmo tempo, o tornam passvel de ser classificados pelos outros.
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Em entrevista a Revista Sociologia, edio de maio de 2011. Leonardo Boff Doutor em
Filosofia e Teologia, e suas reflexes so quanto as questes religiosas no mundo, alm de
discutir questes ambientais do mundo contemporneo. Boff expoente da Teologia da
Libertao no Brasil.
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Nesta sociedade no existe um alvo final a ser alcanado, existem sim novos desejos
criados para que o homem nunca sinta-se satisfeito, mas busque sempre consumir mais.
No existe um ponto onde nos sintamos totalmente satisfeitos e possamos parar de
consumir para relaxar e curtir aquilo que consquistamos. H uma busca constante por
melhores coisas e para no ficar ultrapassados como consumidores, no importa quantas
coisas tenhamos, sempre havero coisas novas sendo lanadas ao mercado, e em uma
sociedade de consumo quem no se atualiza, rejeitado. O homem nessa sociedade
acaba consumindo no somente por vontade prpria, mas por ser forado a isso, para
sentir-se parte do mundo.
Objetivo Geral
Este projeto tem por objetivo geral compreender a origem e constituio da sociedade
de consumo, analisando no processo as relaes socioambientais.
Objetivos Especficos
Metodologia
Resultados Preliminares
Consideraes Finais
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Bibliografia
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