Revista Onibus 81

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 56

SUMRIO Edio 81 | Ano XIV | Maro / Abril 2014

Sees
O transporte Editorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Artigo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
pblico em
Produtos e Servios
primeiro lugar Empresa 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Rede Ponto Certo . . . . . . . . . . . . . . . . 8
18 Marcopolo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Scania . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Comil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Volvo Bus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

Capa | Mobilidade Urbana


Do caos s solues: acompanhe
as aes e transformaes no
transporte do Rio de Janeiro . . . . . . . 18
Rumo a um Rio diferente . . . . . . . . . . . . 22
NTU investe em campanha por
ARTIGO vias seletivas para nibus e
transporte de qualidade . . . . . . . . . . . 27
Sistema BRS: expanso aps
trs anos de sucesso . . . . . . . . . . . . . . . 30
Ajudando A Copa de muitas obras . . . . . . . . . . . 30
a criar uma 166 cidades de 35 pases j desfrutam
nova histria do sistema BRT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
O BRT sob o olhar de
um rodovirio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
6
Veculo Verstil

BOM ATENDIMENTO Um mergulho no Rio


com o nibus anfbio . . . . . . . . . . . . . . . . 40

5
da Universidade Educao

Corporativa do 5 anos da Universidade


Corporativa do Transporte . . . . . . . . . 44
Transporte
anos Tecnologia
Biometria: tecnologia a
44 servio do transporte . . . . . . . . . . . . . . . 52
JOS CARLOS REIS LAVOURAS
Presidente do Conselho
www.revistaonibus.com.br de Administrao da Fetranspor
Uma publicao da

www.fetranspor.com.br O caminho
Diretoria
Presidente:
Llis Marcos Teixeira
Diretor Administrativo e Financeiro:
que queremos trilhar
Paulo Marcelo Tavares Ferreira
Diretora de Mobilidade Urbana:
Richele Cabral
Diretor de Marketing
e Comunicao:
Paulo Fraga Um cidado sai de sua casa, num bairro de implantao de corredores para nibus,
Conselho de Administrao qualquer da Regio Metropolitana do Rio; de reescalonamento de horrios para as di-
Titulares
Presidente: vai de bicicleta at uma estao de BRT, versas atividades econmicas, de coibio do
Jos Carlos Reis Lavouras
onde pega um moderno e confortvel ni- transporte ilegal e racionalizao das linhas
Vice-presidente:
Joo Augusto Morais Monteiro bus articulado para o seu destino. Ento, de nibus foram algumas das bandeiras que o
Narciso Gonalves dos Santos
Generoso Ferreira das Neves segue tranquilamente por um corredor BRT, empresariado de transporte coletivo levantou
Florival Alves
Jos Carlos Cardoso Machado apreciando as paisagens do caminho, com a neste Estado ao longo de dcadas.
Marcelo Traa Gonalves
Joo dos Anjos Silva Soares opo de fazer integrao com outros mo- Da criao de um modelo de sucesso para
Francisco Jos Gavinho Geraldo
Alexandre Antunes de Andrade dais. Desfruta de uma viagem mais rpida e o vale-transporte em papel moderna tecno-
Amaury de Andrade
Joel Fernandes Rodrigues segura do que num passado ainda recente. logia dos cartes de Bilhete nico, o Sistema
Suplentes: Tem informaes sobre sua conduo, traje- Fetranspor percorreu longa e profcua traje-
Isidro Ricardo da Rocha
Manuel Joo Pereira tria e tempo de deslocamento disponveis tria, tendo por lema Melhor transporte,
Manoel Luis Alves Lavouras
Domenico Emanuelle Siqueira Lorusso em telas nas estaes de BRT, ou no visor de melhor qualidade de vida. Mobilidade com
Jacob Barata Filho
Marco Antnio Feres de Freitas seus celulares e tablets. Estamos em 2016, Qualidade o nosso slogan atual. A essncia
Conselho Fiscal
e contar com um transporte rodovirio co- a mesma: oferecer populao um trans-
Efetivos:
Valmir Fernandes do Amaral letivo de qualidade, integrado, com oferta porte coletivo que lhe permita deixar os au-
Luiz Ronaldo Caetano
Humberto Valente adequada mais importante do que a Olim- tomveis em casa, em seus deslocamentos de
Suplentes:
Carlos Alberto Souza Guerreiro pada que aqui se realiza. rotina, sem prejuzo ao conforto, e com van-
Jorge Luiz Loureiro Queiroz Ferreira
Fbio Teixeira Alves Alguns itens da cena fictcia j ocorrem tagens como economia de tempo, diminuio
Delegado representante / CNT hoje, como o caso do corredor BRT. A reali- de gastos com estacionamento, combustvel
Efetivo: Narciso Gonalves dos Santos
Suplente: Jacob Barata Filho dade que todos esperamos vem sendo cons- e outros insumos. Uma cidade com operao
Revista nibus truda h muito tempo, e vai fazer parte da eficiente de transporte, com integrao entre
Gerente de Comunicao vida dos fluminenses em breve, resultado de todos os agentes, desde a autoridade do po-
e Eventos:
Vernica Abdalla projetos, sonhos, trabalho e investimentos der pblico at os operadores dos diferentes
Editora chefe:
Tnia Mara Gouveia Leite que se devem, em grande parte, ao empre- modais, uma cidade feita para as pessoas.
Redao: sariado que opera nibus neste Estado. Pode A Olimpada no vai ser a principal con-
Fred Pacfico
Juliana Alves parecer pretenso afirmar isso, mas fato. quista que aqui se manifestar em 2016. O
Roselene Alves
Renato Siqueira J em 1989, com a realizao do primeiro novo modelo de cidade, propiciando cenas
Fotografia:
Arthur Moura Etransport, foi demonstrada a preocupao como a relatada acima vai ser o grande lega-
Jorge dos Santos
com o meio ambiente, que viria frutificar do a que nosso povo far jus. Este segmento
Reviso:
Tnia Mara com experincias com o GNV em nibus de vem ajudando a construir a base para esse
Patrcia Gonalves
Projeto grfico: empresa associada ao sistema Fetranspor, e, legado lentamente, e quer participar de todas
Yuri Bigio
logo em seguida, no projeto do qual nasceu as etapas da mobilidade das pessoas, cada
Editorao, impresso e
representao comercial: o atual programa EconomizAR. A frota do vez mais e melhor. Este o caminho que que-
www.ArquimedesEdicoes.com.br
Publicidade: Rio uma das mais limpas do pas. Projetos remos trilhar.
Vernica Lima (21) 2253-3879
[email protected]
ARTIGO LLIS TEIXEIRA
Presidente da Fetranspor

Ajudando a criar uma nova histria


As grandes mudanas que ocor- as cidades americanas eram enalteci- Aps a falncia desse modelo
rem na cidade e que provocam das pelas imagens cinematogrficas de espao urbano, a Perimetral
transtornos para cariocas e flumi- como locais modernos, onde o carro que, de incio, nem permitia o
nenses, com constantes alteraes de passeio era smbolo de liberdade e trfego de coletivos, agora des-
no trnsito, desvios e trechos em sucesso pessoal e viraram um exem- cartada para dar lugar a espaos
obras, no so apenas um problema plo seguido por muitos. e solues voltados para as pes-
no deslocamento da popu- soas e no para os veculos,
lao. Na verdade, so parte A derrubada da Perimetral, em momento em que nossos
de um momento histrico de por exemplo, tem grande governantes fazem clara op-
grande importncia para nos- o pelo transporte coletivo,
sa metrpole. peso simblico, se pensarmos em detrimento do individual.
A derrubada da Perime- em tudo o que essa via A Fetranspor tem par-
tral, por exemplo, tem grande significou para o Rio de ticipado ativamente desse
peso simblico, se pensar- marco histrico para nossas
mos em tudo o que essa via Janeiro. Construda na dcada cidades, tanto com propostas
significou para o Rio de Ja- de 50, marcou a opo dos de projetos de mobilidade,
neiro. Construda na dcada governantes de ento por um como na disposio de atu-
de 50, marcou a opo dos ar em conjunto com o poder
governantes de ento por um modelo de cidade baseado pblico e outros operadores
modelo de cidade baseado no transporte individual. Os pela melhoria da mobilida-
no transporte individual. Os automveis estavam em alta de. Investimentos em frota,
automveis estavam em alta, como nos modernos nibus

6
do sistema BRT; capacitao pro- Investimentos em frota, como nos modernos
fissional, por meio de projetos pr- nibus do sistema BRT; capacitao profissional,
prios e parcerias da Universidade
Corporativa do Transporte com por meio de projetos prprios e parcerias
entidades de ensino e o poder p- da Universidade Corporativa do Transporte
blico; responsabilidade social, com com entidades de ensino e o poder pblico;
enfoque nos jovens e seu potencial
de contribuio ao aprimoramen- responsabilidade social, com enfoque nos
to da mobilidade urbana; e pro- jovens e seu potencial de contribuio ao
gramas de racionalizao do uso aprimoramento da mobilidade urbana;
de combustveis e de controle de
emisses, para a preservao do e programas de racionalizao do uso de
meio ambiente, so algumas das combustveis e de controle de emisses
nossas frentes de trabalho.
Agora, como novo desafio, par-
ticipamos da implantao do VLT, es. Todos ajudamos a melhorar a o padro da qualidade de vida da
ajudando a ampliar a rede de mo- qualidade dos deslocamentos das populao e tornando as cidades
bilidade integrada da cidade. pessoas, agregando valor com o mais humanas. Ns contribumos
Fazemos parte da construo aprimoramento dos servios presta- para um futuro melhor, e fazemos
de um legado para as futuras gera- dos e, consequentemente, elevando isso com afinco e orgulho.

7
PRODUTOS E SERVIOS

Empresa 1

Sigom Vision:
pioneiro em reconhecimento facial
A Empresa 1 j comercializou da receita, aumentar o nmero de
mais de 8 mil equipamentos e, aps passageiros pagantes e melhorar
a divulgao dos resultados positi- a eficincia do transporte pbli-
vos da aplicao do Sigom Vision no co. E este produto est preparado
combate s fraudes de transporte para interoperar com sistemas de
pblico em Ilhus (BA), empresrios bilhetagem eletrnica de outros
de todo o Brasil se interessaram em fornecedores.
conhecer a aplicao da tecnologia Em 2013, o Sigom Vision rece-
de biometria facial, uma soluo beu o prmio internacional PTx2
pioneira no mercado, que vai alm Awards (Transporte Pblico Inter-
da utilizao de cartes com benef- nacional x2), na categoria Inova-
cios tarifrios. o Tecnolgica um reconheci-
O Sigom Vision serve para ga- mento que reflete a importncia
rantir o uso adequado do Bilhete desta tecnologia para o futuro da
nico, coibir a comercializao in- mobilidade urbana, e demonstra
formal de cartes com tarifas mais grande potencial para outros mer-
baratas, evitar fraudes e a evaso cados.

Rede Ponto Certo


Relgio de pulso para
pagamento de passagens
A Rede Ponto Certo, maior te em So Paulo, Recife e Ribeiro
companhia de recarga do Bilhete Preto. A criao do watch2pay da
nico de So Paulo, traz para o empresa austraca Laks, lder na fa-
Brasil, at o fim deste semestre, bricao de relgios inteligentes.
relgio de pulso que permitir A Rede Ponto Certo ser a pri-
efetuar pagamento das passagens meira parceira da Yellowgreen taram o watch2pay como meio de
com um nico gesto: encostar o empresa brasileira de tecnologia pagamento, e ainda incorporaram
dispositivo no leitor. de servios que tem exclusividade o chip Mastercard PayPass integra-
O relgio possui um chip (mi- na distribuio do relgio na Am- do ao dispositivo, uma das possibi-
fare) com um dispositivo moderno rica Latina. Pases como Turquia, lidades futuras tambm em territ-
e de fcil acesso, e j est em tes- Inglaterra, Rssia e Polnia j ado- rio nacional.

8
Marcopolo

Marcopolo Rio fornecer


364 nibus para empresa de Braslia
Veculos sero

Foto: Lidia Miossi / Marcopolo


utilizados nas
cidades satlites
do Distrito Federal

A Marcopolo Rio fechou contra-


to de fornecimento de 364 novos
nibus urbanos Auto Viao Ma-
rechal, empresa vencedora do lote
4, do edital de licitao do Novo
Sistema de Transporte Pblico Co-
letivo (STPC) de Braslia. Os novos
nibus atendem a vrios critrios e
exigncias, principalmente no que
se refere segurana, acessibili-
dade e ao conforto.
No total, 252 unidades do mo-
delo Torino, 79 do Snior Midi e 33 metros de comprimento e capacida- monitoramento interno, acessibili-
do Viale Articulado sero entre- de para transportar 81 passageiros, dade por elevador, rea delimita-
gues Auto Viao Marechal para o modelo tem sistema de gerencia- da ao cadeirante, trs portas para
cumprir o contrato. Os veculos mento de frota, GPS e cmeras no embarque/desembarque e pintura
abastecero as regies de Ceiln- interior que transmitem as informa- diferenciada.
dia, Guar, guas Claras e parte de es a uma central em tempo real. A Marcopolo Rio o centro
Taguatinga e Park Way. J o Marcopolo Viale Articula- exclusivo para desenvolvimento e
do tem, entre outras tecnologias, produo de nibus urbanos, fa-
Tecnologia de sucesso motorizao traseira com baixa bricando 7.500 unidades por ano,
O Torino o nibus de maior su- emisso de gases poluentes, cm- e possui aproximadamente 2,6 mil
cesso no Brasil, em toda a histria bio automtico, piso baixo e se- colaboradores. Nos ltimos trs
da indstria automotiva, e tambm gundo eixo traseiro direcional, o anos, a unidade recebeu mais de
no exterior. E isto se explica pela que facilita manobras corriqueiras R$ 30 milhes em investimentos
sua robustez, versatilidade, baixo e em curvas, em vias estreitas. O para modernizao de suas insta-
custo operacional e elevado valor veculo oferece elevado padro de laes e aperfeioamento de seus
de revenda, ideal para o transporte conforto e segurana, com siste- processos, treinamentos e forma-
urbano de passageiros. Com 13,2 ma de ar-condicionado, cmera de o de mo de obra.

9
PRODUTOS E SERVIOS

Marcopolo Volvo Bus

Volvo Bus
inicia operao
de remanufatura
de motores no
Chile
A Volvo Bus Latina Amrica
oferece mais um servio de ps-
-venda aos seus clientes do Chi-

Pioneirismo
le. No final de 2013, a empresa
iniciou uma operao de rema-
nufatura de motores dos nibus

em tecnologia de da sua marca, que garante m-


xima performance at o fim da

audiodescrio
sua prolongada vida til.
Utilizao de peas e com-
ponentes genunos da marca,
mo de obra especializada,
A Marcopolo a primeira com- faciais e corporais, informaes economia no consumo de
panhia no Brasil, em seu segmento, sobre o cenrio, figurinos, efeitos combustvel e um ano de ga-
a lanar um vdeo com ferramen- especiais e mudanas de tempo e rantia so outras vantagens
ta que possibilita a compreenso espao. Os crditos, ttulos e quais- do processo, que transforma
do contedo das gravaes por quer itens escritos nas imagens so as condies dos componentes
deficientes visuais, de forma in- transmitidos da mesma forma. danificados nas mesmas de
dependente. A ideia surgiu aps As descries acontecem en- uma pea nova.
a apresentao do seu programa tre os dilogos e nas pausas entre Estes benefcios tambm
de incluso de pessoas com defici- as informaes sonoras do filme, contribuem para aumentar a
ncia, o Envolver, ao Ministrio do nunca se sobrepondo ao contedo segurana e a rentabilidade
Desenvolvimento Social e Combate relevante, para manter a harmonia da operao, j que diminuem
Fome, em maio passado. E em fe- com os demais sons e permitir que os custos com a manuteno.
vereiro deste ano, na Festa da Uva, a pessoa entenda como os que en- Alm disso, a Volvo Bus ofe-
em Caxias do Sul, a presidente Dil- xergam. A audiodescrio pode ser rece motores backup aos ve-
ma Roussef conheceu a tecnologia. utilizada em outras atraes que culos, para no deixarem de
No vdeo com audiodescrio, dependem da viso para serem circular durante o processo de
todas as informaes so narradas compreendidas, como programas remanufatura.
por uma terceira pessoa: expresses de televiso e peas de teatro.

10
PRODUTOS E SERVIOS

Scania

Empresa quer aumentar


participao
no mercado
A Scania reuniu a imprensa, no Naquele ano, levou-se em conta a Baixo crescimento
incio de fevereiro, para apresentar antecipao de compra realizada no Executivos da empresa apon-
o desempenho da marca no ano de ltimo trimestre de 2011, quando mui- tam os principais motivos para o
2013. Se em volume de vendas de tos empresrios ainda optaram pela baixo crescimento do mercado em
caminhes tudo parece andar bem, aquisio de modelos equipados com relao ao perodo anterior. Um
a empresa sueca busca melhorar sua motorizao Euro III. Por este motivo, deles, o imbrglio das linhas de
participao no mercado de nibus. todo o mercado sentiu os efeitos da nibus interestaduais, cujo leilo
Mesmo com percentual semelhante modificao de tecnologia, inclusive se arrasta por anos. Outra razo
ao de crescimento do setor, o volume a prpria Scania, que, no ano seguin- foi a realizao de inmeras ma-
de veculos licenciados pela empresa te, licenciou apenas 1.037 unidades. nifestaes, na metade do ano,
pode ser considerado baixo. Em 2011, Em 2013, revelou leve recuperao, que prejudicou o licenciamento de
por exemplo, foram comercializados de quase 10%, fechando o ano com novos veculos durante os ltimos
aproximadamente 1.400 nibus. 1.126 chassis para nibus licenciados. trs meses de 2013, em funo

12
1.400
veculos 1.126
1.037
veculos
veculos
dade de Itapetininga (SP); A no realizao
o Grupo Jundi, da cidade da licitao das
de Sorocaba, tambm inte-
linhas interestaduais
rior paulista, ficou com 21
veculos; assim como a JSL
e o adiamento dos
e o grupo Boa Esperana prazos para concluso
que, juntos, compraram dos projetos de
cerca de 50 nibus e esto mobilidade urbana
2011 2012 2013 rodando com os modelos
influenciaram
F250.
do recuo nas tarifas dos trans- Para melhorar a participao no
diretamente os
portes pblicos e da consequente segmento de nibus e ter ainda mais resultados de
interrupo das encomendas. motivos para comemorar, a Scania comercializao e
Das 1.126 unidades licenciadas aposta na aproximao com gran- licenciamento de
pela Scania ao longo do ano passado, des clientes operadores de linhas
novos veculos. Mas,
o segmento urbano revelou cresci- rodovirias e urbanas. Para tal, a
mento de 43%, enquanto as vendas estratgia da marca passa tambm
independentemente
de veculos para aplicao em linhas pela ampliao das vendas para fro- dos impactos, o setor
rodovirias aumentaram cerca de 6%. tistas que atuam e exploram linhas teve crescimento, e
Como, em 2012, a comercializao de de turismo e fretamento, o que deve ns acompanhamos
chassis para nibus urbanos foi baixa, garantir maior participao nas ven-
essa evoluo e
os 113 modelos indicam a tendncia das dos modelos de chassis para
de crescimento da companhia nes- nibus rodovirios. O desafio maior,
defendemos a nossa
te segmento. A fim de se aproximar porm, o mercado de nibus urba- posio no mercado
dos clientes, a empresa retomou o nos, que atrai muitos compradores. Eronildo Santos,
ciclo de visitao s concessionrias e Para os executivos da empresa, a diretor de Vendas da Scania
garagens dos frotistas, apresentando Scania possui o melhor produto da
os atributos da linha F, equipada com categoria. O momento
motores dianteiros, que responde de retomada do mercado.
pela maioria do mercado de chassis Todas as marcas tm pro-
para nibus. dutos para apresentar, in-
clusive ns, da Scania, que
Bons frutos queremos ampliar a nossa
Como exemplos de que o progra- participao no segmento
ma de demonstrao rendeu bons de nibus urbanos e acre-
frutos para a Scania, o Experience ditamos ter o produto que
passou por diversas cidades, e vrios proporciona melhor rela-
operadores de importantes munic- o custo benefcio para
pios se renderam aos novos modelos o empresrio finaliza o
da marca. O grupo Rosa adquiriu 40 chefe de Vendas da marca,
unidades para renovar a frota da ci- Eduardo Monteiro.
PRODUTOS E SERVIOS

Comil

Nova fbrica
inaugurada em Lorena-SP
A Comil inaugurou, em dezem- um processo automatizado e que este segmento de mercado. A
bro, sua nova fbrica, no munic- requer menos mo de obra. fbrica de Lorena est em fase de
pio de Lorena (SP). A planta est A expectativa da Comil de acelerao da produo e foi proje-
dimensionada para a produo de alavancar novos negcios, aumen- tada para produzir at dez nibus
dez unidades de veculos urbanos tar a participao de mercado e por turno. A ideia preencher essa
por turno, e a expectativa de que disponibilizar produtos altamente capacidade at o final do ano e,
este nvel possa ser atingido no se- confiveis aos operadores. No en- dependendo do mercado e da rea-
gundo semestre de 2014. A unidade tanto, a unidade ainda est pas- o dos clientes em relao ao que
foi planejada para produzir veculos sando por alguns ajustes operacio- ofertamos, podemos operar em dois
urbanos com alta qualidade; para nais para que, em breve, comece turnos, em prazo curto, de acordo
tanto, est equipada com sistema a operar em sua total capacidade, com as encomendas.
inovador, o que a chancela como elevando em mais de 100% o n- A nova fbrica foi instalada em
a mais moderna da Amrica Latina vel de produo da empresa. Os um terreno de 210 mil metros qua-
para a fabricao de nibus, como modelos rodovirios e os urbanos drados, no Vale do Paraba, s mar-
diz o diretor da Comil, Silvio Calega- mais complexos, como os BRTs, gens da rodovia Presidente Dutra.
ro. O projeto consiste numa planta continuaro sendo fabricados em Demandou investimento de R$ 110
especializada em nibus urbanos, Erechim. milhes e vai gerar 500 empregos
cujo nvel de automao muito diretos e 1.000 indiretos. A unida-
acima do mundo encarroador, e Incremento da produo de produzir os modelos urbanos
conseguimos, atravs de projetos O parque industrial de Erechim Svelto e Midi, atualmente monta-
de engenharia, customizar de ma- vai investir no incremento da pro- dos na sede da Comil, em Erechim.
neira inteligente. Vamos atender duo de carros rodovirios, dire- O nibus nmero 1 foi entregue em
toda a demanda por Lorena, com cionando sua mo de obra para meados de janeiro. No vejo me-

14
O projeto consiste numa
planta especializada em
nibus urbanos, cujo
lhor ponto de localizao do que nvel de automao
este. Estamos a 80 quilmetros da muito acima do
fbrica da MAN, em Resende, e a mundo encarroador, e
180 quilmetros de So Bernardo
do Campo.
conseguimos, atravs de
projetos de engenharia,
Portflio ampliado customizar de maneira
A fbrica est preparada, inicial-
inteligente. Vamos atender
mente, para trabalhar com produtos
MAN e Mercedes-Benz. O portflio toda a demanda por
ser ampliado ao longo do tempo, Lorena, com um processo
sempre com a preocupao de no automatizado e que requer
deteriorar a performance na fbrica,
menos mo de obra
evitando assim aumento de custo.
Com o iminente crescimento da Silvio Calegaro,
produo, a Comil vislumbra aumen- diretor da Comil

15
PRODUTOS E SERVIOS

to na participao de merca- pacidade da planta. Para Calegaro,


do. A empresa terminou 2013 assim que o empresrio perceber a
com mais de 3.300 unidades qualidade do produto Comil, tender
produzidas, de acordo com a utiliz-lo em maior escala. Natu-
a Fabus. As carrocerias fabri- ralmente ganharemos mercado com
cadas para os modelos de a nova planta. Basta que o mercado
A inaugurao contou com a nibus urbanos responderam perceba o quanto competitivo o
presena do governador de So por aproximadamente 40% do volu- produto que sai de l. E, quando falo
Paulo, Geraldo Alckimin me total. Com a unidade de Lorena de competitividade, no falo somente
em pleno funcionamento, a empresa de preo, mas tambm de preo. Falo
vai depender somente da movimen- de padro de qualidade e melhor re-
tao de mercado para atestar a ca- lao custo benefcio.

Ampliao de Mercado

Alm da produo para o mer- rabe. Temos tambm um projeto srios que operam linhas na Regio
cado nacional, a Comil foca alguns para o mercado africano. Metropolitana. Com o intuito de me-
pases para manuteno e amplia- Aqui, no Brasil, a empresa gacha lhorar as relaes com o empresaria-
o de novos negcios. Calegaro destaca a presena importante no Nor- do local, novos investimentos esto
cita as principais localidades que deste, no Par e no Rio Grande do Sul, por vir, como adianta o executivo:
utilizam os produtos da marca. Te- alm de So Paulo. Temos uma ambi- Queremos implantar um centro de
mos quatro mercados para os quais o quanto ao Rio de Janeiro, sabemos distribuio de peas e atendimento
a gente vende muito. Argentina, Chi- da importncia do empresrio carioca medida que os negcios forem acon-
le, Peru tm negcios permanentes. no mercado brasileiro de urbano, e es- tecendo. A ideia prover uma estru-
Nossos representantes pem novos tamos preparando uma abordagem in- tura de ps-venda como a existente
negcios na rota da Comil o tempo teressante para fincar a nossa posio em Porto Alegre e em Recife, que
inteiro. Estamos no incio de uma com passos muito slidos. oferecem um modelo diferenciado
parceria para fornecimento de Dou- A proximidade da fbrica de Lo- de atendimento. O negcio vender,
ble Deckers (piso duplo), com a Volvo rena com o Rio de Janeiro pode ser mas tambm fazer com que os nibus
mexicana, assim como outra parce- o elemento que faltava para a Comil permaneam rodando e gerando re-
ria interessante com os Emirados se aproximar do Estado e dos empre- sultado para o cliente.

16
CAPA | MOBILIDADE URBANA

A prioridade ao transporte indi- construo da Autoestrada Lagoa- cupante em termos de trnsito e


vidual em detrimento do transporte -Barra, da Avenida Ayrton Senna, da transporte.
coletivo , sem dvida, o grande Ponte Rio-Niteri, do elevado Paulo Nessa poca, as empresas de
vilo do caos urbano vivido hoje de Frontin; a duplicao da Avenida nibus j comeavam a se preo-
em dia pelas populaes das gran- Atlntica, entre outras, apesar de cupar e a buscar alternativas para
des cidades brasileiras. No Estado criarem oportunidade de mercado combater o uso de automveis para
do Rio de Janeiro e em seus prin- para os nibus, abriram espao para o transporte dirio casa-trabalho-
cipais municpios no foi diferente. a circulao de mais carros particu- -casa, com a implantao de nibus
Uma retrospectiva na histria pode lares, j que nenhuma dessas vias especiais com ar-condicionado e
mostrar o caminho que levou sa- foi planejada e construda visando poltronas reclinveis, os chamados
turao das vias, com o aumento da ao transporte coletivo. No havia, fresces. Alm disso, o gover-
frota de automveis e motos e os ento, corredores especiais para no trabalhava, paralelamente, na
baixos investimentos em infraestru- os nibus, que se misturavam aos criao de novas linhas de nibus,
tura para o transporte pblico. carros aumentando o trnsito e os bem como na abertura de vias, an-
A dcada de 70 foi marcada congestionamentos. Isso, aliado ao tes destinadas exclusivamente aos
por grandes obras virias, especial- inchao populacional da Zona Sul e automveis, para a circulao dos
mente na cidade do Rio de Janeiro, ao crescimento da Barra da Tijuca, nibus, como o tnel Rebouas, e
abrindo caminhos entre os bairros. A j apontava para um futuro preo- na construo do metr.

Do caos s solues
Transporte pblico e trnsito
do Rio de Janeiro viveram
altos e baixos at chegarem a
um planejamento que pode
mudar a vida das pessoas
Faltou viso de futuro dade urbana do sculo XXI, no Rio s incertezas quanto a seu futuro. O
O Rio de Janeiro estava cres- de Janeiro. sistema de transporte por nibus do
cendo, a populao precisava se Nos anos 80, o que podia piorar Estado precisou se reerguer.
locomover, mas faltou viso de fu- piorou. Em vez de investir no trans- Entretanto, foi tambm nos anos
turo, como em Curitiba, onde o ar- porte pblico a mdio e longo pra- 80, bem no comeo, que o Rio de Ja-
quiteto Jaime Lerner, j nos anos zos, o governo deu passos para trs, neiro iniciou a operao das primei-
80, pregava a importncia do es- ao encampar diversas empresas de ras faixas seletivas para os nibus,
pao exclusivo para o transporte nibus. A interveno considerada que j eram responsveis pelo trans-
coletivo, e conseguiu estruturar o at hoje um dos maiores equvocos porte de cerca de 80% da populao.
crescimento da cidade a partir da da histria do transporte coletivo do Assim, foram implantadas as para-
integrao do transporte coletivo Estado do Rio de Janeiro. Aps trs das seletivas nas pistas laterais da
ao desenvolvimento urbano. Foi anos sob a administrao pblica, Avenida Brasil, e inaugurada a faixa
criado, ento, o conceito de BRT, entre 1985 e 1988, as empresas fo- exclusiva para nibus junto ao can-
que virou referncia, em todo o ram devolvidas iniciativa privada, teiro central. Outras vias seguiram o
mundo, como soluo em trans- porm em condies precrias. Aque- exemplo, como a Avenida Cesrio de
porte sustentvel. Mas, voltemos las que no foram encampadas, por Mello, a Rodovia Rio-160, a Avenida
histria para tentar entender sua vez, recuaram nos investimentos Nossa Senhora de Copacabana e a
como chegamos crise de mobili- durante todo esse perodo, devido Avenida Rio Branco.
CAPA | MOBILIDADE URBANA

A Fetranspor foi uma das


primeiras entidades a levantar
a bandeira da priorizao do
transporte pblico, defendendo
a implantao de corredores
exclusivos desde aquela poca

Vans, topics,
kombis
e automveis Com o transporte ilegal,
as consequencias foram
Mas os altos e bai-
graves para o segmento
xos continuavam. A primeira do transporte pblico,
metade dos anos 90 foi um perodo mais especificamente para
de crescimento para as empresas de o nibus.

nibus, que tentavam acompanhar a A Fetranspor


sempre teve intensa
expanso iniciada nos anos 70 e 80.
participao nas
Contudo, a partir da segunda metade, discusses sobre a
uma nova crise se instalou no setor, namentos se acentuaram e, com eles, Mobilidade
com a intensificao do transporte a poluio e a perda de qualidade de
ilegal de passageiros. Antes operado vida da populao.
apenas por nibus piratas, esse novo A Fetranspor foi uma das pri- Melhor transporte
modal ganhou novos veculos meiras entidades a levantar a ban- Melhor qualidade de vida
vans, topics, towners e kombis. A con- deira da priorizao do transporte O lema da Fetranspor era Me-
corrncia desleal gerou problemas pblico, defendendo a implanta- lhor Transporte Melhor Qualidade
graves para o segmento do transpor- o de corredores exclusivos desde de Vida. Com base nisso, desenvol-
te pblico, mais especificamente para aquela poca. Tambm estavam en- veu diversas campanhas, apresentou
o nibus. tre as medidas sugeridas pela Fede- projetos aos governos municipais e
Somando a tudo isso o incentivo rao, para diminuir o caos urbano estadual, e luta, desde ento, para
ao uso do automvel, com a constru- e o tempo desperdiado no trnsito, oferecer um transporte de qualida-
o de vias priorizando este tipo de ve- o escalonamento dos horrios de de populao do Estado do Rio
culo, como a Linha Vermelha, e com as trabalho, com o objetivo de no de Janeiro. Mas, como isso poderia
vendas crescentes da indstria auto- concentrar a maioria das viagens ser possvel com tantas horas do dia
mobilstica, inclusive batendo recordes nos perodos considerados de pico. perdidas no trnsito? Com o aumen-
de produo, no era difcil vislumbrar Outra proposta, sempre defendida to da emisso de poluentes e com
o que viria pela frente. Mesmo assim, pela Fetranspor, foi a carona soli- a sade financeira do setor prejudi-
nenhuma medida prtica foi tomada. dria, em que amigos de um mes- cada devido queda no nmero de
O setor de transporte por nibus so- mo local de trabalho, ou de locais passageiros, impedindo investimen-
freu grande queda, perdendo passa- prximos de residncia ou trabalho, tos e levando at mesmo falncia
geiros ano a ano. Algumas empresas dividissem o carro no deslocamento de algumas empresas? Sem falar na
abriram falncia, outras tiveram linhas dirio, para que menos automveis deteriorao do chamado transporte
rodando no vermelho. Os congestio- circulassem nas ruas. de massa (trem, metr e barcas).

20
As solues precisavam ser en- como o Programa EconomizAR, de elevadores para cadeirantes. Outras
contradas. Veio a privatizao do Me- cujo projeto piloto participou, e que novidades positivas destes ltimos
tr, depois dos trens e das barcas. Al- tem como proposta proporcionar a anos so os estudos e testes de novos
gumas empresas de nibus se uniram, economia de leo diesel nos transpor- combustveis para os nibus. A propos-
novas linhas especiais foram criadas, tes e diminuir a emisso de poluentes ta no apenas melhorar a qualidade
nibus urbanos com ar-condicionado pelos nibus, assim como apoiou a do diesel para diminuir a emisso de
entraram em operao, entre outras criao do Sest Senat. poluentes, mas buscar alternativas de
medidas, foram as sadas emergen- Nos anos 2000, a regulamentao combustveis mais limpas.
ciais encontradas pelo governo do Es- do transporte alternativo operado por
tado do Rio de Janeiro e operadoras vans foi importante para iniciar a re- E viva a Olimpada de 2016
do transporte pblico. A Fetranspor organizao do transporte pblico do Tudo isso, aliado ao surgimento do
intensificou os debates e aes sobre Rio. Mas, o grande salto do setor foi Movimento Nacional pelo Direito ao
o assunto, e aderiu a projetos volta- a implantao e operao da bilheta- Transporte Pblico de Qualidade para
dos para um futuro mais promissor, gem eletrnica, que permitiu conquis- Todos (MDT), cujo objetivo inserir,
tas significativas, como a implantao na agenda social e econmica da na-
do Bilhete nico Municipal e Intermu- o, o Transporte Pblico como direito
nicipal e a integrao entre os modais de todos, visando incluso social,
de transporte. Alm disso, a adoo de melhoria da qualidade de vida e ao
sistemas GPS na operao das frotas desenvolvimento sustentvel, com
de nibus permitiu melhorar a gesto gerao de empregos e renda, foi
dos horrios de partida e chegada dos preponderante para que o Estado do
nibus e a pontualidade. A acessibili- Rio de Janeiro comeasse a pensar o
dade tambm foi outro avano nesse transporte pblico de forma efetiva-
perodo, com a adoo de nibus com mente planejada e com viso de longo
prazo. Os BRSs, corredores de nibus
delimitados apenas por faixas e pon-
tos de parada especficos, uma criao
A preocupao carioca recente, so exemplo desta vi-
ambiental gerou so. Os corredores j mostram sua efi-
dezenas de
aes durante
esses anos, como
os programas
EconomizAR,
Despoluir, Selo
Verde, entre
outros
A acessibilidade
tambm um
importante ponto
A implementao da bilhetagem eletrnica mudou o para um transporte
transporte no Rio de Janeiro, sendo um importante pblico de qualidade
instrumento para uma mobilidade com qualidade. A que beneficie a todos.
partir dessa implementao, diversas aes vm sendo Hoje, no Rio de Janeiro,
tomadas, como, por exemplo, a integrao entre grande parte dos nibus
diversos modais, feita com o Bilhete nico possui elevadores
21
CAPA | MOBILIDADE URBANA

Rumo a um
cincia ao diminuir o tempo de viagem
dos passageiros. Seu sucesso levou a
uma rpida expanso o sistema BRS
Rio diferente
teve incio na Zona Sul carioca, chegou
Tijuca, ao Centro e comea a ser im- Mudanas no trnsito do Centro
plantado em vrios bairros da Zona
Norte.
se intensificam para viabilizar
Em meio a essa urgncia, a cidade demolio da Perimetral
do Rio escolhida para sediar a Copa
do Mundo de 2014 e a Olimpada de As mudanas virias no Cen- priorizao do uso do transporte.
2016. Era o que precisava para colocar tro do Rio de Janeiro continuam, Para que tudo desse certo,
a mo na massa e mudar o rumo da em virtude da Operao Urbana 1.000 vagas de estacionamento de
histria. Inicia-se, finalmente, a cons- Porto Maravilha, um projeto para motos e de carros foram extintas.
truo de um legado. Em termos de reurbanizar, at 2016, 5 milhes Por sua vez, 25 novas vagas es-
infraestrutura, o Rio contar, at 2016, de metros quadrados, que repre- to disponveis para carga e des-
com quatro BRTs o Transoeste, j em sentam a Zona Porturia. Com a carga em horrios diferentes dos
operao; o Transcarioca, que comea interdio total do Elevado da considerados de maior trfego, e
a funcionar ainda este ano; o Transo- Perimetral para sua demolio, o o embarque e o desembarque de
lmpica, previsto para iniciar no ano processo foi intensificado e, no passageiros de txis e a circula-
que vem; e o Transbrasil, o de maior fim de janeiro, a regio passou o de veculos de passeio foram
capacidade e cujas obras devem ter- por trs importantes etapas, em restringidos. Houve ainda reduo
minar em 2016. Tem tambm o VLT apenas um ms, voltadas dimi- do nmero de nibus nas avenidas
(Veculo Leve sobre Trilhos), um bonde nuio do impacto no trnsito e Francisco Bicalho e Presidente Var-
moderno que funcionar na regio
do Porto Maravilha, outra importante
obra de revitalizao da cidade.
Independentemente dos eventos Viaduto da
esportivos que acontecero no Rio Perimetral aps
sua interdio
de Janeiro, o caminho certo comea
a ser desvendado. Outros munic-
pios do Estado j implantaram seus
corredores exclusivos, como Niteri.
Projetos esto sendo estudados para
a Baixada Fluminense, So Gonalo,
entre outras cidades, e, em um futuro
no muito distante, estaremos todos
interligados de forma mais rpida,
confortvel e segura. Como se v, a
histria subiu e desceu ladeiras, mas
pode ser reescrita e reinventada, pelo
bem das cidades e de seu povo.

22
A Avenida Rio Branco foi a via cuja
mudana envolveu mais ateno na 3
etapa: trfego nos dois sentidos. Alm
dos agentes de trnsito, dos guardas
municipais e do prprio secretrio de
Transportes, equipes do Rio nibus se
distriburam estrategicamente para
orientar a populao

A implantao do BRS na Av. Rio


Branco correu como esperado
e foi mais um marco para o
transporte da cidade do Rio

gas, principais vias de acesso ao trfego entre o Centro e a Zona o mesmo ocorreu com o trecho da
Centro, atravs da reformulao Sul. Quase trs meses depois, a Avenida Rio Branco, entre a Presi-
de itinerrios e da implantao de construo inteira foi desativada, dente Vargas e a Praa Mau.
pontos finais para as linhas muni- medida necessria sua demo- As linhas de nibus municipais
cipais, na Avenida General Justo, e lio e continuidade das obras passaram a acessar o Centro pelas
intermunicipais, na Presidente Var- dos tneis da Via Expressa, o que avenidas Passos, Repblica do Pa-
gas, bem como do remanejamento intensificou as alteraes no trn- raguai e Rio Branco, e as executivas
entre os terminais. sito. no circulam por esta ltima. As
Alm da reduo das vagas de intermunicipais metropolitanas en-
Passo a passo estacionamento e da instalao de tram pela Praa da Repblica, e pon-
Enquanto o elevado era prepa- novos pontos de nibus em ruas ao tos finais foram instalados prximos
rado para ser parcialmente interdi- redor das principais avenidas da Candelria. J as intermunicipais
tado em 2 de novembro de 2013, regio, a 1 etapa envolveu a inver- no metropolitanas destinam-se ao
os 3,5 quilmetros da Via Binrio so de sentido de seis ruas, inclu- Terminal Rodovirio Novo Rio, e no
do Porto passavam pelos ltimos sive das ruas do Passeio e Teixeira Terminal Menezes Cortes permane-
ajustes que a tornariam opo ao de Freitas, na Lapa. Na 2 etapa, ceram as linhas vindas de municpios

23
CAPA | MOBILIDADE URBANA

O Mergulho da Praa XV
ser ampliado e dar acesso
ao Tnel da Via Expressa, que
ter 2,5 quilmetros e ir at o
Armazm 8, na Av. Rodrigues
Alves (projeto abaixo).

com distncia inferior a 80 quilme-


tros da cidade.

O auge: Rio Branco


Importante desde a sua cria-
o, quando representou o incio
da urbanizao do Centro do Rio
de Janeiro, a Avenida Rio Branco
foi a via cuja mudana envolveu
ao atravessar a avenida. A sinaliza-
mais ateno na 3 etapa: trfego Branco, poder utilizar ambos os
o continua ostensiva tambm aos
nos dois sentidos. Alm dos agentes transportes.
motoristas: so placas e cones la-
de trnsito, dos guardas municipais Paralelamente a esta transfor-
ranjas separando as duas vias, a fim
e do prprio secretrio de Trans- mao, o Tnel Engenheiro Carlos
de evitar que entrem na contramo.
portes, equipes do Rio nibus se Marques Pamplona, conhecido
Ao longo de todo o trajeto, a
distriburam estrategicamente para como Mergulho da Praa XV de
circulao restringiu-se aos coleti-
orientar a populao, at mesmo Novembro, foi definitivamente in-
vos municipais e aos txis, sendo
com um grupo de teatro que aler- terditado para a sua ampliao.
que estes ltimos devem parar so-
tou sobre os cuidados necessrios Quando for reaberto, sua capacida-
mente nas novas reas de ser dobrada, e quem utiliz-lo
determinadas em ruas ter acesso ao Tnel da Via Expres-
A rea tcnica do Rio nibus transversais, para man- sa, planejado para compreender
tambm intensificou o treinamento ter a fluidez do trnsito. 2,5 quilmetros, at o Armazm 8
No sentido Aterro do Fla- na Avenida Rodrigues Alves, prxi-
sobre as mudanas de itinerrios das mengo, duas faixas so mo da Rodoviria Novo Rio. Tneis
linhas de nibus aos mais de 400 exclusivas aos nibus e e vias interligados para proporcio-
instrutores, fiscais, despachantes e uma compartilhada nar ao Rio de Janeiro a mobilidade
com os txis. E quem se- urbana de que realmente precisa,
monitores das empresas envolvidas guir com destino Praa sem desvalorizar a sua beleza, j
nas alteraes do trnsito Mau, pela Avenida Rio que o respeito aos traos antigos

24
e natureza fazem parte do pro-
jeto. A demolio do trecho da
Perimetral na altura da Praa XV,
por exemplo, vai colaborar com a
recuperao do desenho antigo do
local, considerado o marco zero da
cidade. No total, essas trs etapas
ocasionaram a alterao, em parte,
do trajeto de 168 linhas de nibus
municipais e de 60 intermunicipais.

Orientao em massa
O nmero de mudanas, neste
curto espao de tempo, envolveu
um planejamento eficaz para a Em novembro de 2013, a Via Binrio do Porto tornou-se opo ao trfego
implantao do projeto e, princi- entre o Centro e a Zona Sul, para apoio s obras da Perimetral.

Uma vida feliz precisa de segurana e tranquilidade.


Ns entendemos do assunto.

A Paluama Corretora de Seguros a lder em seguros para empresas


de transporte de passageiros e a empresa nmero 1 no atendimento
com passageiros e gerenciamento de crises, e por isso nos dedicamos
integralmente para que a sua empresa, voc e sua famlia possam estar
tranquilos no seu dia a dia ou em qualquer situao.

Procure um dos nossos corretores e descubra as vantagens e


diferenciais que nos tornam lderes de mercado.

H mais de 20 anos, o nosso negcio seguro.

So Paulo - (11) 2105-6777 | Curitiba - (41) 3222-9179 | Goinia - (62) 4018-6635 | Marlia - (14) 3413-7758 | Maring - (44) 3025-5880
Ribeiro Preto - (16) 3610-1144 | Rio de Janeiro - (21) 2461-2277 | Salvador - (71) 3358-5588 | So Jos dos Campos - (12) 3911-3822

www.paluama.com.br 25
CAPA | MOBILIDADE URBANA

Algumas
adaptaes j
realizadas
A estao Leopoldina oferece esta-
cionamento rotativo para 350 autom-
veis. Sua localizao favorvel para re-
ceber o fluxo oriundo da Avenida Brasil
e direcion-lo aos diferentes modais.
O aumento do nmero de usurios
dos trens da SuperVia, do Metr e da
CCR Barcas mostra que as medidas to-
madas em virtude da demolio do ele-
vado da Perimetral estimularam o uso
do transporte pblico.
Desde a implantao da ltima fase,
a CCR Barcas reforou seu efetivo nas
estaes e na manuteno corretiva das
embarcaes. Atualmente, a demanda
da linha Cocot praticamente o dobro
palmente, para a divulgao de Central de Relacionamento com do que era antes.
informaes. Desde o incio, toda o Cliente da Fetranspor (CRC). O BRS da Rua 1 de Maro foi de-
a imprensa local recebeu os deta- Cerca de 800 agentes da Guarda sativado, permitindo, assim, a parada
lhes de cada etapa da operao. Municipal, CET-Rio e Porto Novo de nibus em todos os pontos. Um de-
Para os rodovirios, a Fetranspor foram designados para orientar e les foi realocado para melhor servir os
desenvolveu um programa espe- fiscalizar as movimentaes nas usurios.
cial de treinamento operacional ruas principais e no entorno, tan- Foram criadas duas novas linhas
sobre as novas mudanas, que foi to a p, quanto em motocicletas, de apoio ao trfego entre o Centro e a
aplicado pela Universidade Cor- veculos operacionais e reboques, Zona Sul (130 Praa XV Leblon e 131
porativa do Transporte (UCT). alm da instalao de 54 painis Praa XV Gvea/PUC).
A rea tcnica do Rio nibus mveis e 1.700 barreiras. As ciclovias sero ampliadas pelas
tambm intensificou o treinamen- Durante a 2 etapa, foram distri- ruas do Centro, assim como os biciclet-
to sobre as mudanas de itiner- budos folders com mapas que mos- rios pblicos. O programa Bike Rio, uma
rios das linhas de nibus aos mais travam como motoristas de veculos parceria da prefeitura com o Banco Ita
de 400 instrutores, fiscais, despa- particulares deveriam fazer para e a Serttel, tambm est em expanso:
chantes e monitores das empre- chegar ao Centro naquele momen- sero 12 novas estaes na regio.
sas envolvidas nas alteraes do to, e como procederiam a partir da O Bilhete nico Carioca (BUC) incor-
trnsito. Tambm elaboraram um 3 etapa. J nesta fase, monitores porou 30 minutos ao tempo de integra-
vdeo, veiculado na MOV TV, e orientaram cada usurio do sistema o entre os dois embarques, devido aos
todas as informaes continuam de transporte pblico por nibus congestionamentos.
sendo atualizadas e transmitidas nos prprios pontos de parada.

26
NTU investe em campanha
por vias seletivas para nibus e
transporte de qualidade
A Associao Nacional das dades se tornem locais melhores legislao, h a proximidade de
Empresas de Transportes Urba- para se viver. eventos mundiais que sero rea-
nos (NTU) vem procurando cha- lizados no Brasil, e a conscienti-
mar a ateno de toda a socieda- Momento oportuno zao da populao, que mostrou
de brasileira para a necessidade Aps dcadas sem polticas estar atenta s questes da mobi-
de fortalecimento do transporte pblicas de transporte capazes lidade nas recentes manifestaes
pblico por nibus, aliado a uma de melhorar a fluidez nas cida- de rua.
mobilidade urbana sustentvel. A des brasileiras, o governo federal Adotando filosofia de com-
entidade est promovendo cam- vem, nos ltimos anos, criando partilhamento de ideais e mobi-
panha de conscientizao, com condies de aprimoramento dos lizao, a NTU uniu seus esforos
o ttulo Faixa Exclusiva Uma servios e incentivando os muni- aos do MDT (Movimento Nacio-
Enorme Diferena, para a qual cpios a desenvolverem planos de nal pelo Direito ao Transporte),
foram desenvolvidos busdoor, mobilidade urbana. A criao dos que tambm empreende cam-
cartaz, folder, folheto, MUB, vo- PACs da Mobilidade um exem- panha, sob o tema Transporte
lante, alm de vdeos. plo disso. E a Lei n 12.587, em Pblico de Qualidade A Gente
A ideia mostrar a importn- vigor desde 2012, obriga os mu- Chega L, voltada, em especial,
cia e a necessidade de se investir nicpios com populao superior para passageiros do transporte
em sistemas de faixas exclusi- a 20 mil habitantes a elaborarem coletivo, comunidades fsicas e
vas para nibus, racionalizando seus planos de mobilidade at o virtuais e redes sociais. Afinal, o
a operao e oferecendo servio ano que vem, sob pena de per- funcionamento das nossas cida-
de melhor qualidade, para que o derem o direito a recebimento de des deve ocorrer da forma mais
transporte pblico seja mais uti- recursos federais para projetos democrtica possvel, a comear
lizado no dia a dia, diminuindo com essa finalidade. pelo uso do solo 70% do espa-
os congestionamentos, tornando A campanha da NTU surge em o das ruas hoje ocupado pe-
os deslocamentos mais geis e momento bastante oportuno, pois, los automveis, responsveis por
seguros e permitindo que as ci- alm das mudanas impostas pela 30% das viagens.

27
27
CAPA | MOBILIDADE URBANA

28
29
CAPA | MOBILIDADE URBANA

Sistema BRS: Motivada, cada vez mais, a


proporcionar cidade uma mobi-
lidade urbana eficaz, a Prefeitura

expanso aps do Rio de Janeiro lanou, h trs


anos, atravs das secretarias de
Transportes e de Conservao e

trs anos de Servios Pblicos, o Bus Rapid

sucesso
Service (BRS), um sistema base-
ado em corredores exclusivos ao
trfego de nibus, planejado para
ser implantado em toda a cida-
de. O horrio de funcionamento
das 6h s 21h, em dias teis, e
aos sbados, das 6h s 14h (exce-
to o BRS Presidente Vargas).
O primeiro bairro a ser benefi-
ciado com o sistema foi Copaca-
bana (19 de fevereiro de 2011),
onde duas das quatro faixas da
Avenida Nossa Senhora de Co-
pacabana ficaram destinadas so-
mente aos nibus que passavam
por l. A etapa seguinte acon-
teceu nas ruas Barata Ribeiro e
Raul Pompeia, sentido Ipanema.
Nessa regio, o BRS reordenou
67 linhas em 20 pontos, divididos
em BRSs 1, 2 e 3, diminuindo o
tempo de travessia pelo bairro
em aproximadamente 40%.

a s co
a na o n ga n de
b em
bl ar
ra iro o
c a
a n e s
V
. B im ar e
a Ip L re io r M
op P R P
C 30
Frota e tempo otimizados Suas mudanas comearam nas pis-
A reduo dos impactos ao meio tas centrais, com a criao de seis
ambiente uma das metas previs- grupos, um deles exclusivo para as O corredor Carioca
tas no projeto. Em Ipanema e no linhas intermunicipais. Houve redu- Estcio impulsionou
Leblon, 10,6% das frotas deixaram o de 15% da frota de nibus, e os
de circular, o que ocasionou maior itinerrios de 25 linhas foram alte- nova distribuio
fluidez no trnsito e diminuio rados, agilizando a operao. de 15% das linhas
do consumo de combustveis, bem No final de agosto de 2013, foi intermunicipais vindas
como de emisso de gases poluen- inaugurado o BRS entre os bairros
tes. No total, foram 16 pontos de Estcio e Centro. O corredor Carioca de Niteri e So
parada divididos em BRSs 1, 2 e 3, Estcio impulsionou nova distribuio Gonalo, e organizou
distantes 250 metros um do outro. de 15% das linhas intermunicipais o trfego de mais de
Depois da Zona Sul, foi a vez vindas de Niteri e So Gonalo, e or-
do Centro do Rio de Janeiro: so ganizou o trfego de mais de mil co- mil coletivos nas ruas
aproximadamente 13 quilmetros letivos, nas ruas da Carioca, Visconde da Carioca, Visconde
exclusivos ao longo da Rua Pri- de Rio Branco, Frei Caneca, Salvador de Rio Branco, Frei
meiro de Maro e das avenidas Rio de S, Estcio de S e Joo Paulo I.
Branco, Antnio Carlos e Presidente Nesse trecho, o tempo de viagem Caneca, Salvador de S,
Vargas. Esta ltima considerada a diminuiu em 23%, superando as ex- Estcio de S e
via mais importante da cidade, com pectativas da Secretaria Municipal de Joo Paulo I
fluxo de 219 linhas de coletivos. Transportes do Rio de Janeiro.

e
io ca c a on aio
o c 4Tiju rio nd
de
m

st 2 a . Ro
E C al
M
31
CAPA | MOBILIDADE URBANA

Os corredores da
Zona Sul foram os
primeiros a serem
implementados e
ganham melhorias fogo (sem corredor exclusivo) e o
operacionais ou de Botafogo Humait, mais 7,6 qui-
estrutura sempre que lmetros de fluxo reordenado na
necessrio Zona Sul.

Trabalho em equipe
chal Rondon. As 15 linhas A alterao do trnsito em um pe-
dividiram-se em BRSs de 3 queno bairro, ou em grandes centros
a 6, assim como o BRS 24 urbanos, requer bom planejamento,
de Maio, e todas param principalmente em relao mudan-
em qualquer ponto. No to- a de comportamento da populao.
tal, so 37,9 quilmetros, E, para disseminar a informao,
de norte a sul da cidade, equipes do Sindicato das Empresas de
reservados aos coletivos, nibus do Rio de Janeiro (Rio nibus)
o que colaborou com a re- posicionaram-se em pontos estratgi-
duo de 20%, em mdia, cos para distribuir informativos sobre
do tempo gasto nas via- os BRSs e os novos pontos de cada
Abrindo caminhos gens. O agrupamento de linhas por linha, bem como para orientar os
A primeira ao na Zona Norte pontos de nibus e a diminuio usurios dos coletivos. A identificao
interligou os bairros Estcio e Tiju- de frotas minimizaram os conges- visual especificando o BRS, tanto nas
ca. Em 24 de setembro, aps a fase tionamentos e tornaram o trfego paradas quanto nos nibus; a adesi-
de testes, 3,5 quilmetros, desde a mais seguro para todos. E j esto vagem nos pontos, com mapas com-
Rua Joo Paulo I at a Praa Saens previstos os BRSs Humait Bota- pletos das redondezas; e a listagem
Pea, tornaram-se exclusivos das linhas e seus respectivos iti-
s 33 linhas que circulam na nerrios, por BRS, compem uma
regio. Em outubro, o sistema Tecnologia a sinalizao ampla e eficiente.
entrou em vigor na Avenida 24 Antes, durante e depois da
de Maio uma importante via, seu servio implantao de todos os BRSs,
tambm da Zona Norte, que agentes de trnsito da CET-Rio
possui, ao longo de seu percur- Ao longo do BRS Copacabana, esto e da Guarda Municipal traba-
so, cinco estaes de trem. Para em teste oito painis com informaes on- lharam para orientar o trfego
implantao desse BRS, houve -line sobre o tempo aproximado de percur- ao longo dos corredores, e as-
realocao de um ponto de em- so e de espera das linhas de nibus. Os da- sim ser feito at a concluso
barque e desembarque, e a sua dos so atualizados pelos GPSs instalados do projeto. Alm disso, o Rio
peculiaridade no ter escalo- em coletivos e, em breve, o programa ser nibus, em parceria com a
namento de paradas desde o acessado em celulares, tablets e computa- Universidade Corporativa do
Maracan at o Mier. dores. O passageiro tambm poder escla- Transporte, produziu material
Em sentido contrrio, os recer suas dvidas no site www.brsrio.com. didtico e ministrou treinamen-
passageiros puderam utilizar br, ou atravs do aplicativo para celular BRS tos para motoristas e equipes
o servio a partir de janeiro Rio, disponvel nos sistemas iOS e Android. operacionais das empresas de
deste ano, na Avenida Mare- nibus.

32
A fiscalizao eletrnica foi, e
ainda , fundamental no monito-
ramento de veculos comuns, que
esto autorizados a trafegar pelas
faixas exclusivas somente para aces-
sar garagens de edifcios residenciais
ou comerciais, sempre necessitando
virar direita, obrigatoriamente, na
primeira oportunidade. J nos fins de
semana, podem circular e estacionar
Recentemente, a Tijuca durante a noite. Fora isso, as ativida-
tambm recebeu o des de carga e descarga so permi-
BRS, mais uma vez tidas apenas nas ruas transversais,
implementado com e o embarque e o desembarque dos
sucesso passageiros de txis devem ser feitos
esquerda dessas vias.

33
CAPA | MOBILIDADE URBANA

A Copa de muitas obras

As obras no param, mas


Transolmpica no dever
estar pronta at julho

Previso de Finalmente o ano de 2014 che- Levantamento feito, em janei-


gou. Com ele, a expectativa da re- ro, pelo site G1 apontou que, pelo
entrega dos alizao da Copa do Mundo. Entre- menos, 75% das obras previstas na
projetos de tanto, a to almejada reformulao matriz de responsabilidades apresen-
da mobilidade urbana, apontada tavam atrasos ou foram retiradas do
mobilidade no como principal legado para o pas, calendrio. Entendimentos entre as
se confirma vai precisar de um pouco mais de autoridades brasileiras e represen-
tempo para ser desfrutada pelo tantes da Fifa levaram reviso do
e obras sero brasileiro. Projetos mal elaborados, cronograma das obras, e os esforos
concludas atraso na obteno de licenas am- foram concentrados nas intervenes
depois do bientais, alm do grande volume de que impactam diretamente o acesso
desapropriaes, foram alguns dos dos torcedores s arenas. Mesmo
Mundial problemas encontrados por estados com muito ainda por fazer, o clima
e municpios para desenvolvimento de otimismo entre as autoridades
das obras. e entidades de classe, que acreditam

a c a n t u ca
te
gu r io m o a Tij
e s u
repa
sc as D u ru
C Ba
z
rra d
n s o T aq
o
ca n t
Ja TraSan San
o ta a
Tr Tran s
34
tanto no sucesso da Copa quanto na a mobilidade urbana s no recebeu te no que se refere implantao dos
melhoria significativa da mobilidade conceito maior, em 2013, porque hou- sistemas de BRT, considerados, pelas
urbana nas principais cidades do pas. ve manifestaes. No estamos preo- autoridades do setor, o mais barato e
cupados se as obras ficaro prontas de fcil construo.
Preocupao com o povo para a Copa do Mundo. Aquelas que O Presidente da NTU Associa-
Um desses entusiastas o secret- puderem ficar prontas vo ficar pron- o Nacional das Empresas de Trans-
rio nacional de Mobilidade Urbana do tas, com certeza, e as que no ficarem portes Urbanos , Otvio Cunha, diz
Ministrio das Cidades, Julio Eduardo no vo interferir em nada na mobili- que, mesmo no concluindo todas
Santos. De passagem pelo Rio Janeiro, dade durante o torneio. as obras inicialmente previstas, tan-
onde participou de um seminrio pro- to os sistemas que ficarem prontos
movido pela ANTP (Associao Nacio- Capacidade modal at o Mundial quantos os que forem
nal do Transporte Pblico), conversou Com base no relato do secretrio, inaugurados posteriormente vo
com a equipe da Revista nibus e pode ser levada tambm em consi- contribuir, de forma positiva, para
se mostrou bastante tranquilo quanto derao a avaliao do transporte melhoria do transporte pblico nas
Copa do Mundo. Citou que a preocu- pblico feita pela NTU durante seis cidades brasileiras. Dos projetos que
pao maior do governo federal com partidas da Copa das Confederaes. estavam previstos para a Copa, muito
a populao brasileira, e deu como Um dos aspectos ressaltados foi a ca- pouco ser entregue. Mas isso no
exemplo a Copa das Confederaes pacidade do sistema de mobilidade quer dizer que no tenha valor. Uma
de 2013. H um ano tivemos a Copa de operar sob condies de extrema vez implantados, esses corredores
das Confederaes. E, nas seis cidades demanda. O documento foi divulga- representam a melhoria da qualida-
em que os jogos foram realizados, no do logo aps o trmino do torneio, e de do transporte e justificam plena-
tivemos problema de mobilidade ur- o setor recebeu mdia seis, mesmo mente o esforo que vem sendo feito,
bana, com exceo de uma pequena com as interferncias dos protestos alm de estimularem o governo fede-
falha no metr de Recife, que ocorreu e manifestaes. Mas, ao abordar a ral a continuar com os investimentos.
no primeiro jogo. capacidade do pas de tirar do papel Os municpios que no fizeram o seu
De acordo com o secretrio, a os diversos projetos previstos na ma- dever de casa devem procurar faz-lo,
mobilidade urbana nas cidades-sede triz de responsabilidades, o panorama porque, de fato, vai trazer benefcios
dos jogos da Copa no ser motivo no muito animador, principalmen- para a populao.
de apreenso, porque os municpios
estaro com as obras concludas an-
tes do incio do Mundial, e disse que

te a ica
s qu mpo
ar
a
o l or
A Transcarioca

s
est quase

d
n e o
pronta e deve
ser entregue

D at junho deste
ano, a tempo
para a Copa do
Mundo 2014 35
CAPA | MOBILIDADE URBANA

Responsabilidade To logo o Brasil foi anuncia- O Transmilnio, em Bogot, foi um dos


dos governos do como sede da Copa, o pas teve primeiros BRTs em operao e serviu
A continuidade dos investimen- mais de seis anos para se organizar como exemplo para implementao de
tos no parece um problema. Pelo e colocar em funcionamento diver- muitos outros sistemas
menos o que garante Santos. Ele sos sistemas de mobilidade urbana.
ressalta a responsabilidade dos esta- No entanto, o desconhecimento
dos e municpios na realizao das da pauta pelos polticos; a falta de
obras, e afirma que a nica possibili- planejamento dos municpios, que
dade de as intervenes no sarem no possuam projetos consistentes
do papel seria no caso de uma mu- e capazes de serem executados; a
dana de modal por parte da admi- substituio de modais, como ocor-
nistrao municipal. No h risco reu em Salvador e Cuiab; alm da
de essas obras no concludas antes obteno das licenas ambientais;
da Copa serem retiradas da matriz. assim como dos recursos, para o pa-
J existem recursos liberados por gamento de indenizaes em funo
meio de contratos de financiamen- das desapropriaes, tendo em vista
tos. E isso precisa ser honrado. As que a verba liberada pelo governo Concebido em 1974, em Curitiba
obras que permaneceram na matriz federal prev o investimento somen- PR, o conceito de BRT ganhou fama
sero finalizadas. A pauta Mobilida- te na infraestrutura e no contempla mundial a partir de 2000, aps ser
de Urbana veio para no sair mais o custeio das indenizaes, foram implantado em Bogot, na Colmbia.
do foco do governo federal, como os principais motivos que levaram o So 40 anos desde o primeiro BRT. O
habitao, sade, segurana, educa- pas a chegar, s vsperas da Copa, nmero de cidades que adota este
o, que so agendas perenes. com poucas obras finalizadas. sistema, no mundo, cresceu de 45
para 166, desde 2002. So 35 pases
que j desfrutam dos benefcios do
modal.
Dados da Associao Nacional
das Empresas de Transportes Urba-
nos (NTU) revelam que, em mdia,
um nibus comum comporta at
80 passageiros, quantidade que
substitui 50 automveis ou 70 mo-
tocicletas. Os do BRT, por sua vez,
chegam a carregar at 270 pesso-
as. O diretor administrativo insti-
tucional da NTU, Marcos Bicalho,
defende que os sistemas de BRT,
Apesar do atraso, para alguns com servios mais geis e de maior
entusiastas as demandas no Mundial qualidade, atraem usurios de car-
sero supridas normalmente ros e motos, e que esta a forma

36
166 cidades de 35 pases
j desfrutam do sistema BRT
Em Istambul o intervalo mdio
entre um BRT e outro de
apenas 60 segundos

segundos, e cada veculo transporta,


em mdia, 1,5 mil pessoas por dia,
segundo informaes do operador do
sistema colombiano. Em Istambul, na
Turquia, funciona desde 2007 e trans-
porta 600 mil passageiros por dia, em
mais rpida e de baixo custo para extenso de corredores adaptados 42 quilmetros de corredor e com 33
promover melhorias no trnsito. A operao dos nibus desse servio. paradas, numa operao que conta
tendncia, portanto, que os en- com um nibus a cada 60 segundos.
garrafamentos diminuam e que a Meio ambiente Alm disso, o sistema BRT po-
populao ganhe mais tempo em Na Amrica Latina, nove pases sitivo para o meio ambiente. Atual-
sua mobilidade. utilizam o BRT, com destaque para a mente 30% dos deslocamentos so
No Brasil, as cidades que j se be- Cidade do Mxico, cujo sistema foi feitos em meios motorizados, que
neficiam deste meio de transporte em inaugurado em 2005. De acordo com ocupam 70% das vias de circulao e
operao so Goinia, Uberlndia, a empresa responsvel pela operao comprometem, de forma significativa,
Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro do servio, o BRT mexicano atual- a qualidade do ar, com a emisso de
e So Paulo. Contudo, j so 14 cida- mente transporta 120 mil passageiros poluentes. Os sistemas BRT tm de-
des, que contam com 32 projetos de diariamente, em 67 quilmetros de monstrado potencial para reduzir as
BRT e somam 554,4 quilmetros de faixas exclusivas, com um nibus a emisses de CO2, uma vez que, para
cada 1,8 minuto. Em Bogot, na Co- sua correta implantao, realizada
lmbia, o sistema existe desde 2000 uma otimizao das rotas existentes.
e conduz 1,690 milho de passagei- Exemplo do seu impacto na mudana
ros diariamente, em 84 quilmetros do clima a operao do Metrobs
de extenso e 114 paradas. A m- (BRT da Cidade do Mxico), que, com
dia de espera pelos nibus de 63 a inaugurao da quarta linha, em
2012, est reduzindo 110.000 tonela-
das de CO2 emitidas por ano, ao mes-
O sistema da Cidade do Mxico mo tempo em que melhora a mobili-
tambm se mostra eficaz dade de 200 milhes de passageiros
em igual perodo.

37
CAPA | MOBILIDADE URBANA

O BRT
sob o olhar de um
rodovirio
Antes de entrar em operao,
corredor exclusivo j
modificava vidas
O jornal impresso de maior circu- sente, e foi sem estrutura de apoio habilitao para trabalhar no BRT.
lao no Rio de Janeiro, o O Globo, montada. A entrevista pode ter Foram trs semanas de treinamen-
deu voz a um rodovirio muito espe- ajudado. Pouco tempo depois, apa- to, envolvendo: curso no Sest Senat,
cial, no Caderno da Barra da Tijuca, receram organizadores e sinaliza- em Pacincia; visitas ao CCO, para
em junho de 2013. Srgio Pessoa, 39, dores de trnsito. As obras so para entender a operao; e viagens para
motorista do BRT pela Viao Litoral beneficiar a populao, e o amparo conhecer o percurso e aprender mais
Rio, entrou na profisso h quase tambm precisa ser programado, sobre o embarque e o desembarque.
dois anos para seguir seu corao. afirma Pessoa, que, ao falar da O BRT bem organizado, as
Enquanto trabalhava como opera- sinalizao, lembrou-se positiva- instrues so passadas para os ro-
dor de telemarketing, na Barra da Ti- mente do BRS (Bus Rapid System). dovirios desde o primeiro dia e, se
juca, acompanhava a construo do Desde sua implantao pela cidade, houver algum erro, o responsvel re-
corredor do BRT (Bus Rapid Transit). esses corredores exclusivos diminu- cebe advertncia. Os horrios de sa-
E, desde o incio, coloquei na cabea ram o tempo de viagem; ou seja, da do nibus que eu estiver dirigindo
que faria parte desse sistema. Na o sistema benfico tanto para o e o da minha frente so informados,
ocasio em que procurou o jornal, ele passageiro quanto para o prprio e assim que este sair, eu preciso en-
estava trilhando seus primeiros pas- rodovirio. E a informao est costar, porque a demanda muito
sos no setor, como motorista da linha por toda a parte, inclusive melhor grande e no pode haver atrasos. O
Taquara X Saens Pea, e o convvio que antes, j que agora, em todos percurso feito em aproximados 50
com o trnsito, na regio da publica- os pontos, h placas com as linhas, minutos com nibus novos, que pro-
o (O Globo Barra), era intenso. seus pontos de parada e respecti- porcionam viagens rpidas e confor-
Vrios desvios foram criados devido vos itinerrios. Espero que isto seja tveis; tudo maravilhoso, afirma.
s obras da Taquara, Transcarioca, ampliado para todo o Rio de Janei-
Praa Seca, e ficamos sem ter onde ro, completa Srgio. Melhorias atravs
parar, o que gerou muitos transtor- de especializao
nos, explica Srgio. Treinamento e organizao O rodovirio tambm recebeu
De acordo com o relato, somen- Srgio nunca teve sequer carro uma carta por intermdio da Indo
te a Guarda Municipal esteve pre- particular, e s adquiriu a carteira de & Vindo, parabenizando a ma-

38
tria de capa da edio n 12, A pessoas optando pelo BRT para ir ro. Corri at pelos 27 quilmetros
Liga da Direo Segura. Na oca- ao Barra Shopping, por exemplo, do BRT, antes de sua ativao, com
sio, quatro motoristas que levam sem pagar o estacionamento e sem os amigos que j sabiam do meu
a cidadania para o trnsito foram pegar trnsito. objetivo.
entrevistados e parabenizados por Como corredor, tem, em seu curr-
esse leitor, que sabe da importncia Um rodovirio de sucesso culo, as Maratonas do Rio do Pontal
de ter boas atitudes para driblar as At agora, Srgio j fez os cur- ao Aterro do Flamengo , a Meia In-
dificuldades dirias da profisso. sos da Resoluo 168 (normas e ternacional do Rio de Janeiro, a Pon-
Alguns colegas cometem erros que procedimentos para a formao de te Rio Niteri, e algumas previstas
resultam em nossa fama de vilo. condutores de veculos), de Movi- para o fim do ano. E o incentivo ao
Isto s nos prejudica. mentao Operacional de Produtos esporte proveniente da Viao Litoral
Para ele, muita coisa mudou nos Perigosos (MOPP), para conhecer Rio um dos fatores que completam
ltimos anos as frotas so mais o que est ao seu redor; de Emer- sua satisfao em fazer parte do gru-
novas e adaptadas para no emitir gncias Mdicas; e est aguardan- po. O prprio gerente de Transportes
poluentes; os nibus andam com as do a prxima turma do Programa corre conosco, e nossa equipe j foi
portas fechadas; o RioCard facilita Motorista Cidado. E sua fora de capa da revista 'Indo & Vindo'. A pr-
o embarque e diminui o fluxo de di- vontade no se restringe ao cam- tica de esportes ajuda muito na pro-
nheiro nas mos dos cobradores; os po profissional. No esporte, Pessoa fisso. Eu trabalho at mais animado
rodovirios esto mais preparados, dedica-se corrida, e os treina- depois que corro. A corrida, para mim,
atravs de cursos oferecidos pela mentos so feitos por trilhas como virou um vcio que deixa melhor no
Fetranspor, empresas de nibus e Pedra da Gvea, Estrada do Men- somente a minha sade, mas tam-
sindicatos; e muitas outras diferen- danha, Parque Lage (uma das mais bm a mente.
as esto transformando o setor. seguras que leva ao Cor-
Com exceo das pessoas que covado) e Piabas, porque
dependem do carro para trabalhar, contribuem muito para
acredito que, em breve, a prefern- o bom condicionamento
cia da maioria ser por andar de fsico e ainda permitem
nibus. Na Barra da Tijuca, j vejo conhecer o Rio de Janei-

Com exceo das pessoas que dependem


do carro para trabalhar, acredito que, em
breve, a preferncia da maioria ser por
andar de nibus. Na Barra da Tijuca, j
vejo pessoas optando pelo BRT para ir ao
Barra Shopping, por exemplo, sem pagar o
estacionamento e sem pegar trnsito
Srgio Pessoa, 39, motorista do BRT
pela Viao Litoral Rio

39
VECULO VERSTIL

Um mergulho no Rio com o


nibus anfbio

O vero de 2014 trouxe mais ra da Urca, que resolveu experi- O trajeto narrado por um guia
uma novidade para os roteiros tu- mentar a proposta junto com Jos turstico, que vai contando a hist-
rsticos cariocas. Que tal embarcar Cndido, seu neto de seis anos. Os ria e as peculiaridades do Aterro do
num nibus, no famoso bairro da passageiros embarcam na Praia Flamengo, um dos principais cen-
Urca, e entrar nas guas da Baa de Vermelha, em frente da estao tros de lazer da cidade, e dos bair-
Guanabara com veculo e tudo? Se do bondinho do Po de Acar, e ros ao longo. Ao chegar rampa da
a ideia parece sada dos filmes do de l seguem em direo Marina Marina, o motorista cede lugar ao
007, voc precisa conhecer o nibus da Glria. marinheiro da equipe, e o veculo se
anfbio Duck Copacabana. transforma em embarcao, dando
O passeio inusitado, oferecido um grande mergulho, apelidado de
pela empresa Duck Tour Brasil, uma experincia tchibum, com todos a bordo. Mo-
comeou a funcionar no final de muito gostosa, uma mento que fez os olhos de Jos bri-
janeiro, e tem agradado muito aos lharem e empolgou os passageiros.
turistas e moradores da cidade. nova forma de ver o sensacional, diz a criana.
uma experincia muito gostosa, Rio de Janeiro A aventura dura uma hora e
uma nova forma de ver o Rio de Regina Bastos meia e custa R$ 100 por pessoa,
Janeiro, comenta a professora professora de ingls sendo cobrado metade do valor
de ingls Regina Bastos, morado- e moradora da Urca para idosos e crianas at dez anos.

40
J imaginvamos
que seria bem aceito,
mas confesso que nos
surpreendemos com
o interesse do carioca.
Os moradores tambm
desejam novas formas
de ver e aproveitar a
cidade
Ildio Soares, engenheiro
e um dos scios do
empreendimento

Uma promoo de lanamento ao ponto de embarque meia hora Tecnologia 100% nacional
oferece meia-entrada para os mo- antes, para garantir um lugar no Segundo o engenheiro Ildio
radores da cidade que apresenta- passeio, explica Gabriela da Luz Soares, um dos scios do empre-
rem comprovante de residncia. Nunes, responsvel pelo agenda- endimento, o novo atrativo tem
A primeira viagem comea s 10h mento. A recomendao se justifica conquistado a ateno no s dos
e a ltima, s 17h. Funcionamos pelo fato de o nibus s ter 28 luga- turistas. J imaginvamos que se-
de tera a domingo. Recomenda- res para passageiros, alm dos trs ria bem aceito, mas confesso que
mos que os interessados cheguem tripulantes, e a procura ser talta. nos surpreendemos com o interesse
do carioca. Os moradores tambm
desejam novas formas de ver e
aproveitar a cidade. O Duck atia a
curiosidade por lidar, inclusive, com
o imaginrio das pessoas, de estar
num veculo anfbio que, em certo
momento, mergulha mar adentro,
alm de oferecer um novo ponto de
vista de famosos smbolos da cida-
de, como o Po de Acar e o Cristo
Redentor, diz.
O empresrio conta que a ideia
surgiu de passeios em veculos se-
melhantes que os scios e amigos

41
VECULO VERSTIL

Quando ouvi falar


que tinha esse tipo
de nibus no Rio,
fiquei doida para
fazer o passeio. Alm
de ser diferente,
muito divertido.
Espero que a ideia
fizeram no exterior. Quando co- bm no eixo dianteiro e com um sis-
nhecemos os nibus anfbios como tema de bolsa de ar, para controle cresa e que logo
opo turstica, sabamos que seria da flutuao. O Duck Copacabana mais rotas passem a
algo que caberia muito bem no Rio possui 9,40 metros de comprimen- ser ofertadas
de Janeiro, explica Soares. Ao todo to, por 2,5 metros de largura e 3,65
foram mais de cinco anos, desde o metros de altura. Elisa Alexandre, turista
surgimento da ideia at a concreti- S a construo levou trs anos, angolana
zao da empreitada. Entre a opo e vrios testes foram necessrios
de importar o modelo ou construir at que fosse desenvolvido o mo- e as permisses necessrias ao fun-
seu prprio veculo, o grupo de en- delo ideal de veculo, com trao cionamento, assim como o plane-
genheiros optou pela segunda es- nas quatro rodas, seguindo todas as jamento de operao, envolvendo
colha, fazendo da Duck Tour Brasil normas, nacionais e internacionais, ponto de embarque, circuito e ponto
uma empresa com tecnologia 100% de segurana martimas e terres- de acesso ao mar, demoraram mais
brasileira. Foi utilizado o chassi de tres. J as licenas, o registro do ve- dois anos para serem concretizados.
um nibus Mercedes 1972, adapta- culo no Departamento de Trnsito
do e incrementado com trao tam- (Detran) e na Capitania dos Portos, Um nibus sustentvel
Soares diz que a segurana
sempre esteve em primeiro lugar
durante o processo de criao do
modelo nacional. Temos coletes
para todos os passageiros, incluin-
do modelos infantis suficientes
para atender s crianas. O veculo
construdo com compartimentos
estanques cheios de isopor naval.
Nosso planejamento prev a troca
dos eixos e das caixas de todo o
sistema a cada seis meses, como
manuteno preventiva, podendo
ser antecipada em caso de neces-
sidade, explica.

42
Outra preocupao dos scios foi Olhar essa cidade, do mar,
que o veculo fosse ecologicamen- visualizar como o Rio cheio
te correto; para isso, so utilizadas de montanhas. uma home-
graxas especiais atxicas e insol- nagem beleza desse lugar.
veis em gua, no Duck Copacabana. Deus caprichou aqui.
Possui um sistema de exausto no
poluente, favorecido pelo posicio- O mascote da empresa
namento superior do escapamento, recepciona os turistas que
no teto. Ele ambientalmente pen- seguem pelo Aterro do
sado para a no agresso ao meio Flamengo at a Marina
ambiente, afirma Soares. da Glria, sempre com as
De acordo com a empresa, o indicaes do guia
modelo de veculo anfbio e o nome
Duck Pato em portugus tiveram
origem durante a Segunda Guerra
Mundial, pelo Exrcito norte-ameri-
cano, que criou um caminho anf-
bio com capacidade de transportar
equipamentos militares e que pu-
desse navegar e descer de navios
em direo s praias. O nome origi-
nal dado a esse modelo de veculo
foi DUKW sendo D = Ano 1942, U
= Utilitrio, K = veculo sobre rodas,
W = trao nos eixos traseiros. Com
a sua adaptao por empresas de
turismo e lazer, o anfbio ganhou o
apelido de DUCK, incorporado pela
empresa brasileira.
Tanta inovao surpreende os
passageiros. Quando ouvi falar
que tinha esse tipo de nibus no
Rio, fiquei doida para fazer o pas-
seio. Alm de ser diferente, muito
divertido. Espero que a ideia cresa
e que logo mais rotas passem a ser
ofertadas, diz a turista angolana
Elisa Alexandre, que fez o passeio
acompanhada da prima, Virg-
nia Agostinho, que complementa:

43
EDUCAO

Atualmente a necessidade de J passaram pelos cursos e trei- UCT tem cinco anos de inaugura-
expanso e melhoria da educao, namentos da UCT 72 mil pessoas, da, mas sua implantao comeou
no Brasil, admitida em todas as nos seus cinco anos de existncia. um pouco antes, diz Ana Rosa. A
categorias profissionais, especial- Para uma categoria profissional partir do trabalho de sindicatos, de
mente nas que lidam com gente. Rodovirios que tem, em ati- empresas, de buscar estudar os con-
No Rio de Janeiro, as empresas e vidade, cerca de 100 mil pessoas, ceitos de universidade corporativa,
entidades do setor de transporte os resultados da UCT se mostram
de passageiros Fetranspor, Rio impressionantes. A diretora da Uni-
nibus e demais sindicatos das em- versidade, Ana Rosa Bonilauri, fala,
presas e dos rodovirios , h cinco com entusiasmo, sobre a cria-
anos, puseram a mo na massa, em o da instituio a
parceria com instituies de ensino partir de mais de
tcnico, para melhorar a educao. um ano de es-
Criaram a UCT Universidade Cor- tudos sobre
porativa do Transporte , com o pro- mobilidade
psito de dar a seus profissionais urbana. A
condies de desenvolver conheci-
mentos diversos.

5
anos
da Universidade Corporativa
do Transporte
44
criou-se uma cultura para o setor. qualidade de vida da populao. Aos poucos, mas com determi-
Quando foi fundada, o trabalho de Tnhamos de preparar o segmento nao e ousadia, a UCT vem contri-
compreenso e entendimento j es- para as mudanas que fatalmente buindo efetivamente para superar
tava bem adiantado. viriam e j estavam sendo previstas uma defasagem crnica nos nveis
como o BRT, por exemplo. Inicia- educacionais dos profissionais do
Preparao do setor ram-se, ento, grandes movimentos setor. O impulso qualificao
Ana Rosa lembra, ainda, da de unificao, como os consrcios. hoje oferece uma grade de cursos,
preparao para o que estava por Com isso, mudou-se o modelo de presenciais e a distncia, materiais
vir dentro do setor de transpor- uso como foi desenvolvido pelo didticos, professores e treinadores
tes em termos de infraestrutura, e Estado, com muitos investimentos qualificados. Tudo para capacitar os
das novas opes para melhorar a virios importantes, voltados para alunos motoristas, fiscais, despa-
dar consistncia aos corredores BRS chantes, executivos e pessoal admi-
e BRT, e tambm os dirigentes do nistrativo das empresas em cur-
Treinamento dos setor foram obrigados a mudar, sos como os de Gesto, Tecnlogo,
profissionais do lembra Ana Rosa. Logstica Empresarial, assim como
em programas como o Rodovirio
Cidado.
Plataforma de Gesto
de Aprendizagem A UCT no YouTube
O sucesso inegvel da UCT e a
extrema utilidade de suas iniciativas
para a melhoria das relaes e das
aes em transporte fizeram com
que a curadoria do YouTube EDU
aprovasse a divulgao de vdeos da
UCT. Sobre isso, fala a coordenadora
de Infraestrutura e Tecnologia Edu-
cacional da UCT, Marcia Calada: O
YouTube EDU um canal do YouTube
com vdeos com fins exclusivamen-
te educacionais. Diferentemente do

523 inscritos
Cerca de
115.000 visualizaes
45
EDUCAO

1 3 4

YouTube, onde qualquer um pode nat, a Fundao Roberto Marinho, da atividade da UCT. As empresas,
disponibilizar um vdeo, no YouTube a Secretaria Estadual de Educao. sozinhas, no conseguiriam criar e
Edu necessria uma aprovao, Estas parcerias continuam, e um dos manter uma universidade corpora-
realizada por uma curadoria interna. seus frutos foi a realizao de diver- tiva, porque os custos so extrema-
Ns inscrevemos nossos vdeos para sos MBAs, principalmente nas reas mente elevados.
serem avaliados e fomos aprovados; de Gesto e Logstica. O sucesso
portanto, agora, a UCT integra o ca- da UCT tem provocado pedidos de Uso inteligente da tecnologia
nal YouTube EDU. A importncia est abertura de franquias em outros es- Toda essa atividade na rea de
na grande perspectiva de nos tornar- tados, diz ainda Ana Rosa. Rece- educao realizada atravs da PGA,
mos referncia, considerando que o bemos visitas do Brasil inteiro para Plataforma de Gesto de Aprendiza-
YouTube o canal de vdeos mais conhecer nossos cursos, treinamen- gem. Marcia Calada explica melhor:
utilizado no mundo inteiro. tos, instalaes etc. Mas, nesses A PGA um sistema no qual geren-
H dois anos, na reportagem da estados, para criar algo semelhante ciamos todas as aes educacionais
nibus sobre os trs anos da UCT, UCT, os investimentos so muito disponibilizadas pela UCT. Neste mo-
falamos sobre as parcerias da UCT, altos. O nosso diferencial, aqui no mento, implantamos apenas o m-
desde a sua criao, com a FGV-Pro- Rio, a Fetranspor. Ganhamos em dulo de Gesto, e os principais usu-
jetos, da Fundao Getlio Vargas, escala, porque a Federao agrega rios so os profissionais de Recursos
do Rio, com a Coppe/UFRJ, a UFF, a pessoas, empresas e sindicatos, que Humanos dos sindicatos e empresas
ESPM, o Ibmec, o Senac, o Sest Se- esto convivendo e se beneficiando filiadas Fetranspor. Segundo Mar-

46
Algumas aes da UCT:
1. Curso de Pintura de Frotas
2. Curso Simulador do BRT
3. Rodovirio Cidado
4. Programa No Ponto Certo A PGA um
5. Formatura de uma das
sistema no qual
primeiras turmas de MBA da UCT
gerenciamos todas as
aes educacionais
cia, esta ferramenta permite que qualidade de sua produo de v- disponibilizadas pela
UCT, sindicatos e empresas possam deos e programas educativos sobre
obter informaes, de forma rpida transporte com nfase no deslo- UCT. Neste momento,
e simples, de tudo que est sendo camento de passageiros foi deci- implantamos apenas o
realizado pelos profissionais da base siva para a aprovao no YouTube mdulo de Gesto, e
onde atuam. Futuramente iremos im- EDU. Marcia continua: No usa-
plantar o mdulo de Competncias e mos mais o nome TV UCT. No site, os principais usurios
LMS, onde todos os rodovirios tero chamamos simplesmente de 'vde- so os profissionais de
acesso a contedos e se tornaro os', pois entendemos que os vdeos Recursos Humanos dos
usurios da plataforma. Atualmente, so mais uma ferramenta educacio-
os rodovirios podem acessar seu his- nal disponibilizada pela UCT. Fazer sindicatos e empresas
trico escolar e tirar segunda via de parte do YouTube EDU , para ns, filiadas Fetranspor
certificado. No site qualquer pessoa uma importante conquista. Marcia Calada,
pode encontrar mais informaes so- coordenadora de
bre a PGA: http://www.uct-fetranspor. Variedade na programao Infraestrutura e Tecnologia
com.br/pga/saiba-mais. Marcia Calada defende a varie- Educacional da UCT
Desde sua fundao, a UCT dade de programas dentro do canal
apostou no uso da tecnologia para Educao. Nosso esforo tem sido
chegar ao maior nmero possvel de a produo de websries com dois fo-
alunos. A TV UCT se tornou a TV cos principais: o pblico operacional Tudo feito na UCT resultado
Mobilidade Canal Educao. A (motorista, cobrador, fiscal) e o de de muito trabalho de pessoas
que amam o que fazem

47
EDUCAO

Nosso esforo tem sido a produo de


websries com dois focos principais: o
pblico operacional (motorista, cobrador,
fiscal) e o de Gesto. Estamos em fase de
planejamento (com lanamento ainda este
ano) de uma grande websrie que dar
dicas de sade para este pblico operacional
que trabalha diariamente nas ruas
Marcia Calada, coordenadora de Infraestrutura e
Tecnologia Educacional da UCT

Gesto. Estamos em fase de plane- cia anuncia uma websrie falando mais de 25 mil visualizaes. Desta-
jamento (com lanamento ainda este de Governana Corporativa e outra que tambm para o episdio Trans-
ano) de uma grande websrie que sobre Gesto pela Qualidade, mos- porte Sustentvel, que mostra os
dar dicas de sade para este pblico trando boas prticas dentro e fora do diferentes meios de transporte e a
operacional que trabalha diariamente setor de transportes. relao com a cidade.
nas ruas. Sero 20 episdios, com Marcia nos d a dimenso des-
especialistas em nutrio, fisioterapia te trabalho e de como alcana um Vdeo e educao
e educao fsica. Com estreia previs- universo bastante amplo dentro do A UCT aposta muito na lingua-
ta para maro, uma websrie tratar setor: Em 2013, nossos vdeos tive- gem audiovisual como veculo de
do Cdigo de Conduta do Motorista, ram acima de 100 mil visualizaes, educao: O vdeo consegue alto
a reboque do programa No Ponto com mdia de mais de 8 mil visua- nvel de concentrao e envolvi-
Certo, que tem debatido o assunto lizaes por ms. O maior destaque mento, alm de dialogar bem com
com os motoristas do municpio do a websrie Educao Ambiental: todos os pblicos: os que tm baixa
Rio. Para o pblico de Gesto, Mar- somente o episdio de estreia tem instruo e os que tm muitos anos
de estudo. A UCT tambm se orgu-
lha da qualidade tcnica e da quan-
tidade de vdeos que produz: em
2013 foram 65 novos vdeos. Isto
s possvel porque a produo au-
diovisual interna, com uma equipe
que pensa sempre no objetivo edu-
cacional de cada vdeo, diz Marcia.
Os vdeos da UCT podem ser as-
sistidos no site www.uct-fetranspor.
com.br/videos e tambm no You-
Tube: <http://www.youtube.com/
CanalUCT>).

48
A voz da lder
A criao efetiva da UCT, em 2008, depois de
mais de um ano de planejamento, deu corpo
vontade de mudana dos elementos do setor, sin-
dicatos e empresas. A filosofia do trabalho e a ex-
celncia dos resultados so assim definidas pela
diretora Ana Rosa Bonilauri:

Mudanas Rumos da UCT


J se sabia que seria necessrio mudar A Universidade teve de seguir dois di-
muita coisa no transporte do Rio, tendo em recionamentos. Primeiro, trabalhar com as
vista as mudanas fsicas que a cidade iria lideranas: donos de empresas, executivos,
sofrer por causa da Copa do Mundo em ju- sindicatos. O segundo investimento na
nho deste ano, e dos Jogos Olmpicos em base, nas pessoas que trabalham cara a
2016. A UCT veio para ajudar na transforma- cara com o cliente: motoristas, cobradores,
o de modelos de gesto para a indstria de fiscais, despachantes
transporte de passageiros

Administrao
Filosofia Para melhorar a Administrao das em-
O principal desafio sempre foi inves- presas, tivemos de trazer contedos impor-
tir em mobilidade urbana para um cliente tantes para as lideranas, buscando exper-
cada vez mais exigente. Para isso, promo- tise no prprio setor e nas parcerias com a
vemos a profissionalizao em massa no Coppe-UFRJ, por exemplo, realizando impor-
setor. Foi preciso trabalhar a nossa ima- tantes trabalhos de logstica, sempre estimu-
gem, manter firme a assertividade, insistir lando a participao atravs de palestras
em falar mais de perto com a populao

Ir base
Unio Para atingir a base do nosso setor, os
Para preparar o segmento para as motoristas, fiscais, despachantes e os sindi-
mudanas que fatalmente viriam, e que j catos tiveram importncia vital nas modifi-
estavam sendo previstas como o BRT, por caes e melhorias. Eles trabalham bem de
exemplo , houve grandes movimentos de perto com as gestes de recursos humanos
unificao com os consrcios. Para dar con- das empresas, e assim se conseguiu uma uni-
sistncia aos corredores BRS e BRT, tambm formizao de comportamento no setor, com
os dirigentes do setor se obrigaram a mudar mais civilidade no trato com os clientes

49
EDUCAO

Sindicatos tica Tecnologia


Os sindicatos fazem a diferen- Atualmente, temos o Programa No tenho dvida de que
a dentro das empresas. Investimos Ponto Certo, voltado para os motoris- grande a contribuio da UCT para
muito neles, na UCT. Eles ajudam, tas da cidade do Rio, um trabalho que o sucesso das mudanas que esto
inclusive, a discutir problemas de vai dar resultados surpreendentes. sendo realizadas no Estado e na ci-
capacitao, auxiliando a formu- So 18 mil cabeas para construir um dade do Rio. Tivemos investimentos
lar programas da UCT. O Programa Cdigo de Conduta da categoria. So significativos, como os quatro simu-
Rodovirio Cidado, por exemplo, j diversas oficinas reunindo todos os ladores de direo e o programa de
certificou 20 mil motoristas rodovirios interessados que come- desenvolvimento profissional que
aram em setembro do ano passado capacitou motoristas de nibus con-
vencionais a trabalhar com o BRT

O sucesso da UCT tem provocado pedidos


de abertura de franquias em outros estados.
Recebemos visitas do Brasil inteiro para conhecer
nossos cursos, treinamentos, instalaes etc. Mas,
nesses estados, para criar algo semelhante UCT,
os investimentos so muito altos
Ana Rosa Bonilauri, diretora da UCT

Ensino a distncia Futuro Desafio


Estamos nos ocupando desses Para mim, a UCT ser cada O desafio est no pessoal dos
100 mil empregados das empresas vez mais compartilhada, cada uma nveis intermedirios das empresas.
de transporte de passageiros em todo das unidades do setor ir partici- Hoje, a educao dentro do setor
o Estado, incrementando o ensino a par. Acredito nessa expanso en- ainda baseada na transmisso de
distncia, levando nossos rodovirios louquecida, pois h muito a fazer: conhecimento de pessoa a pessoa,
a usar mais os sistemas virtuais de levar programas de qualidade, de pai para filho, de quem sabe mais
informao, sobretudo a internet. O padronizar por cima, trazer exce- para quem sabe menos. Queremos
conhecimento deles sobre o mundo lncia para as atividades do setor, mudar isso: queremos ampliar a pro-
digital era zero, agora j vemos um provocar maior engajamento fissionalizao do setor
crescimento da participao

50
Nmeros
estimulantes Tipos de investimento Administrao
R$ 4.664.341,34
Em 2013, a Fetranspor investiu na
UCT mais de 8 milhes de reais, que
Mdias e Eventos
foram aplicados em diversos programas
R$ 661.232,50
educacionais, como cursos e palestras,
e em infraestrutura, como a compra de
dois novos simuladores de direo. Veja
os resultados desse esforo coletivo das
entidades e instituies do segmento
de transporte de passageiros do Estado
do Rio de Janeiro:
53%
Graduao e Ps
R$ 270.457,04
MBA em Gesto Empresarial de
Transporte de Passageiros 370 horas
16 capacitados
7%
Backoffice

4% 3%
Tecnlogo em Gesto Ambiental 4.500
horas 32 capacitados
Atendimento e Melhorias na Prestao
de Servios 36 horas 126 capacitados
eSocial 4 horas 117 capacitados 33%
Gerenciamento de Projetos 54 horas
87 capacitados
Bilhetagem Eletrnica 20 horas 75
capacitados
Sade e Segurana do Trabalho 50
horas 28 capacitados
Mdias Sociais 16 horas 25 capacitados

Operao Ensino a distncia Cursos Presenciais


No Ponto Certo 8 horas 5.776
capacitados
R$ 336.229,74 R$ 2.962.635,13
Legislao de Trnsito 10 horas 3.620
capacitados
Motorista Cidado 44 horas 1.584
capacitados
Evoluo dos investimentos - 2009 / 2013
Relaes Humanas 8 horas 601
capacitados
Ambientao ao Sistema BRT 6 horas
398 capacitados
Programa de Direo por Simulador 16
horas 227 capacitados
Formao de Lideranas 32 horas 110
capacitados
Primeiros Socorros 8 horas 102
capacitados
Pintura de Frota 17 horas 16
capacitados

51
TECNOLOGIA

Biometria:
tecnologia a servio do transporte
Cidades do Rio de Janeiro adotaro
novo dispositivo de segurana
A bilhetagem eletrnica uma sicamente, utilizado por idosos, estu-
tecnologia aplicada com xito nos dantes e portadores de deficincia
meios de locomoo, presente em no momento do embarque. O obje-
aproximadamente 90% dos muni- tivo da adoo da biometria dar
cpios brasileiros que contam com legitimidade a concesso das gra-
servio regular de transporte, se- tuidades e diminuir as fraudes, logo
gundo a Associao Nacional das que muitos cartes so usados por
Empresas de Transporte Urbanos pessoas que no tm o direito asse-
(NTU). Em pouco tempo, algumas gurado por lei, como diz o superin-
cidades do Estado do Rio vo apre-
sentar outro dispositivo de segu- Em nossa rea de
rana para o usurio do transporte operao, temos
pblico.
Trata-se da leitura biomtrica a pelo menos 1/3 de
bordo. A medida vem sendo implan- cartes que est
tada, de forma gradativa, nos ni- sendo utilizado de
bus de municpios da Regio Metro-
politana, como Niteri, So Gonalo forma indevida, por
e Maric. Todos os beneficirios da indivduos que no
gratuidade sero contemplados so os titulares e
com um novo carto, aps o cadas-
tramento e a coleta das impresses beneficirios legais.
digitais, que se encerram em breve. Queremos coibir essa
atitude ilegal. Temos
Legitimidade para
as gratuidades um compromisso
Com investimento de R$ 1 mi- com o investimento
lho, as 30 empresas de nibus si- pblico
tuadas nessas cidades vo instalar
um novo equipamento no interior Marcio Barbosa,
dos veculos, o finger. Este ser, ba- superintendente do Setrerj
Ns temos Aracaju,
So Bernardo do
Campo e Macei
com a biometria
implantada
e os usurios
satisfeitos, porque
o sistema funciona
tendente do Setrerj, Marcio Barbosa. perda do carto, o beneficirio
perfeitamente e torna
Atestamos que, em nossa rea de no ter prejuzos. O carto extra-
operao, temos pelo menos 1/3 de viado no poder ser utilizado por eficaz a identificao
cartes que est sendo utilizado de outra pessoa. A biometria tambm do beneficirio
forma indevida, por indivduos que vai dar legitimidade ao benefcio,
no so os titulares e beneficirios atendendo quem realmente tem Renata Faria, gerente de
legais. Queremos coibir essa atitude direito s viagens gratuitas. Gratuidades da RioCard
ilegal. Temos um compromisso com Cartes
o investimento pblico. Fidelizao de clientes
A implantao do sistema de Alm de proporcionar a redu- bons resultados, como cita a gerente
biometria no transporte pblico o do uso indevido de gratuidades, de Gratuidades da RioCard Cartes,
tem, na segurana, seu principal a biometria pode trazer outro bene- Renata Faria. Ns temos Aracaju,
atributo. Isto porque, em caso de fcio para a sociedade: a reviso da So Bernardo do Campo e Macei
poltica tarifria. Com a diminuio com a biometria implantada e os
Em Terespolis, da concesso de viagens gratuitas usurios satisfeitos, porque o sistema
de forma ilegal e a tendncia de funciona perfeitamente e torna eficaz
a biometria foi mais usurios pagantes no sistema, a identificao do beneficirio.
implantada apenas o setor se fortalece e poder fazer
para os portadores investimentos contnuos. Para con- Mais de meio milho
templar os usurios pagantes, os de contemplados
de deficincia. J operadores podem apostar na im- No caso dos municpios flu-
nos municpios da plantao de programas de fideli- minenses que iniciaro o uso da
base do Setrerj zao de clientes. biometria, Renata ressalta que o
A adoo da biometria no trans- universo maior por contemplar
estamos fazendo o porte pblico comea a se expandir diversos tipos de beneficirios, em
cadastramento de todo pelo pas. Entretanto, o processo funo das leis em vigor, e cita o
tipo de gratuidade vem sendo implantado em cidades volume de contemplados somente
com populao inferior a 1 milho nessas regies, que, juntas, somam
Renata Faria, gerente de de habitantes. Algumas capitais do mais do que a populao de cada
Gratuidades da RioCard Nordeste, como Macei e Aracaju, j uma das cidades que j aderiram
Cartes aderiram tecnologia e vm obtendo biometria. Em Terespolis, a bio-

53
TECNOLOGIA

metria foi implantada apenas para Entre outros segmentos que rana e rapidez nas transaes em
os portadores de deficincia. J nos apostaram nessa mesma tecnologia caixas eletrnicos.
municpios da base do Setrerj esta- e tm obtido bons resultados esto Na capital do Rio de Janeiro,
mos fazendo o cadastramento de a Justia Eleitoral Brasileira, que a biometria vem sendo adotada
todo tipo de gratuidade. At o final promove a reviso dos eleitores por no servio de transporte por fre-
do ano queremos que todos os 3 meio do recadastramento biom- tamento que circula em condo-
milhes de usurios estejam cadas- trico; e tambm as grandes redes mnios da Barra da Tijuca, e em
trados, e os equipamentos de bordo, bancrias, que tm estimulado seus breve deve estar disposio nos
devidamente instalados em toda a clientes a fazerem uso deste meca- nibus que fazem linhas regulares
frota. nismo, que proporciona maior segu- na cidade.

Como funciona:

1. Os beneficirios 2. As informaes das 3. Ao embarcar no 4. O sistema de bilhetagem


das gratuidades tm impresses digitais e transporte, o beneficirio faz o cruzamento das
suas impresses os dados cadastrais do apresenta o carto no informaes e, caso as
digitais coletadas; usurio so aplicados em validador e, em seguida, mesmas estejam corretas, a
um novo carto RioCard; solicitada a coleta da roleta ser imediatamente
impresso digital; liberada.

Aes:

1. Implantao de um 2. Aquisio 3. Investimento de


posto de cadastramento e instalao aproximadamente R$ 1 milho,
especfico para atender de 3.800 para dar mais segurana e
os beneficirios das equipamentos legitimidade aos usurios dos
gratuidades (estudantes, de bordo em nibus dos municpios (Niteri,
idosos e deficientes); toda a frota; So Gonalo, Itabora, Tangu
e Maric).

54

Você também pode gostar