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MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL


BRASÍLIA-DF, TERÇA-FEIRA, 27 DE DEZEMBRO DE 2013
BOLETIM DE SERVIÇO No. 250

1a. PARTE
ATOS DO DIRETOR-GERAL

INSTRUÇÃO NORMATIVA No. 076/2013-DG/DPF, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2013

Regulamenta os procedimentos de natureza disciplinar no âmbito do Departamento de


Polícia Federal.

O DIRETOR-GERAL DO DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL, no uso da atribuição


que lhe confere o inciso IV do art. 25 do Regimento Interno do Departamento de Polícia Federal,
aprovado pela Portaria no. 2.877, de 30 de dezembro de 2011, do Excelentíssimo Senhor Ministro de
Estado da Justiça, publicada na Seção 1 do DOU no. 01, de 2 de janeiro de 2012,

CONSIDERANDO a necessidade de atualização da Instrução Normativa no. 004/1991-DG/DPF,


de 14 de junho de 1991;

CONSIDERANDO a necessidade de consolidação das normas que regulam os


procedimentos administrativos disciplinares no âmbito do Departamento de Polícia Federal;

CONSIDERANDO que são aplicáveis aos servidores do Departamento de Polícia Federal


as disposições das Leis no. 4.878/1965 e no. 8.112/1990; e

CONSIDERANDO que os institutos das Leis no. 8.429/1994 e no. 9.784/2012 são também
aplicáveis para regulação dos atos e procedimentos funcionais no Departamento de Polícia Federal,

RESOLVE:

Art. 1o. Regulamentar os procedimentos de natureza disciplinar no âmbito do


Departamento de Polícia Federal.

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

CAPÍTULO I
DAS NOTÍCIAS E REPRESENTAÇÕES DE IRREGULARIDADES

Art. 2o. As notícias e representações endereçadas às unidades centrais serão


protocoladas e encaminhadas à Corregedoria-Geral de Polícia Federal para análise e manifestação ou
redistribuição às Superintendências Regionais.

Art. 3o. As notícias e representações endereçadas diretamente às Superintendências


Regionais serão protocoladas e remetidas à Corregedoria Regional para análise e manifestação.

Art. 4o. Nas Delegacias Descentralizadas, as notícias e representações serão


protocoladas e encaminhadas para análise do chefe da unidade.

Art. 5o. Quando o fato noticiado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito
penal, a notícia ou representação será arquivada, de ofício, pela autoridade competente, sem
prejuízo do seu desarquivamento se surgirem fatos novos que justifiquem a sua apuração.

Parágrafo único. Poderão ser também arquivadas, na forma do caput, as notícias


sobre fatos evidentemente inexistentes, as incoerentes e as desconexas, sem necessidade de
registro no Sistema de Acompanhamento Disciplinar – SAD.
CAPÍTULO II
DAS PORTARIAS DE INSTAURAÇÃO, DOS REGISTROS E DAS PUBLICAÇÕES

Seção I
Das portarias de instauração

Art. 6o. As portarias de instauração, as de reabertura da instrução


dos procedimentos administrativos disciplinares e as notas decisórias serão
elaboradas pelo Serviço Disciplinar – SEDIS/CODIS/COGER, no
órgão central, e pelos Núcleos de Disciplina – NUDIS, nos órgãos descentralizados,
submetendo-se à aprovação das autoridades competentes.

Parágrafo único. O SEDIS/CODIS/COGER e os NUDIS deverão


cientificar a chefia do servidor da existência de procedimento pendente para que se
manifeste acerca da conveniência de, no período que antecede a instauração do
procedimento, permitir ao servidor gozar férias ou licenças requeridas.

Seção II
Dos registros nos sistemas SAD e CGU-PAD

Art. 7o. O controle dos procedimentos administrativos disciplinares no


âmbito do DPF será feito por meio eletrônico.

§ 1o. A alimentação eletrônica é atribuição da unidade em que o


procedimento foi instaurado, com a utilização do sistema SAD e do Sistema de
Gestão de Processos Disciplinares – CGU-PAD, ou outros sistemas que
venham a substituí-los.

§ 2o. Os dados serão lançados em ordem cronológica, ficando


dispensadas comunicações à CODIS/COGER, juntando-se aos autos cópia dos
extratos.

Art. 8o. A instauração e a prorrogação dos prazos processuais, o


encerramento da instrução e as decisões proferidas nos procedimentos
administrativos disciplinares serão registrados no SAD, procedendo-se à juntada
dos extratos aos respectivos autos.

Art. 9o. Após registro e inclusão no SAD, os procedimentos deverão


ser registrados no CGU-PAD.

Art. 10. O secretário, o sindicante, o investigante ou o Núcleo de


Disciplina correspondente, conforme o caso, será responsável pelos registros no
SAD e no CGU – PAD.

Seção III
Das publicações em boletim de serviço e em aditamento semanal

Art. 11. Nos procedimentos administrativos disciplinares acusatórios,


deverão ser publicados em boletim de serviço os seguintes atos:

I – ato constitutivo de comissão de disciplina, de prorrogação de


mandato, de recondução e de substituição de membro ou presidente;
II – extrato das portarias de instauração, de aditamento e de
reabertura da instrução;

III – notas de prorrogação e de arquivamento;

IV – portaria punitiva;

V – decisões nos pedidos de reconsideração ou recursos;

VI – decisões judiciais e do Ministro da Justiça; e


VII – a suspensão preventiva de servidores policiais, o afastamento
preventivo e a revogação da medida antes do prazo final.

§ 1o. Antes da publicação em boletim de serviço os documentos


deverão ser encaminhados à Corregedoria-Geral, para análise da adequação formal
e textual e para proposta, se for o caso, das alterações pertinentes.

§ 2o. Os extratos das portarias de instauração, de aditamento e de


reabertura da instrução a serem publicados em boletim de serviço e/ou aditamento
semanal, conforme o caso, farão menção apenas ao protocolo do documento,
excluindo-se qualquer referência ao servidor envolvido e a terceiros.

Art. 12. Os extratos da portaria inaugural e da decisão e as notas


relativas às sindicâncias investigativas, inclusive as de natureza especial,
instauradas nas Superintendências Regionais e Delegacias Descentralizadas,
deverão ser publicados em aditamento semanal.

Parágrafo único. Nos órgãos centrais, os extratos e as notas deverão


ser publicados em boletim de serviço.

Art. 13. Os extratos das publicações efetuadas no boletim de serviço,


no Diário Oficial da União e em aditamento semanal deverão ser juntados aos
autos.

CAPÍTULO III
DO LUGAR, FORMA, TEMPO E COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS

Seção I
Do lugar

Art. 14. O procedimento disciplinar será instaurado, em regra, na


unidade em cuja circunscrição o fato tenha ocorrido.

§ 1o. Considera-se ocorrido o fato no local onde foi praticada a ação ou


omissão, bem como onde se produziu ou deveria ser produzido o resultado,
independentemente da lotação do servidor.

§ 2o. Serão processados na Corregedoria-Geral os procedimentos


referentes a fatos ocorridos nos órgãos centrais.

§ 3o. No caso de cometimento de mais de uma transgressão em


situação de conexão ou em continuidade, praticadas em local de duas ou mais
circunscrições, será competente a unidade que realizar o primeiro ato de apuração.
§ 4o. A apuração dos fatos poderá ser realizada por comissão de
disciplina de unidade diversa daquela de sua ocorrência, quando a comissão da
unidade não possuir os requisitos legais para a condução do procedimento ou
quando motivos relevantes recomendarem.

Seção II
Da forma

Art. 15. Os atos de instrução dos procedimentos disciplinares devem


ser realizados da forma menos onerosa para a Administração.

§ 1o. Os atos de que trata o caput serão registrados por meio de atas,
quando se tratar de procedimentos acusatórios, e de despachos nos demais casos.

§ 2o. Os atos devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a


data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável.
Art. 16. Os procedimentos disciplinares serão compostos por volumes
com até 200 (duzentas) folhas, obrigatoriamente, as quais serão numeradas de
forma manual ou mecânica e rubricadas pelo investigante, pelo sindicante ou pelo
secretário do colegiado.

§ 1o. A capa de cada volume conterá, obrigatoriamente, registros que


identifiquem a unidade instauradora, a espécie, o número do procedimento e do
protocolo principal, a identificação do investigante ou do colegiado, do acusado e, se
for o caso, a expressão “procedimento com apenso”.

§ 2o. Havendo necessidade de abertura de novo volume, lavrar-se-á o


termo de encerramento no anterior, iniciando-se o próximo volume com o
respectivo termo de abertura.

§ 3o. Os documentos e objetos que não integrarem os autos


principais serão apensados por assunto, recebendo numeração sequencial, de
forma independente dos autos principais e dos demais apensos, com volume
máximo de 200 (duzentas) folhas.

§ 4o. As folhas dos apensos serão rubricadas pelo investigante, pelo


sindicante ou pelo secretário, se houver.

§ 5o. É vedada a juntada de objetos que possam danificar, deformar


ou que venham a dificultar o manuseio dos autos.

§ 6o. Os procedimentos de natureza acusatória serão elaborados em


duas vias, sendo suas folhas numeradas e rubricadas pelo secretário.

§ 7o. Os procedimentos não acusatórios serão elaborados em via


única, e terão suas folhas numeradas e rubricadas pelo sindicante ou secretário, se
houver.

§ 8o. Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos disciplinares as


regras da Instrução Normativa no. 052/2011-DG/DPF, de 23 de dezembro de 2011,
que regulamenta a autuação dos processos no âmbito do DPF.

Seção III
Do tempo

Art. 17. Os atos do processo disciplinar devem realizar-se em dias


úteis, no horário normal de funcionamento da unidade administrativa na qual
tramitar.

§ 1o. Os atos já iniciados deverão ser concluídos mesmo que


ultrapassado o horário normal de expediente.

§ 2o. Quando o interesse público exigir e for indispensável para a


conclusão do procedimento a comissão, mediante fundamentação, poderá realizar
diligências excepcionais fora do horário normal de expediente e nos dias em que não
houver funcionamento regular da unidade administrativa.

Seção IV
Da comunicação dos atos

Art. 18. A comunicação dos atos do procedimento disciplinar se dará


por meio de notificação, intimação ou citação.

Subseção I
Das notificações

Art. 19. O servidor será notificado da instauração do procedimento


disciplinar e do aditamento da portaria instauradora, pessoalmente ou por
advogado regularmente constituído nos autos, desde que com poderes específicos
para receber notificação.
Art. 20. O mandado de notificação deverá conter:

I – cópia da portaria instauradora;

II – esclarecimento de que o acusado poderá acompanhar o


procedimento, pessoalmente ou por procurador formalmente constituído, arrolar
testemunhas, requerer a produção de provas e contraprovas durante toda a
instrução, bem como formular quesitos quando se tratar de prova pericial e
expedição de cartas precatórias;

III – local e horário de funcionamento da comissão; e

IV – a advertência de que o acusado deverá comunicar


imediatamente à comissão processante o endereço onde poderá ser encontrado,
devendo manter-se à disposição no período correspondente ao de expediente
ordinário da repartição, independentemente de se encontrar afastado das suas
funções.

§ 1o. Recusando-se o servidor a assinar a notificação, o incidente


deverá ser consignado em termo no próprio mandado, com especificação de dia e
horário, colhendo-se a assinatura de duas testemunhas, preferencialmente
estranhas ao colegiado processante, considerando-se notificado o servidor acusado
na data do incidente.

§ 2o. Após três tentativas de localizar e notificar o acusado, o fato


será registrado em ata, devendo ser procedida à notificação com hora certa, na
forma do artigo 362 do Código de Processo Penal.
Art. 21. Esgotados os procedimentos mencionados e frustrada a
notificação do acusado, a comissão deverá proceder à notificação por edital
publicado no Diário Oficial da União e em jornal de grande circulação na localidade
do último domicílio conhecido, juntando-se aos autos as respectivas publicações.

§ 1o. O edital de notificação deverá conter:

I – identificação da comissão processante, local onde está instalada e horário


de funcionamento;

II – menção aos dispositivos correspondentes às infrações a serem


apuradas; e

III – esclarecimento de que o acusado poderá acompanhar o


procedimento, pessoalmente ou por procurador constituído, arrolar testemunhas,
requerer a produção de provas e contraprovas durante toda a instrução, bem como
formular quesitos quando se tratar de prova pericial e expedição de cartas
precatórias.

§ 2o. O servidor será considerado notificado na data da publicação do


edital.

Subseção II
Das Intimações

Art. 22. Proceder-se-á à intimação relativamente aos atos do


processo que resultarem para o interessado imposição de deveres, ônus, sanções
ou restrições ao exercício de direitos e atividades e para comunicação da prova a
ser produzida, das diligências ordenadas e dos demais atos de seu interesse.

Art. 23. A intimação deverá conter, obrigatoriamente, as seguintes


informações:

I – a identificação do intimado;

II – a finalidade da intimação;

III – a data, hora e local em que deve comparecer;

IV – se o intimado deve comparecer pessoalmente ou pode fazer-se


representar;

V – informação da continuidade do processo independentemente do seu


comparecimento; e

VI – indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.


§ 1o. Salvo disposição legal em contrário, as intimações devem
observar a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de
comparecimento, prática do ato procedimental ou diligência ordenada.

§ 2o. A intimação pode ser efetuada por ciência no processo,


pessoalmente, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio
que assegure a certeza da ciência do destinatário.

Art. 24. As intimações serão formalizadas por mandado expedido


pelo presidente da comissão, com a indicação de data, hora e local de realização do
ato, juntando-se aos autos a contrafé devidamente assinada pela pessoa intimada.
Parágrafo único. O desatendimento da intimação não importa no
reconhecimento da verdade dos fatos, nem na renúncia a direito pelo servidor.

Art. 25. As testemunhas do processo serão previamente intimadas.

Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a expedição


do mandado será comunicada ao superior imediato, com a indicação do dia e hora
marcados para o ato.

Art. 26. No caso de destinatário com endereço ignorado, incerto ou


inacessível, a intimação deverá ser efetuada por meio de publicação no Diário
Oficial da União e em jornal de grande circulação, no último domicílio conhecido do
interessado.

Parágrafo único. O comparecimento espontâneo no dia e horário


designado para a realização da diligência ou colheita de prova supre eventuais
falhas nos atos de ciência do acusado.

Subseção III
Da citação

Art. 27. A citação será procedida nos processos administrativos


disciplinares e nas sindicâncias acusatórias, por mandado expedido pelo presidente
da comissão, após o indiciamento do acusado para que este apresente defesa
escrita no prazo legal, sendo-lhe assegurada a vista do processo quando a citação
não for acompanhada de cópia dos autos.

Art. 28. A citação poderá ser feita ao acusado, pessoalmente, ou por


intermédio de seu defensor regularmente constituído, desde que conste na
procuração poderes específicos para o ato.

§ 1o. Recusando-se o indiciado a apor o ciente na cópia da citação, o


prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em termo próprio, pelo membro
da comissão ou outro servidor que fez a citação, com a assinatura de duas
testemunhas.

§ 2o. Após três tentativas de localizar e citar o acusado, o fato será


registrado em ata, devendo ser procedida à citação com hora certa, na forma do
artigo 362 do Código de Processo Penal.

Art. 29. O acusado que mudar de residência ficará obrigado a


comunicar à comissão o lugar onde poderá ser encontrado.

Subseção IV
Da citação por edital

Art. 30. Estando o indiciado em lugar incerto e não sabido ou


inacessível será citado por edital, publicado em boletim de serviço, no Diário Oficial
da União e em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio
conhecido, uma vez em cada um desses veículos, juntando-se aos autos os
extratos das respectivas publicações.

Parágrafo único. Na hipótese da citação de que trata o caput, o prazo


para defesa será de 15 (quinze) dias contados da última publicação do edital.
CAPÍTULO IV
DOS PRAZOS PROCESSUAIS E SUAS PRORROGAÇÕES

Art. 31. Os prazos dos procedimentos administrativos disciplinares


são considerados processuais, contados por dias corridos, não se computando o dia
de início e prorrogando-se o vencimento até o primeiro dia útil subsequente,
quando se der em dia sem expediente normal.

Parágrafo único. Nos procedimentos cuja instauração não esteja


sujeita a publicação, o prazo para conclusão contar-se-á a partir da assinatura do
ato.

Art. 32. Os prazos que dependam da ciência do interessado


começarão a correr da data da cientificação, excluindo-se da contagem o dia do
começo e incluindo-se o do vencimento.

§ 1o. Os prazos expressos em dias serão contados de modo contínuo.

§ 2o. Os prazos fixados em meses ou anos serão contados de data a


data. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do
prazo, tem-se como termo final o primeiro útil do mês subsequente.

Art. 33. A prorrogação de prazo para conclusão do procedimento


administrativo disciplinar será requerida pelo presidente da comissão ou pelo
sindicante à autoridade instauradora, fundamentadamente, devendo constar do
requerimento as diligências pendentes e o prazo necessário para a sua realização.

§ 1o. A prorrogação do prazo para conclusão dos procedimentos


disciplinares acusatórios será requerida à autoridade instauradora com dez dias de
antecedência.

§ 2o. A autoridade instauradora decidirá sobre a prorrogação em


despacho fundamentado, do qual será publicada nota em boletim de serviço.

TÍTULO II
DOS PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS DISCIPLINARES

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 34. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço


público ou de transgressão a preceitos disciplinares é obrigada a providenciar sua
imediata apuração, por meio do procedimento adequado, ou encaminhar a notícia à
autoridade competente para apurar.

Art. 35. O servidor deverá comunicar a irregularidade de que tiver


ciência, à sua chefia imediata, que encaminhará a notícia à autoridade competente
para a apuração.

Art. 36. O servidor da carreira policial responde pelas transgressões


disciplinares previstas na Lei no. 4.878/1965 e, subsidiariamente, na Lei n o.
8.112/1990; e o servidor da carreira administrativa, pelas infrações previstas na Lei
no. 8.112/1990.

CAPÍTULO II
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
Art. 37. É impedido de atuar em processo de natureza disciplinar o
servidor que:

I – tenha interesse direto ou indireto na matéria;

II – tenha participado ou venha a participar do processo como perito,


testemunha, representante ou se a situação envolver seu cônjuge, companheiro ou
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau; e

III – esteja litigando judicial ou administrativamente com o envolvido


ou respectivo cônjuge ou companheiro.
Parágrafo único. O servidor, em situação de impedimento, deve
comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar, sob pena de
responsabilidade disciplinar.

Art. 38. Pode ser arguida a suspeição do servidor que tenha amizade
íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos
cônjuges, companheiros, parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau.

Art. 39. A arguição de suspeição ou impedimento de integrante de


comissão processante, da autoridade instauradora ou julgadora, poderá ser
apresentada pelo próprio servidor suspeito ou formalizada pelo acusado,
imediatamente após a notificação da instauração do procedimento ou tão logo
tenha conhecimento do fato.

§ 1o. A arguição deverá ser formalizada em petição fundamentada,


acompanhada de prova documental e, se for o caso, de rol de testemunhas, sendo
autuada em apartado e encaminhada, no prazo de até dez dias, ao servidor que
sofrer a impugnação, para manifestação.

§ 2o. O servidor impugnado se manifestará em até 48 (quarenta e


oito) horas sobre o alegado e, no caso de reconhecer sua suspeição ou
impedimento, caberá à comissão provocar a autoridade competente para
providenciar a sua substituição.

§ 3o. Havendo discordância do servidor impugnado, os autos serão


encaminhados à autoridade competente para dirimir o conflito, após a instrução do
incidente.

§ 4o. Se a impugnação recair sobre a autoridade instauradora ou


julgadora, o incidente será decidido por seu substituto legal.

§ 5o. Julgada procedente a impugnação da autoridade instauradora, a


portaria de instauração será anulada e o expediente será encaminhado ao
substituto legal, que decidirá acerca da reinstauração, adotando as providências
necessárias.

§ 6o. Se procedente a impugnação da autoridade julgadora, o


processo será decidido pelo substituto legal.

§ 7o. Julgada procedente a impugnação de integrante da comissão, a


autoridade competente providenciará sua substituição especificamente para o
processo em que for considerado suspeito ou impedido.

§ 8o. Declarada improcedente a arguição de impedimento, caberá


pedido de reconsideração ou recurso à autoridade instauradora ou superior,
sobrestando-se o trâmite do processo principal até o julgamento.
§ 9o. No caso do parágrafo oitavo poderão ser praticados os atos
instrutórios considerados urgentes.

§ 10. Declarada improcedente a arguição de suspeição, caberá pedido


de reconsideração ou recurso à autoridade instauradora ou superior, conforme o caso,
sem efeito suspensivo.

CAPÍTULO III
DAS ESPÉCIES DE PROCEDIMENTOS DISCIPLINARES

Art. 40. São procedimentos disciplinares:

I – de natureza não acusatória:

a) expediente preliminar de natureza disciplinar;

b) termo circunstanciado administrativo;

c) sindicância investigativa; e

d) sindicância de natureza especial:


1. de acidente com viatura e demais meios de transporte;

2. de extravio, furto ou roubo de identidade funcional;

3. de extravio, dano, furto ou roubo de arma de fogo, acessório ou


munição; e

4. patrimonial.

II – de natureza acusatória:

a) processo administrativo disciplinar;

b) processo administrativo disciplinar de rito sumário; e

c) sindicância acusatória.

Art. 41. Os afastamentos legais, a cessão a outros órgãos da


administração pública, a exoneração do cargo ou a aposentadoria não impedem a
instauração de procedimento administrativo disciplinar para a apuração de fatos
irregulares no exercício da função, em razão dela ou por descumprimento de
preceitos e deveres legais.

CAPÍTULO IV
DA COMPETÊNCIA

Seção I
Da competência para instaurar

Art. 42. Ressalvada a iniciativa das autoridades que lhes são


hierarquicamente superiores, são competentes para instaurar procedimentos
administrativos disciplinares:

I – o Corregedor-Geral de Polícia Federal;

II – os Superintendentes Regionais; e
III – os Chefes de Delegacias Descentralizadas.

§ 1o. Compete ao Corregedor-Geral instaurar os procedimentos


disciplinares, independentemente da pena a ser aplicada, quando o servidor estiver
em missão no exterior e quanto aos fatos praticados no âmbito dos órgãos centrais
ou na circunscrição da Regional no Distrito Federal se o servidor envolvido for
lotado nos órgãos centrais.

§ 2o. Compete aos Superintendentes Regionais instaurar os


procedimentos disciplinares, independentemente da pena a ser aplicada, quanto
aos fatos praticados na circunscrição da respectiva unidade da federação, sem
prejuízo da atribuição dos chefes de Delegacias Descentralizadas.

§ 3o. Compete ao chefe de Delegacia Descentralizada a instauração de


procedimentos relativos à apuração de suposta infração praticada por servidores no
âmbito da circunscrição de sua unidade, nos casos puníveis com advertência,
repreensão e suspensão, exceto sindicância patrimonial.

Seção II
Da competência para decidir

Art. 43. São competentes para decidir os procedimentos


administrativos disciplinares:

I – o Ministro de Estado da Justiça, quando:

a) a conclusão do relatório da comissão ou dos despachos do


Superintendente Regional, do Corregedor-Geral ou do Diretor-Geral sugerirem o
enquadramento do indiciado em conduta infracional punível com demissão, cassação
de aposentadoria ou cassação de disponibilidade;
b) nos processos instaurados nas Superintendências Regionais ou na
Corregedoria-Geral, a conclusão do relatório da comissão ou dos despachos do
Superintendente Regional, do Corregedor-Geral ou do Diretor-Geral sugerirem o
enquadramento do indiciado em conduta infracional punível com suspensão entre 60
(sessenta) e 90 (noventa) dias; e

c) nos processos instaurados pelo Diretor-Geral, a conclusão do


relatório da comissão ou do despacho do Diretor-Geral sugerir o enquadramento do
indiciado em conduta infracional punível com suspensão superior a 60 (sessenta)
dias;

II – o Diretor-Geral quanto:

a) aos processos administrativos disciplinares instaurados na


Corregedoria-Geral e nas Superintendências Regionais, quando a penalidade
proposta for de suspensão superior a 30 (trinta) dias e não exceder a 60 (sessenta)
dias, sem prejuízo da aplicação de penalidades inferiores em casos de avocação ou
da reforma de decisões na instância recursal;

b) às sindicâncias acusatórias e aos processos administrativos


disciplinares que tenha instaurado, quando a pena for de advertência, repreensão ou
suspensão de até 60 (sessenta) dias; e

c) aos procedimentos administrativos disciplinares acusatórios


instaurados na Corregedoria-Geral, nas Superintendências Regionais e Delegacias
Descentralizadas, avocados em caráter excepcional e por motivos relevantes,
devidamente justificados, para adequação da decisão, nos casos de aplicação de
penalidade de advertência, repreensão ou suspensão de até 60 (sessenta) dias;

III – o Corregedor-Geral, quanto:

a) aos procedimentos instaurados pelo próprio Corregedor-Geral,


quando a decisão for pelo arquivamento ou a penalidade a ser imposta for
advertência, repreensão ou suspensão de até 30 (trinta) dias;

b) aos processos administrativos disciplinares e às sindicâncias


acusatórias instaurados nas Superintendências Regionais e Delegacias
Descentralizadas se ao menos um dos acusados estiver lotado em unidade da
federação diversa daquela em que foi apurado o fato;

c) aos procedimentos disciplinares não acusatórios, quando o fato


apurado tiver ocorrido no âmbito dos órgãos centrais;

d) aos procedimentos disciplinares não acusatórios, quando o servidor


envolvido estiver lotado nos órgãos centrais e o fato tiver ocorrido na circunscrição
da Regional do Distrito Federal;

IV – o Superintendente Regional:

a) quanto às sindicâncias acusatórias e aos processos administrativos


disciplinares instaurados nas Superintendências Regionais, quando a decisão for
pelo arquivamento ou a penalidade a ser imposta for advertência, repreensão ou
suspensão de até 30 (trinta) dias;

b) quanto às sindicâncias acusatórias e aos processos administrativos


disciplinares instaurados nas Delegacias Descentralizadas, desde que a proposta de
penalidade a ser aplicada seja de suspensão superior a dez e igual ou inferior a 30
(trinta) dias;

c) aos procedimentos administrativos disciplinares acusatórios


instaurados nas Delegacias Descentralizadas, avocados em caráter excepcional e
por motivos relevantes, devidamente justificados, para adequação da decisão, nos
casos de aplicação de penalidade de advertência, repreensão ou suspensão de até
30 (trinta) dias;

d) aos processos administrativos disciplinares e às sindicâncias


acusatórias instaurados nas Delegacias Descentralizadas, se ao menos um dos
acusados estiver lotado em Delegacia Descentralizada diversa na circunscrição da
Regional; e

e) quanto aos procedimentos não acusatórios instaurados na


respectiva Regional ainda que os servidores envolvidos sejam de lotação diversa;
V – o Chefe da Delegacia Descentralizada:

a) quanto às sindicâncias acusatórias e aos processos administrativos


disciplinares instaurados na respectiva Delegacia, desde que a proposta de
penalidade a ser aplicada seja de advertência, repreensão ou suspensão de até dez
dias; e

b) quanto aos procedimentos não acusatórios instaurados na


respectiva Delegacia, ainda que os servidores envolvidos sejam de lotação diversa.
Parágrafo único. Os processos de que trata o inciso I serão remetidos
ao Ministro da Justiça, para julgamento, após análise e manifestação conclusiva de
mérito da Corregedoria-Geral.

Art. 44. Os procedimentos administrativos disciplinares instaurados


no âmbito das Superintendências Regionais ou Delegacias Descentralizadas cuja
decisão ultrapasse a competência dos dirigentes regionais terão seus autos
originais encaminhados à Corregedoria-Geral, ficando as segundas vias arquivadas
na unidade de origem.

Art. 45. Após a decisão dos procedimentos de natureza disciplinar e a


adoção das providências decorrentes, os autos serão arquivados nas unidades de
origem, obedecendo-se à tabela de temporalidade.

Art. 46. Deverão ser remetidos à Corregedoria-Geral para análise de


conformidade, no caso de decisão pelo arquivamento:

I – os processos administrativos disciplinares quando tenha constado


da portaria instauradora e/ou do indiciamento infração punível com demissão; e

II – os procedimentos disciplinares quando for constatado dano ao


patrimônio público, se não tiver havido ressarcimento ao erário.

§ 1o. Havendo discordância do teor do despacho decisório, o


Corregedor-Geral restituirá a documentação analisada indicando a adequação a ser
realizada.

§ 2o. Se a autoridade que proferiu o despacho decisório mantiver seu


entendimento, o Corregedor-Geral poderá propor ao Diretor-Geral a avocação do
procedimento.

§ 3o. Nos casos especificados neste artigo, a publicação da decisão


em boletim de serviço ou em aditamento semanal somente ocorrerá após a análise
da Corregedoria-Geral.

Art. 47. A Corregedoria-Geral poderá requisitar às unidades a


remessa de procedimentos disciplinares específicos para análise de conformidade.

TÍTULO III
DOS PROCEDIMENTOS DE NATUREZA NÃO ACUSATÓRIA

CAPÍTULO I
DO EXPEDIENTE PRELIMINAR DE NATUREZA DISCIPLINAR

Art. 48. Será registrado como expediente preliminar de natureza


disciplinar, notícia ou representação de irregularidade no serviço que não
apresentar elementos suficientes para a instauração de sindicância ou processo
administrativo disciplinar e não for arquivado nos termos do artigo 3 o. desta
Instrução Normativa.

Art. 49. Determinada a instauração do expediente preliminar, o


servidor envolvido nos fatos noticiados será intimado pela autoridade instauradora
para, no prazo improrrogável de cinco dias úteis, prestar esclarecimentos.

§ 1o. A medida não é aplicável aos procedimentos instaurados a partir


de notícia de crime, investigação criminal em trâmite ou referente a fatos puníveis
também na esfera criminal.
§ 2o. Após a manifestação do servidor, o expediente poderá ser
arquivado ou convertido em outro procedimento administrativo disciplinar.
CAPÍTULO II
DO TERMO CIRCUNSTANCIADO ADMINISTRATIVO – TCA

Art. 50. Em caso de extravio ou dano a bem público que implicar


somente prejuízo material ao erário, cujo preço de mercado para aquisição ou
reparação seja igual ou inferior ao limite estabelecido como de licitação
dispensável, nos termos da legislação própria, a apuração do fato deverá ser
realizada por meio de Termo Circunstanciado Administrativo (TCA).

Parágrafo único. É vedada a instauração de TCA quando houver


indícios de que o extravio ou o dano ao bem público resultaram de conduta dolosa
ou quando se tratar do extravio ou dano de arma de fogo, seus acessórios ou
munição.

Art. 51. O TCA deverá ser lavrado pelo chefe do setor responsável
pela gerência de bens e materiais da unidade do local do fato ou, caso tenha sido
ele o servidor envolvido nos fatos, pelo seu superior hierárquico.

§ 1o. Nas Delegacias Descentralizadas, caberá ao Chefe da unidade


indicar o servidor responsável pela lavratura do TCA, se já não tiver designado
servidor responsável pela gerência de bens e materiais da unidade.

§ 2o. O TCA deverá conter a qualificação do servidor envolvido, a


descrição sucinta dos fatos que acarretaram o extravio ou o dano ao bem, o
orçamento para reparação dos bens, laudos técnicos de perícias realizadas e
manifestação conclusiva do servidor responsável pela sua lavratura.

§ 3o. O servidor envolvido nos fatos poderá, no prazo de cinco dias,


se manifestar nos autos do processo, bem como juntar os documentos que achar
pertinentes.

§ 4o. Concluído o TCA, o responsável pela sua lavratura o


encaminhará à autoridade máxima da unidade à qual está vinculado o bem público
para decidir sobre a homologação do termo, pela instauração de sindicância
investigativa ou de procedimento acusatório.

Art. 52. Caso a autoridade julgadora conclua que o fato gerador do


extravio ou do dano ao bem público decorreu do uso regular desse ou de fatores
que independeram da ação do agente, a apuração será encerrada e os autos serão
encaminhados ao setor responsável pelos bens e materiais da unidade
administrativa para providências quanto aos controles patrimoniais internos.

Parágrafo único. O TCA nas situações referidas no caput deverá ser


remetido à Corregedoria-Geral para análise de conformidade e, havendo discordância
do teor do despacho decisório, o Corregedor-Geral restituirá a documentação analisada
indicando a adequação a ser realizada.

Art. 53. Verificado que o dano ou o extravio do bem público resultou


de conduta culposa do servidor, o encerramento da apuração para fins disciplinares
estará condicionado ao ressarcimento ao erário do valor correspondente ao prejuízo
causado, que deverá ser feito no prazo de dez dias úteis.

§ 1o. O ressarcimento de que trata o caput poderá ocorrer:


I – por meio de pagamento;

II – pela entrega de bem de características iguais ou superiores ao


danificado ou extraviado; ou

III – pela prestação de serviço que restitua o bem danificado às


condições anteriores.

§ 2o. Nos casos previstos nos incisos II e III do § 1o. deste artigo, o
termo circunstanciado administrativo deverá conter manifestação expressa da
autoridade que o lavrou, acerca da adequação do ressarcimento feito pelo servidor
público à Administração.
Art. 54. Não ocorrendo o ressarcimento ao erário ou constatados
indícios de dolo, será promovida a apuração da responsabilidade funcional do
servidor por meio do adequado procedimento disciplinar, na forma desta Instrução
Normativa.

CAPÍTULO III
DA SINDICÂNCIA INVESTIGATIVA

Art. 55. A sindicância investigativa consiste em procedimento


inquisitivo e destinado a apurar notícia de irregularidade praticada por servidor,
para esclarecimento do fato e/ou da autoria.

Art. 56. A sindicância investigativa será instaurada por meio de


portaria, que designará o sindicante.

Parágrafo único. Sempre que possível, a sindicância será conduzida


por servidor estável, que deverá atuar com independência e imparcialidade.

Art. 57. O prazo para a conclusão da sindicância investigativa é de 30


(trinta) dias contados da data da portaria instauradora, podendo ser prorrogado por
igual período.

§ 1o. O pedido de prorrogação deverá ser fundamentado, indicando


as diligências pendentes e o prazo necessário para a realização.

§ 2o. Caberá à autoridade instauradora decidir pela prorrogação do


prazo, por meio de despacho.

Art. 58. Ocorrendo situação que impeça ou dificulte o prosseguimento


normal das diligências, o sindicante comunicará o fato à autoridade instauradora,
para eventuais providências.

Parágrafo único. Havendo necessidade de oitiva do Diretor-Geral, de


outros diretores, do Corregedor-Geral e de Superintendente Regional, estes
poderão optar por serem ouvidos pessoalmente ou prestarem as informações por
escrito, no prazo de cinco dias úteis.

Art. 59. Concluída a instrução da sindicância, os autos serão


remetidos pelo sindicante à autoridade que determinou a instauração,
acompanhados de relatório, com proposta de:
I – arquivamento;

II – instauração de outro procedimento não acusatório;

III – instauração de sindicância acusatória; ou

IV – instauração de processo administrativo disciplinar.

§ 1o. Nos casos dos incisos III e IV, o sindicante descreverá na parte
final do relatório o fato que caracteriza a infração e indicará o dispositivo legal
supostamente violado e o nome do servidor contra quem deverá ser instaurado o
processo ou a sindicância.

§ 2o. Havendo nos autos indícios da ocorrência de infração penal ou


ato de improbidade administrativa, o sindicante deverá expor tal circunstância no
relatório.

Art. 60. As sindicâncias investigativas instauradas pelo Corregedor-


Geral, pelos Superintendentes Regionais ou pelos Chefes de Delegacias
Descentralizadas deverão ser analisadas, respectivamente, pela CODIS/COGER,
pelos NUDIS ou por parecerista designado, antes de serem encaminhadas para
decisão.

Art. 61. O prazo para o julgamento será de até 20 (vinte) dias,


contados do encaminhamento dos autos relatados pelo sindicante.
CAPÍTULO IV
DA SINDICÂNCIA DE NATUREZA ESPECIAL

Seção I
Do acidente com viatura e demais veículos do DPF

Art. 62. Será instaurada sindicância para apurar as circunstâncias e


responsabilidades por acidente ocorrido com viatura, ou outro meio de transporte
do Departamento de Polícia Federal, ainda que resulte unicamente danos materiais,
sempre que não couber a aplicação das normas referentes ao termo
circunstanciado administrativo previsto nesta Instrução Normativa.

§ 1o. A sindicância será instaurada na circunscrição do local do


sinistro.

§ 2o. Aplicam-se as disposições previstas no caput aos acidentes


ocorridos com veículos apreendidos e em uso pela Administração com autorização
judicial, aos locados e aos requisitados de particulares para uso oficial.

Art. 63. A instauração do procedimento será determinada pelo


Corregedor-Geral, no âmbito dos órgãos centrais, pelos Superintendentes
Regionais, no âmbito das Superintendências Regionais, e pelos Chefes de
Delegacias Descentralizadas, na sua respectiva circunscrição.

Art. 64. O servidor envolvido no acidente deverá adotar, de imediato,


as seguintes providências:

I – preservar o local do acidente, quando possível, e acionar a


autoridade de trânsito com atribuição na localidade;
II – registrar a ocorrência;

III – comunicar o fato ao setor ou responsável pela guarda e


manutenção dos veículos da unidade;

IV – solicitar, por intermédio da autoridade competente, o exame


pericial; e

V – comunicar o fato ao seu superior hierárquico.

Parágrafo único. Admitir-se-á, excepcionalmente, a remoção do


veículo do local do acidente antes de realizada a perícia, na hipótese de acidente
sem vítima, como medida estritamente necessária à segurança e fluidez do
trânsito.

Art. 65. No laudo pericial relativo ao acidente deverão constar as


circunstâncias e possíveis causas do sinistro, estimativa de velocidade e sua
compatibilidade com o local, as condições de tempo e as encontradas no local,
croqui da dinâmica do acidente, descrição das avarias resultantes nos veículos
envolvidos ou as razões da impossibilidade de definição.

Art. 66. O setor ou responsável pela guarda ou manutenção dos


veículos deverá providenciar, logo após o acidente, três orçamentos, no mínimo,
para o conserto.

§ 1o. É facultado ao servidor, quando não houver indícios de dolo,


proceder ao pagamento dos danos materiais decorrentes do acidente, inclusive a
terceiros, ou repará-los, sendo, nesse caso, o veículo submetido à inspeção por
comissão de vistoria composta por servidores com conhecimento na matéria, que
apresentará relatório minucioso com a juntada de fotografias.

§ 2o. Na hipótese do parágrafo anterior, a juntada aos autos do


comprovante de ressarcimento dos valores ou o atestado de conformidade, no caso
de reparação do dano às expensas do servidor, o isentará de responsabilização
disciplinar.

§ 3o. Se do acidente resultar vítima, deverá a Administração


promover a apuração dos fatos, independentemente do ressarcimento dos prejuízos
ou reparação do dano.
Art. 67. A sindicância deverá ser instruída com os seguintes
documentos, dentre outros que o sindicante entender necessários:

I – comunicação do acidente;

II – boletim de ocorrência;

III – laudo pericial do acidente e descritivo das avarias;

IV – estimativa dos danos, fundamentada em três orçamentos;

V – valor de mercado do veículo oficial envolvido no acidente;

VI – documentos que comprovem a reparação do dano, se já


efetuada;

VII – oitiva dos condutores dos veículos envolvidos no sinistro;


VIII – oitiva de testemunhas, se houver; e

IX – demais elementos comprobatórios do fato e da responsabilidade


pela sua ocorrência.

Art. 68. Deverão constar do relatório conclusivo informações sobre a


responsabilidade dos motoristas envolvidos no acidente, a ocorrência de caso
fortuito ou força maior e eventual ressarcimento dos danos.

§ 1o. Na conclusão, o sindicante poderá sugerir:

I – o arquivamento, no caso de não configuração de culpa ou dolo do


servidor, ou, se verificada culpa, tenha ocorrido o ressarcimento dos danos; e

II – a instauração de procedimento disciplinar acusatório na hipótese


de conduta dolosa ou culposa se, neste último caso, não tiver ocorrido a reparação
do dano.

§ 2o. Sendo constatada culpa de terceiro e não sendo efetivada a


reparação do dano, a autoridade instauradora encaminhará cópia integral dos autos
da sindicância à Advocacia da União para as medidas judiciais cabíveis.

Seção II
Do extravio, furto ou roubo de identidade funcional

Art. 69. No caso de extravio, furto ou roubo do conjunto ou item da


carteira de identificação funcional, o servidor providenciará o registro da ocorrência
na unidade da Polícia Federal mais próxima, que comunicará à chefia do servidor e
à Polícia Civil da circunscrição do local da ocorrência.

Art. 70. Ao receber a comunicação relativa ao extravio da carteira de


identidade funcional, caberá ao Corregedor-Geral, no âmbito dos órgãos centrais,
aos Superintendentes Regionais, no âmbito das Superintendências, e aos Chefes
das Delegacias Descentralizadas, na esfera de sua circunscrição, a adoção das
seguintes providências:

I – promover a divulgação do fato em boletim de serviço e adotar


medidas visando reaver o documento;

II – determinar a instauração de sindicância, devendo o sindicante


apresentar relatório conclusivo quanto à existência de indícios da culpa ou não do
servidor;

III – publicar, por meio de nota, a decisão de arquivamento em


boletim de serviço, no âmbito dos órgãos centrais, ou em aditamento semanal,
quando o fato tiver ocorrido na circunscrição das Superintendências Regionais.
§ 1o. Concluída a apuração, havendo indícios de que o extravio se deu
por culpa, deverá ser oportunizada ao servidor a possibilidade de indenizar a
despesa para confecção do novo item ou conjunto de identificação funcional.

§ 2o. O pagamento implica o arquivamento da sindicância.

§ 3o. Havendo indícios de dolo do servidor, será determinada pela


autoridade competente a instauração de procedimento acusatório.
Art. 71. Quando se tratar de servidor inativo, a comunicação do
extravio deve ser encaminhada ao dirigente da unidade do DPF responsável pela
circunscrição onde se deu o fato.

Art. 72. Se no procedimento administrativo disciplinar acusatório for


comprovada a responsabilidade do servidor, ele ficará obrigado a indenizar a
despesa para confecção do novo item ou conjunto de identificação funcional
recebido, sem prejuízo da responsabilização disciplinar.

Seção III
Do extravio, dano, furto ou roubo de arma de fogo, acessório ou munição

Art. 73. Ocorrendo extravio, dano, furto ou roubo de arma de fogo,


acessório ou munição pertencentes ao Departamento de Polícia Federal, o servidor
providenciará o registro da ocorrência na unidade da Polícia Federal mais próxima,
que providenciará a comunicação ao SINARM, à chefia do servidor e à Polícia Civil
do local do fato.

§ 1o. Constatado dano à arma pertencente ao acervo do DPF, será


instaurada sindicância para apuração do fato.

§ 2o. Quando o fato ocorrer em local diverso daquele em que servidor


estiver lotado ou estando ele à disposição de outro órgão, a comunicação será feita
ao dirigente da unidade da Polícia Federal em cuja circunscrição se deu o fato, que
remeterá cópia da comunicação à unidade de lotação do servidor.

Art. 74. A comunicação relativa ao fato deverá ser encaminhada ao


Corregedor-Geral, no âmbito dos órgãos centrais, aos Superintendentes Regionais,
no âmbito das Superintendências, e aos chefes de Delegacias Descentralizadas, na
esfera de sua circunscrição, para adoção das seguintes providências:

I – promover a divulgação do fato em boletim de serviço por meio de


nota contendo as características da arma e o nome do servidor que a recebeu em
cautela; e

II – determinar a instauração de sindicância para apuração do fato,


devendo o sindicante, ao final da apuração, apresentar relatório conclusivo quanto
à existência ou não de indícios de culpa ou dolo do servidor.

Art. 75. O sindicante coletará todas as provas necessárias à


elucidação das circunstâncias que envolveram o dano ou extravio da arma de fogo,
acessório ou munição, mediante a inquirição do servidor e das pessoas envolvidas
na ocorrência, bem como a realização de outras diligências consideradas
pertinentes.

Parágrafo único. A sindicância deverá ser instruída com documento


comprobatório do valor atual da arma de fogo, munição ou acessório extraviado,
furtado, roubado ou danificado.

Art. 76. Ao final da apuração, o sindicante apresentará relatório


conclusivo quanto à existência ou não de indícios de culpa ou dolo do servidor,
além de informações sobre:

II – o ressarcimento dos prejuízos causados ao erário;


III – a recuperação total ou parcial do objeto extraviado;
IV – a instauração de inquérito policial para apuração do fato; e

V – o registro do extravio no SINARM.

Art. 77. Concluída a apuração, se restarem indícios de responsabilidade


funcional, a autoridade competente determinará a instauração de procedimento
administrativo disciplinar acusatório.

Art. 78. Decidido, no procedimento acusatório, pela culpa do servidor


quanto ao extravio, furto ou dano da arma, acessório ou munição, será
encaminhada cópia do procedimento à Coordenação de Administração –
COAD/DLOG/DPF, nos órgãos centrais, e ao Setor de Administração e Logística
Policial, nas Superintendências Regionais, para ressarcimento, no prazo de dez dias
úteis, sem prejuízo da responsabilização disciplinar.

§ 1o. Se restar afastada a culpa ou dolo do servidor, ele ficará isento


do ressarcimento, arquivando-se o processo.

§ 2o. Não havendo a reparação do dano, deverá ser encaminhada


cópia integral dos autos do processo administrativo disciplinar acusatório à
Advocacia da União, para as providências cabíveis para o ressarcimento do erário.

Seção IV
Do enriquecimento ilícito

Art. 79. Será instaurada sindicância patrimonial para apurar o


enriquecimento ilícito de servidor, quando houver indícios de incompatibilidade
entre seu patrimônio e sua remuneração e disponibilidades.

Parágrafo único. A sindicância de que trata o caput constitui


procedimento investigativo de caráter inquisitório, sigiloso e não-punitivo.

Art. 80. A sindicância patrimonial pode ser instaurada de ofício ou


para apurar notícia ou representação recebida no Departamento de Polícia Federal.

§ 1o. A representação de que trata o caput deve ser escrita ou reduzida a


termo, assinada e conter a qualificação do representante, bem como as informações e
provas de que tenha conhecimento.

§ 2o. A autoridade administrativa rejeitará a representação, em


despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no §
1o. deste artigo.

§ 3o. Atendidos os requisitos da representação, a autoridade


determinará a imediata apuração dos fatos.

§ 4o. Em caso de denúncia anônima, serão realizadas diligências


preliminares à instauração da sindicância patrimonial, devendo ser promovido o
arquivamento das que não tiverem indícios mínimos de veracidade.

Art. 81. A sindicância será instaurada, nos órgãos centrais do


Departamento de Polícia Federal, por determinação do Corregedor-Geral e, nas
Superintendências Regionais, por determinação do respectivo Superintendente
Regional.

§ 1o. Da portaria de instauração de sindicância patrimonial constarão


todos os dados necessários à identificação do servidor sindicado e menção à
documentação que ensejou a instauração do procedimento, especialmente seu
protocolo.

§ 2o. A sindicância será conduzida por comissão constituída por, no


mínimo, dois servidores estáveis, devendo o presidente ser ocupante de cargo ou
função de nível hierárquico equivalente ou superior ao do investigado.
§ 3o. Não será dada ciência da instauração do procedimento ao
investigado, enquanto conveniente à instrução.

§ 4o. A sindicância patrimonial pode concluir apenas pela


incompatibilidade ou desproporção entre o patrimônio real e os rendimentos
legítimos do servidor, não havendo necessidade de demonstrar a obtenção de
vantagem ilícita.

§ 5o. O prazo para a conclusão do procedimento será de 30 (trinta)


dias, contados da data da publicação da portaria instauradora, podendo ser
prorrogado por igual período, desde que justificada a necessidade.

Art. 82. Na instrução do procedimento, a comissão efetuará as


diligências necessárias à elucidação do fato, podendo ouvir testemunhas e o
sindicado, produzir prova documental, requisitar perícias e o afastamento dos
sigilos bancário e fiscal, devendo:

I – solicitar:

a) ao setor de recursos humanos, as informações sobre bens e


valores pertencentes ao patrimônio privado do servidor e sobre os dependentes
econômicos;

b) ao cartório de registro de imóveis do local de residência e de


lotação do servidor, se diversos, informações sobre os imóveis registrados em seu
nome e de seus dependentes econômicos;

c) ao órgão de trânsito, informações sobre os veículos registrados em


nome do servidor e de seus dependentes econômicos; e

d) quando necessário, a realização de perícia contábil para identificar


eventual incompatibilidade ou desproporção entre a evolução patrimonial do
investigado e os seus recursos ou disponibilidades declaradas;

II – encaminhar à Advocacia da União, as informações e documentos


necessários para representação junto ao Poder Judiciário, caso necessário o
afastamento do sigilo bancário do servidor ou de terceiros e do sigilo fiscal de
terceiros.

§ 1o. As informações de que trata o inciso I, alínea “a”, conterão


dados sobre imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações e qualquer outra
espécie de bens e valores patrimoniais, localizados no país ou no exterior, e,
quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou
companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência
econômica do declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso
doméstico.

§ 2o. A comissão poderá solicitar ao sindicado, sempre que julgar


oportuno, a renúncia expressa aos sigilos fiscal e bancário, com a apresentação das
informações e documentos necessários para a instrução do procedimento.

§ 3o. Concluídos os trabalhos da sindicância patrimonial, a comissão


sindicante elaborará relatório sobre os fatos apurados, opinando pelo seu
arquivamento ou, se for o caso, pela instauração de processo administrativo
disciplinar.

§ 4o. Após manifestação do respectivo setor de disciplina, o


procedimento será encaminhado à autoridade instauradora para decisão.

§ 5o. Concluído o procedimento, cópia da decisão deverá ser


imediatamente encaminhada ao Ministério Público Federal, ao Tribunal de Contas
da União, à Receita Federal do Brasil e ao Conselho de Controle de Atividades
Financeiras, para conhecimento e adoção das providências cabíveis.

§ 6o. Havendo causas que impeçam o regular prosseguimento das


diligências, a comissão sindicante, mediante requerimento fundamentado, proporá
o sobrestamento da sindicância à autoridade instauradora, que poderá deferi-lo
pelo prazo de 30 (trinta) dias.
§ 7o. O sobrestamento destina-se ao aguardo de laudos periciais e
outros documentos solicitados, retorno de pessoas que se encontrem
temporariamente ausentes, bem como outras medidas indispensáveis ao
esclarecimento do fato.

Art. 83. A instauração de sindicância patrimonial permite a obtenção


de informações fiscais diretamente da Receita Federal do Brasil, para fins de
investigação do servidor sujeito passivo da infração administrativa, conforme
previsão do artigo 198, § 1o., II, da Lei no. 5.172/1966.

TÍTULO IV
DOS PROCEDIMENTOS DE NATUREZA ACUSATÓRIA

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 84. A apuração das faltas disciplinares atribuídas a servidores


policiais deverá ser formalizada por meio de processo administrativo disciplinar, na
forma das Leis no. 4.878/1965 e no. 8.112/1990.

§ 1o. As faltas atribuídas a servidor administrativo serão apuradas na


forma da Lei no. 8.112/1990.

§ 2o. No caso de concurso de pessoas, em que ocorra a participação


de servidor policial e de servidor administrativo, as transgressões serão apuradas
em processo administrativo disciplinar, independentemente da penalidade prevista.

Art. 85. Os procedimentos de natureza acusatória instaurados no


âmbito do Departamento de Polícia Federal obedecerão aos princípios
constitucionais do contraditório e da ampla defesa, com a utilização dos meios e
recursos admitidos em direito.
Art. 86. Se, no curso do procedimento, surgirem indícios da prática
de infração disciplinar não conexa com os fatos em apuração ou de infração penal,
o presidente da comissão comunicará imediatamente à autoridade instauradora
para a adoção das providências cabíveis.

Art. 87. Eventual procedimento disciplinar não acusatório deverá ser


apensado aos autos como peça informativa da instrução.

Parágrafo único. As provas produzidas no procedimento não


acusatório, sem o crivo do contraditório, deverão ser repetidas, quando
tecnicamente possíveis.

Art. 88. O servidor que estiver respondendo a procedimento


acusatório:

I – não poderá ser removido ou participar de missão que implique


afastamento da sede de sua lotação por mais de 24 (vinte e quatro) horas, até a
apresentação do relatório final, ressalvadas situações excepcionais, mediante
prévia manifestação do presidente do feito; e

II – somente poderá ser exonerado a pedido ou aposentado


voluntariamente após a sua conclusão e, se houver punição, após o seu
cumprimento.

§ 1o. A chefia do servidor será informada pelo presidente do


procedimento da instauração do apuratório e providenciará o cumprimento do
disposto no inciso I do caput.

§ 2o. A existência de procedimento punitivo em trâmite ou pendente


de instauração não poderá obstar a aposentadoria por invalidez ou compulsória.

Art. 89. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo


pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas,
produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova
pericial.
§ 1o. O presidente da comissão poderá denegar,
fundamentadamente, pedidos considerados impertinentes, meramente
protelatórios, ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos.

§ 2o. Será indeferido o pedido de prova pericial quando a


comprovação do fato independer de conhecimento especial de perito.

Art. 90. A vista do processo, pelo acusado ou por advogado


constituído, ocorrerá nas dependências da repartição, lavrando-se certidão nos
autos.

§ 1o. Sempre que possível, os documentos dos autos deverão ser


digitalizados para fornecimento de cópia aos interessados e eventual reconstituição
dos autos.

§ 2o. As cópias reprográficas deverão ser extraídas às expensas do


interessado, podendo ser feita carga da segunda via do processo pelo prazo de 24
(vinte e quatro) horas, mediante certidão nos autos, a critério do presidente da
comissão processante.
Art. 91. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério
Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimento
administrativo para apurar a prática de ato de improbidade.

Art. 92. Antes do relatório final, será juntado aos autos o extrato
resumido dos assentamentos funcionais do acusado, contendo nome, matrícula,
data de ingresso no Departamento de Polícia Federal, elogios e penalidades não
canceladas.

Art. 93. Serão assegurados transporte e diárias:

I – ao servidor convocado para prestar depoimento, declaração,


interrogatório ou quaisquer esclarecimentos fora da sede de sua repartição, na
condição de testemunha, acusado ou indiciado; e

II – aos membros da comissão e ao secretário, para a realização de


ato essencial ao esclarecimento dos fatos, mediante aprovação da autoridade
instauradora.

§ 1o. Correrão às expensas do servidor acusado, as despesas de


deslocamento para acompanhar os atos de instrução do procedimento disciplinar a serem
realizados fora da sede de sua lotação.

§ 2o. As diligências deverão ser realizadas buscando-se a forma


menos onerosa para a Administração.

Art. 94. É obrigatória a liberação e apresentação, pela chefia, do


servidor convocado para prestar esclarecimentos em procedimento disciplinar.

Seção I
Das comissões de disciplina

Art. 95. Os processos disciplinares de natureza acusatória serão


conduzidos por comissão de disciplina composta por três servidores estáveis, que
exercerão suas atividades com independência e imparcialidade e, a critério da
autoridade instauradora, dedicarão tempo integral aos trabalhos até a entrega do
relatório final.

§ 1o. Os nomes dos servidores indicados para compor a comissão de


disciplina das unidades descentralizadas, após consulta realizada pelas respectivas
Corregedorias Regionais sobre eventuais impedimentos, serão submetidos à
aprovação prévia da CODIS/COGER.

§ 2o. A comissão será presidida por servidor de nível hierárquico igual


ou superior ao do acusado, preferencialmente bacharel em direito.

§ 3o. As comissões designadas para apurar conduta de servidores


policiais serão compostas exclusivamente por servidores integrantes dessa carreira,
observando-se a hierarquia entre os cargos.
§ 4o. O presidente do colegiado deverá ocupar classe igual ou
superior ao acusado.

§ 5o. O colegiado deliberará, na ata de instalação, pela designação de


secretário, podendo o encargo recair em um dos membros, à exceção do
presidente, sendo dispensada a publicação do ato.
§ 6o. O servidor poderá ser designado para integrar, ao mesmo
tempo, mais de uma comissão de disciplina, a critério da Administração.

§ 7o. Os atos praticados pela comissão terão caráter reservado,


assegurando-se o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da
Administração.

Art. 96. Os integrantes das comissões de disciplina terão mandato de


seis meses, admitida a recondução por igual período, tantas vezes quantas
necessário, a critério da Administração.

§ 1o. O presidente da comissão de disciplina comunicará a data do


término do mandato à autoridade que a constituiu, com a antecedência mínima de
15 (quinze) dias.

§ 2o. Expirado o prazo do mandato sem que tenha havido a


recondução, os procedimentos em curso serão encaminhados à autoridade
instauradora que designará, por despacho, outra comissão processante para
prosseguir nos trabalhos, homologando-se as provas já produzidas.

§ 3o. Cabe à nova comissão proceder à reanálise das provas e


produzir outras que entender necessárias.

§ 4o. Caso inconveniente a recondução, admite-se a prorrogação do


mandato dos membros pelo tempo necessário para ultimação dos processos
disciplinares que se encontrem em fase de indiciação.

§ 5o. É admitida a substituição de integrante de comissão de


disciplina em qualquer fase do procedimento disciplinar, devendo ser justificada a
sua necessidade se a substituição ocorrer após a indiciação do servidor.

Art. 97. Os membros das comissões de disciplina deverão agendar


suas férias regulamentares para o mesmo período ou, diante da impossibilidade de
tal medida, o presidente da comissão deverá providenciar a substituição do
membro, com antecedência de 15 (quinze) dias do início das respectivas férias, a
fim de não prejudicar o desenvolvimento normal dos trabalhos.

Art. 98. Compete ao Corregedor-Geral, no âmbito dos órgãos centrais, e


aos Superintendentes Regionais, no âmbito dos unidades descentralizadas, constituírem as
comissões de disciplina.

Seção II
Da suspensão preventiva

Art. 99. É obrigatória a suspensão preventiva de servidor da carreira


policial acusado pela prática de transgressão aos incisos IX, XII, XVI, XXVIII, XXXVIII,
XL, XLVIII, LI, LVIII e LXII do § 4o. do artigo 57 da Lei no. 4.878/1965 ou, no caso de
recebimento de denúncia pelos crimes previstos nos arts. 312, caput, 313, 316, 317,
caput e § 1o., e 318 do Decreto-Lei no. 2.848/1940 – Código Penal.

Art. 100. Poderá também ser decretada a suspensão preventiva


como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da
irregularidade ou causar prejuízo ao regular andamento do serviço público.
§ 1o. Em sendo o caso, a comissão, por intermédio do seu presidente,
representará motivadamente ao Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal,
por meio da autoridade instauradora, pela suspensão preventiva.

§ 2o. A representação deverá ser analisada pelo Corregedor-Geral,


antes de ser submetida ao Diretor-Geral.
§ 3o. Nas faltas em que a pena aplicável seja a de demissão, o
servidor policial poderá ser afastado do exercício do cargo, em qualquer fase do
processo administrativo disciplinar, até decisão final.

§ 4o. A suspensão preventiva não acarretará prejuízo para a


remuneração do servidor, nem obstará o cumprimento de qualquer penalidade
imposta em outro procedimento disciplinar.

§ 5o. Decretada a suspensão preventiva, a comissão comunicará a


chefia imediata do servidor a fim de que o servidor entregue à sua chefia imediata
a identidade funcional, a arma pertencente à instituição e quaisquer outros bens
que lhe estejam acautelados, os quais devem ser remetidos aos setores
competentes para controle.

Art. 101. A portaria de suspensão preventiva conterá a identificação


do servidor, a indicação do procedimento disciplinar correspondente e a
fundamentação legal.

Art. 102. Quando a comissão processante entender que não


subsistem as razões que justificaram a suspensão preventiva, deverá solicitar a sua
revogação.

Parágrafo único. Revogada a suspensão preventiva, a Corregedoria-


Geral, no âmbito dos órgãos centrais, e a Corregedoria Regional, no âmbito dos órgãos
descentralizados, deverão comunicar a medida à chefia do servidor para sua
notificação visando ao retorno imediato às atividades.

Art. 103. Caberá à comissão processante e ao parecerista alertar a


autoridade julgadora sobre a existência de suspensão preventiva.

Parágrafo único. Após a publicação da decisão, a Corregedoria-Geral,


no âmbito dos órgãos centrais, e a Corregedoria Regional do local da instauração,
no âmbito das unidades descentralizadas, deverão providenciar o retorno do
servidor à atividade, mediante comunicação à sua chefia imediata, que notificará o
servidor.

Art. 104. Durante o período de suspensão preventiva, o servidor


acusado deverá permanecer à disposição da comissão processante durante o
horário de expediente, informando endereço e telefone por meio dos quais poderá
ser localizado.

Parágrafo único. Quando, no curso do processo, o acusado pretender


se afastar do local declarado como de seu domicílio, deverá informar, previamente,
à comissão o endereço onde poderá ser encontrado.

Seção III
Da prescrição

Art. 105. A ação disciplinar prescreverá:


I – em cinco anos, quanto às infrações puníveis com demissão,
cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;

II – em dois anos, quanto às infrações puníveis com suspensão; e

III – em 180 (cento e oitenta) dias, quanto às infrações puníveis com


advertência ou repreensão.

Art. 106. O prazo de prescrição começa a ser contado da data em


que o fato irregular se tornou conhecido pela Administração.

Parágrafo único. Na infração disciplinar de abandono de cargo, a


prescrição começa a ser contada a partir do trigésimo primeiro dia de faltas
consecutivas ao serviço.

Art. 107. Ainda que prescrita a pretensão punitiva, será obrigatória a


instauração de processo administrativo disciplinar sempre que a conduta praticada
pelo servidor configurar ato de improbidade administrativa, dano ao erário ou a
terceiro.
Art. 108. A instauração de procedimento disciplinar acusatório
interrompe a contagem do prazo prescricional, que voltará a fluir decorridos:

I – 140 (cento e quarenta) dias no processo administrativo disciplinar


ordinário;

II – 80 (oitenta) dias na sindicância acusatória; e

III – 50 (cinquenta) dias no processo administrativo disciplinar de


rito sumário.

§ 1o. A interrupção do prazo prescricional ocorre apenas uma vez, a


partir da data de publicação da portaria de instauração do primeiro procedimento
acusatório.

§ 2o. O termo a quo da contagem dos prazos de que tratam os incisos


do caput é a data da publicação das portarias instauradoras no boletim de serviço.

Art. 109. Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às


infrações disciplinares capituladas também como crime, independentemente de existir
persecução criminal em andamento.

Art. 110. Constatada a prescrição no curso do processo, a autoridade


julgará o mérito e, se reconhecida a responsabilidade do servidor, determinará o
registro do fato e da pena que seria aplicada nos assentamentos funcionais do
servidor, na forma do artigo 170 da Lei no. 8.112/1990.

Art. 111. No caso de decisão judicial que obste o andamento do


processo administrativo disciplinar, a contagem da prescrição será suspensa a
partir da data de recebimento da comunicação da decisão à Administração e
perdurará até nova decisão judicial que autorize o prosseguimento do processo.

CAPÍTULO II
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR DE RITO ORDINÁRIO

Seção I
Disposições Preliminares
Art. 112. O processo administrativo disciplinar desenvolve-se nas
seguintes fases:

I – instauração, com a publicação de extrato da portaria


instauradora;

II – inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e


relatório; e

III – julgamento.

Art. 113. A portaria inaugural conterá a exposição do fato a ser


apurado, com todas as suas circunstâncias até então conhecidas, o número do
protocolo do expediente, a qualificação do acusado e a classificação provisória da
infração.

Art. 114. É obrigatório o aditamento da portaria quando necessário:

I – modificar a narração do fato imputado ao acusado;

II – incluir fatos novos conexos com os anteriores; e

III – incluir outros acusados.

§ 1o. A comissão processante proporá à autoridade instauradora,


fundamentadamente, o aditamento da portaria.

§ 2o. A autoridade instauradora decidirá, motivadamente, pelo


aditamento ou, se mais conveniente, pela instauração de outro processo disciplinar.

Art. 115. O prazo para a conclusão do processo administrativo


disciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de publicação da
portaria instauradora, admitida a sua prorrogação por igual período, quando as
circunstâncias o exigirem.
Art. 116. As reuniões da comissão serão registradas em atas que
deverão detalhar as deliberações, havendo a possibilidade de que as reuniões
sejam realizadas presencialmente ou com a utilização de qualquer meio ou recurso
tecnológico que garanta a comunicação à distância dos integrantes da comissão.

Art. 117. As reuniões e as audiências das comissões terão caráter


reservado.

Art. 118. Para instruir o processo, a comissão realizará as diligências


que forem necessárias, utilizando-se de todos os meios de prova admitidos em
direito, inclusive o emprego de provas emprestadas e de informações fiscais e
bancárias, atentando-se aos casos de necessidade de autorização judicial.

§ 1o. Na hipótese de depoimentos, declarações e interrogatórios


divergentes, poderá ser realizada acareação, a critério da comissão.

§ 2o. As informações protegidas por sigilo deverão ser autuadas em


apartado, separadamente para cada um dos investigados, e apensadas aos autos.

Art. 119. Havendo necessidade da oitiva de autoridade ocupante da


função de Diretor-Geral, outros diretores, Corregedor-Geral ou Superintendente Regional,
estes poderão optar por serem ouvidos pessoalmente ou prestarem as informações por
escrito, no prazo de cinco dias úteis.
Parágrafo único. Optando a autoridade por prestar esclarecimentos
por escrito, será oportunizada ao acusado a apresentação de quesitos.

Art. 120. O acusado poderá requerer a realização de diligências e a


produção de provas a partir da sua notificação inicial.

Seção II
Da instrução processual

Art. 121. Os trabalhos da comissão processante serão iniciados


imediatamente após a publicação do extrato da portaria de instauração do processo
em boletim de serviço, devendo ser lavrada a ata de instalação.

§ 1o. O extrato da publicação de que trata o caput será juntado aos


autos.

§ 2o. A comissão deliberará sobre a designação do secretário na ata


de instalação.

Art. 122. A instrução do processo terá início após a notificação do


acusado.

Art. 123. A autoridade que determinou a instauração do processo


deverá designar defensor dativo, preferencialmente bacharel em direito, para o
acusado notificado por edital.

Art. 124. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de


depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta
de prova, recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a
completa elucidação dos fatos.

Art. 125. A comissão deverá concentrar a realização dos atos


instrutórios antes do interrogatório do acusado.

Seção III
Da inquirição das testemunhas

Art. 126. As testemunhas serão intimadas a depor com antecedência


mínima de três dias úteis da data de seu comparecimento, mediante mandado
expedido pelo presidente da comissão.

Parágrafo único. O mandado de intimação deverá conter a indicação


do dia, hora e local para a inquirição da testemunha, juntando-se aos autos a
contrafé assinada.
Art. 127. Se a testemunha for servidor público, a expedição do
mandado será comunicada ao superior imediato, com a indicação do dia e hora
marcados para o ato.

Art. 128. O acusado será notificado das oitivas das testemunhas


pessoalmente ou por intermédio de seu procurador constituído, observada a
antecedência mínima de três dias úteis da data do ato, juntando-se aos autos a
contrafé assinada.
Art. 129. A testemunha prestará depoimento oralmente, devendo a
comissão, antes de dar início ao ato, adverti-la das penas cominadas ao crime de
falso testemunho.

§ 1o. Na redação do termo, o presidente da comissão cingir-se-á,


tanto quanto possível, às expressões usadas pelo depoente.

§ 2o. Não é permitido à testemunha trazer o depoimento por escrito,


podendo, contudo, consultar apontamentos.

§ 3o. As testemunhas serão inquiridas separadamente, de forma que


uma não saiba do teor do depoimento prestado por outra.

Art. 130. Na inquirição de testemunhas observar-se-á o disposto nos


artigos 202 a 225 do Código de Processo Penal, no que for compatível.

§ 1o. Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infirmem,


proceder-se-á à acareação entre os depoentes.

§ 2o. Se o presidente da comissão entender que a presença do


acusado poderá, por si só, ou por suas atitudes, constranger a testemunha ou
perturbar o ato, fará retirá-lo do ambiente e registrará a ocorrência no termo,
prosseguindo na inquirição com a presença de defensor constituído ou ad hoc.

§ 3o. Se o presidente da comissão entender que o defensor do


acusado, por meio de suas atitudes ou palavras, está tumultuando a normal
realização do ato, deverá adverti-lo, registrando a ocorrência em ata.

Art. 131. O acusado, pessoalmente ou por seu defensor, poderá


formular perguntas e reinquirir as testemunhas, por intermédio do presidente da
comissão.

Parágrafo único. O presidente da comissão poderá indeferir


perguntas que induzam a resposta, não tenham relação com a causa ou importem
em repetição de outras perguntas já realizadas, registrando na ata tal incidente,
desde que o interessado assim o requeira.

Art. 132. Poderão ser realizadas audiências por meio de tele


transmissão de sons e imagens ao vivo e em tempo real (videoconferência),
destinadas a garantir a adequada produção da prova, sem prejuízo de seu caráter
reservado.

Parágrafo único. A decisão da comissão disciplinar pela realização de


audiência por meio de videoconferência deverá ser motivada.

Art. 133. O presidente da comissão disciplinar notificará a pessoa a


ser ouvida da data, horário e local em que será realizada a audiência por meio de
videoconferência, com antecedência mínima de cinco dias úteis.

§ 1o. A defesa será notificada, nos termos do parágrafo anterior, para


acompanhar a realização do ato.

§ 2o. Ao deliberar pelo horário da realização da audiência por meio de


videoconferência, a comissão disciplinar atentará para eventual diferença de fuso
horário entre as localidades envolvidas.

§ 3o. Aplicam-se à realização de audiência de inquirição de


testemunhas por videoconferência as demais disposições contidas na Instrução
Normativa CGU no. 12/2011 ou de ato normativo que venha a substituí-lo.
Seção IV
Da inquirição das testemunhas por carta precatória

Art. 134. A testemunha que se encontrar em localidade diversa


daquela onde está instalada a comissão poderá ser ouvida por meio de carta
precatória, dando-se ciência ao acusado, que poderá apresentar quesitos ou
comparecer pessoalmente à audiência.

Parágrafo único. Marcados a data, horário e local da audiência pela


autoridade deprecada, o acusado deverá ser intimado, com antecedência mínima de
três dias úteis, da sua realização.

Art. 135. As cartas precatórias expedidas nos autos dos processos


administrativos disciplinares acusatórios deverão ser cumpridas por comissões de
disciplina, preferencialmente, ou por servidor indicado pelo Corregedor-Geral,
Corregedores Regionais e Chefes de Delegacias Descentralizadas.

Art. 136. Concluída a inquirição das testemunhas e não havendo


outras provas a serem produzidas, a comissão promoverá o interrogatório do
acusado.

Seção V
Do interrogatório do acusado

Art. 137. Encerrada a instrução processual, será expedida intimação


ao acusado para comparecer perante a comissão para interrogatório, com
antecedência mínima de três dias úteis, informando a data, horário e local para
comparecimento.

§ 1o. O interrogatório deverá ser feito de modo que possibilite à


comissão o mais amplo conhecimento dos fatos.

§ 2o. Recusando-se o acusado a responder pergunta que lhe seja


feita, será ela consignada em ata com as razões alegadas para a recusa.

§ 3o. O acusado poderá fazer-se acompanhar de defensor constituído,


sendo vedado a este intervir ou, de qualquer maneira, influir nas perguntas e
respostas.

Art. 138. Na impossibilidade do acusado comparecer ao local onde se


encontra a comissão, esta poderá deslocar-se para a realização do interrogatório.

Parágrafo único. É vedada a realização do interrogatório por meio de


carta precatória.

Art. 139. Havendo mais de um acusado, cada um deles será ouvido


separadamente, de forma que um não saiba do teor do interrogatório do outro.

Art. 140. Não comparecendo o acusado, injustificadamente, ao


interrogatório, o fato será consignado em ata, designando-se nova data.

Parágrafo único. No caso de nova ausência injustificada, a qual


deverá ser devidamente consignada em ata, o processo retomará o seu curso, à
revelia do acusado.
Seção VI
Do incidente de sanidade mental

Art. 141. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do


acusado, a comissão proporá à autoridade instauradora que ele seja submetido a
exame por junta médica oficial, da qual participe pelo menos um médico psiquiatra.

Parágrafo único. A instauração do incidente de que trata o caput


poderá ser requerida, também, pelo acusado, pessoalmente ou por intermédio de
seu defensor, em requerimento endereçado à autoridade instauradora, por meio da
comissão processante.
Art. 142. O incidente de sanidade mental será processado em autos
apartados e, após a decisão, apensado ao processo principal.

Art. 143. Deferido o exame de sanidade mental, a autoridade


instauradora, imediatamente, determinará ao serviço médico que designe junta
médica para esta finalidade, assinalando-lhe prazo de 30 (trinta) dias para a
realização do procedimento, comunicando à comissão processante.

Parágrafo único. A comissão processante deverá encaminhar à junta


médica cópia da portaria instauradora e outros documentos que entender
necessários, podendo elaborar, dentre outros, os seguintes quesitos:

I – se o examinado é portador de transtorno mental, qual o tipo, o


código internacional de doenças (CID) correspondente, as consequências que o
transtorno acarreta e se é possível definir, ainda que por aproximação, quando teve
início o referido transtorno;

II – se o examinado era, ao tempo do fato, inteira ou relativamente


incapaz de compreender o caráter ilícito da conduta imputada e de se determinar
conforme esse entendimento;

III – se o examinado tem discernimento para a prática dos atos da


vida civil;

IV – se o examinado tem condições de compreender as acusações


que lhe foram feitas no processo;

V – se deverá ser suspenso o porte de arma de fogo; e

VI – outros esclarecimentos a critério da junta médica.

Art. 144. Determinada a instauração do incidente de sanidade


mental, a comissão intimará o acusado ou seu representante legal para apresentar,
no prazo de cinco dias, os quesitos de seu interesse, podendo indicar assistente
técnico para acompanhar o exame.

Art. 145. Caberá à junta médica proceder à notificação do acusado,


informando local, data e hora do exame com, no mínino, três dias úteis de
antecedência.

Art. 146. No curso do incidente de sanidade mental, a comissão


evitará a prática de atos instrutórios no processo, salvo aqueles considerados
urgentes.

Art. 147. Estando o acusado em local diverso da apuração e não


sendo possível realizar o exame por junta médica do local onde o acusado se
encontra, é facultado à Administração determinar o deslocamento da junta médica
ou o custeio da vinda do acusado.

Art. 148. Não havendo na localidade onde o acusado se encontra ou


no local da apuração, serviço médico ou junta médica oficial capaz de realizar o
exame, a autoridade instauradora requererá, em cinco dias, à autoridade
competente da circunscrição mais próxima a liberação da junta médica ou de
médicos para comporem junta médica, conforme o caso, para a execução do ato.

Art. 149. Concluído o exame médico e atestada a sanidade mental do


acusado na atualidade e no tempo da prática da infração disciplinar, o processo
administrativo disciplinar retomará seu curso.

§ 1o. Se a junta médica atestar a incapacidade mental do acusado ao


tempo da prática da infração disciplinar, o processo deverá ser encerrado pela
comissão, com proposta de arquivamento.

§ 2o. Sobrevindo a incapacidade do acusado no curso do processo,


esse permanecerá suspenso até que o acusado se restabeleça, quando retomará
seu curso normal.

Art. 150. O acompanhamento do processo durante o período em que


estiver suspenso será feito pelo Serviço de Acompanhamento de Procedimentos
Disciplinares – SEPD/CODIS/DPF, quanto aos processos em curso na Corregedoria-
Geral, e pelos NUDIS, quanto aos processos em trâmite nas Superintendências
Regionais e Delegacias Descentralizadas.
Art. 151. A Coordenação de Recursos Humanos – CRH/DGP, no órgão
central, ou os setores de recursos humanos, no âmbito das Superintendências Regionais,
deverá comunicar à Corregedoria-Geral ou às Corregedorias Regionais, respectivamente,
caso o servidor retome a capacidade.

Seção VII
Da ata de instrução e indiciação

Art. 152. Ultimada a instrução processual com o interrogatório do


acusado, ou lavrado termo de não comparecimento e, estando tipificada a infração
disciplinar, será formulada a ata de instrução e indiciação que:

I – delimitará a acusação; e

II – proporcionará ao acusado a apresentação de defesa escrita, no


exercício do contraditório e da ampla defesa.

§ 1o. A indiciação de que trata o caput deverá conter a exposição


circunstanciada do fato imputado ao acusado, os dispositivos legais e
regulamentares em tese infringidos e a indicação das provas que serviram de
fundamento para o ato.

§ 2o. Quando ocorrer a imputação de vários fatos irregulares ao


mesmo acusado, as condutas deverão ser individualizadas, com a indicação dos
dispositivos legais e regulamentares em tese infringidos e as respectivas provas
que embasaram a conclusão do colegiado.

§ 3o. Na ata de indiciação, a comissão processante poderá,


motivadamente, concluir por enquadramento jurídico diverso do mencionado na
portaria de instauração.
§ 4o. Havendo mais de um acusado, as condutas deverão ser
individualizadas.

§ 5o. Somente se admitirá a não elaboração da ata de instrução e


indiciação diante da comprovada inexistência do fato ou exclusão da autoria do
acusado.

§ 6o. O indiciamento não pressupõe a responsabilização disciplinar do


servidor.

§ 7o. A verificação da prescrição e de possíveis excludentes de


ilicitude e culpabilidade não impedem a indiciação do acusado, devendo tais
circunstâncias constarem do relatório final para apreciação da autoridade julgadora.

Art. 153. Todos os membros da comissão deverão assinar a ata de


instrução e indiciação, consignando-se as razões de eventual discordância de
qualquer deles.

Seção VIII
Da defesa

Art. 154. O servidor indiciado será citado, por mandado expedido


pelo presidente da comissão, para apresentar defesa escrita, no prazo de dez dias,
sendo-lhe assegurada vista do processo no local de funcionamento da comissão.

§ 1o. O acusado poderá ser citado por intermédio de defensor


regularmente constituído, desde que com poderes específicos para recebimento da
citação.

§ 2o. Havendo mais de um indiciado, o prazo de que trata o caput


será comum de 20 (vinte) dias.

§ 3o. O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para


diligências reputadas indispensáveis.

§ 4o. Recusando-se o indiciado a assinar a citação, o incidente deverá


ser consignado em termo no próprio mandado, com especificação do local, dia e
horário, colhendo-se a assinatura de duas testemunhas, contando-se o prazo para
defesa a partir deste ato.
Art. 155. Durante o prazo de defesa, o indiciado poderá requerer a
realização de diligências necessárias ao esclarecimento dos fatos.

§ 1o. A comissão, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, decidirá


sobre a realização das diligências requeridas, podendo, motivadamente, negar
aquelas consideradas impertinentes, meramente protelatórias ou de nenhum
interesse para o esclarecimento dos fatos.

§ 2o. Sendo realizadas novas diligências, a comissão promoverá, ao seu


término, novo interrogatório do acusado para esclarecer, especificamente, as questões
surgidas com as provas acrescidas.

§ 3o. Deferidas as diligências requeridas, o prazo para apresentação


de defesa será devolvido ao indiciado após a sua conclusão.

§ 4o. Ao final das novas provas produzidas e da reinquirição do


acusado a comissão elaborará nova ata de indiciação.
§ 5o. Se, após a juntada das provas e o novo interrogatório do
acusado, a comissão verificar que não houve alteração de entendimento deverá,
motivadamente, ratificar a ata de instrução e indiciação e citar novamente o
indiciado.

Art. 156. Apresentada a defesa escrita, se a comissão considerá-la


inepta deverá intimar o acusado para a apresentação de defesa válida e, não sendo
apresentada, solicitará à autoridade instauradora a nomeação de defensor dativo
para a apresentação da peça.

Parágrafo único. Considerar-se-á inepta a defesa escrita quando


insuficiente ou deficiente para contrapor os fatos imputados e para afastar a
responsabilidade do acusado, bem como aquela que não contestar a imputação,
adotando apenas negação genérica dos fatos ou simplesmente reconhecendo a
responsabilidade do acusado.

Seção IX
Da revelia

Art. 157. Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente citado,


não apresentar defesa no prazo legal.

§ 1o. A revelia será declarada em ata nos autos do processo e


devolverá o prazo para a defesa.

§ 2o. Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora


designará defensor dativo escolhido dentre servidores ocupantes de cargo efetivo
de nível hierárquico superior ou igual ao do indiciado, ou de nível de escolaridade
igual ou superior ao do indiciado.

§ 3o. A portaria de nomeação de defensor dativo deverá ser publicada


em boletim de serviço, nos casos de processos instaurados na Corregedoria-Geral,
e em aditamento semanal se o processo for instaurado nas Superintendências
Regionais ou Delegacias Descentralizadas.

§ 4o. O prazo para a defesa começa a correr da ciência pessoal do


defensor dativo acerca da sua nomeação.

Seção X
Do relatório final

Art. 158. Apresentada a defesa escrita, a comissão elaborará


relatório conclusivo acerca da responsabilização ou inocência do acusado, que
conterá, além de outras informações consideradas relevantes pela comissão:

I – a descrição dos fatos imputados;

II – os principais incidentes da instrução;


III – o detalhamento das provas produzidas;

IV – as razões do indiciamento;

V – a análise das alegações da defesa; e

VI – aspectos relacionados à prescrição administrativa.


Art. 159. O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à
responsabilidade do servidor.

§ 1o. Se a comissão reconhecer a responsabilidade do servidor


indicará o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, os antecedentes
funcionais do servidor, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e as causas de
aumento ou diminuição de pena.

§ 2o. Se a comissão concluir pela inexistência do fato ou de sua


autoria, ou se as provas não forem suficientes para embasar a condenação, será
proposta a absolvição do servidor e o arquivamento do processo.

Art. 160. Deverá ser informado no relatório:

I – se há inquérito policial ou ação penal em andamento, em que o


indiciado figure como acusado ou réu; e

II – se o servidor foi suspenso ou afastado preventivamente,


opinando, se for o caso, pela revogação ou manutenção da medida.

Parágrafo único. Tratando-se de procedimento instaurado para


apurar a prática de atos de improbidade administrativa, a comissão deverá informar
no relatório se houve comunicação formal ao Ministério Público e ao Tribunal ou
Conselho de Contas da União.

Art. 161. Se um dos membros da comissão discordar da conclusão


dos demais, oferecerá relatório em separado, consignando-se em ata o incidente.

Art. 162. Antes da remessa dos autos à autoridade julgadora, o


secretário da comissão de disciplina deverá:

I – elaborar o índice dos atos processuais e afixá-lo no verso da capa


do primeiro volume dos autos;

II – anexar arquivo eletrônico com cópia dos termos de oitivas


realizadas, ata de indiciação, a defesa escrita e relatório final; e

III – anexar, em seguida ao relatório conclusivo, extratos atualizados


impressos do SAD e CGU-PAD.

Art. 163. O processo administrativo disciplinar relatado será remetido


à CODIS/COGER, na Corregedoria-Geral, ao NUDIS, nas Superintendências
Regionais, ou ao Chefe da unidade, nas Delegacias Descentralizadas.

Seção XI
Do parecer dos órgãos de disciplina

Art. 164. Antes de a autoridade competente proferir o julgamento, o


processo será analisado pela CODIS/COGER, na Corregedoria-Geral, pelo NUDIS ou
por servidor designado, nas Superintendências Regionais e nas Delegacias
Descentralizadas, que emitirá parecer fundamentado acerca da forma e mérito.

Art. 165. Na análise dos aspectos formais do processo, deverá ser


apontada a existência de eventuais vícios, sanáveis ou não, bem como a ocorrência
da prescrição.
Art. 166. Constatada a necessidade de diligência imprescindível ao
esclarecimento dos fatos, será proposta a reabertura da instrução do processo à
autoridade instauradora que poderá designar a mesma ou outra comissão
processante para a complementação da prova.

Art. 167. Constatada a existência de fatos irregulares noticiados no


processo disciplinar e não apurados, o parecerista deverá opinar pela instauração
de outro procedimento administrativo disciplinar e, em se tratando de fato descrito
como crime, pela instauração de inquérito policial.

Art. 168. Sugerida a responsabilização do acusado, será proposta a


pena cabível.

Art. 169. Quando a pena for de suspensão, será realizada a


dosimetria.

Parágrafo único. Constatada a prescrição, não se procederá à


dosimetria da pena.

Seção XII
Do julgamento

Art. 170. O julgamento pela autoridade competente será proferido no


prazo de até 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo.

Art. 171. Se a autoridade instauradora não for competente para


proferir o julgamento, deverá encaminhar os autos à autoridade que o seja, pela
via hierárquica.

Parágrafo único. Havendo mais de um indiciado e diversidade de


sanções, o julgamento caberá à autoridade competente para a imposição da pena
mais grave.

Art. 172. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando


contrário às provas dos autos.

Art. 173. Quando o relatório da comissão contrariar as provas dos


autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente, aplicar penalidade, agravar
a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade.

Art. 174. Se a autoridade instauradora ou julgadora discordar do não


indiciamento do acusado, por contrariar as provas dos autos, determinará a
reabertura da instrução do processo para a realização dos atos instrutórios cabíveis
e a elaboração de nova ata de indiciação, designando a mesma ou outra comissão
para a realização dos trabalhos, caso em que as razões do indiciamento serão
oferecidas pela autoridade instauradora.

Art. 175. Ocorrendo nova definição jurídica para o fato, em


consequência de circunstância fática ou de prova existente nos autos não
mencionada explicitamente na ata de indiciação, a autoridade instauradora
determinará a reabertura da instrução do processo, designando a mesma ou outra
comissão para a realização de nova ata de indiciação e dos demais atos instrutórios
decorrentes, inclusive reabertura de prazo para defesa e elaboração de relatório.
Art. 176. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autoridade que
determinou a instauração do processo ou outra de hierarquia superior declarará a
sua nulidade, total ou parcial.

§ 1o. A autoridade designará, no ato de declaração da nulidade, a


comissão que conduzirá a instrução de novo processo ou prosseguirá com a instrução do
processo originário após sua reabertura, conforme o tipo de nulidade, devendo informar
se as provas já produzidas serão homologadas.

§ 2o. Poderá ser designada a mesma ou outra comissão para a


instrução do processo.

§ 3o. Aplicam-se as disposições do caput e dos §§ 1o. e 2o. nos casos


em que a autoridade instauradora ou a julgadora entenderem que a instrução do
processo foi deficiente.
Art. 177. Verificada a ocorrência de vício sanável, a autoridade
poderá determinar a reabertura da instrução do processo, designando a mesma ou
outra comissão para o refazimento dos atos anulados, quando possível, abrindo-se
novo prazo para a defesa.

Parágrafo único. Os vícios sanáveis poderão ser convalidados quando


não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo à defesa ou a terceiros,
mediante decisão fundamentada da autoridade julgadora.

Art. 178. Ocorrendo a reabertura da instrução, a comissão que receber o


processo deverá:

I – refazer os atos declarados nulos, observando o contraditório e a


ampla defesa e, quando necessário, produzir provas;

II – proceder a novo interrogatório do acusado;

III – elaborar nova ata de indiciação;

IV – proceder à citação do indiciado, reabrindo o prazo para a defesa;


e

V – apresentar novo relatório conclusivo.

Parágrafo único. No caso de anulação do processo a partir da ata de


instrução e indiciação, serão aplicáveis, apenas, os itens III, IV e V do caput.

Art. 179. O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do


processo.

Art. 180. A portaria punitiva deverá conter:

I – a identificação da autoridade julgadora;

II – o dispositivo legal que dará suporte ao ato disciplinar;

III – o nome, cargo, matrícula e lotação do servidor apenado;

IV – a descrição do fato com todas as suas circunstâncias;


V – o dispositivo legal infringido;

VI – a pena aplicada; e

VII – a data e a assinatura da autoridade julgadora.

Art. 181. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade


julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos funcionais do servidor.

Art. 182. Quando a infração estiver capitulada como crime, a


autoridade julgadora providenciará a instauração de inquérito policial, caso tal
providência ainda não tenha sido adotada, ou comunicará à autoridade competente
para tanto.

§ 1o. Tratando-se de procedimento instaurado para apurar a prática


de ato de improbidade administrativa, se a comissão ainda não o tiver feito, a
autoridade julgadora, logo após sua decisão, comunicará o fato ao Ministério
Público, ao Tribunal ou Conselho de Contas e à Advocacia da União.

§ 2o. Havendo prejuízo a ser ressarcido ao erário, a autoridade


julgadora providenciará a remessa de cópia dos autos à Advocacia da União, para
as medidas pertinentes à reparação do dano.
CAPÍTULO III
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR DE RITO SUMÁRIO

Seção I
Das disposições preliminares

Art. 183. O processo administrativo disciplinar de rito sumário será


adotado para a apuração das infrações disciplinares de:

I – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;

II – abandono de cargo; e

III – inassiduidade habitual.

Art. 184. O rito sumário se desenvolve nas seguintes fases:

I – instauração, com a publicação de extrato da portaria de


instauração;

II – instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e


relatório; e

III – julgamento.

Art. 185. O processo disciplinar de rito sumário observará os


seguintes preceitos, dentre outros julgados necessários:

I – condução por comissão constituída por três servidores quando o


acusado for servidor policial e, para servidores não policiais, comissão constituída
por dois servidores estáveis, designada no ato de instauração do processo;
II – portaria inaugural que deverá conter os requisitos estabelecidos
no artigo 113 e as provas que motivaram a instauração do processo;

III – indiciação, que se dará em até três dias após a publicação da


portaria, e deverá conter todas as informações referentes à autoria e à
materialidade da infração;

IV – citação do servidor indiciado para, no prazo de cinco dias,


apresentar defesa escrita, sob pena de revelia, assegurando-lhe vista dos autos na
repartição, quando a citação não estiver acompanhada de cópia do processo;

V – citação por edital do indiciado que se encontrar em lugar incerto


e não sabido, observando-se o disposto nesta instrução normativa, devendo ser
considerado revel o indiciado que, regularmente citado, não apresentar defesa no
prazo legal;

VI – elaboração de relatório conclusivo, após a apresentação da defesa,


com manifestação quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor e indicação do
dispositivo legal violado;

VII – elaboração de parecer sobre forma e mérito pela


CODIS/COGER, nos órgãos centrais, e pelo NUDIS ou servidor designado, nas
Superintendências Regionais;

VIII – realização de nova análise pela Corregedoria-Geral, quando os


procedimentos tiverem sido instaurados nas unidades Descentralizadas; e

IX – julgamento do processo pela autoridade.

Parágrafo único. No relatório de que trata o inciso VI, a comissão


deverá fazer constar, expressamente, a existência de indícios da prática de outra
infração disciplinar, não submetida ao rito sumário.
Art. 186. O prazo para a conclusão do processo administrativo
disciplinar submetido ao rito sumário não excederá 30 (trinta) dias, contados da
data de publicação do ato de instauração, admitida a sua prorrogação por até 15
(quinze) dias, quando as circunstâncias o exigirem.

Art. 187. O processo administrativo disciplinar de rito sumário rege-


se, subsidiariamente, pelas disposições reguladoras do processo administrativo de
rito ordinário, naquilo que for compatível.

Seção II
Da acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas

Art. 188. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos,


empregos ou funções públicas, a autoridade competente para determinar a
instauração do processo notificará o servidor, por intermédio de sua chefia
imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias, contados da
data da ciência.

§ 1o. Comprovada a desincompatibilização, o expediente será


arquivado, mediante despacho fundamentado.
§ 2o. A não apresentação da opção com a comprovação da
desincompatibilização acarretará a imediata instauração do procedimento sumário.

Art. 189. A portaria inaugural deverá conter os requisitos


estabelecidos no artigo 113 e descrever a materialidade pela indicação dos cargos,
empregos ou funções públicas em situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou
entidades de vinculação, das datas de ingresso, do horário de trabalho e do
correspondente regime jurídico.

Parágrafo único. A opção feita pelo servidor até o último dia de prazo
para defesa configurará sua boa-fé, desde que apresente documento que ateste
seu pedido de exoneração do outro cargo, emprego ou função pública, circunstância
que motivará o arquivamento do processo após a publicação da exoneração.

Art. 190. Caracterizada a responsabilidade do servidor, ser-lhe-á


aplicada a pena de demissão ou destituição de função, devendo ser comunicados os
órgãos ou entidades em relação aos quais estejam vinculados os cargos, empregos
ou funções públicas em situação de acumulação ilegal.

Seção III
Do abandono de cargo

Art. 191. Configura abandono de cargo a ausência intencional e


injustificada do servidor ao serviço por mais de 30 (trinta) dias consecutivos.

Art. 192. Na apuração da infração de abandono de cargo, a indicação


da materialidade se fará com a informação precisa do período continuado de
ausência intencional e injustificada do servidor ao serviço, superior a 30 (trinta)
dias.

Parágrafo único. Na contagem temporal do abandono de cargo,


incluem-se os fins de semana, feriados e pontos facultativos que estejam
compreendidos no período de ausências consecutivas e ininterruptas do servidor.

Seção IV
Da inassiduidade habitual

Art. 193. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem


causa justificada por, pelo menos, 60 (sessenta) dias interpoladamente, durante o
período de 12 (doze) meses.
Art. 194. A portaria de instauração do processo para apuração da
inassiduidade habitual deverá conter os requisitos estabelecidos no artigo 113 e a
descrição da materialidade, com a especificação dos dias de falta ao serviço sem causa
justificada, não compensada ou não abonada, por período igual ou superior a 60
(sessenta) dias interpoladamente, durante o período de 12 (doze) meses.

Parágrafo único. Na contagem temporal da inassiduidade habitual,


não serão computados os fins de semana, feriados e pontos facultativos.

CAPÍTULO IV
DA SINDICÂNCIA ACUSATÓRIA
Art. 195. As irregularidades atribuídas a servidores não policiais do
Departamento de Polícia Federal, presentes indícios da autoria, serão apuradas em
sindicância acusatória quando ensejarem a aplicação de penalidade de advertência
ou de suspensão de até 30 (trinta) dias, observados o contraditório e a ampla
defesa.

§ 1o. O prazo para a conclusão da sindicância acusatória será de 30


(trinta) dias, prorrogável por igual período, a critério da autoridade instauradora,
mediante requerimento fundamentado da comissão sindicante, do qual deverão
constar as diligências já realizadas e as pendentes de realização.

§ 2o. Ocorrendo situação que impeça ou dificulte o prosseguimento


normal das diligências, o sindicante comunicará o fato à autoridade instauradora
para eventuais providências.

Art. 196. Na instrução da sindicância acusatória poderão ser


utilizadas todas as provas admitidas em direito.

Art. 197. Concluída a instrução, a comissão sindicante remeterá os


autos à autoridade instauradora, acompanhados de relatório, com proposta de:

I – arquivamento do processo;

II – aplicação da penalidade de advertência ou suspensão de até 30


dias; ou

III– instauração de processo administrativo disciplinar.

Parágrafo único. Quando no curso da sindicância acusatória forem


detectados indícios de cometimento de irregularidade grave punível com demissão,
cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em
comissão, ou suspensão superior a 30 (trinta) dias, a comissão deverá propor a
instauração de processo administrativo disciplinar.

Art. 198. Aplicam-se à sindicância acusatória as disposições gerais


descritas nesta Instrução Normativa atinentes ao processo administrativo
disciplinar, no que forem compatíveis.

TITULO V

CAPÍTULO I
DA APLICAÇÃO DAS PENAS

Art. 199. Na aplicação da pena serão considerados a natureza e a


gravidade da infração cometida, os danos que dela provieram para o serviço público
e os antecedentes funcionais, na forma dos arts. 45 da Lei n o. 4.878/1965 e 128 da
Lei no. 8.112/1990, além das previsões do Código Penal Brasileiro quanto às
circunstâncias agravantes e atenuantes, às causas de aumento e diminuição da
pena, desde que não constituam elementar da infração, e à ocorrência de concurso
formal, concurso material e de infração continuada.

§ 1o. O concurso de dois ou mais servidores na prática da


transgressão disciplinar é circunstância agravante.

§ 2o. Os antecedentes funcionais deverão ser considerados tanto para


aumentar quanto para diminuir a pena a ser fixada.
§ 3o. O servidor que não possuir qualquer penalidade ou elogio em
seus assentamentos funcionais gozará de bons antecedentes para fins de cálculo da
pena.

§ 4o. A penalidade cancelada não gerará qualquer efeito para fins de


cálculo de pena.

§ 5o. Quando o servidor, mediante uma só ação ou omissão, pratica


duas ou mais transgressões disciplinares, idênticas ou não, ser-lhe-á aplicada a
mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, aumentada de um
a dois terços.

§ 6o. Quando o servidor, mediante mais de uma ação ou omissão,


pratica duas ou mais transgressões disciplinares, idênticas ou não, ser-lhe-ão
aplicadas, cumulativamente, as respectivas penas.

§ 7o. Quando o servidor, mediante mais de uma ação ou omissão,


pratica a mesma infração disciplinar mais de uma vez, nas mesmas condições de
tempo, lugar e maneira de execução e outras semelhantes, devem as subsequentes
ser tidas como continuação da primeira, aplicando-se a pena de uma só das
transgressões, aumentada de um a dois terços.

§ 8o. Na aplicação da pena deverá ser observado ainda o regime


jurídico peculiar de cada categoria de servidor.

§ 9o. O servidor policial pode responder por transgressões previstas


na Lei no. 4.878/1965 e na Lei no. 8.112/1990.

Art. 200. A reincidência genérica ou específica em transgressão


punível com advertência ou repreensão sujeitará o infrator à pena de suspensão.

§ 1o. Configura-se a reincidência quando do cometimento de nova


infração disciplinar punida com advertência, após decisão punitiva anterior,
observado o cancelamento das penas.

§ 2o. O registro de que trata o art. 170 da Lei no. 8.112/1990 não
pode ser considerado para efeitos de reincidência.

Art. 201. Todas as penalidades serão aplicadas por escrito, com


registro nos assentamentos funcionais do servidor e seu cumprimento, quando
possível, ocorrerá imediatamente após a publicação.

Art. 202. A conversão da pena de suspensão em multa será admitida,


excepcionalmente, quando restar devidamente demonstrada pela chefia imediata a
necessidade da continuidade do serviço prestado pelo servidor apenado e a
impossibilidade da execução por outro servidor ou em momento diverso.

§ 1o. A conversão de que trata o caput deverá ser decidida pelo


Corregedor-Geral ou pelo Diretor-Geral, após a publicação da portaria punitiva.

§ 2o. A conversão em multa será na base de 50% (cinquenta por


cento) por dia de subsídio ou remuneração, ficando o servidor obrigado a
permanecer em serviço.

Art. 203. Havendo decisão judicial que impeça a aplicação da


penalidade ao servidor, o processo disciplinar poderá seguir seu trâmite normal até
a manifestação da respectiva Corregedoria, ficando o julgamento e a imposição da
penalidade sujeitos a nova decisão judicial.
CAPÍTULO II
DA EXECUÇÃO DAS PENAS

Art. 204. As penas de advertência e repreensão produzem seus


efeitos com a publicação da portaria punitiva, cabendo ao SEPD/CODIS/COGER, no
âmbito dos órgãos centrais, ao NUDIS, no âmbito das Superintendências Regionais,
e ao Chefe da Delegacia, no âmbito de sua unidade, providenciar a atualização do
SAD e do CGU-PAD, bem como comunicar a publicação da portaria punitiva ao
Setor de Recursos Humanos da unidade onde o servidor estiver lotado, para
registro nos seus assentamentos funcionais.
Art. 205. Publicada a portaria punitiva em boletim de serviço, o chefe
do SEPD/CODIS/COGER, no âmbito dos órgãos centrais, o chefe do NUDIS, no
âmbito das Superintendências Regionais e das Delegacias Descentralizadas,
provocará a chefia do servidor para o imediato cumprimento da pena de suspensão.

§ 1o. O cumprimento da penalidade ocorrerá após a notificação do


servidor.

§ 2o. Caberá ao SEPD/CODIS/COGER acompanhar o cumprimento da


penalidade de suspensão em todas as unidades.

§ 3o. A chefia imediata, após providenciar a notificação pessoal do


apenado, comunicará o período do cumprimento da pena ao SEPD/CODIS/COGER e
à CRH/DGP nos órgãos centrais, ou à Corregedoria Regional e ao Setor de Recursos
Humanos, quando o processo tramitar nas unidades Descentralizadas.

§ 4o. A CRH/DGP, relativamente aos servidores lotados nos órgãos


centrais, ou o Setor de Recursos Humanos, no tocante aos demais servidores,
providenciará o registro do cumprimento da pena nos assentamentos funcionais do
servidor e o desconto dos dias de suspensão na sua remuneração.

§ 5o. Os comprovantes do cumprimento da pena e do desconto dos


dias de suspensão deverão ser arquivados nos autos do procedimento
administrativo disciplinar.

§ 6o. A atualização dos sistemas SAD e CGU-PAD será de


responsabilidade da unidade onde o procedimento tramitou.

§ 7o. ACRH/DGP, relativamente aos servidores lotados nos órgãos


centrais, ou o Setor de Recursos Humanos, no tocante aos demais servidores,
deverão manter registro atualizado relativo ao desconto dos dias de suspensão na
remuneração dos servidores.

Art. 206. O SEPD/CODIS/COGER, no âmbito dos órgãos centrais, o


NUDIS, no âmbito das Superintendências Regionais, e o Chefe da Delegacia, no
âmbito de sua unidade, ficarão responsáveis pelo acompanhamento, no Diário
Oficial da União, das decisões proferidas pelo Ministro da Justiça, relativas aos
procedimentos administrativos disciplinares que tramitarem nas suas
circunscrições, para cumprimento da decisão e comunicação ao Setor de Recursos
Humanos da unidade onde o servidor estiver lotado.

Art. 207. Não impedem a aplicação e o cumprimento da pena de


suspensão a cessão, suspensão preventiva, férias, licença para tratamento de saúde ou
outra licença ou afastamento do servidor.
§ 1o. O período de cumprimento da penalidade poderá coincidir, total
ou parcialmente, com o dos afastamentos citados no caput, devendo ser procedido
ao registro da penalidade nos assentamentos funcionais do servidor e ao desconto
dos dias de suspensão na remuneração.

§ 2o. Em se tratando de servidor aposentado, será realizado tão


somente o registro do fato nos assentamentos funcionais.

Art. 208. Caso o servidor tenha tomado posse em outro cargo público
ou esteja submetido a outro regime jurídico, será encaminhada cópia do processo
administrativo disciplinar ao órgão de lotação atual, para conhecimento e adoção
das medidas cabíveis, visando à aplicação da penalidade no atual órgão de lotação
do servidor.

CAPÍTULO III
DO CANCELAMENTO DAS PENAS

Art. 209. Os registros das penalidades de advertência ou repreensão


e de suspensão serão cancelados após o decurso, respectivamente, de três e cinco
anos de efetivo exercício, contados do cumprimento da pena ou de sua prescrição,
se o servidor, nesse período, não praticar nova infração disciplinar.
Art. 210. Caberá ao chefe do SEPD/CODIS/COGER, no órgão central,
e ao chefe do NUDIS da atual lotação do servidor punido, nas unidades
Descentralizadas, verificar, mensalmente, o cumprimento dos requisitos para o
cancelamento, fazendo a devida comunicação, pela via hierárquica, ao respectivo
dirigente que, por despacho, declarará o cancelamento.

Parágrafo único. O despacho de cancelamento não será publicado.

Art. 211. A penalidade cancelada não gerará qualquer efeito para fins de
cálculo de pena.

TITULO VI
DO PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO, DO RECURSO HIERÁRQUICO E DO
PEDIDO DE REVISÃO

CAPÍTULO I
DO PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO E DO RECURSO HIERÁRQUICO

Art. 212. O procedimento disciplinar poderá ser reanalisado pela


Administração, de ofício ou mediante provocação do interessado, por meio de
pedido de reconsideração ou de recurso dirigido à autoridade competente para
decidi-lo e encaminhado pelas vias hierárquicas.

Parágrafo único. O prazo para interposição do pedido de


reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação da
decisão recorrida, ou da ciência pessoal do interessado, se esta ocorrer antes da
publicação oficial.

Art. 213. A admissibilidade do pedido de reconsideração e do recurso


fica condicionada à sua tempestividade e à legitimidade para recorrer.

Art. 214. A autoridade competente para decidir o pedido de


reconsideração ou o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total
ou parcialmente, a decisão recorrida, no prazo de 30 (trinta) dias.
Parágrafo único. Se o pedido de reconsideração ou o recurso forem
encaminhados a autoridade que não detenha competência para decidir, esta deverá
determinar a remessa imediata à autoridade competente.

Art. 215. Em caso de provimento do pedido de reconsideração ou do


recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato impugnado.

Art. 216. A análise do pedido de reconsideração ou do recurso


hierárquico não poderá resultar no agravamento da pena imposta.

Art. 217. Aplica-se ao processo administrativo disciplinar o princípio da


fungibilidade recursal.

Art. 218. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver


proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado.

§ 1o. Interposto novo pedido de reconsideração, esse será recebido


como recurso hierárquico, remetendo-se à autoridade superior.

§ 2o. O pedido de reconsideração à autoridade originária não é pré-


requisito para a interposição de recurso hierárquico.

§ 3o. É incabível o pedido de reconsideração da decisão que indeferir o


recurso hierárquico.

§ 4o. O pedido de reconsideração interrompe o prazo para


interposição do recurso hierárquico.

Art. 219. Caberá recurso:

I – do indeferimento do pedido de reconsideração; e

II – das decisões originárias e das referentes aos recursos


sucessivamente interpostos.
Art. 220. O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior
à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala
ascendente, às demais autoridades, por intermédio da autoridade a que estiver
imediatamente subordinado o requerente.

Art. 221. O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a


juízo da autoridade competente.

CAPÍTULO II
DA REVISÃO

Art. 222. O procedimento administrativo disciplinar poderá ser


revisto, a qualquer tempo, de ofício ou a pedido do interessado, quando se
aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do
punido ou a inadequação da penalidade aplicada.

§ 1o. A simples alegação de injustiça da penalidade não constitui


fundamento para a revisão, que requer elementos novos ainda não apreciados no
procedimento originário.

§ 2o. Da revisão do procedimento não poderá resultar agravamento


da sanção.
§ 3o. Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do
servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão do procedimento.

§ 4o. No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será


requerida pelo respectivo curador.

Art. 223. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao


requerente.

Art. 224. O requerimento de revisão do procedimento será dirigido ao


Ministro de Estado da Justiça.

Parágrafo único. Admitida a revisão pelo Ministro da Justiça e


recebidos os autos no Departamento de Polícia Federal, serão imediatamente
encaminhados à autoridade instauradora do procedimento originário, que
providenciará a designação de comissão revisora.

Art. 225. A revisão correrá em apenso ao procedimento originário.

§ 1o. Instalada a comissão revisora, será expedida notificação ao


requerente.

§ 2o. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e hora para a


produção de provas e inquirição das testemunhas que arrolar.

§ 3o. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a conclusão


dos trabalhos.

Art. 226. Aplicam-se à constituição e aos trabalhos da comissão


revisora, no que couberem, as normas e procedimentos próprios do processo
administrativo disciplinar.

Art. 227. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a penalidade.

Art. 228. O prazo para julgamento será de 20 (vinte) dias, contados


do recebimento do processo, no curso do qual a autoridade julgadora poderá
determinar diligências.

Parágrafo único. Havendo determinação da realização de diligências,


os autos serão restituídos à comissão.

Art. 229. Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a


penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em
relação à destituição do cargo em comissão que será convertida em exoneração.

Parágrafo único. Quando a penalidade for considerada inadequada, a


autoridade julgadora providenciará sua correção.
TÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 230. Aplicam-se aos procedimentos administrativos disciplinares,


as disposições das Leis no. 4.878/1965, no. 8.112/1990 e no. 9.784/1999 e,
subsidiariamente, a legislação processual brasileira, no que couber.

Art. 231. Compete à Corregedoria-Geral e às Corregedorias Regionais


zelarem pela estrita observância desta Instrução Normativa pelos integrantes das
comissões e sindicantes, adotando mecanismos eficientes de controle.
Art. 232. Os casos omissos serão resolvidos pela Corregedoria-Geral.

Art. 233. Esta Instrução Normativa entra em vigor 30 (trinta) dias


após sua publicação.

Art. 234. Ficam revogadas as Instruções Normativas no. 04/1991 e no.


001/1993-DG/DPF, os artigos 7o. a 14, 18 e 19 da Instrução Normativa no. 02/2004, o
artigo 11 da Instrução Normativa no. 31/2010-DG/DPF, o artigo 13 da Instrução
Normativa n 32/2010-DG/DPF e as Portarias
o.
no. 296/2009 e no.
1.783/2010-DG/DPF.

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