Ciência e Conhecimento Científico PDF
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Acadmica Docente
Vol. III, N. 5, Ano 2009
RESUMO
Daniela Maria Cartoni
Anhanguera Educacional S.A. Fazer pesquisa muito mais uma forma de pensar metodologicamente do
que um mero conjunto de normas acadmicas. A atitude cientfica uma
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precondio comportamental diante da produo de conhecimentos. Como
conseqncia, temos de pensar e raciocinar pelos parmetros da cincia.
neste sentido que o artigo prope uma reflexo sobre os tipos de
conhecimento, postura cientfica e limites da cincia, os principais mtodos
cientficos e tipos de pesquisa.
ABSTRACT
1. INTRODUO
Ao acordar pela manh, um cidado mdio tem sua disposio energia eltrica para
acender a luz e alimentar todos os seus equipamentos eletroeletrnicos incorporados ao
estilo de vida moderno: chuveiro, liquidificador, forno de microondas, geladeira, mquina
de lavar roupas, um computador, entre tantos outros.
Parece bvio que para ter acesso a todos estes bens foi necessria uma condio
evolutiva. De fato, essas invenes e descobertas s puderam ser produzidas porque a
capacidade de gerar conhecimento inerente nossa natureza. O homem, buscando a
soluo dos problemas e respostas para as adversidades que enfrenta, desencadeou um
processo crescente de desenvolvimento de tecnologia o resultado do conhecimento
aplicado explorando a atividade sobre a natureza, o sistema de relaes sociais e
organizaes polticas.
Neste sentido, a gerao de conhecimento muito mais que uma meta a ser
atingida. Deve ser compreendido como um processo sujeito a incidentes de percurso que,
por isso mesmo, promovem rupturas e reconstrues constantes nos conceitos e juzos
sobre a realidade, como destacou Khun (1962) ao tratar dos paradigmas cientficos.
3. A EVOLUO DO CONHECIMENTO
2 O pensamento burgus e os conceitos liberais aplicados livre concorrncia e cincia poltica expressaram-se pela
necessidade do povo eleger seus governantes atravs de livre escolha da vontade popular. Um dos primeiros pensadores
influenciados por esse conjunto de idias foi o britnico John Locke. Segundo a sua obra Segundo Tratado sobre o Governo
Civil, o homem teria alguns direitos naturais como a vida, a liberdade e a propriedade. No entanto, os interesses de um
indivduo perante o seu prximo poderiam acabar ameaando a garantia de tais direitos. Foi a partir de ento que o Estado
surgiria como uma instituio social coletivamente aceita na garantia de tais direitos.
4. TIPOS DE CONHECIMENTO
a) conhecimento emprico:
b) conhecimento filosfico:
d) conhecimento cientfico:
No que tange cincia, aceita-se hoje que a verdade sobre os fatos ou a realidade
transitria. Em um momento histrico que a verdade era o fato do Sol se mover ao redor
da Terra, fica evidente que as verdades so inoculadas por paradigmas e deve-se tomar
cuidado com os dogmatismos. Nesta perspectiva, uma atitude dogmtica trata seus
objetivos de conhecimento a partir de pressupostos aceitos como verdadeiros, sendo as
leis apresentadas como dadas e acabadas, de certa forma uma indiferena com a realidade
externa3. Rompe-se com tal postura a partir do momento em que h capacidade de
estranhamento, indagao e questionamento sobre determinado fato, lei, objeto e
comportamento.
3 O perigo do dogmatismo se revelou em diversos episdios da histria, como na Alemanha de Hitler e seus dogmas
arianos, na colonizao da Amrica e dominao da populao indgena que era considerada pelos catequizadores como
desprovidos de alma.
4 Paradigma pode ser analisado semanticamente como toda a constelao de crenas, valores e tcnicas compartilhados por
membros de um dado agrupamento em determinado momento histrico e, na verdade, so de origem social e cultural.
por Newton, apesar de primordiais na era industrial moderna, o princpio norteador era
de que o mundo um grande sistema mecnico, acabado, previsvel e
independentemente do homem, cuja misso da cincia era descobrir seu funcionamento,
medi-lo e domin-lo.
6. VERDADE E INCERTEZA
7. CRITRIOS DE CIENTIFICIDADE
Embora no haja uma definio nica de cincia, ela pode ser definida genericamente a
partir de sua caracterstica mais comum: o processo de produo de conhecimento. Pode
ser entendida, nesse sentido, como um conjunto de mtodos lgicos e empricos que
permitem a observao sistemtica de fenmenos, a fim de compreend-los e estabelecer
padres regulares que seguem.
cientfico no considerado como algo pronto, acabado ou definitivo, mas como busca
e reviso constantes dos conhecimentos existentes.
5 De acordo com Carraher (1999, p. 14), [...] a pessoa com senso crtico levanta dvidas sobre aquilo em que comumente se
acredita, explora rigorosamente alternativas atravs da reflexo e avaliao das evidncias, com a curiosidade de quem
nunca se contenta com o seu estado atual de conhecimento.
6 Karl Popper nasceu em 1902, em Viana e se tornou um dos mais conhecidos filsofos da cincia, especialmente pela sua
Todavia, no h limites rgidos entre tais conceitos, pois a cincia est cercada de ideologia e senso comum, no apenas
como circunstncias externas, mas como algo que est inerente ao prprio processo cientfico, j que o conhecimento
desenvolvido historicamente contextualizado.
Atualmente, o sucesso como pesquisador est cada vez mais vinculado a sua
capacidade de captar recursos, enredar pessoas para trabalhar em sua equipe e fazer
cientista parta de suas prprias vivncias ou reflexes para elaborar suas hipteses
explicativas, porm o resultado deriva da anlise impessoal dos resultados obtidos.
O trabalho cientfico, propriamente dito, deve ser avaliado pela sua qualidade temtica e
pela sua qualidade formal. A qualidade temtica (ou poltica) refere-se fundamentalmente
aos contedos, aos fins e substncia do trabalho cientfico. J a qualidade formal diz
respeito aos meios e formas usados na produo do trabalho. Refere-se ao domnio de
tcnicas de coleta e interpretao de dados, manipulao de fontes de informao,
conhecimento demonstrado na apresentao do referencial terico e apresentao escrita
ou oral em conformidade com os ritos acadmicos (DEMO, 1991).
alguns sobrevivem, tambm como dos autores que se tornam clssicos, porque produzem
estilos consistentes de argumentao, tanto no sentido lgico como na atualidade.
8 Da decorrem outros critrios externos, como a comparao crtica, a divulgao, o reconhecimento generalizado etc.
Mtodo proposto pelos empiristas Bacon, Hobbes, Locke e Hume. Considera que o
conhecimento fundamentado na experincia e o mtodo permite analisar o objeto para
tirar concluses gerais ou universais.
Mtodo proposto pelos racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz que pressupe que s a
razo capaz de levar ao conhecimento verdadeiro. O raciocnio dedutivo tem o objetivo
de explicar o contedo das premissas gerais para argumentos particulares.
Proposto por Popper, consiste na adoo da seguinte linha de raciocnio, descrita por Gil
(1999): quando os conhecimentos disponveis sobre determinado assunto so
insuficientes para a explicao de um fenmeno, surge o problema. Para tentar explicar as
dificuldades expressas no problema, so formuladas conjecturas ou hipteses.
Karl Popper, em 1934, em sua obra A lgica da pesquisa cientfica, promoveu uma
crtica ao mtodo indutivo, afirmando que a cincia somente capaz de fornecer solues
temporrias para os problemas que enfrenta. Assim, as teorias cientficas e seus
problemas so viveis de anlise por meio de hipteses (conjecturas) para promov-las a
um rigoroso processo de falseabilidade, ou seja, a verificao emprica de modo a
corrobor-las ou refut-las.
argumentar sobre assuntos, cuja demonstrao ocorre por meio de raciocnios analticos.
As opinies e diferenas de opinio poderiam ser consideradas racionais desde que
fundamentadas em uma argumentao consistente, isto , para que algo se mostre real e
verdadeiro necessrio que seja confrontado com suas possibilidades contraditrias
(antteses).
A concepo hegeliana de dialtica, que depois seria usada por outros tericos
como Karl Marx para elaborar a teoria do Materialismo Dialtico, pressupe que o objeto
pode se auto-superar mediante o confronto com seu contraditrio, vindo a ser
inteiramente outro como resultado de si mesmo. Trata-se de um mtodo dinmico,
altamente sofisticado de raciocinar, pois supe a transformao e superao como uma
nova proposio.
a) No que se refere classificao da pesquisa quanto natureza, ela pode ser organizada
em:
Pesquisa bibliogrfica
Pesquisa Exploratria
Pesquisa Descritiva
Pesquisa Experimental
Pesquisa Qualitativa
Pesquisa Quantitativa
Considera que tudo pode ser quantificvel, o que significa traduzir em nmeros
opinies e informaes para classific-las e analis-las. Requer o uso de recursos e de
tcnicas estatsticas (percentagem, mdia, moda, mediana, desvio-padro, coeficiente de
correlao, anlise de regresso etc.).
Pesquisa bibliogrfica
Pesquisa documental
Pesquisa experimental
Levantamento
Estudo de caso
Pesquisa-ao
Pesquisa participante
Classificao da pesquisa
Pesquisa bibliogrfica
Pesquisa exploratria
Pesquisa descritiva
Pesquisa experimental
Pesquisa qualitativa
Pesquisa quantitativa
Pesquisa bibliogrfica
Pesquisa documental
Pesquisa experimental
Levantamento
Estudo de caso
Pesquisa-ao
Pesquisa participante
REFERNCIAS
ABBAGNANO, Nicola. Dicionrio de filosofia. So Paulo: Martins Fontes, 2001.