Apostila 1 - Diodos
Apostila 1 - Diodos
Apostila 1 - Diodos
1. SEMICONDUTORES
1.1 INTRODUÇÃO
O ÁTOMO é constituído de um núcleo onde ficam os prótons e os nêutrons.
Em torno do núcleo giram os elétrons distribuídos nas camadas K, L, M, N, O, P, Q.
No núcleo temos carga positiva devido aos prótons, enquanto que na eletrosfera temos carga
negativa que é devida aos elétrons.
Em um átomo neutro ou sem carga elétrica tem-se que o número de elétrons é igual ao
número de prótons. O átomo tende a ficar eletricamente neutro isto é; ficar com o número de
elétrons igual ao número de prótons e se tem excesso de elétrons tende a cedê-los e se tem
falta tende a recebê-los.
Quando o átomo recebe elétrons fica com carga negativa e é denominado de ÍON NEGATIVO
ou ÂNION e quando cede elétrons fica com carga positiva e é denominado de ION POSITIVO
ou CÁTION.
Boro B 5 2 3
Alumínio Al 13 2 8 3
Silício Si 14 2 8 4
Fósforo P 15 2 8 5
Gálio Ga 31 2 8 18 3
Germânio Ge 32 2 8 18 4
Índio In 49 2 8 18 18 3
Arsênio As 31 2 8 18 5
Antimônio Sb 51 2 8 18 18 5
Elétron livre: Quando o elétron sai da última camada do átomo torna se livre e nos
condutores elétricos a corrente elétrica é um fluxo de elétrons livres.
1.4.3 DOPAGEM
Consiste em adicionar ao semicondutor (silício ou germânio) outros elementos químicos de
modo a tornar o número de elétrons livres diferente do número de lacunas.
A impureza adicionada é da ordem de um átomo de impureza para um milhão de átomos de
silício e a concentração depende do dispositivo semicondutor que se deseja obter.
Após a dopagem a resistência elétrica do semicondutor diminui consideravelmente..
1.4.4 DOPAGEM N
Adiciona-se elementos pentavalentes como Fósforo (P), Arsênio (As) e Antimônio (Sb).
Como estes elementos possuem cinco elétrons na camada de valência quatro elétrons
participam das ligações covalentes e o quinto elétron "sobra" tornando-se praticamente livre.
O átomo pentavalente doa um elétron que é considerado livre e após a dopagem N o
número de elétrons livres é muito maior do que o número de lacunas.
Os átomos doadores (P, As, Sb) se tornam Íons positivos ou cátions por que doam elétrons.
1.4.5 DOPAGEM P
Adiciona-se elementos trivalentes como Boro (B), Gálio (Ga), Índio (In) e Alumínio (Al).
Como estes elementos possuem três elétrons na camada de valência falta um elétron para
completar as quatro ligações covalentes. Três ligações covalentes são completadas e a quarta
ligação covalente incompleta é denominada de lacuna.
Os elementos trivalentes (B, Ga, In e Al) criam lacunas na rede cristalina e após a
dopagem P o número de lacunas é muito maior que o número de elétrons livres.
1.5 JUNÇÃO PN
I) Polarização direta.
Terá corrente por que elétrons e lacunas atravessam a junção PN.
O positivo da bateria repele as lacunas do lado P e atrai os elétrons do lado N.
O negativo da bateria repele os elétrons do lado N e atrai as lacunas do lado P.
Perde-se 0,7V para vencer a barreira de potencial da junção e o restante da tensão aplicada
fica no resistor R.
O resistor R limita a corrente na junção PN.
Para uma corrente constante, a tensão da barreira de potencial diminui 2mV a 3mV para cada
grau Celsius de aumento temperatura. Será considerado, neste curso, uma variação de ̶
2mV / °C para a tensão no diodo.
Se VD= 700mV a 25°C tem-se VD= 600mV a 75°C (considerando a mesma corrente).
]
O positivo da bateria atrai elétrons do lado N e o negativo atrai lacunas do lado P fazendo com
que elétrons e lacunas afastem da junção aumentando a camada de depleção. Como “não há
corrente” não terá, também, queda de tensão no resistor R.
VR= R.I sendo I= 0A tem-se VR=0V
A polarização inversa é também denominada de polarização reversa.
Exercício
̶9
1) Sendo a corrente de saturação reversa (IS) igual a 5nA (5.10 A) a uma temperatura
de 25°C determine IS a 85 °C e a 100 °C.
Resp. Is=.................... a 85°C
Is= ................... a 100 °C
2) Sabendo que num diodo de silício passa uma corrente reversa (IR) de 6µA a 20°C e
de 100µA a 80°C determine a corrente de saturação e a corrente de fuga superficial (IFS)
sendo que a tensão reversa aplicada se manteve constante.
IR = IS + IFS
Resp: IS=.................... a 20°C IS=.................... a 100°C
IFS=................... ... a 20°C IFS=.................... a 100°C
O fabricante fornece a tensão reversa máxima (VRM) e a corrente direta (IF) máxima que o
diodo suporta.
A Anodo
K Catodo
I) Polarização direta.
Neste caso tem-se corrente no diodo que é limitada pelo resistor R.
I = ( V – 0,7V ) / R
Fica uma tensão de 0,7V no diodo devido à tensão da barreira de potencial (0,7V para o
diodo de Si e 0,3V para o de Ge).
No circuito acima, para se ter uma corrente de 20 mA, o resistor R deverá ser:
R= VR / I R = (V – 0,7V) / 20 mA
R = 4,3V / 20 mA = 215Ω.
I = 0A
VR = 0V
VD = 5V
O diodo, na polarização direta, não comporta exatamente como uma chave fechada devido à
tensão de 0,7V no mesmo, no entanto se a tensão de entrada for muito maior do que 0,7V a
tensão no diodo poderá ser desprezada.
Exemplo:
1) Calcule a corrente de saturação num diodo de silício sendo a tensão no mesmo
700mV e a corrente igual a 100mA. Considere n=1 e a temperatura igual a 27°C ou 300K.
Solução:
Na maioria das aplicações considera-se o diodo como IDEAL e com isto tem-se, na
polarização direta, uma resistência nula e na polarização reversa uma resistência
infinita. O diodo IDEAL com polarização direta comporta como uma chave fechada e
com polarização reversa comporta como chave aberta.
Na prática, o diodo REAL tem uma resistência direta muito baixa e uma resistência
reversa muito alta.
A principal característica do diodo é a de conduzir somente num sentido e por isto, é
denominado de dispositivo UNIDIRECIONAL.
13) Abaixo, considere VF= 0,7V e preencha a tabela de acordo com o circuito.
Este circuito comporta como uma porta lógica OR onde S = A + B (S é igual a A ou B).
Este circuito comporta como uma porta lógica AND onde S = A . B (S é igual a A e B).
20) Sendo V= 5V determine o resistor R para se ter uma corrente de 20mA no diodo.
R =.................. R = ( V – VD) / I
22) Calcule a resistência dinâmica ou resistência ca do diodo para uma corrente de 20mA.
rd= 26mV / ID Equação válida para pequenas variações em torno do ponto de operação e
após o joelho da curva.
rd=....................
rd= 26mV / ID + rB onde rB é a resistência de corpo do diodo e como rB < 2Ω é desprezada na
maioria das aplicações. rB é a resistência de contato entre os terminais metálicos externos e o material
semicondutor.
A resistência dinâmica do diodo é a variação da tensão dividida pela variação da corrente no mesmo.