Projecto de Postos de Transformação - 1 Parte - Postos
Projecto de Postos de Transformação - 1 Parte - Postos
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Os postos de transformação são instalações eléctricas muito frequentes e que podem assumir características muito
diversificadas, havendo, por isso, variações muito sensíveis ao nível do projecto.
1› INTRODUÇÃO
O conjunto das centrais de produção de energia eléctrica, das redes de transporte e distribuição, aéreas e subterrâneas, e das instalações de
transformação constitui uma complexa estrutura a que se dá o nome de Sistema Eléctrico Nacional.
Por razões de ordem económica e de segurança, este sistema obriga a ter vários níveis de tensão, escolhidos entre os normalizados pelas
instituições internacionais (Tabela 1). Entre estes, dois há que são particularmente importantes no âmbito Europeu: o nível dos 400 kV, na Alta
Tensão, valor preferencial para a interligação das diversas redes nacionais, e os 400 V, no domínio da Baixa Tensão, para propiciar a utilização
universal dos aparelhos electrodomésticos (de referir que o Reino Unido já adoptou a tensão nominal 230/400 V, no sentido da harmonização
europeia, substituindo o antigo valor de 240/415 V).
A obtenção dos vários níveis de tensão necessários à boa condução do sistema eléctrico é realizada em instalações de transformação usando
máquinas estáticas chamadas transformadores.
De acordo com a nossa legislação, essas instalações de transformação dividem-se em subestações e postos de transformação, dependendo da
utilização que se dá à corrente secundária dos transformadores (noutros países não se faz esta discriminação: assim, em França, todas as
instalações de transformação são postos de transformação, e, no Brasil, por exemplo, todas as instalações que realizam a alteração dos níveis
de tensão são subestações).
O Regulamento de Segurança de Subestações, Postos de Transformação e de Seccionamento (RSSPTS) no seu artº 6º define Posto de
Transformação do seguinte modo: “Instalação de alta tensão destinada à transformação da corrente eléctrica por um ou mais transformadores
estáticos, quando a corrente secundária de todos os transformadores for utilizada directamente nos receptores, podendo incluir condensadores
para compensação do factor de potência”.
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De notar que a partir da definição não é necessário que a tensão secundária caia no domínio da BT, mas sim que essa corrente alimente
directamente os receptores; pense-se, nomeadamente, em motores de elevada potência alimentados normalmente a 6 kV. Mas a situação
comum é a da transformação média tensão/baixa tensão, em particular, no nosso país, 15/0,4 kV, principalmente, mas também 10, 30, 6,6, 6 e
5/0,4 kV.
O equipamento fundamental de um posto de transformação (PT) é obviamente o transformador, mas, como instalação envolvendo elevados
níveis de tensão e energia, necessita naturalmente de um conjunto adicional de aparelhagem tendente a realizar as funções obrigatórias de
comando, seccionamento, contagem e protecção quer de pessoas e animais, quer dos próprios equipamentos e outros bens.
Os postos de transformação são inseridos nas redes próximos dos centros de consumo, em diferentes áreas geográficas e com exigências
diversas: zonas rurais, semi-urbanas e urbanas, zonas industriais, loteamentos e urbanizações, zonas de baixa, média ou elevada densidade de
carga, com média ou elevada exigência de qualidade de serviço, de domínio público ou privado, etc.
Desta variedade de condicionantes resulta uma gama correspondente de soluções possíveis para a arquitectura dos postos de transformação.
Assim, adequando as instalações às diversas situações encontradas, é possível classificar os postos de transformação quanto:
à instalação
ao modo de alimentação
ao serviço prestado
ao modo de exploração
1. radial
2. em anel aberto
3. com dupla derivação
1. públicos
2. privados
1. manual
2. automática
Para simplificar o projecto de PTs, decorrente da grande diversidade de soluções possíveis, a Direcção-Geral de Energia, hoje Direcção-Geral
de Energia e Geologia, DGEG, normalizou, sob a forma de Projectos-tipo, uma série de esquemas destas instalações que contêm toda a
especificação relativa a equipamentos, aparelhagens e seus dimensionamentos, normas e outros requisitos. Assim, encontram-se padronizados
os seguintes tipos:
b. AS
c. AI
I. AI1
II. AI2
b. CA2
b. CBL
No que se segue faz-se um resumo dos aspectos essenciais destes postos como definidos nos citados projectos-tipo da DGEG. Os projectistas
e demais interessados num conhecimento mais exaustivo das características destes PTs são aconselhados a consultar os referidos
documentos.
Estes postos, montados em postes normalizados de betão, são identificados pelo modo como é feita a sua ligação à rede aérea de Média
Tensão.
No caso de ligação directa estaremos na presença de um PT do tipo A; se se fizer através de seccionador, teremos um tipo AS e se essa ligação
for estabelecida mediante interruptor-seccionador será um PT AI.
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Figura 2. PT aéreo do tipo AI, com saída também aérea do lado da BT.
Seccionadores e interruptores
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O poder de fecho do interruptor-seccionador deve ser adequado à potência de curto-circuito da rede de AT previsível no ponto de instalação do
PT. Este valor deve ser fornecido pela Empresa de Distribuição.
O interruptor-seccionador deve garantir um poder de corte nominal mínimo de cargas principalmente activas de 31,5 A.
1. A linha de alimentação dispuser de protecções de defeito fase-terra rápidas e eficientes, com religação automática;
2. O valor da resistência de terra for inferior a 20 , nas condições mais desfavoráveis e se o posto não estiver em zonas particularmente
expostas a trovoadas;
3. O posto não for implantado em zona frequentada pelo público (vizinhança de escolas, praças públicas, etc.).
Quadro Eléctrico
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Transformadores
Quadro Eléctrico
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b) Em alternativa
O equipamento de BT deve admitir uma tensão suportável mínima de 8 kV à frequência industrial durante 1 minuto e de 20 kV ao choque (onda
1,2/50 ms). O equipamento eléctrico que não satisfaça estes requisitos não deve ter invólucros metálicos e deve ser instalado sobre uma base
isolante que garanta esses níveis de isolamento.
A tensão suportável pela aparelhagem de BT à frequência industrial deve ser superior à tensão de defeito resultante de um curto-circuito à terra
por parte da linha de AT.
Em que:
Ud – tensão de defeito
O valor máximo desta corrente de defeito deve ser fornecido pela Empresa Distribuidora. Os valores habituais, atendendo a que na esmagadora
maioria dos casos a rede MT é de neutro impedante, são os seguintes:
Terra de protecção
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As massas da aparelhagem de AT são ligadas entre si e aos pontos de ligação do poste ou postes (AI-2). A ligação do pára-raios ao eléctrodo é
executada com condutor de cobre nu de 35 mm2 de secção, o mais directamente possível, evitando-se ângulos pronunciados. O QBT, o punho
do comando do seccionador ou interruptor e respectivas plataformas de manobra são também ligadas à terra de protecção. Será estabelecida
uma ligação equipotencial entre a parte fixa e móvel do seccionador (interruptor), por intermédio de trança flexível de cobre.
A secção mínima dos condutores, se de cobre, será de 16 mm2, até ao ligador amovível e de 35 mm2, a partir deste.
Terra de serviço
A ligação à terra do neutro será feita, pelo menos em duas saídas, no primeiro ou primeiros apoios de cada saída da rede de distribuição se se
tratar de rede aérea.
Quando o posto servir uma rede subterrânea o eléctrodo ou eléctrodos serão localizados em terreno que ofereça condições aceitáveis à sua
implantação e seja suficientemente afastado da terra de protecção para garantir a sua distinção (~~ 20 m).
Eléctrodos
Plataformas de manobra
Na base do poste e assente no respectivo maciço deve ser montada uma plataforma de betão, construída com uma malha de 20x20 mm, feita
de arame de 4 mm de diâmetro mínimo (Figura 11).
4› CONCLUSÕES
Como está descrito nas secções anteriores, mesmo as versões mais simples dos PTs acabam por ter alguma complexidade na medida em que
são constituídos por um razoável conjunto de componentes, com diversas variantes. Além disto, o projecto de PTs tem de dar resposta a um
conjunto de requisitos técnicos e de segurança.
Os restantes trabalhos sobre este tema, a publicar nos próximos números da revista, incidirão sobre o projecto dos restantes tipos de PTs
normalizados.
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AUTOR: Henrique Ribeiro da Silva - Dep. de Engenharia Electrotécnica (DEE) do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP)
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COMENTÁRIOS
Interessante , mas estou atrás de subestações abrigadas e sistemas de proteções. Att. Manoel coelho
@c4engenharia obrigada pelo seu comentário. Quer falar-nos do seu trabalho? Da sua experiência com estes sistemas?
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Postos de transformação
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