O Silêncio Como Possibilidade de Abordagem Filosófica
O Silêncio Como Possibilidade de Abordagem Filosófica
O Silêncio Como Possibilidade de Abordagem Filosófica
RESUMO
Refletir a categoria do silncio como possibilidade filosfica parece ser algo pouco relevante devido
excessiva valorizao do falar (e do barulho) presente de forma subentendida em nosso cotidiano. Ao
mesmo tempo em que o silncio, enquanto atitude pode ser algo desejado, associado tranquilidade,
tambm possui uma dimenso inquietante, perturbadora e at mesmo indesejado. Como no so
poucas as abordagens e interpretaes dos autores que se dedicaram a este assunto, o presente
artigo tem como objetivo indicar as possibilidades de aproximaes reflexivas das diversas categorias
do silncio, tendo em vista a multiplicidade de significados que lhe podem ser atribudos.
Palavras-chave
Filosofia, Linguagem,Silncio
ABSTRACT
Reflect the silence as a philosophical category possibility seems to be something of little relevance
due to the excessive appreciation of the talk (and noise) of this implied way in our daily life. While the
silence as attitude, can be what you desire, coupled with the tranquility, also has a disturbing
dimension, disturbing and even unwanted. As there are few approaches and interpretations of the
authors who have dedicated themselves to this subject , this article aims to show the possibilities of
reflective approaches of the various categories of silence , given the multiplicity of meanings that can
be assigned.
Key-words
1. INTRODUO
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ocasional) estaria diretamente ligada ao pulsar da vida, do desenvolvimento, do sentir-se
integrado ao mundo e globalizao. Haveria assim, uma certa dificuldade de conviver com
momentos silenciosos.
Neste sentido, na crtica desta constatao, afirma Adauto Novaes:
Fala-se tanto que nem tempo se tem para pensar. Damos com muita
facilidade e at certo desprezo um adeus s palavras de maneira to
tirnica e to natural que nem conseguimos colher imagens que ela nos
prope. Sem o tempo do pensamento, a simplicidade das palavras e a
riqueza dos sentidos desaparecem no fluxo tagarela. Sem a experincia do
silncio no se entende o que se diz. Ora, conhecer uma coisa
experincia; conhecer o sentido da fala experincia. Muitas vezes,
usamos signos e palavras sem pensar no seu verdadeiro sentido. Os dados
impressionam: pesquisadores afirmam que, s nos Estados Unidos, houve
um aumento de quase sete trilhes de palavras faladas, a partir da inveno
de novas tecnologias. As perguntas so inevitveis: o quanto se fala?
Estamos entrando na civilizao de falastres em facebooks, twitters
(escritos na cadncia da fala), celulares, conversas on-line? A linguagem
tcnica domina a fala e pe em lados opostos os nmeros, a percepo e a
experincia do mundo? (NOVAES, 2014, p.12).
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Formas. Segmentos visveis e funcionais que tornam a significao calculvel. O silncio
escorre por entre as tramas da fala (ORLANDI, 2002, p.34).
Na concepo geral, comunicao vem a ser um processo que envolve a
transmisso e a recepo de mensagens entre uma fonte emissora e um destinatrio
receptor, no qual as informaes, transmitidas por intermdio de recursos fsicos (fala,
audio, viso, etc) ou de aparelhos e dispositivos tcnicos, so codificadas na fonte e
decodificadas no destino, com o uso de sistemas convencionados de signos ou smbolos
sonoros, escritos, iconogrficos, gestuais etc. J a linguagem relaciona-se com qualquer
meio sistemtico de comunicar ideias ou sentimentos atravs de signos convencionais,
sonoros, grficos, gestuais etc. Portanto, refletir o silncio, refletir todo o universo
lingustico, uma vez que na fala, na linguagem, que ele acontece. Para David Lapoujade:
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descrever, classificar, qualificar etc diferentes coisas e pessoas, tendo em vista
instrumentaliz-las para nossos prprios fins (CICERO, 2014, p.371). Ora, um dos
elementos que constituem o universo do entendimento da linguagem o silncio, que faz a
mediao entre a fala, a prosa escrita, as simples palavras e sons emitidos. Giacoia Junior
busca na citao de Espinoza a reflexo sobre esta perspectiva de relao entre o barulho e
o silncio quando afirma que Certamente que a sorte da humanidade seria mais feliz se
estivesse igualmente na potncia do homem tanto falar como calar-se. Mas a experincia
ensina suficiente e superabundantemente que nada est menos em poder dos homens que
a sua lngua (...) (cf. GIACOIA JUNIOR, 2014, p.79). De toda sorte, falar e calar constituem
o mesmo universo da comunicao humana, mas no s, pois no est dissociada das
atividades de constituio de sentido, significado e da reflexo que as gesta.
Comunicar (falar ou calar) suporiam o pensar, que nem sempre se apresenta com
prtica reflexiva. Neste sentido, Novaes atenta para o fato de que
Quando este autor, inspirado em Jean Starobinsk, diz que o silncio fascina,
necessariamente nos deparamos com a realidade contempornea onde o silncio muitas
vezes negado pela tentativa de preenchimento total da vida pela fala, pelos sons e pelo
barulho. Se de um lado o silncio convida reflexo, interiorizao entendida atualmente
como espao de vazio e solido, destacado como valor negativo. Novaes acompanha o
raciocnio do filsofo Maurice Merleau-Ponty para quem preciso considerar o que resta
nossa volta, de mais silencioso, invisvel e no aparente, opinies mudas implicadas em
nossa vida (MERLEAU-PONTY, 1964, p.17). Merleau-Ponty sugere uma diferenciao, no
esforo do pensamento, entre a fala falada e a possvel fala falante: se a tarefa do
pensamento se d exatamente atravs da criao permanente da fala (fala falante) que pe
em palavras determinado silncio que o filsofo escuta. No existe uma coincidncia muda
entre as coisas do mundo e a linguagem; o que existe uma relao ao mesmo tempo de
anttese e de cumplicidade. No se trataria de abandonar as coisas em favor da linguagem,
nem de abandonar a linguagem em favor das coisas, mas de expressar as coisas, pela
filosofia, a partir do seu silncio (Cf. NOVAES, 2014).
O excesso da fala convida a pensar o seu contrrio, o silncio, como uma forma de
sobrevivncia da experincia. Se o silncio tambm linguagem, pois com ele, afirmamos,
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negamos, consentimos, reprovamos e mostramos nossa alegria ou recriminao a algo,
Giacoia Jr. Afirma que preciso reaprende a ouvir a profundidade da voz do silncio. Para
ele, o silencio est associado escuta originria que precede e articula linguagem e
escuta (2014, p.84). Neste sentindo, afirma:
(...) s capaz de silncio um ser que pode falar que tem linguagem; quem
nunca diz nada, assim como quem nada tem a dizer, tambm no pode
guardar silncio. Silenciamos, portanto, quando o fazemos, porque
permanecemos reticentes, porque nos guardamos para dizer algo, algo que
temos a dizer e que consideramos ter significao e importncia (GIACOIA
JUNIOR, 2014, pp. 85-86).
3. SILNCIOS
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ameaador, cmplice? Pedro Duarte, ao analisar esta categoria, colabora na reflexo desta
questo exemplificando-a:
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pode ser carregado de agitaes ou de tdio. H o silncio da noite, que faz
surgir a experincia sem palavras do mistrio, aliado ao torpor, ao sono, ao
negror invisvel. Outro exemplo o silncio do quarto de dormir, que guarda
em si a espessura do repouso. O silncio do quarto de dormir diferente do
silncio da sala de estar, por exemplo; outro tambm o silncio das
bibliotecas, silncio interativo, carregado de respeito, no qual tememos
levantar a voz; ou o silncio dos templos, que parece se voltar para uma
abertura em relao ao transcendente (COLI, 2014, p.426).
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Para Marcelo Jasmim (2014), o silncio, seja o tacere ou silere,pode estar presente
em todo momento, em diversas situaes, com origens diversas:
Quantas vezes no somos silenciados pelo impacto, inclusive fsico, em
nossos corpos, de nossas emoes, do dizer de uma poesia, da palavra
sincera de um amigo, de uma declarao de amor. Ainda que seja por
instante breve, o silncio se faz ao ouvirmos algo que nos parece vir da
sabedoria, da beleza, do carinho ou do amor. Se h palavras que precisam
do silncio para ser ouvidas, como aquelas de uma conferncia, ou as
sussurradas ao p do ouvido pelo segredo ou pelo amante, tambm h as
que, enunciadas, produzem silncio no mundo (JASMIM, 2014, p. 251).
Situaes como estas citadas pelo autor, em que fazemos a experincia de nos
silenciarmos diante de uma palavra sincera, o impacto, declarao de amor, todos ns
vivenciamos ao menos uma dessas caractersticas. Esta citao permite considerarmos que
na recepo dos sentidos e finalidades do silncio, por exemplo, h a diferena fundamental
entre ser silenciado e silenciar-se. Como vimos, o silncio imposto, ameaador, fruto da
violncia em que o indivduo silenciado distingue-se do silenciar-se. O silenciar-se nasce
espontaneamente como citados anteriormente, por exemplo, o silncio da f religiosa dos
monges, da contemplao,da omisso, do protesto ou da resistncia frente a violncia.
Enquanto realidade evidente, o silncio pode ser presena instantnea e breve
mesmo no interstcio do falar. MerleauPonty considera que preciso pensar a palavra
antes de ser pronunciada, o fundo de silncio que no cessa de rode-la, sem o qual ela
nada irradia, ou ainda por a nu os fios de silncio que nela se entremeiam (MERLEAU-
PONTY, 1991, p.47). a mesma linha de raciocnio de Eni Orlandi que afirma que o silncio
o que h entre as palavras, entre as notas de msicas, entre as linhas, entre os astros,
entre os seres. O silncio, diz Orlandi, o intervalo pleno de possveis que separa duas
palavras proferidas: a espera, o mais rico e o mais frgil de todos os estados... O silncio
iminncia. No est apenas entre as palavras. Ele as atravessa. Acontecimento essencial
da significao, ele matria significante por excelncia (ORLANDI, 2002, p.71).
Insistindo na pluralidade da compreenso do silencia, Frdric Gros (2014) aponta a
oposio entre o silncio e o rudo, como explicita negao e excluso:
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Seria diferente a experincia de relao do silncio que antecede, como preparao,
a execuo de uma pea musical. Neste caso, constitui-se como seu ponto de emergncia,
sua origem, talvez mesmo sua possibilidade pura. O silncio que encerra a msica, o que
vem imediatamente aps a ltima nota, rene nele a totalidade da melodia. (...) A msica
nasce do silncio e retorna a ele, emerge do silncio e depois funde-se nele (GROS, 2014,
p.339). Nesta perspectiva, no h negao por excluso, mas como arcabouo e horizonte
de unidade, seja o ponto que marca seu incio e o trmino.
No entanto, preciso o cuidado para nossa reflexo no se resumo a um dualismo,
uma vez que, se o silencia pode ser entendido como ausncia de rudo, tambm verdade
que a situao de silncio no est necessariamente isenta de qualquer sonoridade. Eni
Orlandi, j citado, afirma que quando estamos em silncio: h o pensamento, a
introspeco, a contemplao, etc (ORLANDI, 2002, p. 37).
De certa forma, podemos afirmar como Francis Wolff, que esta categoria marcada
pela ambivalncia. O silncio possui uma dupla condio, s vezes contraditrias. Por vezes
sua presena positiva, faz bem, ou sua presena negativa, pois impede a
comunicao, censura, entristece, desumaniza. Diz Wolff que o silncio ora marca a
sufocao do sentido que busca se dizer, ora remedeia essa mesma sufocao do sentido
que o rudo. Da a sua dupla funo contraditria: permitir o sentido com a condio de
que o sentido o rompa. Ele a melhor e a pior das coisas (WOLFF, 2014. p.45, grifos
nossos).
Sem alongar o argumento, sua funo contraditria exige uma postura crtica e
analtica, ampliando o dualismo de possibilidades no amplo aspecto de variveis entre o
signo de um esprito meditativo, condio de recolhimento ou um resultado de esprito vazio,
pensamento infecundo, estril; signo de uma sensibilidade muito forte ou de uma total
insensibilidade; manifestao de fora ou impotncia. Desse modo, procuramos indicar
inmeras categorias e diferentes formas de abordar o silncio e a atitude de silenciar (-se).
No tem como abster-se do silncio, mesmo como seres falantes. compreendido no
mbito da linguagem e faz parte do nosso viver.
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como representar... um buraco. Uma ausncia (WOLFF, 2014, p.31). Neste sentido, na
medida em que falamos, rompemos com o silncio, fazemos com que deixe de compor a
cena. Sendo assim, podemos dizer que o silncio em certos momentos presena como
tambm h momentos em que ele ausncia.
Contudo o silncio, ele, no somente nada, ele claramente uma
ausncia: espera-se alguma coisa que no est a. No h nada a ouvir. O
silncio, portanto, forosamente ausncia de alguma coisa. Ento haveria
no somente um silncio, mas diversos silncios, conforme o que uns ou
outros escondem, conforme a presena que deles se ausenta. Em outros
termos, o silncio no um nada, mas como diziam os Antigos e os
Medievais, privao (WOLFF, 2014, pp. 34-35).
Se o silncio privao, quer falar que ele existe, se faz presente, mas o meio em
que estamos inseridos, possvel tambm que no o notemos. Deste modo, o silncio no
alguma coisa, privao no quer dizer que ele no exista. O socilogo Boaventura de
Souza Santos (2010) trabalha como categoria crtica a sociologia das ausncias, tendo
como objetivo desvelar o sentido destas impossibilidades. Assim, algumas vezes em que o
silncio pensado como ausncia, deve motivar a busca reflexiva pelos procedimentos que
o tornam como aquilo que no existe, ou cuja existncia socialmente inapreensvel e
inexprimvel. O que est ausente pode ser concebido como o resultado ativo de um
determinado processo social.
Aplicando este pensamento de Boaventura S. Santos, podemos dizer que o silncio
existe, no ausncia, podendo ser considerado inapreensvel por uma deliberao para
que se passe por despercebido. Desta forma, deixa de ser discutido, por isso muitos iro
dizer que ele no nada ou que no possui relevncia filosfica. O silncio desconsiderado
social e filosoficamente, se torna ausente, na medida em que dentro de uma certa
perspectiva supervaloriza-se a fala, como vimos anteriormente.
Na segunda aproximao proposta, o silncio enquanto apreciao esttica seria
aquele prprio s obras de arte. Entretanto, entendemos que o silncio da apreciao
esttica pode ir alm das obras de arte, abrangendo toda experincia sensvel, como a
apreciao da natureza ou da harmonia e beleza que se manifesta mesmo na cultura que
no considerada arte. Jorge Coli (2014) ressalta que aqueles puderam experimentar, de
maneira plena, o silncio cmplice oferecido pelas obras que se dirigem a ns, descobrem
uma relao que pode ir alm das aparncias que tais obras de arte nos oferecem. Mesmo
que na prtica estejamos inseridos no conjunto de uma multido que aprecia a obra de arte,
instalam-se momentos privilegiados (...) na relao entre o espectador e a obra, em que
tudo desaparece volta. A obra de arte pertence ao mundo do silncio, afirma Jorge Coli
(COLI, 2014, p.427). Ressaltamos que a atitude esttica no se realiza apenas ante uma
obra de arte, mas mesmo diante da natureza ou de outros conjuntos da criao humana.
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Coli insiste na perspectiva da apreciao esttica da arte, exemplificando com os
pintores simbolistas do final do sculo XIX, msticos que em geral acreditavam que o mundo
cheio de sinais silenciosos abrindo-se para abismos de sabedoria e de conhecimentos no
ditos. Revelam mistrios impossveis de ser compreendidos, mas o fato de serem
incompreensveis no significa a impossibilidade de nos unir a esses mistrios (COLI, 2014,
p.427). Por exemplo, Coli afirma que estar diante de um quadro de Piero della Francesca,
pode produzir uma reao de recolhimento e de imobilidade. Neste sentido, afirma:
O campo da pintura, seja ele o da imobilidade, do recolhimento, seja ele o
da agitao, sempre recoberto de silncio, e todos os silncios so bons
no que concerne s obras de arte. S existe um silncio ruim em relao a
elas: o silncio que impede as obras de arte de emitirem suas vozes,
silncio produzido pela mordaa, silncio da censura. o nico silncio, no
campo das artes, que deve ser combatido (COLI, 2014, p. 434).
Nesta metfora, se a voz da arte expresso de seu pleno significado, silenciar tal
significado a caracterstica do ato de censura. Diante desta afirmao, poderamos refletir,
nos dias de hoje, quais seriam os silncios que impedem as obras de arte de emitirem suas
vozes, compactuando com processos silenciadores pela censura?
Por fim, refletiremos a terceira perspectiva, o silncio enquanto experincia com o
transcendente. bastante caracterstico das religies a busca do silncio (no caracterstica
fundamental, mas bastante importante). Para Eni Orlandi, os msticos, os cristos, os
neoplatnicos, os persas, os hindus, os rabes, os judeus na Idade Mdia fizeram largo uso
do silncio como meio de encontrar a Deus (ORLANDI, 2002, p.64). Tambm diz que se
recorrermos Sagrada Escritura, encontraremos vrias referncias ao silncio. Poderamos
dizer que ele um dos meios mais usados para nos relacionarmos com o transcendente,
pois associa-se ao estado de esprito profundo de reflexo, meditao e escuta. Este uso
do silncio para encontrar-se com o transcendente se d em diversas denominaes:
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modificao das formas de pensar e agir, uma atitude de ruptura, talvez mesmo crtica no
nvel pessoal, social ou em relao natureza.
Diante das trs perspectivas destacadas neste trabalho, o silncio enquanto
ausncia, apreciao esttica e experincia com o transcendente, possui vrias
caractersticas, interpretaes, formas de experimentao, tendo cada uma destas
perspectivas uma maneira diferente de fazer com que o silncio seja refletido. No limite do
artigo, indicamos esta abordagem, sem excluir a possibilidade de diversas outras
aproximaes do silncio. Procuramos, no entanto, demonstrar que a categoria do silncio
pode constituir-se um tema filosfico, merecendo um estudo sistemtico.
5. CONSIDERAES FINAIS
Este artigo teve como pretenso pensar o silncio filosoficamente. Diante das
interpretaes de vrios autores, refletimos que nos ausentarmos do barulho seria
praticamente impossvel, mas vimos que preciso manter um certo equilbrio entre o
barulho e o silncio. Mesmo sabendo que ao silncio resta apenas um pequeno espao,
sem ele, acreditamos que dificilmente conseguiremos refletir, entender o que se diz.
O silncio, como vimos no decorrer deste trabalho, se d de diversas maneiras, pois
ele possui variadas categorias: o silncio das palavras, das coisas, dos objetos, da natureza.
Somos seres falantes, possumos linguagem e vimos que o silncio se faz presente entre as
palavras. O fato que o silncio, em meio prosa do mundo, faz parte do nosso viver.
Limitamos as aproximaes a apenas trs abordagens filosficas: o silncio
enquanto ausncia, apreciao esttica e experincia com o transcendente, sem excluir a
possibilidade de diversas outras aproximaes reflexivas. Com esta pesquisa, quisemos
mostrar que possvel refletir o silncio de um modo filosfico, convidando ao seu estudo
mais sistemtico.
6. REFERNCIAS
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