Manual Electricidade PDF
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01-01-2011
Schumal
Quaresma Santos
Índice
1 - A Electricidade ...........................................................................................................................................4
2- Corrente Contínua ......................................................................................................................................6
2.1 - Generalidades .................................................................................................................................6
2.2 - Grandezas características da corrente eléctrica (símbolos). ..................................................6
2.3 - O circuito eléctrico ..........................................................................................................................8
2.4 - Efeitos da corrente eléctrica pela passagem da corrente eléctrica ........................................9
2.4.1- Efeitos produzidos por uma corrente eléctrica ................................................................. 10
2.5- Lei de Ohm (1ª) ................................................................................................................................. 14
2.5.1- Lei de Ohm (2ª) ......................................................................................................................... 17
2.6 - Lei de Kirchhoff ................................................................................................................................ 22
2.6.1 - Lei das tensões ou Lei das Malhas ....................................................................................... 22
2.6.2 - Lei das Correntes ou Lei dos Nós ......................................................................................... 24
2.7 - Associação de resistências(série, paralela e mista) .................................................................. 26
2.7.1 - Associação série ...................................................................................................................... 26
2.7.2 - Associação paralelo ................................................................................................................. 27
2.7.3 - Associação mista ..................................................................................................................... 30
2.8 - Análise de circuitos em corrente contínua ................................................................................... 36
2.9 - Energia eléctrica .............................................................................................................................. 36
2.9.1 - transformações energéticas ......................................................................................................... 36
2.9.2 - Lei de Joule ............................................................................................................................... 37
2.9.3 - Potência eléctrica ..................................................................................................................... 39
2.9.4 - Energia eléctrica ....................................................................................................................... 40
2.9.5 - Perdas de energia ......................................................................................................................... 42
3- Corrente Alternada .............................................................................................................................. 45
3.2 - Formas de corrente eléctrica ......................................................................................................... 45
3.3 - Grandezas características da corrente alternada ...................................................................... 47
3.3. 1- Grandezas constantes............................................................................................................. 47
3.3.2 - Grandezas variáveis - Não periódicas .................................................................................. 47
3.3.3 - Características da corrente alternada sinusoidal ................................................................ 49
3.3.4 - Representação gráfica de uma grandeza sinusoidal ......................................................... 52
3.3.5 - Tipos de circuitos em CA ........................................................................................................ 54
3.3.5.1 - Circuito resistivo ................................................................................................................ 55
3.3.5.2 - Circuito indutivo ................................................................................................................. 56
2
3.3.5.3 - Circuito indutivo puro ........................................................................................................ 57
3.2.5.3 - Circuito capacitivo puro .................................................................................................... 58
3.3.5.4 - Circuito série ......................................................................................................................... 59
3.5 - Sistemas trifásicos........................................................................................................................... 64
3.5.1 - Generalidades .......................................................................................................................... 64
3.5.2 - Produção - Alternador trifásico............................................................................................... 64
3.5.3 - Sistema equilibrado ................................................................................................................. 65
3.5.4 - Tensões simples e compostas ............................................................................................... 67
3.6 - Ligação de cargas ........................................................................................................................... 68
3.6.1 - Ligação estrela, ligação triângulo .......................................................................................... 68
3.6.2 - Ligação estrela / triângulo ....................................................................................................... 69
3.7 - Potência em sistemas trifásicos .................................................................................................... 70
3.7.1 - Factor de potência ................................................................................................................... 72
4 - Identificação e interpretação de esquemas eléctricos .................................................................. 73
Bibliografia: ................................................................................................................................................ 78
3
1 - A Electricidade
Breve resumo histórico
É um termo derivado do grego électron (âmbar amarelo), foi utilizado pelo físico inglês W.
Gilbert (século XVI), para designar a propriedade que certas substâncias, como o vidro,
âmbar amarelo, ebonite,etc., adquirem ao serem friccionadas, de atraírem pequenos
corpos leves. Forma de energia natural dos corpos de atracção e repulsão dos
electrões de seus átomos produzirem fenómenos luminosos, químicos e mecânicos.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
O século XVII foi uma época em que os físicos e matemáticos se debruçaram no estudo
da electrostática, magnetismo e electricidade. Porém, só no século XVIII, surgiram
conclusões concretas, assim;
- Georg Simon Ohm, publica em 1827, a lei de Ohm, que relaciona as grandezas
fundamentais da electricidade: tensão, corrente e resistência.
4
- Michael Faraday, em 1831 faz descobertas que levam ao desenvolvimento do dínamo,
do motor eléctrico e do transformador.
Foi no entanto, no século XX que a engenharia eléctrica foi considerada como profissão
reconhecida.
5
2- Corrente Contínua
2.1 - Generalidades
Designa-se como corrente contínua "CC" ou corrente directa "DC" por ser um fluxo
ordenado de electrões sempre na mesma direcção. Este tipo de corrente pode ser
gerada por dínamos - energia cinética, células fotovoltaicas - energia solar,
baterias ou pequenas pilhas - reacção química e fontes de alimentação que
rectificam corrente alternada em corrente contínua.
Actualmente apenas é utilizada em várias tecnologias vocacionadas para
receptores electrónicos Hi-Fi, controladores de variáveis como temperatura, fluxos,
posicionadores(CNC), computadores, electrólise, electromedicina, etc..
É caracterizada por ser polarizada isto é, tem um pólo positivo (+) e um pólo
negativo (-).
6
Na tabela, as grandezas com fundo colorido, não irão ser trabalhadas neste capítulo.
Daremos pois, prioridade à nossa atenção, ás outras unidades. No entanto, todas estas
grandezas são designadas como unidades mas, no nosso quotidiano, iremos tratar
determinadas grandezas pelos seus múltiplos e submúltiplos.
Sabemos da matemática o que são os múltiplos e os submúltiplos da unidade até
porque, com frequência, nas emissões radiofónicas, procuramos a sintonia em MHz
(Megahertz) ou então; - este condensador tem "x" microfarads de capacidade.
para relembrar a tabela dos múltiplos e submúltiplos da unidade, observemos a tabela
seguinte.
Prefixo em Factor de
Prefixo Símbolo Representação decimal
português multiplicação
1 000 000 000 000 000 000 000
yotta yota Y 1024
000
zetta zeta Z 1021 1 000 000 000 000 000 000 000
exa exa E 1018 1 000 000 000 000 000 000
Múltiplos
7
2.3 - O circuito eléctrico
Para que haja um circuito eléctrico, por mais simples que seja, teremos que ter os
seguintes componentes:
a) Uma fonte de alimentação que poderá ser um gerador ou um acumulador como uma
pilha ou bateria;
c) Um receptor tal como uma resistência, uma lâmpada, um motor eléctrico, etc..
Interruptor
+
Lâmpada
Bateria -
Condutores
eléctricos
Figura 1
Exemplo de circuito eléctrico simples
figura 2
Sentido convencional
8
+
figura 3
Sentido de deslocação dos electrões (cargas negativas).
O sentido convencional será o que mais corresponde á realidade porque, se para uma
lâmpada é indiferente o sentido da corrente eléctrica, já para um diodo que conduz só
num sentido, já é importante a polaridades. abordaremos esta questão no decorrer do
módulo.
Prata
Ouro
Cobre
Alumínio
Ferro
Bons condutores Aço
Bronze
Mercúrio
Grafite
Água (com elevada percentagem
de sais minerais dissolvidos)
Vidro
Borracha
Óleo
Alcatrão
Porcelana
Quartzo
Isoladores Algodão
Papel
Madeira
PVC (plásticos)
Ar
Diamante
Água pura
9
Dentro da categoria dos condutores, devemos ter em consideração os resistivos.
O que são condutores resistivos?
- São os condutores que oferecem maior resistência à passagem da corrente
eléctrica (Tema que será abordado em alínea mais à frente).
Neste módulo não vão ser abordados mas como exemplo, cito os componentes de
Silício ou Germânio como; os diodos, transístores, thyristores, etc. que são mais
utilizados na electrónica.
Efeito luminoso
Nas lâmpadas incandescentes, existe um
filamento de tungsténio que percorrido pela
corrente eléctrica pode atingir temperaturas
da ordem dos 2000ºC. A essa temperatura o
filamento emite luz (actualmente em desuso
devido a perdas sob a forma de calor e ao
consumo energético).
figura 4
figura 5
10
Na actualidade, está a ser implementado a utilização de
lâmpadas cujo princípio de funcionamento é idêntico ao da
lâmpada fluorescente, só que o gás está sobre alta
pressão e não carece de balastro. São aplicadas nos
tradicionais suportes onde, eram aplicadas as lâmpadas de
incandescência.
figura 6
Efeito magnético
Todo o condutor que é percorrido por uma corrente eléctrica, gera no espaço em seu
redor um campo magnético. Este campo magnético é tanto maior quanto mais elevado
for a intensidade de corrente que atravessa o condutor. Podemos comprovar esse efeito
aproximando do condutor uma bússola. A agulha magnética posiciona-se sempre na
perpendicular ao condutor ou o "norte" na direcção do sentido da corrente.
Este fenómeno foi verificado pela primeira vez no final do século XIX(em 1820), por
Hans Christian Oersted.
Ficou comprovado com esta experiência a relação entre a Electricidade e o
Magnetismo, originando um ramo da Física denominado de Electromagnetísmo.
figura 7
Efeito químico
São fenómenos eléctricos que ocorrem nas estruturas moleculares. por exemplo,
quando uma solução iónica é atravessada por uma corrente eléctrica, ocorre a
separação dos iões nessa solução. Os catiões e aniões passam a deslocar-se em
sentidos contrários, para os pólos negativo e positivo respectivamente. Este efeito
provoca a electrolise da água e é aplicado na galvanização de metais (niquelagem,
cromagem, prateamento, etc.).
11
figura 8
Efeito fisiológico
Ao atravessar um organismo animal, a corrente eléctrica provoca contracções
musculares. No nosso organismo, os impulsos nervosos são transmitidos através de
estímulos eléctricos. As contracções musculares dependem da intensidade da corrente
eléctrica que atravessa o organismo, variando de efeitos imperceptíveis até à morte.
Tais contracções são conhecidas por choque eléctrico.
figura 9
12
Efeito de Joule ou efeito térmico
É a transformação da energia eléctrica em energia térmica. O aquecimento do condutor
é provocado pela colisão dos electrões livres com os átomos.
Aplicações:
1. Aquecimento
- Aquecimento de edifícios por meio de irradiadores e convectores.
- Aparelhos electrodomésticos como o fogão, ferro de engomar, cafeteira
eléctrica, grelhador, etc.
- Estufas de secagem de aparelhos e fornos com diversos fins.
- Soldadura eléctrica.
figura 10
13
1) Iluminação por incandescência
Já tratado em "Efeito luminoso".
Mecanismo
c/sistemas de alavancas Condutor Lâmina
para interrupção do a envolver bimetálica
circuito o bimetal
figura 11
A lei de Ohm diz que, num condutor, é constante o quociente entre a tensão aplicada e
a intensidade de corrente que o percorre. A esta constante de proporcionalidade dá-se
o nome de resistência eléctrica do condutor.
( Resistência de um condutor é uma particularidade de certos condutores de se
oporem à passagem da corrente eléctrica).
14
I
U
R
figura 12
Quando se aplica uma tensão U a uma resistência R, surge uma corrente I que percorre
a resistência.
A corrente I é directamente proporcional à tensão aplicada U e inversamente
proporcional à resistência R
U U U
R I R I R I
U= R. I R= U I = U
I R
Unidades:
Tensão U V (Volt)
Intensidade I A (Ampére)
Resistência R Ω (Ohm)
15
Analisemos então:
1º exemplo: Resolução:
I = ???
CC
U = 12V R (lamp) = 3?
I = ???
2º exemplo: Resolução:
I = 4A
CC
U = 36V R (lamp) = ???
I = 4A
16
3º exemplo: Resolução:
I = 2A
CC
U = ???V R (lamp) = 7Ω
I = 2A
S1 (secção)
S2 (secção)
R1 > R2
figura 13
Consideremos agora dois condutores com a mesma secção, constituídos pelo mesmo
material, mas de comprimentos diferentes. Veremos que a resistência do primeiro
17
condutor (L1) será maior que a resistência do segundo condutor de menor comprimento
(L2). Quanto maior for o comprimento, maior é a resistência. (figura 12)
S1 (secção)
L1
S2 (secção)
L2
S1= S2
L1 ≠ L2 } R1 > R2
figura 14
S1 (secção)
R1 Ouro
L1
S2 (secção)
R2 Ferro
L1
S1 = S2
L1 = L2 } R1 < R2
figura 15
Na expressão, (ró) é uma constante física cujo valor depende do material que é
constituído o condutor. A esta constante designamos por Resistividade
18
R Resistência Ohm - Ω
Resistividade Ω.mm2 / m (ohm x milímetro
quadrado / metro)
l Comprimento m (metro)
s Secção mm2 (milímetro quadrado)
Resistividade
Substância do condutor 2
Ω . mm / m
Prata 0,016
Cobre 0,017
Ouro 0,023
Alumínio 0,028
Tungsténio 0,055
Ferro 0,11
Constantan 0,5
Níquel - crómio 1,0
19
Cálculos matemáticos
1º Exercício
Dados:
r = d/2 = 2/2 = 1
2º Exercício
Um fio de cobre tem 2mm de diâmetro. Aplicando-se uma tensão de 10V resulta uma
corrente de 1A. Qual é o comprimento do fio?
20
Esta questão tem três operações a efectuar:
Temos então:
s= 3,14mm2
21
2.6 - Lei de Kirchhoff
R₁
2 3
+ -
+ 5KΩ +
45V 10KΩ
-
-
- 7.5KΩ +
1 4
R₃
figura 16
Ω
V A
V A
OFF
VΩ
A COM
Preto Vermelho
figura 17
22
Se, no circuito exemplo da figura 16, medíssemos com o nosso multímetro cada
resistência; com a ponteira de provas vermelha sempre á frente isto é, avançando
sempre no sentido dos ponteiros do relógio, observaremos que o sinal - surge em todas
as leituras excepto nos pontos de ligação da bateria.
V₃₋₂
-10
Ω
V A
V A
OFF
VΩ
A C
V₄₋₃
-20
Ω
V A
V₂₋₁ R1 V A
OFF
+45 2 3 VΩ
Ω
+ - A C
V A
+
V A 5KΩ
OFF +
VΩ
A C
45Vdc 10KΩ R2
-
7.5KΩ
-
- +
1 4
R3
-15
Ω
V A
V A
OFF
VΩ
A C
V₁₋₄
figura 18
23
U2-1 = +45V Tensão lida entre os pontos 2 e 1
U3-2 = -10V Tensão lida entre os pontos 3 e 2
U4-3 = -20V Tensão lida entre os pontos 4 e 3
+ U1-4 = -15V Tensão lida entre os pontos 1 e 4
0V
Com a análise a este circuito, determinamos o princípio da Lei das Tensões ou Lei das
Malhas que nos diz:
- A soma de todas as tensões geradas menos a soma de todas as tensões
consumidas numa malha é igual a zero.
I2 U U I1
A R2 B C
I3
R1 α R3 β
U
U U
F X R5 D
1 2 3 4
Itotal
+ + + +
IR1 R1 IR2 R2 IR3 R3
6V 1KΩ 3KΩ 2KΩ
- - - -
Itotal
8 7 6 5
figura 20
24
Achando os valores das intensidades de corrente que percorrem cada resistência e
somando-as todas obtemos o seguinte quadro de valores:
R1 R2 R3 Total
U 6V 6V 6V 6V V (Volt)
I 6mA 2mA 3mA 11mA A (Ampere)
R 1KΩ 3KΩ 2KΩ 545.45Ω Ω (Ohm)
+ + + +
IR1 R1 IR2 R2 IR3 R3
6V 1KΩ 3KΩ
- - - -
Itotal
figura 21
Em cada nó das ligações do ponto negativo da bateria, reparamos que temos entre o
ponto 8/7 a soma das correntes dos três ramos IR1+ IR2 + IR3 , 7/6 a corrente de IR2+IR3
e no 6/5, o valor da corrente de um só ramo que é o IR3. Agora, observando cada nó das
ligações do ponto positivo da bateria, reparamos que seguindo o sentido da corrente, no
nó 4 temos o valor da intensidade de IR3, no nó 2 a soma das correntes de IR2+IR3 e no
ponto 1 a soma de IR1+ IR2 + IR3.
Com a análise a este circuito, determinamos o princípio da Lei das Correntes ou Lei
dos Nós que nos diz:
- A soma de todas as correntes que entram num nó é igual à soma de todas as
correntes que saem do nó.
+
R2
IR2
3KΩ
-
figura 22
25
2.7 - Associação de resistências(série, paralela e mista)
I R1 R2 I R3 I
U1 U2 U3
figura 23
Ut = U1 + U2 + U3
Rt
Ut
R1 + R2 + R3 =
9V
18KΩ
4
figura 24
00
26
00 0 000
1 R1 3KΩ 2
I = 500μA
R2
9V 10KΩ
I = 500μA
4 3
R3 5KΩ
figura 25
Podemos afirmar que a soma tas tensões (d.d.p.) em cada resistência é igual à tensão
da bater
27
R1
I1
I2 R2
I3 R3
figura 26
Esta igualdade de tensões podem ser representados numa tabela, na análise ao circuito
seguinte:
1 2 3 4
+
R1 R2 R3
10KΩ 2KΩ 1KΩ
-
8 7 6 5
figura 27
R1 R2 R3 Total
U 9V 9V 9V 9V V (Volt)
I A (Ampere)
R 10KΩ 2KΩ 1KΩ Ω (Ohm)
IR3 = UR3
IR1 = UR1 IR2 = UR2 R3
R1 R2
28
R1 R2 R3 Total
U 9V 9V 9V 9V V (Volt)
I 0,9mA 4,5mA 9mA A (Ampere)
R 10KΩ 2KΩ 1KΩ Ω (Ohm)
1 2 3 4
It
+ IR1 IR2 IR3
R1 R2 R3
9V 10KΩ 2KΩ 1KΩ
-
It
8 7 6 5
figura 28
R1 R2 R3 Total
U 9V 9V 9V 9V V (Volt)
I 0,9mA 4,5mA 9mA 14,4mA A (Ampere)
R 10KΩ 2KΩ 1KΩ Ω (Ohm)
I total = I1 + I2 + I3
Aplicando a lei (1ª) lei de Ohm conseguiremos obter o valor da resistência total
000
Ω
R1 R2 R3 Total
U 9V 9V 9V 9V V (Volt)
I 0,9mA 4,5mA 9mA 14,4mA A (Ampere)
R 10KΩ 2KΩ 1KΩ 625Ω Ω (Ohm)
U = U1 + U2 + U3 U = U1 = U2 = U
Rt = R1 + R2 + R3
30
I1 R2
I R1 I R4
R3
I2
-
figura 29
Exemplo típico de uma Associação Mista
100Ω R1 R2 250Ω
+
24V
-
350Ω R3 R4 200Ω
figura 31
31
R1 R2 R3 R4 Total
U 24 V (Volts)
I A (Amperes)
R 100 250 350 200 Ω (Ohms)
71,429Ω R1 // R2
+
24V
-
127,27Ω R3 // R4
figura 32
R1 R2 R3 R4 R1 // R2 R3 // R4 Total
U 24 V(Volts)
I A (Amperes)
R 100 250 350 200 71,429 127,27 Ω (Ohms)
32
+
24V 198,70Ω R1 // R2 R3 // R4
-
figura 33
R1 // R2
R3 // R4
R1 R2 R3 R4 R1 // R2 R3 // R4 Total
U 24 V(Volts)
I A (Amperes)
R 100 250 350 200 71,429 127,27 198.70 Ω (Ohms)
I = 120,78mA
+
24V 198,70Ω R1 // R2 R3 // R4
-
I = 120,78 mA
figura 34
R1 // R2
R3 // R4
R1 R2 R3 R4 R1 // R2 R3 // R4 Total
U 24 V(Volts)
I 120.78m A (Amperes)
R 100 250 350 200 71,429 127,27 198.70 Ω (Ohms)
33
4º passo: Constatamos que segundo a regra dos circuitos série, o valor de I = I (R 1 //
R2) = I (R3 // R4).
I = 120,78mA
71,429Ω R1 // R2
+
24V I = 120,78mA
-
127,27Ω R3 // R4
I = 120,78mA
figura 35
R1 // R2
R3 // R4
R1 R2 R3 R4 R1 // R2 R3 // R4 Total
U 24 V(Volts)
I 120,78m 120,78m 120.78m A (Amperes)
R 100 250 350 200 71,429 127,27 198.70 Ω (Ohms)
I = 120,78mA
24V I = 120,78mA
-
I = 120,78mA
figura 36
34
R1 // R2
R3 // R4
R1 R2 R3 R4 R1 // R2 R3 // R4 Total
U 8,6275 15,373 24 V(Volts)
I 120,78m 120,78m 120.78m A (Amperes)
R 100 250 350 200 71,429 127,27 198.70 Ω (Ohms)
6º passo: Outra regra das associações em paralelo é que o valor de U é igual nos dois
pontos de ligação de cada grupo.
I = 120,78mA
24V
-
I = 120,78mA
figura 37
R1 // R2
R3 // R4
R1 R2 R3 R4 R1 // R2 R3 // R4 Total
U 8,6275 8,6275 15,373 15,373 8,6275 15,373 24 V(Volts)
I 120,78m 120,78m 120.78m A (Amperes)
R 100 250 350 200 71,429 127,27 198.70 Ω (Ohms)
R1 // R2
R3 // R4
R1 R2 R3 R4 R1 // R2 R3 // R4 Total
U 8,6275 8,6275 15,373 15,373 8,6275 15,373 24 V(Volts)
I 86,275m 34,510m 43,922m 76,863m 120,78m 120,78m 120.78m A
(Amperes)
R 100 250 350 200 71,429 127,27 198.70 Ω (Ohms)
35
2.8 - Análise de circuitos em corrente contínua
São apenas algumas notas que devem ter em consideração para a concretização de
experiências ou mesmo na detecção de avarias e substituição de componentes.
36
A força dos ventos não foi a principal fonte de energia para a deslocação dos navios até
à invenção do motor a vapor? Hoje já só aplicada em barcos de recreio mas, é uma das
grandes fontes de energia nos dia de hoje. A energia eólica que, é a geração de
electricidade pela força dos ventos.
O Sol também é uma fonte de energia calorífica por exemplo ou mesmo pela emissão
de luz que incidindo em painéis fotovoltaicos gera electricidade.
Estas três fontes energéticas podem ser consideradas fontes primarias de energia
A energia eléctrica pode ser definida como a capacidade de produzir trabalho de uma
corrente eléctrica. No entanto, pode ser um subproduto de outras formas de energia
como as que já falamos atrás, da energia mecânica, química, térmica ou até nuclear.
A é também uma fonte de energia e está aplicada no nosso dia a dia quer em ambiente
doméstico quer industrial. Os seus efeitos fazem-se sentir em tudo que nos rodeia.
Transforma-se em energia luminosa através das lâmpadas, fornece energia mecânica
através dos motores aplicados a equipamentos industriais, domésticos ou mesmo nos
transportes rodoviários, produz energia calorífica, etc., etc..
A lei de Joule também conhecida por efeito de Joule, é uma lei da Física que
estabelece a relação entre o calor gerado e a corrente eléctrica que percorre um
condutor em determinado tempo.
R = Ω (Ohm)
I = A (Ampere)
t = s (segundos)
W = J (Joule)
A Unidade de energia é o Joule (J). Para a energia calorífica utiliza-se uma unidade
mais prática, a caloria (cal).
A relação entre a caloria e o joule é a seguinte:
1J = 4,18cal
convertendo teremos: 1J = 1÷ 4,18 cal = 0,24 cal
37
R=Ω
I=A
t=s
Q = cal
exemplo:
Qual a quantidade de calor libertada durante 10 minutos pela passagem de uma
corrente de 5A (Amperes) por um condutor de 2Ω de resistência?
Dados: Resolução
R = 2Ω
I = 5A
t = 10mn x 60s=600s (segundos)
Factor de conversão = 0,24
38
2.9.3 - Potência eléctrica
Unidades:
U=V
R=Ω
I=A
P = W(Watt) - na prática utiliza-se quase sempre o KW(kiloWatt)
1KW = 0,001W
Exemplo:
a)
Qual a corrente consumida por uma lâmpada de 60W sabendo que é alimentada por
uma bateria de 12V?
Dados: Resolução
U = 12V
I=?
P = 60W
b)
Qual a potência dissipada de uma resistência de 15Ω, sabendo que é percorrida por
6A?
Dados: Resolução
R= 15Ω
I = 6A
P=?
Na pratica diríamos
0,54KW(540x0,001)
39
2.9.4 - Energia eléctrica
Em qualquer receptor eléctrico existe uma chapa de características onde estão inscritas
a Potência, Tensão de funcionamento, Intensidade de corrente absorvida entre
outras.
A diferença está no item que, designa um tempo variável e não um tempo fixo.
Efectivamente, para efectuar o cálculo da energia consumida por um receptor, não é
necessário nem imperioso que determinemos sempre no espaço de tempo uma hora
que é o valor que usamos para a unidade de tempo.
Pegamos na fórmula e apliquemos as respectivas unidades:
Exemplos de cálculos:
40
Intensidade - 6.5A
Capacidade - 75litros
É seguindo esta fórmula, que se calcula o custo da energia consumida nas nossas
residências mensalmente, basta para isso, à energia consumida multiplicar o preço do
KWh.
Pegando no tarifário da EDP em que o valor do KWh em regime de tarifa simples e para
o contrato de potência mínimo é de 0,1326€ pergunto:
Quanto nos custou o aquecimento da água se o termoacumulador teve o consumo de
4,5KWk no tempo de funcionamento?
O custo da energia consumida pelo termoacumulador é de 0,596€ (valor não real, pois
não são considerados os impostos que agravam o valor do custo final).
b) b)
P/ lâmpada = 100W Pt=100 x 3 = 300W = 0,300KW
Nº lâmpadas = 3
t funcionamento = 12 horas
Valor KWh = 0,1326€ 3,6KW x 0,1326€ = 0,477€
41
C) a título de exemplo, executemos o cálculo da energia consumida em Joules com os
dados da alínea a) do problema B), sem efectuar o calculo do custo.
Pegando no caso do termoacumulador, embora também seja por efeito de Joule que a
transformação de energia eléctrica é transformada em calor, por questões de fabrico, as
perdas são minoradas. Este aparelho é constituído por uma caldeira onde, uma
resistência eléctrica aquece a água. Há no entanto a mão humana na forma de evitar
perdas que é ser revestido por uma camada de material isolante de calor que
normalmente são grãos de cortiça ou similares. São portanto, dois recipientes um
dentro do outro e onde no espaço entre eles, é colocado um termo - isolante evitando
assim que o calor se dissipe para o meio ambiente.
Um motor eléctrico também tem perdas tanto por aquecimento, por atrito ou esforço
mecânico.
42
Para enumerar essa eficiência de cada máquina foi criado o conceito de rendimento.
Sabemos que a potência absorvida não é igual à potência fornecida ou útil que há
perdas no processo de transformação
Perdas
Potência útil
Potência absorvida
Máquina
figura 38
Define-se rendimento da máquina ou equipamento pelo quociente entre a potência útil
( potência de saída) e a potência absorvida (potência à entrada).
O rendimento eléctrico representa-se por ƞ. É uma grandeza adimencional ( não tem
unidades ) e exprime-se em percentagem.
ƞ - Rendimento eléctrico
Pu - Potência útil - Watt (W)
Pa - Potência absorvida (W)
Este quociente é sempre inferior à unidade (ƞ < 1)
Podemos ainda salientar que:
Potência útil = Potência absorvida - Potência de perdas
43
Potência útil (Pu) = U x I (potência que chega ao circuito).
Potência eléctrica total (Pet ) = E x I (potência total que o gerador dispões).
Assim teremos:
Pu UxI U
ƞ= = = <1
Pet ExI E
Exemplo prático:
- Um gerador tem nos seus terminais a tensão de 50V e a sua f.e.m. é de 52V. Sabendo
que a potência fornecida a uma carga é de 250 W, calcule:
2 - A potência de perdas
(Pab = Pet)
Pu = 250W
Pper = Pab - Pu
Pab = 260 W Pu = Pab - P per
Pper = 260 - 250 = 10W
Pper = ?
44
3- Corrente Alternada
IA IA
+ IA
Bateria
-
t segundos
IA IA
figura 39
Sentido positivo
Ora num sentido Ora noutro sentido
CA
Sentido negativo
figura 40
A energia eléctrica, sendo utilizada de várias formas, pode apresentar senos circuitos
em diferentes formas:
45
Contínua Constante Obtém-se a partir de
O fluxo de A tensão/corrente pilhas, baterias,
electrões dá-se são constantes dínamos, fontes de
apenas num tensão, rectificação
sentido de corrente alterna
Variável
A tensão/corrente Obtém-se a partir de
variam fontes de tensão
46
mais complexo, embora comecem a aparecer, sistemas electrónicos de potência
capazes de executar essa tarefa mas com limitações de potência.
Os alternadores (geradores de CA) são mais simples e têm melhor rendimento que
os dínamos (geradores de CC).
IA
t segundos
figura 41
IA
figura42
47
1. Grandezas variáveis periódicas
Uma grandeza diz-se periódica quando se verifica uma repetição das suas
características ao longo do tempo. No estudo que iremos efectuar, surgir-nos-ão
diversas formas de ondas periódicas. Representamos dois tipos de ondas periódicas:
ondulatórias ou pulsatórias e as alternadas puras.
IA IA
t segundos t segundos
a) b)
figura 43
a) Corrente ondulatória ; b) Corrente unidireccional em dente de serra
U U U
t t
a) b) c)
figura 44
Numa onda alternada, o conjunto dos valores assumidos em cada sentido, desogna-se
por alrternância ou semionda. Teremos assim uma alternância positiva e uma negativa.
O valor assumido em cada instante, por uma corrente ou tensão, é chamado de valor
instantâneo, que se representa por uma letra minuscula: i ,u.
48
3.3.3 - Características da corrente alternada sinusoidal
Período
É o tempo em que ocorrem duas alternâncias consecutivas, ou seja, é o tempo gasto
num ciclo. Representa-se por T e exprime-se em segundos
U U U
0 t 0 t 0 t
figura 45
Frequência
É o número de ciclos efectuado por segundo. Representa-se pela letra f e a sua
unidade é o Hz (Hertz).A frequencia está relacionada com o período da seguinte forma;
á i
Imáx
0 t
á
Imáx
figura 46
49
A figura anterior faz a representação da amplitude e do valor pico a pico de uma
corrente sinusoidal.
Valor médio
Teremos aqui que considerar apenas metade do ciclo de uma corrente alternada
sinusoidal, pois o valor médio de um ciclo é zero, já que este se repete na parte positiva
e na parte negativa.
O valor médio representa o valor que uma corrente contínua deveria ter para
transportar a mesma quantidade de electricidade, num mesmo intervalo de
tempo.
é á
é 0 á
Imáx
Iméd
T
0
Imáx
figura 47
Valor médio de uma corrente sinusoidal
Valor eficaz
O calor desenvolvido por uma resitência é independente do sentido de circulaºão da
corrente.
50
O valor eficaz de uma corrente alternada é o valor da intensidade que deveria ter
uma corrente contínua para, uma resistência, provocar o mesmo efeito calorífico
no mesmo espaço de tempo.
Por outras palavras, existirá uma corrente contínua que no mesmo intervalo de tempo
T, ou seja num período, produzirá a mesma quantidade de calor que a produzida pela
corrente alternada.
O valor eficaz representa-se por I ou U (conforme corrente ou tensão). A expressão
matemática que define o valor eficaz é:
0 0
á
0 0 á
Para realçar a importância do valor eficaz, refira-se que são valores eficazes os que
os voltímetros e amperímetros nos indicam ao medirem grandezas sinusoidais
u
5V
6μs
figura 48
A frequência e o período
Segundo o gráfico, 2,5 períodos realizam-se em 6 µs (micro segundos) logo, um período
realiza-se em:
51
μ
(2,4 x 10-6 , é a forma de reduzir os 2.4micro segundos a segundos para que o resultado
venha directo em ciclos por segundo ou Hz)
O tempo que a onda demora a descrever uma alternancia positiva e outra negativa é de
2,4µs. A frequencia é de 417KHz.
0 0
O valor eficaz
Umáx = 5V
0 0 0 0
O valor eficaz da onda sinusoidal ´e de 3,535V ou seja, esta tensão contínua produzirá
a mesma quantidade de calor que a produzida pela corrente alternada representada no
mesmo intervalo de tempo T.
52
Grandezas em fase
As duas correntes assumem valores máximos e têm zeros simultâneamente. O ângulo
de desfasamento φ é nulo.
i
i1
2
I2máx 0 t
I1máx
figura 49
Grandezas em quadratura
Quando uma das grandezas atinge o valor máximo, a outra anula-se. O ângulo de
desfasamento φ é de 90º . No gráfico da fig 46 (a), a tensão está avançada 90º ou
seja, enquanto a tensão já se encontra na origem do referêncial, a corrente ainda está
no seu valor máximo negativo. Na segunda representação na fig 47 (b), a tensão está
em atraso em relação à corrente. Ou seja, emnquanto a corrente já se encontra no
seu valor máximo positivo, a tensão ainda está a anular-se na coordenada do gráfico
correspondente a u = 0.
U,i u
Umáx
0 t
(a)
figura 50
U,i
Imáx i
90º
0 t
Umáx
(b)
figura 51
53
Grandezas em oposição
Os vectores representativos das grandezas têm a mesma direcção mas sentidos
opostos. O ângulo de desfasamento φ é de 180º.
u
U,i
0 t
Imáx Umáx
figura 52
Assim, a lei de Ohm assume a forma que é designada por lei de Ohm generalizada.
Z X
φ
0 R A
figura 53
54
Abordaremos em seguida, os circuitos em que surgem correntes alternadas
sinusoidais, que são formados por resistências, bobinas e condensadores.
Em primeiro lugar, os circuitos ideais, ou seja, os constituídos apenas por
resistências, por bobinas e por condensadores.
Algumas destas três grandezas que formam elementos reais (resistência,
reactância indutiva e reactância capacitiva), assumem valores tão baixos que
podem ser desprezados face aos restantes. É o caso das lâmpadas
incandescentes, que podem, sem grande erro, ser consideradas resistências
puras.
Aplicando a Lei de Ohm aos sucessivos instantes e uma vez Z=R( pois o circuito é
considerado um circuito ideal e, desta forma a outra componente da impedância, ou
seja a reactância será nula), facilmente se verifica:
i R
CA
figura 54
55
U = Umáx. sen ωt U,i
I = Imáx sen ωt u
+ω
Umáx i
Imáx
figura 55
Reactância indutiva
Analizemos o circuito da figura 52. Qual será a relação entre os valores eficazes da
tensão e da corrente?
CA
figura 56
Bobina alimentada a CC ou CA
56
E
t1 t2 t
t
t3 t4
figura 57
Em CA, os efeitos da auto-indução são constantes. Vejamos a que é igual a reactância
indutiva. Na figura 54, ao comutar-se a alimentação para CA, a lâmpada brilha menos
que em CC. Podemos concluir que quanto maior for o coeficiente de auto-indução -L-.
mais se farão sentir os efeitos da auto indução pelo que menos será a corrente no
circuito. A corrente será inversamente proporcional à indutância.
Como se representa na parte A da figura 54, com uma grande frequência, logo será
pequeno o período, a corrente não tem tempo de atingir o seu valor máximo, pois a
tensão aplicada inverte-se. Na parte B, a corrente atinge um valor mais elevado, já que
o período da tensão aplicada é maior. logo, quanto maior é a frequência, menor será
a corrente eléctrica.
t t
A B
figura 58
Ao ser aplicada tensão à bobina, a corrente não surgirá imediactamente pois, como
vimos atrás, sugirá no circuíto devido à auto-indução, uma corrente com um sentido tal
que faz retardar o aparecimento da corrente principal no circuito. Ainda, devido aos
57
fenómenos de auto-indução, a corrente irá aumentar enquanto a tensão decresce, e
atinge um máximo Quando a tensão aplicada é nula.
A tensão inverte-se, a corrente começa a diminuir, mas esta diminuição é retardada e
anula-se quando atinge o seu máximo negativo, ou seja, um quarto de período mais
tarde.
figura 59
U,i
C +ω
u = Umáx. sen ωt U
Umáx i
i = Imáx sen (ωt-90°)
Imáx
2
CA t
I
figura 60
58
3.3.5.4 - Circuito série
1) - Circuíto RL
Será um circuíto constituído por uma bobina em série com uma resistência.
L R
figura 61
Vejamos como relacionar a tensão com a corrente num circuito série RL
u,i i = I sen ωt
R L u = U sen (ωt + φ)
U u
i
2
φ
UR UL t
I
U
figura 62
Representação da tensão e corrente num circuito série RL
UL
U
I UR
figura 63
Diagrama vectorial das tensões e corrente num circuito RL
59
Do triângulo das tensões podemos obter, dividindo por I (Z=/I) o triângulo das
impedâncias
UL
Dividindo por I
U Z
XL
ϕ ϕ
UR R
figura 64
Triângulo das tensões e das impedâncias
2) - Circuito RC
Trata-se de um circuito constituído por um condensador em série com uma
resistência.
R C
figura 65
u,i
I R C
u
i
ϕ2
U
UR UC t
I
U
figura 66
Representação da tensão e corrente num circuito série RC
60
Marcando o nível da tensão na resistência, em fase com a intensidade I, e a tensão do
condensador em quadratura e em atraso com I, obteremos o triângulo das tensões
depois de, vectorialmente, estas serem somadas.
Sendo UR = R x I e UC = XC x I
Teremos:
I
ϕ
UR
UC
figura 67
Diagrama vectorial das tensões e corrente num circuito RC
R
ϕ
UR = RI
ϕ
UC = XCI
U = ZI Z
figura 68
Triângulo das tensões e das impedâncias
3) - Circuito RLC
Analisemos um circuito composto por uma resistência, uma bobina e um condensador
ligados em série.
Vamos de forma análoga, determinar o ângulo de desfasamento entra a tensão, a
corrente e respectiva representação vectorial.
61
Antecipadamente, reconheça-se U≠UR + UL + UC . A expressão apenas será válida
quando tratarmos de grandezas vectoriais.
UL UL
R L C
I UR
UR UL UC I UR
U
UC UC
figura 69
Representação da tensão e corrente num circuito série RLC
Ia
ϕ U
figura 70
Componentes activa e reactiva da corrente
O vector Ia designa-se por corrente activa em fase com a tensão U, será igual a:
62
3.4- Potências em corrente alternada (activa, reactiva e aparente)
Potência activa
É a potência média igual ao produto da tensão pela componente activa da corrente.
Potência aparente
É igual ao produto de U por I
Potência reactiva
É o produto da tensão pela componente reactiva da corrente
S = U.I S = Z.I²
Q = U.I.senϕ Q = XL. I²
ϕ ϕ
P = U.I.cosϕ P = R.I²
figura 71
Triângulo das potências num circuito RL
63
P = U.I.cosϕ P = R.I²
ϕ ϕ
Q = U.I.senϕ Q = XC. I²
S = U.I S = Z.I²
figura 72
Triângulo das potências num circuito RC
3.5.1 - Generalidades
Diferencia-se da monofásica pela existência de três fase mais o neutro, dependendo da
sua aplicação.
Em relação aos sistemas monofásicos que abordamos, existem algumas vantagens, a
nível da sua produção, transporte e utilização:
Considerando dois alternadores, um monofásico e outro trifásico, de igual volume e
preço, o segundo tem uma potência aproximadamente 50% superior ao primeiro. Tal
deve-se ao facto de haver um maior aproveitamento do perímetro do estator, isto é, há
mais bobinas que são sede de f.e.ms induzidas.
O somatório da secção dos condutores necessários para transportar uma determina
potência é menor que nos sistemas monofásicos, em igualdade de condições de
potência transportada, perdas e tensão nominal do transporte.
Para transportar uma quantidade de energia em sistema trifásico, são necessários
três fios de uma determinada secção ou quatro com neutro. Agora, em sistemas
monofásicos, para a mesma energia, são necessários dois fios de secção três vezes
superior.
A capacidade dos sistemas trifásicos de produzir campos magnéticos girantes, permite
a utilização dos motores assíncronos trifásico, aparelhos simples, robustos e
económicos que detêm a quase totalidade do mercado em tracção eléctrico industrial.
A partir de um sistema trifásico podem obter-se três sistemas monofásicos (tal como
em nossas casas).
64
e1
W
S
e2 N e3
figura 73
Principio básico de um gerador de uma f.e.m. trifásica
Quando o rótor roda, induz-se em cada bobina, uma f.e.m. alternada sinusoidal. Estas
f.e.m. têm igual amplitude máxima e estão desfasadas 120º uma das outras, ou seja,
1/3 do período.
Estas f.e.m.(tensões) podem ser representadas gráficamente tal como na figura
seguinte.
u1
u2
u3
tensão
tempo
figura 74
I1
R
U1
V1
W1 I3
R
I2
V
W
65
figura 75
Se os três receptores tiverem a mesma impedância, estes são percorridos por três
correntes I1,I2 e I3 com idêntico valor eficaz mas, desfasadas 120º.
Diz-se então que o sistema está equilibrado, pois a soma das três correntes é sempre
nula (a soma vectorial de três vectores desfasadas 120º é um vector nulo).
Condutor neutro
Se reunirmos os três terminais U1,V2 e W2 num único ponto N, chamado ponto neutro
e substituirmos os três condutores de retorno por um único condutor - condutor neutro,
a corrente nesse condutor será nula.
I1
U1
IN
N
V1
W1 I3
R
I2
V
W
I3
R
I2
figura 76
Sistema equilibrado de cargas com neutro (corrente no neutro é nula)
Pode desta forma, distribuir-se a energia eléctrica(BT) por meio de quatro condutores,
sendo três designados por condutores de fase e o quarto por neutro que normalmente
se encontra ao potencial zero.
L1 (R)
L2 (s)
L3 (T)
N
figura 77
Distribuição de energia eléctrica trifásica por meio de quatro condutores
66
3.5.4 - Tensões simples e compostas
Num sistema trifásico, existem dois tipos de tensões:
Tensão simples(Us)- Tensão ou ddp (diferença de potencial), medida entre uma fase
e o condutor neutro.
L1 (R)
L2 (s)
L3 (T)
V V V
N
VL1(ddp) = 230V VL2ddp) = 230V VL3(ddp) = 230V
figura 78
Tensões simples
L1 (R)
L2 (s)
V V
L3 (T)
figura 79
Tensões compostas
67
3.6 - Ligação de cargas
U L1
U1
V1
W1
V
L2
W
L3
figura 80
Ligação em estrela(Υ) de três indutâncias(por exemplo: um motor)
Na ligação em triângulo (Δ), os receptores estão ligados entre as fases como mostra a
figura 77 quer para resistências, quer para indutancias(bobinas).
68
L1
U W1
U1 W
L2
V V1
L3
figura 81
Ligação em triângulo(Δ) de três indutâncias(por exemplo: um motor)
Há mais que uma forma de executar a ligação. A forma mais corrente é o arranque
automático temporizado como mostra a figura seguinte.
Para esta forma de ligação, é necessário saber diferenciar a forma gráfica da sua
representação, isto é, conhecer simbologia e ler esquemas. Há que referir que são
necessários dois esquemas, um de potência com as ligações das fases. O outro
esquema, representa o sistema de comando.
69
L1
L2
L3
F1
KL KΔ KY
Rtm
W V1
V
U
M U1
W1
Esquema de potência
~3
24V
Rtm
Desligar
Ligar KL
Tim
KΔ KY
KL Tim KY KΔ
0V
Esquema de comandos
figura 82
Esquemas de princípio de um arranque Υ/Δ
Num circuito trifásico, quer a carga seja equilibrada ou não, podem calcular-se as
potências consumidas em cada fase. Assim, somam-se as potências activas
aritmeticamente de forma a obter a potência total.
70
No caso de sistemas equilibrados(triângulo ou estrela), utilizam-se as seguinteas
fórmulas:
Potência activa
Potência reactiva
Potência aparente
em que:
UC - tensão composta (medida entre duas fases)
I - Corrente que percorre o circuito(em cada fase)
1º
Possuímos um motor trifásico cuja chapa de características se encontrava danificada.
Ligámo-lo uma tomada do circuito trifásico e medimos a corrente absorvida em cada
fase e na leitura, obtemos 7A em cada fase. Sabemos que a tensão composta da rede
é 400V e, tendo ainda gravado na chapa de características entre outras o valor do cosφ
0,81, calcule a potência deste motor.
UC = 400V
I = 7A Executando o cálculo,
Cosφ = 0,81 temos como valor da
= 1,732 Potência:
3928W(Watts) que é o
mesmo que dizer 3,928Kw
2º
Um termoacomulador de aquecimento de água por resitências trifásico, consome 10A
por fase, calcule a sua potência.
- Como estamos perante um circuito resistivo, e pelo que estudamos atrás, o cosφ de
circuitos deste tipo é igual a 1.
UC = 400V
I = 10A Executando o cálculo,
Cosφ = 1 temos como valor da
= 1,732 Potência:
6928W(Watts) que é o
mesmo que dizer 6,928Kw
71
3.7.1 - Factor de potência
Nos utilizadores que dispõem de instalações com bobinas, o cosφ é reduzido a baixos
valores, o que origina um aumento da energia reactiva que, apesar de não ser
consumida, corresponde a uma corrente de circulação. A corrente nos condutores não e
toda aproveitada como seria de esperar.
Fábrica 1
00 000 00
000
Fábrica 2
00 000 00
000 0 0
72
Para os utilizadores, também é conveniente disporem de um elevado factor de corrente
porque, se tal não suceder,terão de sobredimensionarem aparelhagem de manobra e
protecção o que equivale a maiores custos.
I
IL
IC IL
Carga Cosϕ = 1
indutiva U Carga
U CA indutiva
XC
figura 84
Exemplo de aplicação de correcção do factor de potência num receptor
73
SÍMBOLOGIA
Símbolo Descrição Símbolo Descrição
Potenciómetro
M Motor trifásico – ligado em Y
3~Y
Protecção/Varistor
U1 U1
U2 U2
V2 W2 V2 W2 Ligação em estrela Y
V1 W1 V1 W1
Sonda termopar
Íman permanente
M Motor trifásico – ligado em Δ
3~Δ
U1 W1 U1 W1
Antena
Ligação em estrela Δ
W2 U2 W2
V1 V2 V1 V2
Altifalante
Sentido de rotação
Sinal sonoro
Bobine
Cabo coaxial
Resistência
Encravamento mecânico
+ -
Condensador
Descarregador de
CA Fonte de corrente alterna CA sobretensões
Diodo
ITED - Armário de
+ ATI
Telecomunicações Individual
~ ~
Ponte rectificadora a2
- R a/2 ITED – Tomada Rj45
a2
74
SÍMBOLOGIA
Símbolo Descrição Símbolo Descrição
Cruzamento de condutores
Lâmpada incandescente sem ligação
Lâmpada fluorescente
Derivação de condutores
com ligação
Campaínha
Interruptor bipolar
3x40W Grupo de 3 lâmpadas de 40W
A Amperímetro
Inversor
W Watímetro
ƒ Frequencímetro (indica a
Tomada monofásica com frequência da rede)
terra ( 2P+T)
75
SÍMBOLOGIA
Símbolo Descrição Símbolo Descrição
1 3 5 13 21 1 3 5 13 21
Esquema de contactos de um
contactor de potência c/ 2
14 22
Disjuntor tripolar para contactos auxiliares (Schneider)
motores 2 4 6 14 22
53 61 73 83
Esquema de contactos de um
Contacto auxiliar de térmico bloco de contactos auxiliares –
(a)normalmente fechado 74
3NA+1NF (Moeller)
54 62 84
a
(b)normalmente aberto
b
53 61 71 83
Esquema de contactos de um
Botoneira de emergência com bloco de contactos auxiliares –
encravamento 54 62
2NA+2NF (Moeller)
72 84
A1
A1 A1
76
SÍMBOLOGIA
Símbolo Descrição Símbolo Descrição
Potenciómetro
M Motor trifásico – ligado em Y
3~Y
Protecção/Varistor
U1 U1
U2 U2
V2 W2 V2 W2 Ligação em estrela Y
V1 W1 V1 W1
Sonda termopar
Íman permanente
M Motor trifásico – ligado em Δ
3~Δ
U1 W1 U1 W1
Antena
Ligação em estrela Δ
U2 W2 U2 W2
V1 V2 V1 V2
Altifalante
Sentido de rotação
Sinal sonoro
Bobine
Cabo coaxial
Resistência
Encravamento mecânico
+ -
Condensador
Descarregador de
CA Fonte de corrente alterna CA sobretensões
Diodo
ITED - Armário de
+ ATI
Telecomunicações Individual
~ ~
Ponte rectificadora a2
- R a/2 ITED – Tomada Rj45
a2
77
Bibliografia:
Desenhos do autor
Outubro 2011
78