Material Pacote Anticrime - Processo Penal
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PACOTE ANTICRIME
2020 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Instagram: @professorsengik
A primeira coisa que você deve ter em mente Agora, com o Pacote, as funções do Judiciário
é que o Pacote Anticrime veio com uma na persecução penal foram divididas entre
intenção muito clara aqui: adotar o Sistema dois Juízes diferentes – é só isso mesmo,
Acusatório de vez no Processo Penal, o que a portanto, não se assuste.
CF já previa desde sempre – logo, nada há de Olha só: teremos um Juiz que atuará
novo. realizando o controle de legalidade das
investigações, de modo a garantir os direitos
Até a edição da Lei 13964, toda investigação fundamentais do investigado, e outro Juiz
criminal era acompanhada por um Juiz, cuja que só vai tocar o processo, da citação do
função nunca foi investigar nem acusar acusado, passando pela instrução do feito,
alguém, mas controlar a legalidade da até o julgamento do processo. Ocorre que
apuração do delito e, principalmente, esses Magistrados ganharam nomes
garantir os direitos fundamentais daquele diferentes em razão do momento em que
que estava sendo investigado. Sendo assim, cada um vai atuar na persecução penal:
os direitos mais nobres do investigado,
independentemente da infração penal que 1) Juiz das garantias – atua durante as
teria praticado, precisavam ser observados – investigações e sua função primordial
quem fazia o papel de “corregedor” das é garantir a legalidade das diligências
atividades policiais e ministeriais era esse praticadas pelos órgãos
Magistrado. investigativos, de modo a garantir os
Direitos Fundamentais daquele que
Isso tanto é verdade que sempre tivemos está sendo investigado;
matérias circunscritas à Cláusula de Reserva
de Jurisdição, como é o caso da interceptação 2) Juiz da instrução e julgamento – atua
telefônica, meio de obtenção de prova no processo penal, ou seja, na fase da
regulamentado pela Lei 9296/1996, que ação penal; tem várias funções,
exige a análise e autorizações prévias por dentre as quais garantir os Direitos
parte do Juiz competente, exatamente Fundamentais do acusado,
porque é instrumento que atenta contra providenciar a instrução do feito e,
direitos fundamentais do investigado, tais ao final, sentenciá-lo.
como a vida íntima e privada, e o sigilo das
comunicações. Como eu disse ates, só dividimos as funções
entre dois Juízes diversos. Fácil demais.
Contudo, esse Juiz que fazia o papel de
garantia dos Direitos Fundamentais do Mas por quê? Para que o Juiz da ação penal
investigado era também aquele que o julgaria não esteja “viciado” pelo que viu ou pelo
na ação penal subsequente. Isso mesmo! Era modo como agiu durante as investigações. Do
o mesmo Magistrado que atuava nas modo como ficou, ou seja, com o Juiz das
investigações que julgava o acusado logo em garantias, há total separação de funções, de
seguida. Veja-se, inclusive, que as decisões forma que o Juiz da instrução chega livre, sem
em sede de inquérito tornavam o Juiz amarras, sem nem mesmo conhecer o caso, o
prevento para o processamento e julgamento que diminui muito, diga-se, as tão comuns
da ação penal posterior. alegações de parcialidade do Poder
Judiciário.
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Huuuummm... a pergunta que se faz é a Neste tema, o artigo 3º-B do CPP traz uma
seguinte: poderia uma pessoa que investigou lista imensa de condutas do Juiz das
outra ser imparcial ao julgar o investigado? É garantias. Porém, não é preciso decorá-las;
óbvio que não. Ao participar das basta lê-las e se lembrar daquilo que cabia
investigações, o Juiz acaba sendo maculado (deveria) ao Magistrado que acompanhava as
pela persecução e, assim, já olhava para o investigações antes do Pacote. Por exemplo:
acusado como verdadeiro culpado. Juiz não a quem cabia a decretação de interceptação
pode ser investigador! Juiz não pode ser telefônica antes do Pacote? Ao Juiz que
inquisidor! Isso precisava mudar. acompanhava as investigações. E a quem
cabe a decretação agora com o Pacote? Ao
Juiz das garantias, pois é dele a função de
acompanhar as investigações.
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Ao Juiz das garantias cabe tudo que disser respeito à análise de legalidade e aos direitos
fundamentais do investigado. Ele é o juiz natural, escolhido por critérios objetivos, para
acompanhar as investigações.
O Juiz das garantias não poderá processar e julgar a ação penal – ele está impedido de ser o
Juiz da instrução e julgamento.
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O prazo do inquérito policial com o investigado preso pode ser prorrogado uma só vez por
até 15 dias.
Adotamos expressamente o sistema acusatório. Logo, o Juiz não tem iniciativa nenhuma
durante as investigações. Isso é muito importante!!!
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Ao comentar essa alteração trazida pelo Atento à ausência de assistência jurídica nas
Pacote Anticrime, vou considerar apenas a instituições que fazem uso da força do
ótica dos órgãos da segurança pública, pois Estado, o Pacote cria espécie de investigação
existem vários outros interesses em jogo que especial para o caso em que seus servidores
foram completamente ignorados pela Lei a utilizam de modo letal, seja tentado ou
13.964. Vamos lá! consumado. Em suma: há procedimento
investigatório especial para casos de uso
Lembre-se de que um integrante de órgão de letal da força em serviço.
segurança pública é obrigado a agir quando
se depara com a prática de algum delito – em Assim, todos os servidores da segurança
termos penais (artigo 13, §2º, a, do CP) ele é pública (artigo 144 da CF: PM, Bombeiros
considerado garante (garantidor). Sabendo Militares, PC, PF, PRF, PP de todas as esferas
disso, pense comigo na seguinte situação: da federação) e das Forças Armadas em
depois do serviço, um Policial está missão de garantia de lei e ordem (artigo 142
retornando para casa, dá uma paradinha no da CF), quando exercerem a força letal do
mercadinho do bairro e é surpreendido por Estado, seja de forma tentada ou consumada,
um assalto à mão armada quando já está ao serão investigados por esse procedimento
lado do caixa pronto para efetuar o especializado.
pagamento por suas compras.
Mas qual é a especialidade? Simples: nesses
Nessa situação, considerando sempre a casos, a investigação será obrigatoriamente
melhor técnica, vai caber ao Policial exercer o acompanhada pelo Defensor do investigado -
uso da força do Estado para neutralizar o é só isso mesmo. A ideia é garantir assistência
risco aos direitos fundamentais da vítima (por jurídica ao servidor obrigado a exercer a força
exemplo: o direito à vida da caixa da padaria) letal do Estado.
e, se necessário for, poderá ocasionar o óbito
do assaltante. Se isso acontecer, o Policial Uma vez instaurada a investigação (qualquer
terá causado a morte do agressor ao que seja ela - inquérito policial, inquérito
salvaguardar o direito à vida da vítima – policial militar ou procedimento
legítima defesa de terceiro. investigatório criminal no MP), o investigado
deve ser citado para que nomeie Defensor
A questão que se coloca aqui é a seguinte: o em 48 horas - (a lei errou ao usar citação, pois
Policial é obrigado, por lei, a exercer o uso da o correto seria notificação).
força do Estado, mas, ao fazê-lo, será
investigado e, a depender da situação, Se o investigado não o fizer ou não for
processado penalmente sem assistência encontrado, a instituição em que ele é lotado
específica do próprio Estado que lhe obriga a é intimada para, também no prazo de 48
agir? Sim, é isso mesmo. horas, nomeie Defensor para seu servidor. É
só isso mesmo que muda, de forma que todo
“Mas as instituições de segurança pública não o resto que você conhece acerca de
contam com setores jurídicos capazes de investigações prossegue como antes. Veja
como é fácil:
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Quem pode fazer uso letal da força do Estado em serviço? Os membros das instituições
listadas no artigo 144 da CF (PM, Bombeiros Militares, PC, PF, PRF, PP de todas as esferas da
federação) e artigo 142 da CF (Forças Armadas, mas apenas quando em missão de GLO).
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BILAU AZUL!!!
O procedimento de arquivamento fica dentro do MP - não vai para o Juiz das Garantias decidir
nada não (seria uma boa pegadinha de provas).
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Não havia correspondente algum no CPP. Tudo mudou, já que o ANPP entrou para o
Porém, o ANPP era previsto em duas Código de Processo Penal em seu artigo 28-A.
resoluções do Conselho Nacional do MP De forma bastante simples, o pacote inseriu
(Resoluções 181/17 e Res. 183/18), as resoluções do CNMP no tal artigo 28-A - o
questionadas por ADIN, sob alegação de que que faz com que as ADIN’s antes
violavam a reserva legal, a competência mencionadas tenham perdido seus objetos.
legislativa da União e, ainda, extrapolavam o
poder regulamentar do CNMP – argumentos Atualmente, no caso de crime com pena
muito bons e indefensáveis. privativa mínima prevista em abstrato menor
do que 4 anos (considerando-se as causas de
aumento e de diminuição), praticado sem
violência ou grave ameaça e se o MP
entender por suficiente, poderá propor
acordo ao investigado, mediante do qual o
MP deixa de prosseguir com a persecução
penal desde que o investigado concorde e
cumpra determinadas condições. Veja que é
um ato negocial, uma espécie de contrato
com concessões mútuas, e que tem de ser
bom para todos os envolvidos. Esse acordo,
todavia, não poderá ser proposto:
1) se o crime tiver pena privativa de liberdade
mínima maior do que 4 anos (considerando-
se as causas de aumento e de diminuição);
2) crime tiver sido praticado com violência ou
grave ameaça;
3) o MP entender que o ANPP não é suficiente
para a prevenção;
4) se for cabível transação penal no JECRIM
(se for IMPO);
5) o investigado já tiver feito, em outro caso
e no prazo de 5 anos anteriores, algum ANPP,
transação penal ou suspensão condicional do
processo;
6) se o investigado for reincidente ou for
criminoso contumaz;
7) se for caso de crime praticado no âmbito
de violência doméstica ou familiar, ou
praticado contra a mulher por razões da
condição de sexo feminino;
8) se for caso de arquivamento.
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BILAU AZUL!!!
Só o MP, o investigado e seu Defensor participam das negociações, mas cabe ao Juiz das
Garantias homologar o ANPP.
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O descumprimento do acordo leva à sua rescisão e o MP volta a ficar livre para tocar a
persecução penal para frente.
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O artigo 122 do CPP dizia que, depois da Realmente, não havia motivos para se
condenação criminal ter transitado em aguardar 90 dias do transito em julgado da
julgado, ainda era necessário esperar 90 diascondenação criminal para se alienar bens
para se alienar em leilão público os bens perdidos – efeito secundário da decisão
perdidos por força dessa decisão condenatória. Em razão disso, o atual artigo
condenatória. O dinheiro apurado era 122 do CPP acabou com aquele prazo de
destinado à vítima ou terceiro de boa-fé; o espera de 90 dias. Hoje, as coisas apreendidas
sobressalente iria para o Tesouro Nacional. serão alienadas diretamente e os termos do
artigo 133 do CPP, também foi alterado pelo
A questão aqui era: por que esperar esses 90 Pacote. Simplificadamente, este dispositivo
dias?! nos diz:
1) A avaliação e venda dos bens perdidos será
determinada pelo Juiz, de ofício, ou por
requerimento do interessado, ou por
requerimento do MP;
2) A forma de alienação é por leilão público;
3) O valor apurado é direcionado aos lesado
ou ao terceiro de boa-fé;
4) O valor sobressalente vai para os cofres
públicos, especialmente para o Fundo
Penitenciário Nacional.
Bens perdidos por força de condenação criminal podem ser vendidos já, logo, sem demora,
desde que a decisão tenha transitado em julgado.
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Obras de arte e bens de relevante valor cultural ou artístico cujo perdimento tenha sido
decretado em condenação criminal, podem ser destinados a museus públicos.
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Esse artigo 133 do CPP apresentava omissão Agora, o novo artigo 133 do CPP corrigiu a
patente: dentre as pessoas que poderiam omissão e conferiu, expressamente, ao MP a
provocar a alienação de bens perdidos por possibilidade de provocar o Juiz para avaliar e
força de condenação criminal, NÃO estava o vender os bens perdidos por força de
MP – titular da ação penal. condenação criminal transitada em julgado.
Como vimos no artigo 122 do CPP, não é mais
Era preciso arrumar isso!!! preciso aguardar qualquer prazo: diante do
transito em julgado, os efeitos secundários da
condenação criminal, como é o caso do
perdimento de bens, também se tornam
definitivos.
Hoje, as coisas apreendidas serão alienadas
diretamente e nos termos do artigo 133 do
CPP:
1) A avaliação e venda de bens perdidos será
determinada pelo Juiz, de ofício, ou por
requerimento do interessado, ou por
requerimento do MP;
2) A forma de alienação é por leilão público;
3) O valor apurado é direcionado aos lesado
ou ao terceiro de boa-fé;
4) O valor sobressalente vai para os cofres
públicos, especialmente para o Fundo
Penitenciário Nacional.
Bens perdidos em razão de condenação criminal podem ser vendidos tão logo essa decisão
transite em julgado.
A avaliação e venda de bens perdidos será determinada pelo Juiz, que pode agir de ofício ou
ser provocado pelo interessado ou pelo MP.
Os valores apurados são direcionados ao lesado ou ao terceiro de boa-fé. Não sendo o caso
ou sobrando dinheiro, os valores vão para o Fundo Penitenciário Nacional.
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A pergunta que se faz aqui é: podemos usar O Pacote acrescentou o artigo 133-A ao CPP
os bens constritos ao longo da persecução regulamentando o uso de bens apreendidos
penal? Em outras palavras: se um avião foi ou sujeitos a qualquer medida assecuratória
apreendido com 90 quilos de cocaína, ele durante a persecução penal. Então, pense
pode ser utilizado por órgão públicos durante num barco apreendido com maconha pela
o desenrolar das investigações e ação penal? Polícia Federal durante patrulhamento no Rio
Paraná. Ele poderá ser utilizado pelos órgãos
Não havia norma no CPP sobre isso, mas a de segurança pública? Com isso em mente,
resposta era “sim”. Porém, agora, existe vamos ao nosso tema.
regramento normativo que precisará ser A resposta é bem simples: o barco poderá ser
observado nesse procedimento de custódia utilizado, sim, pelos órgãos de segurança
precária de bens constritos ao longo da pública, desde que haja autorização judicial
persecução penal. para tanto. Essa autorização de custódia e
uso do bem, só será expedida se o Juiz
constatar interesse público no uso. Assim, são
necessários dois requisitos para que usarmos
o bem:
1) Autorização judicial e
2) Demonstração de interesse público.
Posso usar o bem apreendido? Pode!!! Desde que haja interesse público e que o Juiz assim
autorize.
Quem pode pedir essa autorização? Qualquer órgão público, mas há prioridade para órgão
de segurança pública que levou à constrição do bem.
O bem vem livre de encargos, multas ou tributos para as mãos do órgão público.
Bzo prati!!!
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O Juiz que conhecer do conteúdo de prova declarada inadmissível (art. 157, caput e §1º) não
poderá decidir o feito – proferir sentença ou acórdão.
Somente a PROVA ILÍCITA afasta o Juiz da causa - a ilegítima não (ela segue a disciplina das
nulidades processuais).
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Existia, sim, alguma preocupação do CPP no Aqui, muita coisa que não precisava ser tema
que toca à cadeia de custódia. Ela é notada, de lei foi acrescentada ao CPP. Nosso
por exemplo, no art. 6º, bem como no art. legislador mais uma vez escolheu ser prolixo.
169 do código. Veja: Esses temas todos que foram trazidos ao
código deveriam ter ficado em atos
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da normativos secundários, como
prática da infração penal, a autoridade regulamentos, POP’s e portarias, pois não são
policial deverá: assuntos substancialmente jurídicos, mas
matérias e conceitos periciais. De qualquer
I - dirigir-se ao local, providenciando para que modo, agora, você terá de conhecê-los, mas
não se alterem o estado e conservação das não se assuste, pois é tudo muito simples e
coisas, até a chegada dos peritos criminais. descritivo.
Art. 169. Para o efeito de exame do local A ideia do Pacote foi uniformizar o
onde houver sido praticada a infração, a tratamento de vestígios para garantir a
autoridade providenciará imediatamente autenticidade da prova pericial. Assim, o CPP
para que não se altere o estado das coisas até passa a definir toda a cadeia de custódia de
a chegada dos peritos, que poderão instruir um determinado vestígio, desde o momento
seus laudos com fotografias, desenhos ou em que é encontrado, passando por seu
esquemas elucidativos. isolamento, transporte, guarda, perícia... até
o descarte, de modo que toda sua história
Ademais, o tema era tratado em atos da fique registrada – o registro é cronológico do
Secretaria Nacional de Segurança Pública vestígio. É justamente esse histórico que
(SENASP), como as POPs de 2013 permite atestar a verdade da prova pericial –
(Procedimento Operacional Padrão) e ou, diante de desrespeitos técnicos, averiguar
Portaria 82 de 2014, ambas há muito sua violação.
adotadas por qualquer setor pericial sério do
nosso país. Para tanto, o CPP atual estabelece que todo
setor de criminalística deve contar com uma
Porém, não havia norma específica sobre o Central de Custódia, fechada a sete chaves,
tema, que foi trazido expressamente para o que será responsável por registrar a história
CPP atual com a notável preocupação de de cada um dos vestígios que nela dê entrada.
garantir a autenticidade da prova pericial. É preciso lembrar que o responsável inicial
pelo vestígio, até que este vá parar na tal
central, é o servidor público que o encontrar,
sendo dele a obrigação de preservá-lo
inicialmente. Então, por exemplo, no caso de
um feminicídio em residência, se o primeiro
servidor a chegar ao local for um Guarda
Municipal da Patrulha Maria da Penha, cabe
a ele o isolamento e preservação dos
vestígios, que serão coletados depois pelos
peritos (preferencialmente, peritos oficiais)
e encaminhados para referida Central de
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Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se
relaciona à infração penal.
O primeiro responsável pelo possível vestígio é o agente público que primeiro identificar sua
potencial utilidade na persecução penal.
É proibido o ingresso em local isolado para preservação de vestígios até que seja liberado
pelos peritos.
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A Central de Custódia é o Big Brother o livro 1984 de George Orwell: ela vê tudo; nada passa
por ela sem que ela fique sabendo; ela zela pelo vestígio e registra toda sua vida
CRONOLOGICAMENTE – grave assim que você não errará questão alguma.
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ATENÇÃO: não há
mais decretação de
ofício pelo Juiz.
O Juiz não pode decretar medidas cautelares de ofício em nenhuma das fases da persecução
penal – nem na investigação nem no processo (AP).
O Juiz só poderá agir de ofício para revogar a medida cautelar anteriormente decretada ou
para substituí-la por medida mais branda.
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O artigo 283 do CPP usava termo equivocado, O artigo 283 do CPP foi corrigido. Onde ele
pois parcial. Ele dizia que somente se dizia sentença penal condenatória com
aceitaria prisão pena decorrente de sentença trânsito em julgado, passou a dizer
penal condenatória com trânsito em julgado condenação penal com trânsito em julgado,
– essa expressão não era a mais correta, já expressão mais ampla e que congloba todo e
que, ao utilizá-la, esquecia-se do acórdão qualquer tipo de decisão final condenatória,
penal condenatório, que é a condenação em seja sentença ou acórdão penal.
segunda instância (simplificadamente).
Aqui, reforço algo pra ti: não há, como regra,
prisão decorrente de decisão condenatória
antes que essa transite em julgado. É preciso
aguardar a sentença penal condenatória ou o
acórdão penal condenatório transitar em
julgado para se falar em prisão pena. Antes
disso, porém, é possível a decretação de
prisão preventiva, se estiverem presentes
seus requisitos.
A regra é: venha a condenação criminal de uma sentença ou de um acórdão penal (tanto faz),
é preciso aguardar que a decisão transite em julgado para se falar em prisão pena. Antes
disso, porém, é possível a prisão preventiva, se estiverem presentes seus requisitos.
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PACOTE ANTICRIME – CPP
Isso era super simples e... continua super Bom, se você era meu aluno ou minha aluna,
simples. Para que você possa compreender já tinha aula específica sobre a audiência de
bem o tema, é importante ler o artigo 310 do custódia logo depois do tema prisões. Assim,
CPP em conjunto com a Resolução 213/2015 para você, pouca coisa mudou - apenas
do CNJ. Assim, você passa a ter o regramento acrescentaram essa audiência no CPP e
quase completo da prisão em flagrante e da vedaram a liberdade provisória para certas
audiência de custódia a ser realizada em situações. Vamos ver isso tudo já!
seguida.
A princípio, pegaram a Resolução 213/2015
Em suma, a ordem das coisas era essa: do CNJ (que trata da audiência de custódia) e
1) O sujeito era preso em flagrante, a colocaram, em parte, aqui, no artigo 310 do
conduzido até a Delegacia, quando era CPP, que teve seu caput estendido e
ouvido, com 2 testemunhas (pelo menos) e, parágrafos acrescentados sobre esse tema -
se fosse o caso, lavrado o auto de prisão em §§ 3º, 4º e 5º. Então, fica assim: artigo 310,
flagrante pelo Delegado - devidamente caput e §§ 3º, 4º e 5º, do CPP tratam da fase
auxiliado pelo Escrivão; judicial da prisão em flagrante, ou seja, a
2) Esse auto era enviado ao Juiz que, em até análise do caso concreto pelo Juiz (os itens 2
24h, precisava realizar audiência de custódia e 3 que você viu do lado de lá desse
para verificar se as garantias constitucionais quadrinho).
do preso tinham sido observadas durante a
prisão e lavratura do respectivo auto e, Na extensão do caput, o Pacote incluiu a
também, para que fosse determinado o audiência de custódia especificamente para
destino do sujeito, que nada mais era do que a hipótese de prisão em flagrante. Essa
aplicação imediata do art. 310 do CPP; audiência judicial segue sendo a mesma da
3) Esses “destinos” eram arrolados nos Resolução 213/CNJ, de modo que visa a
incisos do referido artigo: liberdade verificar a legalidade da prisão e as garantias
provisória (com ou sem fiança), medidas do preso, bem como determinar sua
cautelares pessoais diversas da prisão, prisão destinação pelo Juiz (agora, Juiz das
preventiva. Se o preso tivesse agido Garantias). Ela deve ser realizada em até 24h
acobertado por excludente de ilicitude após a realização da prisão e contará com a
(legítima defesa, por exemplo), ele seguiria presença do preso, de sua defesa e do MP.
solto, sob o compromisso de
comparecimento aos atos processuais. O §3º acrescentado ao artigo 310 do CPP
chama atenção ao fato de que a autoridade
Isso era básico! A fase do item 1 acima é a que, sem motivo, acabar causando a não
chamada fase administrativa da prisão em realização da audiência nesse prazo citado no
flagrante. Já, os itens 2 e 3 correspondem à caput, responderá administrativa, civil e
fase judicial, que era extraída do artigo 310 penalmente pela omissão.
do CPP e da Resolução 213/2015 do CNJ.
Nessa última etapa, resumidamente, temos a O §4º do artigo 310 do CPP diz que, se depois
análise do respeito às garantias fundamentais daquele prazo inicial, ainda transcorrerem 24
do preso durante sua prisão e sua destinação horas sem a realização da referida audiência,
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PACOTE ANTICRIME – CPP
(definir para onde ele vai agora que a esse simples decurso imotivado de tempo já
situação de flagrante já se encerrou). Só isso. torna a prisão ilegal.
Prisão ilegal, como você deve saber, precisa
ser relaxada (artigo 310, I, do CPP). Caberá ao
Magistrado relaxar essa prisão ou... e aqui é
importante, se for caso, já decretar a prisão
preventiva do sujeito, situação em que a
alegada ilegalidade restará prejudicada. Isso
significa que, nesse caso de atraso
injustificado por mais de 24h, a decretação
da preventiva sana a ilegalidade da prisão
em flagrante por excesso de prazo – simples
introdução de regra jurisprudencial há muito
existente no país.
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PACOTE ANTICRIME – CPP
A audiência de custódia deve ser realizada em até 24h após a realização prisão.
Se a audiência, imotivadamente, não for realizada, o causador dessa omissão responde civil,
administrativa e penalmente.
Se o atraso imotivado ultrapassar outras 24h, a prisão é considerada ilegal e deve ser relaxada.
Nesse caso, pode-se decretar a prisão preventiva do sujeito, quando, então, a alegação de
excesso de prazo fica esvaziada/prejudicada.
Diante do preso que lhe é apresentado, o Juiz vai definir seu destino, que pode ser:
1) liberdade provisória (com ou sem fiança) – salvo se reincidente, integrante de organização
criminosa armada ou milícia, pessoa presa portando arma de fogo de uso restrito, casos em
que a liberdade provisória está vedada a princípio;
2) medidas cautelares diversas da prisão – que são aquelas lá do art. 319 do CPP;
3) prisão preventiva (como última alternativa – lembre-se de que prisão é a medida cautelar
mais extrema e, portanto, subsidiária às demais).
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PACOTE ANTICRIME – CPP
Grande parte do que foi dito com relação à Nesse ponto do curso, você já leu o que foi
decretação das medidas cautelares, pode ser alterado lá no artigo 282 do CPP quanto ao
repetido aqui. que se refere à atual falta de legitimidade do
Juiz decretar medidas cautelares de ofício.
Com a inserção das medidas cautelares Assim, você já sabe que Juiz não pode
pessoais diversas da prisão no CPP em 2011, decretar medidas cautelares de ofício, seja na
a prisão preventiva acabou se tornando a fase de investigações ou durante o processo.
última opção, já que é a medida cautelar mais
constritiva de todas. Dessa forma, somente Considerando que a prisão preventiva é uma
se as demais medidas não foram adequadas das espécies de medidas cautelares pessoais,
e suficientes, seja isolada ou na verdade, a mais rigorosa delas, fica fácil
cumulativamente, é que tem espaço a prisão concluir, sem nem mesmo ler o novo artigo
preventiva - a regra tem de ser a liberdade, a 311, que o Juiz não pode decretar prisão
prisão, exceção – Princípio da Presunção de preventiva de ofício. Ele terá de ser
Inocência. provocado. A questão que fica é: quem
poderá provocar o Juiz?! A resposta é
Antes do pacote, porém, o Juiz poderia simples: os mesmos que podem provocá-lo
decretar a prisão preventiva de ofício. Era para a decretação das demais medidas
assim: cautelares. Fica assim:
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PACOTE ANTICRIME – CPP
O Juiz não pode agir de ofício para piorar a situação do investigado/acusado, logo, não pode
decretar a prisão preventiva de ofício, já que ela é a medida cautelar pessoal mais constritiva
que existe.
O Juiz não pode decretar prisão preventiva de ofício em nenhuma das fases da persecução
penal – nem na investigação nem no processo.
A prisão preventiva não é automática! A medida precisa ser decretada, sempre com base em
dados do caso concreto. Logo, ela não é decorrência da condenação penal sem trânsito em
julgado, do início das investigações ou do oferecimento ou recebimento de denúncia ou
queixa.
Quando provocado, o Juiz buscará, no feito (investigação criminal ou processo penal),
identificar os pressupostos cautelares (ambos) e alguma hipótese legal de incidência da prisão
preventiva.
Os pressupostos cautelares estão no artigo 312 do CPP e são: periculum libertatis (traduzido
pelo CPP em GOP/GOE/CIC/ALP) e fumus comissi delicti (prova da materialidade e indícios
suficientes de autoria). Sempre foi assim. Agora, o pacote acrescentou algo inútil, um
verdadeiro pleonasmo: é preciso que se demonstre o perigo gerado pelo estado de liberdade
do imputado.
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PACOTE ANTICRIME – CPP
O CPP já falava que a decisão que decreta a O Pacote Anticrime não trouxe nada de novo
prisão preventiva precisava ser motivada nesses pontos. Apenas demonstrou grande
(artigo 315 antes do Pacote). Isso é óbvio, já preocupação com a comum falta de
que todas as manifestações de órgãos de fundamentação das decisões judiciais,
ponta necessitam de motivação. No caso das especificamente, no que toca à decretação de
decisões judiciais, isso está no artigo 98 da CF prisão preventiva. Ademais, repisou a
desde 1988. cláusula rebus sic statibus (o caráter precário
da cautelar) e, ainda, trouxe prazo um certo
Já, o antigo artigo 316 do CPP deixava clara a fixo para a revisão da decisão que decreta
precariedade da prisão preventiva, que essa modalidade prisional – o que já estava na
somente se sustentava enquanto presente a Resolução 66/09 do CNJ, agora, com outros
situação fática que a fundamentou. Se o termos, está no código. Só isso, mas você
quadro fático fosse alterado, a preventiva precisa gravar o tal prazo!!!
deveria ser revogada, pois faltariam motivos
para sua subsistência. Se, depois, voltassem O atual artigo 315 do CPP aponta a
a aparecer seus requisitos no caso concreto, necessidade de motivação e fundamentação
nova prisão poderia ser decretada. Isso é a da decisão judicial que decreta a prisão
aplicação da cláusula jurídica rebus sic preventiva. É desnecessário e está no lugar
stantibus. Super simples! mais errado possível, pois traz regra que
poderia ser usada para toda e qualquer
Apesar da fluidez acima, não havia no CPP decisão judicial, não só essa. Deveria estar lá
nenhuma menção quanto à necessidade do na parte de nulidades, mas nosso Legislador
Juiz analisar periodicamente a presença ou nunca leu o código inteiro, então, colocou
ausência dos fundamentos fáticos da prisão uma norma geral em momento específico. De
preventiva antes decretada. Porém, a acordo com ele, considera-se não
Resolução 66/09 do Conselho Nacional de fundamentada (e, portanto, é nula – artigo
Justiça forçava essa verificação, sim, desde 564, V, do CPP), a decisão que... não aponte e
2009. De acordo com ela, após decretada a explique seus fundamentos jurídicos. Vai por
prisão preventiva, diante da paralisação do mim: todas as hipóteses enumeradas no
feito (inquérito ou processo) por mais de três artigo 315 se traduzem em falta de
meses, deveria o Cartório encaminhar os apontamento ou explicação de fundamentos
autos conclusos para que o Juiz reexaminasse jurídicos. Veja:
o caso. Logo, na prática, em tese, era
necessária a reanálise da situação fática a Parágrafo 2º do artigo 315 do CPP. Não se
cada 3 meses – mas isso não estava no considera fundamentada qualquer decisão
código. judicial, seja ela interlocutória, sentença ou
acórdão, que:
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à
paráfrase de ato normativo, sem explicar sua
relação com a causa ou a questão decidida;
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PACOTE ANTICRIME – CPP
PRISÃO PREVENTIVA
MOMENTO DA CAUTELAR SEMPRE
DECRETAÇÃO FIXADA PELO JUIZ
NO IP - via representação
do Delegado;
- via requerimento
do MP.
NO PROCESSO (AP) - via requerimento
das partes – e elas
são MP, assistente
de acusação ou
querelante.
GRAVE: DECRETAÇÃO JAMAIS DE OFÍCIO
MAS O QUE O JUIZ PODE DE OFÍCIO?
1. De ofício, o Juiz vai reanalisar sua decisão
a cada 90 dias. Não precisa de provocação
para que os autos sigam conclusos para ele
reexaminá-los. Vai ser automático.
2. Se, nessa revisão automática, o Juiz
verificar que seguem presentes os
requisitos da prisão preventiva, ele, de
ofício, decidirá, fundamentadamente, pela
manutenção da medida.
3. Alterada a situação fática que ensejou a
decretação da medica cautelar de modo
que ela não mais se justifique, o Juiz, de
ofício, poderá revogá-la.
ATENÇÃO: essa reanálise a cada 90 dias é
automática, mas nada impede que, antes
disso, qualquer das partes provoque o Juiz
para tanto. Isso é óbvio, mas precisa se
dito!!!
BILAU AZUL – OOOOOHHHH!!!
Grave que todas as decisões judiciais precisam ser motivadas e fundamentadas, sob pena de
nulidade, sendo que as hipóteses de fundamentação estão no art. 315, §2º, do CPP – elas
estão citadas expressamente no texto acima (leia-as novamente).
A decisão de decretação da prisão preventiva é precária, transitória; ela segue a cláusula rebus
sic stantibus.
O Juiz terá de revisar a necessidade da prisão preventiva a cada 90 dias (isso vai cair!). Se
entender que permanecem seus requisitos, ela será mantida via decisão fundamentada e de
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PACOTE ANTICRIME – CPP
O Juiz não pode decretar a prisão preventiva de ofício em qualquer fase da persecução penal.
Porém, poderá revogá-la de ofício.
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PACOTE ANTICRIME – CPP
Patamar da pena em concreto por crime doloso contra a vida que leva à sua execução
provisória automática: igual ou superior a 15 anos.
Nesse tema, as duas exceções tratam de QUESTÃO SUBSTANCIAL. Se esse termo aparecer,
ou será caso de excetuar a execução provisória da pena ou hipótese de apelação com efeito
suspensivo. Simples.
Para provas dissertativas: a nova norma retroage ou não retroage? Aí, deixo pra você escolher
sua melhor resposta. A minha seria: jamais.
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Após a publicação do atual CPC, o CPP acabou O Pacote veio com a proposta de enobrecer o
ficando bem mais pobre no que se refere ao tema “nulidades” no CPP, mas colocou o que
tema “nulidades” – já era antes disso, apenas importa no lugar errado.
piorou. De qualquer forma, isso jamais foi um
problema, pois qualquer lapso no processo Observe que o Pacote incluiu a mesma
penal era muito bem preenchido pela redação do artigo 489, §1º, do CPC, que traz
jurisprudência, doutrina e pelo próprio CPC. regra geral acerca de nulidades, e o
acrescentou no art. 315, §2º, do CPP, campo
específico sobre prisão preventiva. Era no
tema “nulidades” que o tal §2º deveria ter
vindo. Porém, a única coisa que foi acrescida
ao artigo 564 do CPP foi hipótese genérica de
nulidade que só reafirma o Princípio
Constitucional da Necessária Fundamentação
das Decisões Judiciais. Em outras palavras,
ficou assim: a carência de fundamentação em
decisões é causa de correspondente
nulidade.
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PACOTE ANTICRIME – CPP
O Pacote criou uma nova decisão a ser A Lei 13.964/19 trouxe a decisão de recusa à
proferida pelo Juiz das Garantias quando ele homologação da proposta de ANPP e, atenta
analisar a proposta de ANPP. Veja que o Juiz à possibilidade de irresignação dos
pode não concordar com o acordo e até envolvidos, também apresentou a via
pensar que não é caso de ANPP. Nessas recursal. Da decisão em que o Juiz das
hipóteses em que o Juiz não homologa a Garantias não homologa a proposta de ANPP,
proposta de acordo, é preciso fixar a via é cabível Recurso em Sentido Estrito – RESE.
recursal para que as partes possam exercer Considerando que, para a maioria, as
seu direito de recorrer. Qual seria esse hipóteses de RESE são taxativas, foi
recurso? necessário incluir essa situação na lista
prevista no artigo 581. Só isso.
Da decisão judicial (Juiz das Garantias) que recusa a homologação da proposta de ANPP, cabe
RESE.
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PACOTE ANTICRIME – CPP
O CPP é um código bastante antigo. Ele foi O Pacote veio e apenas acrescentou o STJ e o
criado lá em 1941, quando ainda não existia Recurso Especial em seu artigo 638, que,
o STJ, instituição criada pela Constituição antes só mencionava o STF e o Recurso
Federal de 1988. Extraordinário. Ficou assim:
É por isso que o artigo 638 do CPP só falava Art. 638. O recurso extraordinário e o recurso
em Recurso Extraordinário para o STF. Já que especial serão processados e julgados no
estamos mudado o código, vamos aproveitar Supremo Tribunal Federal e no Superior
e atualizá-lo?! Tribunal de Justiça na forma estabelecida por
leis especiais, pela lei processual civil e pelos
respectivos regimentos internos.
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