Capacitores MOS
Capacitores MOS
Capacitores MOS
PROJETOS 03 E 04
CAPACITORES MOS
03/05/2006
1
OBJETIVOS
INTRODUÇÃO TEÓRICA:
Trataremos aqui de alguns dos conceitos mais importantes para avaliar os resultados das simulações
e responder às questões dos exercícios. Será dada prioridade ao entendimento desses conceitos,
ficando o detalhamento matemático por conta do material bibliográfico citado no final do relatório.
Veremos adiante que ele é alcançado quando a tendência de difusão dos elétrons contra o
gradiente de concentração (da região mais concentrada para a menos concentrada) é
contrabalançada pela tendência de deriva a favor do gradiente de potencial elétrico (do menor
potencial para o maior). Não iremos considerar aqui as forças devidas aos campos magnéticos.
Entenda-se “concentração” de elétrons como o grau de ocupação dos estados energéticos. Este,
assim como a função de distribuição que o determina (função de Fermi-Dirac), é definido a seguir.
É a função cujo valor expressa o grau médio de ocupação dos estados energéticos (“posições”
quânticas) dos elétrons. Segundo o princípio de exclusão de Pauli, cada estado admite apenas 1
elétron. Assim, o que essa função traduz é simplesmente a probabilidade que cada um desses
estados tem de estar preenchido. Em outras palavras, ela indica a fração dos átomos de um certo
material em que cada estado se encontra ocupado.
Os elétrons, atraídos pelos núcleos, tendem a preencher os estados quânticos disponíveis a partir dos
que têm menor energia potencial. A 0 Kelvin, não existe nenhum movimento ou oscilação que afete
essa tendência e, portanto, todos os estados até um determinado nível energético estão sempre
ocupados e todos os outros estão vazios, em todos os átomos. Isso estabelece um limiar de energia
abaixo do qual a função de Fermi vale “1” (100 % de ocupação) e, acima, vale “0”. Esse limiar é
2
chamado de nível de Fermi e é a referência a partir da qual podemos dizer se um determinado
estado energético tem probabilidade maior de ser encontrado preenchido ou vazio.
No zero absoluto, portanto, existe uma descontinuidade na função de distribuição (de “1” para “0”)
em torno do nível de Fermi, resultando em um gradiente do grau de ocupação, ou da concentração,
infinito neste ponto. No entanto, não acontece nenhuma “difusão” por conta disso, pois não existe
nenhuma energia cinética para tal: as energias potenciais não variam e nunca um elétron irá migrar
para um estado superior ao seu.
Acima de 0 Kelvin, as oscilações de energia potencial dadas pelas vibrações permitem essa
“difusão” entre os níveis mais externos: alguns elétrons passam para estados superiores vazios,
disponibilizando suas posições para outros elétrons, que, ao ocupá-las, também deixam vagas as
suas, e assim por diante. Isso faz com que a função deixe de mudar abruptamente de “1” para “0”
no nível de Fermi e passe a ser contínua neste ponto.
A temperatura afeta muito mais essa função nos estados próximos ao nível de Fermi, onde os
gradientes de concentração são maiores. Quanto maior for a temperatura, mais elétrons tendem a
“difundir” para os estados superiores vizinhos, menos ocupados, de forma a reduzir esses
gradientes. Naturalmente muitos elétrons também retornam aos níveis anteriores e acaba ocorrendo
um movimento contínuo de “vai e vem” através dos estados vizinhos do nível de Fermi.
onde f(ε) é a função de Fermi-Dirac, que representa o grau de ocupação de cada estado energético;
ε é energia potencial do estado em questão;
εf é a energia de referência, chamada nível de Fermi, em que o grau de ocupação é ½;
K é a constante de Boltzmann;
T é a temperatura absoluta da região em que a função é aplicada.
Nos condutores sólidos, a qualquer temperatura todos os estados energéticos até pelo menos a base
da banda de condução, inclusive, são totalmente ocupados. Portanto, necessariamente o nível de
Fermi está dentro dessa banda.
Nos semicondutores intrínsecos (sem dopantes) a 0 Kelvin, todos os estados até a banda de
valência, inclusive, estão ocupados e não há nenhum elétron na banda de condução. Assim, o nível
de Fermi se situa em algum lugar entre ambas, na banda proibida. Além disso, as distribuições das
densidades de estados disponíveis no topo da primeira e na base da segunda são mais ou menos
simétricas com relação ao nível de Fermi – ver ref. Bibliográfica [1]. Isso, portanto, o posiciona
próximo ao centro da banda proibida. O aumento da temperatura faz com que cada elétron que
atinja a banda de condução deixe um estado vago na de valência, e dada a simetria citada acima,
não há variação significativa do nível de Fermi em função da temperatura.
3
Já nos semicondutores extrínsecos tipo “N”, temos todos os estados até a banda de valência
completos e o primeiro estado da banda de condução parcialmente ocupado, com grau muito menor
que ½ . Com isso, o nível de Fermi também fica na banda proibida, porém mais próximo à banda de
condução. Com o aquecimento, o número de elétrons nesta e o de estados vazios na de valência
aumentam igualmente, deslocando o nível de Fermi em direção ao centro da banda proibida.
O oposto ocorre para semicondutores extrínsecos tipo “P”: como a banda de valência é a primeira
parcialmente ocupada, porém com grau muito maior que ½, o nível de Fermi se encontra próximo a
ela, na banda proibida; o aumento da temperatura aqui também tende a deslocá-lo para o centro.
De maneira bastante simplificada, pode-se dizer que as transferências de elétrons entre os átomos
ocorrem através dos estados vagos (verificar). Como esses são muito mais numerosos nas bandas
de condução e de valência (conforme a função de distribuição), é através dessas bandas que as
correntes fluem, obedecendo à tendência que for maior, de difusão ou de deriva.
No momento em que dois materiais com níveis de Fermi diferentes são colocados em contato,
mesmo que no primeiro momento não haja diferença de potencial entre eles, será iniciada certa
transferência de elétrons de um para o outro devida à diferença de concentrações destes nas bandas
de condução ou de valência (corrente de difusão). Isso faz crescer uma diferença de potencial (ddp)
que se contrapõe a esse movimento de difusão e também produz movimento de elétrons no outro
sentido (corrente de deriva). Quando as duas tendências se equiparam, o equilíbrio é estabelecido.
A despeito das variações dos potenciais e dos graus de ocupação das bandas externas ao longo dos
materiais, no equilíbrio nenhum ponto tem tendência maior que outro de receber ou perder elétrons
(é por isso que o fluxo líquido é nulo). Como essa tendência é dada pelo “balanço” entre as energias
potenciais dos estados e os seus graus de ocupação, podemos afirmar que no equilíbrio, em todos os
pontos, os estados com o mesmo grau de ocupação têm a mesma energia potencial.
O nível de Fermi é apenas um desses estados em que o grau de ocupação é constante, que, neste
caso, vale ½. No equilíbrio, portanto, a sua energia potencial também será a mesma em qualquer
ponto. Isso também permite afirmar que, se existir qualquer corrente entre dois pontos, certamente
os níveis de Fermi destes terão energias potenciais diferentes (já que os graus de ocupação são os
mesmos) e que a corrente sempre fluirá no sentido em que essa energia potencial é menor.
Como ele representa uma energia potencial, dividindo seu valor pela carga do elétron temos o
potencial correspondente. Se a unidade utilizada para expressar a energia for eV (elétron-volt), a
unidade do potencial de Fermi será V (volt).
Assim, e considerando o que foi visto logo acima sobre o Nível de Fermi e o equilíbrio, podemos
dizer que, quando medimos a tensão entre dois pontos quaisquer, na verdade estamos medindo a
diferença entre os seus potenciais de Fermi. Da mesma forma, os valores de potencial elétrico
atribuídos aos diversos pontos de um circuito, material etc., se referem ao potencial de Fermi
(verificar).
4
O Nível de Fermi e a Função Trabalho
A função trabalho dos materiais é definida como a energia média necessária para arrancar os
elétrons menos ligados dos seus átomos. O nível de Fermi é uma excelente estimativa da energia
potencial mais provável desses elétrons. Assim, a função trabalho é dada pela diferença entre a
energia potencial dos elétrons “no vácuo” (que é zero, pois nele os elétrons já estariam totalmente
desligados dos átomos) e o nível de Fermi.
Outra grandeza relacionada é a afinidade eletrônica dos materiais, que corresponde à diferença
entre a energia dos elétrons “no vácuo” e a energia da base da banda de condução.
Estes são formados por junções de metais com diferentes níveis de Fermi, o que implica em
diferentes concentrações de elétrons nas bandas de condução de ambos para um mesmo potencial e,
portanto, na difusão destes e criação de uma ddp, conforme já citado. Como a variação da
temperatura da junção não muda muito a quantidade de elétrons livres, pois os materiais são
condutores, a atuação desta na ddp formada é devida principalmente à variação correspondente da
energia cinética destes elétrons. Se as extremidades opostas de cada fio do termopar também forem
unidas, também será criada um0a tensão nessa nova junção, correspondente à sua temperatura. A
tendência de difusão da junção mais quente irá sobrepujar a da mais fria, gerando uma corrente
proporcional à diferença entre as tensões (ou entre as temperaturas). Um voltímetro conectado em
série pode medir a diferença entre as duas tensões, da qual pode-se calcular a diferença entre as
temperaturas. Enquanto o circuito estiver fechado, os elétrons difundidos acabam retornando pela
malha, o que faz com que essa difusão não cesse e a corrente continue circulando indefinidamente.
A energia que a mantém é fornecida termicamente pelo ambiente, pois os elétrons difundidos
através da barreira de potencial da junção mais quente são aqueles que têm maior energia total, o
que diminui um pouco a energia térmica média (temperatura) da região de onde eles partem e
permite a transferência de calor do ambiente para essa região, repondo a energia consumida.
Depleção e Acumulação
Quando os materiais com níveis de Fermi diferentes postos em contato são condutores, a diferença
de potencial criada faz com que as cargas fiquem acumuladas na interface, atraídas pelo campo
elétrico. Diz-se que, neste caso, as cargas são peliculares.
Se algum dos materiais for semicondutor (ou os dois), também haverá a acumulação naquele em
que as cargas a serem geradas forem portadores. Se forem íons, eles não se deslocam para a
interface pela atração eletrostática, permanecendo em suas posições originais; ao contrário, os
portadores é que são afastados, ou depletados, para a criação dessas cargas. Com a mesma diferença
de potencial, quanto menor for a dopagem maior será a espessura da região de depleção, pois os
íons são justamente os dopantes e, portanto, mais espaço deverão ocupar.
Assim, a região em que ocorre a acumulação é condutora e a região depletada, por ter seus
portadores afastados, isolante.
O Capacitor MOS
Maiores detalhes sobre o capacitor MOS serão dados nas respostas às questões dos exercícios. Aqui
serão abordados os conceitos mais importantes.
O MOS é um capacitor em que uma das placas é composta por um metal, o dielétrico pelo óxido de
silício e a outra placa pelo substrato de silício dopado; daí, a designação MOS. O terminal ligado à
placa metálica recebe o nome específico de porta (gate).
5
O Campo Elétrico e o Potencial ao Longo do Óxido no Capacitor MOS
Num óxido ideal o campo elétrico é constante, já que as placas são paralelas e não há cargas que o
modifiquem conforme se percorre esse óxido.
Se considerarmos apenas o campo elétrico, e não a resistência do óxido, a energia potencial de uma
carga que pudesse atravessá-lo iria variar linearmente, pois esse percurso seria feito sob força
eletrostática constante (no sentido a favor dessa força, a energia aumentaria e, contra ela,
diminuiria). O potencial elétrico, portanto, também iria variar linearmente.
A densidade de cargas na região depletada é praticamente a mesma dos dopantes, pois os portadores
majoritários fornecidos por estes é que são afastados pelo campo elétrico, deixando os íons. Assim,
pode-se dizer que a densidade de cargas é constante para uma dopagem homogênea.
Na interface entre o óxido e o silício, o campo elétrico é máximo, pois todas as cargas positivas
estão de um lado e as negativas do outro. Conforme se percorre a região de depleção no sentido do
substrato, as cargas que vão ficando para trás compensam gradativamente as do óxido, que têm
polaridade oposta. Com isso, a “carga líquida” diminui linearmente até o final da região de
depleção, onde será nula. Isso faz com que o campo elétrico também diminua linearmente ao longo
da região de depleção no sentido do substrato.
O deslocamento de uma carga através de um campo elétrico que varia linearmente resulta em
variação parabólica da sua energia potencial e, portanto, do potencial elétrico.
Tomemos como exemplo capacitores de substrato N, sendo os efeitos similares para os do tipo P.
Na depleção, o deslocamento dos potenciais das bandas de condução e de valência também desloca
as concentrações de elétrons nessas, por conta do equilíbrio termodinâmico. Isso afasta a banda de
condução do nível de Fermi e aproxima a banda de valência, aumentando a probabilidade de criação
de lacunas nesta (que são minoritárias em materiais do tipo N). Devido à alta declividade da função
de distribuição em torno do nível de Fermi, essa probabilidade somente passa a ser significativa se o
deslocamento for tal que a diferença do nível de Fermi para a banda de valência chegue a ser tão
pequena quanto a “natural” para a banda de condução (antes da depleção). A partir desse ponto,
temos o efeito chamado de “inversão”, caracterizado, neste exemplo, pela presença substancial de
portadores típicos de substrato P (lacunas) dentro da região de depleção do substrato N.
A inversão acontece na região mais próxima à interface com o óxido, onde o deslocamento do
potencial (e das bandas) é maior. A diferença de potencial em que ele ocorre é chamada de tensão
de limiar, VT (threshold). A partir desse valor, qualquer aumento da tensão entre as placas gera
aumento somente da tensão sobre o óxido; no substrato, o efeito é o aumento da quantidade de
portadores próximos à interface e a conseqüente redução da resistividade dessa região. A
profundidade da depleção e a diferença de potencial nela, portanto, são limitadas pelos valores
correspondentes à tensão de limiar.
Nota: a região da inversão é o “canal” dos transistores MOS; ele pode ser “aberto” ou “fechado”
aplicando entre a porta e o substrato níveis de tensão maiores ou menores que VT.
6
EXERCÍCIO 1: CAPACITOR MOS EM SUBSTRATO P
7
x (μm)
SUPREM
SUPREM SUPREM
SUPREM
Si3N4
SiO2 SiO2
P P P P
x (μm)
SUPREM SUPREM
SUPREM SUPREM
SiO2
P P P P
x (μm)
P P P P
x (μm)
SUPREM SUPREM
SUPREM
Al
SiO2
P P P
8
b) O arquivo simulado.
TITLE CAPMOS
INITIALIZE SILICON <100> BORON CONCENTR=10E15 DX=2E-3 + THICKNES=0.75
DIFFUSION WETO2 TEMPERAT=1050 TIME=35
ETCH OXIDE
DIFFUSION WETO2 TEMPERAT=950 TIME=35
DEPOSITION THICKNES=0.1 NITRIDE
DIFFUSION NITROGEN TIME=20 T.RATE=10 TEMPERAT=800
DEPOSITION OXIDE TEMPERAT=1000 THICKNES=0.4
DIFFUSION NITROGEN TEMPERAT=1000 T.RATE=-25 TIME=8
ETCH OXIDE
ETCH NITRIDE
ETCH OXIDE
DIFFUSION DRYO2 TEMPERAT=1000 TIME=30
PRINT OXIDE LAYERS FILENAME=MOS_SP1.REP LINES/PA=1000
DEPOSITION POLYSILI TEMPERAT=650 PRESSURE=2E-6 THICKNES=0.4
DIFFUSION PHOSPHOR SOLIDSOL TEMPERAT=1050 TIME=40
DEPOSITION OXIDE THICKNES=0.4
ETCH OXIDE
DEPOSITION ALUMINUM THICKNES=0.5
DIFFUSION NITROGEN TEMPERAT=450 TIME=30
PLOT NET ACTIVE
PRINT NET ACTIVE CONCENT FILENAME=MOS_SP2.REP LINES/PA=1000
ELECTRICAL FILE.OUT=ELC1.REP
BIAS LAYER=3 V.MAJORI=1
END.ELECTRICAL
STOP
Nota: Não foi utilizado o comando “STEP”; em vez disso, as polarizações da porta foram
alteradas em simulações sucessivas modificando o parâmetro “V.MAJORI” (pareceu-nos mais
prático proceder dessa forma). A polarização efetiva variou entre -1,35 a 1,02 V.
Xox = 31 nm.
Capacitor MOS
1,00E+20
1,00E+19
Densidade de Carga Ativa (cm-3)
Silício Poli N+
Substrato P
1,00E+18
Alumínio
1,00E+17
Óxido
1,00E+16
1,00E+15
1,00E+14
1,00E+13
1,00E+12
0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 1,200 1,400
Profundidade (μm)
9
Nota: A concentração efetiva de dopante no substrato foi reduzida na região próxima à
interface, devido à difusão do fósforo do silício poli através do óxido, ficando em torno de
6E15 at/cm3.
e) Calcular os valores da tensão de banda plana (Vfb) e de limiar de inversão (Vt) deste capacitor.
Observação 2: o SUPREM considera o óxido sem cargas. Nos cálculos, utilizamos a carga
especificada no exercício e, adiante, veremos que isso também irá determinar algumas
divergências com os resultados da simulação.
Dados:
Φ(m) = 4,15
eV
χ(Si) = 4,15 Φ(Si) = 5,05
M O S
P
M
Εc
Εi
Εf
Εv
10
Φ(ms) = -0,90 E0
Vox = 0,49
0,7
Qss/Cox = 0,29
1,00
Porta
Óxido
Substrato
Vg = 1,02 (inversão)
Vg = -0,48 (depleção)
0,00
Vg = -0,88 (banda plana)
Vg = -0,98 (acumulação)
-1,00
-1,50
0,85 0,95 1,05 1,15 1,25 1,35 1,45
Profundidade (μm)
Como se pode ver, para tensões de porta entre -0,88 e +0,25 V, o capacitor se encontra em
depleção, com o potencial φs e a profundidade de depleção acompanhando o aumento dessa
tensão. A partir da inversão, essas duas variáveis praticamente não mudam mais e somente a
tensão no óxido varia com Vg. Também pode-se notar o aspecto parabólico das curvas de
11
potencial na depleção. A acumulação é observada em Vg de -0,98 e -1,35 V, com a nítida
concentração das cargas na região da interface.
Pode-se notar também que, na depleção, as declividades das curvas ao passarem do óxido para
o substrato caem na razão de aproximadamente 1/3. Isso porque o campo elétrico neste é cerca
de três vezes menor no óxido, o que é coerente com a relação entre as permissividades de
ambos. Após a inversão essa relação é maior, pois os portadores criados limitam o valor do
campo elétrico.
i) Determine a tensão de limar de inversão do capacitor graficamente (φs = 2φf) e compare com o
valor teórico.
Idem ao exercício 1, porém com Substrato dopado com Fósforo, ND = 1.1015 cm-3.
b) O arquivo simulado.
Xox = 31 nm.
12
Capacitor MOS
1,00E+20
Silício Poli N+
1,00E+19
Substrato N
Densidade de Carga Ativa (cm-3)
Alumínio
1,00E+18
Óxido
1,00E+17
1,00E+16
1,00E+15
1,00E+14
1,00E+13
1,00E+12
0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 1,200 1,400
Profundidade (μm)
e) Calcular os valores da tensão de banda plana (Vfb) e de limiar de inversão (Vt) deste capacitor.
Observação 4: tal como no exercício 1, será utilizada a caga no óxido especificada, o que
também gerou algumas divergências entre os resultados, já que o SUPREM considera o óxido
sem cargas.
Dados:
13
f) Apresentar o diagrama de bandas de energia do capacitor projetado, em duas condições:
Φ(m) = 4,15
eV
χ(Si) = 4,15 Φ(Si) = 4,41
M O S
N
M
Εc
Εi
Εf
Εv
Εc
Εf
Εi
φs Εv
14
Capacitor MOS - substrato N
0,75
Substrato
Porta
Óxido
0,25
Potenciais (V)
-0,25
Vg = 0,56 (acumulação)
Vg = 0,00 (acumulação)
-0,75
Vg = -0,21 (banda plana)
Vg = -0,49 (depleção)
Vg = -1,54 (inversão)
-1,75
0,85 0,95 1,05 1,15 1,25 1,35 1,45
Profundidade (μm)
Para tensões de porta maiores que -0,21 V (banda plana), o capacitor se encontra em
acumulação (onde se pode observar a pequena profundidade das cargas); abaixo desse valor e
até a tensão de limiar (-1,29 V), ele está em depleção e, abaixo desta, entra na inversão
(caracterizada pelo fato de φs ter atingido um limite, dado por 2.φf).
É interessante notar que φs não decai parabolicamente como era de se esperar para uma
distribuição de cargas uniforme. Como o gráfico das concentrações mostra, de fato a dopagem
decresce com a profundidade, o que “prolonga” o decaimento do potencial. Isso dificulta a
determinação gráfica da profundidade da depleção para tensões baixas, pois não deixa muito
claro o ponto em que se deve considerar que o potencial φs foi a zero.
i) Determine a tensão de limar de inversão do capacitor graficamente (φs = 2φf) e compare com o
valor teórico.
15
- Nota: a princípio, deveria haver uma diferença maior entre os dois valores, visto que o
SUPREM considera o óxido ideal (sem carga). A transição entre a depleção e a inversão não
ocorre exatamente em um “ponto” mas é gradual, daí as variações na determinação de Vt.
O elemento implantado foi Boro, aumentando a dopagem já existente do mesmo. Isso aumenta
todas as tensões de porta necessárias para um mesmo potencial de superfície (φs). O motivo é
que a conseqüente redução da profundidade de depleção faz com que uma parcela maior da
soma Vox + φs se concentre no óxido, aumentando a tensão necessária na porta para um dado
potencial de superfície.
TITLE CAPMOS
INITIALIZE SILICON <100> BORON CONCENTR=10E15 DX=2E-3 + THICKNES=0.75
DIFFUSION WETO2 TEMPERAT=1050 TIME=35
ETCH OXIDE
DIFFUSION WETO2 TEMPERAT=950 TIME=35
DEPOSITION THICKNES=0.1 NITRIDE
DIFFUSION NITROGEN TIME=20 T.RATE=10 TEMPERAT=800
DEPOSITION OXIDE TEMPERAT=1000 THICKNES=0.4
DIFFUSION NITROGEN TEMPERAT=1000 T.RATE=-25 TIME=8
ETCH OXIDE
ETCH NITRIDE
ETCH OXIDE
DIFFUSION DRYO2 TEMPERAT=1000 TIME=30
IMPLANT BORON ENERGY=30 DOSE=1.5E12
DIFFUSION NITROGEN TEMPERAT=1000 TIME=30
DEPOSITION POLYSILI TEMPERAT=650 PRESSURE=2E-6 THICKNES=0.4
DIFFUSION PHOSPHOR SOLIDSOL TEMPERAT=1050 TIME=40
DEPOSITION OXIDE THICKNES=0.4
ETCH OXIDE
DEPOSITION ALUMINUM THICKNES=0.5
DIFFUSION NITROGEN TEMPERAT=450 TIME=30
PLOT NET ACTIVE CMIN=1E13
PRINT NET ACTIVE CONCENT FILENAME=MOS_SP2.REP LINES/PA=1000
ELECTRICAL FILE.OUT=ELC1.REP
BIAS LAYER=3 V.MAJORI=1
END.ELECTRICAL
STOP
16
c) Apresentar o gráfico do perfil de dopantes ativos da estrutura resultante.
Capacitor MOS
1,00E+20
1,00E+19
Densidade de Carga Ativa (cm-3)
Substrato P
Silício Poli N+
Óxido
Alumínio
1,00E+18
1,00E+17
1,00E+16
1,00E+15
1,00E+14
1,00E+13
1,00E+12
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4
Profundidade (μm)
d) Apresentar os gráficos de potencial do capacitor MOS para Vg de modo que o capacitor esteja
em acumulação, banda plana, depressão, 0 V, limiar e inversão. Explique a diferença com
relação aos gráficos do exercício 1.
Óxido
Substrato
Vg = 0,52 (depleção)
0,50
-0,50
Seqüência3
-1,00
-1,50
0,85 0,95 1,05 1,15 1,25 1,35 1,45
Profundidade (μm)
17
e) Determine o valor de Xdmax (profundidade máxima de depressão) graficamente e compare
com o valor obtido teoricamente.
- Nota: foi estimada, a partir do gráfico, a concentração média de dopante de 3E16 at/cm3.
Como já mencionado, essa cálculo é apenas aproximado dada a distribuição não homogênea
das cargas.
CONCLUSÃO
Das diversas conclusões que podem ser tiradas a partir de tudo o que foi visto, destacamos o fato de
que a dopagem do substrato funciona, no ajuste das tensões de porta, como uma espécie de “ganho”
dos potenciais de superfície, ou seja: quanto maior a dopagem, maiores as tensões de porta
necessárias para produzir tais potenciais e, com isso, levar o capacitor para os modos desejados.
Com isso, podem-se produzir capacitores com as tensões de limiar que sejam convenientes às
aplicações destes, como os diversos transistores MOS.
BIBLIOGRAFIA
[1] EISBERG, Robert, RESNICK, Robert; Física Quântica; Rio de Janeiro - RJ, Elsevier; 1979,
22ª tiragem.
[2] FURNARI, Laura; Física do Estado Sólido; São Paulo – SP, Fatec.
[3] NICOLETT, Aparecido S.; Dispositivos Semicondutores I (apostila); São Paulo – SP, Fatec –
MPCE.
18