Material Pacote Anticrime - Processo Penal

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SENGIK JURIS

PACOTE ANTICRIME
2020 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

Esse material complementar tem tudo que você


precisa saber acerca dos reflexos do Pacote
Anticrime (Lei 13.964/2019) no Código de
Processo Penal. Aqui, você encontra o antes e
depois dos seguintes temas: 1) o Juiz das
Garantias; 2) investigação criminal especial; 3) o
novo arquivamento; 4) o ANPP – acordo de não
persecução penal; 5) destino e utilização de bens
constritos; 6) a descontaminação do julgado; 7) a
cadeia de custódia de vestígios; 8) prisões e
medidas cautelares em geral; 9) prisão em
flagrante; 10) prisão preventiva; 11) execução
provisória da pena no Tribunal do Júri; 12) a
nulidade da decisão carente de fundamentação;
13) nova hipótese de RESE; e 14) a presença do STJ
no CPP.

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PACOTE ANTICRIME – CPP

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: O JUIZ DAS GARANTIAS!!!


SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME
ARTIGO 3º-A AO ARTIGO 3º-F DO CPP.
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ

A primeira coisa que você deve ter em mente Agora, com o Pacote, as funções do Judiciário
é que o Pacote Anticrime veio com uma na persecução penal foram divididas entre
intenção muito clara aqui: adotar o Sistema dois Juízes diferentes – é só isso mesmo,
Acusatório de vez no Processo Penal, o que a portanto, não se assuste.
CF já previa desde sempre – logo, nada há de Olha só: teremos um Juiz que atuará
novo. realizando o controle de legalidade das
investigações, de modo a garantir os direitos
Até a edição da Lei 13964, toda investigação fundamentais do investigado, e outro Juiz
criminal era acompanhada por um Juiz, cuja que só vai tocar o processo, da citação do
função nunca foi investigar nem acusar acusado, passando pela instrução do feito,
alguém, mas controlar a legalidade da até o julgamento do processo. Ocorre que
apuração do delito e, principalmente, esses Magistrados ganharam nomes
garantir os direitos fundamentais daquele diferentes em razão do momento em que
que estava sendo investigado. Sendo assim, cada um vai atuar na persecução penal:
os direitos mais nobres do investigado,
independentemente da infração penal que 1) Juiz das garantias – atua durante as
teria praticado, precisavam ser observados – investigações e sua função primordial
quem fazia o papel de “corregedor” das é garantir a legalidade das diligências
atividades policiais e ministeriais era esse praticadas pelos órgãos
Magistrado. investigativos, de modo a garantir os
Direitos Fundamentais daquele que
Isso tanto é verdade que sempre tivemos está sendo investigado;
matérias circunscritas à Cláusula de Reserva
de Jurisdição, como é o caso da interceptação 2) Juiz da instrução e julgamento – atua
telefônica, meio de obtenção de prova no processo penal, ou seja, na fase da
regulamentado pela Lei 9296/1996, que ação penal; tem várias funções,
exige a análise e autorizações prévias por dentre as quais garantir os Direitos
parte do Juiz competente, exatamente Fundamentais do acusado,
porque é instrumento que atenta contra providenciar a instrução do feito e,
direitos fundamentais do investigado, tais ao final, sentenciá-lo.
como a vida íntima e privada, e o sigilo das
comunicações. Como eu disse ates, só dividimos as funções
entre dois Juízes diversos. Fácil demais.
Contudo, esse Juiz que fazia o papel de
garantia dos Direitos Fundamentais do Mas por quê? Para que o Juiz da ação penal
investigado era também aquele que o julgaria não esteja “viciado” pelo que viu ou pelo
na ação penal subsequente. Isso mesmo! Era modo como agiu durante as investigações. Do
o mesmo Magistrado que atuava nas modo como ficou, ou seja, com o Juiz das
investigações que julgava o acusado logo em garantias, há total separação de funções, de
seguida. Veja-se, inclusive, que as decisões forma que o Juiz da instrução chega livre, sem
em sede de inquérito tornavam o Juiz amarras, sem nem mesmo conhecer o caso, o
prevento para o processamento e julgamento que diminui muito, diga-se, as tão comuns
da ação penal posterior. alegações de parcialidade do Poder
Judiciário.

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Esse material é parte do curso do Professor Sengik acerca de Pacote Anticrime, que pode ser
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PACOTE ANTICRIME – CPP

Desta feita, um só Juiz era responsável pelas


garantias do investigado (e do acusado ao E quais as funções do Juiz das garantias?
longo da ação penal), pela administração do Simples: são as mesmas competências que o
processo, pela instrução do feito e pelo Juiz sempre teve durante as investigações
julgamento do acusado. criminais.

Huuuummm... a pergunta que se faz é a Neste tema, o artigo 3º-B do CPP traz uma
seguinte: poderia uma pessoa que investigou lista imensa de condutas do Juiz das
outra ser imparcial ao julgar o investigado? É garantias. Porém, não é preciso decorá-las;
óbvio que não. Ao participar das basta lê-las e se lembrar daquilo que cabia
investigações, o Juiz acaba sendo maculado (deveria) ao Magistrado que acompanhava as
pela persecução e, assim, já olhava para o investigações antes do Pacote. Por exemplo:
acusado como verdadeiro culpado. Juiz não a quem cabia a decretação de interceptação
pode ser investigador! Juiz não pode ser telefônica antes do Pacote? Ao Juiz que
inquisidor! Isso precisava mudar. acompanhava as investigações. E a quem
cabe a decretação agora com o Pacote? Ao
Juiz das garantias, pois é dele a função de
acompanhar as investigações.

Outro exemplo: a quem cabe a decretação da


prisão temporária ou preventiva (nas
investigações)? Ao Juiz das garantias. Viu? É
fácil de tudo. Apenas tenha atenção a um
detalhe importante: o Juiz não poderá agir de
ofício nas investigações (é preciso que ele
seja provocado – é por isso que, em nossas
aulas, sempre o chamamos de “O Inertão”).

Ainda no artigo 3º-B do CPP, há algo que pode


gerar um problema sério pra gente: é seu §2º,
onde há a previsão de prorrogação do prazo
do inquérito policial com investigado preso.
Estranhamente, essa norma diz que poderá
haver apenas uma prorrogação pelo prazo de
até 15 dias. Bom, isso é aparentemente
incompatível com o que consta no artigo 10
do próprio CPP, que diz que o prazo do
inquérito com réu preso é improrrogável e de
10 dias. Essa esquisitice fez surgir muitas
interpretações estranhas na doutrina – tem
gente tentando somar os dois prazos, outros
falam que o artigo 10 foi derrogado, outros
que ele foi revogado. Pra mim (e só eu vi
assim) a situação é bem clara: houve um
enorme equívoco do legislador, que
considerou apenas os termos do artigo 66 da
Lei 5010, que fixa o prazo máximo do
inquérito com investigado preso na Justiça
Federal. Nosso legislador se esqueceu
completamente de que o prazo na Justiça

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Estadual é outro. Veja que a Lei 5010 diz que


o prazo é de 15 dias para investigado preso (e
ela própria tem um lapso, pois não fala da
situação do investigado solto). Seguindo
apenas o que diz essa lei, somando-a com o
artigo 3º-B, ficaria assim: o prazo do inquérito
com investigado preso na Justiça Federal é de
15 dias, prorrogável uma única vez por até 15
dias. Para mim, essa é a melhor forma de se
entender o que legislador fez aqui: um
enorme deslize.

E como você faz na sua prova? A Banca lhe


cobrará transcrição do §2º do artigo 3º-B –
vai ser “cara X crachá”! Se estiver a letra da
lei ali, estará certo; do contrário, estará
errado. Só isso. Então, grave-o:

Se o investigado estiver preso, o juiz das


garantias poderá, mediante representação
da autoridade policial e ouvido o Ministério
Público, prorrogar, uma única vez, a duração
do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o
que, se ainda assim a investigação não for
concluída, a prisão será imediatamente
relaxada.

De qualquer modo, hoje, entendo que é


possível conjugar isso tudo mesmo diante da
falha que enxergo ter havido. Seria um
remendo e não digo que é o melhor a se
fazer... mas é possível. Veja a explicação na
aula, dê um “print” na tela e leia o §2º do
artigo 3º-B do CPP novamente.

“Mas eu vi que também mudou a disciplina


do assistente técnico, Professor Sengik?” É
verdade, porém isso é super simples, pois o
Pacote apenas trouxe para o CPP o
regramento que já havia no CPC.

Em síntese: antes, o assistente técnico só


existia na ação penal, mas, hoje, há
possibilidade do assistente técnico aparecer
já na fase das investigações e atuar ao lado do
perito oficial, acompanhando-o (ele não
precisa aguardar a confecção da perícia
oficial, mas não pode atrapalhá-la
(obviamente). Veja a aula que eu tenho um
exemplo lindo disso.

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“E até quando o Juiz das garantias vai atuar?”


Ele atua durante as investigações até o
recebimento da denúncia/queixa, que é
função dele, diga-se. Então, quando o Juiz das
garantias receber a petição inicial criminal,
ele deixa o caso nas mãos do Juiz da
instrução, que terá o prazo máximo de 10 dias
para reexaminar as cautelares decretas pelo
seu colega. Os autos da investigação ficam no
Juízo das garantias, onde poderão ser
consultados pelas partes. Isso significa que os
autos da investigação não serão apensados à
denúncia/queixa como era antes. Apenas as
provas irrepetíveis, antecipadas e os meios
de obtenção de prova vão junto com a
denúncia/queixa. Atenção ao prazo de
reexame das cautelares pelo Juiz da
instrução: no máximo 10 dias – isso cairá em
nossas provas.

E aquele que atuou como Juiz das garantias


poderá vir a ser o Juiz da instrução? Nunca.
Ele estará impedido de agir na ação penal! Se
a proposta da lei foi a de dividir essas funções,
jamais uma mesma pessoa poderá fazer
papel de Juiz das garantias e de Juiz da
instrução. Mas e se só tiver um Juiz na
Comarca? Nesse caso, diz o parágrafo único
do artigo 3º-D do CPP, faremos rodízio de
Juízes. Que lindo!!!

E o Princípio do Juiz Natural? Nada muda, ele


segue o mesmo. Podemos dizer que o Juiz
das garantias é o Juiz natural durante a fase
investigativa – Juiz escolhido de acordo com
normas objetivas e prévias fixadas na CF e na
lei processual penal.

BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!!

Ao Juiz das garantias cabe tudo que disser respeito à análise de legalidade e aos direitos
fundamentais do investigado. Ele é o juiz natural, escolhido por critérios objetivos, para
acompanhar as investigações.

O Juiz das garantias não poderá processar e julgar a ação penal – ele está impedido de ser o
Juiz da instrução e julgamento.

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A competência do Juiz das garantias termina com o recebimento da inicial (denúncia/queixa).


Se for o caso, ele a recebe e o feito segue nas mãos do Juiz da instrução, que terá o prazo
máximo de 10 dias para reexaminar as cautelares decretadas por seu colega.

Os autos da investigação não serão apensados à denúncia/queixa. Eles ficarão no Juízo do


Juiz das garantias, sendo que as partes podem ter acesso a eles. Apenas as provas irrepetíveis,
as antecipadas e os meios de obtenção de provas irão apensos à denúncia/queixa.

O prazo do inquérito policial com o investigado preso pode ser prorrogado uma só vez por
até 15 dias.

O assistente técnico pode aparecer já na fase de investigações.

Adotamos expressamente o sistema acusatório. Logo, o Juiz não tem iniciativa nenhuma
durante as investigações. Isso é muito importante!!!

Bzo pra ti!!!

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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: A INVESTIGAÇÃO ESPECIAL, MAS SÓ NO


CASO DE USO LETAL DA FORÇA DO ESTADO, TENTADO OU CONSUMADO,
EM SERVIÇO!!!
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME
ARTIGO 14-A DO CPP.
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ

Ao comentar essa alteração trazida pelo Atento à ausência de assistência jurídica nas
Pacote Anticrime, vou considerar apenas a instituições que fazem uso da força do
ótica dos órgãos da segurança pública, pois Estado, o Pacote cria espécie de investigação
existem vários outros interesses em jogo que especial para o caso em que seus servidores
foram completamente ignorados pela Lei a utilizam de modo letal, seja tentado ou
13.964. Vamos lá! consumado. Em suma: há procedimento
investigatório especial para casos de uso
Lembre-se de que um integrante de órgão de letal da força em serviço.
segurança pública é obrigado a agir quando
se depara com a prática de algum delito – em Assim, todos os servidores da segurança
termos penais (artigo 13, §2º, a, do CP) ele é pública (artigo 144 da CF: PM, Bombeiros
considerado garante (garantidor). Sabendo Militares, PC, PF, PRF, PP de todas as esferas
disso, pense comigo na seguinte situação: da federação) e das Forças Armadas em
depois do serviço, um Policial está missão de garantia de lei e ordem (artigo 142
retornando para casa, dá uma paradinha no da CF), quando exercerem a força letal do
mercadinho do bairro e é surpreendido por Estado, seja de forma tentada ou consumada,
um assalto à mão armada quando já está ao serão investigados por esse procedimento
lado do caixa pronto para efetuar o especializado.
pagamento por suas compras.
Mas qual é a especialidade? Simples: nesses
Nessa situação, considerando sempre a casos, a investigação será obrigatoriamente
melhor técnica, vai caber ao Policial exercer o acompanhada pelo Defensor do investigado -
uso da força do Estado para neutralizar o é só isso mesmo. A ideia é garantir assistência
risco aos direitos fundamentais da vítima (por jurídica ao servidor obrigado a exercer a força
exemplo: o direito à vida da caixa da padaria) letal do Estado.
e, se necessário for, poderá ocasionar o óbito
do assaltante. Se isso acontecer, o Policial Uma vez instaurada a investigação (qualquer
terá causado a morte do agressor ao que seja ela - inquérito policial, inquérito
salvaguardar o direito à vida da vítima – policial militar ou procedimento
legítima defesa de terceiro. investigatório criminal no MP), o investigado
deve ser citado para que nomeie Defensor
A questão que se coloca aqui é a seguinte: o em 48 horas - (a lei errou ao usar citação, pois
Policial é obrigado, por lei, a exercer o uso da o correto seria notificação).
força do Estado, mas, ao fazê-lo, será
investigado e, a depender da situação, Se o investigado não o fizer ou não for
processado penalmente sem assistência encontrado, a instituição em que ele é lotado
específica do próprio Estado que lhe obriga a é intimada para, também no prazo de 48
agir? Sim, é isso mesmo. horas, nomeie Defensor para seu servidor. É
só isso mesmo que muda, de forma que todo
“Mas as instituições de segurança pública não o resto que você conhece acerca de
contam com setores jurídicos capazes de investigações prossegue como antes. Veja
como é fácil:
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assessorar seu pessoal nessas situações?”


Não contam não. 1) Você sabe que o inquérito policial é
inquisitivo ou inquisitório e ele segue como
Isso significa que a atitude do Policial será antes (a presença de Defensor não
avaliada por profissionais da seara jurídica caracteriza, por si só, o contraditório e ampla
(Juiz e MP) e ele terá de encarar isso sozinho, defesa - tire isso da cabeça) – nada mudou;
pois será investigado e processado sem a
assistência jurídica específica. Em outras 2) Você sabe que, muitas vezes, diligências
palavras: ele é obrigado a agir e, depois de sigilosas precisam ser realizadas durante as
atuar, que se vire para pagar Advogado investigações e elas permanecem como
particular ou que jogue dados com a sorte e antes, ou seja, em segredo (apenas depois de
dependa de Defensor dativo ou da finalizadas e encartadas é que o Defensor do
Defensoria Pública. investigado terá acesso a elas) – nada mudou
aqui também.
Agora, apenas para ilustrar a situação do
servidor da segurança pública, lembro-lhe do “Mas, Professor Sengik, não vejo grandes
edital para concurso da Polícia Civil do Mato mudanças!” Nem eu... o pacote apenas
Grosso do Sul de 2017. O valor da trouxe a obrigatoriedade da presença de
remuneração era de R$ 3.888,26 brutos por Advogado nas investigações de casos que
mês - desconte o imposto de renda e saberá envolvam uso da força letal em serviço. Só
que ele não terá capital para bancar um bom isso mesmo.
advogado se precisar exercer o uso da força
letal do Estado a qual está obrigado. Isso é um
contrassenso e, se considerarmos que a
Polícia Civil é comandada por Bacharéis em
Direito, o contrassenso é maior ainda.

BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!!


No caso de uso letal da força em serviço, seja ato tentado ou consumado, a investigação terá
de contar, obrigatoriamente, com a presença do Defensor do servidor investigado.

Quem pode fazer uso letal da força do Estado em serviço? Os membros das instituições
listadas no artigo 144 da CF (PM, Bombeiros Militares, PC, PF, PRF, PP de todas as esferas da
federação) e artigo 142 da CF (Forças Armadas, mas apenas quando em missão de GLO).

Como funciona? Simples: com a investigação já em andamento, o investigado é citado (de


acordo com lei) para nomear Defensor no prazo de 48 horas. Se não o fizer, intima-se a
instituição em que ele está lotado para tanto - no mesmo prazo de 48 horas.

Bzo pra ti!!!

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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: O NOVO ARQUIVAMENTO!!!


SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME
ARTIGO 28 DO CPP.
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ

Antes do Pacote, o MP deveria requerer Uma das preocupações do Pacote Anticrime


(fundamentadamente) o arquivamento ao foi justamente trazer o Sistema Acusatório
Juiz que estava acompanhando as para o CPP. Assim, era preciso afastar o Juiz
investigações. do procedimento de arquivamento,
mantendo a decisão apenas no âmbito do
Se o Magistrado concordasse com as razões MP, o titular da ação penal. Foi apenas isso
apresentadas pelo MP, ele homologava o que a Lei 13.964 fez e ficou muito mais fácil
arquivamento e as investigações estariam pra gente estudar.
arquivadas - por isso, dizia-se que o
arquivamento era ato judicial (pois era quem Com o pacote, o MP não requer mais o
acabava por determiná-lo) ou ato complexo arquivamento para o Juiz, já que todo o
(pois contava com a manifestação de dois procedimento vai correr dentro do próprio
órgãos distintos – um do MP e outro do MP. De forma bem simplificada, fica assim:
Judiciário).
1) O Promotor de Justiça (MPE) ou o
Se o Juiz não concordasse com os motivos Procurador da República (MPF) ordena o
expostos pelo MP, então, remetia os autos ao arquivamento da investigação;
Procurador Geral para que esse definisse o
destino final das investigações. 2) Isso é comunicado para a vítima, para o
investigado e Delegado;
O que importa, aqui, é que, de todo modo,
havia um Juiz no meio do procedimento de 3) Os autos da investigação sobem
arquivamento, figura que exercia a função de automaticamente para revisão por órgão do
fiscal do Princípio da Obrigatoriedade da próprio MP, que homologará ou não o
Ação Penal. Essa fiscalização era encarada arquivamento – é o que a lei chama de
como função atípica do Judiciário e já tinha revisão ministerial;
sido severamente criticada pela Doutrina,
pois ia contra o Sistema Acusatório, que 4) Se a instância de revisão ministerial
impõe o distanciamento completo e absoluto homologar a ordem inicial de arquivamento,
do Magistrado de qualquer atividade que o feito estará arquivado;
integre a acusação.
5) Se a vítima não concordar com o
Se o Juiz, no Sistema Acusatório, precisa ficar arquivamento, poderá, em 30 dias do
longe da acusação, como ele poderia recebimento da comunicação, submeter a
participar de ato que define seu destino? Não matéria a revisão;
pode! Isso deveria caber apenas ao titular da
ação penal. 6) No caso de ações penais relativas a crimes
praticados em detrimento da União, Estados
e Municípios, esses entes serão as vítimas, de
forma que poderão provocar a revisão da
decisão de arquivamento através de
provocação de quem os represente em juízo.
Super fácil demais.

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A pergunta que não quer calar é: depois de


ordenado o arquivamento, a Autoridade
Policial poderá proceder a novas pesquisas,
se de outras provas tiver notícia? Claro que
sim – se não for caso de coisa julgada. Tudo
permanece a mesma coisa. Ao ler o artigo 18
do CPP, apenas desconsidere a menção à
autoridade judicial. Fica assim:

Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento


do inquérito pela autoridade judiciária, por
falta de base para a denúncia, a autoridade
policial poderá proceder a novas pesquisas,
se de outras provas tiver notícia.

BILAU AZUL!!!

O procedimento de arquivamento fica dentro do MP - não vai para o Juiz das Garantias decidir
nada não (seria uma boa pegadinha de provas).

Ordenado o arquivamento, o MP comunica a vítima, o investigado e a Autoridade Policial. A


vítima tem 30 dias para pedir a revisão ministerial caso não concorde com o arquivamento.
Veja que é só a vítima que pode fazer isso (e não o investigado ou o Delegado). Se a vítima for
União, Estados e Municípios, seu representante judicial poderá pedir a revisão.

A ordem de arquivamento é submetida automaticamente a instância de revisão ministerial


que o homologará (ou não - mas isso não está na lei).

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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: O ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL


(ANPP)!!!
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ARTIGO 28-A DO CPP.
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ

Não havia correspondente algum no CPP. Tudo mudou, já que o ANPP entrou para o
Porém, o ANPP era previsto em duas Código de Processo Penal em seu artigo 28-A.
resoluções do Conselho Nacional do MP De forma bastante simples, o pacote inseriu
(Resoluções 181/17 e Res. 183/18), as resoluções do CNMP no tal artigo 28-A - o
questionadas por ADIN, sob alegação de que que faz com que as ADIN’s antes
violavam a reserva legal, a competência mencionadas tenham perdido seus objetos.
legislativa da União e, ainda, extrapolavam o
poder regulamentar do CNMP – argumentos Atualmente, no caso de crime com pena
muito bons e indefensáveis. privativa mínima prevista em abstrato menor
do que 4 anos (considerando-se as causas de
aumento e de diminuição), praticado sem
violência ou grave ameaça e se o MP
entender por suficiente, poderá propor
acordo ao investigado, mediante do qual o
MP deixa de prosseguir com a persecução
penal desde que o investigado concorde e
cumpra determinadas condições. Veja que é
um ato negocial, uma espécie de contrato
com concessões mútuas, e que tem de ser
bom para todos os envolvidos. Esse acordo,
todavia, não poderá ser proposto:
1) se o crime tiver pena privativa de liberdade
mínima maior do que 4 anos (considerando-
se as causas de aumento e de diminuição);
2) crime tiver sido praticado com violência ou
grave ameaça;
3) o MP entender que o ANPP não é suficiente
para a prevenção;
4) se for cabível transação penal no JECRIM
(se for IMPO);
5) o investigado já tiver feito, em outro caso
e no prazo de 5 anos anteriores, algum ANPP,
transação penal ou suspensão condicional do
processo;
6) se o investigado for reincidente ou for
criminoso contumaz;
7) se for caso de crime praticado no âmbito
de violência doméstica ou familiar, ou
praticado contra a mulher por razões da
condição de sexo feminino;
8) se for caso de arquivamento.

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Observe que esses requisitos, tanto os


positivos quanto os negativos, são
cumulativos.

Se presentes os requisitos acima, o MP senta


com o investigado, acompanhado de seu
Defensor (é obrigatória sua presença), e lhe
propõe o acordo. Eles tecem uma minuta em
que fixam os deveres das partes e a
apresentam para análise e homologação pelo
Juiz das Garantias. O Magistrado, quando for
verificar os termos do ANPP, chama o
investigado (sempre com seu Defensor) e o
ouve para ver se ele entendeu o acordo e se
quer mesmo firmá-lo com o MP. Veja que o
MP não participa dessa audiência. Se tudo
estiver de certo, o Juiz homologa o ANPP e
remete ao MP para que esse busque a
correspondente execução junto à Vara de
Execuções Criminais (VEC ou VEP). É simples
assim mesmo. Mas pode acontecer do Juiz
olhar para a minuta e achar que não está boa,
por exemplo, está dura ou leve demais para o
investigado. Nesse caso, ele a devolve ao MP
para, se tiver interesse, retome as
negociações com o investigado e, depois,
nova minuta é levada ao Juiz para
homologação – o MP também poderá, ao
invés de ajustar o ANPP, continuar com a
persecução penal. Ainda pode ocorrer do Juiz
entender que não é caso de ANPP (estão
ausentes seus requisitos positivos ou
presente algum negativo). Nessa hipótese,
ele nega a homologação e devolve os autos
ao MP para que prossiga com a persecução
penal (realize novas diligências ou ofereça a
denúncia). Caso o MP discorde dessa
negativa, pode recorrer (RESE – artigo 581,
XXV, do CPP). Viu?! É tudo muito fácil. Não há
o que temer.

Agora, vamos olhar para as obrigações das


partes nesse acordo. A obrigação do MP será
a de não prosseguir com a persecução penal
e de executar o ANPP junto à VEC para que,
ao final, se devidamente cumprida a parte do
investigado, seja-lhe declarada a extinção da
punibilidade pelo crime que lhe está
imputando. As obrigações do investigado é
que podem variar bastante e o CPP as chama

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PACOTE ANTICRIME – CPP

de condições ao apresentar rol meramente


exemplificativo. São elas:
1) obrigação de reparar o dano ou restituir o
bem à vítima;
2) obrigação de renunciar voluntariamente a
bens e direitos indicados pelo MP como
instrumentos, produto ou proveito do crime;
3) prestação de serviços à comunidade ou
entidade pública;
4) prestação pecuniária à entidade pública ou
de interesse social;
5) qualquer outra condição indicada pelo MP,
desde que proporcional e compatível com a
infração penal em questão. Aponto que essas
condições podem ser estipuladas isoladas ou
cumulativamente.

Então, depois de negociados os termos do


acordo, sua homologação pelo Juiz das
Garantias, sua execução pelo MP na VEC, se
devidamente cumprido o ANPP, é declarada
a extinção de punibilidade do investigado –
decisão é do Juiz da VEC. De outro lado, pode
ocorrer do investigado não cumprir suas
condições. Nesse caso, o MP aponta isso ao
Juiz da Execução, que, após ouvir o
investigado, decidirá pela rescisão do acordo.
A partir dessa rescisão, o MP dará sequência
à persecução penal que estava parado. Veja
que o MP será obrigado a agir, seja realizando
novas diligências investigativas, seja
oferecendo a denúncia.

Só mais dois detalhes: 1) a vítima não


participa de nada, mas ela é avisada do ANPP
e de possível descumprimento por parte do
investigado; 2) Delegado nem é citado pelo
CPP nessa parte, logo, não pode propor ANPP
– ele apenas será avisado de que não poderá
mais dar continuação ao inquérito policial
que antes presidia e que é objeto do acordo.

BILAU AZUL!!!

Só o MP, o investigado e seu Defensor participam das negociações, mas cabe ao Juiz das
Garantias homologar o ANPP.

A vítima não participa de nada, mas é avisada da homologação e possível descumprimento


posterior do acordo.

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PACOTE ANTICRIME – CPP

Delegado não faz parte do ANPP.

O rol de requisitos é CUMULATIVO – grave-os, principalmente o tempo de pena privativa de


liberdade mínima (inferior a 4 anos).

O rol de condições é meramente EXEMPLIFICATIVO, de modo que é possível fixar outras


obrigações ao investigado.

O ANPP não é executado no Juízo de Garantias, mas na Vara de Execução Criminal/Penal.

O descumprimento do acordo leva à sua rescisão e o MP volta a ficar livre para tocar a
persecução penal para frente.

O cumprimento do acordo leva à declaração judicial de extinção de punibilidade.

Bzo pra ti!!!

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PACOTE ANTICRIME – CPP

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: BENS PERDIDOS POR FORÇA DE


CONDENAÇÃO CRIMINAL PODEM SER VENDIDOS JÁ, LOGO, SEM
DEMORA, DESDE QUE A DECISÃO TENHA TRANSITADO EM JULGADO!!!
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME
ARTIGO 122 DO CPP.
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ

O artigo 122 do CPP dizia que, depois da Realmente, não havia motivos para se
condenação criminal ter transitado em aguardar 90 dias do transito em julgado da
julgado, ainda era necessário esperar 90 diascondenação criminal para se alienar bens
para se alienar em leilão público os bens perdidos – efeito secundário da decisão
perdidos por força dessa decisão condenatória. Em razão disso, o atual artigo
condenatória. O dinheiro apurado era 122 do CPP acabou com aquele prazo de
destinado à vítima ou terceiro de boa-fé; o espera de 90 dias. Hoje, as coisas apreendidas
sobressalente iria para o Tesouro Nacional. serão alienadas diretamente e os termos do
artigo 133 do CPP, também foi alterado pelo
A questão aqui era: por que esperar esses 90 Pacote. Simplificadamente, este dispositivo
dias?! nos diz:
1) A avaliação e venda dos bens perdidos será
determinada pelo Juiz, de ofício, ou por
requerimento do interessado, ou por
requerimento do MP;
2) A forma de alienação é por leilão público;
3) O valor apurado é direcionado aos lesado
ou ao terceiro de boa-fé;
4) O valor sobressalente vai para os cofres
públicos, especialmente para o Fundo
Penitenciário Nacional.

BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!!

Bens perdidos por força de condenação criminal podem ser vendidos já, logo, sem demora,
desde que a decisão tenha transitado em julgado.

Bzo pra ti!!!

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PACOTE ANTICRIME – CPP

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: OBRAS DE ARTE CUJO PERDIMENTO


TENHA SIDO DECRETADO PODEM SER DESTINADAS A MUSEUS
PÚBLICOS!!!
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME
ARTIGO 124 - A DO CPP.
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ

Ao definir a destinação de bens perdidos por Atento à omissão e ao comportamento de


força de condenação criminal transitada em muitos criminosos, especialmente de
julgado, o CPP apontava que os instrumentos colarinho-branco, o Pacote oferece nova
do crime, após inutilizados (retirada de possível destinação a bens perdidos que
potencial lesivo) e se houvesse interesse na sejam obras de arte ou que tenham relevante
sua conservação, poderiam ser recolhidos a valor cultural ou artístico.
museus criminais.
Agora, se o crime não tiver vítima
Porém, o CPP era silente no que toca às obras determinada (crime vago, de modo que não
de arte, itens muito usados para lavagem de haverá lesado interessado no bem em si), a
dinheiro e cujo interesse na conservação e obra de arte perdida em decorrência de
apresentação pública é muito maior e condenação criminal poderá ser destinada a
relevante. museus públicos.

BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!!

Obras de arte e bens de relevante valor cultural ou artístico cujo perdimento tenha sido
decretado em condenação criminal, podem ser destinados a museus públicos.

Bzo pra ti!!!

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PACOTE ANTICRIME – CPP

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: O MP TAMBÉM PODE PROVOCAR A


AVALIAÇÃO E VENDA DE BENS PERDIDOS EM RAZÃO DE CONDENAÇÃO
CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO!!!
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME
ARTIGO 133 DO CPP.
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ

Esse artigo 133 do CPP apresentava omissão Agora, o novo artigo 133 do CPP corrigiu a
patente: dentre as pessoas que poderiam omissão e conferiu, expressamente, ao MP a
provocar a alienação de bens perdidos por possibilidade de provocar o Juiz para avaliar e
força de condenação criminal, NÃO estava o vender os bens perdidos por força de
MP – titular da ação penal. condenação criminal transitada em julgado.
Como vimos no artigo 122 do CPP, não é mais
Era preciso arrumar isso!!! preciso aguardar qualquer prazo: diante do
transito em julgado, os efeitos secundários da
condenação criminal, como é o caso do
perdimento de bens, também se tornam
definitivos.
Hoje, as coisas apreendidas serão alienadas
diretamente e nos termos do artigo 133 do
CPP:
1) A avaliação e venda de bens perdidos será
determinada pelo Juiz, de ofício, ou por
requerimento do interessado, ou por
requerimento do MP;
2) A forma de alienação é por leilão público;
3) O valor apurado é direcionado aos lesado
ou ao terceiro de boa-fé;
4) O valor sobressalente vai para os cofres
públicos, especialmente para o Fundo
Penitenciário Nacional.

BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!!

Bens perdidos em razão de condenação criminal podem ser vendidos tão logo essa decisão
transite em julgado.

A avaliação e venda de bens perdidos será determinada pelo Juiz, que pode agir de ofício ou
ser provocado pelo interessado ou pelo MP.

A forma de alienação é o leilão público.

Os valores apurados são direcionados ao lesado ou ao terceiro de boa-fé. Não sendo o caso
ou sobrando dinheiro, os valores vão para o Fundo Penitenciário Nacional.

Bzo pra ti!!!

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PACOTE ANTICRIME – CPP

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: POSSO USAR?!?! PODE, DESDE QUE O


JUIZ AUTORIZE E QUE HAJA INTERESSE PÚBLICO!!!
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME
ARTIGO 133 – A DO CPP.
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ

A pergunta que se faz aqui é: podemos usar O Pacote acrescentou o artigo 133-A ao CPP
os bens constritos ao longo da persecução regulamentando o uso de bens apreendidos
penal? Em outras palavras: se um avião foi ou sujeitos a qualquer medida assecuratória
apreendido com 90 quilos de cocaína, ele durante a persecução penal. Então, pense
pode ser utilizado por órgão públicos durante num barco apreendido com maconha pela
o desenrolar das investigações e ação penal? Polícia Federal durante patrulhamento no Rio
Paraná. Ele poderá ser utilizado pelos órgãos
Não havia norma no CPP sobre isso, mas a de segurança pública? Com isso em mente,
resposta era “sim”. Porém, agora, existe vamos ao nosso tema.
regramento normativo que precisará ser A resposta é bem simples: o barco poderá ser
observado nesse procedimento de custódia utilizado, sim, pelos órgãos de segurança
precária de bens constritos ao longo da pública, desde que haja autorização judicial
persecução penal. para tanto. Essa autorização de custódia e
uso do bem, só será expedida se o Juiz
constatar interesse público no uso. Assim, são
necessários dois requisitos para que usarmos
o bem:
1) Autorização judicial e
2) Demonstração de interesse público.

Mas quais órgãos poderão pedir a utilização


do bem ao Juiz? Apesar do caput do artigo
133-A se referir aos órgãos de segurança
pública listados no artigo 144 da CF, o melhor
é dizer que qualquer órgão público pode fazer
essa solicitação – leia o §2º do artigo 133-A e
você chegará a mesma conclusão!!!
O que importa é haver interesse público no
uso do bem. Todavia, existe critério de
preferência baseado na meritocracia: o órgão
de segurança pública que levou à constrição
do bem tem prioridade. No nosso exemplo do
barco, se a embarcação fosse solicitada pelo
Ministério da Saúde para acessar
comunidades ribeirinhas e pela Polícia
Federal, essa última teria prioridade na
concessão de seu uso.
Detalhe importante é que o bem vai para o
órgão público livre de qualquer encargo ou
tributo anterior à sua disponibilização para
uso. Assim, se for um automóvel repleto de
multas e dívidas de IPVA, é emitido
certificado provisório de registro e
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PACOTE ANTICRIME – CPP

licenciamento (zerado) e os encargos


anteriores serão cobrados de seu
responsável.
Observe que essa autorização de uso
transfere a posse e os cuidados do bem, mas
não a propriedade. Isso significa que se trata
de decisão precária, que pode ser reformada
a qualquer tempo e que o órgão público que
está utilizando da coisa não é seu
proprietário. Se efetivamente houver
condenação criminal da pessoa que sofreu a
constrição do bem, só após o transito em
julgado dessa condenação, o Juiz poderá
decretar o perdimento da coisa e determinar
a transferência definitiva de sua propriedade
ao órgão público que a está utilizando –
ressalvados os direitos do lesado ou de
terceiro de boa-fé.

BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!!

Posso usar o bem apreendido? Pode!!! Desde que haja interesse público e que o Juiz assim
autorize.

Quem pode pedir essa autorização? Qualquer órgão público, mas há prioridade para órgão
de segurança pública que levou à constrição do bem.

O bem vem livre de encargos, multas ou tributos para as mãos do órgão público.

Após a condenação criminal transitar em julgado, se o Juiz decretar o perdimento do bem,


poderá transferir sua propriedade para o órgão que está o utilizando.

Bzo prati!!!

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PACOTE ANTICRIME – CPP

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: A DESCONTAMINAÇÃO DO JULGADO!!!


SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME
ARTIGO 157, §5º, DO CPP.
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ

Não havia norma correspondente antes do Agora, tudo mudou e HÁ


Pacote Anticrime. Porém, esse tema não é DESCONTAMINAÇÃO DO JULGADO. Isso
novo. Ele apareceu no que deveria ter sido o significa que o Juiz que tomar conhecimento
parágrafo §4º do artigo 157 do CPP conforme do conteúdo de prova declarada inadmissível
projeto de lei que alterou o assunto em 2008. por ser ilícita tem de deixar o processo. Ele
Contudo, esse tal §4º foi vetado em razão da não poderá proferir sentença ou acórdão,
celeridade e economia processual. Ainda pois estará contaminado pelo conteúdo
havia outro motivo não declarado: a ilícito, de modo que é necessário
descontaminação poderia abrir a “descontaminar o feito”.
possibilidade do acusado escolher,
indiretamente, o Juiz da causa – o que Todo o restante do artigo 157 segue o
ofenderia o Princípio do Juiz Natural. mesmo. Desse modo, a definição de prova
ilícita, direta ou por derivação, fonte
De todo modo, não existia descontaminação independente, rompimento do nexo causal,
do julgado no CPP. bem como o procedimento de
desentranhamento, prosseguem como antes
e são importantes para nossas provas.

Então, no fim das contas, fica assim:

1) Apontada a ilicitude da prova, ou de ofício,


o Juiz vai analisá-la (e ele pode fazer isso de
ofício);
2) Concluindo pela ilicitude, o Juiz decide pelo
desentranhamento da prova ilícita, que,
nesse ato, é declarada inadmissível;
3) Aguarda-se o prazo e trâmite de possíveis
recursos – enquanto isso, a prova fica em
cartório esperando;
4) Confirmada a ilicitude, a prova já
desentranhada, em regra, será inutilizada,
sendo facultado às partes acompanhar o
incidente, e o Juiz que decidiu pela ilicitude
deixará o feito – ele não poderá proferir
sentença ou acórdão, pois está
psicologicamente contaminado pela
informação contida na prova ilícita (eis a
descontaminação do julgado).

BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!!

HÁ DESCONTAMINAÇÃO DO JULGADO – isso vai despencar em provas futuras.

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PACOTE ANTICRIME – CPP

O Juiz que conhecer do conteúdo de prova declarada inadmissível (art. 157, caput e §1º) não
poderá decidir o feito – proferir sentença ou acórdão.

Somente a PROVA ILÍCITA afasta o Juiz da causa - a ilegítima não (ela segue a disciplina das
nulidades processuais).

Bzo pra ti!!!

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PACOTE ANTICRIME – CPP

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: A CADEIA DE CUSTÓDIA DOS VESTÍGIOS!!!


SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME
ARTIGOS 158 - A ao 158 - F DO CPP.
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ

Existia, sim, alguma preocupação do CPP no Aqui, muita coisa que não precisava ser tema
que toca à cadeia de custódia. Ela é notada, de lei foi acrescentada ao CPP. Nosso
por exemplo, no art. 6º, bem como no art. legislador mais uma vez escolheu ser prolixo.
169 do código. Veja: Esses temas todos que foram trazidos ao
código deveriam ter ficado em atos
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da normativos secundários, como
prática da infração penal, a autoridade regulamentos, POP’s e portarias, pois não são
policial deverá: assuntos substancialmente jurídicos, mas
matérias e conceitos periciais. De qualquer
I - dirigir-se ao local, providenciando para que modo, agora, você terá de conhecê-los, mas
não se alterem o estado e conservação das não se assuste, pois é tudo muito simples e
coisas, até a chegada dos peritos criminais. descritivo.

Art. 169. Para o efeito de exame do local A ideia do Pacote foi uniformizar o
onde houver sido praticada a infração, a tratamento de vestígios para garantir a
autoridade providenciará imediatamente autenticidade da prova pericial. Assim, o CPP
para que não se altere o estado das coisas até passa a definir toda a cadeia de custódia de
a chegada dos peritos, que poderão instruir um determinado vestígio, desde o momento
seus laudos com fotografias, desenhos ou em que é encontrado, passando por seu
esquemas elucidativos. isolamento, transporte, guarda, perícia... até
o descarte, de modo que toda sua história
Ademais, o tema era tratado em atos da fique registrada – o registro é cronológico do
Secretaria Nacional de Segurança Pública vestígio. É justamente esse histórico que
(SENASP), como as POPs de 2013 permite atestar a verdade da prova pericial –
(Procedimento Operacional Padrão) e ou, diante de desrespeitos técnicos, averiguar
Portaria 82 de 2014, ambas há muito sua violação.
adotadas por qualquer setor pericial sério do
nosso país. Para tanto, o CPP atual estabelece que todo
setor de criminalística deve contar com uma
Porém, não havia norma específica sobre o Central de Custódia, fechada a sete chaves,
tema, que foi trazido expressamente para o que será responsável por registrar a história
CPP atual com a notável preocupação de de cada um dos vestígios que nela dê entrada.
garantir a autenticidade da prova pericial. É preciso lembrar que o responsável inicial
pelo vestígio, até que este vá parar na tal
central, é o servidor público que o encontrar,
sendo dele a obrigação de preservá-lo
inicialmente. Então, por exemplo, no caso de
um feminicídio em residência, se o primeiro
servidor a chegar ao local for um Guarda
Municipal da Patrulha Maria da Penha, cabe
a ele o isolamento e preservação dos
vestígios, que serão coletados depois pelos
peritos (preferencialmente, peritos oficiais)
e encaminhados para referida Central de

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PACOTE ANTICRIME – CPP

Custódia, que realizará o registro cronológico


da vida desse objeto a partir de então.
Quando, depois, for realizada a perícia sobre
um vestígio específico, nesse momento, o
perito é o responsável pelo objeto,
exatamente porque, nesse momento, tem
sua guarda (nada mais óbvio). Porém,
terminada a perícia, o objeto retorna à
Central de Custódia, que segue por ele
responsável.

Ademais, o código, agora, traz o conceito de


vestígio: é todo objeto ou material bruto,
visível ou latente, constado ou recolhido,
que se relaciona à infração penal – isso vai
cair em nossos concursos, portanto, releia!

Só para fechar o tema, seguem comentários


breves sobre cada um dos artigos em
questão.

O artigo 158-A inaugura o tema pra gente. Ele


despencará em provas, pois diz coisas
importantes:
1) define cadeia de custodia: é o conjunto de
todos os procedimento utilizados para
manter e documentas a história cronológica
do vestígio coletado em locais ou em vítimas
de crimes, para rastrear sua posso e
manuseio a partir de seu reconhecimento até
o descarte;
2) diz quando ela se inicia: a cadeia de
custódia tem início na preservação do local
do crime ou com procedimentos policiais ou
periciais nos quais sejam detectadas a
existência de vestígio;
3) diz quem é o responsável inicial por
qualquer elemento que possa vir a ser
considerado vestígio: o agente público que
reconhecer um elemento como de potencial
interesse para a produção da prova pericial
fica responsável por sua preservação;
4) define o que é vestígio: vestígio é todo
objeto material ou bruto, visível ou latente,
constatado ou recolhido, que se relaciona à
infração penal.
Repito: isso tudo é importante para nossos
concursos!

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PACOTE ANTICRIME – CPP

O art. 158-B vem com norma descritiva e


conteúdo que sequer é normativo de
verdade, já que trata de conceitos técnicos
relacionados às ciências periciais. De
qualquer modo, são pontos bons para
questões simples, em que a Banca apenas vai
copiar e colar os conceitos, mas trocando-os
para tentar confundir o candidato. Esteja
atento(a), porém, saiba que basta incluir o
artigo em suas revisões de lei seca que você
se sairá muito bem. Portanto, leia-o já!

O art. 158-C traz outra norma desnecessária.


Ele diz que os vestígios serão coletados
PREFERENCIALMENTE por perito oficial
(oooohhhhh!!!) e encaminhados à Central de
Custódia. Para a prática das carreiras
policiais, o que importa está no seu §2º: é
proibida a entrada em locais isolados (leia-se:
locais de crimes devidamente isolados para
sua preservação), bem como a remoção de
quaisquer vestígios de locais de crime antes
da liberação por parte do perito responsável,
sendo tipificada como fraude processual a
sua realização. Assim, atenção a esse ponto!

A mesma coisa vale para o art. 158-D – sua


matéria também não era para estar na lei,
mas, agora, está. Quanto a ele, apenas tenha
atenção ao lacre do recipiente usado para
guardar o vestígio, pois teremos perguntas a
respeito da sua destinação. Quando um
recipiente tiver seu lacre rompido (o que
pode se dar pelo perito responsável ou por
pessoa autorizada), posteriormente, outro
lacre deve ser usado para isolar o vestígio e o
lacre antigo não é descartado; ele é
acondicionado no interior do novo recipiente
- prevejo questões dizendo que o lacre velho
seria descartado, o que estará errado.
Obviamente, todo esse trâmite precisa ser
registrado cronologicamente pela Central de
Custódia, pois toda história do vestígio tem
de ser anotada para controle e posterior
consulta se questionada a autenticidade da
prova pericial.

O art. 158-E define que todo órgão pericial,


agora, tem de contar com Central de
Custódia. O artigo vai além e até trata da

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PACOTE ANTICRIME – CPP

estruturação dessa central. Veja: toda central


de custódia deve possuir os serviços de
protocolo, com local para conferência,
recepção, devolução de materiais e
documentos, possibilitando a seleção, a
classificação e a distribuição de materiais,
devendo ser um espaço seguro e apresentar
condições ambientais que não interfiram nas
características do vestígio (os caras acham
que estão na Dinamarca kkkkk). De qualquer
forma, esse artigo é todo bom para provas de
concursos e OAB. Ele ainda diz que a entrada
e saída do vestígio devem ser protocoladas,
informando o inquérito a que se relaciona.
Todas as pessoas que tiverem acesso ao
vestígio deverão ser identificadas e o acesso
registrado com data e hora. Se o vestígio
tramitar entre setores ou órgãos, tudo deve
ser registrado, consignando-se a identificação
do responsável pela tramitação, a destinação,
a data e horário da ação. EM SUMA: A
CENTRAL DE CUSTÓDIA REGISTRARÁ
TUDO!!! Grave isso que você não errará
questão alguma.
O art. 158-F é bem bobinho e diz que o
vestígio, após terminada a perícia, vai para
a... Central de Custódia (óbvio). Se não
houver espaço, o Diretor da tal central
requererá o armazenamento noutro local, o
que poderá ser determinado pela Autoridade
Policial ou pelo Juiz. Super simples!!!

BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!!

Cadeia de custódia é o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e


documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes,
para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.

A cadeia de custódia tem início na preservação do local de crime ou com procedimentos


policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio.

Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se
relaciona à infração penal.

O primeiro responsável pelo possível vestígio é o agente público que primeiro identificar sua
potencial utilidade na persecução penal.

É proibido o ingresso em local isolado para preservação de vestígios até que seja liberado
pelos peritos.

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PACOTE ANTICRIME – CPP

Todo órgão de criminalística tem de contar com Central de Custódia.

A Central de Custódia é o Big Brother o livro 1984 de George Orwell: ela vê tudo; nada passa
por ela sem que ela fique sabendo; ela zela pelo vestígio e registra toda sua vida
CRONOLOGICAMENTE – grave assim que você não errará questão alguma.

Bzo pra ti!!!

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PACOTE ANTICRIME – CPP

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: O REFLEXO DO SISTEMA ACUSATÓRIO


NAS MEDIDAS CAUTELARES!!! JUIZ NÃO PODE PIORAR A SITUAÇÃO DE
OFÍCIO, MAS PODE MELHORÁ-LA.
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME
ARTIGO 282, §2º AO § 6 º, DO CPP.
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ

Desde a reforma de 2011, as medidas Quase nada mudou!!! O regramento básico


cautelares pessoais diversas da prisão foram segue o mesmo. Contudo, agora, adotou-se o
inseridas no CPP. Elas estão listadas no artigo Sistema Acusatório com maior seriedade, de
319 do código, dentre as quais temos, por modo que o Juiz passa a só pode decretar
exemplo: comparecimento periódico em medida cautelar (qualquer delas) se
juízo, proibição de acesso ou frequência a provocado para tanto. Ele não pode agir de
determinados lugares, suspensão do ofício para piorar a situação do
exercício de função pública e monitoração investigado/acusado. Entretanto, o Juiz
eletrônica. Elas podem ser aplicadas isolada poderá agir de ofício para melhorá-la, por
ou cumulativamente e devem ser preferidas exemplo, para revogar cautelar antes
à prisão. Logo, a prisão preventiva (e a prisão decretada ou substituí-la por alguma mais
temporária), desde 2011, passou a ser vista branda.
como a última alternativa – só deve ser
decretada a prisão provisória se as medidas Vou falar com outros termos para que você
cautelares do artigo 319 do CPP não forem entenda e fixe a matéria, pois isso virá em
suficientes e/ou adequadas ao caso concreto. nossas provas: agora, a decretação de
Isso é assim porque a regra tem de ser a medidas cautelares efetivamente respeita o
liberdade – Princípio da Presunção de Sistema Acusatório, de modo que o Juiz não
Inocência. poderá fixar qualquer medida cautelar de
ofício, nem durante as investigações nem ao
Antes do Pacote Anticrime, porém, o Juiz longo do próprio processo. Desse modo,
poderia decretar medidas cautelares apesar da decretação ser judicial, é preciso
(qualquer delas – prisionais ou não) de ofício que o Juiz seja provocado. Na investigação, a
na fase de ação penal. Era assim: provocação caberá ao MP e à Autoridade
Policial. No processo, ela será realizada pela
MOMENTO CAUTELAR SEMPRE “parte” (MP, assistente de acusação,
FIXADA PELO JUIZ querelante). Então, nosso quadrinho fica
- via representação assim:
NO IP do Delegado;
- via requerimento MOMENTO CAUTELAR SEMPRE
do MP. FIXADA PELO JUIZ
- via requerimento - via representação
NO PROCESSO (AP) das partes (não NO IP do Delegado;
mais do Delegado); - via requerimento
- ou de ofício. do MP.
- via requerimento
Quando a cautelar era provocada, a regra da das partes (não
lei era que o Juiz intimasse a parte contrária NO PROCESSO (AP) mais do Delegado) –
para se manifestar e não havia prazo fixado e elas são: MP,
em norma para essa manifestação – na assistente de
prática, essa intimação jamais acontecia (o

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PACOTE ANTICRIME – CPP

§3º do artigo 292 do CPP sempre quase que acusação ou


letra morta... e vai continuar assim, apesar da querelante.
modificação que você verá do outro lado do
quadro). ATENÇÃO: não há
mais decretação de
Ademais, a cautelar sempre foi precária, ou ofício pelo Juiz.
seja, poderia ser revogada ou substituída e
decretada novamente... tudo a depender da O Pacote ainda trouxe algo de todo inútil. Ele
necessidade fática do caso. acrescentou os 5 dias de prazo para que a
parte contrária se manifeste diante do
Assim, a prisão preventiva já tinha caráter requerimento de decretação da cautelar.
subsidiário e precário desde 2011. Veja: ele só acrescentou o tal prazo, pois a
manifestação já existia, mas dificilmente era
usada, em especial na fase das investigações.
Ela era quase letra morta e isso não deve
mudar, pois sempre estamos diante de casos
de urgência ou de perigo de ineficácia da
medida, o que excepciona tal oitiva da parte
contrária.

O §4º do artigo 282 do CPP trata da


substituição de medidas cautelares diante do
descumprimento de outras anteriormente
fixadas e, ainda, da possibilidade de
decretação de prisão preventiva diante desse
descumprimento, mas sempre como a última
alternativa. Assim, organizando nosso texto,
diante do descumprimento injustificado de
medidas cautelares decretadas, o Juiz pode:
1) substituir a medida anterior por outra;
2) impor outras medidas cumulativamente;
ou,
3) se nenhuma dessas saídas for suficiente,
decretar a prisão preventiva (a ultima ratio).
Isso já era assim! Porém, antes, o Juiz poderia
fazer isso tudo de ofício, o que não pode
mais, seja na investigação seja no processo.
Hoje, no processo, o Juiz terá de ser
provocado pelo MP, assistente de acusação
ou pelo querelante.

O §5º do artigo 282 do CPP vem recordar que


as cautelares seguem a cláusula jurídica rebus
sic stantibus, que nos diz que a medida
cautelar só subsiste enquanto presentes os
requisitos concretos que a fundamentaram.
Alterado o quadro concreto, ela perde sua
razão de existir, seu fundamento, e deve ser
revogada ou substituída por outra menos
gravosa, o que, agora sim, o Juiz pode fazer

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PACOTE ANTICRIME – CPP

de ofício. Completando nosso quadrinho fica


assim:

MOMENTO CAUTELAR SEMPRE


FIXADA PELO JUIZ
- via representação
NO IP do Delegado;
- via requerimento
do MP.
- via requerimento
das partes (não
NO PROCESSO (AP) mais do Delegado) –
e elas são MP,
assistente de
acusação ou
querelante.

ATENÇÃO: não há
mais decretação de
ofício pelo Juiz.

Se alterada a situação fática que ensejou a


decretação da medica cautelar de modo
que ela não mais se justifique, o Juiz, de
ofício, poderá revogá-la ou substituí-la por
outra menos gravosa.

Por fim, o §6º do artigo 282 do CPP apenas


reafirma o caráter subsidiário da prisão
preventiva (a ultima ratio) e a necessidade
imperiosa de que as decisões judiciais sejam
fundamentadas, sob pena de nulidade (artigo
564, V, do CPP).

BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!!

O Juiz não pode agir de ofício para piorar a situação do investigado/acusado.

O Juiz não pode decretar medidas cautelares de ofício em nenhuma das fases da persecução
penal – nem na investigação nem no processo (AP).

Quando provocado, ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o


Juiz deve intimar a parte contrária para que se manifeste no prazo de 5 dias.

Diante do descumprimento imotivado de medida cautelar anteriormente fixada, o Juiz


poderá:
1) Substituir a medida;
2) Impor outras medidas cumulativamente; ou,
3) Se nenhuma dessas saídas for suficiente, decretar a prisão preventiva. MAS NÃO PODERÁ
AGIR DE OFÍCIO.
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PACOTE ANTICRIME – CPP

O Juiz só poderá agir de ofício para revogar a medida cautelar anteriormente decretada ou
para substituí-la por medida mais branda.

De resto, é tudo a mesma coisa.

Bzo pra ti!!!

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PACOTE ANTICRIME – CPP

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: SENTENÇA NÃO! VAMOS USAR


CONDENAÇÃO!!!
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME
ARTIGOS 283, CAPUT, DO CPP.
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ

O artigo 283 do CPP usava termo equivocado, O artigo 283 do CPP foi corrigido. Onde ele
pois parcial. Ele dizia que somente se dizia sentença penal condenatória com
aceitaria prisão pena decorrente de sentença trânsito em julgado, passou a dizer
penal condenatória com trânsito em julgado condenação penal com trânsito em julgado,
– essa expressão não era a mais correta, já expressão mais ampla e que congloba todo e
que, ao utilizá-la, esquecia-se do acórdão qualquer tipo de decisão final condenatória,
penal condenatório, que é a condenação em seja sentença ou acórdão penal.
segunda instância (simplificadamente).
Aqui, reforço algo pra ti: não há, como regra,
prisão decorrente de decisão condenatória
antes que essa transite em julgado. É preciso
aguardar a sentença penal condenatória ou o
acórdão penal condenatório transitar em
julgado para se falar em prisão pena. Antes
disso, porém, é possível a decretação de
prisão preventiva, se estiverem presentes
seus requisitos.

Portanto, a regra é não haver execução


provisória da pena – a não ser no caso
específico (e um tanto quanto inexplicável)
de sentença condenatória de crime doloso
contra a vida cuja pena privativa de liberdade
concreta tenha sido fixada em patamar igual
ou superior a 15 anos (artigo 492 do CPP).

BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!!

A regra é: venha a condenação criminal de uma sentença ou de um acórdão penal (tanto faz),
é preciso aguardar que a decisão transite em julgado para se falar em prisão pena. Antes
disso, porém, é possível a prisão preventiva, se estiverem presentes seus requisitos.

Bzo pra ti!!!

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PACOTE ANTICRIME – CPP

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: OLHA A AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA NO


CÓDIGO!!!
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME
ARTIGOS 287 DO CPP.
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ

O artigo 287 do CPP trazia a possibilidade de Nada mudou! Segue a possibilidade de se


se prender alguém sem a apresentação prender sem o mandado, sempre em casos
imediata do mandado de prisão contra ele extraordinários e de crimes inafiançáveis.
decretada. Isso sempre pode ser feito, desde Apenas se acrescentou que o preso deve ser
que em casos extraordinários, pois a imediatamente encaminhado ao Juiz que
apresentação do mandado é a regra, e desde decretou sua prisão para que seja realizada já
que se trate de crime inafiançável. Uma vez a audiência de custódia. Só perfumaria, pois
realizada a prisão, é necessário apresentar o essa audiência, nos termos da Resolução 213
preso ao Juiz que expediu o referido do CNJ, deve ocorrer em qualquer
mandado. modalidade prisional (de cunho penal).

BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!!

No caso de cumprimento de ordem de prisão sem exposição de correspondente mandado (só


em crimes inafiançáveis), o preso deve ser imediatamente encaminhado ao Juiz para que
seja realizada a audiência de custódia já.

Bzo pra ti!!!

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PACOTE ANTICRIME – CPP

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: PRENDEU EM FLAGRANTE? ARTIGO 310


NELE JÁ, LOGO, SEM DEMORA, NA AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA!!!
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME
ARTIGO 310, CAPUT E § 1º AO § 4º, DO CPP.
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ

Isso era super simples e... continua super Bom, se você era meu aluno ou minha aluna,
simples. Para que você possa compreender já tinha aula específica sobre a audiência de
bem o tema, é importante ler o artigo 310 do custódia logo depois do tema prisões. Assim,
CPP em conjunto com a Resolução 213/2015 para você, pouca coisa mudou - apenas
do CNJ. Assim, você passa a ter o regramento acrescentaram essa audiência no CPP e
quase completo da prisão em flagrante e da vedaram a liberdade provisória para certas
audiência de custódia a ser realizada em situações. Vamos ver isso tudo já!
seguida.
A princípio, pegaram a Resolução 213/2015
Em suma, a ordem das coisas era essa: do CNJ (que trata da audiência de custódia) e
1) O sujeito era preso em flagrante, a colocaram, em parte, aqui, no artigo 310 do
conduzido até a Delegacia, quando era CPP, que teve seu caput estendido e
ouvido, com 2 testemunhas (pelo menos) e, parágrafos acrescentados sobre esse tema -
se fosse o caso, lavrado o auto de prisão em §§ 3º, 4º e 5º. Então, fica assim: artigo 310,
flagrante pelo Delegado - devidamente caput e §§ 3º, 4º e 5º, do CPP tratam da fase
auxiliado pelo Escrivão; judicial da prisão em flagrante, ou seja, a
2) Esse auto era enviado ao Juiz que, em até análise do caso concreto pelo Juiz (os itens 2
24h, precisava realizar audiência de custódia e 3 que você viu do lado de lá desse
para verificar se as garantias constitucionais quadrinho).
do preso tinham sido observadas durante a
prisão e lavratura do respectivo auto e, Na extensão do caput, o Pacote incluiu a
também, para que fosse determinado o audiência de custódia especificamente para
destino do sujeito, que nada mais era do que a hipótese de prisão em flagrante. Essa
aplicação imediata do art. 310 do CPP; audiência judicial segue sendo a mesma da
3) Esses “destinos” eram arrolados nos Resolução 213/CNJ, de modo que visa a
incisos do referido artigo: liberdade verificar a legalidade da prisão e as garantias
provisória (com ou sem fiança), medidas do preso, bem como determinar sua
cautelares pessoais diversas da prisão, prisão destinação pelo Juiz (agora, Juiz das
preventiva. Se o preso tivesse agido Garantias). Ela deve ser realizada em até 24h
acobertado por excludente de ilicitude após a realização da prisão e contará com a
(legítima defesa, por exemplo), ele seguiria presença do preso, de sua defesa e do MP.
solto, sob o compromisso de
comparecimento aos atos processuais. O §3º acrescentado ao artigo 310 do CPP
chama atenção ao fato de que a autoridade
Isso era básico! A fase do item 1 acima é a que, sem motivo, acabar causando a não
chamada fase administrativa da prisão em realização da audiência nesse prazo citado no
flagrante. Já, os itens 2 e 3 correspondem à caput, responderá administrativa, civil e
fase judicial, que era extraída do artigo 310 penalmente pela omissão.
do CPP e da Resolução 213/2015 do CNJ.
Nessa última etapa, resumidamente, temos a O §4º do artigo 310 do CPP diz que, se depois
análise do respeito às garantias fundamentais daquele prazo inicial, ainda transcorrerem 24
do preso durante sua prisão e sua destinação horas sem a realização da referida audiência,

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PACOTE ANTICRIME – CPP

(definir para onde ele vai agora que a esse simples decurso imotivado de tempo já
situação de flagrante já se encerrou). Só isso. torna a prisão ilegal.
Prisão ilegal, como você deve saber, precisa
ser relaxada (artigo 310, I, do CPP). Caberá ao
Magistrado relaxar essa prisão ou... e aqui é
importante, se for caso, já decretar a prisão
preventiva do sujeito, situação em que a
alegada ilegalidade restará prejudicada. Isso
significa que, nesse caso de atraso
injustificado por mais de 24h, a decretação
da preventiva sana a ilegalidade da prisão
em flagrante por excesso de prazo – simples
introdução de regra jurisprudencial há muito
existente no país.

Num segundo momento, quanto aos destinos


possíveis que o Juiz pode dar ao preso, nada
mudou. Eles seguem sendo:
1) Liberdade provisória, com ou sem fiança;
2) Medidas cautelares diversas da prisão;
3) Prisão preventiva (como última alternativa
– lembre-se de que prisão é a medida
cautelar mais extrema e, portanto,
subsidiária às demais).

Porém, tivemos um pequeno acréscimo que


virá em nossas provas certamente. É que o
pacote trouxe a vedação em abstrato da
liberdade provisória para algumas pessoas
(você precisa prestar atenção, pois essa
alteração cairá em concursos até que seja
declarada inconstitucional - há grande
probabilidade desta declaração acontecer
um dia). Grave que, de acordo com o §2º do
artigo 310 do CPP, é vedada a liberdade
provisória de reincidentes, integrantes de
organização criminosa armada ou milícia,
pessoas presas portando arma de fogo de
uso restrito.

Ademais, ainda quanto à liberdade


provisória, permanece a regra de que, se o
preso tiver agido acobertado por qualquer
das excludentes de ilicitude (legítima defesa,
estado de necessidade, estrito cumprimento
de dever legal ou exercício regular de direito),
ele seguirá livre, desde que se comprometa a
comparecer aos atos processuais, sob pena
de revogação – nada mudou nesse ponto.

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PACOTE ANTICRIME – CPP

BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!!

O pacote anticrime trouxe a audiência de custódia para o CPP e a regulamentou apenas na


prisão em flagrante. Porém, até pela dicção do novo art. 287 do CPP, que trata de
cumprimento de ordem de prisão sem apresentação de mandado, fica claro que a audiência
deve ser realizada em qualquer modalidade prisional penal, conforme nos diz a Resolução
213/2015 do CNJ – ela segue vigente e complementa o tema nas omissões do CPP, diga-se.

Participam da audiência de custódia: o Juiz (claro), o MP, o preso e seu Defensor.

A audiência de custódia deve ser realizada em até 24h após a realização prisão.

Se a audiência, imotivadamente, não for realizada, o causador dessa omissão responde civil,
administrativa e penalmente.

Se o atraso imotivado ultrapassar outras 24h, a prisão é considerada ilegal e deve ser relaxada.
Nesse caso, pode-se decretar a prisão preventiva do sujeito, quando, então, a alegação de
excesso de prazo fica esvaziada/prejudicada.

Diante do preso que lhe é apresentado, o Juiz vai definir seu destino, que pode ser:
1) liberdade provisória (com ou sem fiança) – salvo se reincidente, integrante de organização
criminosa armada ou milícia, pessoa presa portando arma de fogo de uso restrito, casos em
que a liberdade provisória está vedada a princípio;
2) medidas cautelares diversas da prisão – que são aquelas lá do art. 319 do CPP;
3) prisão preventiva (como última alternativa – lembre-se de que prisão é a medida cautelar
mais extrema e, portanto, subsidiária às demais).

Bzo pra ti!!!

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PACOTE ANTICRIME – CPP

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: O REFLEXO DO SISTEMA ACUSATÓRIO


SOBRE A PRISÃO PREVENTIVA!!! JUIZ NÃO PODE PIORAR A SITUAÇÃO DE
OFÍCIO, MAS PODE MELHORÁ-LA.
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME
ARTIGO 311; 312, CAPUT e §2º, E 313, §2º DO CPP.
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ

Grande parte do que foi dito com relação à Nesse ponto do curso, você já leu o que foi
decretação das medidas cautelares, pode ser alterado lá no artigo 282 do CPP quanto ao
repetido aqui. que se refere à atual falta de legitimidade do
Juiz decretar medidas cautelares de ofício.
Com a inserção das medidas cautelares Assim, você já sabe que Juiz não pode
pessoais diversas da prisão no CPP em 2011, decretar medidas cautelares de ofício, seja na
a prisão preventiva acabou se tornando a fase de investigações ou durante o processo.
última opção, já que é a medida cautelar mais
constritiva de todas. Dessa forma, somente Considerando que a prisão preventiva é uma
se as demais medidas não foram adequadas das espécies de medidas cautelares pessoais,
e suficientes, seja isolada ou na verdade, a mais rigorosa delas, fica fácil
cumulativamente, é que tem espaço a prisão concluir, sem nem mesmo ler o novo artigo
preventiva - a regra tem de ser a liberdade, a 311, que o Juiz não pode decretar prisão
prisão, exceção – Princípio da Presunção de preventiva de ofício. Ele terá de ser
Inocência. provocado. A questão que fica é: quem
poderá provocar o Juiz?! A resposta é
Antes do pacote, porém, o Juiz poderia simples: os mesmos que podem provocá-lo
decretar a prisão preventiva de ofício. Era para a decretação das demais medidas
assim: cautelares. Fica assim:

MOMENTO PREVENTIVA MOMENTO PRISÃO


SEMPRE FIXADA PREVENTIVA -
PELO JUIZ SEMPRE FIXADA
NO IP - via representação PELO JUIZ
do Delegado; NO IP - via representação
- via requerimento do Delegado;
do MP. - via requerimento
NO PROCESSO (AP) - via requerimento do MP.
das partes (não - via requerimento
mais do Delegado); NO PROCESSO (AP) das partes (não
- ou de ofício!!! mais do Delegado,
que só atua no
Portanto, antes do Pacote Anticrime, o Juiz inquérito) – e elas
poderia decretar a prisão preventiva de ofício são MP, assistente
durante a ação penal (mas não podia durante de acusação ou
as investigações, quando precisava ser querelante.
provocado).
Ademais, sendo a prisão preventiva uma O artigo 312, caput, já nos apresentava os
medida cautelar, sempre foi precária, ou seja, pressupostos cautelares da preventiva. Isso
deveria ser revogada se os pressupostos segue quase do mesmo jeito. Ele apenas
reforçou o periculum libertatis,

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PACOTE ANTICRIME – CPP

cautelares deixarem de existir no caso acrescentando-lhe o “perigo gerado pelo


concreto. estado de liberdade do imputado”. Com toda
Assim, a prisão preventiva já tinha caráter honestidade, o Legislador demonstrou
subsidiário e precário portanto. desconhecer que o perigo da liberdade do
sujeito já estava no CPP, mas com outros
termos. Trata-se de equívoco, mas que, de
qualquer forma, vai cair em provas. Assim,
para a decretação da preventiva, o Juiz deve
analisar se estão presentes os pressupostos
da cautelar:

1) Periculum libertatis: GOP, GOE, CIC ou ALP


e perigo gerado pelo estado de liberdade do
imputado (bizarro);
2) Fumus comissi delicti: existência de crime e
indício suficiente de autoria.

Mas quando será admitida a prisão


preventiva? Nas chamadas hipóteses de
incidência da preventiva, que estão,
basicamente, no artigo 313 e seguem do
mesmo jeitinho. Nada mudou aqui de
verdade - as hipóteses continuam as mesmas,
quais sejam:

a) crime doloso com pena privativa de


liberdade máxima em abstrato maior do que
4 anos;
b) reincidente em crime doloso;
c) se o crime envolver violência doméstica e
familiar contra a mulher, criança,
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com
deficiência, para garantir a execução das
medidas protetivas de urgência;

Então, a princípio, para a decretação da


prisão preventiva, alguém tem de requerê-la
ao Juiz que analisará se, no caso concreto,
estão presentes os itens 1 + 2
(cumulativamente) e alguma das hipóteses
acima (alternativamente). Por exemplo: pode
ser 1+2+a ou 1+2+b.

Obviamente, sendo caso de decisão judicial,


é necessário que a decretação seja motivada
e fundamentada na situação em concreto,
sob pena de nulidade. Isso sempre foi assim
e, hoje, consta expressamente no artigo 312,
§2º, artigo 313, §2º, e artigo 315, §§ 1º e 2º
do CPP.

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Nesse momento, quero lhe chamar a atenção


para o artigo 313, §2º, eis que ele deixa
expresso que a prisão preventiva é instituto
específico, com regras próprias e que não se
confunde com consequência de outros
acontecimentos que podem ocorrer na
persecução penal. Em outras palavras, a
prisão preventiva não é automática!!! Ela
não decorre automaticamente da
condenação penal sem trânsito em julgado,
ou do início de uma investigação criminal, ou
do oferecimento ou recebimento da
denúncia/queixa. Mais uma vez: para a
decretação da prisão preventiva, o que
importa é a presença dos dois pressupostos
cautelares e de alguma hipótese de
incidência. Sem isso, não há preventiva, que
precisa ser decretada com fundamento em
dados do caso concreto.

Quanto aos artigos 315 e 316 do CPP, vou


trabalhá-los contigo no próximo card.
BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!!

O Juiz não pode agir de ofício para piorar a situação do investigado/acusado, logo, não pode
decretar a prisão preventiva de ofício, já que ela é a medida cautelar pessoal mais constritiva
que existe.

O Juiz não pode decretar prisão preventiva de ofício em nenhuma das fases da persecução
penal – nem na investigação nem no processo.

A prisão preventiva não é automática! A medida precisa ser decretada, sempre com base em
dados do caso concreto. Logo, ela não é decorrência da condenação penal sem trânsito em
julgado, do início das investigações ou do oferecimento ou recebimento de denúncia ou
queixa.
Quando provocado, o Juiz buscará, no feito (investigação criminal ou processo penal),
identificar os pressupostos cautelares (ambos) e alguma hipótese legal de incidência da prisão
preventiva.

As hipóteses legais da preventiva não mudaram e seguem, basicamente, no artigo 313 do


CPP.

Os pressupostos cautelares estão no artigo 312 do CPP e são: periculum libertatis (traduzido
pelo CPP em GOP/GOE/CIC/ALP) e fumus comissi delicti (prova da materialidade e indícios
suficientes de autoria). Sempre foi assim. Agora, o pacote acrescentou algo inútil, um
verdadeiro pleonasmo: é preciso que se demonstre o perigo gerado pelo estado de liberdade
do imputado.

Bzo pra ti!!!

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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: A DECISÃO QUE DECRETA A PREVENTIVA


PRECISA SER MOTIVADA E FUNDAMENTADA. A PREVENTIVA É PRECÁRIA
E PERIODICAMENTE REVISADA – A NOVENTENA!!!
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME
ARTIGOS 315 E 316 DO CPP.
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ

O CPP já falava que a decisão que decreta a O Pacote Anticrime não trouxe nada de novo
prisão preventiva precisava ser motivada nesses pontos. Apenas demonstrou grande
(artigo 315 antes do Pacote). Isso é óbvio, já preocupação com a comum falta de
que todas as manifestações de órgãos de fundamentação das decisões judiciais,
ponta necessitam de motivação. No caso das especificamente, no que toca à decretação de
decisões judiciais, isso está no artigo 98 da CF prisão preventiva. Ademais, repisou a
desde 1988. cláusula rebus sic statibus (o caráter precário
da cautelar) e, ainda, trouxe prazo um certo
Já, o antigo artigo 316 do CPP deixava clara a fixo para a revisão da decisão que decreta
precariedade da prisão preventiva, que essa modalidade prisional – o que já estava na
somente se sustentava enquanto presente a Resolução 66/09 do CNJ, agora, com outros
situação fática que a fundamentou. Se o termos, está no código. Só isso, mas você
quadro fático fosse alterado, a preventiva precisa gravar o tal prazo!!!
deveria ser revogada, pois faltariam motivos
para sua subsistência. Se, depois, voltassem O atual artigo 315 do CPP aponta a
a aparecer seus requisitos no caso concreto, necessidade de motivação e fundamentação
nova prisão poderia ser decretada. Isso é a da decisão judicial que decreta a prisão
aplicação da cláusula jurídica rebus sic preventiva. É desnecessário e está no lugar
stantibus. Super simples! mais errado possível, pois traz regra que
poderia ser usada para toda e qualquer
Apesar da fluidez acima, não havia no CPP decisão judicial, não só essa. Deveria estar lá
nenhuma menção quanto à necessidade do na parte de nulidades, mas nosso Legislador
Juiz analisar periodicamente a presença ou nunca leu o código inteiro, então, colocou
ausência dos fundamentos fáticos da prisão uma norma geral em momento específico. De
preventiva antes decretada. Porém, a acordo com ele, considera-se não
Resolução 66/09 do Conselho Nacional de fundamentada (e, portanto, é nula – artigo
Justiça forçava essa verificação, sim, desde 564, V, do CPP), a decisão que... não aponte e
2009. De acordo com ela, após decretada a explique seus fundamentos jurídicos. Vai por
prisão preventiva, diante da paralisação do mim: todas as hipóteses enumeradas no
feito (inquérito ou processo) por mais de três artigo 315 se traduzem em falta de
meses, deveria o Cartório encaminhar os apontamento ou explicação de fundamentos
autos conclusos para que o Juiz reexaminasse jurídicos. Veja:
o caso. Logo, na prática, em tese, era
necessária a reanálise da situação fática a Parágrafo 2º do artigo 315 do CPP. Não se
cada 3 meses – mas isso não estava no considera fundamentada qualquer decisão
código. judicial, seja ela interlocutória, sentença ou
acórdão, que:
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à
paráfrase de ato normativo, sem explicar sua
relação com a causa ou a questão decidida;

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PACOTE ANTICRIME – CPP

II - empregar conceitos jurídicos indeterminados,


sem explicar o motivo concreto de sua incidência
no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar
qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos
no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador;
V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado
de súmula, sem identificar seus fundamentos
determinantes nem demonstrar que o caso sob
julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

Quanto ao artigo 316 do CPP, a primeira coisa


que você precisa saber é que a prisão
preventiva, que é uma medida cautelar
pessoal, segue a mesma lógica das demais
medidas cautelares pessoais: o Juiz jamais
poderá piorar a situação do investigado ou
acusado de ofício, porém, ele pode melhorá-
la ex officio. Não há outro modo de
interpretar a regra sem agredir o sistema
acusatório e, portanto, ingressar na
inconstitucionalidade do dispositivo. Isso
significa que o Juiz não pode decretar a prisão
preventiva, mas poderá revogá-la se entender
que seus requisitos fáticos deixaram de
existir. Se, futuramente, alguma outra
hipótese de incidência da prisão preventiva
surgir no caso concreto e se o Juiz for
novamente provocado, agora, com base
nessa novidade fática, então, nova prisão
preventiva poderá ser por ele decretada. Essa
fluidez é manifestação da cláusula jurídica
rebus sic stantibus e torna a decisão de
decretação evidentemente precária, ou seja:
transitória. Preste atenção: o Juiz pode
revogar a preventiva de ofício – só revogá-la –
ou substitui-la por medida cautelar menos
rigorosa (qualquer interpretação em sentido
contrário é inconstitucional – e elas existirão
infelizmente).

A segunda coisa que você tem de saber sobre


o artigo 316 está no seu parágrafo único.
Agora, o CPP traz prazo fixo para que o Juiz
reanalise a prisão preventiva de ofício: 90
dias!!! Esse prazo vai despencar em provas. Se
o Juiz entender pela manutenção da prisão,
deverá expor isso de modo fundamentado; se
o Magistrado se convencer de que não há

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PACOTE ANTICRIME – CPP

mais motivos para a manutenção da medida


prisional, deverá revogá-la de ofício.

No fim das contas, olhando para toda


sistemática atual da prisão preventiva, fica
assim:

PRISÃO PREVENTIVA
MOMENTO DA CAUTELAR SEMPRE
DECRETAÇÃO FIXADA PELO JUIZ
NO IP - via representação
do Delegado;
- via requerimento
do MP.
NO PROCESSO (AP) - via requerimento
das partes – e elas
são MP, assistente
de acusação ou
querelante.
GRAVE: DECRETAÇÃO JAMAIS DE OFÍCIO
MAS O QUE O JUIZ PODE DE OFÍCIO?
1. De ofício, o Juiz vai reanalisar sua decisão
a cada 90 dias. Não precisa de provocação
para que os autos sigam conclusos para ele
reexaminá-los. Vai ser automático.
2. Se, nessa revisão automática, o Juiz
verificar que seguem presentes os
requisitos da prisão preventiva, ele, de
ofício, decidirá, fundamentadamente, pela
manutenção da medida.
3. Alterada a situação fática que ensejou a
decretação da medica cautelar de modo
que ela não mais se justifique, o Juiz, de
ofício, poderá revogá-la.
ATENÇÃO: essa reanálise a cada 90 dias é
automática, mas nada impede que, antes
disso, qualquer das partes provoque o Juiz
para tanto. Isso é óbvio, mas precisa se
dito!!!
BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!!

Grave que todas as decisões judiciais precisam ser motivadas e fundamentadas, sob pena de
nulidade, sendo que as hipóteses de fundamentação estão no art. 315, §2º, do CPP – elas
estão citadas expressamente no texto acima (leia-as novamente).

A decisão de decretação da prisão preventiva é precária, transitória; ela segue a cláusula rebus
sic stantibus.

O Juiz terá de revisar a necessidade da prisão preventiva a cada 90 dias (isso vai cair!). Se
entender que permanecem seus requisitos, ela será mantida via decisão fundamentada e de
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PACOTE ANTICRIME – CPP

ofício. Se compreender que os requisitos deixaram de existir, a preventiva será revogada – de


ofício.

O Juiz não pode decretar a prisão preventiva de ofício em qualquer fase da persecução penal.
Porém, poderá revogá-la de ofício.

Bzo pra ti!!!

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PACOTE ANTICRIME – CPP

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: EXECUÇÃO ANTECIPADA DA PENA... SE


IGUAL OU MAIOR DE 15 ANOS!!!
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME
ARTIGO 492, I, e, E § 3º ao § 6º DO CPP.
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ

Havia posicionamento jurisprudencial no Hoje, criou-se diferenciação totalmente


sentido de que, no sopesamento do Princípio imotivada ao cristalizar o posicionamento
Constitucional da Soberania dos Veredictos jurisprudencial acerca da soberania popular
(Soberania Popular) e do Princípio para uma única situação: crimes dolosos
Constitucional da Presunção de Inocência, contra a vida com pena privativa de liberdade
era o primeiro quem deveria prevalecer – concreta igual ou superior a 15 anos. Logo,
após a decisão do Conselho de Sentença. Em existem duas possibilidades aqui:
suma: a presunção de inocência era mitigada 1) pena definida abaixo de 15 anos;
na segunda fase do procedimento do Júri, 2) pena igual ou superior a 15 anos.
cedendo espaço à decisão soberana dos
jurados. Se fixada a culpa pelos jurados e determinada
pena menor do que 15 anos pelo Juiz, nada
Assim, após o Conselho de Sentença fixar a mudou. Segue-se a sistemática de sempre e o
culpa do acusado, o que, em regra, não pode Juiz, a depender do caso concreto, pode
ser alterado por recursos, estava afastada a decretar a preventiva do acusado na
presunção de não culpa, de modo que o Juiz, sentença se presentes os requisitos da prisão
ao definir a pena, já estabelecia a prisão e o provisória.
cumprimento antecipado da sanção penal. A Já, se fixada a culpa pelos jurados e
ideia desse posicionamento é a de que o determinada pena igual ou superior a 15
condenado já deveria sair preso depois da anos, então, em regra, inicia-se a execução
leitura da sentença. antecipada da pena – o acusado é preso no
ato, tenha ele respondido ao processo preso
Nem todo mundo seguia este entendimento. ou em liberdade (não importa). Essa é a regra.
A regra era outra e bem simples: diante da Ademais, nessa hipótese, o recurso de
fixação da culpa pelos jurados e definição da apelação deixa de ter efeito suspensivo
pena pelo Juiz, o acusado só seria preso se automático (tema que virá em provas).
presentes os requisitos da prisão preventiva.
Assim, caberia ao Juiz, na sentença, justificar Veja que o Juiz poderá excetuar a regra se
o recolhimento antecipado do réu se houver questão substancial cuja resolução
presentes os seus requisitos. pelo Tribunal possa levar à revisão da
condenação.

Também excepcionalmente, a apelação terá


efeito suspensivo, se não tiver propósito
meramente protelatório e levantar questão
substancial que possa tirar o caso concreto da
prisão dos tais 15 anos ou mais de pena. Ah,
o pedido de efeito suspensivo pode vir como
incidente na apelação ou por meio de petição
apartada dirigida diretamente ao Relator do
recurso.

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PACOTE ANTICRIME – CPP

A pergunta que se faz diante dessa nova


sistemática é: isso retroage ou não retroage?
Tecnicamente, não pode retroagir, pois é
norma mista. Logo, não incidiria o art. 2º do
CPP, mas o regramento de Direito Penal.
Porém, no caso de um certo ex-presidente do
Brasil, decisão semelhante retroagiu.
Portanto, cuidado! Mas isso é para provas
mais aprofundadas.

BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!!

Patamar da pena em concreto por crime doloso contra a vida que leva à sua execução
provisória automática: igual ou superior a 15 anos.

A apelação, nesse caso, não terá efeito suspensivo – essa é a regra.

Nesse tema, as duas exceções tratam de QUESTÃO SUBSTANCIAL. Se esse termo aparecer,
ou será caso de excetuar a execução provisória da pena ou hipótese de apelação com efeito
suspensivo. Simples.

Para provas dissertativas: a nova norma retroage ou não retroage? Aí, deixo pra você escolher
sua melhor resposta. A minha seria: jamais.

Bzo pra ti!!!

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PACOTE ANTICRIME – CPP

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: É NULA A DECISÃO CARENTE DE


FUNDAMENTAÇÃO!!!
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME
ARTIGO 564, V, DO CPP.
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ

Após a publicação do atual CPC, o CPP acabou O Pacote veio com a proposta de enobrecer o
ficando bem mais pobre no que se refere ao tema “nulidades” no CPP, mas colocou o que
tema “nulidades” – já era antes disso, apenas importa no lugar errado.
piorou. De qualquer forma, isso jamais foi um
problema, pois qualquer lapso no processo Observe que o Pacote incluiu a mesma
penal era muito bem preenchido pela redação do artigo 489, §1º, do CPC, que traz
jurisprudência, doutrina e pelo próprio CPC. regra geral acerca de nulidades, e o
acrescentou no art. 315, §2º, do CPP, campo
específico sobre prisão preventiva. Era no
tema “nulidades” que o tal §2º deveria ter
vindo. Porém, a única coisa que foi acrescida
ao artigo 564 do CPP foi hipótese genérica de
nulidade que só reafirma o Princípio
Constitucional da Necessária Fundamentação
das Decisões Judiciais. Em outras palavras,
ficou assim: a carência de fundamentação em
decisões é causa de correspondente
nulidade.

BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!!

A decisão carente de fundamentação é nula.

Bzo pra ti!!!

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PACOTE ANTICRIME – CPP

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: SE O JUIZ SE RECUSAR A HOMOLOGAR A


PROPOSTA DE ANPP, RESE NELE!!!
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME
ARTIGO 581, XXV, DO CPP.
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ

O Pacote criou uma nova decisão a ser A Lei 13.964/19 trouxe a decisão de recusa à
proferida pelo Juiz das Garantias quando ele homologação da proposta de ANPP e, atenta
analisar a proposta de ANPP. Veja que o Juiz à possibilidade de irresignação dos
pode não concordar com o acordo e até envolvidos, também apresentou a via
pensar que não é caso de ANPP. Nessas recursal. Da decisão em que o Juiz das
hipóteses em que o Juiz não homologa a Garantias não homologa a proposta de ANPP,
proposta de acordo, é preciso fixar a via é cabível Recurso em Sentido Estrito – RESE.
recursal para que as partes possam exercer Considerando que, para a maioria, as
seu direito de recorrer. Qual seria esse hipóteses de RESE são taxativas, foi
recurso? necessário incluir essa situação na lista
prevista no artigo 581. Só isso.

BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!!

Da decisão judicial (Juiz das Garantias) que recusa a homologação da proposta de ANPP, cabe
RESE.

Bzo pra ti!!!

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PACOTE ANTICRIME – CPP

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: MERA ATUALIZAÇÃO DO ARTIGO 638 DO


CPP – UM BOTOXIZINHO NO CÓDIGO!!!
SENGIK MOYES E O PACOTE ANTICRIME
ARTIGO 638 DO CPP.
COMO ERA ANTES DE VOCÊ DEPOIS DE VOCÊ

O CPP é um código bastante antigo. Ele foi O Pacote veio e apenas acrescentou o STJ e o
criado lá em 1941, quando ainda não existia Recurso Especial em seu artigo 638, que,
o STJ, instituição criada pela Constituição antes só mencionava o STF e o Recurso
Federal de 1988. Extraordinário. Ficou assim:

É por isso que o artigo 638 do CPP só falava Art. 638. O recurso extraordinário e o recurso
em Recurso Extraordinário para o STF. Já que especial serão processados e julgados no
estamos mudado o código, vamos aproveitar Supremo Tribunal Federal e no Superior
e atualizá-lo?! Tribunal de Justiça na forma estabelecida por
leis especiais, pela lei processual civil e pelos
respectivos regimentos internos.

Logo, houve mera atualização do artigo 638


do CPP.

BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!!

Nada a declarar além de...

Bzo pra ti!!!

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