Arquivo Lair
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INGERIR
OU NO INGERIR?
Estimado(a) internauta.
Lair Ribeiro
SAL:
INGERIR OU NO INGERIR?
VILO OU HERI?
Com o uso dos termos sal, sdio, presso alta e hipertenso pos-
svel encontrar 17.090 artigos publicados, entre 1966 e 2001, em sites espe-
cializados na internet (MEDLINE)1. Isso mostra a complexidade em resu-
mir e oferecer uma verso diferenciada sobre o assunto e seu papel na sade
humana.
A recomendao para uma dieta baixa em sal (hipossdica) vem sendo uma
constante como abordagem coadjuvante no tratamento da hipertenso. Por
outro lado, os japoneses os maiores consumidores de sal do mundo tam-
bm so considerados um dos povos mais saudveis, apesar de estarem em
desacordo com as recomendaes sobre o uso parcimonioso do sal na dieta2.
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Todos os aspectos que caracteri-
zam o sal no foram menospre-
zados pela medicina. Hipcrates
(460-370 a.C.) reconhecia o po-
der curativo da substncia. Pa-
racelso (1493-1541 d.C.), certa
vez, declarou: O ser humano
necessita de sal. Ele no pode
viver sem sal. Onde no houver
sal, nada permanecer, tudo ir Paracelso (1493-1541 d.C.)
se deteriorar.
Assim como oxignio e gua, portanto, no existe vida sem sal. Esses trs
elementos so a parte mnima necessria para que a energia vital se mani-
feste. Elefantes, bfalos e hienas so sabiamente famosos por se desloca-
rem, sem importar a distncia, procura do sal para ingesto. No Qunia,
no difcil encontrar elefantes arriscando suas prprias vidas em busca de
depsitos de sal no interior de minas3.
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importante no passado, possvel agora afirmar que uma dieta com baixo
consumo de sal previne e/ou contribui no tratamento da hipertenso e de
outras patologias (doenas)?
A pesquisa mais significativa nessa rea foi a Intersalt Trial, que contou
com a participao de 10 mil indivduos de 52 centros, em 39 pases. So-
mente em quatro desses 52 centros ficou evidente que o sal contribua para
a elevao da presso arterial representados por dois no Brasil, formados
por ndios Yanomami e Xingu e dois em Papua-Nova Guin.
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com o objetivo de avaliar a dieta dos americanos e quais suas consequncias
para a sade. Tanto no NHANES I6 quanto no NHANES II7 houve uma re-
duo na mortalidade cardiovascular entre os indivduos em que a ingesto
de sal era superior. O maior risco de morte encontrava-se entre os que inge-
riam menos que 2.300 mg/dia7. At o momento, essas so consideradas as
duas maiores pesquisas realizadas sobre os efeitos deletrios de uma dieta
hipossdica.
Minha resposta sim! Existe uma razo para o uso do sal na nossa alimen-
tao e sobretudo uma grande diferena entre o sal refinado (NaCl, sal de
mesa) e o sal integral. No primeiro, a composio de sdio (Na) e cloreto
(Cl) maior do que a do sal integral, alm de contar com a presena de
substncias qumicas (branqueadores) usadas para remover as impurezas
e deixar somente NaCl. Essas substncias nocivas so: ferrocianeto de alu-
mnio, citrato de amnia, silicato de alumnio, cido sulfrico e dextrose
(glicose-acar refinado).
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A purificao retirada de minerais oligoelementos ou microminerais
essenciais para o organismo faz com a durabilidade do sal na gndola
dos supermercados seja maior. Como do conhecimento mdico, os mi-
nerais so alcalinizantes (capazes de controlar a acidez no organismo). Sua
deficincia ou mesmo a presena uma doena crnica provoca acidose
metablica (acidez no sangue).
Em seu livro Salt - you way to health, o Dr. David Brownstein relata um
experimento interessante, feito por sua filha Jessy Brownstein. Ao usar duas
meia xcaras de gua mineral (com pH 6,4) colocando em uma delas uma
colher de ch de sal refinado e na outra uma colher de ch de sal integral ,
ela observou que na primeira meia xcara (sal refinado) o pH diminuiu para
6,0, enquanto que na segunda meia xcara (sal integral-sal do mar cltico)
o pH aumentou para 6,8.
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dio e 50% de cloreto) tem uma funo fisiolgica fundamental no funcio-
namento apropriado do organismo. Uma dieta baixa em sal (hipossdica)
acarreta uma srie de efeitos metablicos indesejveis, como a maior li-
berao de renina, angiotensina, aldostesterona, noradrenalina e insulina,
substncias essas que podem trazer consequncias deletrias12-13. Segundo
o Dr. Brownstein: o sal integral capaz de otimizar os sistemas imune e
endcrino. impossvel ter um sistema imune funcional na presena de
deficincia de sal.
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O bromo e o cloreto competem pela excreo renal. Portanto, quando ocor-
re uma diminuio de cloreto no organismo, como no caso de uma dieta
hipossdica, haver concomitantemente uma maior absoro de bromo nos
rins e, com isso, um aumento da vida mdia do bromo no sangue.
A deciso de como proceder daqui por diante est em suas mos. Lembre-se
sempre de consultar seu mdico e/ou nutricionista antes de mudar seus h-
bitos alimentares. Recomendo que leve um impresso deste artigo.
Lembre-se de que uma uva uma vez madura, no volta a ser verde!
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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
11. TOWSEND, MS. Low mineral intake is associated with high systolic
blood pressure in the Third and Fourth National Health and Nutrition
Examination Surveys: could we all be right? Am. J. Hyperten. 2005. Feb;
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18 (2 Pt1):261.
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