Fundamentos Do Desenho Técnico - Gilson Jandir de Souza

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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA

DE SANTA CATARINA - UNIDADE SÃO JOSÉ

ÁREA DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Fundamentos do Desenho Técnico

Professor: Gilson Jandir de Souza Agosto de 2008

Aluno:..................................................Tturma:..................Desenho Técnico A
Fundamentos do Desenho Técnico 1

Apresentação

A noção de espaço, pensamento visual é de extrema importância para o desenvolvimento


psíquico da pessoa, uma vez que permite a integração de inúmeras funções mentais. Esta
integração ocorre através do desenho que representa graficamente o mundo que nos cerca
concretizando até os pensamentos abstratos, contribuindo para a saúde mental.
Hoje mais do que nunca as competências e habilidades requeridas pela organização da
produção são: criatividade; autonomia e capacidade de solucionar problemas, pois a era industrial
já se foi.
Assistimos nos últimos tempos um pensamento que a computação gráfica seria a salvação
da pátria, ou seja, a ferramenta do futuro, não demorou muito para percebemos que é apenas mais
uma ferramenta que não substitui a etapa mais criativa, a execução do esboço. Esta etapa deve
fazer parte de todo desenho sendo necessário apenas lápis e folha em branco e sempre será mais
eficiente que o computador. Este por sua vez deve ser usado para facilitar o emprego de normas
técnicas e tarefas repetitivas, dando espaço para o processo criativo.
A leitura e a interpretação da linguagem gráfica são desenvolvidas com a prática do desenho de
uma forma parecida com a alfabetização, passando a ser uma habilidade fundamental para o
estudante de curso técnico, pois possibilita o uso desta ferramenta base para desenvolver várias
competências.
Fundamentos do Desenho Técnico 2
SUMÁRIO

Introdução...............................................................................................................................3
Comentários............................................................................................................................6
Unidade I: CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO DESENHO GEOMÉTRICO.........................6
Exercícios de construções geométricas.....................................................................18

Unidade II. DESENHO A MÃO LIVRE.................................................................................21


Exercícios propostos..................................................................................................30

Unidade III. SÓLIDOS GEOMÉTRICOS...............................................................................36


Exercícios propostos .................................................................................................40
Unidade IV: ESBOÇO EM PERSPECTIVA .........................................................................41
Exercícios propostos..................................................................................................50

Unidade V: PROJEÇÕES ORTOGONAIS...........................................................................56


Exercícios propostos..................................................................................................67
Bibliografia.....................................................................................................................94
Fundamentos do Desenho Técnico 3
Introdução

Este trabalho tem como pretensão mostrar os fundamentos do desenho técnico e


desenvolver as habilidades mínimas necessárias para que um técnico de refrigeração e ar
condicionado.
A seqüência dos conhecimentos passados, habilidades a serem desenvolvidas, são
apresentadas de maneira lógica, portanto são cumulativos, ou seja, a cada novo conhecimento o
aluno mantém o uso dos anteriores.
Iniciaremos com os fundamentos da geometria plana, onde utilizaremos o compasso para
solucionar problemas de construções geométricas. Veremos técnicas de traçados à mão livre para
usarmos nas construções de esboços no plano.
Em seguida partiremos de modelos sólidos para fazer a sua representação em forma de
perspectiva e planificações a mão livre.
Finalmente trabalharemos com projeções ortogonais a mão livre, vários exercícios, com o objetivo
de aprimorar a visão espacial e conhecer a representação através de vistas.
Esta disciplina Desenho Técnico A é a primeira de uma série de três, a única sem o auxílio
do computador. Tem como principal objetivo passar os fundamentos de desenho técnico para
facilitar o prosseguimento do processo de construção do conhecimento e desenvolvimentos de
habilidades na área de desenho a mão livre e também no Desenho Auxiliado por Computador
(DAC).
Fundamentos do Desenho Técnico 4
Comentários

Desenho
O desenho é a arte de representar graficamente formas e idéias, à mão livre (esboço), com
o uso de instrumentos apropriados (instrumental) ou através do computador e software específico.
Pode ser:
• Desenho Livre (artístico)
• Desenho Técnico
O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que tem por finalidade a
representação de forma, dimensão e posição de objetos de acordo com as diferentes necessidades
requeridas pelas diversas áreas técnicas.
Utilizando-se de um conjunto constituído de linhas, números, símbolos e indicações escritas
normalizadas internacionalmente, o desenho técnico é definido como linguagem gráfica universal
da área técnica.

Origem do desenho
Sabemos que o homem já usava desenhos para se comunicar desde a época das cavernas.
O primeiro registro do uso de um desenho com planta e elevação está incluído no álbum de
desenhos da livraria do Vaticano desenhado por Giuliano de Sangalo no ano de 1490.
Em 1795, Gaspar Monge, publicou uma obra com o título “Geometrie Descriptive” que é a
base da linguagem utilizada pelo desenho técnico.
No século XIX com a revolução industrial, a Geometria Descritiva, foi universalizada e
padronizada, passando a ser chamada de Desenho Técnico.

Tipos de desenho técnico


O desenho técnico é dividido em dois grandes grupos:
• Desenho não-projetivo – na maioria dos casos corresponde a desenhos resultantes dos
cálculos algébricos e compreendem aos desenhos de gráficos, diagramas, esquemas,
fluxograma, organogramas, etc.

Fluxograma de uma casa de máquinas – Sistema de Refrigeração.


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• Desenho projetivo – são os desenhos resultantes de projeções do objeto em um ou mais
planos de projeção e correspondem às vistas ortográficas e as perspectivas.
Exemplos no projeto de: máquinas; edificações; refrigeração; climatização; tubulações; móveis;
produtos industriais, etc.

Perspectiva Vista cotada (com as dimensões)


Materiais para uso

• Lapiseira ou Lápis
Usados na construção do esboço ou pré-projeto.
A lapiseira é sempre mais conveniente para o desenho
técnico, pelo fato de manter um traço uniforme e evitar o
serviço de preparo da ponta.
Encontramos lapiseiras com grafite nas espessuras 0,3 ; 0,5 e
0,7 milímetros.
O grafite recebe a seguinte classificação 8H 7H 6H 4H – duros; 3H 2H H F HB B – médios; 2B 3B
4B 5B 7B – moles. Os grafites mais moles são mais escuros, indicados para os traços definitivos.
Para simplificar o trabalho pode-se usar a lapiseira com 0,5 mm (espessura média) e dureza HB
(média).
• Régua graduada
Usaremos apenas em conjunto com o compasso para nas construções geométricas.
• Borracha
A borracha deve ser do tipo macia, com capa protetora, própria
para apagar grafite, servindo também para limpar o papel, das manchas
dos dedos ou borrões que estragam a aparência de um desenho já
terminado.
• Compasso
É empregado principalmente para na construção circunferências, arcos e
transportes (cópias) de distâncias. O compasso simples (figura ao lado) para
grafite deve ter as seguintes características:
1. Ponta seca ou de metal bem fina.
2. Grafite apontada lateralmente a 75º.
3. Articulações ajustáveis.
4. Cabeça para giro.
Fundamentos do Desenho Técnico 6
Unidade I - CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO DESENHO GEOMÉTRICO

Geometria significa (em grego) medida de terra; geo = terra e metria = medida.
Ao nosso redor estamos cercados de formas geométricas, é só observar.
Você terá mais facilidade para ler e interpretar desenhos técnicos se for capaz de relacionar objetos
com as figuras geométricas.
Cada figura geométrica é formada por elementos geométricos: ponto; segmento de reta; segmento
de plano, etc.

1.1 - Elementos fundamentais da geometria

Os elementos fundamentais da geometria são: ponto; linha; plano e sólido.


Símbolos convencionais usados na geometria:

Ponto
O ponto é a figura geométrica mais simples. Não tem dimensão, isto é, não tem
comprimento, nem largura, nem altura. Pode ser representado por um simples ponto ou linhas
cruzadas, para identifica-lo, usamos letras maiúsculas do alfabeto latino, como mostram os
exemplos: . E
C D
A B
Lê-se: ponto A; ponto B, etc.

Linha
Linha é o deslocamento contínuo de um ponto ou de uma sucessão de pontos.

P
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Linhas convencionais que vamos usar:
Representação Espessura Denominação Aplicação
(mm)
0,5 Grossa Cheia Arestas e contornos visíveis de vistas e de
cortes.

0,25 Média Tracejada Arestas, contorno invisíveis e projeção de


coberturas em planta baixa. Traço de 3mm e
espaço de 1,5mm.
0,12 Fina Traço-ponto Linhas de simetria e de centro. Comprimento
de 10 mm e espaço de 3 mm com um ponto
no meio.

Aplicações das linhas convencionais nas figuras.

Reta
A reta tem uma única dimensão: o comprimento. É infinita: vai de - ∞ à + ∞.
As retas são identificadas por letras minúsculas do alfabeto latino. Veja a representação da uma
reta r:
Semi-reta -∞ r + ∞

Tomando um ponto qualquer de uma reta, dividimos a reta em duas partes, chamadas semi-
retas. A semi-reta sempre tem um ponto de origem, mas não tem fim. Veja na figura abaixo que o
ponto A dá origem a duas semi-retas.

A s
-∞ +∞

-∞ t
A r +∞
Segmento de reta
Tomando dois pontos distintos sobre uma reta, obtemos um pedaço limitado de reta. A esse
pedaço de reta, limitado por dois pontos, chamamos segmento de reta. Os pontos que limitam o
segmento de reta são chamados de extremidades. No exemplo a seguir temos uma reta r e um
segmento de reta CD, que é representado da
seguinte maneira: CD.
C D r
A partir de agora, nosso estudo se
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referirá sempre a segmentos de retas, desta forma será mais fácil a representação e corresponderá
ao uso na prática nos desenhos técnicos.
Os segmentos de reta quanto à posição no espaço são classificados:

a - inclinadas b - horizontais c - verticais

Os segmentos de reta quanto à posição relativa são classificados:

a) Paralelas

b) Perpendiculares

c) Oblícuas ou
concorrentes

Ponto médio de um segmento


É o ponto que está exatamente no meio do segmento.

C M D

O ponto M é o ponto médio do segmento CD.


Mediatriz de um segmento

A M A
Chama-se mediatriz de um segmento de reta a perpendicular
traçada ao meio desse segmento.

Ponto de interseção
É o ponto que pertence a mais de um elemento I
I

geométrico ao mesmo tempo (ponto I).

Ponto de extensão P
É o ponto de prolongamento de um segmento até a
interseção com outro segmento (ponto P).

1.2 - Plano
Podemos ter uma idéia do que é o plano observando uma parede ou o tampo de uma mesa.
O plano é uma superfície plana, portanto sem espessura, mas, com largura e comprimento, ou seja,
é bidimensional.
Fundamentos do Desenho Técnico 9
O plano é formado por um
conjunto infinito de retas r
dispostas sucessivamente
α δ
numa mesma direção ou
como o resultado do deslocamento de uma reta numa mesma direção. O plano é ilimitado, isto é,
não tem começo nem fim. Apesar disso, no desenho, costuma-se representa-lo delimitado por
linhas fechadas e identificado por letras gregas minúscula:
Uma reta (r qualquer) divide o plano em dois semiplanos. A

1.3 - Ângulo
α
O
É a região do plano compreendida entre duas semi-retas,
indicado por uma letra grega minúscula da seguinte forma: ângulo α. B
Um ângulo pode ser medido em graus, grado ou radianos.
Em desenho usamos o grau que é 1/360 da volta de uma circunferência. O instrumento usado é o
transferidor.
O sentido positivo que medimos é o anti-horário, ou seja, 45o corresponde a − 315o.
Um grau tem sessenta minutos (1o = 60’ ) e um minuto tem 60 segundos ( 1’ = 60” ).
É comum em desenho técnico representar as frações de ângulos na forma decimal. Por exemplo
17o e 30’ corresponde a 17,5o.

Quanto a sua abertura os ângulos podem ser:


• Reto – seus lados são perpendiculares entre si, medindo 90o. Ângulo reto é formado quando
duas retas se cruzam e os 4 ângulos formados são iguais entre si e iguais a 90º .
• Agudo – é o ângulo cuja medida é inferior a um ângulo reto.
• Obtuso – é o ângulo cuja medida é maior que um ângulo reto.
• Raso – seus lados são semi-retas opostas, medindo 180o.
• Côncavo – seu valor é maior que 180o.
• Pleno – seu valor indica uma volta completa 360o.

o
o α > 90
α = 90 o
α < 90

reto agudo obtuso


o
α = 180 α > 180
o
α = 360
o

o o
o

raso côncavo pleno


Fundamentos do Desenho Técnico 10
Bissetriz de um ângulo
É a linha que divide este ângulo em dois outros
ângulos iguais.

Ângulos adjacentes
Os ângulos são adjacentes quando dois ângulos
têm o mesmo vértice, são separados por um lado comum. É o caso
β
da figura acima.

Ângulos opostos pelo vértice


α α1
Os ângulos são opostos pelo vértice quando seus lados
formam dois pares de semi-retas opostas e são concorrentes.
Na figura ao lado vemos que β = β1 e α = α2. β1
Ângulos alternados
Os ângulos alternados são formados por duas retas paralelas cortadas por uma reta
oblíqua, formando oito ângulos, sendo quatro agudos iguais
entre si e quatro obtusos, também iguais entre si.
Observando detalhadamente a figura ao lado percebemos que:
Os ângulos 1,2,3 e 4 são iguais (congruentes);
Os ângulos 5,6,7 e 8 são iguais (congruentes).

1.4 - Polígonos
Polígono é a figura geométrica plana constituída por linhas consecutivas formando uma
poligonal fechada. Um polígono é formado por pelo menos três vértices.
Ângulos internos são formados por dois lados consecutivos (na figura ângulo β).
Ângulos externos são ângulos formados por um lado e pelo prolongamento de outro lado adjacente.
(na figura ângulo α).
D Vértice
Os lados do polígono não se cruzam e quando E
possuem um vértice em comum não são colineares
α

(não tem o mesmo alinhamento). onal


Diag C
F
A soma dos comprimentos dos lados é chamado de A
perímetro. Lado

Classificação dos polígonos quanto ao número de lados


Os mais importantes são:

Triângulo 3 lados quadrilátero 4 lados pentágono 5 lados hexágono 6 lados


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Para os outros números (n) de lados é conveniente chamar polígono de n lados, por exemplo, com
17 lados chamamos de polígono de 17 lados.

Polígonos regulares
Polígonos regulares são os que possuem todos os lados e ângulos congruentes (iguais).
Em função no número de lados, os polígonos recebem nomes especiais:

3 lados 4 lados 5 lados 6 lados 7 lados 8 lados 9 lados 10 lados


triângulo quadrado pentágono hexágono heptágono octógono eneágono decágono

1.5 - Simetria de uma figura


Em um segmento de reta AB o seu ponto médio M é um ponto de simetria.
Dizemos que dois pontos C e D são simétricos em relação ao eixo A e B se este eixo é
mediatriz do segmento CD.
eixo de simetria
C
A A' A"
D D' D"

A M B
eixo de simetria B B' B"

C C' C"
D
polígono A'B'C'D' polígono A" B"C"D"
simétrico de ABCD cópia de ABCD

1.6 - Composição de figuras


Podemos construir uma figura a partir da composição de outras figuras. Veja os casos:
fig. A

Interseção: fig. A c/ fig. B


Subtração: fig. A − fig. B

fig. B União: fig. A + fig. B


Fundamentos do Desenho Técnico 12
1.7 - Triângulos
Triângulo é um polígono de três lados e três
ângulos, são classificados de acordo com seus A
ângulos e lados.
lado
A soma dos ângulos internos será sempre 180o α
(α+β+δ = 180o). altura vértice
δ
Um triângulo possui três alturas, sempre medidas β
perpendicularmente a um dos lados, (tomado como C
B
base). Todas as alturas têm um mesmo ponto de base
cruzamento, chamado de ortocentro, que
dependendo do triângulo, pode ocorrer fora do mesmo.
Dois triângulos são semelhantes quando tiverem os ângulos iguais, e forem de tamanhos
diferentes.
Base + Altura
Área de um triângulo = A =
2
Obs: Este conceito de A

semelhança serve para


qualquer forma de figura A
geométrica, e será útil
A
para o entendimento do B
B B
uso da escalas em dobro
metade do C C tamanho C do
desenho técnico. tamanho natural tamanho
Escala : 1: 2 Escala: 1:1 Escala: 2:1

Classificação dos triângulos quanto aos ângulos


• Acutângulo: possui os três ângulos agudos
• Obtusângulo: possui um ângulo obtuso
• Retângulo: possui um ângulo reto

C C
C
hi
po
te
cateto

rn
us
a

cateto
A B A B A B
acutângulo obtusângulo retângulo
Classificação dos triângulos quanto às dimensões dos lados
• Eqüilátero: tem os três lados iguais
• Isóscele: possui apenas dois lados iguais
Fundamentos do Desenho Técnico 13
• Escaleno: tem os três lados diferentes

C
C
C

A B B A B
A
eqüilátero isósceles escaleno

Mediana de um triângulo
Mediana de um triângulo é o segmento que une o
vértice ao meio do lado oposto. Todo triângulo tem três
M M
medianas. O ponto de encontro das medianas chama-se
BARICENTRO (é o centro da área do triângulo).
baricentro

A M B
Bissetriz
Bissetrizes de um triângulo são as bissetrizes dos
C
ângulos internos do triângulo. O ponto sempre interno de
encontro das bissetrizes de um triângulo chama-se
INCENTRO. incentro
O incentro é o ponto usado para inscrever uma
circunferência, como mostramos na figura a seguir.
B

1.8 - Quadriláteros
São polígonos de quatro lados. A
A
• A soma dos ângulos internos de todo quadrilátero é
sempre igual a 360o. O

• Todo quadrilátero tem apenas duas diagonais.


A A
• Todo quadrilátero tem quatro lados, quatro vértices e
quatro ângulos.

Classificação dos quadriláteros


Quanto à forma geométrica, os quadriláteros convexos são classificados em:
1. Paralelogramos: são polígonos formados por lados paralelos, dois a dois. Podem ser:
• Quadrados: possui os lados e ângulos congruentes (iguais).
• Retângulo: possui lados iguais dois a dois e sus ângulos são retos.
• Losango: possui os lados iguais e os ângulos opostos iguais dois a dois.
• Paralelogramo: possui seus lados opostos iguais e paralelos dois a dois.
Fundamentos do Desenho Técnico 14
D C
D C
O O
D C D C
O
A B A O B A B A B
quadrado retângulo losango paralelogramo

2. Trapézios: são os quadriláteros caracterizados por possuírem os lados opostos paralelos.


Estes lados são as bases. À distância entre as bases denomina-se altura. Podem ser:
• Trapézio retângulo: tem 2 ângulos de 90o.
• Trapézio isóscele: os lados não paralelos são iguais.
• Trapézio escaleno: os lados não paralelos não são iguais.
• Trapezóide: não possui lados paralelos.

D C D C D C D
C
O O O O
A B A B A B A B
trapézio retângulo trapézio isóceles trapézio escaleno trapezóide

Área dos quadriláteros(A)


• Quadrado e retângulos: A = LadoA * LadoB
DiagonalMaior * DiagonalMenor
• Losango: A =
2
• Paralelogramo: neste caso para
facilitar o cálculo imaginamos um altura h altura h
retângulo, construído a partir do
paralelogramo: A = ladoA * ladoH lado a lado a

⎛ BaseMaior * BaseMenor ⎞
• Trapézio: A = ⎜ ⎟ * Autura
⎝ 2 ⎠

1.9 - Circunferência
Circunferência é uma linha curva, plana, fechada e que tem todos os pontos que a constitui,
eqüidistantes de um ponto interior chamado centro.

Elementos de uma circunferência:


• Centro: ponto central, eqüidistante da circunferência, representado por O na figura.
• Raio: linha reta que vai do centro a qualquer ponto da curva, representado por OC na
figura. Em desenho técnico é usada a letra r, para especificar o seu valor numérico.
• Corda: é a linha reta que une os extremos de um arco. É representado por DE na figura.
Fundamentos do Desenho Técnico 15
• Diâmetro: é a linha reta que passa pelo centro da
circunferência e toca a mesma em dois pontos. O E C

diâmetro é a maior corda da circunferência e é t


F
representado por AB na figura. Em desenho técnico G B s
é usada a letra grega ∅, para especificar o seu valor
D O
numérico.
A
• Arco: é a porção qualquer da circunferência. O arco é
M
medido pelo ângulo central que o admite. Ver MN na
figura. N

• Flecha: é o segmento de reta que ume o meio do arco ao meio da corda. Ver FG na figura.
• Tangente: é uma linha reta que toca apenas um ponto da circunferência. Ver t na figura.
• Secante: é a linha reta que corta a circunferência em dois pontos. Ver s na figura.
• Semicircunferência: é a metade da circunferência. Ver AB na figura.
• Comprimento de uma circunferência C é a dimensão da curva completa (360o),
transformada em um segmento (retificada).
O comprimento de uma circunferência e: C = π * φ ou C = 2 * π * r

Posições relativas de duas circunferências

O' O'

O'
O Ο≡O'
O O

circunferências circunferências circunferências circunferências


exteriores tangents tangentes concêntricas
exteriores interiores

O'
O' O'

O O O

circunferências circunferências circunferências


interiores secantes secantes
exteriores interiores

1.10 - Polígono regular inscrito ou circunscrito em uma circunferência


Um polígono quando inscrito todos os seus vértices pertencem a uma circunferência. Ver na
figura os pontos A; B; C; D; E e F.
Fundamentos do Desenho Técnico 16
Um polígono quando circunscrito todos os seus lados tem um ponto de tangência a uma
circunferência e no caso dos regulares este ponto é o ponto médio de cada lado. Ver na figura os
pontos M.

M
A B

F O C M O M

E D
M
Hexágono inscrito quadrado circunscrito

1.11 - Círculo
Porção do plano, delimitada pela região interna da circunferência. É a área da

π * D2
circunferência. A área de um circulo é: A = ou A = π * r 2
4
Elementos de um círculo:
• Semicírculo: é a área compreendida entre o diâmetro e o arco de uma circunferência.
• Trapézio circular: é a porção do círculo compreendida entre duas cordas da circunferência.
• Segmento circular: é a porção do círculo limitada por uma corda e um arco.
• Setor circular: é a porção do círculo compreendida entre dois raios e um arco.
• Corda circular: é a porção do círculo compreendida entre duas circunferências
concêntricas.
• Lúnula: é a área limitada por dois arcos de duas circunferências secantes.

O O O Ο

círculo semicírculo trapézio circular segmento circular

O O O Ο O'

setor circular setor de corda coroa circular lúnula

π * D2 α
A área de um setor circular é: A = *
4 360
π (D 2 − d 2 )
A área de uma coroa circular é: A =
4
Fundamentos do Desenho Técnico 17
1.12 – Elipse
É uma curva plana gerada por um ponto que se move de modo que a soma de suas
distâncias a dois pontos fixos (F1 e F2 ), chamados “focos” é constante e igual ao comprimento do
eixo maior AB que é maior que o eixo CD. Ou seja: Um ponto P
da elipse é tal que: PF1+ PF2 = AB > F1F2

Se as distâncias de F1P e F2P, forem unidas por um barbante e


fixados os pontos F1 e F2, podemos deslocar o ponto P,
mantendo sempre o barbante esticado, teremos o traçado de
uma elipse (elipse do jardineiro). Veja a figura ao lado.

1.13 – Uso do compasso e da régua

Veja as recomendações quanta ao uso do compasso:


Fundamentos do Desenho Técnico 18
1.14 - Exercícios de construções geométricas
Na primeira figura da esquerda, complete passo a passo, a construção geométrica. Observe que a
seqüência da construção pode ser melhor compreendida seguindo a seqüência das letras e dos
números.

a) Trace a mediatriz do segmento AB.

1 1

A B A B A M B

2 2

b) Trace um segmento perpendicular ao segmento AB na sua extremidade.

3 3

C C C C

A B A B A B A B
1 2 2 1 2
1

c) Trace um segmento paralelo ao segmento AB e que passe pelo ponto O.

o o o 3 o 3

A BA B A B A B
1 1 2 1 2

d) Transporte o ângulo α.

D D

a a
A=C B A B A B A B A=C B

e) Divida o segmento AB em três partes iguais.

D D D

1 2 3
A B A=C A=E A=C A=E A=C A=E

F F F
Fundamentos do Desenho Técnico 19
f) Construir polígonos regulares de 3; 4 e 6 lados.

2 2 2

C C C C

3 4 3 4

1 1 1

2 2 2 2

C C C C C
3 4 3 4 3 4

1 1 1 1

2 2 2

6 3 3
6
C C C C
4 4
5 5

1 1 1
g) Determine o centro (cg) de um triângulo qualquer por meio das medianas.

C C C C

m m m m

cg
A B A B A B A B
m m

h) Trace uma circunferência tangente ao mesmo tempo aos três lados de um triângulo qualquer.
Use as bissetrizes para determinar o centro da circunferência.

C C C C C
4 4 4 4
3 3 3 3
8 8 8
2 5 2 9 5 2 C 9 5 2 C 9 5
B A B A 7 B 7 B A 7 B
A A
1 6 1 6 1 6 1 6
Fundamentos do Desenho Técnico 20
i) Determine o centro do arco AB, usando o próprio arco.

A A 2 A 2 A

3 3
1 1 1 C
5 5

B B 4 B 4 B

j) Trace as várias concordâncias a seguir, em tamanho real (escala 1:1), usando os seguintes
valores em milímetros: R = 30; R1 = 20; R2 = 40; R3 = 65; R4 = 14; L = 65; L1 = 22.
Faça em uma folha de papel A4.
Fundamentos do Desenho Técnico 21
Unidade II: DESENHO A MÃO LIVRE

Apresentação
A facilidade de executar desenhos a mão livre é parte indispensável na bagagem intelectual
de um técnico. No seu dia-a-dia terá que elaborar rápidos esboços de detalhes construtivos, peças,
instalações ou elementos que compõe uma máquina. Esta habilidade será bastante útil no
momento de criação de um projeto e para facilitar a transmissão de idéias no trabalho em equipes.
Em aproximadamente 90% (noventa por cento) dos casos, o técnico terá a sua disposição,
na fábrica ou no campo, apenas lápis, borracha e papel. E sendo assim, surge a necessidade deste
técnico possuir habilidade suficiente para desenvolver, a contento, os esboços exigidos.
Na elaboração de desenhos a mão livre, ainda que a perfeição dos traços seja importante, é
mais importante o rigor das proporções e a correta aplicação das normas e convenções de
representação.
Para desenhar à mão livre não é necessário possuir dons especiais. Bastando dominar os
músculos do pulso e dos dedos e praticar com persistência e coerência que a habilidade para
esboçar será adquirida naturalmente com a prática.
Vamos começar.

2.1-Técnicas para traçado a mão livre

Recomendações:
• No desenho a mão livre é importante o traçado inicial ser bem leve, para possibilitar correções
de eventuais erros, após verificações. Estas correções devem ser feitas com traços firmes e
nítidos com pressão moderada.
• Evite o uso excessivo da borracha que deve ser do tipo macia.
• Use linhas de construção extremamente fracas, de forma que ao reforçar o desenho as linhas
de construção percam ênfase.
• Para desenho a mão livre use lapiseiras com grafite 0,5 milímetro e macio.
• O antebraço e a mão devem estar totalmente apoiados sobre a prancheta.
• A mão deve segurar a lapiseira naturalmente, sem forçar.
• Os traços verticais, inclinados ou não, em geral sai melhor de cima para baixo assim como os
horizontais da esquerda para a direita.
Sendo que para os canhotos pode ser mais cômodo o
sentido inverso.

Traçado de segmentos de retas


Para traçar um segmento de reta que une dois
pontos, deve-se colocar o lápis em um dos pontos e manter
o olhar sobre o outro ponto (para onde se dirige o traço).
Fundamentos do Desenho Técnico 22
Não se deve acompanhar com a vista o movimento do lápis.
Para os canhotos o sentido pode ser invertido para o seu conforto.
Inicialmente desenha-se uma linha leve para, em seguida, reforçar o traço corrigindo,
eventualmente, a linha traçada.
Não se pode pretender que A B
um segmento reto traçado à mão
A B
livre seja absolutamente reto, sem
A B
qualquer sinuosidade. O mais
importante que a perfeição é A B
exatamente as proporções do
A B
desenho.
Exercício: trace segmentos de reta A B

a mão B
A
livre entre os pontos A e B acima
A B
conforme exemplo.

Técnica para curvas e concordâncias


As curvas são obtidas com amplos movimentos em torno da articulação do cotovelo e/ou do
ombro, utilizando pontos de referência previamente marcados. Observe que ao passar por um
ponto já devemos orientar o traçado para a direção do próximo.

errado

certo

Observações:
¾ Observe que o ponto de concordância ocorrerá
sempre entre a intercessão do segmento reto e uma linha que parte do cento do arco.
Uma boa concordância é aquela onde ocorre uma continuidade dos segmentos, de forma suave.
Exercício proposto: Concorde com curvas suaves os pontos ao lado conforme exemplo.
Fundamentos do Desenho Técnico 23
Exercícios propostos: Trace a mão livre curvas concordantes para completar as figuras, unindo os
pontos 1 até o 2 das figuras abaixo.

2.2 - Divisão de segmentos e ângulos em partes iguais

Divisão de segmento em número par


A divisão de um segmento ao meio é facilmente conseguida com relativa precisão
simplesmente marcando um ponto no suposto meio, em seguida olhando perpendicularmente ao
mesmo e corrigindo possível erro que perceber. Note que podemos fazer este processo várias
vezes e obter divisões variadas.

A B A B A B

Divisão de segmento em número ímpar (N)


Arbitre um valor aproximado de1/N do segmento AB e a partir de uma extremidade marque
os valores com marcações eqüidistantes de 1/N. No final você pode ter errado para mais ou para
menos. Retorne e remarque subtraindo ou somando os erros acumulados.
Fundamentos do Desenho Técnico 24
Veja um exemplo de divisão do segmento AB em cinco partes (N=5).

Valor a ser somado


A B A B
Erro - Sobra

Exercício proposto: Divida os segmentos abaixo em partes.

4 partes A B

3 partes A B 5 partes A B

6 partes A B

Divisão de ângulos
A divisão de um ângulo pode ser feita de maneira similar.
Um caso especial é o ângulo de 30o (1/3 de 90o) , este valor é muito usado na construção de
desenho em perspectivas que veremos na unidade seguinte.

Exercício proposto: Observe a divisão de um ângulo de 90º em três (a) e duas partes (b). Repita o
procedimento de divisão ao lado:

a) b)

R
R

Traçado de um quadrado:
1. Marque, a partir do vértice A intercessão
de duas perpendiculares, ao lado AB do
quadrado.
2. Mantendo a mão imóvel, gire o papel e
marque a medida AB sobre a direção AC.
3. Pelos pontos assim obtidos, trace
paralelas, concluindo a construção.
As diagonais do quadrado ou retângulo
podem servir para determinar o centro ou
fazer ampliações.
Fundamentos do Desenho Técnico 25
Exercício proposto: Construa ao lado
do exemplo outra figura igual.

Traçado de circunferências:
Começamos pela linha de centro (traço-ponto) seu cruzamento indica o centro da
circunferência.

Pequenas

Exercício proposto: Complete as circunferências acima e construa outra de mesmo tamanho ao


lado das demais.

Grandes
A idéia é obter mais pontos por onde a curva passa, ou seja, tangência. Para isto além das

linhas de centro traçamos bissetrizes. Marcamos sobre estas linhas raios com traços curtos e leves
(a olho) e em seguida corrigimos imperfeições para finalmente completar a curva.
Se a circunferência for muito grande pode-se traçar mais bissetrizes.

Exercício proposto: Complete as circunferências concêntricas acima.


Fundamentos do Desenho Técnico 26
Traçado de figuras com eixo de simetria:
Iniciamos traçando o seu eixo de simetria (traço-ponto), depois usamos linhas auxiliares
perpendiculares ou eixo e sobre estas marcamos pontos espelhados, ou seja, pares de pontos um
de cada lado do eixo, mas com a mesma distância do mesmo.
Exercício proposto: Observe o exemplo abaixo (a) e complete o desenho do contorno da lâmpada
(b).
a)

b)

2.3 - Esboços

Aplicado habitualmente aos estágios iniciais da elaboração de um projeto (fase de criação)


podendo, entretanto, servir ainda a representação de elementos
existentes ou à execução de obras.
Feito a mão livre fora de escala, porém respeitando as
proporções e particularidades de maneira concisa e legível é a
fase mais importante do projeto, pois a partir desta etapa o
trabalho passa a ser de rotina podendo ser delegado a terceiros.
Com o uso dos esboços ganha-se tempo e desenvolve-se
a capacidade de observação, habilidade indispensáveis para
qualquer técnico.
Na prática de desenho a mão livre é muito comum o uso do papel quadriculado para fazer
esboços de figuras planas.
Este papel facilita a construção dos esboços porque oferecem as linhas auxiliares que são
tão úteis na sua construção.
Ampliações e reduções também ficam fáceis de serem feitas com o uso deste tipo de papel.
Veja o exemplo ao lado (ampliação de um para quatro).
Fundamentos do Desenho Técnico 27
2.4 - Fundamentos do esboço

• Composição
O primeiro fundamento a ser abordado no aprendizado do esboço é a composição, porque
antes de medir as proporções ou verificar as formas de um objeto a ser desenhado, precisamos
saber colocar um desenho num espaço de maneira equilibrada.
Composição é a mesma coisa, que por exemplo, faz o fotógrafo quando enquadra o assunto da
fotografia. Compor é o primeiro passo a ser dado em um trabalho visual. Mostramos um exemplo
de um de planta baixa a seguir.

Banheiro
Banheiro

Cozinha
Cozinha
Quarto
Quarto

Banheiro

Quarto
Quarto
Cozinha
Quarto Sala
Sala
Varanda
Quarto
Varanda
Sala

Varanda

Pequeno e desequilibrado Grande e equilibrado Equilibrado em tamanho e posição

• Linhas de centro
Deve ser usado sempre que o
objeto a ser desenhado possuir
simetria, devendo ser o ponto de
partida na construção do desenho e é
feito com linha traço-ponto fina. Veja o
exemplo do desenho de um flange ao
lado.
Exercício proposto: Partindo das linhas
de centro acima, complete o desenho
do flange.

• Proporção
Embora o esboço não exija uma escala precisa às proporções dos objetos devem ser
mantidas sob pena de distorcer completamente o desenho. Para se obter a proporção do tamanho
da figura ou das figuras, é preciso comparar a altura com sua largura isto pode ser feito usando um
método criado por Leonardo de Vinci.
Fundamentos do Desenho Técnico 28
O método funciona da seguinte forma: segure o lápis, pela ponta do grafite, estenda o seu braço
em frente aos olhos, na vertical ou horizontal, feche um olho e faça a extremidade do objeto
coincidir, visualmente, com uma das extremidades do objeto, pronto, terá medido a largura ou a
altura visual do objeto. Depois é só comparar uma medida com outra e terá a proporção a ser
usada.

Recomendações:
• A melhor distância entre observador e objeto gira em torno de duas vezes e meia a maior
dimensão do objeto, devido ao cone visual que é de aproximadamente 22º.
• A distância do observador ao lápis deve ser mantida durante todo o processo, devendo ser
a mais confortável possível.
A figura a seguir mostra um exemplo de desenho (porta da sala) feito utilizando o método descrito.
Exercício proposto: Use o método descrito acima para desenhar o quadro de avisos (mural) de sua
sala.
C

A observador

A
AB/2 AB AB

2.5 - Caligrafia técnica

Um esboço além de mostrar a forma geométrica de algo sempre vai ser acompanhado de
informações escritas através de letras e algarismos.
Com o objetivo de criar uniformidade e legibilidade para evitar prejuízos na clareza do esboço ou
desenho e evitar a possibilidade de interpretações erradas, a norma NBR 8402 fixou as
características da escrita em desenho técnico.
A norma citada acima entra em detalhes desde o formato dos caracteres até a espessura das
linhas.
Sabemos que os desenhos finais são feitos no computador e para os esboços recomendaremos
que o aluno siga os exemplos mostrados a seguir, que se preocupa com o mais importante, ou
seja, legibilidade, tamanho e forma correta dos caracteres.
Fundamentos do Desenho Técnico 29
Veja o exempla ao abaixo.

ISO 81 ejAM
h

c
a a

R f

b
h

h
Características:
Alturas das letras maiúsculas h
Alturas das letras minúsculas c
Distância mínima entre caracteres a
Distância mínima entre linhas de base b
Distância mínima entre palavras e
Largura da linha d

Observações:
• A escrita pode ser vertical como no exemplo ou inclinada em um ângulo de 75o (itálico).
• Deve-se observar a proporção e inclinação das letras mostradas na figura abaixo.
• Recomenda-se os sentidos, mostrados na figura abaixo, para traçar com firmeza as letras,
sendo que para os canhotos o sentido pode ser o inverso.
• Ao fazer desenho com o auxilio do computador, Auto-CAD por exemplo o estilo de letra que
satisfaz a norma é o ISOCPEUR.

Proporções Sentido
Fundamentos do Desenho Técnico 30
2.6 - Exercício proposto:
1- Observe abaixo os modelos de caligrafia técnica, de acordo com a norma, e exercite.

ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

abcdefghijklmnopqrstuvwxyz

ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

abcdefghijklmnopqrstuvwxyz

0123456789 0123456789
Fundamentos do Desenho Técnico 31
2 - Os exercícios propostos a seguir devem ser feitos sem o uso da escala (régua graduada), pois o
objetivo é desenvolver a habilidade de construção de esboços à mão livre.

a) Trace a mão livre, alternadamente, os tipos de linhas usadas em desenho técnico: Grossa Cheia;
Média Tracejad, Fina Cheia e Traço-pon Fina.

b) Reforce o desenho abaixo e faça uma cópia de mesmo tamanho ao lado.

c) Complete as figuras simétricas abaixo.

Eixo
Fundamentos do Desenho Técnico 32
d) Complete os seis quadrados abaixo.

e) Conclua o desenho da hélice.


Fundamentos do Desenho Técnico 33
f) Utilize sempre a diagonal do quadrado anterior como lado do quadrado seguinte, na construção
dos sete quadrados até que o último vértice coincida com o ponto “V”.

g) Amplie o desenho abaixo usando a proporção iniciada.


Fundamentos do Desenho Técnico 34
h) Observe as proporções do esboço da planta baixa e amplie com escala 2:1 (dobro do tamanho),
no quadriculado ao lado.

Banheiro

Cozinha
Quarto

Quarto

Sala

Varanda

i) O quebra-nozes abaixo, tem um comprimento igual o da sua lapiseira. Desenhe-o respeitando as


proporções em tamanho real (escala 1:1).
Fundamentos do Desenho Técnico 35
j) Copie o fluxograma de detalhamento (desenho esquemático de um Fan Coil) abaixo a mão livre.
Use caligrafia técnica.

Identificação:
1. Válvula globo
1. Válvula Gaveta
2. Redução
3. Luva de retenção ou redução
4. União
5. Válvula de três vias motorizada
6. Termômetro
7. Manômetro
8. Dreno
Fundamentos do Desenho Técnico 36
Unidade III - SÓLIDOS GEOMÉTRICOS

Quando uma figura geométrica tem pontos situados em diferentes planos, temos um sólido
geométrico. São corpos padrões com formas definidas. Para encontra-los basta olharmos a nossa
volta.
Analisando a ilustração abaixo, você
entender bem a diferença entre uma figura
plana e um sólido geométrico. Um sólido
ocupa um volume no espaço, possui três
dimensões: comprimento, largura e altura,
enquanto a figura ocupa apenas uma área
em um plano, possui duas dimensões.
Embora existam infinitos sólidos geométricos, apenas alguns, que apresentam determinadas
propriedades, são estudados pela geometria. Os sólidos que vamos estudar agora, tem relação,
com as figuras geométricas planas mostradas no capítulo I.
Os sólidos geométricos são separados do resto do espaço por superfícies que os limitam. E essas
superfícies podem ser planas ou curvas.
Dentre os sólidos geométricos limitados por superfícies planas, estudaremos os prismas, o cubo e
as pirâmides . Dentre os sólidos geométricos limitados por superfícies curvas, estudaremos o
cilindro, o cone e a esfera, que são também chamados de sólidos de revolução.
É muito importante que você conheça bem os principais sólidos geométricos porque, por mais
complicada que seja, a forma de uma peça sempre vai ser analisada como o resultado da
combinação de sólidos geométricos ou de suas partes.

3.1 - Prismas

O prisma é um sólido geométrico limitado por polígonos. você pode imagina-lo como uma
pilha de polígonos iguais muito próximos uns
dos outros, como mostra a ilustração:
O prisma pode também ser imaginado como o
resultado do deslocamento de um polígono. Ele
é constituído de vários elementos. Para quem
lida com desenho técnico é muito importante
conhece-los bem. Vejam quais
são eles nesta ilustração:
Note que a base desse prisma
tem a forma de um retângulo.
Por isso ele recebe o nome de
prisma retangular.
Fundamentos do Desenho Técnico 37
Dependendo do polígono que forma sua base, o prisma recebe uma denominação especifica. Por
exemplo: o prisma que tem como base o triângulo, È chamado prisma
triangular.
Quando todas as faces do solido geométrico são formadas por figuras
geométricas iguais, temos um solido geométrico regular.
O prisma que apresenta as seis faces formadas por quadrados iguais recebe
o nome de cubo. cubo

3.2 - Pirâmides

A pirâmide é outro sólido geométrico limitado por polígonos. Você pode imagina-la como um
conjunto de polígonos semelhantes, dispostos uns sobre os outros, que diminuem de tamanho
indefinidamente. Outra maneira de imaginar a formação de uma pirâmide consiste em ligar todos os
pontos de um polígono qualquer a um ponto P do espaço.
É importante que você conheça também os elementos da
pirâmide.
O nome da pirâmide depende do polígono que forma sua base.
Na figura ao lado, temos uma pirâmide de base quadrangular,
pois sua base é um quadrado. O número de faces da pirâmide é
sempre igual ao número de lados do polígono que forma sua
base mais um. Cada lado do polígono da base é também uma
aresta da pirâmide. O número de arestas é sempre igual ao número de lados do polígono da base
vezes dois. O número de vértices é igual ao número de lados do polígono da base mais um. Os
vértices são formados pelo encontro de três ou mais arestas. O vértice principal é o ponto de
encontro das arestas laterais.

3.3 - Sólidos de revolução

Alguns sólidos geométricos, chamados sólidos de revolução, podem ser formados pela
rotação de figuras planas em torno de um eixo. Rotação significa rodar, dar uma volta completa. A
figura plana que dá origem ao sólido de revolução chama-se figura geradora. A linha que gira ao
redor do eixo formando a superfície de revolução é chamada linha geratriz.
O cilindro, o cone e a esfera são os principais
sólidos de revolução.

• Cilindro
O cilindro é um sólido geométrico, limitado
lateralmente por uma superfície curva. você pode
imaginar o cilindro como resultado da rotação de
Fundamentos do Desenho Técnico 38
um retângulo ou de um quadrado em torno de um eixo que passa por um de seus lados. Veja a
figura ao lado. No desenho, está representado apenas o contorno da superfície cilíndrica. A figura
plana que forma as bases do cilindro é o círculo. Note que o encontro de cada base com a
superfície cilíndrica forma as arestas.

• Cone
O cone também é um sólido geométrico limitado
lateralmente por uma superfície curva. A formação do cone pode
ser imaginada pela rotação de um triângulo retângulo em torno de
um eixo que passa por um dos seus catetos.
A figura plana que forma a base do cone é o círculo. O vértice é o
ponto de encontro de todos os segmentos que partem do círculo.
No desenho está representado apenas o contorno da superfície
cônica. O encontro da superfície cônica com a base dá origem a
uma aresta.

• Esfera
A esfera também é um sólido geométrico limitado por uma
superfície curva chamada superfície esférica. Podemos imaginar a
formação da esfera a partir da rotação de um semicírculo em torno
de um eixo, que passa pelo seu diâmetro. Veja os elementos da
esfera na figura abaixo.
O raio da esfera é o segmento de reta que une o centro da esfera a
qualquer um de seus pontos. Diâmetro da esfera é o segmento de
reta que passa pelo centro da esfera unindo dois de seus pontos.

3.4 - Sólidos geométricos truncados

Quando um sólido geométrico é cortado por um plano, resultam novas figuras geométricas:
os sólidos geométricos truncados. Veja alguns exemplos de sólidos truncados, com seus
respectivos
nomes:
Fundamentos do Desenho Técnico 39
3.5 - Sólidos geométricos vazados

Os sólidos geométricos que apresentam partes ocas são chamados sólidos geométricos
vazados. As partes extraídas dos sólidos geométricos, resultando na parte oca, em geral também
correspondem aos sólidos geométricos que
você já conhece.
Observe a figura, notando que, para obter
o cilindro vazado com um furo quadrado,
foi necessário extrair um prisma
quadrangular do cilindro original.
Analisando os exemplos a seguir,
percebemos que podemos construir peças,
com a subtração; união ou interseção de
sólidos.

união de sólidos

subtração de sólidos interseção de sólidos

3.6 – Planificação de sólidos geométricos

Planificação é o processo usado para traçar em uma superfície plana um objeto que,
posteriormente será cortado, dobrado ou calandrado, para adquirir uma forma espacial (sólida).
Este processo que também é chamado de desenvolvimento ou caldearia, é usado no projeto de
peças construídas a partir de chapas (muito usadas em projetos de Ventilação e Climatização), etc.

O possesso consiste basicamente em desenhar sobre a chapa os traçados em escala


natural (Esc.: 1:1). Veja alguns exemplos de planificações:

a) Cubo b) Cone
Fundamentos do Desenho Técnico 40
c) Prisma

3.6 - Exercícios propostos:


1) Após observar os exemplos de planificação anteriores, diga o nome dos sólidos abaixo e emboce
sua planificação:
a)............................

b)...........................

c)..........................

d)...........................

e)..........................
Fundamentos do Desenho Técnico 41
2) Desenhe a planificação dos seguintes sólidos em papel cartão e em seguida monte o
sólido:

Sólido 1: Prisma reto de base hexagonal

Largura da face lateral: L = 40 mm

Altura: h = 100 mm

Sólido 2: Tronco de pirâmide reta com base quadrada

Largura da base = 60 mm

Altura da base até o vértice: H = 140 mm

Altura do tronco: h = 100 mm

3) Diga o nome dos sólidos que formaram as peças por união.

a) b) c)

Unidade IV - ESBOÇO EM PERSPECTIVA

4.1 - Desenho em perspectiva


Desenho em perspectiva é um tipo de desenho projetivo que mostram em um plano objeto
que ocupam lugar no espaço, ou seja, possuem três dimensões (largura, altura e profundidade).
Sabemos que um plano possui duas dimensões largura e altura. Para que possamos
representar a terceira dimensão, passamos para o plano de maneira aproximada a percepção
visual, ou seja, desenhamos os objetos como visualizamos de uma posição que permita enxergar
as três dimensões.
Baseando-se no fenômeno ótico a perspectiva de um objeto é a interseção dos raios visuais com a
superfície, denominado quadro, onde se pretende desenhar a imagem. Assim os princípios da visão
aplicam-se exatamente à operação geométrica de projeção, cujo centro é o olho do observador; os
raios projetantes correspondem aos raios visuais e a projeção no quadro entre observador e objeto
é a perspectiva do objeto.
O esboço em perspectiva deve fazer parte também da habilidade do técnico, pois será útil
quando estiver criando soluções para instalações ou mentalizando as primeiras idéias de um
Fundamentos do Desenho Técnico 42
projeto. Além disto será muito mais fácil explicar para alguém, cliente por exemplo, uma idéia
proposta quando este alguém não dominar a linguagem
de projeção ortogonal (vistas).

Classificação das perspectivas


Perspectivas - um cubo desenhado em diferentes tipos de perspectivas
Cônica Cilíndricas ou Paralelas
Cavaleira Isométrica Dimétrica Trimétrica
Uma face (dois As três faces (três Uma das faces As três faces
eixos) paralela ao eixos) com a (um eixo) tem (tr6es eixos) estão
quadro. mesma inclinação inclinação diferentemente
em relação ao diferente das inclinadas em
quadro. outras em relação relação ao
ao quadro. quadro.

4.2 - Perspectiva realística ou cônica

A perspectiva realística é a que representa o


objeto de maneira mais real. Uma perspectiva desta
bem feita se assemelha a uma foto.
Este tipo de perspectiva é mais usado pelos
arquitetos e decoradores, existindo uma
metodologia para construção, pontos de fuga, etc.
Por observação ela pode ser construída de maneira
fácil. As proporções do objeto: largura, altura e profundidade são obtidas utilizando-se o método da
pinça e o quadro transparente, que vimos na unidade anterior, página 12.
A perspectiva linear é um artifício que permite ao desenhista criar uma ilusão de
profundidade numa superfície plana, ou seja, criar a ilusão tridimensional numa superfície
bidimensional, como o papel.

desenho profissional
desenho infantil
Fundamentos do Desenho Técnico 43
Notamos que neste tipo de desenho as formas das figuras não tem valores absolutos. É
importante saber diferenciar os vários elementos que determinam a configuração do objeto
representado e as ilusões de óptica criadas por sua representação, na percepção do observador.

Exercício proposto: Observe as figuras abaixo da esquerda para a direita e verifique: figura 1- O
paralelismo dos dois segmentos verticais (mais grossos); figura 2- Compare o tamanho do
segmento horizontal com o vertical e figura 3- De onde de onde o ponto no interior do triângulo
eqüilátero está mais próximo.

Pergunta:
Nas figuras as medidas correspondem à impressão visual?
Comente sua resposta.
................................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................

O que acabamos de perceber são exemplos de ilusões de ótica.


São apenas confirmações de que nossa visão, nem sempre percebe a realidade. É o inverso do
que ocorre com os desenhos em perspectiva realística ou cônicaar.

4.3 - Perspectivas cilíndrica ou paralela

A perspectiva cilíndrica ou paralela. O observador está relegado ao infinito e os raios


visuais, conseqüentemente, são paralelos.
Na prática sabemos que o observador
sempre estará a uma distância finita do objeto e
os raios visuais serão sempre cônicos. Na área
da mecânica como os desenhos são de objetos
pequenos a conexidade dos raios é menor. O que
fica perfeitamente aceitável o uso da perspectiva
paralela.
Fundamentos do Desenho Técnico 44
Estudaremos os tipos de perspectivas cilíndricas ou paralelas: cavaleiras e isométricas, pois são
estas as perspectivas que o técnico usará no dia a dias.

4.3.1 - Perspectiva Cavaleira

Os objetos são representados como seriam vistos por um observador situado a uma
distância infinita e de tal forma que os raios visuais sejam paralelos entre si e oblíquas em relação
ao quadro.
A face frontal do objeto fica paralela ao quadro o que
garante a projeção em tamanho real e sem deformação da
face. Já as profundidades do objeto sofrem certa deformação
de acordo com a inclinação utilizada na projeção.

Este tipo de perspectiva é recomendado para objetos cuja forma geométrica em uma das
faces seja mais complexa.

Coeficiente de redução
A = Altura Tipos (β) das escala dos eixos
P = Profundidade L A P
Cavaleira 30o 1 1 2/3
o
Cavaleira 45 1 1 1/2
Cavaleira 60o 1 1 1/3

L = Largura

Existe a possibilidade de diferentes posições de observação do objeto: visto de cima ou de baixo,


da esquerda ou da direita de acordo com os exemplos.
Fundamentos do Desenho Técnico 45
Exercícios propostos:
Para os diferentes tipos de perfis metálicos apresentados baixo, partindo da seção transversal, faça
o desenho em perspectiva cavaleira com ângulo de 45o visto da direita e de cima, conforme
exemplo. Considere que as peças possuem um comprimento igual a duas vezes a maior largura.

4.3.2 - Perspectiva isométrica

As arestas OX, OY, OZ são chamadas Eixos Isométrico fazendo entre si ângulos iguais de
120o . Qualquer linha paralela aos três eixos isométricos é denominada linha isométrica.
As projeções das três dimensões fundamentais do cubo, sofrem a mesma redução e terão a
mesma medida (81,6% do valor real) , porque se trata de projeções ortogonais de segmentos iguais
e igualmente inclinados em relação ao plano de projeção. Y
Como os coeficientes de redução são iguais para os X
três eixos isométricos, pode-se tomar como medidas das
arestas do cubo sobre estes eixos, a verdadeira grandeza
das mesmas e o efeito serão idênticos, ficando, apenas, com
suas dimensões ampliadas de 1 para 1,23. A representação
assim obtida é denominada Perspectiva lsométrica
Z
Simplificada ou Desenho Isométrico. A aplicação
correspondente pode ser perfeitamente tolerada, em face das vantagens de se trabalhar
diretamente com as dimensões do objeto.
Fundamentos do Desenho Técnico 46
Determinação dos eixos ixométricos
Traçam-se os três eixos isométricos, de modo que formem entre si ângulos de 120o ; isto se
consegue fazendo com que um dos eixos seja vertical e os outros dois oblíquos de 30o em relação
a horizontal.

Linhas não isométricas


As linhas não paralelas aos eixos isométricos são
chamadas linhas não isométricas. Estas linhas não se
apresentam em perspectivas nas suas verdadeiras 3
grandezas e devem ser as últimas a serem traçadas, ou 1
seja quando já está definido os pontos das extremidade.
Veja no exemplo, os pontos 1,2,3 e 4.

4
Perspectiva lsométrica do Círculo
2
A Perspectiva lsométrica do círculo é uma elipse
inscrita em um losango. A elipse tangencia cada ponto
médio dos lados do losango. Para as suas três posições fundamentais temos três elipses iguais.
Em qualquer das três posições, o eixo maior da elipse é exatamente o valor do diâmetro real do
círculo (VG).
A
Então para esboçar a elipse basta tangencial em cada ponto
médio do losango uma curva. Pode-se traçar a elipse usando o
compasso. D B

Para executar o desenho isométrico das circunferências siga os


passos: C

1. Construa um losango ABCD cuja distância entre lados seja A


G E
igual ao diâmetro da circunferência.
2. Partindo de cada ângulo obtuso (> 90o ) até o ponto médio D B

de cada lado oposto trace linhas auxiliares AF, AH, CG e F H


CE cujos cruzamentos fornecem os pontos I e J. C
3. Trace os quatro arcos cujo os centros são os pontos A, C, I A
G E
e J.
Procedimento análogo para as três faces da perspectiva, veja a D B

figura seguinte. F H
C
Fundamentos do Desenho Técnico 47
Recomendações:

1. Usualmente, a posição, no papel, do eixo OZ é


sempre vertical escala das alturas.
Para o traçado das direções dos eixos OX e Oy, que
fazem ângulos de 30o com a direção horizontal,
quando não se trata de esboço, é comum o uso de
esquadro de 30o .
Existem folhas impressas em tom claro com a
malha nas direções dos três eixos, cruzando-se em
pontos distantes 8,2 mm (unidade real 10 mm), para esboços a mão livre em Perspectivas
lsométricas.

8,
2
8,2
1. Esboços de linhas verticais devem ser exatamente verticais para definir a forma do objeto.

Errado Certo Errado

2. Esboços das aresta inclinadas devem ser paralelas ou convergentes, nunca divergentes.

Aceitável Certo Errado

3. Ângulos entre os eixos devem ser de 120o para evitar deformações.

Aceitável (menor 90o) Certo Errado


Fundamentos do Desenho Técnico 48
4. Para localizar os centros usar diagonais ou arbitrar pela
posição das linhas de centro.
5. Use diagonal para ampliar ou reduzir formas retangulares.
6. Peças com formatos circulares devem ser construídas a
partir de enquadramentos.

Processo prático para construção da perspectiva isométrica –


esboço ou desenho,
Observe as etapas de 1 à 8. Estas são as etapas recomendadas para a construção da perspectiva
isométrica.
Exercício: Repita as etapas de 1 a 8 para desenhar a mesma peça. Siga as proporções dos eixos
apresentados.
Fundamentos do Desenho Técnico 49
4.4 - Sombreamento em desenho técnico

Num desenho, normalmente as cores claras nos sugerem relevo ou realce, enquanto as
escuras dão idéia de profundidade.
A utilização de sombras em desenho técnico tem como objetivos principais:
• Auxiliar na descrição da forma do objeto;
• Separar faces;
• Identificar faces paralelas;
• Indicar curvatura de superfícies;
• Evidenciar o efeito tridimensional.
Assim sendo, pelos objetivos acima, podemos constatar que sua principal aplicação é no desenho
de perspectivas.
Como veremos a seguir, existem dois tipos de sombreado: por linhas paralelas e por
pigmentação. Em ambos os casos, a face superior da peça é sempre considerada como
plenamente iluminada. A face frontal com um sombreado intermediário e lateral visível com um
sombreado mais intenso. Quando a perspectiva mostrar a face inferior do objeto, esta será mais
sombreada do que a lateral visível.

Sombreado por linhas paralelas


Consiste em traçar linhas paralelas finas em cada uma das faces do objeto, espaçando-as
mais ou menos, de acordo com a luminosidade da face. Veja os exemplos:
• peças com faces planas ao lado.

• Peças com faces curvas abaixo.

Sombreado por pigmentação


Neste tipo valem as mesmas recomendações do item anterior, apenas substituímos os
traços por pigmentação.
Fundamentos do Desenho Técnico 50
Exercício:
Complete o desenho da direita, fazendo o sombreamento conforme modelo da esquerda.

4.5 – Exercícios propostos

a) O desenho ao lado (Detalhe típico de tubulação – Purgador para vapor) é um exemplo do


emprego da perspectiva isométirca, para fazer desenho esquemático de tubulações, muito usado
na nossa área.
Utilizando o espaço reticulado desenhe a instalação apresentada abaixo.
Use caligrafia técnica.
Fundamentos do Desenho Técnico 51
Fundamentos do Desenho Técnico 52
b) Desenhe a mão livre as perspectivas isométricas. Oriente-se nos eixos isométricos.
Fundamentos do Desenho Técnico 53
Fundamentos do Desenho Técnico 54

Nome :
ESBOÇO EM PERSPECTIVA Turma: Data: / /
Escala: :
Curso: Refrigeração e Ar Condicionado CEFET/SC Avaliação:
Fundamentos do Desenho Técnico 55

Nome :
ESBOÇO EM PERSPECTIVA Turma: Data: / /
Escala: :
Curso: Refrigeração e Ar Condicionado CEFET/SC Avaliação:
Fundamentos do Desenho Técnico 56
c) Dada à peça em perspectiva cavaleira a 45º, desenhe a mesma peça em perspectiva
isométrica.
Fundamentos do Desenho Técnico 57
Unidade V - PROJEÇÕES ORTOGONAIS

Introdução

Tanto o desenho em perspectivas como o desenho através de vista se valem da projeção


para fazer suas representações. A diferença é que no desenho em perspectiva o observador de um
único ponto de observação consegue ver as três dimensões da peça. Já utilizando vistas, para
cada vista o observador se posiciona em um ponto diferente e em cada vista vê apenas duas
dimensões.
A projeção surgiu após a geometria descritiva, quando o matemático Gaspard Monge, militar
francês que no início do século VIII planejou um método gráfico para representação espacial
revolucionando o estudo da geometria e dando origem ao desenho através de vistas, o desenho
técnico em 1795.
Assim como a linguagem verbal escrita exige alfabetização, a execução e a interpretação da
linguagem gráfica do desenho técnico exige treinamento específico, porque são utilizadas figuras
planas (bidimensionais) para representar formas espaciais.
A Figura ao lado está exemplificando a representação de forma
espacial por meio de figuras planas, donde pode-se concluir que:
1. Para os leigos a figura é a representação de três quadrados.
2. Na linguagem gráfica do desenho técnico a figura corresponde
à representação de um determinado cubo.
Conhecendo-se a metodologia utilizada para elaboração do desenho
bidimensional é possível entender e conceber mentalmente a forma espacial representada na figura
plana.
Na prática pode-se dizer que, para interpretar um desenho técnico, é necessário enxergar o que
não é visível e a capacidade de entender uma forma espacial a partir de uma figura plana, chamada
visão espacial.
Por exemplo, fechando os olhos pode-se ter o sentimento da forma espacial de um copo, de um
determinado carro, da sua casa etc. Ou seja, a visão espacial permite a percepção (o
entendimento) de formas espaciais, sem estar vendo fisicamente os objetos.
Na decomposição de um cubo em elementos de geometria teremos: segmentos de reta
(arestas); pontos (vértices) e segmentos de plano (faces). Então antes de iniciarmos as projeções
ortogonais de peças, vamos apresentar as projeções de pontos; segmentos de reta e de planos,
usando para isto a metodologia da geometria descritiva. Na seqüência, trabalharemos com peças.
Fundamentos do Desenho Técnico 58
5.1 - Elementos da projeção

Seus elementos principais podem ser vistos na figura abaixo:


A) A posição do observado, denominada centro da projeção;
B) O objeto a ser observado;
C) Os raios projetantes;
D) O plano a ser representado;
E) A projeção do objeto.

5.2 - Tipos de projeções


• Cônica ou central Oblíqua
• Cilíndrica ou paralela
Ortogonal
Projeção Cônica
O observador se encontra a uma distância finita do plano de projeção;
ocorre a formação de superfície cônica pelos raios projetantes.
Nunca terá verdadeira grandeza (V.G.).

Projeção Cilíndrica
O observador se encontra uma distância finita do plano de
projeção; ocorre a formação de superfície cilíndrica pelos raios
projetantes: Pode ter verdadeira grandeza, (V.G.) desde que as
superfícies dos objetos estejam paralelas ao plano de projeção então se
projetam com a mesma forma e as mesmas dimensões, isto é, em
“verdadeira grandeza”.

Projeção Cilíndrica Obliqua


Os raios projetantes
não são perpendiculares ao
plano de projeção.

Projeção Cilíndrica Ortogonal


Os raios projetantes são perpendiculares do plano de
projeção.
Esta é a forma de projeção adotada pelo desenho técnico.
Fundamentos do Desenho Técnico 59
5.3 - Projeções de elementos geométricos

Projeções de um ponto
Quando desenhamos figuras geométricas planas, figuras
com duas dimensões (possuem uma área) todos os pontos da Y Coordenadas
(40,50)
figura podem ser descritos (posicionados) usando-se duas
coordenadas X e Y o que nos lembra o plano cartesiano da 50
matemática.
Quando um ponto estiver no espaço?
Apesar de não possuir dimensão, possui posição, e esta posição
só será possível descrever com três coordenadas X; Y e Z.
0,0 40 X
Mas o ponto poderá ser descrito usando-se a geometria descritiva,
que nada mais faz do que projeta-lo nos planos de projeção.
Considerando os planos: vertical; horizontal e de perfil, como mostramos na figura a seguir,
dividimos o espaço em quatro ângulos diedros. Os quatro ângulos são numerados no sentido anti-
horário, e denominados 1o, 2o, 3o e 4o diedros.
Foi normalizada a projeção ortogonal no 1o e 3o diedros, sendo mais usado às projeções
no 1o diedro. É esta que adotaremos. Veja como fica a projeção de um ponto de coordenadas
(X,Y,Z). Em cada plano (vertical; horizontal e de perfil) será projetado uma vista do ponto, ou seja,
vai ocorrer uma projeção cilíndrica ortogonal, como mostra a figura abaixo.
Após a projeção ocorre o rebatimento dos planos de perfil e horizontal (planificação). É a
partir deste momento que nos valemos da geometria descritiva, ou seja, passamos a representar no
plano, através de projeções (vistas), objetos do espaço. Veja a seguir como fica no caso do ponto.

Plano de
Plano vertical perfil
Projeção de Projeção
Rebatido
frente lateral

Projeção
Plano superior
horizontal
Rebatido
Fundamentos do Desenho Técnico 60
Projeções de um segmento de reta

Um segmento de reta pode ser definido por dois pontos e pode ter várias posições
espaciais relativas aos três planos de projeção. Possui apenas uma dimensão, ou seja, um
comprimento.
De acordo com sua posição, relativa aos planos de projeção, recebe um nome.
Na figura de um cubo, em algumas de suas arestas e diagonais, entre os planos: frontal; horizontal
e de perfil podemos visualizar vários tipos de
segmentos:
•Horizontal ou de nível – segmento BD;
•Frontal ou de frente – segmento BC;
. P.P
•Fronto-horizontal ou paralela à linha P.F .
D B

de terra – segmento AB;


A
•Vertical – segmento AC;
•De topo ou de ponta – segmento AD;
E
•De perfil – segmento DC;
•Qualquer – segmento BE (passando pelo C
interior do cubo).
Cada tipo de segmento ao projetar-se num
plano de projeção sua projeção poderá ser: um
P.H.
segmento de mesmo tamanho, quando está
paralelo ao plano de projeção; um segmento de tamanho reduzido, quando está inclinado com
relação ao plano de projeção ou apenas um ponto, quando está perpendicular ao plano de
projeção.
Veremos a seguir, as projeções dos segmentos mostrados na figura anterior. Você deve estudar
cada uma das projeções e verificar como ocorreu.
Para facilitar o entendimento a projeção no plano frontal é acompanhada do número 1, as no plano
horizontal pelo número 2 e as no plano de perfil pelo número 3. O símbolo ≡ significa coincidência
(mesma posição).

D1 B1 D3 B3 B1 B3

A1 B1 A3 ≡ B3

C1 D3
D2

D2 B2
B2 C2 B2

Segmento horizontal Segmento frontal ou Segmento fronto-


ou de nível - BD de frente - AB horizontal - BC
Fundamentos do Desenho Técnico 61

A1 A3 A1 ≡ D1 D3 A3 D1 D3 B1 B3

E1 E3
C1
C1 C3

D2
E2
D2

A2 ≡ C2 A2
C2
B2

Segmento vertical - AC Segmento de topo - AD Segmento de perfil - DC Segmento qualquer - BE

Exercícios propostos
a) Para cada tipo de segmento diga em qual ou quais planos sua projeção é em tamanho real
(verdadeira grandeza).
Tipo de segmento Projeta-se em tamanho real no(s) plano(s)
Horizontal
Frontal
Fronto-horizontal
Vertical
De topo
De perfil
Qualquer

b) Responda:
1- Quando ocorre a verdadeira grandeza na projeção do segmento?
.............................................................................................................................................................
.............................................................................................................................................................
.............................................................................................................................................................

2- Quando que um segmento tem sua projeção reduzida a um ponto.


..............................................................................................................................................................
..............................................................................................................................................................
Fundamentos do Desenho Técnico 62
Projeções de um segmento de plano

Um segmento de plano possui duas dimensões, ou seja, uma área (superfície), podendo ser
definido por três pontos no mínimo e ocupar várias posições espaciais relativas aos três planos de
projeção.
De acordo com sua posição relativa aos planos de projeção C

recebem um nome. . P.P


P.F .
D B
Na figura do cubo ao lado podemos identificar em suas
faces, três dos possíveis segmentos de plano que podem A

aparecer em uma peça.


Vejam quais são: E G

• Horizontal – ABCD
F
• De perfil – ADEF
• Frontal – ABGF

P.H.

Suas respectivas projeções são:

A≡D B≡C D≡C A≡B A B D≡C A≡B A≡D D A

F G F≡G F≡E E F

D C D≡E

A B A B A≡F
Segmento de plano Segmento de plano Segmento de plano
horizontal - ABCD frontal - ABGF de perfil - ADEF

Podemos imaginar ainda outros tipos de segmento de plano no interior do cubo:


• De topo – CBFE
• De rampa – DCGF
• Vertical – DBGE
• Qualquer – DBF

Visualize estes segmentos de plano, no espaço e veja como fica a projeção de cada um destes
segmentos de plano, nos planos de projeção.
Fundamentos do Desenho Técnico 63

C≡B C B

. P.P
P.F .
B E≡F F
E

E C
E

F B

P.H. De topo - CBEF

D C D≡C

. P.P
P.F .
D
F≡G
F G

D C
G

F G

P.H. De rampa - DCGF

D B D B

. P.P
P.F B
.
D E G E G

D≡E
E G

B≡G

P.H.
Vertical - DEBG

D B D B

. P.P
P.F B
.
F
D F

F B

P.H. Qualquer - DBF


Fundamentos do Desenho Técnico 64
Conclui-se que cada tipo de segmento de plano ao projetar-se num plano, sua projeção
poderá ser: 1- um segmento de reta, quando está perpendicular ao plano de projeção; 2- um
segmento de plano com a mesma forma, porém de tamanho reduzido, quando está inclinado com
relação ao plano de projeção; 3- um segmento de plano com o mesmo tamanho, quando está
paralelo ao plano de projeção.

5.4 - Exercícios propostos:

a) Para cada tipo de segmento de plano, diga em qual plano sua projeção ocorre em tamanho real
(verdadeira grandeza). Diga também qual ou quais os tipos de segmento de reta que podem
estar contidos nos respectivos planos.

Tipo de segmento Projeta-se em Segmentos de retas que podem estar contidos


de pano tamanho real no plano. no plano.
Horizontal
Frontal
De perfil
De topo
De rampa
Vertical
Qualquer

2 - Responda:
1- Quando ocorre a verdadeira grandeza na projeção de um segmento de plano?
.............................................................................................................................................................
.............................................................................................................................................................
.............................................................................................................................................................

2- Quando que um segmento de plano tem sua projeção reduzida a um segmento de reta?
..............................................................................................................................................................
..............................................................................................................................................................
Fundamentos do Desenho Técnico 65
5.5 - Projeções de uma peça no primeiro diedro para representação através de vistas

Como os sólidos são constituídos de várias superfícies, as projeções ortogonais são


utilizadas para representar as formas tridimensionais através de figuras planas.
Na prática usaremos um número de vistas que seja
suficiente para representar a peça, sendo que no mínimo, terão
que ser usado duas vistas, pois a peça tem três dimensões e cada
vista duas dimensões.
Veja na figura ao lado alguns casos: três sólidos sendo
projetados nos planos vertical e horizontal, ou seja, suas
respectivas vistas: frontal e superior, são suficientes para
representar cada um dos sólidos.
Estudaremos agora passo a passo às projeções de uma
peça no primeiro diedro.

Vista de frente

A vista de frente é a projeção vertical do objeto. Nesta vista é considerada sua face anterior.
É ela a principal vista da peça, devendo ser escolhida a que mais mostra detalhes e ou de maior
dimensão no sentido horizontal. Veja o exemplo abaixo:
Fundamentos do Desenho Técnico 66
Vista superior ou de cima

A vista superior é a projeção horizontal do objetivo e representa sua face superior. Uma vez
definida a vista frontal o observador olha para a peça de uma outra direção (de cima para baixo).
Desta forma a vista superior se posicionará sempre abaixo da frontal (primeiro diedro). Exemplo:

Plano de perfil

Para facilitar a interpretação da forma de um objeto, recorre-se a um terceiro plano de


projeção, perpendicular simultaneamente ao horizontal e ao vertical – o plano de perfil. Para esta
terceira vista, a localização do plano de perfil é arbitrária; no entanto, a princípio, supõe-se que
esteja situado à direita do objeto e que o observador olhe da esquerda para a direita, o que teremos
é uma vista lateral esquerda.

Vista lateral esquerda

A vista lateral esquerda é a projeção ortogonal do objeto em um plano de perfil, sendo o


sentido de observação da esquerda para a direita. Na execução da épura, faz-se o rebatimento do
plano de perfil sobre o plano vertical, de modo que a vista lateral esquerda se localiza à direita da
vista de frente.
A vista lateral pode ser obtida, com uso do compasso, descrevendo o giro de 90° do plano de perfil,
com uso das linhas de chamada ou pelo artifício da oblíqua de 45°, como mostramos nas figuras
abaixo:

Vista de frente Vista lateral


esquerda

Vista superior
Fundamentos do Desenho Técnico 67

Plano de perfil Plano de perfil


Linhas de Linhas de
chamada chamada

Como estamos trabalhando no primeiro diedro, eliminam-se as linhas de extensão e plano de perfil
assim como as linhas de chamadas, mantendo-se as posições relativas conforme mostramos
abaixo.

5.6 - Exercício introdutório:

a) Descubra a parte que falta para completar o cubo.


Fundamentos do Desenho Técnico 68
b) Qual dos sólidos abaixo obtemos juntando 1 e 2?
Fundamentos do Desenho Técnico 69
5.7 - Símbolos dos diedros

Já falamos que trabalharemos no primeiro diedro, porém devemos utilizar o símbolo


correspondente para indicar que o desenho técnico está representado no 1º diedro. Este símbolo
deve ser colocado no canto inferior direito da folha de papel dos desenhos técnicos, dentro da
legenda ou logo acima.
Se você encontrar um desenho técnico representado no 3º diedro, você verá outro com as vistas
invertidas.

Primeiro Diedro

Terceiro Diedro

5.8 - Leitura das vistas ortogonais

Assim como a compreensão de um texto depende da interpretação de cada palavra em


função do seu relacionamento com as demais, uma representação no sistema de vistas ortográficas
somente será compreendida de modo inequívoco se cada vista for interpretada em conjunto e
coordenadamente com as outras.
A leitura das vistas ortográficas é grandemente auxiliada pela aplicação das três regras
fundamentais:

Regra do alinhamento
1 2 2 1
As projeções de um mesmo
elemento do objeto nas vistas 2
adjacentes acham-se sobre o 1
mesmo alinhamento, isto é, sobre a
mesma linha de chamada.

1
Fundamentos do Desenho Técnico 70
Regra das figuras contíguas

A linha que separa duas áreas contíguas de uma vista ortográfica, indica que estas duas
áreas não estão contidas no mesmo plano.

Regra da configuração

Uma fase plana somente pode projetar-se com a sua configuração ou coma um segmento
de reta. Assim como um segmento de reta, uma aresta, pode projetar-se como segmento ou um
ponto.
d b d b

b
a
c ac
d
c
a a bc
5.9 - Exercícios propostos:
Dado a perspectiva isométrica da peça, faça a mão livre à respectiva representação ao lado
em forma de vistas: frontal; superior e lateral esquerda. Respeite as proporções de cada peça de
acordo com os exemplos.

1 2
Fundamentos do Desenho Técnico 71

3 4

5 6

7
8

9 10
Fundamentos do Desenho Técnico 72
5.10 - Representação de Arestas Ocultas

Como a representação de objetos tridimensionais, por meio de projeções ortogonais, é


feita por vistas tomadas por lados diferentes, dependendo da forma espacial do objeto, algumas de
suas superfícies poderão ficar ocultas em relação ao sentido de observação.
Observando a Figura seguinte vê-se que a superfície “A” está oculta quando a peça é vista
lateralmente (direção 3), enquanto a superfície “B” está oculta quando a peça é vista por cima
(direção 2). Nestes casos, as arestas que estão ocultas em um determinado sentido de observação
são representadas por linhas
tracejadas.
As linhas tracejadas são
constituídas de pequenos traços de
comprimento uniforme, espaçados
de um terço de seu comprimento e
levemente mais finas que as linhas
cheias.

5.11 - Exercício propostos:

1 - Dado a perspectiva isométrica da peça, faça a mão livre à respectiva representação ao lado em
forma de vistas: frontal; superior e lateral esquerda. Respeite as proporções de cada peça e
represente as superfícies ocultas com linhas tracejadas.

11 12

13 14
Fundamentos do Desenho Técnico 73

19 20
Fundamentos do Desenho Técnico 74
Fundamentos do Desenho Técnico 75

2
Fundamentos do Desenho Técnico 76
3 - Desenhe as três vistas das peças abaixo em folha A4 com legenda em caligrafia técnica.
O tamanho das vistas devem ser obtidos diretamente das perspectivas.
Fundamentos do Desenho Técnico 77
4-
Fundamentos do Desenho Técnico 78
5.12 - Representação de Superfícies Curvas

A forma cilíndrica é muito comum de ser encontrada em peças assim como os


arredondamentos. Para estes tipos de peças surge a necessidade do uso das linhas de centro e de
simetria, sempre que tiverem superfícies curvas.
Estas linhas são compostas de traços e pontos que é denominada linha de centro. As
linhas de centro são usadas para indicar os eixos em corpos de rotação e também para
assinalar formas simétricas secundárias.
As linhas de centro são representadas por traços finos separados por pontos (o
comprimento do traço da linha de centro deve ser de três a quatro vezes maior que o traço da linha
tracejada).
É a partir da linha de centro que se faz à localização de furos, rasgos e partes
cilíndricas. Veja alguns exemplos de aplicações da linha de centro.

Como regra para representação, pode-se dizer que, quando não houver arestas, uma
superfície curva gera linha na projeção resultante quando o raio da curva for perpendicular ao
sentido de observação (A).
Fundamentos do Desenho Técnico 79
Se houver interseção da superfície curva com qualquer outra superfície, haverá aresta resultante,
onde tem interseção tem canto (aresta) e onde tem canto na peça, tem linha na projeção ortogonal.
Lembre-se:
1. A representação de arestas e contornos visíveis deve ser executada com linha contínua grossa.
2. A representação de arestas e contornos invisíveis devem ser executada com linha tracejada
média.
3. A representação de eixos de sistema, centros de furo, eixos, engrenagens, e raios de
arredondamento, devem ser executado com linha fina traço ponto.

5.13 - Exercícios propostos:


1 - Represente em três vistas, no espaço ao lado, as peças a seguir:

23

24
Fundamentos do Desenho Técnico 80
2 – Desenhe as três vistas das peças abaixo em folha A4 com legenda em caligrafia técnica. O
tamanho das vistas devem ser obtidos diretamente das perspectivas.
Fundamentos do Desenho Técnico 81
3 - Dada duas vistas de uma peça construa a terceira no espaço pontilhado e faça também a sua
perspectiva isométrica, usando os segmentos já traçados ao lado das respectivas vistas.
Fundamentos do Desenho Técnico 82
Fundamentos do Desenho Técnico 83
Fundamentos do Desenho Técnico 84

k
Fundamentos do Desenho Técnico 85
4 - Dada as três vista ortográficas, construir a sua perspectiva isométrica ao lado.

a)

b)
Fundamentos do Desenho Técnico 86
c)

d)
Fundamentos do Desenho Técnico 87
Fundamentos do Desenho Técnico 88
Fundamentos do Desenho Técnico 89
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Fundamentos do Desenho Técnico 91
Fundamentos do Desenho Técnico 92
Fundamentos do Desenho Técnico 93
Fundamentos do Desenho Técnico 94
Fundamentos do Desenho Técnico 95
Fundamentos do Desenho Técnico 96
Fundamentos do Desenho Técnico 97
Fundamentos do Desenho Técnico 98
BLIOGRAFIA:

SPECK, Hederson José. Manual Básico de Desenho Técnico – Florianópolis : Ed. Da UFSC,
1997.
PROVENZA, Eng. F. Desenhista de Maquinas, Escola Protec, São Paulo.
HALLAWEL, Philip. A Linguagem do Desenho a Mão Livre, Companhia Melhoramentos, São
Paulo, 1994.
Normas Gerais para Desenho Técnico – NB8 – ABNT
FRENCH, Thomas E. Desenho Técnico e Tecnologia Gráfica, Rio de Janeiro, Ed. Globo,1985.
SILVA, Silvio S. da. A linguagem do Desenho Técnico, Rio de Janeir, LTC, 1984.
PRÍNCIPE JUNIOR, Alfredo dos Reis. Noções de Geometria Geométrica. São Paulo, Nobel,
1976.
CARVALHO, Bejamin de A .Desenho Geométrico. Rio de Janeiro, Ao Livro Técnico S/A, 1982.
JANUÁRIO, Antônio Jaime. Desenho Geométrico. Florianópolis, Editora da UFSC, 2000.
Apostilas do telecurso 2000.
http://www.bibvirt.futuro.usp.br/textos/tem_outros/cursprofissionalizante/tc2000/des_tecnico
http://www.debas.faenquil.br/~clelio

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