Dissertacao Liliana Carrard Versao PARCIAL
Dissertacao Liliana Carrard Versao PARCIAL
Dissertacao Liliana Carrard Versao PARCIAL
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
1
O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA E
A MÍNIMA INTERVENÇÃO PENAL
SÃO PAULO
2013
2
FOLHA DE APROVAÇÃO
LILIANA CARRARD
Banca Examinadora
3
Aos meus pais Arno e Liane, pessoas muito especiais, por tudo que representam
para mim. Meu sincero agradecimento, por tudo.
Aos meus irmãos (e melhores amigos) Angélica, Rafael e Bianca, e cunhados Nórton,
Adriane e Tiago, por toda a parceria e amizade verdadeira que sabemos cultivar.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço também aos colegas do Mestrado que seguiram comigo ao longo desta
jornada, em especial ao Renato Silvestre Marinho e Marina Zanotello.
5
RESUMO
6
ABSTRACT
The present work aims to study the emergence and criteria for applying the principle of
insignificance. Therefore, will be analyzed the concepts of criminal law called minimal
intervention, which advocates respect for the ultima ratio of the Criminal Law. Thus,
demonstrates that the current Constitution, though not explicitly refer to the principle of
insignificance, legitimized it through the principles of others. It also demonstrates that
the principle is in line with the precepts of a criminal intervention minimally required.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 10
8
CAPÍTULO 4. CONSEQUÊNCIAS DO RECONHECIMENTO DO PRINCÍPIO DA
INSIGNIFICÂNCIA
9
INTRODUÇÃO
O Direito Penal é a esfera jurídica que se caracteriza pela força de suas ações,
decisões e efeitos.
Por mais brando que tente ser o Direito Penal – aplicando substituições de penas,
estabelecendo procedimentos em leis especiais como a Lei nº 9.099/95 – fato é que sua
atuação sempre possui forte efeito.
Com isso, atua de forma a legitimar a máxima de que o Direito Penal só deve se
preocupar com as condutas que efetivamente causem alguma lesão ao bem jurídico
penalmente tutelado.
A intenção é demonstrar que a esfera penal é a via jurídica mais radical, como já
dito, e para ela devem ser dedicadas apenas as condutas cuja análise e julgamento não
podem ser realizados em outras áreas do Direito.
Será abordada a forma de criação e escolha dos bens protegidos na esfera penal e,
ainda, a relação desta escolha com a Constituição.
10
abordagem específica acerca de determinados tipos penais, muito embora alguns deles
tenham sido citados, ou a título de exemplo, ou nos julgados mencionados.
Dentro deste mesmo capítulo, serão abordadas questões como crimes violentos ou
com grave ameaça, crimes complexos e a problemática da valoração do dano sem, contudo,
estudar-se a aplicação do princípio especificamente em relação a determinados tipos penais.
Este estudo terá direta relação com o tópico anterior que, ao tratar da excludente de
culpabilidade, relaciona-a a um modelo que é incompatível com o Direito Penal de mínima
intervenção.
11
NOTAS CONCLUSIVAS
110
5. O princípio da insignificância atua como uma via redutora do Direito
Penal, e tem por finalidade não permitir que nele permaneçam sendo discutidas condutas
que não venham a ferir minimamente os bens penalmente protegidos.
10. Foi possível concluir que o princípio da insignificância tem relação com a
excludente de tipicidade. Defende-se a idéia de que, dessa forma, está a “corrigir” a
“deficiente” atuação do legislador, que não consegue prever ante post todas as situações
111
que poderão ocorrer, o que traduz a supremacia da tipicidade material em face da
meramente formal.
112
uniformização precisa ocorrer, a fim de que não haja contradição (e com ela injustiças)
na aplicação do Direito.
15. E a crítica não reside no fato de que a jurisprudência não possui poder de
criar normas penais, até porque, como sabemos, ela possui poder para tal. O fato é que,
na existência de tantas divergências sobre a aplicação do princípio (se é compatível com
a reincidência, se pode ser aplicado aos crimes complexos, se deve respeitar limites
monetários mínimos et coetera) se corre o risco de haver uma imensidão de diferentes
decisões judiciais a respeito da mesma matéria, a depender do entendimento do aplicador
do Direito.
17. O que traz a necessária segurança jurídica para uma legítima aplicação do
princípio da insignificância é que não existem delitos irrelevantes: o irrelevante são os
fatos.
113
114
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSIS, Jorge César de. O STF e o princípio da insignificância no crime militar de furto:
significância de suas decisões. Direito Militar: Revista da Associação dos Magistrados
das Justiças Militares Estaduais - AMAJME. v. 10, n. 64, mar./abr. 2007. p. 6-9.
BAJNO, Riccard. Contributo allo studio del bene giuridico nel diritto penale accessorio :
l'ipotesi urbanismo-ambientale. Rivista Italiana di Diritto e Procedura Penale. v. 22, n.
1, jan./mar., 1979.
115
BARATTA, Alessandro. Criminologia Crítica e Crítica ao Direito Penal. 2ª ed. Rio de
Janeiro: Freitas Bastos, 1999.
BARBOSA Jr, Salvador José. FRANZOI, Sandro Marcelo Paris. MORGADO, Nara
Cibele Neves. Breves Anotações do Princípio da Insignificância. Revista IOB de Direito
Penal e Processual Penal. Ano VII, nº 41, p. 28-41, dez.jan.2007.
______. Introdução crítica ao direito penal brasileiro. Rio de Janeiro: Reva, 1990.
BECHARA, Ana Elisa Liberatore Silva. Da teoria do bem jurídico como critério de
legitimidade do direito penal. Tese de Livre-Docência apresentada à Faculdade de
Direito da USP, São Paulo, 2010.
BIANCHINI, Alice. Pressupostos materiais mínimos de tutela penal. São Paulo: TR,
2002.
116
BITENCOURT, Cezar Roberto. MUÑOZ CONDE, Francisco. Teoria Geral do Delito.
São Paulo: Saraiva, 2000.
BRUNO, Anibal. Direito Penal – parte geral. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1967.
117
BUSTOS RAMIREZ, Juan. Manual de Derecho Penal, parte general., 3ª ed. Ariel:
Barcelona, 1989.
CANCIO MELIÁ, Manuel. Los orígenes de la teoría de la adecuación social: teoría final
de la acción e imputación objetiva. Bogotá: Universidad Externado de Colombia, 1998.
CARVALHO, Salo de. Pena e Garantias: uma leitura do garantismo de Luigi Ferrajoli no
Brasil. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2001.
CEREZO MIR, José. Derecho Penal – parte general. São Paulo: RT, 2007.
CHAVES, Cíntia Toledo Miranda. Breves considerações sobre direito penal mínimo e
processo garantista. Pórtico jurídico, Juíz de Fora, v. 2, n. 2, p.124-143, 2000.
118
COELHO, Edihermes Marques. O conceito de crime e a aplicação do princípio da
insignificância. Cadernos de Estudos Jurídicos Contemporâneos. v. 1, n. 1, ago., 2001.
CONSULICH, Federico. Materia penale e tutela dei beni giuridici nello spazio unitario
europeo. Rivista Trimestrale di Diritto Penale Dell'Economia. v. 19, 1-2, jan./jun., 2006.
COSTA, José de Faria. Apontamentos para umas reflexões mínimas e tempestivas sobre
o direito penal de hoje. Revista Brasileira de Ciências Criminais, São Paulo, v. 17, n. 81,
p.36-47, nov./dez. 2009.
D’ÁVILA, Fábio. SOUZA, Paulo Vinicius Sporleder de. Direito Penal Secundário. SP:
RT, 2006.
DOTTI, René Ariel. Curso de Direito Penal. Rio de Janeiro: Forense, 2000.
ESTELLITA, Heloisa. LUZ, Yuri Corrêa da. Tribunais têm manejado equivocadamente
a bagatela. Revista Consultor Jurídico, publicado em 21.08.2011. Disponível em
http://www.conjur.com.br/2011-ago-21/equivocos-principio-insignificancia-ganham-
folego-tribunais.
119
FELIPETO, Rogério. Princípio da insignificância e delito complexo. Boletim do Instituto
de Ciências Penais-ICP, Belo Horizonte, v. 3, n. 32, p.3-4, dez. 2002.
FERNANDEZ, Gonzalo D. Bien Jurídico y Sistema de Delito. Buenos Aires: Julio César
Faira, 2004.
FIGUEIREDO DIAS, Jorge de. Temas Básicos da Doutrina Penal. Coimbra: Coimbra,
2001.
GARCIA, Fco. Javier Álvarez Garcia. Sobre El principio de Legalidad. Valencia: Tirant
lo Blanch, 2009.
120
GARCÍA-PABLOS DE MOLINA, Antônio. Derecho Penal. Madrid, 1984.
_______. Criminalização e direito penal mínimo. Boletim IBCCRIM, São Paulo, n. 21,
p.07, set. 1994.
GOMES, Mariângela Gama de Magalhães. Bases para uma Teoria Geral da Parte
Especial do Direito Penal. Tese de Livre-Docência apresentada à Faculdade de Direito da
USP, São Paulo, 2012.
121
GRECO, Luís. Breves reflexões sobre os princípios da proteção de bens jurídicos e da
subsidiariedade no direito penal. Revista Jurídica do Ministério Público de Mato Grosso.
v. 2, n. 3, jul./dez., 2007.
_______. TÓRTIMA, Fernanda Lara. O bem jurídico como limitação do poder estatal de
incriminar?. RJ: Lumen Juris, 2011.
________. Princípios políticos do direito penal. 2ª ed. São Paulo: RT, 1999.
122
________. O princípio da insignificância e o pretório excelso. Boletim IBCCRIM, v. 6, n.
63, fev. 1998.
LUZ, Yuri Corrêa da. Princípio da Insignificância em matéria penal: entre aceitação
ampla e aplicação problemática. Revista de Direito GV nº 15, jan.jun. 2012.
MARQUES, José Frederico. Curso de direito penal - da infração penal. São Paulo:
Saraiva, 1956. v. 2.
123
MARTINEZ, Rosario de Vicente. El princípio de legalidad penal, Valencia: Tirant lo
Blanch, 2004.
MAURACH, Reinhart. Derecho Penal. Parte general. Atualizado por Heinz Zipf. Buenos
Aires: Delpalma, 1994.
MIR PUIG, Santiago. Derecho Penal. Parte General. 7. ed. Barcelona: Reppertor, 2006.
_______. Introducción a las bases del Derecho Penal. Concepto y método. Barcelona:
Bosch, 1976.
MORAES, Jorge Luiz dos Santos. Princípio da insignificância. In FAYET JÚNIOR, Ney.
A sociedade, a violência e o direito penal. p. 105-119.
NAVARRETE, Miguel Polaino. Derecho Penal: parte general. Barcelona: Bosch, 1989.
124
NOGUEIRA, Carolina Vilela de Faria Alves. A aplicabilidade do princípio da
insignificância nos crimes de roubo. Boletim do Instituto de Ciências Penais. v. 7, n. 96,
jun./jul., 2009.
OTERO, Juan Manuel. Sobre el rol del derecho penal sustantivo en la búsqueda del
derecho penal mínimo. Más Derecho? Revista de ciencias jurídicas. n. 2, 2001.
PALADINO, Carolina Freitas. Política criminal: direito penal mínimo x direito penal
máximo. Revista da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, n. 29, p.61-82,
dez. 2010.
PALIERO, Carlos Enrico. Note sulla disciplina dei reati bagatellari, Revista Italiana de
Diritto e Procedura Penale, Padova, Cedam, 1992.
125
PEREIRA, Carlos Frederico. O conceito de bem jurídico e o princípio da insignificância.
Revista do Ministério Público Militar. Brasília: MPM, nº 13, p. 45-50, 1991.
PRADO, Luiz Regis. Bem Jurídico-Penal e Constituição. 3ª ed. São Paulo: RT, 2003.
________. Elementos de Direito Penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
QUEIROZ, Paulo de Souza. Direito penal: parte geral. 6. ed. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2010.
126
RIBEIRO, Julio Dalton. Princípio da insignificância e sua aplicabilidade no delito de
contrabando e descaminho. Revista Brasileira de Ciências Criminais. v. 16, n. 73,
jul./ago. 2008.
________. A proteção de bens jurídicos como função do direito penal. Porto Alegre:
Livraria do Advogado, 2009.
SANTOS, Cláudia Maria Cruz. Direito penal mínimo e processo penal. Boletim
IBCCRIM, São Paulo, v. 15, n. 179, p.13, out. 2007.
127
SANTOS, Juarez Cirino dos. A moderna teoria do fato punível. Rio de Janeiro: Freitas
Bastos, 2000.
SILVA, Ivan Luiz da. Princípio da insignificância no Direito Penal. Curitiba: Juruá,
2011.
SIQUEIRA, Geraldo Batista de. Ação penal. Inépcia material, rejeição. Princípio da
insignificância ou de bagatela. Revista IOB de Direito Penal e Processual Penal. v. 10,
n. 58, out./nov., 2009.
SIRVINSKAS, Luis Paulo. Ainda sobre normas penais em branco e bem jurídico
tutelado nos crimes ambientais. Boletim IBCCRIM. n. 73, dez., 1998.
128
SOUZA, Fernando Antônio C. Alves de. Princípio da insignificância: os vetores
(critérios) estabelecidos pelo STF para a aplicação na visão de Claus Roxin. Revista
Magister de Direito Penal e Processual Penal. v. 6, n. 31, ago./set. 2009.
STOCO, Rui. Princípio da insignificância nos crimes contra a ordem tributária. Boletim
do Instituto Manoel Pedro Pimentel. v. 4, n. 18, out./dez. 2001.
TAVARES, Juarez. Teoria do injusto penal. 2. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2002.
________. Critérios de seleção de crimes e cominação de pena. In Revista Brasileira de
Ciências Criminais. Nº especial de lançamento, dez. 1992.
TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios básicos de Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
2000.
129
ZIPF, Heinz. “Introducción a la politica criminal”. Madrid: Revista de Derecho
Privado/Editoriales de Derecho Reunidas, 1979.
WELZEL, Hans. “Derecho Penal aleman, Parte General”, 11. ed., Santiago de Chile: Ed.
Jurídica de Chile, 1970.
130