Redação - Iades

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Prof.

Diogo Alves - Redação Discursiva


Banca: Instituto Americano de Desenvolvimento (IADES)
O que diz o edital da IADES?
• A prova discursiva será aplicada no mesmo dia, turno e dentro dos
prazos de duração previstos para a realização da prova objetiva;
• A prova discursiva terá o objetivo de avaliar, com base nos
conhecimentos constantes do conteúdo programático, a capacidade
de expressão na modalidade escrita e o uso das normas do registro
formal culto da Língua Portuguesa;
• A prova discursiva receberá pontuação máxima igual a 20,00 pontos*;
• A prova discursiva deverá ser manuscrita, em letra legível, com caneta
esferográfica de tinta preta, fabricada com material transparente, não
sendo permitida a interferência e(ou) a participação de outras
pessoas, salvo em caso de candidato que solicitou atendimento
especial. Nesse caso, o candidato será acompanhado por um fiscal do
IADES devidamente treinado, para o qual deverá ditar o texto,
especificando oralmente a grafia das palavras e os sinais gráficos de
pontuação;
*A pontuação pode variar (previsão com base no último edital)
• A folha de texto definitivo da prova discursiva não poderá ser
assinada ou rubricada, nem conter, em outro local que não o
apropriado, qualquer palavra ou marca que a identifique, sob pena de
anulação da prova discursiva do candidato. Assim, a detecção de
qualquer marca identificadora no espaço destinado à transcrição de
texto definitivo acarretará a anulação da prova do candidato;
• A folha de texto definitivo será o único documento válido para a
avaliação da prova discursiva;
• A folha para rascunho, contida no caderno de provas, é de
preenchimento facultativo e não valerá para tal finalidade;
• A prova discursiva consistirá na elaboração de texto dissertativo e(ou)
descritivo, com extensão mínima de 20 (vinte) linhas e máxima de 30
(trinta) linhas*, com base em tema formulado pela banca
examinadora, primando pela clareza, precisão, consistência e
concisão;
*O número de linhas pode oscilar.
• O candidato receberá nota zero na prova discursiva em casos de fuga
ao tema, de haver texto com quantidade inferior a 20 (vinte) linhas,
de não haver texto ou de identificação em local indevido;
• No texto avaliado, a adequação ao tema, a argumentação, a coerência
e a elaboração crítica, totalizarão a pontuação relativa ao domínio do
conhecimento específico (DCE), assim distribuídos:
ASPECTOS DE AVALIAÇÃO DA PROVA DISCURSIVA
a) Tema / Texto (TX) Pontuação máxima igual a 5,0 (cinco) pontos. Serão verificadas a adequação ao tema
(pertinência ao tema proposto), a adequação à proposta (pertinência quanto ao
gênero proposto) e a organização textual;
b) Argumentação Pontuação máxima igual a 5,0 (cinco) pontos. Serão verificadas a especificação do
(AR) tema, o conhecimento do assunto, a seleção de ideias distribuídas de forma lógica,
concatenadas e sem fragmentação e a apresentação de informações fatos e opiniões
pertinentes ao tema, com articulação e consistência de raciocínio, sem contradição,
estabelecendo um diálogo contemporâneo;

c) Coerência Pontuação máxima igual a 5,0 (cinco) pontos. Será verificada a coerência
Argumentativa (CA) argumentativa (seleção e ordenação de argumentos; relações de implicação ou de
adequação entre premissas e as conclusões que dela se tiram ou entre afirmações e
as consequências que delas decorrem);

d) Elaboração Crítica Pontuação máxima igual a 5,0 (cinco) pontos. Serão verificadas a elaboração de
(EC) proposta de intervenção relacionada ao tema abordado e a pertinência dos
argumentos selecionados fundamentados em informações de apoio, estabelecendo
relações lógicas, que visem propor valores e conceitos.
Cálculo da nota
• Desta forma:
DCE (domínio do conhecimento específico) = TX + AR + CA + EC
• A avaliação do domínio da modalidade escrita da língua portuguesa
totalizará o número de erros (NE) do candidato, considerando-se
aspectos como acentuação, grafia, pontuação, concordância,
regência, morfossintaxe, propriedade vocabular e translineação;
• Para o texto dissertativo e(ou) descritivo, será computado o número
total de linhas (TL) efetivamente escritas pelo candidato;
• Será desconsiderado, para efeito de avaliação, qualquer fragmento de
texto que for escrito fora do local apropriado ou que ultrapassar a
extensão máxima permitida;
• Para cada candidato, será calculada a pontuação final na prova
discursiva (PPD) da seguinte forma: PPD = DCE - ((NE/TL) x 2);
• Será atribuída nota zero ao candidato que obtiver PPD < 0,00;
• Será eliminado e não terá classificação alguma no concurso público o
candidato que obtiver pontuação final na prova discursiva (PPD)
inferior a 12 (doze) pontos, ou seja, PPD < 12,00.
Conteúdos prováveis para a prova discursiva
• LEGISLAÇÃO APLICÁVEL A POLÍCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL.
1 Lei Orgânica do Distrito Federal, de 8 de junho de 1993.
2 Lei no 6.450/1977 (dispõe sobre a organização básica da Polícia Militar do Distrito
Federal e dá outras providências).
3 Lei no 7.289/1984 (aprova o Estatuto dos Policiais Militares da Polícia Militar do
Distrito Federal e dá outras providências).
4 Lei no 12.086/2009 (dispõe sobre os militares da Polícia Militar do Distrito Federal
e do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal e dá outras providências).
5 Decreto n o 88.777/1983 (aprova o regulamento para as policias militares e
corpos de bombeiros militares (R-200)).
6 Decreto no 7.165/2010 (regulamenta o inciso I do art. 48 da Lei no 6.450/1977,
que dispõe sobre a organização básica da Polícia Militar do Distrito Federal).
• DIREITOS HUMANOS.
• 1 Estrutura jurídica: Conceitos básicos de Direito Internacional – Direito
Internacional dos Direitos Humanos; Direito Internacional Humanitário.
• 2 Aplicação da lei. 2.1 Premissas: aplicação da Lei nos Estados Democráticos;
conduta ética e legal na aplicação da Lei. 2.2 Responsabilidades: prevenção e
detecção do crime; manutenção da ordem pública. 2.3 Poderes: captura;
detenção; uso da força e de armas de fogo (práticas de tiro). 2.4 Para grupos
vulneráveis: mulheres; crianças e adolescentes; vítimas da criminalidade e do
abuso de poder; refugiados e deslocados internos.
• 3 Comando e gestão: procedimentos de supervisão e revisão; investigação de
violações dos direitos humanos.
• 4 Direito Internacional dos Direitos Humanos. 4.1 Sistema Interamericano de
direitos humanos 5 Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Lei no
4.319/64).
• DIREITO CONSTITUCIONAL.
• 1 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 1.1 Princípios
fundamentais. 1.2 Hermenêutica constitucional.
• 2 Aplicabilidade das normas constitucionais. 2.1 Normas de eficácia plena,
contida e limitada. 2.2 Normas programáticas.
• 3 Direitos e garantias fundamentais. 3.1 Direitos e deveres individuais e
coletivos, direitos sociais, direitos de nacionalidade, direitos políticos,
partidos políticos.
• 4 Organização político-administrativa do Estado. 4.1 Estado federal
brasileiro, União, estados, Distrito Federal, municípios e territórios.
• 5 Administração Pública. 5.1 Disposições gerais, servidores públicos.
• DIREITO PENAL. • 7 Conceito de crime, fato típico,
• 1 Princípios constitucionais do ilicitude, culpabilidade, punibilidade.
Direito Penal. • 8 Excludentes de ilicitude e de
• 2 A lei penal no tempo. culpabilidade.
• 3 A lei penal no espaço. • 9 Extinção da punibilidade.
• 4 Interpretação da lei penal. • 10 Erro de tipo; erro de proibição.
• 5 Infração penal: elementos,• 11 Imputabilidade penal.
espécies. • 12 Concurso de pessoas.
• 6 Sujeito ativo e sujeito passivo da• 13 Das penas: espécies, cominação,
infração penal. concurso, efeitos da condenação.
• DIREITO PROCESSUAL PENAL.
• 1 Inquérito policial. 1.1 Notitia criminis. 1.2 Controle externo da atividade
policial. 1.3 Polícia investigativa e polícia judiciária.
• 2. Ação penal; espécies.
• 3 Jurisdição; competência.
• 4 Prova.
• 5 Prisão em flagrante.
• 6 Prisão preventiva.
• 7 Prisão temporária (Lei no 7.960/89).
• 8 Liberdade provisória.
• DIREITO PENAL MILITAR. • 9 Penas acessórias.
• 1 Aplicação da lei penal militar. • 10 Efeitos da condenação.
• 2 Crime. • 11 Medidas de segurança.
• 3 Imputabilidade penal. • 12 Ação penal.
• 4 Concurso de agentes. • 13 Extinção da punibilidade.
• 5 Penas. • 14 Crimes militares em tempo de
• 6 Aplicação da pena. paz.
• 7 Suspensão condicional da pena. • 15 Crimes propriamente militares.
• 8 Livramento condicional. • 16 Crimes impropriamente militares.
Bibliografia recomendada (opcional):
• Comunicação em prosa moderna : aprenda a escrever, aprendendo a
pensar / Othon M. Garcia. — 27. ed. — Rio de Janeiro : Editora FGV
2014
Antes de tudo, o que é imprescindível numa prova discursiva?
• Estética / apresentação geral do texto:

1)________________________________________________________

2)________________________________________________________

3)________________________________________________________

4)________________________________________________________
Exemplo:
Aspectos internos do texto
1) Acentuação;
2) Grafia;
3) Morfologia;
4) Sintaxe;
5) Regência;
6) Concordância;
7) Pontuação;
8) Propriedade vocabular...
O que é um texto dissertativo?
• Dissertação é o nome com que se designa a exposição ou explanação
de ideias.
• Vejamos agora como planejar e elaborar uma dissertação que
tampouco exija leitura ou pesquisa especializada, isto é, uma
dissertação que pode ser feita — como acontece em exames e provas
— com os conhecimentos gerais já de posse do estudante.
• O desenvolvimento da ideia geral baseia-se na divisão e enumeração
de seus vários aspectos, seguindo-se a sua comprovação ou
justificação.
• Alguns traços de verdadeira argumentação apontam como o autor
(no caso em questão, o estudante) procura convencer o leitor, formar-
lhe a opinião, pela evidência dos fatos, quer dizer, pelas provas com
que vai fundamentando suas declarações.
Argumentação
• Nossos compêndios e manuais de língua portuguesa não costumam
distinguir a dissertação da argumentação, considerando esta apenas
“momentos” daquela.
• No entanto, uma e outra têm características próprias. Se a primeira tem
como propósito principal expor ou explanar, explicar ou interpretar ideias,
a segunda visa sobretudo a convencer, persuadir ou influenciar o leitor ou
ouvinte.
• Na dissertação, expressamos o que sabemos ou acreditamos saber a
respeito de determinado assunto; externamos nossa opinião sobre o que é
ou nos parece sei: Na argumentação, além disso, procuramos
principalmente formar a opinião do leitor ou ouvinte, tentando convencê-
lo de que a razão está conosco, de que nós é que estamos de posse da
verdade.
(Othon Garcia)
• Argumentar é, em última análise, convencer ou tentar convencer
mediante a apresentação de razões, em face da evidência das provas
e à luz de um raciocínio coerente e consistente.
Consistência dos argumentos
• A argumentação esteia-se em dois elementos principais: a
consistência do raciocínio e a evidência das provas.
• Evidência (fatos, exemplos, dados estatísticos, testemunhos):
São cinco os tipos mais comuns de evidência: os fatos propriamente
ditos, os exemplos, as ilustrações, os dados estatísticos (tabelas,
números, mapas, etc.) e o testemunho.
Os fatos evidentes ou notórios são os que mais provam. Provo a
deficiência da previdência social, citando o fato de contribuintes se
verem forçados a recorrer a hospitais particulares para operações ou
tratamentos de urgência, porque o instituto de previdência a que
pertencem não os pode atender em condições satisfatórias.
Exemplos são fatos típicos ou representativos de determinada
situação. O fato de o Professor Fulano de Tal se ver na contingência de
dar, em colégios particulares, dez ou mais aulas diárias é um exemplo
típico dos sacrifícios a que estão sujeitos os membros do magistério
particular no Brasil.
Muitas vezes, a ilustração se faz por referência a episódios históricos
ou a obras de ficção (romances-tese, romances de protesto, peças
dramáticas de conteúdo social), cujo enredo se pode então
ligeiramente resumir.
Dados estatísticos são também fatos, mas fatos específicos. Têm
grande valor de convicção, constituindo quase sempre prova ou
evidência incontestável.
O testemunho é ou pode ser o fato trazido à colação por intermédio de
terceiros. Se autorizado ou fidedigno, seu valor de prova é inegável.
Plano-padrão da argumentação formal
1. Proposição
• (afirmativa, suficientemente definida e limitada; não deve conter em
si mesma nenhum argumento, isto é, prova ou razão)
2. Análise da proposição
3. Formulação dos argumentos (evidência):
a) fatos; b) exemplos; c) ilustrações; d) dados estatísticos; e)
testemunho.
4. Conclusão
Estrutura do texto
• Introdução:
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• Desenvolvimento:
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• Conclusão:
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Como proceder à produção da introdução?
➢ Apresentação do tema + 2 ou 3 argumentos válidos (a banca poderá
ou não fornecê-los). Caso não os forneça, você deverá criá-los:
1) Enumeração de ideias;
2) Prós e contras;
3) Causas e efeitos...
Introdução – principais tipos
1) Trajetória histórica: discussões de natureza social.
Ex.: No Brasil do século XX, as drogas eram comercializadas – quase
exclusivamente – pela elite dominante. Hoje, elas se proliferam na
sociedade em geral, e são consumidas por classes pobres, em especial
o crack e a maconha.
Molde 1
No Brasil do século XX, as drogas eram (explicar os motivos /
detalhes / características dessas substâncias no passado). Hoje, elas
são (expor os motivos pelos quais as drogas ainda são consumidas,
bem como explicar por que a presença delas ainda é forte atualmente).
Introdução – principais tipos
2) Comparação, analogia ou oposição: texto elaborado por antítese.
Ex.: Há dois tipos de consumidores de drogas, cujos interesses podem
variar, conforme a classe social: o ópio e a heroína – predominante em
classes mais favorecidas, bem como o crack e a maconha – que são
utilizadas especialmente por indivíduos de classes baixas.
Molde 2
Há dois tipos de (apresentar o assunto do qual está-se tratando),
cujos interesses podem variar, conforme a classe social (ou grupo
social, ou contextos sociais, ou regiões...): (expor um primeiro
aspecto), bem como (expor um segundo aspecto).
Vamos treinar!
TEMA: Drogas ilícitas no Brasil: como o Estado pode intervir na
atenuação dessas substâncias?
Dica: caso a banca não forneça os tópicos (ou aspectos) a serem
abordados, trabalhe com o “tripé” social:
ESTADO, SOCIEDADE, INDIVÍDUO
Como iniciar o desenvolvimento?

• Conector + exposição do argumento (dado pela banca ou o que você


irá elaborar) + explicação breve de sua relevância + conector
continuativo + evidências das provas (fatos, fontes confiáveis,
testemunhos, ilustrações, comparações, dados estatísticos...) +
conector para encerrar a ideia do parágrafo (esta última parte é
opcional).
DICA DE REDAÇÃO
➢Expressão sem detalhamento:
“O estudante precisa fazer de tudo para ser aprovado em um concurso
público.”

➢Expressão com detalhamento:


“O estudante precisa se dedicar por meio de
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para ser aprovado em um concurso público.”
O parágrafo de desenvolvimento
• O desenvolvimento é a parte mais extensa do texto dissertativo. Nele,
devem aparecer evidências as evidências das provas – tudo para
justificar o ponto de vista do escritor a respeito do tema que se está
tratando.
• Deve haver lógica na exposição das ideias, bem como coesão e
coerência entre todas as partes do texto.
Como compor o desenvolvimento?
• Não de devem repetir palavras ou ideias com o mesmo conteúdo, a
fim de não se promover a dispersão do tema;
• Seja objetivo;
• Lembre-se de que cada parágrafo de desenvolvimento deve
contemplar um aspecto.
Variáveis argumentativas
Tema único: AS DROGAS: UM MAL SOCIAL
1) Argumentação por exemplificação:
O consumo de drogas tem criado verdadeiros “zumbis sociais”.
A sofisticada rede de distribuição e a facilidade de acesso a elas criam
ilusória satisfação imediata, principalmente entre os jovens, induzindo-
os, de forma sutil, à dependência e a consequente degradação da
instituição familiar.
2) Argumentação histórica:
As drogas, no início do século XX, eram consumidas, quase
exclusivamente, pela elite dominante, em especial o ópio e a heroína.
O século XXI começa com a popularização da droga, sobretudo
maconha, cocaína e crack. Isso, de fato, é o mais deplorável elo entre
classes sociais.
Argumentações inválidas
1) Exploração de palavras vazias quanto ao sentido para manifestar
julgamentos de caráter moralizante:
a) O problema dos grileiros e a luta dos sem-terra não fazem sentido,
pois perturbam a ordem social e a ética global.
b) Deve-se respeitar o mais velho, afinal de contas, eles detêm o
mando do poder.
Argumentações inválidas
2) Palavras ou expressões de significação abrangente, inviabilizando o
esquema argumentativo, por envolverem, num conjunto
indeterminado ou impreciso, dados de realidade que têm, junto ao
senso comum, apenas alguns aspectos aproximativos.
a) Todos os seres humanos são iguais: só querem encher os bolsos.
b) O consumismo e o capitalismo, no fundo, são a mesma coisa.
Atenção!
“Em nosso país, A MAIORIA DAS PESSOAS é contra a redução da
maioridade penal.”

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Análise de temas
TEXTOS MOTIVADORES:
No passado, ligar a Zona Norte à Zona Sul do Rio de Janeiro simbolizava a esperança de
aproximar a cidade partida. Hoje, crimes absurdos unem as zonas da cidade em abraços
inconsoláveis. A cada dez minutos, uma pessoa é vítima de homicídio no Brasil. O discurso
oficial de que segurança pública não pode ser só polícia faz sentido. A conhecida carência
de políticas sociais tem parcela imensa de importância nesse quadro. Segurança não é só
polícia, mas é polícia também.
Paula Cesarino Costa. Contágio da indiferença. In: Folha de S.Paulo, 21/5/2015, p. A2 (com
adaptações).
Dois fatos trágicos que chocaram o Rio de Janeiro recentemente — a morte de dois jovens
em um morro, depois de uma operação policial, e a de um ciclista na Zona Sul da cidade —
têm uma causa semelhante, que é a incapacidade do poder público de lidar com os jovens
pobres, mas a repercussão deles é bastante diversa, sem que se faça a necessária reflexão
sobre isso. Para muitos, trata-se de um problema exclusivo de segurança pública. Para
outros, esse é um problema ainda maior e muito mais complexo.
André Luís Machado de Castro. Menos presídios e mais escolas. In: O Globo, 22/5/2015, p.
9 (com adaptações).
Aos dezesseis anos, os jovens podem votar, isto é, escolhem os nossos representantes nas
câmaras e assembleias e nos cargos executivos. Emancipados, podem realizar todos os atos
da vida civil, inclusive contrair matrimônio. A verdade é que os jovens de dezesseis anos de
idade têm, de regra, capacidade de entender a conduta criminosa.
Carlos Velloso. Jovem de 16 anos é capaz de entender conduta criminosa. In: O Globo,
22/5/2015, p. 9 (com adaptações).
Em vinte e cinco anos de existência do Estatuto da Criança e do Adolescente, o Estado foi o
que mais infringiu a lei. Não implementou as medidas previstas no estatuto, que têm o
intuito de transformar o adolescente em cidadão do bem. Com raríssimas exceções, os
estabelecimentos destinados à ressocialização dos infratores são calabouços revestidos de
violência e desrespeito aos direitos fundamentais dos jovens. O sistema educacional é
ruim. A saúde pública é vergonhosa. Nas regiões de baixa renda, os jovens são encarados
como mão de obra fácil e barata na luta diária pela sobrevivência. Na periferia urbana, eles
são as principais vítimas da violência que todos querem combater.
Correio Braziliense. Editorial: O fiasco da punição a jovens infratores. 23/5/2015, p. 12 (com
adaptações).
TEMA:
SEGURANÇA PÚBLICA: DEVER DO ESTADO, DIREITO E
RESPONSABILIDADE DE TODOS
ASPECTOS:
• Dê exemplos de políticas públicas para reduzir a violência e a
insegurança.
• Discorra a respeito do debate atual sobre reduzir ou não a maioridade
penal.
• Comente a respeito do sistema prisional brasileiro e da reincidência
criminal.
Exemplos de políticas públicas para reduzir a violência e a insegurança
Inicialmente, pode-se enfatizar a insubstituível ação do Estado no
sentido de oferecer à população, especialmente a que se encontra em
situação de risco e socialmente mais vulnerável, instrumentos essenciais à
formação e ao exercício da plena cidadania. Nessa perspectiva, inscreve-se o
acesso à educação pública de qualidade — inclusive com cursos de formação
profissional —, aos serviços de saneamento e a um sistema público de saúde
que atenda adequadamente à demanda, aos equipamentos culturais,
esportivos e de lazer, o que inclui quadras poliesportivas, informática e
bibliotecas, entre outros. A experiência tem demonstrado que, onde há
flagrante omissão do poder público, o crime organizado se faz presente,
tanto em comunidades mais carentes como no interior de presídios.
Debate atual: reduzir ou não a maioridade penal
Em seguida, há, atualmente, a discussão hoje presente no
Parlamento e na sociedade acerca da redução da maioridade penal de
dezoito para dezesseis anos, citando alguns argumentos que ambas as
posições defendem e, se achar conveniente, nada impede que ele se
posicione. Dois dos fragmentos de textos propostos remetem a
posições divergentes sobre o tema.
O sistema prisional brasileiro e a reincidência criminal
Depois, nota-se que os presídios brasileiros não passam de
“masmorras medievais” que ampliam consideravelmente a
possibilidade de “despejar nas ruas bandidos mais perigosos, mais
organizados e mais dispostos a roubar, matar e sequestrar”, como
lembrou recentemente importante revista semanal de informação.
Afinal, o cotidiano desses presídios é marcado pelo ócio (apenas 20%
dos presos trabalham), pelo analfabetismo (apenas 10% estudam) e
pela liderança do crime organizado.
Molde para o desenvolvimento
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Mais uma análise de prova
TEXTO MOTIVADOR:
Convocada pela Defensoria Pública do Rio, a comunidade do Complexo do Alemão
começou a chegar duas horas antes do combinado. Enfileiraram-se em busca,
principalmente, de carteiras de identidade e de trabalho, ícones da entrada na sociedade
formal. Houve duas dúzias de coleta de material genético para exames de comprovação de
paternidade. Foram entrevistadas 180 moradoras sobre saúde, maternidade e violência
doméstica. Uma cidadã transexual foi atrás de orientação para trocar de nome. Mães
pediram tratamento psicológico para filhos com sintomas de síndrome do pânico. Segundo
a presidenta da Associação de Defensores Públicos do Estado do Rio de Janeiro, “quando
conversamos, percebemos que a violência permeia o discurso. Mas os moradores têm
outras demandas. Denunciam a falta de alguma instituição que os defenda da
vulnerabilidade”. A agenda dos moradores do Alemão envolve cinco ações: moradia,
saneamento, educação técnico-profissional, políticas para jovens e espaços de lazer,
esporte e cultura.
Flávia Oliveira. Demanda cidadã. In: O Globo, 27/5/2015, p. 28 (com adaptações).
TEMA:
SEGURANÇA PÚBLICA: POLÍCIA E POLÍTICAS PÚBLICAS
ASPECTOS:
• Disserte a respeito da segurança como condição para o exercício da
cidadania.
• Dê exemplos de ação do Estado na luta pela segurança pública.
• Discorra acerca da ausência do poder público e a presença do crime
organizado.
A segurança como condição para o exercício da cidadania
De início, pode-se afirmar a impossibilidade real e concreta do
pleno exercício da cidadania em um cenário de dramática insegurança.
Tal como dicionarizado, o conceito de cidadania remete ao “indivíduo
que, como membro de um Estado, usufrui de direitos civis e políticos
garantidos pelo mesmo Estado e desempenha os deveres que lhe são
atribuídos”. Viver em paz, sem o contínuo temor de ser vítima de
agressão — venha de onde vier — passa a ser entendido como direito
essencial à vida em comunidade assentada nos princípios da cidadania.
Exemplos de ação do Estado na luta pela segurança pública
Ademais, alguns exemplos da necessária ação do poder público
para a conquista e a manutenção do clima de segurança coletiva nas
mais diversas comunidades, sobretudo as mais vulneráveis, devem ser
apontados, tais quais: implementação de projetos comunitários em
parceria com os órgãos de segurança, denúncias anônimas, programas
escolares de erradicação das drogas, entre outros. Nesse sentido, o
policiamento adequado e o atendimento às demandas básicas da
sociedade são faces de uma mesma moeda.
Ausência do poder público e a presença do crime organizado
Convém lembrar que existe uma preocupante realidade: em
localidades em que há omissão do Estado, a tendência é que esse vazio
seja ocupado por grupos criminosos no atendimento às demandas das
comunidades. Essa realidade está presente, inclusive, em instituições
penitenciárias.
Redação exemplar PMDF – aluno do prof. Diogo Alves

• CONCURSO PÚBLICO DE ADMISSÃO AO CURSO DE FORMAÇÃO DE


OFICIAIS POLICIAIS MILITARES DA POLÍCIA MILITAR DO DISTRITO
FEDERAL (CFOPM) EDITAL N° 35/DGP – PMDF, DE 17 DE NOVEMBRO
DE 2016.
Leia, com atenção, a situação hipotética a seguir.
• Durante uma ação de suporte a uma força de pacificação, um civil,
sem razão aparente, proferiu palavras de baixo calão e jogou cerveja
no uniforme de um cabo do Exército Brasileiro.
• Considerando a situação hipotética apresentada e segundo a lei e o
entendimento jurisprudencial do Superior Tribunal Militar, redija um texto
dissertativo e (ou) descritivo acerca da conduta do civil que aborde,
necessariamente, os seguintes tópicos:
a) crime cometido pelo civil;
b) pena cabível em abstrato;
c) modalidade de ação penal cabível;
d) instituição responsável para o oferecimento da ação penal;
e) justiça competente;
f) juízo competente para julgamento;
e, g) indicação e justificativa se são cabíveis ou não os institutos
despenalizadores da lei dos juizados especiais criminais (Lei no 9.099/1995).
Padrão de resposta ou resultado esperado (gabarito prévio):
Em relação ao Tema/Texto (TX) foram levados em consideração a adequação ao tema e a
organização textual.
Quanto ao crime praticado pelo civil, pontualmente, o candidato deve indicar que o Código
Penal Militar estabelece em seu artigo 299 “Desacatar militar no exercício de função de natureza
militar ou em razão dela: pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui outro
crime”. Portanto, o civil cometeu o crime de desacato a militar com pena em abstrato de seis meses
a dois anos.
Por sua vez, a modalidade de ação penal cabível é a pública incondicionada e o órgão
responsável para o oferecimento da ação penal é o Ministério Público Militar, conforme artigo 29 “A
ação penal é pública e somente pode ser promovida por denúncia do Ministério Público Militar”.
Quanto à Justiça competente, tendo em vista o artigo 125, § 3o, da CF/88, ipsis litteris: “Os
Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição. § 3º A
lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual,
constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo
grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o
efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes”. Nesse sentido, a competência é da Justiça
Militar e o juízo competente são as Auditorias Militares, leia-se Conselhos de Justiça ou juízes de
Direito onde não houver os referidos órgãos.
No que toca à aplicabilidade ou não dos institutos despenalizadores da lei dos juizados
especiais criminais pela Justiça Militar, em síntese, o candidato deve fazer referência ao dispositivo
legal que veda sua aplicabilidade, artigo 90-A da Lei no 9.099/1995, in verbis: “As disposições desta
Lei não se aplicam no âmbito da Justiça Militar”.

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