Eficacia Do Tratamento Fisioterapeutico Na Incontinencia Urinaria em Mulheres Uma Revisao Nao Sistematica
Eficacia Do Tratamento Fisioterapeutico Na Incontinencia Urinaria em Mulheres Uma Revisao Nao Sistematica
Eficacia Do Tratamento Fisioterapeutico Na Incontinencia Urinaria em Mulheres Uma Revisao Nao Sistematica
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Orientadora da Ps-Graduao em Fisiologia do Exerccio, CEAFI/Pontifcia Universidade
Catlica de Gois (PUC-Gois), Goinia, Gois, Brasil
Rua Padre Joo Pain, Quadra 25, Lote 27, Residencial Santa F
Goinia/GO-CEP: 74356-245
E-mail: [email protected]
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Resumo
Introduo: A incontinncia urinria (IU) definida como a perda involuntria de urina pela
uretra, que acarreta em um problema social ou higinico segundo a SIC. As tcnicas
fisioteraputicas enquadram-se como forma de tratamento da IU, melhorando os componentes
musculares e nervosos do aparelho de sustentao dos rgos plvicos. Objetivo: Analisar os
recursos fisioteraputico na reabilitao e preveno da incontinncia urinria em mulheres.
Mtodos: Os artigos utilizados nesta reviso de literatura foram selecionados por meio de um
levantamento bibliogrfico em busca de evidncia cientfica, publicadas nas bases de dados
eletrnicos, Lilacs, Medline, Pubmed e Scielo no perodo de maio de 2015 a outubro de 2016,
todos publicados na lngua portuguesa. Resultados: Foram selecionados 34 artigos reviso e
originais do tipo, ensaios clnicos randomizados, ensaios clnicos no-randomizado e estudo
de caso e utilizados 20 nos resultados, nos quais abordavam tratamento fisioteraputico na IU.
Todos os trabalhos apresentaram resultados satisfatrios no controle e/ou cura dos sintomas
de pacientes com IU. Concluso: O tratamento fisioteraputico proporciona mulher a
melhora e/ou cura do grande desconforto sintomtico, entretanto o seu sucesso depende da
motivao, assiduidade, perseverana, empenho da equipe multiprofissional envolvida e
principalmente da paciente.
Abstract
Introduction: The urinary incontinence (UI) is defined by the involuntary urine loss through
the urethra, whichresults a social or hygienic problem according to ICS. Physiotherapeutic
techniques fit as a form of UI treatment, improving the muscular and nervous components of
the pelvic organ support apparatus. Objective: Analyze physiotherapeutic resources in the
rehabilitation and prevention of urinary incontinence. Methods: The articles used in this
literature review were selected through aresearch for scientific evidence, published in the
electronic databases, Lilacs, Medline, Pubmed and Scielo from May 2015 to October 2016, all
published in the Portuguese Language. Results: 34 review and original articles of the type,
randomized clinical trials, non-randomized clinical trials and case study, were used and 20 the
results, in which they addressed the physiotherapeutic treatment in the UI. All the studies
presented satisfactory results in the control and / or cure of the symptoms of UI patients.
Conclusion: The physiotherapeutic treatment provides the woman with the improvement and
/ or cure of the great symptomatic discomfort, however, its success depends on the
motivation, assiduity, perseverance, commitment of the professional team involved and
especially the patient.
Key-words: Urinary incontinence, physiology of the urinary system, physiotherapy, exercise.
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INTRODUO
RESULTADOS
DISCUSSO
A IU repercute na QV, acarretando perdas funcionais, psicossociais e emocionais,
levando as mulheres com tal comprometimento, ao isolamento social, mudana nos hbitos de
vestimenta e da vida diria, evitando assim situaes constrangedoras13. Rett et al., (2007),
demonstrou no seu estudo que a QV de mulheres com incontinncia urinria de esforo
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tratadas com fisioterapia pode melhorar em diversos aspectos, quando avaliada com um
instrumento especfico para IU, como o KHQ14.
A fisiopatologia da IU complexa, isso promove o surgimento de distintas
abordagens teraputicas, conservadoras ou no, dependendo do mecanismo envolvido na
gnese da perda urinria15. A SIC recomenda a fisioterapia como tratamento de primeira
linha, devido sua alta efetividade, baixo custo e riscos. Contribuindo para a reduo dos
sintomas, independentemente da tcnica30.
Um tratamento eficaz inicia-se atravs de uma avaliao minuciosa e bem feita,
sendo esta retratada de forma individualizada, detalhada e especfica, pois atravs da
avaliao que determina o tratamento adequado especfico. Honrio et al., (2009), avaliou em
seu estudo a funo dos msculos do AP atravs da AFA, a qual possui cinco escores,
variando de 0 a 5, conforme o quadro 1, antes do tratamento fisioteraputico, observou-se que
cinco mulheres apresentaram AFA 3; duas apresentaram AFA 2; duas pacientes apresentaram
AFA 4 e apenas uma AFA 1. Aps dez sesses, as pacientes foram reavaliadas e o valor de
AFA passou a ser 5 para todas as pacientes31. Assim uma vez realizada uma avaliao
fidedigna e individualizada, com mtodos validados, o tratamento fisioteraputico consegue
abranger de forma pontual os acometimentos e sintomas envolvidos na IU31.
No que diz respeito ao tratamento fisioteraputico na IU, as tcnicas mais
utilizadas de acordo com a literatura so: a cinesioterapia, biofeedback, eletroestimulao e
cones vaginais16.
A cinesioterapia da musculatura do AP para as mulheres como sintomas de IU,
baseia-se no reforo a resistncia uretral e melhorar os elementos de sustentao dos rgos
plvicos, hipertrofiando principalmente as fibras musculares estriadas do tipo II dos
diafragmas urogenital e plvico, ocorrendo a hipertrofia ir fazer com que a presso de
fechamento uretral permanea positiva promovendo a continncia urinria17,18. Segundo
Berqu et al., (2013), esta tcnica age na melhora, restaurao e manuteno da fora, na
resistncia fadiga, relaxamento e coordenao muscular, obtendo um ndice de melhora em
torno de 70%32. Silva et al., (2014), tambm utilizou a cinesioterapia (dez sesses, uma vez
por semana , 60 minutos, onde os exerccios foram divididos em contraes de fibras
musculares tnicas e fsicas), da mesma forma Pereira et al., (2014), submeteram mulheres
cinesioterapia, (trinta sesses, cinco vezes por semana, 45 minutos) utilizando de tcnicas de
alongamento global, propriocepo da musculatura do AP atravs de exerccios de co-
contrao na bola sua, exerccios de Kegel para fortalecimento e resistncia do perneo alm
da ginstica hipopressiva. Em ambos houve uma evoluo tanto da fora muscular do AP
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(trs vezes na semana, duas vezes ao dia, e uma vez visita semanal para orientar os
exerccios). Na stima e oitava semana manteve-se a mesma conduta, acrescentando exerccio
de subir e descer escadas (oito degraus) por quatro vezes, duas vezes ao dia, trs vezes por
semana, mantendo o cone na cavidade vaginal. Ao final do tratamento, observou diminuio
da perda de urina em comparao ao pr-tratamento13.
Em seu estudo Rett et al., (2007), mostrou que houve melhora no sinais e
sintomas da IU, aps a abordagem de exerccios para o fortalecimento do AP associados ao
biofeedbak (BF), com o uso de um sensor intravaginal (contraes fsicas e tnicas do AP,
totalizando aproximadamente 200 contraes, distribudas nas posies de decbito dorsal, na
posio sentada e ortosttica). O seu protocolo de tratamento foi realizado duas vezes por
semana, durante seis semanas consecutivas, 45 minutos14. O BF um aparelho cuja tcnica
possibilita que a informao sobre o processo normal, fisiolgico e inconsciente da contrao
muscular do AP, seja introduzida ao paciente e/ou ao terapeuta como sinal visual, auditivo ou
ttil22.
O BF eficiente para o ganho de conscincia perineal em mulheres, com
consequente melhora na continncia urinria18. Em um programa de conscientizao perineal
com BF em pacientes com IU (quatro sesses, duas vezes por semana, em decbito dorsal e
com flexo de membros inferiores, ento deveriam realizar oito sries de contraes lentas,
com tempo de contrao/relaxamento de 1:2)18. Fitz et al., (2012), tambm utilizou o BF
como forma de tratamento da IU. As sesses consistiram, de trs sries, de dez contraes
lentas, com tempo de manuteno de seis a oito segundos em cada contrao, seguido de um
perodo de repouso de mesmo valor. Aps cada contrao sustentada, eram realizadas de trs
a quatro contraes rpidas em decbito dorsal e ortostatismo, duas vezes na semana,
totalizando 12 sesses. Observou-se benefcio no alvio dos sintomas de mulheres com IUE e
a melhora da funo dos msculos do AP e da QV somou-se otimizao da IU29. Desta
forma observa-se a importncia da fisioterapia no tratamento da IU, que alm da melhora dos
sintomas, proporciona a mulher uma QV melhor, com baixo custo e sem efeito adversos.
CONSIDERAES FINAIS
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feminina. Rev Bras Fisioter, 2006;10(4):387-92.