02 - Atlas Gaúcho de Desastres Naturais

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE DESASTRES

ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS


1991 A 2012
Volume Rio Grande do Sul
2ª edição revisada e ampliada

CEPED UFSC
Florianópolis – 2013
PRESIDENTE DA REPÚBLICA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ESTUDOS
Dilma Vana Rousseff REITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL E PESQUISAS SOBRE DESASTRES
MINISTRO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL DE SANTA CATARINA DIRETOR GERAL
Fernando Bezerra Coelho Professora Roselane Neckel, Dra. Professor Antônio Edésio Jungles, Dr.

SECRETÁRIO NACIONAL DE DEFESA CIVIL DIRETOR DO CENTRO TECNOLÓGICO DA DIRETOR TÉCNICO E DE ENSINO
Humberto de Azevedo Viana Filho UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Professor Marcos Baptista Lopez Dalmau, Dr.
Professor Sebastião Roberto Soares, Dr.
DIRETOR DO CENTRO NACIONAL DE FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA
GERENCIAMENTO DE RISCOS E DESASTRES E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
Rafael Schadeck SUPERINTENDENTE
Professor Gilberto Vieira Ângelo, Esp.

Esta obra é distribuída por meio da Licença Creative Commons 3.0


Atribuição/Uso Não Comercial/Vedada a Criação de Obras Derivadas / 3.0 / Brasil.
Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Universitário de Estudos e Pesquisas
sobre Desastres.
Atlas brasileiro de desastres naturais: 1991 a 2012 / Centro Universitário de Estudos
e Pesquisas sobre Desastres. 2. ed. rev. ampl. – Florianópolis: CEPED UFSC, 2013.
184 p. : il. color. ; 22 cm.

Volume Rio Grade do Sul.

1. Desastres naturais. 2. Estado do Rio Grande do Sul - atlas. I. Universidade


Federal de Santa Catarina. II. Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre
Desastres. III. Secretaria Nacional de Defesa Civil. IV. Título.

CDU 912 (816.5).

Catalogação na publicação por Graziela Bonin – CRB14/1191.


Apresentação
O N
conhecimento dos fenômenos climáticos e dos desastres naturais as últimas décadas os Desastres Naturais têm se tornado tema cada vez mais presente no cotidiano das
e tecnológicos a que nosso território está sujeito é fundamental populações. Há um aumento considerável não apenas na frequência e na intensidade, mas também
para a efetividade de uma política de redução de riscos, objetivo nos impactos gerados causando danos e prejuízos cada vez mais intensos.
primordial da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil. Ciente disso, O Atlas Brasileiro de Desastres Naturais é um produto da pesquisa que resultou do acordo de coo-
tem-se avançado na construção de bancos de dados e no enriquecimen- peração entre a Secretaria Nacional de Defesa Civil e o Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre
to deles para que essas informações estejam disponíveis e atualizadas. Desastres, da Universidade Federal de Santa Catarina.
A primeira edição do Atlas Brasileiro de Desastres Naturais é um A sua reedição está sendo realizada com o objetivo de atualizar e de incorporar eventos que provoca-
exemplo desse avanço. Trata-se da evolução de um trabalho concluído ram desastres no Brasil nos anos de 2011 e de 2012.
em 2010, que contou com a cooperação de todos os estados e do Dis- A pesquisa pretende ampliar a compilação e a disponibilização de informações sobre os registros de
trito Federal, além da academia, num amplo trabalho de levantamento desastres ocorridos em todo o território nacional nos últimos 22 anos (1991 a 2012), por meio da publicação
de informações necessárias para a caracterização do cenário nacional de 26 volumes estaduais e de um volume Brasil.
de desastres entre 1991 e 2010. O levantamento dos registros históricos, derivando na elaboração dos mapas temáticos e na produção
Realizado por meio de uma parceria entre a Secretaria Nacional de do atlas, é relevante na medida em que viabiliza construir um panorama geral das ocorrências e das recor-
Defesa Civil – SEDEC e a Universidade de Santa Catarina, esta nova edição rências de desastres no País e suas especificidades por estados e regiões. Tal levantamento subsidiará o
do Atlas foi atualizada com informações referentes aos anos de 2011 e 2012 planejamento adequado em gestão de risco e redução de desastres, possibilitando uma análise ampliada do
e contempla novas metodologias para melhor caracterização dos cenários. território nacional, dos padrões de frequência observados, dos períodos de maior ocorrência, das relações
A perspectiva agora é a de que as atualizações dessas informa- desses eventos com outros fenômenos globais e dos processos relacionados aos desastres no País.
ções ocorram de forma ainda mais dinâmica. Com a implementação Os bancos de dados sistematizados e integrados sobre as ocorrências de desastres usados na primeira
do primeiro módulo do Sistema Integrado de Informações sobre De- edição do atlas foram totalmente aproveitados e acrescidos das ocorrências registradas nos anos de 2011 e
sastres – S2ID, no início de 2013, os registros sobre desastres passa- de 2012. Portanto, as informações relacionadas a esses eventos estão sendo processadas em séries históricas
ram a ser realizados on-line, gerando bancos de dados em tempo e disponibilizadas a profissionais e a pesquisadores.
real. Logo, as informações relacionadas a cada desastre ocorrido são Este volume apresenta os mapas temáticos de ocorrências de desastres naturais no Estado do Rio Gran-
disponibilizadas na internet, com informações que poderão prover de do Sul. As informações aqui fornecidas referem-se a centenas de registros de ocorrências que mostram,
tanto gestores de políticas públicas relacionadas à redução dos ris- anualmente, os riscos relacionados a esses eventos adversos.
cos de desastres, como também a academia, a mídia e os cidadãos Neste volume, o leitor encontrará informações sobre os registros dos desastres recorrentes no Estado
interessados. do Rio Grande do Sul, espacializados nos mapas temáticos que, juntamente com a análise dos registros e com
Finalmente, não se pode deixar de expressar os agradecimentos os danos humanos, permitem uma visão global dos desastres ocorridos, de forma a subsidiar o planejamento
àqueles que se empenharam para a realização deste projeto. e a gestão das ações de minimização.

Humberto Viana Prof. Antônio Edésio Jungles, Dr.


Secretário Nacional de Defesa Civil  Coordenador Geral CEPED UFSC
EXECUÇÃO DO ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ESTUDOS GEOPROCESSAMENTO COORDENAÇÃO EDITORIAL


E PESQUISAS SOBRE DESASTRES Professor Gabriel Oscar Cremona Parma, Dr. Denise Aparecida Bunn
COORDENAÇÃO DO PROJETO REVISÃO TÉCNICA DE CONTEÚDO
Professor Antônio Edésio Jungles, Dr. PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
Professor Rafael Augusto dos Reis Higashi, Dr.
Joice Balboa
SUPERVISÃO DO PROJETO Professor Orlando Martini de Oliveira, Dr.
Professor Rafael Augusto dos Reis Higashi, Dr. Professora Janete Abreu, Dra. EQUIPE DE APOIO
Jairo Ernesto Bastos Krüger Adriano Schmidt Reibnitz
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
EQUIPE DE ELABORAÇÃO DO ATLAS Graziela Bonin Eliane Alves Barreto
AUTORES REVISÃO ORTOGRÁFICA E GRAMATICAL Érika Alessandra Salmeron Silva
Daniel Galvão Veronez Parizoto Pedro Paulo de Souza
Evillyn Kjellin Pattussi
Gerly Mattos Sanchez Sergio Luiz Meira
Mari Angela Machado Patrícia Regina da Costa
EQUIPE DE CAMPO, COLETA E TRATAMENTO DE DADOS
Michely Marcia Martins Ana Caroline Gularte Paulo Roberto dos Santos
Professor Orlando Martini de Oliveira, Dr. Bruna Alinne Classen FOTOS CAPA
Professor Rafael Augusto dos Reis Higashi, Dr. Daniela Gesser Foto superior: Defesa Civil de Rio do Sul - SC
Regiane Mara Sbroglia Karen Barbosa Amarante Foto à esquerda: Secretaria de Comunicação
Rita de Cássia Dutra Maria Elisa Horn Iwaya Social de Tocantins - TO
Roberto Fabris Goerl Larissa Mazzoli Foto inferior disponível em: <http://goo.gl/
Rodrigo Bim Luiz Gustavo Rocha dos Santos XGpNxe>. Acesso em: 13 set. 2013.
Lista de Figuras
Figura 1: Registro de desastres...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................15
Figura 2: Sistema viário comprometido por enxurrada no Estado do Rio Grande do Sul....................................................................................................................................................................................................52
Figura 3: Inundação no Estado do Rio Grande do Sul.................................................................................................................................................................................................................................................................................71
Figura 4: Município de Charqueadas, RS...............................................................................................................................................................................................................................................................................................................83
Figura 5: a) Construção de novos loteamentos b) Aumento no hidrograma..............................................................................................................................................................................................................................84
Figura 6: a) Obstrução à drenagem b) Lixo retido na drenagem.........................................................................................................................................................................................................................................................84
Figura 7: Município de Alegrete, RS.........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................85
Figura 8: Município de Charqueadas, RS...............................................................................................................................................................................................................................................................................................................85
Figura 9: Vendaval no município de Charqueadas...........................................................................................................................................................................................................................................................................................93
Figura 10: Consequências de vendavais intensos no Estado do Rio Grande do Sul..................................................................................................................................................................................................................94
Figura 11: Ventos intensos que ocasionaram queda de árvores e destelhamentos no Estado do Rio Grande do Sul..........................................................................................................................................95
Figura 12: Furacão Catarina.........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................96
Figura 13: Processo de formação de granizo..................................................................................................................................................................................................................................................................................................111
Figura 14: Pedras de granizo, Estado do Rio Grande do Sul.................................................................................................................................................................................................................................................................114
Figura 15: Representação esquemática dos principais tipos de escorregamento.....................................................................................................................................................................................................................128
Figura 16: Escorregamentos translacionais ocorridos em 1985 nas encostas do Vale do Rio Mogi – SP...................................................................................................................................................................129

Lista de Gráficos
Gráfico 1: Frequência anual de desastres causados por estiagem e seca no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012...............................................................................................36
Gráfico 2: Frequência mensal de estiagem e seca no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012................................................................................................................................................37
Gráfico 3: Danos humanos ocasionados por estiagem e seca no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012......................................................................................................................37
Gráfico 4: Frequência anual de desastres por enxurradas no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012..............................................................................................................................53
Gráfico 5: Frequência anual de desastres por enxurradas no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012..............................................................................................................................53
Gráfico 6: Danos humanos causados por enxurradas no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012.......................................................................................................................................54
Gráfico 7: Edificações destruídas e danificadas pelas enxurradas no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012...............................................................................................................55
Gráfico 8: Frequência anual de desastres por inundações no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012..............................................................................................................................71
Gráfico 9: Frequência mensal de desastres por inundações no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012..........................................................................................................................72
Gráfico 10: Danos humanos causados por desastres de inundações no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012.......................................................................................................72
Gráfico 11: Danos materiais causados por desastres de inundações no Estado do Rio Grande do Sul (1991-2012)..........................................................................................................................................73
Gráfico 12: Frequência anual de desastres por alagamentos no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012.........................................................................................................................86
Gráfico 13: Frequência mensal de desastres por alagamentos no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012.....................................................................................................................86
Gráfico 14: Danos humanos causados por desastres de alagamentos no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012....................................................................................................86
Gráfico 15: Edificações destruídas e danificadas pelos alagamentos no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012.........................................................................................................87
Gráfico 16: Frequência mensal de registros de vendaval no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012.................................................................................................................................95
Gráfico 17: Frequência anual de vendaval no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012.................................................................................................................................................................96
Gráfico 18: Danos humanos causados por vendavais no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012........................................................................................................................................97
Gráfico 19: Danos materiais causados por vendavais no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012........................................................................................................................................98
Gráfico 20: Frequência mensal de registros de granizo no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012.................................................................................................................................112
Gráfico 21: Frequência anual de registros de granizo no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012.....................................................................................................................................113
Gráfico 22: Danos humanos causados por granizos no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012........................................................................................................................................113
Gráfico 23: Danos materiais causados por granizos no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012........................................................................................................................................115
Gráfico 24: Frequência mensal de movimentos de massa no Estado do Rio Grande do Sul, período de 1991 a 2012...................................................................................................................................131
Gráfico 25: Danos humanos ocasionados por movimentos de massa no Estado do Rio Grande do Sul no período de 1991 a 2012..................................................................................................131
Gráfico 26: Frequência anual de desastres por erosão no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012..................................................................................................................................140
Gráfico 27: Frequência mensal de desastres por erosão no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012..............................................................................................................................141
Gráfico 28: Danos humanos causados por erosão no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012...........................................................................................................................................141
Gráfico 29: Frequência mensal de registros de incêndios florestais no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012.......................................................................................................147
Gráfico 30: Frequência anual de registros de incêndios florestais no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012...........................................................................................................148
Gráfico 31: Frequência anual de tornados no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012.............................................................................................................................................................152
Gráfico 32: Frequência mensal de tornados no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012.........................................................................................................................................................152
Gráfico 33: Danos humanos relacionados aos tornados no Estado do Rio Grande do Sul (1991-2012).................................................................................................................................................................153
Gráfico 34: Edificações destruídas e danificadas por tornados no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012.................................................................................................................154
Gráfico 35: Frequência mensal de registros de geada no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012....................................................................................................................................160
Gráfico 36: Frequência anual de registros de geada no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012........................................................................................................................................160
Gráfico 37: Danos humanos causados por geada no Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012........................................................................................................................................................................161
Gráfico 38: Municípios mais atingidos, classificados pelo maior número de registros por desastres naturais, no período de 1991 a 2012..........................................................................................167
Gráfico 39: Percentagem dos desastres naturais mais recorrentes no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012.........................................................................................................168
Gráfico 40: Frequência mensal dos desastres naturais mais recorrentes do Estado do Rio Grande do Sul divididos por sua tipologia, no período de 1991 a 2012.................................169
Gráfico 41: Frequência mensal dos desastres de menor recorrência do Estado do Rio Grande do Sul divididos por sua tipologia, no período de 1991 a 2012........................................169
Gráfico 42: Frequência Mensal dos desastres naturais mais recorrentes no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012............................................................................................170
Gráfico 43: Frequência anual dos desastres naturais mais recorrentes no Estado do Rio Grande do Sul divididos por sua tipologia, no período de 1991 a 2012.....................................171
Gráfico 44: Frequência anual dos desastres naturais de menor recorrência no Estado do Rio Grande do Sul divididos por sua tipologia, no período de 1991 a 2012.........................171
Gráfico 45: Total de danos humanos no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012, em escala logarítmica........................................................................................................................172
Gráfico 46: Danos materiais causados por desastres no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012......................................................................................................................................172
Gráfico 47: Frequência anual dos desastres naturais mais recorrentes no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012................................................................................................183

Lista de Infográficos
Infográfico 1: Síntese das ocorrências de estiagem e seca no Estado do Rio Grande do Sul..............................................................................................................................................................................................38
Infográfico 2: Síntese das ocorrências de enxurradas no Estado do Rio Grande do Sul........................................................................................................................................................................................................56
Infográfico 3: Síntese das ocorrências de inundações no Estado do Rio Grande do Sul........................................................................................................................................................................................................74
Infográfico 4: Síntese das ocorrências de alagamento no Estado do Rio Grande do Sul........................................................................................................................................................................................................88
Infográfico 5: Síntese das ocorrências de vendavais no Estado do Rio Grande do Sul............................................................................................................................................................................................................98
Infográfico 6: Síntese das ocorrências de granizos no Estado do Rio Grande do Sul............................................................................................................................................................................................................115
Infográfico 7: Municípios atingidos por movimentos de massa no período de 1991 a 2012.............................................................................................................................................................................................132
Infográfico 8: Síntese das ocorrências de erosão no Estado do Rio Grande do Sul...............................................................................................................................................................................................................142
Infográfico 9: Síntese das ocorrências de incêndios florestais no Estado do Rio Grande do Sul....................................................................................................................................................................................148
Infográfico 10: Municípios atingidos por tornados no período de 1991 a 2012.......................................................................................................................................................................................................................154
Infográfico 11: Síntese das ocorrências de geadas no Estado do Rio Grande do Sul............................................................................................................................................................................................................161
Infográfico 12: Registros de desastres naturais por evento, nos municípios do Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012.......................................................................................173

Lista de Mapas
Mapa 1: Municípios e mesorregiões do Estado do Rio Grande do Sul.............................................................................................................................................................................................................................................22
Mapa 2: Registros de estiagem e seca no Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012....................................................................................................................................................................................................34
Mapa 3: Registros de enxurradas no Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012..............................................................................................................................................................................................................50
Mapa 4: Registros de inundações no Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012..............................................................................................................................................................................................................68
Mapa 5: Registros de alagamento no Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012.............................................................................................................................................................................................................82
Mapa 6: Registros de vendavais no Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012..................................................................................................................................................................................................................92
Mapa 7: Registros de granizos no Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012..................................................................................................................................................................................................................110
Mapa 8: Registros de movimentos de massa no Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012..................................................................................................................................................................................126
Mapa 9: Registros de erosões no Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012..................................................................................................................................................................................................................136
Mapa 10: Registros de incêndios no Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012............................................................................................................................................................................................................146
Mapa 11: Registros de granizos no Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012...............................................................................................................................................................................................................150
Mapa 12: Registros de granizos no Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012...............................................................................................................................................................................................................158
Mapa 13: Registros do total dos eventos no Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012..........................................................................................................................................................................................166
Lista de Quadros
Quadro 1: Hierarquização de documentos.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................16
Quadro 2: Principais eventos incidentes no País.............................................................................................................................................................................................................................................................................................18
Quadro 3: Transformação da CODAR em COBRADE..............................................................................................................................................................................................................................................................................19
Quadro 4: Termos e definições propostos para as enxurradas..............................................................................................................................................................................................................................................................51
Quadro 5: Alguns conceitos utilizados para definir as inundações graduais....................................................................................................................................................................................................................................69
Quadro 6: Características dos principais tipos de escorregamento.................................................................................................................................................................................................................................................127
Quadro 7: Principais fatores deflagradores de movimentos de massa...........................................................................................................................................................................................................................................130
Quadro 8: Classificação da erosão pelos fatores ativos...........................................................................................................................................................................................................................................................................137
Quadro 9: Terminologia de processos erosivos em relação à sua forma de ocorrência......................................................................................................................................................................................................138
Quadro 10: Codificação processos erosivos segundo a COBRADE...............................................................................................................................................................................................................................................139

Lista de Tabelas
Tabela 1: População, taxa de crescimento, densidade demográfica e taxa de urbanização, segundo as Grandes Regiões do Brasil – 2000/2010...............................................................................26
Tabela 2: População, taxa de crescimento e taxa de população urbana e rural, segundo a Região Sul e Unidades da Federação – 2000/2010.................................................................................26
Tabela 3: Produto Interno Bruto per capita, segundo a Região Sul e Unidades da Federação – 2004/2008..............................................................................................................................................................27
Tabela 4: Déficit Habitacional Urbano em relação aos domicílios particulares permanentes, segundo Brasil, Região Sul e Unidades da Federação – 2008........................................................27
Tabela 5: Distribuição percentual do déficit habitacional urbano por faixas de renda média familiar mensal, segundo Região Sul e Unidades da Federação – FJP/2008 ..........................28
Tabela 6: Pessoas de 25 anos ou mais de idade, total e respectiva distribuição percentual, por grupos de anos de estudo – Brasil, Região Sul e Estado do Rio Grande do Sul – 2009 .. 28
Tabela 7: Taxas de fecundidade total, bruta de natalidade, bruta de mortalidade, de mortalidade infantil e esperança de vida ao nascer, por sexo – Brasil, Região Sul e Unidades da
Federação – 2009.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................28
Tabela 8: Danos humanos relacionados aos eventos mais severos (1991-2012) .......................................................................................................................................................................................................................54
Tabela 9: Mortes relacionadas aos eventos mais severos (1991-2012).............................................................................................................................................................................................................................................54
Tabela 10: Descrição dos principais municípios em relação aos danos materiais (1991-2012)..........................................................................................................................................................................................55
Tabela 11: Os municípios mais severamente atingidos no Estado do Rio Grande do Sul (1991-2012)........................................................................................................................................................................72
Tabela 12: Total de danos materiais – eventos mais severos (1991-2012)......................................................................................................................................................................................................................................73
Tabela 13: Danos humanos relacionados aos eventos mais severos (1991-2012).....................................................................................................................................................................................................................86
Tabela 14: Descrição dos principais municípios em relação aos danos materiais (1991-2012)..........................................................................................................................................................................................87
Tabela 15: Municípios mais afetados por eventos de vendavais entre os anos de 1991 a 2012.........................................................................................................................................................................................97
Tabela 16: Municípios mais afetados por eventos de granizos entre os anos de 1991 a 2012.........................................................................................................................................................................................114
Tabela 17: Registro de ocorrências de acordo com sua tipologia no Estado do Rio Grande do Sul...........................................................................................................................................................................140
Tabela 18: Escala de intensidade Fujita-Pearson............................................................................................................................................................................................................................................................................................151
Tabela 19: Danos humanos relacionados aos eventos de tornados (1991-2012) ..................................................................................................................................................................................................................153
Salto do Yucumã, no Parque Estadual do Turvo. Foto: Vanderlei Debastiani.
Sumário ESTIAGEM E SECA

INTRODUÇÃO
33
15

O ESTADO DO RIO ENXURRADA


GRANDE DO SUL
21
49

DESASTRES NATURAIS NO
ESTADO DO RIO GRANDE MOVIMEN
DO SUL DE 1991 A 2012
31
INUNDAÇÃO 67

ALAGAMENTO

81
VENDAVAL INCÊNDIO FLORESTAL

91 145

GRANIZO TORNADO

109 149

NTO DE MASSA GEADA

125 157

DIAGNÓSTICO DOS DESASTRES


EROSÃO NATURAIS NO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL
135 165
Introdução
O
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais é um produto de pesquisa Figura 1: Registro de desastres
realizada por meio de um acordo de cooperação celebrado entre o Incidência de Evento Adverso
Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres da Uni- Município
versidade Federal de Santa Catarina e a Secretaria Nacional de Defesa Civil.
A pesquisa teve por objetivo produzir e disponibilizar informações so-
bre os registros de desastres no território nacional ocorridos nos últimos 22 NOPRED AVADAN FIDE
anos (1991 a 2012), na forma de 26 volumes estaduais e um volume Brasil.
No Brasil, o registro oficial de um desastre poderia ocorrer pela emis-
são de três documentos distintos, não obrigatoriamente dependentes: Decreto Municipal ou Estadual
Notificação Preliminar de Desastre (NOPRED), Avaliação de Danos (AVA-
DAN), ou Decreto municipal ou estadual. Após a publicação da Instrução Portaria de Reconhecimento Federal
Normativa n. 1, de 24 de agosto de 2012, o NOPRED e o AVADAN foram
substituídos por um único documento, o Formulário de Informações so- Fonte: Dados da pesquisa (2013)
bre Desastres (FIDE).
A emissão de um dos documentos acima referidos ou, na ausência O Relatório de Danos também foi um documento para registro oficial
deles, e a decretação municipal ou estadual de situação de emergência utilizado pela Defesa Civil até meados de 1990, mas foi substituído, poste-
ou estado de calamidade pública decorrente de um desastre são subme- riormente, pelo AVADAN. Os documentos são armazenados em meio físico
tidas ao reconhecimento federal. Esse reconhecimento ocorreu devido à e as Coordenadorias Estaduais de Defesa Civil são responsáveis pelo arqui-
publicação de uma Portaria no Diário Oficial da União, que tornou pública vamento dos documentos.
e reconhecida a situação de emergência ou de calamidade pública decre- Os resultados apresentados demonstram a importância que deve ser
tada. A Figura 1 ilustra o processo de informações para a oficialização do dada ao ato de registrar e de armazenar, de forma precisa, integrada e siste-
registro e reconhecimento de um desastre. mática, os eventos adversos ocorridos no País, porém até o momento não exis-
16 Introdução Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

te banco de dados ou informações sistematizadas sobre o contexto brasileiro possibilitando o resgate histórico dos últimos 22 anos de registros de desastres
de ocorrências e controle de desastres no Brasil. no Brasil. Os documentos encontrados consistem em Relatório de Danos, AVA-
Dessa forma, a pesquisa realizada se justifica por seu caráter pioneiro no DANs, NOPREDs, FIDE, decretos, portarias e outros documentos oficiais (relató-
resgate histórico dos registros de desastres e ressalta a importância desses re- rios estaduais, ofícios).
gistros pelos órgãos federais, distrital, estaduais e municipais de Defesa Civil. Como forma de minimizar as lacunas de informações, foram coletados do-
Desse modo, estudos abrangentes e discussões sobre as causas e a intensida- cumentos em arquivos e no banco de dados do Ministério da Integração Nacio-
de dos desastres contribuem para a construção de uma cultura de proteção nal e da Secretaria Nacional de Defesa Civil, por meio de consulta das palavras-
civil no País. chave “desastre”, “situação de emergência” e “calamidade”.
Notícias de jornais encontradas nos arquivos e no banco de dados também
Levantamento de Dados compuseram a pesquisa, na forma de dados não oficiais, permitindo a identifi-
cação de um evento na falta de documentos oficiais.
Os registros até 2010 foram coletados entre outubro de 2010 e maio de
2011, quando pesquisadores do CEPED UFSC visitaram as 26 capitais brasileiras Tratamento dos Dados
e o Distrito Federal para obter os documentos oficiais de registros de desastres
disponibilizados pelas Coordenadorias Estaduais de Defesa Civil e pela Defesa Para compor a base de dados do Atlas Brasileiro de Desastres Naturais,
Civil Nacional. Primeiramente, todas as Coordenadorias Estaduais receberam os documentos pesquisados foram selecionados de acordo com a escala de
um ofício da Secretaria Nacional de Defesa Civil comunicando o início da pes- prioridade apresentada no Quadro 1 para evitar a duplicidade de registros.
quisa e solicitando a cooperação no levantamento dos dados.
Quadro 1: Hierarquização de documentos
Os registros do ano de 2011 foram digitalizados sob a responsabilidade
da SEDEC e os arquivos em meio digital foram encaminhados ao CEPED UFSC Documento prioritário em função da abrangência de
AVADAN/FIDE informações registradas
para a tabulação, a conferência, a exclusão das repetições e a inclusão na base
de dados do S2ID. NOPRED Selecionado no caso de ausência de AVADAN/FIDE
Os registros de 2012 foram digitalizados em fevereiro de 2013 por uma
equipe do CEPED UFSC que se deslocou à sede da SEDEC para a execução Relatório de Selecionado no caso de ausência de AVADAN/FIDE e NOPRED
Danos
da tarefa. Além desses dados foram enviados ao CEPED UFSC todos os do-
Selecionado no caso de ausência de AVADAN/FIDE, NOPRED e
cumentos existentes, em meio digital, da Coordenadoria Estadual de Defesa Portaria Relatório de Danos
Civil de Minas Gerais e da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Paraná.
Selecionado no caso de ausência de AVADAN/FIDE, NOPRED,
Esses documentos foram tabulados e conferidos, excluídas as repetições e, por Decreto Relatório de Danos e Portaria
fim, incluídos na base de dados do S2ID. Além disso, a Coordenadoria Estadual Selecionado no caso de ausência de AVADAN/FIDE, NOPRED,
de Defesa Civil de São Paulo enviou uma cópia do seu banco de dados que foi Outros Relatório de Danos, Portaria e Decreto
convertido nos moldes do banco de dados do S2ID.
Jornais Selecionado no caso de ausência dos documentos acima
Como na maioria dos Estados, os registros são realizados em meio físico e
Fonte: Dados da pesquisa (2013)
depois arquivados, por isso, os pesquisadores utilizaram como equipamento de
apoio um scanner portátil para transformar em meio digital os documentos dis-
ponibilizados. Foram digitalizados os documentos datados entre 1991 e 2012,
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Introdução
17
Os documentos selecionados foram nomeados com base em um códi- A fim de identificar discrepâncias nas informações, erros de digitação
go formado por cinco campos que permitem a identificação da: e demais falhas no processo de transferência de dados, foram criados
filtros de controle para verificação desses dados:
1 – Unidade Federativa;
1 – De acordo com a ordem de prioridade apresentada no Quadro
2 – Tipo do documento:
1, os documentos referentes ao mesmo evento, emitidos com
A – AVADAN; poucos dias de diferença, foram excluídos para evitar a duplici-
dade de registros;
N – NOPRED;
2 – Os danos humanos foram comparados com a população do mu-
F – FIDE;
nicípio registrada no documento (AVADAN) para identificar discre-
R – Relatório de danos; pâncias ou incoerências de dados. Quando identificada uma situa-
ção discrepante adotou-se como critério não considerar o dado na
D – Decreto municipal;
amostra, informando os dados não considerados na sua análise. A
P – Portaria; pesquisa não modificou os valores julgados como discrepantes.
J – Jornais.
3 – Código do município estabelecido pelo IBGE;
Classificação dos Desastres Naturais
O Atlas Brasileiro de Desastres Naturais apresenta a análise dos dez
4 – Codificação Brasileira de Desastres (COBRADE);
principais eventos incidentes no País, sendo considerada até a publicação da
5 – Data de ocorrência do desastre (ano/mês/dia). Quando não foi Instrução Normativa n. 1, de 24 de agosto de 2012, a Codificação de Desas-
possível identificar foi considerada a data de homologação do tres, Ameaças e Riscos (CODAR). Após essa data, considera-se a Codificação
decreto ou de elaboração do relatório. Brasileira de Desastres (COBRADE), como mostra o Quadro 2, desenvolvida
pela Defesa Civil Nacional, como base para a classificação quanto à origem
EX: SC – A – 4201901 – 12302 – 20100203
¸ ¸ ¸ ¸ ¸ dos desastres. Os registros foram convertidos da CODAR para a COBRADE,
1 2 3 4 5 a fim de uniformizar a base de dados analisada, Quadro 3.
Fonte: Dados da pesquisa (2013)

As informações presentes nos documentos do banco de dados foram


manualmente tabuladas em planilhas para permitir a análise e a interpre-
tação de forma integrada.
O processo de validação dos documentos oficiais foi realizado junta-
mente com as Coordenadorias Estaduais de Defesa Civil, por intermédio
da Secretaria Nacional de Defesa Civil, com o objetivo de garantir a re-
presentatividade dos registros de cada estado.
18 Introdução Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Quadro 2: Principais eventos incidentes no País Quadro 3: Transformação da CODAR em COBRADE

Tipo COBRADE Tipo CODAR COBRADE

Quedas, Tombamentos e rolamentos – Blocos 11311 Quedas, Tombamentos e rolamentos – Matacões 13304 11313

Quedas, Tombamentos e rolamentos – Lascas 11312 Deslizamentos 13301 11321

Quedas, Tombamentos e rolamentos – Matacões 11313 Corridas de Massa – Solo/Lama 13302 11331

Quedas, Tombamentos e rolamentos – Lajes 11314 Subsidências e colapsos 13307 11340


Movimentos de
Massa Deslizamentos 11321 Erosão Costeira/Marinha 13309 11410

Corridas de Massa – Solo/Lama 11331 Erosão de Margem Fluvial 13308 11420

Corridas de Massa – Rocha/detrito 11332 Erosão Continental – Laminar 13305 11431

Subsidências e colapsos 11340 Erosão Continental – Ravinas 13306 11432

Erosão Costeira/Marinha 11410 Inundações 12301 12100

Erosão de Margem Fluvial 11420 Enxurradas 12302 12200

Erosão Erosão Continental – Laminar 11431 Alagamentos 12303 12300

Erosão Continental – Ravinas 11432 Ciclones - Ventos Costeiros (Mobilidade de Dunas) 13310 13111

Erosão Continental – Boçorocas 11433 Tempestade Local/Convectiva – Granizo 12205 13213

Inundações 12100 Tempestade Local/Convectiva – Vendaval 12101 13215

Enxurradas 12200 Seca 12402 14120

Alagamentos 12300 Estiagem 12401 14110

Ciclones – Ventos Costeiros (Mobilidade de Dunas) 13111 Tempestade Local/Convectiva – Tornados 12104 13211

Ciclones/vendavais Ciclones – Marés de Tempestade (Ressacas) 13112 Onda de Frio – Geadas 12206 13322

Tempestade Local/Convectiva – Vendaval 13215 13305 14131


Incêndio Florestal
Tempestade Local/Convectiva – Granizo 13213 13306 14132
Fonte: Dados da pesquisa (2013)
Estiagem 14110
Estiagem/seca
Seca

Tempestade Local/Convectiva – Tornados


14120

13211
Produção de Mapas Temáticos
Onda de Frio – Geadas 13322 Com o objetivo de possibilitar a análise dos dados foram desenvol-
14131
vidos mapas temáticos para espacializar e representar a ocorrência dos
Incêndio Florestal eventos. Utilizou-se a base cartográfica do Instituto Brasileiro de Geogra-
14132
fia e Estatística (IBGE, 2005) para estados e municípios e a base hidrográ-
Fonte: Dados da pesquisa (2013)
fica da Agência Nacional de Águas (ANA, 2010). Dessa forma, os mapas
que compõem a análise dos dados por estado, são:
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Introdução
19
• Mapas municípios e mesorregiões de cada estado; • Ausência de unidades e campos padronizados para as informa-
• Mapas para cada tipo de desastres; e ções declaradas nos documentos;
• Mapas de todos os desastres do estado. • Ausência de método de coleta sistêmica e armazenamento dos
dados;
Análise dos Dados • Falta de cuidado quanto ao registro e integridade histórica;
• Dificuldades na interpretação do tipo de desastre pelos responsá-
A partir dos dados coletados para cada estado foram desenvolvidos veis pela emissão dos documentos;
mapas, gráficos e tabelas que possibilitaram a construção de um pano-
• Dificuldades de consolidação, transparência e acesso aos dados.
rama espaço-temporal sobre a ocorrência dos desastres. Quando foram
encontradas fontes teóricas que permitiram caracterizar os aspectos geo-
Cabe ressaltar que o aumento do número de registros a cada ano
gráficos do estado, como clima, vegetação e relevo, as análises puderam
pode estar relacionado à constante evolução dos órgãos de Defesa Civil
ser complementadas. Os aspectos demográficos do estado também com-
quanto ao registro de desastres pelos documentos oficiais. Assim, acre-
puseram uma fonte de informações sobre as características locais.
dita-se que pode haver carência de informações sobre os desastres ocor-
Assim, a análise dos desastres, associada a informações complementa-
ridos no território nacional, principalmente entre 1991 e 2001, período
res, permitiu a descrição do contexto onde os eventos ocorreram e subsidia
anterior ao AVADAN.
os órgãos responsáveis para as ações de prevenção e de reconstrução.
Dessa forma, o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais, ao reunir in-
formações sobre os eventos adversos registrados no território nacional, é
um repositório para pesquisas e consultas, contribuindo para a constru-
ção de conhecimento.

Limitações da Pesquisa
As principais dificuldades encontradas na pesquisa foram as condições
de acesso aos documentos armazenados em meio físico, já que muitos deles
se encontravam sem proteção adequada e sujeitos às intempéries, resultan-
do em perda de informações valiosas para o resgate histórico dos registros.
As lacunas de informações quanto aos registros de desastres, o ban-
co de imagens sobre desastres e o referencial teórico para caracterização
geográfica por estado também se configuram como as principais limita-
ções para a profundidade das análises.
Por meio da realização da pesquisa, foram evidenciadas algumas fra-
gilidades quanto ao processo de gerenciamento das informações sobre
os desastres brasileiros, como:
Foto 1: Wikimedia Commons, Valdiney Pimenta. Foto 2: Wikimedia Commons, Ppgm. Foto 3: Wikimedia Commons, Tiago Fioreze. Foto 4: Wikimedia
Commons, Valdiney Pimenta. Foto 5: Wikimedia Commons, Vanderlei Debastiani.
3

5
4
1
O Estado do Rio
Grande do Sul
22 O Estado do Rio Grande do Sul Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Mapa 1: Municípios e mesorregiões do Estado do Rio Grande do Sul


Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul O Estado do Rio Grande do Sul
23

Caracterização Geográfica dense tem 216 municípios distribuídos por treze microrregiões: Cerro Largo,

O
Cruz Alta, Erechim, Frederico Westphalen, Ijuí, Não-Me-Toque, Passo Fundo,
Estado do Rio Grande do Sul pertence à Região Sul do Brasil, que Sananduva, Santa Rosa, Santo Ângelo, Soledade e Três Passos. A Mesorre-
é composta pelos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande gião do Sudeste Rio-Grandense é formada por 25 municípios agrupados em
do Sul, e localiza-se entre os paralelos 27º04’48”S e 33º45’04”S e os quatro microrregiões: Jaguarão, Litoral Lagunar, Pelotas e Serras de Sudeste.
meridianos 49º41’28”W e 57º38’36”W (IBGE, 2010a). E, por fim, a Mesorregião do Sudoeste Rio-Grandense apresenta 19 municí-
Com uma extensão territorial de 281.730,223 km², correspondente a pios agrupados em três microrregiões: Campanha Central, Campanha Meri-
3,31% da área do país e a 48,88% da Região Sul, o Rio Grande do Sul é o 9º dional e Campanha Ocidental (SEPLAG, 2011).
maior estado brasileiro (IBGE, 2010a). O clima do Estado do Rio Grande do Sul é temperado do tipo sub-
O Estado do Rio Grande do Sul localiza-se no extremo meridional do tropical, classificado como mesotérmico úmido. Segundo a classificação de
país, tendo a curva do arroio Chuí (volta da Baleia), situada a 33º44’42” de Köppen, é dividido em Cfa (mesotérmico úmido com verão quente) na maior
latitude sul, como ponto extremo do estado e do país (SETUR, 2011). Limita- parte do estado, e Cfb (mesotérmico úmido com verão brando) no nordeste
se a norte com o Estado de Santa Catarina, a sul com a República Oriental do e nas serras de sudeste (SETUR, 2011).
Uruguai, a leste com o Oceano Atlântico e a oeste com a Argentina. Devido à sua posição geográfica, a latitude reforça as influências das
Ao todo são 497 municípios no Estado do Rio Grande do Sul; a capital, massas de ar oriundas da região polar e da área tropical continental e Atlân-
Porto Alegre, é o município mais populoso, com 1.409.351 habitantes (IBGE, tica, sendo que a movimentação e os encontros destas massas definem as
2010b). Do ponto de vista populacional e econômico, os principais municí- características climáticas do estado. As temperaturas apresentam grande va-
pios gaúchos são: Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Santa Maria, Pelotas, riação sazonal, com verões quentes e invernos bastante rigorosos, com a
Passo Fundo, Rio Grande e Uruguaiana (SETUR, 2011). ocorrência de geada e precipitação eventual de neve. As temperaturas mé-
O Estado do Rio Grande do Sul se divide em sete mesorregiões: Mesor- dias variam entre 15 e 18 °C, com mínimas de até 10 °C e máximas de 40
região do Centro Ocidental Rio-Grandense, Mesorregião do Centro Oriental °C. Com relação às precipitações, apresenta uma distribuição relativamente
Rio-Grandense, Mesorregião Metropolitana de Porto Alegre, Mesorregião equilibrada das chuvas ao longo do ano, em decorrência das massas de ar
do Nordeste Rio-Grandense, Mesorregião do Noroeste Rio-Grandense, Me- oceânicas que penetram no estado. O volume de chuvas, no entanto, é dife-
sorregião do Sudeste Rio-Grandense e Mesorregião do Sudoeste Rio-Gran- renciado nas distintas regiões: a sul a precipitação média situa-se entre 1.299
dense, conforme mostra o Mapa 1. e 1.500 mm e a norte a média está entre 1.500 e 1.800 mm, com intensidade
A Mesorregião do Centro Ocidental Rio-Grandense é formada pela maior de chuvas a nordeste, especialmente na encosta do planalto, onde
união de 31 municípios agrupados em três microrregiões: Restinga Seca, ocorre a maior precipitação do estado (SEPLAG, 2011).
Santa Maria e Santiago. A Mesorregião do Centro Oriental Rio-Grandense O Estado do Rio Grande do Sul apresenta variedade nas formas de re-
é formada por 54 municípios agrupados em três microrregiões: Cachoeira levo. Do ponto de vista geomorfológico pode-se subdividi-lo em seis Unida-
do Sul, Lajeado-Estrela e Santa Cruz do Sul. A Mesorregião Metropolitana des (BRITTO, 2004):
de Porto Alegre é composta pela capital do estado e mais 97 municípios, • Planície Costeira: situa-se em toda a porção leste do estado ao
distribuídos por seis microrregiões: Camaquã, Gramado-Canela, Montene- longo da costa. Compreende amplas e alongadas planícies, com
gro, Osório, Porto Alegre e São Jerônimo. A Mesorregião do Nordeste Rio- cerca de 622 km de extensão. Corresponde a uma superfície
Grandense é composta por 53 municípios agrupados em três microrregiões: baixa, com altitudes que variam, de modo geral, entre 1 e 25 m.
Caxias do Sul, Guaporé e Vacaria. A Mesorregião do Noroeste Rio-Gran-
24 O Estado do Rio Grande do Sul Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Tem grande ocorrência de lagunas e lagoas, entre as quais se • A Bacia do Uruguai é formada pelo rio Uruguai e seus afluentes.
destacam a lagoa dos Patos e a lagoa Mirim. Este rio, o mais extenso do estado, é formado pela junção
• Planalto das Araucárias: ocupa a região nordeste do estado dos rios Pelotas e Canoas, na divisa com Santa Catarina, e
e caracteriza-se por relevos conservados e dissecados de desemboca no rio da Prata, entre o Uruguai e a Argentina.
planaltos e suas bordas escarpadas. As cotas mais elevadas Os principais afluentes são os rios Inhandava, Erechim, Passo
ocorrem na borda leste, sendo o ponto mais elevado do Fundo, Várzea, Ijuí, Piratini, Jaguari, Santa Maria, Ibirapuitã,
território o monte Negro, com 1.398 m, localizado no município Ibicuí e Quaraí (SETUR, 2011).
de São José dos Ausentes (IBGE, 2010b). Suas bordas • A Bacia Atlântica e a Bacia do Guaíba são compostas por um
correspondem à chamada Serra Geral. conjunto de bacias hidrográficas cujas águas correm para o
• Planalto das Missões: localiza-se a noroeste do estado, Oceano Atlântico. Os principais rios das bacias são o Jacuí,
apresentando formas homogêneas, por colinas suaves, bem Pardo, Taquari, Caí, dos Sinos, Gravataí, Camaquã, Jaguarão
arredondadas, chamadas “coxilhas”. As altitudes variam entre e Piratini. Ainda merecem destaque as águas do lago Guaíba,
200 e 500 m e decrescem em direção ao rio Uruguai. da laguna dos Patos e da lagoa Mirim, bem como das lagoas
Itapeva, dos Quadros, Pinguela, dos Barros, do Peixe e
• Planalto da Campanha: situado a sudoeste do estado, é coberto
Mangueira (SETUR, 2011).
por vegetação campestre. A morfologia plana, que caracteriza
esta região, foi esculpida em rochas da Formação Serra Geral e, • A cobertura vegetal do Estado do Rio Grande do Sul está
secundariamente, em arenitos da Formação Botucatu. A altitude diretamente relacionada com a hidrografia, o relevo e as
situa-se entre as cotas de 200 e 300 m. condições climáticas e edáficas de cada região. Segundo o Mapa
de Biomas do Brasil (IBGE, 2004), o estado está inserido em dois
• Depressão Central: localizada na porção central do estado, é
biomas brasileiros: o Pampa e a Mata Atlântica. O Bioma Pampa
formada por rochas sedimentares dando origem a um extenso
se restringe apenas ao seu território e ocupa 63% dele, enquanto
corredor que liga o oeste ao leste, através de terrenos de baixa
o Bioma Mata Atlântica ocupa os 37% restantes. O Estado
altitude, da ordem de 40 m nos vales, com as maiores cotas
do Rio Grande do Sul é constituído pelas seguintes Regiões
atingido cerca de 200 m.
Fitoecológicas desses biomas (BIODIVERSIDADE, 2011):
• Planalto Sul-Rio-Grandense: localizado a sudeste do estado,
• Floresta Ombrófila Densa: sua principal característica ecológica
tem rochas ígneas muito desgastadas pela erosão. Em forma
reside nos ambientes ombrófilos, relacionados aos índices
de colinas, essa unidade apresenta as áreas mais elevadas, com
termopluviométricos mais elevados da região litorânea. A
altitudes entre 400 m e 600 m. Na porção sul, os relevos mais
precipitação bem distribuída durante o ano determina uma
elevados de topos dissecados apresentam altitudes entre as
situação bioecológica praticamente sem período seco. No
cotas 100 e 200 m.
estado sua ocorrência está restrita à região nordeste, recobrindo
• Com relação à rede hidrográfica, o território gaúcho é formado
a encosta leste do Planalto Meridional (Serra Geral), em
por três grandes bacias: a Bacia do Uruguai, que faz parte da
altitudes que vão desde a Planície Costeira, quase ao nível do
Bacia do Rio da Prata e abrange 57% da área total do estado;
mar, até cerca de 900 m, junto à borda do Planalto.
a Bacia do Guaíba, com 30%; e a Bacia Litorânea com 13%
(SEPLAG, 2011).
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul O Estado do Rio Grande do Sul
25
• Floresta Ombrófila Mista: caracterizada por apresentar o estrato herbáceas até arbóreas, com a ocorrência de variadas formas
superior dominado pela Araucária angustifolia. O estrato inferior biológicas adaptadas às diferentes condições edáficas. As
é constituído por árvores mais baixas ou arbustos arborescentes, formações vegetais encontradas são de influência marinha
pertencente em grande parte às mirtáceas. É uma floresta típica do (restinga), fluvial (comunidades aluviais) e fluviomarinha
Planalto Meridional, ocorrendo em altitudes entre 500 m a oeste (manguezal e campos salinos).
e a 1.000 m a leste, onde se destacam três núcleos principais: na • Estepe (campos gerais planálticos e da campanha gaúcha):
borda dos Aparados entre o rios Maquiné e das Antas, na borda a fisionomia dos campos do Estado do Rio Grande do Sul é
da encosta sul do Planalto, entre os rios Taquari e dos Sinos, e em bastante variável, apresentando uma grande diversidade de
pleno Planalto Central, no curso superior do rio Jacuí. formações locais, principalmente relacionadas às diferenciações
• Floresta Estacional Semidecidual: a principal característica de solo. Nos campos localizados nas altitudes mais elevadas
ecológica deste tipo de vegetação é a dupla estacionalidade do estado, os denominados Campos de Cima da Serra, há
climática, representada no estado pela chamada seca fisiológica ocorrência de capões de Araucária angustifolia  e  de solos
provocada pelo frio intenso do inverno, com temperaturas turfosos com gramíneas, tibouchinas e juncais. Os chamados
médias inferiores a 15 ºC.  A percentagem das árvores que Campos da Campanha, localizados em altitudes de até 300 m,
perdem as folhas no conjunto florestal situa-se entre 20 e 50%. apresentam uma grande variabilidade de formações vegetais,
Além das florestas semideciduais localizadas na região da constituídas pelas famílias das gramíneas e leguminosas.
encosta inferior do nordeste, merecem destaque as localizadas  • Savana Estépica: é caracterizada pela dupla estacionalidade. Esta
na serra do sudeste, a oeste das lagunas dos Patos e Mirim, classificação é empregada para denominar a área do “sertão
onde, em função das características edáficas, estão inseridas árido nordestino” com dupla estacionalidade, uma área disjunta
numa paisagem diferenciada, formada por um mosaico de no norte do Estado de Roraima e duas outras áreas também
vegetação muito variada, que inclui os campos limpos, campos disjuntas, uma no extremo sul do Estado do Mato Grosso e outra
sujos, matas arbustivas e florestas-parque. na barra do rio Quaraí, no Estado do Rio Grande do Sul.
• Floresta Estacional Decidual: este tipo de vegetação é
caracterizado por duas estações climáticas bem demarcadas. Estima-se que a cobertura original de vegetação de Mata Atlântica
No estado, há uma curta época muito fria e que ocasiona, no estado era de 11.202.705 hectares Em 1940, este número diminuiu para
provavelmente, a estacionalidade fisiológica da floresta, 9.898.536 hectares, no entanto, em menos de 20 anos perdeu-se mais 7 mi-
apresentando o estrato predominantemente caducifólio, com lhões de hectares dessa vegetação, restando apenas 2.700.501 hectares .
mais de 50% dos indivíduos despidos de folhas no período frio. Estudo da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesqui-
Sua ocorrência é destacada na região do Alto Uruguai, ao norte sas Espaciais (INPE) mostrou que em 1995 havia somente 2,69% do território
do estado, e na borda sul do Planalto, acompanhando a Serra gaúcho com cobertura de remanescentes de Floresta Atlântica. O desmata-
Geral, até as proximidades do rio Itu (afluente do rio Ibicuí), mento ocorrido no estado está estreitamente relacionanda com o aumento
fazendo limite com os campos da campanha gaúcha. da área agrícola, que ocorreu com a migração de colonos e seus descenden-
• Áreas de Formações Pioneiras: situam-se na Planície Costeira tes para novas áreas, assim como com a mecanização da agricultura, além
e ao longo da rede hidrográfica da Depressão Central e do crescimento populacional e da consequente urbanização (CAMPANILI;
da Campanha. Nestas áreas encontram-se espécies desde PROCHNOW, 2006).
26 O Estado do Rio Grande do Sul Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Tabela 2: População, taxa de crescimento e taxa de população urbana e


Nos últimos anos, entretanto, percebe-se a recuperação florestal em
rural, segundo a Região Sul e Unidades da Federação – 2000/2010
áreas abandonadas pela agricultura. A mecanização e a falta de políticas
públicas para o pequeno agricultor têm levado os produtores rurais a aban- População Crescimento Taxa de Taxa de
Abrangência
(2000-2010) População População
donar áreas antes usadas para agricultura, principalmente as encostas de Geográfica 2000 2010 % Urbana ( 2010) % Rural (2010) %
morros (CAMPANILI; PROCHNOW, 2006). Logo, segundo a SEMA (2010), BRASIL 169.799.170 190.732.694 12,33 84,3 15,7
comparando-se com dados disponibilizados em 1995 pela Fundação SOS
Região Sul 25.107.616 27.384.815 9,07 84,7 15,3
Mata Atlântica e INPE, houve um acréscimo de 4,81% na cobertura de Mata
Paraná 9.563.458 10.439.601 9,16 85,1 14,9%
Atlântica no estado, restando atualmente 7,5% dos remanescentes da cober-
Santa Catarina 5.356.360 6.249.682 16,68 84% 16%
tura vegetal original.
Rio Grande do Sul 10.187.798 10.695.532 4,98 85,3 14,7%

Dados Demográficos Fonte: Censo Demográfico de 2000 e 2010 (IBGE, 2010c)

A Região Sul do Brasil tem uma densidade demográfica de 48,58 hab/ Produto Interno Bruto
km², a segunda mais alta do Brasil; entretanto, possui a menor taxa de cres-
O PIB1 per capita do Estado do Rio Grande do Sul, segundo dados da
cimento do país, com 9,07% no período de 2000 a 2010. Já o Estado do Rio
Tabela 3, cresceu em média 43%, entre 2004 a 2008, abaixo da média da Re-
Grande do Sul apresenta uma população de 10.695.532 habitantes e densi-
gião Sul, em torno de 44%, e da média do Brasil, em torno de 50%.
dade demográfica de 39,79 hab/Km² (Tabelas 1 e 2).
No ano de 2008, o PIB per capita era de – R$ 18.378,17 – próximo à
A população sul-rio-grandense é predominantemente urbana, com uma
média regional - R$ 18.257,79 – e maior que a média nacional - R$ 15.989,75.
taxa de 85,3%, característica encontrada também na Região Sul, com 84,93%
O PIB per capita do Estado do Rio Grande do Sul é o mais mediano entre
e no Brasil, com 84,3% (Tabela 2).
os estados da Região Sul. No mesmo período, a taxa de variação foi de 43%
Tabela 1: População, taxa de crescimento, densidade demográfica e taxa (Tabela 3).
de urbanização, segundo as Grandes Regiões do Brasil – 2000/2010

População Taxa de Densidade Taxa de


Grandes Regiões do
Crescimento Demográfica Pop. Urbana
Brasil 2000 2010 (2000 a 2010) % (2010) (hab/km²) (2010)%

BRASIL 169.799.170 190.732.694 12,33 22,43 84,36


1 
PIB - Produto Interno Bruto: É o total dos bens e serviços produzidos pelas unidades
produtoras residentes destinadas ao consumo final sendo, portanto, equivalente à soma
Região Norte 12.900.704 15.865.678 22,98 4,13 73,53 dos valores adicionados pelas diversas atividades econômicas acrescida dos impostos so-
bre produtos. O PIB também é equivalente à soma dos consumos finais de bens e serviços
Região Nordeste 47.741.711 53.078.137 11,18 34,15 73,13
valorados a preço de mercado sendo, também, equivalente à soma das rendas primárias.
Região Sudeste 72.412.411 80.353.724 10,97 86,92 92,95 Pode, portanto, ser expresso por três óticas: a) da produção – o PIB é igual ao valor bruto
da produção, a preços básicos, menos o consumo intermediário, a preços de consumidor,
Região Sul 25.107.616 27.384.815 9,07 48,58 84,93
mais os impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos; b) da demanda – o PIB é igual
Região Centro-Oeste 11.636.728 14.050.340 20,74 8,75 88,81 a despesa de consumo das famílias, mais o consumo do governo, mais o consumo das
instituições sem fins de lucro a serviço das famílias (consumo final), mais a formação bruta
Fonte: Censo Demográfico de 2000 e 2010 (IBGE, 2010c) 
de capital fixo, mais a variação de estoques,mais as exportações de bens e serviços, menos
as importações de bens e serviços; c) da renda – o PIB é igual à remuneração dos empre-
gados, mais o total dos impostos, líquidos de subsídios, sobre a produção e a importação,
mais o rendimento misto bruto, mais o excedente operacional bruto (IBGE, 2008).
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul O Estado do Rio Grande do Sul
27
Tabela 3: Produto Interno Bruto per capita, segundo a Região
mais baixo, próximo ao percentual regional, 6,5%, mas abaixo do nacional,
Sul e Unidades da Federação – 2004/2008
9,6%, conforme a Tabela 4.
PIB PER CAPITA EM R$
Abrangência Tabela 4: Déficit Habitacional Urbano em relação aos domicílios particulares
Geográfica Taxa de Variação
2004 2005 2006 2007 2008
2008/2004 permanentes, segundo Brasil, Região Sul e Unidades da Federação – 2008
BRASIL 10.692,19 11.658,10 12.686,60 14.464,73 15.989,75 50%
Déficit Habitacional - Valores Absolutos - 2008
Sul 12.676,91 13.205,97 14.156,15 16.564,00 18.257,79 44% Abrangência
Geográfica Percentual em relação aos domicílios
Total Urbano Rural
Paraná 12.079,83 12.344,44 13.151,98 15.711,20 16.927,98 40% particulares permanente %
Santa Catarina 13.403,29 14.542,79 15.633,20 17.834,00 20.368,64 52% Brasil 5.546.310 4.629.832 916.478 9,6%
Rio Grande do Sul 12.850,07 13.298,02 14.304,83 16.688,74 18.378,17 43% Sul 580.893 519.080 61.813 6,5%
Fonte: IBGE (2008) Paraná 213.157 192.726 20.431 6,3%
Santa Catarina 140.770 123.747 17.023 7,2%
Indicadores Sociais Básicos Rio Grande do Sul 226.966 202.607 24.359 6,2%

Déficit Habitacional no Brasil 2 Fonte: Déficit Habitacional no Brasil 2008 (BRASIL, 2008, p. 31)

No Brasil, em 2008, o déficit habitacional urbano, que engloba as mo-


radias sem condições de serem habitadas, em razão da precariedade das Déficit habitacional urbano em 2008, segundo faixas de renda
construções ou do desgaste da estrutura física, correspondeu a 5.546.310 familiar, em salários mínimos
de domicílios, dos quais 4.629.832 estão localizados nas áreas urbanas. Em
A análise dos dados refere-se à faixa de renda média familiar mensal em
relação ao estoque de domicílios particulares permanentes do país, o déficit
termos de salários mínimos sobre o déficit habitacional. O objetivo é desta-
corresponde a 9,6%. No Estado do Rio Grande do Sul, o déficit habitacional,
car os domicílios urbanos precários e sua faixa de renda, alvo preferencial de
em 2008, era de 226.966 domicílios, dos quais 202.607 localizados nas áreas
políticas públicas que visem à melhoria das condições de vida da população
urbanas e 24.359 nas rurais (Tabela 4).
mais vulnerável.
Em relação ao estoque de domicílios particulares permanente do Esta-
No Estado do Rio Grande do Sul as desigualdades sociais estão expres-
do do Rio Grande do Sul, o déficit corresponde a 6,2%. Se comparado aos
sas pelos indicadores do déficit habitacional segundo a faixa de renda. Os
percentuais de domicílios particulares dos demais estados da região, é o
dados mostram que a renda familiar mensal das famílias é muito baixa, pois
83,4% recebem uma renda de até 3 salários mínimos, igual à média da Re-
2 
Déficit Habitacional: o conceito de déficit habitacional utilizado está ligado diretamente
às deficiências do estoque de moradias. Inclui ainda a necessidade de incremento do es- gião Sul, 83,4%, e abaixo da média no Brasil, 89,6% (Tabela 5).
toque, em função da coabitação familiar forçada (famílias que pretendem constituir um do-
micilio unifamiliar), dos moradores de baixa renda com dificuldade de pagar aluguel e dos Escolaridade
que vivem em casas e apartamentos alugados com grande densidade. Inclui-se ainda nessa
rubrica a moradia em imóveis e locais com fins não residenciais. O déficit habitacional pode
ser entendido, portanto, como déficit por reposição de estoque e déficit por incremento de
A média de anos de estudo do segmento etário que compreende as
estoque. O conceito de domicílios improvisados engloba todos os locais e imóveis sem fins pessoas acima de 25 anos ou mais revela a escolaridade de uma sociedade,
residenciais e lugares que servem como moradia alternativa (imóveis comerciais, embaixo segundo o IBGE (2010c).
de pontes e viadutos, carcaças de carros abandonados e barcos e cavernas, entre outros),
o que indica claramente a carência de novas unidades domiciliares. Fonte: Fundação João
Pinheiro/ Déficit Habitacional no Brasil/2008.
28 O Estado do Rio Grande do Sul Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Tabela 5: Distribuição percentual do déficit habitacional urbano por faixas de renda


nal – 75,2 anos. É o mais baixo entre os estados da região. O indicador taxa
média familiar mensal, segundo Região Sul e Unidades da Federação – FJP/2008
de fecundidade – 1,93% - está próximo do regional – 1,92% - e do nacional
Abrangência Faixas de Renda Média Familiar Mensal (Em Salário Mínimo) – 1,94 – e é o mediano entre os estados da região. O indicador taxa bruta
Geográfica Até 3 3à5 5 à 10 Mais de 10 Total de natalidade – 11,60% - está abaixo do regional – 12,34% - e do nacional –
Brasil 89,6 7,0 2,8 0,6 100% 15,77% - e é o mais baixo entre os estados da região. O indicador taxa bruta
Sul 83,4 11,4 4,5 0,7 100% de mortalidade – 6,84% - está acima do regional – 6,23% - e do nacional –
Paraná 87,0 8,3 4,0 0,7 100% 6,27% - e é o maior entre os estados da região. O indicador taxa de mortali-
Santa Catarina 76,6 16,5 6,4 0,5 100% dade infantil – 12,70 - está abaixo da média regional 15,1% - e muito abaixo
Rio Grande do Sul 84,2 11,3 3,8 0,8 100% da média nacional – 22,5% - e é o mais baixo da região (Tabela 7).
Fonte: Déficit Habitacional no Brasil 2008 (BRASIL, 2008)
Tabela 7: Taxas de fecundidade total, bruta de natalidade, bruta de
O indicador de escolaridade no Estado do Rio Grande do Sul revela um
mortalidade, de mortalidade infantil e esperança de vida ao nascer,
percentual de analfabetos (7,1%), de analfabetos funcionais (10,2%), ou seja,
por sexo – Brasil, Região Sul e Unidades da Federação – 2009
pessoas com até 3 anos de estudos, e os de baixa escolaridade (27,3%), com-
pondo um indicador formado pelos sem escolaridade, com muito baixa e Taxa de Taxa bruta de Taxa bruta de Taxa de Esperança de vida ao nascer
Abrangência
fecundidade natalidade mortalidade mortalidade
baixa escolaridade, que, na soma, corresponde a 37,5% da população acima Geográfica
total (‰) (‰) infantil (‰) Total Homens Mulheres
de 25 anos (Tabela 6). Brasil 1,94 15,77 6,27 22,50 73,1 69,4 77,0
Sul 1.92 12.34 6.23 15.10 75.2 71.9 78.7
Tabela 6: Pessoas de 25 anos ou mais de idade, total e respectiva distribuição percentual,
Paraná 1.84 12.98 5.97 17.30 74.7 71.6 77.9
por grupos de anos de estudo – Brasil, Região Sul e Estado do Rio Grande do Sul – 2009
Santa Catarina 2.08 12.54 5.56 15.00 75.8 72.6 79.1
Pessoas de 25 anos ou mais de idade - 2009
Rio Grande do Sul 1.93 11.60 6.84 12.70 75.5 71.9 79.3
Abrangência
Geográfica Total (1 000 Distribuição percentual, por grupos de anos de estudo (%) Fonte: Síntese dos Indicadores Sociais (IBGE, 2009b)
pessoas) Sem instrução e menos de 1 ano de estudo 1 a 3 anos 4 a 7 anos
Brasil 111 952 12,9 11,8 24,8
Sul 17 060 8,0 11,0 28,9
Paraná 6 466 10,2 11,9 24,9
Santa Catarina 3 773 7,1 10,2 27,3
Rio Grande do Sul 6 821 6,4 10,7 33,6
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (IBGE, 2009a)

Esperança de Vida ao Nascer3

No Estado do Rio Grande do Sul, o indicador de esperança de vida


– 75,5 anos – está acima da média nacional – 73,1 anos – e próximo da regio-
no final do seu período fértil, essa taxa no Brasil nas ultimas décadas vem diminuindo, sua
3 
No Brasil, o aumento de esperança de vida ao nascer em combinação com a queda do redução reflete a mudança que vem ocorrendo no Brasil em especial com o processo de
nível geral de fecundidade resulta no aumento absoluto e relativo da população idosa. A urbanização e com a entrada da mulher no mercado de trabalho.
taxa de fecundidade total corresponde ao número médio de filhos que uma mulher teria
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul O Estado do Rio Grande do Sul
29
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php?q=estado>. Acesso em: 21 jul. 2013.
tabela04.pdf>. Acesso em: 21 jul. 2013.
Página ao lado: Defesa Civil de Rio do Sul - SC. Nesta página da esq. pra dir.: Fotos 1 e 2: Acervo da Secretaria de Estado da Defesa Civil de Santa catarina;
COMDEC de Parauapebas - PA, 2013a. Foto: Pedro Jaques

do Sul de 1991 a 2012


Desastres Naturais no
Estado do Rio Grande
Estiagem e Seca
34 Estiagem e Seca Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Mapa 2: Registros de estiagem e seca no Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Estiagem e seca
35

O
s desastres relativos aos fenômenos de estiagens e secas compõem • hidrológica: quando a deficiência ocorre no estoque de água
o grupo de desastres naturais climatológicos, conforme a nova Clas- dos rios e açudes; e
sificação e Codificação Brasileira de Desastres (COBRADE). • edáfica: quando o déficit de umidade é constatado no solo.
O conceito de estiagem está diretamente relacionado à redução das
precipitações pluviométricas, ao atraso dos períodos chuvosos ou à ausên- Nos períodos de seca, para que se configure o desastre, é necessária
cia de chuvas previstas para uma determinada temporada, em que a perda uma interrupção do sistema hidrológico de forma que o fenômeno adverso
de umidade do solo é superior à sua reposição (CASTRO, 2003). A redução atue sobre um sistema ecológico, econômico, social e cultural, vulnerável à
das precipitações pluviométricas relaciona-se com a dinâmica atmosférica redução das precipitações pluviométricas. O desastre seca é considerado,
global, que comanda as variáveis climatológicas relativas aos índices desse também, um fenômeno social, pois caracteriza uma situação de pobreza e
tipo de precipitação. estagnação econômica, advinda do impacto desse fenômeno meteorológico
O fenômeno estiagem é considerado existente quando há um atraso adverso. Desta forma, a economia local, sem a menor capacidade de gerar
superior a quinze dias do início da temporada chuvosa e quando as médias reservas financeiras ou de armazenar alimentos e demais insumos, é comple-
de precipitação pluviométrica mensais dos meses chuvosos permanecem tamente bloqueada (CASTRO, 2003).
inferiores a 60% das médias mensais de longo período da região conside- Além de fatores climáticos de escala global, como EL Niño e La Niña, as
rada (CASTRO, 2003). características geoambientais podem ser elementos condicionantes na fre-
A estiagem é um dos desastres de maior ocorrência e impacto no mun- quência, duração e intensidade dos danos e prejuízos relacionados às secas.
do, devido, principalmente, ao longo período em que ocorre e a abrangên- As formas de relevo e a altitude da área, por exemplo, podem condicionar o
cia de grandes áreas (GONÇALVES; MOLLERI; RUDORFF, 2006). Assim, a deslocamento de massas de ar, interferindo na formação de nuvens e, conse-
estiagem, enquanto desastre, produz reflexos sobre as reservas hidrológi- quentemente, na precipitação (KOBIYAMA et al., 2006). O padrão estrutural
cas locais, causando prejuízos à agricultura e à pecuária. Dependendo do da rede hidrográfica pode ser também um condicionante físico que interfere
tamanho da cultura realizada, da necessidade de irrigação e da importância na propensão para a construção de reservatórios e captação de água. O por-
desta na economia no município, os danos podem apresentar magnitudes te da cobertura vegetal pode ser caracterizado, ainda, como outro condicio-
economicamente catastróficas. Seus impactos na sociedade, portanto, re- nante, pois retém umidade, reduz a evapotranspiração do solo e bloqueia a
sultam da relação entre eventos naturais e as atividades socioeconômicas insolação direta no solo, diminuindo também a atuação do processo erosivo
desenvolvidas na região; por isso a intensidade dos danos gerados é pro- (GONÇALVES et al., 2004).
porcional à magnitude do evento adverso e ao grau de vulnerabilidade da Desta forma, situações de secas e estiagens não são necessariamente
economia local ao evento (CASTRO, 2003). consequências somente de índices pluviais abaixo do normal ou de teores de
O fenômeno de seca, do ponto de vista meteorológico, é uma estiagem umidade de solos e ar deficitários. Pode-se citar como outro condicionante o
prolongada, caracterizada por provocar uma redução sustentada das reser- manejo inadequado de corpos hídricos e de toda uma bacia hidrográfica, re-
vas hídricas existentes (CASTRO, 2003). Sendo assim, seca é a forma crônica sultado de uma ação antrópica desordenada no ambiente. As consequências,
do evento de estiagem (KOBIYAMA et al., 2006). nestes casos, podem assumir características muito particulares, e a ocorrência
De acordo com Campos (1997), podemos classificar o fenômeno da seca de desastres, portanto, pode ser condicionada pelo efetivo manejo dos recur-
em três tipos: sos naturais realizado na área (GONÇALVES; MOLLERI; RUDORFF, 2004).
• climatológica: que ocorre quando a pluviosidade é baixa em No decorrer do período entre 1991 a 2012, ocorreram 3.110 registros
relação às normais da área; oficiais de estiagem e seca no Estado do Rio Grande do Sul. Conforme as
36 Estiagem e Seca Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Gráfico 1: Frequência anual de desastres causados por estiagem e seca


informações apresentadas no Mapa 2, estes registros correspondem a ocor-
no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012
rências em 497 municípios do estado.
Os municípios mais atingidos foram Fortaleza dos Valos e Nonoai, com 420 426
450 413
15 registros, e Machadinho e Três Palmeirinhas, com 14 registros de estia-
400 371 365
gem e seca cada um. Todos esses municípios pertencem à mesorregião
350 317
Noroeste Rio-Grandense, que apresentou 2.015 registros de seca e estia-

Frequência Anual
gem em 216 municípios, no período analisado, o que a caracteriza como a 300
mesorregião mais afetada. 250
A segunda mesorregião mais afetada é a Centro Oriental Rio-Granden- 200 177
155
se, com 311 registros de estiagem e seca distribuídos em 54 municípios. Den- 150 148 121
tre os mais atingidos estão Segredo e Sobradinho, com 10 registros e Arroio 100
57 70
do Tigre, Boqueirão do Leão e Progresso, com 9 cada um. 50 28 15 7 6
O Estado do Rio Grande do Sul apresenta clima com estações bem defi- 3 3 1
0
nidas, verão quente e inverno frio, e por sua localização geográfica é um dos

1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
estados que apresentam melhor distribuição de precipitação pluviométrica
durante o ano, não ocorrendo uma estação chuvosa e outra seca, como acon-
tece na maioria dos estados brasileiros. No entanto, toda a dinâmica sazonal Fonte: Brasil (2013)

que ocorre no Sul do Brasil pode ser modificada quando há interferências do


ção do fenômeno La Niña podem influenciar, particularmente o sul do Brasil,
Fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENOS), que tanto em sua fase positiva (El
na escassez do volume de chuvas e podem provocar estiagens em algumas
Niño) quanto negativa (La Niña) influencia no ritmo climático da região, po-
regiões. A atuação do fenômeno global La Niña foi registrada entre os anos
dendo causar chuvas e estiagens, respectivamente. Logo, as ocorrências de
de 1995-1996 com intensidade fraca, 1998-2001 com intensidade moderada,
secas e estiagens estão predominantemente relacionadas aos anos de La Niña
e 2007-2009 com intensidade forte (CPTEC, 2013). Assim, segundo os dados
e constituem um desastre cujos danos são sentidos posteriormente, como re-
analisados, verifica-se uma correlação entre o fenômeno e o pico elevado de
flexo de um longo período de baixa precipitação (HERRMANN et al., 2009).
registros dos anos de 1995 (148 registros) e 1996 (177 registros); no ano de
Ao analisar o Gráfico 1 e o Infográfico 1, verifica-se que os eventos de
2000 (121 registros) ao final do fenômeno; e nos anos de 2008 (155 registros)
estiagens e secas nos municípios do Rio Grande do Sul foram registrados em
e 2009 (317 registros), quando o evento La Niña foi considerado como de
quase todos os anos de 1991 a 2012.
forte intensidade.
Embora o primeiro ano de análise, 1991, seja o segundo ano mais
Apesar de a influência dar-se durante todo o período de atuação desses
afetado, a segunda metade dos anos de análise (2002-2012) apresentou
fenômenos, há épocas do ano que são mais afetadas pelas fases do ENOS.
o maior número de ocorrências registradas, 2.145 no total. Os anos deste
Assim, nessas épocas, as chances de chuvas acima do normal são maiores
período com maior número de eventos registrados de estiagem e seca fo-
em anos de El Niño, e os períodos de estiagens em anos de La Niña.
ram: 2002, com 413 registros; 2004 com 371; 2005, com 426; 2009, com 317;
Como pode ser observado no Gráfico 2, os meses de janeiro, fevereiro,
e 2012, com 365 registros.
março e junho foram os que apresentaram mais registros do evento adverso.
Mesmo não tendo relação em todos os casos de estiagens e secas no
Esta situação pode estar relacionada com a atuação da Zona de Convergên-
estado, de acordo com Gonçalves, Molleri e Rudorff (2004), os anos com atua-
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Estiagem e seca
37
Gráfico 3: Danos humanos ocasionados por estiagem e seca no
cia do Atlântico Sul (ZCAS), definida como sendo uma persistente faixa de
Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012
nebulosidade que influencia em períodos de estiagem durante os meses de
novembro a março (PARMEZANI et al., 1998).
5.000.000
4.348.150
Gráfico 2: Frequência mensal de estiagem e seca no Estado
do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012 4.000.000

1000 945

Habitantes
3.000.000

800
2.000.000
Frequência Mensal

600 530 1.000.000


478
400 2 65 69 3
319 0
297
204

Mortos

Feridos

Enfermos

Desabrigados

Desalojados

Desaparecidos

Outros

Afetados
200 188 109

2 18 1 11
0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Fonte: Brasil (2013) Fonte: Brasil (2013)

Os eventos de estiagem e seca estão entre os fenômenos que causam prejuízo aos agricultores; compromete os reservatórios de água, resultando
desastres naturais com os maiores períodos de duração, se comparados com em sede, fome, e na perda de rebanho, bem como em problemas de risco
o tempo de duração de inundações e de movimentos de massa, entre outros à vida humana. Atinge ainda, de modo negativo, a dinâmica ambiental e a
eventos (GONÇALVES; MOLLERI; RUDORFF, 2004), podendo, assim, atingir conservação ambiental, à medida que a falta de chuva aumenta também o
um número maior de pessoas. risco de queimadas.
O Gráfico 3 mostra que entre os anos de 1991 a 2012 foi registrado um
total de 4.348.150 gaúchos afetados, 2 pessoas feridas, 65 enfermas, 69 de-
salojadas e ainda, 3 pessoas atingidas por outros tipos de danos.
Muitas pessoas em episódios de extrema estiagem e seca contraem al-
gum tipo de doença de veiculação hídrica, geralmente relacionada à ingestão
de águas contaminadas ou poluídas; ou, pela falta de água, têm desidratação.
Esta tipologia de desastre favorece uma considerável redução nos ní-
veis de água dos rios e provoca o ressecamento do leito de outros de me-
nor porte. Afeta as áreas produtivas, provocando perdas nas lavouras com
38 ESTIAGEM E SECA ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS – 1991 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL

Infográfico 1: Síntese das ocorrências de estiagem e seca no Estado do Rio Grande do Sul

600

Estiagem e Seca 400


Eventos por ano
200

Totais por ano 420 3 3 1 148 177 57 121 28 412 371 426 15 7 155 317 6 70 373 3110
Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Total
ACEGUÁ 1 1 1 3
ÁGUA SANTA 2 1 1 1 1 1 7
AGUDO 1 1 1 1 1 2 7
AJURICABA 1 1 1 1 2 1 1 1 1 10
ALECRIM 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9
ALEGRETE 1 1 1 2 1 1 1 1 9
ALEGRIA 2 1 1 1 1 1 1 1 9
ALMIRANTE TAMANDARÉ DO SUL 1 1 1 1 4
ALPESTRE 1 1 1 2 1 1 1 2 2 1 13
ALTO ALEGRE 2 1 1 1 2 1 1 1 2 1 13
ALTO FELIZ 1 1
ALVORADA 1 1
AMARAL FERRADOR 2 1 1 1 1 1 1 1 1 10
AMETISTA DO SUL 1 1 1 1 1 1 1 1 8
ANDRÉ DA ROCHA 2 1 1 4
ANTA GORDA 2 1 1 1 1 6
ANTÔNIO PRADO 2 1 1 4
ARAMBARÉ 1 1
ARARICÁ 1 1
ARATIBA 2 1 1 1 2 2 1 1 11
ARROIO DO MEIO 2 1 1 1 1 1 1 8
ARROIO DO PADRE 1 1 2
ARROIO DO TIGRE 2 1 2 1 1 1 1 9
ARROIO DOS RATOS 1 1
ARROIO GRANDE 2 1 1 1 1 6
ARVOREZINHA 2 1 1 1 1 1 7
AUGUSTO PESTANA 2 1 2 1 1 1 1 9
ÁUREA 2 1 2 1 1 1 1 9
BAGÉ 1 1 1 1 2 6
BARÃO 2 1 1 4
BARÃO DE COTEGIPE 2 2 2 1 2 9
BARÃO DO TRIUNFO 1 1
BARRA DO GUARITA 2 1 1 1 1 6
BARRA DO QUARAÍ 1 1 2
BARRA DO RIBEIRO 1 1
BARRA DO RIO AZUL 1 1 1 1 2 1 1 1 9
BARRA FUNDA 1 Fonte: Brasil (2013) 1 1 1 1 1 6
BARRACÃO 2 1 1 1 1 2 1 1 1 1 12
BARROS CASSAL 2 1 1 1 1 2 8
BENJAMIN CONSTANT DO SUL 2 1 1 1 1 6
BENTO GONÇALVES 1 1
BAGÉ 1 1 1 1 2 6
BARÃO 2 1 1 4
BARÃO
ATLAS BRASILEIRO DE DE COTEGIPE
DESASTRES
BARÃO DO TRIUNFO
NATURAIS – 1991 A 2
2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL 2 2
1
1 ESTIAGEM 2
E SECA
39
9
1
BARRA DO GUARITA 2 1 1 1 1 6
BARRA DO QUARAÍ 1 1 2
BARRA DO RIBEIRO
Infográfico 1: Síntese das ocorrências de estiagem e seca no Estado do Rio Grande1do Sul 1
BARRA DO RIO AZUL 1 1 1 1 2 1 1 1 9
BARRA FUNDA 1 1 1 1 1 1 6
BARRACÃO 2 1 1 1 1 2 1 1 1 1 12
BARROS CASSAL 2 1 1 1 1 2 8
BENJAMIN CONSTANT DO SUL 2 1 1 1 1 6
BENTO GONÇALVES 1 1
BOA VISTA DAS MISSÕES 1 1 2 1 1 2 1 1 10
BOA VISTA DO BURICÁ 2 1 1 2 1 1 1 1 1 11
BOA VISTA DO CADEADO 2 1 1 1 1 6
BOA VISTA DO INCRA 2 1 1 1 1 6
BOA VISTA DO SUL 1 1 2
BOM JESUS 1 1 1 3
BOM PRINCÍPIO 1 1 2
BOM PROGRESSO 2 1 1 1 1 1 7
BOM RETIRO DO SUL 1 1 1 1 1 5
BOQUEIRÃO DO LEÃO 1 1 2 1 1 1 1 1 9
BOSSOROCA 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11
BOZANO 1 2 1 1 1 1 1 8
BRAGA 2 1 1 2 1 1 1 1 1 11
BROCHIER 1 1 2
BUTIÁ 1 1
CAÇAPAVA DO SUL 2 1 2 1 1 1 8
CACEQUI 1 1 1 1 1 5
CACHOEIRA DO SUL 1 1 1 3 6
CACIQUE DOBLE 2 1 1 1 1 1 1 1 9
CAIBATÉ 2 1 1 2 1 1 2 1 11
CAIÇARA 2 1 1 1 1 1 1 1 1 10
CAMAQUÃ 1 1 2
CAMARGO 2 1 1 1 1 1 1 8
CAMPESTRE DA SERRA 1 1 1 3
CAMPINA DAS MISSÕES 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 12
CAMPINAS DO SUL 2 1 2 2 1 1 1 10
CAMPO BOM 1 1
CAMPO NOVO 2 1 1 1 1 1 1 1 9
CAMPOS BORGES 2 1 1 1 2 1 1 1 2 1 13
CANDELÁRIA 2 1 2 1 1 1 8
CÂNDIDO GODÓI 2 1 1 2 1 1 1 1 1 11
CANDIOTA 1 1 1 2 1 2 8
CANELA 1 1
CANGUÇU 2 1 1 1 1 1 1 1 9
CANUDOS DO VALE 1 1 1 3
CAPÃO BONITO DO SUL 1 1 1 3
CAPÃO DO CIPÓ 2 1 1 2 1 7
CAPÃO DO LEÃO 2 1 1 1 5
CAPELA DE SANTANA 1 1
CAPITÃO 1 1 1 3
CARAÁ 1 1
Fonte: Brasil (2013)
CARAZINHO 2 1 1 1 1 6
CARLOS BARBOSA 2 1 1 4
CARLOS GOMES 1 1 2 1 1 1 1 8
CASCA 2 1 1 1 1 1 7
CASEIROS 2 1 1 1 1 6
CANELA 1 1
CANGUÇU 2 1 1 1 1 1 1 1 9
CANUDOS DO VALE 1 1 1 3
40 CAPÃO BONITO
ESTIAGEM DO SUL
E SECA
CAPÃO DO CIPÓ 2
ATLAS
1
1
BRASILEIRO
1
DE DESASTRES NATURAIS 1
– 1991
2
A 2012 – VOLUME
1
RIO1GRANDE DO
3
7
SUL

CAPÃO DO LEÃO 2 1 1 1 5
CAPELA DE SANTANA 1 1
Infográfico 1: Síntese das ocorrências de estiagem e seca no Estado do Rio Grande do Sul
CAPITÃO 1 1 1 3
CARAÁ 1 1
CARAZINHO 2 1 1 1 1 6
CARLOS BARBOSA 2 1 1 4
CARLOS GOMES 1 1 2 1 1 1 1 8
CASCA 2 1 1 1 1 1 7
CASEIROS 2 1 1 1 1 6
CATUÍPE 1 1 1 1 2 1 7
CAXIAS DO SUL 1 1
CENTENÁRIO 2 1 1 1 1 6
CERRITO 1 1 1 1 1 5
CERRO BRANCO 1 1 1 1 1 1 1 7
CERRO GRANDE 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 12
CERRO GRANDE DO SUL 1 1 1 3
CERRO LARGO 2 1 1 2 1 1 1 2 2 13
CHAPADA 2 1 1 1 2 1 8
CHARQUEADAS 1 1 2
CHARRUA 1 1 1 2 1 1 1 1 9
CHIAPETTA 2 1 1 2 1 1 1 1 1 1 12
CHUVISCA 1 1 1 3
CIRÍACO 2 1 1 1 1 1 1 2 10
COLINAS 1 1 1 1 4
COLORADO 2 1 1 2 1 2 1 10
CONDOR 2 1 1 1 1 2 1 9
CONSTANTINA 2 1 1 1 2 1 1 2 1 1 13
COQUEIRO BAIXO 1 1 1 3
COQUEIROS DO SUL 1 1 1 1 1 1 1 7
CORONEL BARROS 1 1 1 2 1 6
CORONEL BICACO 1 1 1 1 2 2 1 9
CORONEL PILAR 1 1
COTIPORÃ 1 1 2
COXILHA 1 1 1 1 1 5
CRISSIUMAL 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 12
CRISTAL 2 1 3
CRISTAL DO SUL 2 1 1 2 1 1 8
CRUZ ALTA 1 1 1 1 1 1 1 7
CRUZALTENSE 2 2 1 1 6
CRUZEIRO DO SUL 2 1 1 1 1 1 1 8
DAVID CANABARRO 1 1 1 1 1 1 6
DERRUBADAS 1 1 2 1 1 1 1 1 9
DEZESSEIS DE NOVEMBRO 1 1 1 2 1 1 1 1 9
DILERMANDO DE AGUIAR 2 1 1 1 5
DOIS IRMÃOS 1 1
DOIS IRMÃOS DAS MISSÕES 2 1 1 1 1 1 7
DOIS LAJEADOS 1 1 1 3
DOM FELICIANO 1 1 1 3
DOM PEDRITO 1 1 1 1 1 2 1 1 9
DOM PEDRO DE ALCÂNTARA 1 1
DONA FRANCISCA 1 Fonte: Brasil (2013) 1 1 3
DOUTOR MAURÍCIO CARDOSO 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 11
DOUTOR RICARDO 1 1 1 3
ENCANTADO 1 1 1 1 1 1 6
ENCRUZILHADA DO SUL 1 1 1 2 1 1 1 1 1 10
DERRUBADAS 1 1 2 1 1 1 1 1 9
DEZESSEIS DE NOVEMBRO 1 1 1 2 1 1 1 1 9
DILERMANDO DE AGUIAR 2 1 1 1 5
ATLAS BRASILEIRODOIS IRMÃOSNATURAIS – 1991
DE DESASTRES
DOIS IRMÃOS DAS MISSÕES
A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL
2 1
1
1 1 1
ESTIAGEM E SECA
1
41
1
7
DOIS LAJEADOS 1 1 1 3
DOM FELICIANO 1
Infográfico 1: Síntese das ocorrências de estiagem e seca no Estado do Rio Grande1do Sul 1 3
DOM PEDRITO 1 1 1 1 1 2 1 1 9
DOM PEDRO DE ALCÂNTARA 1 1
DONA FRANCISCA 1 1 1 3
DOUTOR MAURÍCIO CARDOSO 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 11
DOUTOR RICARDO 1 1 1 3
ENCANTADO 1 1 1 1 1 1 6
ENCRUZILHADA DO SUL 1 1 1 2 1 1 1 1 1 10
ENGENHO VELHO 1 2 1 1 2 1 8
ENTRE RIOS DO SUL 3 1 2 1 1 1 1 10
ENTRE-IJUÍS 2 1 1 2 1 1 2 1 11
EREBANGO 2 2 1 1 1 7
ERECHIM 2 2 1 1 1 1 8
ERNESTINA 2 1 1 1 1 1 1 1 1 10
ERVAL GRANDE 2 1 1 2 1 1 1 1 10
ERVAL SECO 2 1 2 1 1 1 1 1 10
ESMERALDA 1 1 1 1 4
ESPERANÇA DO SUL 1 2 1 1 1 1 1 8
ESPUMOSO 2 1 2 1 1 1 1 1 10
ESTAÇÃO 2 2 1 1 1 1 8
ESTRELA 2 1 1 1 1 1 7
ESTRELA VELHA 1 2 1 1 1 1 7
EUGÊNIO DE CASTRO 2 1 1 1 1 1 1 1 2 11
FAGUNDES VARELA 2 1 1 1 5
FARROUPILHA 1 1
FAXINAL DO SOTURNO 2 1 1 1 5
FAXINALZINHO 3 1 2 1 1 1 2 11
FAZENDA VILANOVA 1 1 1 3
FLORES DA CUNHA 2 2
FLORIANO PEIXOTO 2 1 1 1 1 6
FONTOURA XAVIER 2 1 1 1 1 1 1 1 1 10
FORMIGUEIRO 1 1 1 1 4
FORQUETINHA 1 1 1 3
FORTALEZA DOS VALOS 2 1 1 1 1 2 1 1 1 1 2 1 15
FREDERICO WESTPHALEN 2 1 1 2 1 1 1 1 2 12
GARIBALDI 2 1 3
GARRUCHOS 1 1 1 1 1 1 1 7
GAURAMA 2 1 2 1 1 1 1 9
GENERAL CÂMARA 2 1 2 1 1 1 1 1 10
GENTIL 1 1 1 1 1 1 6
GETÚLIO VARGAS 2 2 2 1 1 8
GIRUÁ 2 1 1 2 1 1 1 2 1 12
GRAMADO 1 1
GRAMADO DOS LOUREIROS 1 1 2 1 1 2 1 1 10
GRAMADO XAVIER 1 1 1 1 4
GRAVATAÍ 1 1
GUABIJU 2 1 1 1 5
GUAPORÉ 2 1 1 1 1 1 7
GUARANI DAS MISSÕES 2 1 1 2 1 1 1 1 1 11
HARMONIA Fonte: Brasil (2013) 1 1
HERVAL 1 1 1 1 1 1 6
HERVEIRAS 1 1 1 1 4
HORIZONTINA 2 1 2 1 1 1 1 1 10
HULHA NEGRA 1 1 1 1 1 1 1 7
GIRUÁ 2 1 1 2 1 1 1 2 1 12
GRAMADO 1 1

42
GRAMADO
ESTIAGEM DOS
GRAMADO XAVIER
LOUREIROS
E SECA
1 1 2 1 1
ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES
1 1
2
NATURAIS
1
– 1991
1
A 2012 – VOLUME
1 10
RIO GRANDE DO
1 4
SUL

GRAVATAÍ 1 1
GUABIJU 2 1 1 1 5
GUAPORÉ 2 Infográfico 1: Síntese
1 das
1 ocorrências de estiagem e seca no Estado do Rio Grande
1 1do Sul 1 7
GUARANI DAS MISSÕES 2 1 1 2 1 1 1 1 1 11
HARMONIA 1 1
HERVAL 1 1 1 1 1 1 6
HERVEIRAS 1 1 1 1 4
HORIZONTINA 2 1 2 1 1 1 1 1 10
HULHA NEGRA 1 1 1 1 1 1 1 7
HUMAITÁ 2 1 1 1 1 1 2 2 1 12
IBARAMA 2 1 1 1 1 1 1 8
IBIAÇÁ 2 1 1 1 2 1 1 1 1 11
IBIRAIARAS 2 1 1 1 1 1 7
IBIRAPUITÃ 2 1 1 1 2 1 1 1 1 2 13
IBIRUBÁ 2 1 1 1 1 1 1 8
IGREJINHA 1 1
IJUÍ 2 1 1 1 2 1 1 9
ILÓPOLIS 2 1 1 1 1 1 7
IMIGRANTE 2 1 1 1 5
INDEPENDÊNCIA 2 1 1 2 1 1 1 1 1 1 12
INHACORÁ 1 1 2 1 1 1 1 1 9
IPÊ 1 1 1 3
IPIRANGA DO SUL 1 2 1 1 1 1 7
IRAÍ 2 2 1 1 2 1 1 10
ITAARA 1 1 1 1 1 5
ITACURUBI 2 1 1 2 1 1 1 1 10
ITAPUCA 1 1 1 1 4
ITAQUI 1 2 1 1 1 6
ITATI 1 1
ITATIBA DO SUL 2 1 1 1 1 1 1 1 1 10
IVORÁ 2 1 1 1 1 1 7
IVOTI 1 1
JABOTICABA 2 1 1 2 1 1 2 1 1 12
JACUIZINHO 1 1 1 1 1 5
JACUTINGA 2 1 2 1 1 1 1 1 10
JAGUARÃO 1 1 1 1 4
JAGUARI 2 1 2 1 1 1 1 9
JAQUIRANA 1 1 2
JARI 1 1 1 1 1 1 1 7
JÓIA 2 1 1 2 1 1 2 1 11
JÚLIO DE CASTILHOS 2 2 1 1 1 1 2 1 11
LAGOA BONITA DO SUL 2 1 1 1 1 6
LAGOA DOS TRÊS CANTOS 1 1 1 1 2 1 1 1 1 10
LAGOA VERMELHA 2 1 1 1 1 1 1 8
LAGOÃO 2 1 1 1 1 1 2 9
LAJEADO 2 1 1 1 1 1 7
LAJEADO DO BUGRE 1 1 1 2 1 1 1 1 1 10
LAVRAS DO SUL 1 1 1 1 1 1 6
LIBERATO SALZANO 2 1 1 2 2 2 1 1 12
MAÇAMBARÁ 2 1 1 1 1 6
MACHADINHO 2 1 1 Fonte: Brasil (2013)
1 2 2 2 2 1 14
MAMPITUBA 1 1
MANOEL VIANA 1 1 1 2 1 1 1 1 1 10
MARATÁ 1 1
MARAU 2 1 1 1 1 1 1 1 9
LAGOA DOS TRÊS CANTOS 1 1 1 1 2 1 1 1 1 10
LAGOA VERMELHA 2 1 1 1 1 1 1 8
ATLAS BRASILEIRO DELAGOÃO
DESASTRES NATURAIS – 1991
LAJEADO
A 2 –
2012
2
VOLUME RIO GRANDE DO SUL
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1 2
ESTIAGEM E SECA
43
9
7
LAJEADO DO BUGRE 1 1 1 2 1 1 1 1 1 10
LAVRAS DO SUL 1 1 1 1 1 1 6
LIBERATO SALZANO 2
Infográfico 1: Síntese
1
das
1
ocorrências de estiagem e seca no Estado
2
do Rio Grande
2
do Sul 2 1 1 12
MAÇAMBARÁ 2 1 1 1 1 6
MACHADINHO 2 1 1 1 2 2 2 2 1 14
MAMPITUBA 1 1
MANOEL VIANA 1 1 1 2 1 1 1 1 1 10
MARATÁ 1 1
MARAU 2 1 1 1 1 1 1 1 9
MARCELINO RAMOS 2 2 2 2 1 3 12
MARIANA PIMENTEL 1 1 2
MARIANO MORO 2 1 1 2 1 1 2 1 1 12
MARQUES DE SOUZA 1 1 1 3
MATA 1 1 1 1 1 5
MATO CASTELHANO 1 1 1 1 1 1 6
MATO LEITÃO 1 1 1 1 1 1 6
MATO QUEIMADO 2 1 1 1 1 6
MAXIMILIANO DE ALMEIDA 2 1 1 2 2 2 2 1 13
MINAS DO LEÃO 1 1
MIRAGUAÍ 2 1 1 2 1 1 1 1 1 11
MONTAURI 2 1 1 1 1 1 7
MONTE ALEGRE DOS CAMPOS 1 1 1 1 4
MONTE BELO DO SUL 1 1
MONTENEGRO 1 1
MORMAÇO 1 1 2 1 1 1 7
MORRO REDONDO 1 1 1 1 1 5
MORRO REUTER 1 1
MOSTARDAS 1 1
MUÇUM 2 1 1 1 5
MUITOS CAPÕES 1 1 1 1 1 5
MULITERNO 1 1 1 1 1 1 6
NÃO-ME-TOQUE 2 1 1 1 2 1 1 1 10
NICOLAU VERGUEIRO 1 1 2 1 1 1 7
NONOAI 2 1 1 1 1 1 2 1 1 2 1 1 15
NOVA ALVORADA 1 1 1 1 1 1 1 7
NOVA ARAÇÁ 2 1 1 4
NOVA BASSANO 2 1 1 1 5
NOVA BOA VISTA 1 1 1 1 1 1 6
NOVA BRÉSCIA 2 1 1 1 5
NOVA CANDELÁRIA 1 1 1 1 1 1 6
NOVA ESPERANÇA DO SUL 2 1 1 2 1 1 1 9
NOVA PÁDUA 1 1
NOVA PALMA 2 1 1 1 1 1 1 8
NOVA PETRÓPOLIS 1 1
NOVA PRATA 2 1 1 1 1 1 7
NOVA RAMADA 1 1 1 1 2 1 7
NOVA ROMA DO SUL 1 1
NOVA SANTA RITA 1 1
NOVO BARREIRO 1 1 1 1 1 1 2 1 1 10
NOVO CABRAIS 2 1 1 1 5
NOVO HAMBURGO Fonte: Brasil (2013) 1 1
NOVO MACHADO 1 2 1 1 1 1 1 8
NOVO TIRADENTES 1 1 1 2 1 1 2 1 1 11
NOVO XINGU 2 1 1 1 1 1 7
OSÓRIO 1 1
NOVA PÁDUA 1 1
NOVA PALMA 2 1 1 1 1 1 1 8
NOVA PETRÓPOLIS 1 1
44 NOVAEPRATA
ESTIAGEM SECA
NOVA RAMADA
2 1 1
1 1
A1TLAS
1
1
BRASILEIRO
1
DE DESASTRES NATURAIS – 1991
2
A 2012 – VOLUME RIO1GRANDE DO
1
7
7
SUL

NOVA ROMA DO SUL 1 1


NOVA SANTA RITA 1 1
Infográfico 1: Síntese das ocorrências de estiagem e seca no Estado do Rio Grande do Sul
NOVO BARREIRO 1 1 1 1 1 1 2 1 1 10
NOVO CABRAIS 2 1 1 1 5
NOVO HAMBURGO 1 1
NOVO MACHADO 1 2 1 1 1 1 1 8
NOVO TIRADENTES 1 1 1 2 1 1 2 1 1 11
NOVO XINGU 2 1 1 1 1 1 7
OSÓRIO 1 1
PAIM FILHO 2 1 1 1 2 2 1 1 1 12
PALMARES DO SUL 1 1
PALMEIRA DAS MISSÕES 2 1 1 2 1 1 1 1 10
PALMITINHO 2 1 1 2 1 1 1 1 1 1 12
PANAMBI 2 1 1 1 2 1 1 1 1 11
PANTANO GRANDE 1 1 1 3
PARAÍ 2 1 1 4
PARAÍSO DO SUL 1 1 1 1 1 5
PARECI NOVO 1 1 2
PAROBÉ 1 1
PASSA SETE 1 2 1 1 2 1 8
PASSO DO SOBRADO 1 2 1 1 1 1 1 8
PASSO FUNDO 1 1 1 1 1 5
PAULO BENTO 1 1 1 1 4
PAVERAMA 2 1 1 1 5
PEDRAS ALTAS 1 1 1 1 4
PEDRO OSÓRIO 2 1 1 1 1 1 7
PEJUÇARA 2 1 2 1 1 2 1 10
PELOTAS 1 1 1 3
PICADA CAFÉ 1 1
PINHAL 2 1 1 2 1 1 2 1 1 12
PINHAL DA SERRA 2 1 1 1 1 6
PINHAL GRANDE 1 1 1 2 1 1 1 8
PINHEIRINHO DO VALE 2 1 1 1 1 1 1 8
PINHEIRO MACHADO 2 1 1 1 1 1 1 8
PIRAPÓ 2 1 1 2 1 1 1 1 10
PIRATINI 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 12
PLANALTO 2 1 2 1 1 2 1 1 11
POÇO DAS ANTAS 1 1 2
PONTÃO 2 2 1 2 7
PONTE PRETA 1 2 2 2 1 1 9
PORTÃO 1 1
PORTO LUCENA 2 1 1 1 1 1 1 1 1 10
PORTO MAUÁ 1 2 1 1 1 1 1 8
PORTO VERA CRUZ 1 2 1 1 1 1 1 8
PORTO XAVIER 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 12
POUSO NOVO 2 1 1 1 1 1 1 8
PROGRESSO 2 1 1 1 1 1 1 1 9
PROTÁSIO ALVES 1 1 1 3
PUTINGA 2 1 1 1 1 1 1 1 1 10
QUARAÍ 1 1
Fonte: 1Brasil (2013)
1 2 1 1 8
QUATRO IRMÃOS 2 1 1 1 1 6
QUEVEDOS 1 1 1 2 1 1 1 8
QUINZE DE NOVEMBRO 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 12
REDENTORA 2 1 1 2 1 1 1 1 1 11
RELVADO 3 1 1 1 1 7
PORTO LUCENA 2 1 1 1 1 1 1 1 1 10
PORTO MAUÁ 1 2 1 1 1 1 1 8
PORTO VERA CRUZ 1 2 1 1 1 1 1 8
ATLAS BRASILEIROPORTO XAVIERNATURAIS – 1991
DE DESASTRES
POUSO NOVO
A 2 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL
2012
2 1
1
1
1
1
1 2 1
1
1
1
1 1 ESTIAGEM E 1
SECA
1
45
12
8
PROGRESSO 2 1 1 1 1 1 1 1 9
PROTÁSIO ALVES 1 1 1 3
Infográfico 1: Síntese das ocorrências de estiagem e seca no Estado do Rio Grande do Sul
PUTINGA 2 1 1 1 1 1 1 1 1 10
QUARAÍ 1 1 1 1 2 1 1 8
QUATRO IRMÃOS 2 1 1 1 1 6
QUEVEDOS 1 1 1 2 1 1 1 8
QUINZE DE NOVEMBRO 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 12
REDENTORA 2 1 1 2 1 1 1 1 1 11
RELVADO 3 1 1 1 1 7
RESTINGA SECA 1 1 1 1 1 5
RIO DOS ÍNDIOS 1 2 1 1 2 1 1 9
RIO GRANDE 1 1 1 3
RIO PARDO 2 2 1 1 1 1 8
RIOZINHO 1 1
ROCA SALES 2 1 1 1 1 1 7
RODEIO BONITO 2 1 1 1 1 1 2 1 1 11
ROLADOR 2 1 1 1 1 6
ROLANTE 1 1 1 3
RONDA ALTA 2 1 1 2 1 1 1 1 10
RONDINHA 2 1 2 2 1 1 1 10
ROQUE GONZALES 2 1 1 2 1 1 1 2 1 12
ROSÁRIO DO SUL 1 1 1 1 2 6
SAGRADA FAMÍLIA 1 1 1 1 1 1 1 1 8
SALDANHA MARINHO 2 1 1 1 1 2 1 1 1 1 12
SALTO DO JACUÍ 2 1 1 2 1 1 1 2 1 12
SALVADOR DAS MISSÕES 1 1 1 1 1 1 1 1 8
SALVADOR DO SUL 2 1 3
SANANDUVA 2 1 1 1 2 1 1 2 1 12
SANTA BÁRBARA DO SUL 2 1 1 1 2 1 1 1 1 11
SANTA CECÍLIA DO SUL 2 1 3
SANTA CLARA DO SUL 1 1 1 1 1 5
SANTA CRUZ DO SUL 1 1 2 1 1 1 1 8
SANTA MARGARIDA DO SUL 1 1 1 3
SANTA MARIA 1 1 1 1 1 1 1 1 8
SANTA MARIA DO HERVAL 1 1 2
SANTA ROSA 2 1 2 1 1 1 1 1 10
SANTA TEREZA 1 1 1 3
SANTA VITÓRIA DO PALMAR 1 1
SANTANA DA BOA VISTA 2 1 1 1 1 1 2 9
SANT'ANA DO LIVRAMENTO 1 1 1 1 2 6
SANTIAGO 2 1 1 1 1 1 1 1 1 10
SANTO ÂNGELO 2 1 1 2 1 1 1 1 10
SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA 1 1
SANTO ANTÔNIO DAS MISSÕES 2 1 1 2 1 1 2 1 1 12
SANTO ANTÔNIO DO PALMA 1 1 1 1 1 1 1 7
SANTO ANTÔNIO DO PLANALTO 1 1 1 1 1 5
SANTO AUGUSTO 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 12
SANTO CRISTO 2 1 2 1 1 1 1 1 10
SANTO EXPEDITO DO SUL 1 1 2 2 1 1 8
SÃO BORJA 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9
SÃO DOMINGOS DO SUL 2 1 Fonte: Brasil (2013) 1 1 1 6
SÃO FRANCISCO DE ASSIS 2 1 1 1 1 1 1 8
SÃO FRANCISCO DE PAULA 1 1 2
SÃO GABRIEL 2 1 1 1 1 1 7
SÃO JERÔNIMO 1 1 1 3
SANTO ÂNGELO 2 1 1 2 1 1 1 1 10
SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA 1 1
SANTO ANTÔNIO DAS MISSÕES 2 1 1 2 1 1 2 1 1 12
46 SANTOESTIAGEM
ANTÔNIO DO PALMA
E SECA
SANTO ANTÔNIO DO PLANALTO
1 1 1
1
A1TLAS
1
1
BRASILEIRO
1
DE DESASTRES NATURAIS 1
– 1991
1
A 2012 – VOLUME RIO1GRANDE DO
1
7
5
SUL

SANTO AUGUSTO 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 12
SANTO CRISTO 2 1 2 1 1 1 1 1 10
Infográfico 1: Síntese das ocorrências de estiagem e seca no Estado do Rio Grande do Sul
SANTO EXPEDITO DO SUL 1 1 2 2 1 1 8
SÃO BORJA 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9
SÃO DOMINGOS DO SUL 2 1 1 1 1 6
SÃO FRANCISCO DE ASSIS 2 1 1 1 1 1 1 8
SÃO FRANCISCO DE PAULA 1 1 2
SÃO GABRIEL 2 1 1 1 1 1 7
SÃO JERÔNIMO 1 1 1 3
SÃO JOÃO DA URTIGA 2 1 1 2 2 1 1 10
SÃO JOÃO DO POLÊSINE 1 2 3
SÃO JORGE 2 1 1 1 2 1 8
SÃO JOSÉ DAS MISSÕES 1 1 1 1 1 1 1 7
SÃO JOSÉ DO HERVAL 2 1 1 1 1 1 7
SÃO JOSÉ DO INHACORÁ 1 1 2 1 1 1 1 1 9
SÃO JOSÉ DO NORTE 2 1 1 1 5
SÃO JOSÉ DO OURO 2 1 1 1 2 1 1 1 1 11
SÃO JOSÉ DO SUL 2 1 1 4
SÃO LEOPOLDO 1 1
SÃO LOURENÇO DO SUL 2 1 1 1 1 1 7
SÃO LUIZ GONZAGA 1 1 2 1 1 2 1 9
SÃO MARCOS 1 1
SÃO MARTINHO 2 1 1 2 1 1 1 1 10
SÃO MARTINHO DA SERRA 1 1 2 1 1 1 7
SÃO MIGUEL DAS MISSÕES 1 1 1 2 1 1 1 1 9
SÃO NICOLAU 1 1 1 1 1 1 1 2 9
SÃO PAULO DAS MISSÕES 2 1 1 2 1 1 1 1 1 11
SÃO PEDRO DA SERRA 1 1
SÃO PEDRO DAS MISSÕES 2 1 1 1 1 1 7
SÃO PEDRO DO BUTIÁ 1 1 1 2 1 1 1 1 9
SÃO PEDRO DO SUL 2 1 1 1 5
SÃO SEBASTIÃO DO CAÍ 1 1
SÃO SEPÉ 1 1 1 1 4
SÃO VALENTIM 2 1 1 1 2 1 1 1 1 11
SÃO VALENTIM DO SUL 1 1 1 3
SÃO VALÉRIO DO SUL 1 2 1 1 1 1 1 8
SÃO VICENTE DO SUL 2 1 1 1 2 1 1 1 1 11
SARANDI 2 1 1 1 1 6
SEBERI 2 1 1 1 2 1 1 2 1 1 13
SEDE NOVA 2 2 1 1 1 1 8
SEGREDO 2 1 1 2 1 1 1 1 10
SELBACH 2 1 1 1 1 1 1 1 2 1 12
SENADOR SALGADO FILHO 1 2 1 1 1 1 1 8
SENTINELA DO SUL 1 1
SERAFINA CORRÊA 2 1 1 1 5
SÉRIO 1 1 1 3
SERTÃO 2 1 1 2 1 1 1 1 10
SERTÃO SANTANA 1 1
SETE DE SETEMBRO 1 2 1 1 2 1 2 10
SEVERIANO DE ALMEIDA 2 1 1 2 2 2 1 2 13
SILVEIRA MARTINS 2 Fonte: Brasil (2013) 1 1 1 5
SINIMBU 1 1 1 1 4
SOBRADINHO 2 1 1 2 1 1 1 1 10
SOLEDADE 2 1 2 1 1 1 1 1 10
TABAÍ 1 1 2
SELBACH 2 1 1 1 1 1 1 1 2 1 12
SENADOR SALGADO FILHO 1 2 1 1 1 1 1 8
SENTINELA DO SUL 1 1
ATLAS SERAFINA
BRASILEIRO CORRÊA
DE DESASTRES
SÉRIO
NATURAIS – 1991 A 2 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL
2012
1
1
1
1
1
ESTIAGEM 1
E SECA
47
5
3
SERTÃO 2 1 1 2 1 1 1 1 10
SERTÃO SANTANA Infográfico 1: Síntese das ocorrências de estiagem e seca no Estado do Rio Grande1 do Sul 1
SETE DE SETEMBRO 1 2 1 1 2 1 2 10
SEVERIANO DE ALMEIDA 2 1 1 2 2 2 1 2 13
SILVEIRA MARTINS 2 1 1 1 5
SINIMBU 1 1 1 1 4
SOBRADINHO 2 1 1 2 1 1 1 1 10
SOLEDADE 2 1 2 1 1 1 1 1 10
TABAÍ 1 1 2
TAPEJARA 1 1 2 2 1 1 8
TAPERA 2 1 2 1 1 1 1 1 10
TAPES 1 1
TAQUARA 1 1 2
TAQUARI 1 1 1 1 1 5
TAQUARUÇU DO SUL 2 1 1 2 1 1 1 1 1 11
TAVARES 1 1 1 3
TENENTE PORTELA 2 1 2 1 1 1 1 1 10
TEUTÔNIA 2 1 2 1 1 1 8
TIO HUGO 2 1 1 1 1 1 7
TIRADENTES DO SUL 2 1 1 1 1 4 10
TOROPI 1 1 1 1 4
TORRES 1 1
TRAVESSEIRO 1 1 1 1 4
TRÊS ARROIOS 2 2 2 1 1 1 9
TRÊS DE MAIO 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1 12
TRÊS PALMEIRAS 2 1 1 1 2 1 1 2 1 2 14
TRÊS PASSOS 2 1 2 1 1 1 1 1 10
TRINDADE DO SUL 2 1 1 1 2 1 1 2 1 1 13
TRIUNFO 1 1
TUCUNDUVA 2 1 1 1 1 1 7
TUNAS 2 1 1 2 1 1 1 1 10
TUPANCI DO SUL 1 1 1 2 1 1 7
TUPANCIRETÃ 2 1 1 2 2 1 1 1 1 12
TUPANDI 2 1 3
TUPARENDI 2 1 1 1 1 1 1 2 1 1 12
TURUÇU 1 1 1 3
UBIRETAMA 1 1 1 1 1 1 1 2 9
UNIÃO DA SERRA 1 1 1 1 1 1 6
UNISTALDA 1 2 1 1 1 2 1 9
URUGUAIANA 2 1 3
VACARIA 1 1 1 1 4
VALE DO SOL 1 1 1 1 1 1 6
VALE VERDE 1 1 1 3
VANINI 2 1 1 1 1 6
VENÂNCIO AIRES 1 1 1 1 1 5
VERA CRUZ 1 1 1 2 5
VERANÓPOLIS 1 1 2
VESPASIANO CORREA 1 1 1 3
VIADUTOS 2 1 1 2 2 1 1 2 12
VIAMÃO Fonte: Brasil (2013) 1 1
VICENTE DUTRA 2 1 1 1 1 1 1 1 1 10
VICTOR GRAEFF 2 1 1 1 2 1 1 9
VILA FLORES 1 1 2
VILA LÂNGARO 1 1 2 1 1 1 1 8
VILA MARIA 2 1 1 1 1 1 1 1 9
VACARIA 1 1 1 1 4
VALE DO SOL 1 1 1 1 1 1 6
VALE VERDE 1 1 1 3
48 VANINI
ESTIAGEM E SECA
VENÂNCIO AIRES
2
1
A1TLAS BRASILEIRO
1
1
1
DE DESASTRES NATURAIS 1
– 1991
1
A 2012 – VOLUME RIO1GRANDE DO
1
6
5
SUL

VERA CRUZ 1 1 1 2 5
VERANÓPOLIS 1 1 2
Infográfico 1: Síntese das ocorrências de estiagem e seca no Estado do Rio Grande do Sul
VESPASIANO CORREA 1 1 1 3
VIADUTOS 2 1 1 2 2 1 1 2 12
VIAMÃO 1 1
VICENTE DUTRA 2 1 1 1 1 1 1 1 1 10
VICTOR GRAEFF 2 1 1 1 2 1 1 9
VILA FLORES 1 1 2
VILA LÂNGARO 1 1 2 1 1 1 1 8
VILA MARIA 2 1 1 1 1 1 1 1 9
VILA NOVA DO SUL 2 1 1 1 1 6
VISTA ALEGRE 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 12
VISTA ALEGRE DO PRATA 2 1 1 1 5
VISTA GAÚCHA 2 1 1 2 1 1 1 1 1 11
VITÓRIA DAS MISSÕES 1 1 2 1 1 2 1 9
WESTFALIA 2 1 1 1 5

Fonte: Brasil (2013)

GONÇALVES, E. F.; MOLLERI, G. S. F.; RUDORFF, F. M. Distribuição dos


Referências desastres naturais no Estado de Santa Catarina: estiagem (1980-2003). In:
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Acesso em: 22 ago. 2013.
em: 26 jul. 2013.
Enxurrada
50 Enxurrada Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Mapa 3: Registros de enxurradas no Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012


Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Enxurrada
51

S
Quadro 4: Termos e definições propostos para as enxurradas
egundo a Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (COBRA-
DE), proposta em 2012, as inundações bruscas passaram a ser denomi- Termo Autor Definição
nadas enxurradas e são definidas como: Inundações bruscas que ocorrem dentro de 6 horas, após
National Disaster
uma chuva, ou após a quebra de barreira ou reservatório,
Flash flood Education Coalitation
[...] escoamento superficial de alta velocidade e energia, provocado por chu- ou após uma súbita liberação de água armazenada pelo
(2004)
vas intensas e concentradas, normalmente em pequenas bacias de relevo atolamento de restos ou gelo.
acidentado. Caracteriza-se pela elevação súbita das vazões de determinada Uma inundação causada pela pesada ou excessiva chuva em
drenagem e transbordamento brusco da calha fluvial. um curto período de tempo, geralmente menos de 6 horas.
Flash flood NWS/NOAA (2005) Também uma quebra de barragem pode causar inundação
brusca, dependendo do tipo de barragem e o período de
Diversos são os termos e definições utilizados para o termo enxurrada. tempo decorrido.
Em inglês, o termo flash flood é amplamente empregado para nomeá-las
Inundações bruscas usualmente consistem de uma rápida
(KOBIYAMA; GOERL, 2007). Já em espanhol geralmente utiliza-se o termo elevação da superfície da água com uma anormal alta
avenidas súbitas, avenidas repentinas, avenidas, crecidas repentinas, inunda- velocidade das águas, frequentemente criando uma parede
de águas movendo-se canal abaixo ou pela planície de
ciones súbitas (MORALES et al., 2006; SALINAS; ESPINOSA, 2004; CORTES, Flash flood FEMA (1981)
inundação. As inundações bruscas geralmente resultam
da combinação de intensa precipitação, numa área de
2004). No Brasil, observa-se na literatura termos como inundação relâmpago, inclinações íngremes, uma pequena bacia de drenagem, ou
inundação ou enchente repentina e inundação brusca sendo utilizados como numa área com alta proporção de superfícies impermeáveis.
sinônimos de enxurradas (TACHINI; KOBIYAMA; FRANK, 2009; TAVARES, Inundações bruscas são inundações de curta vida e que
Choudhury et al.
2008; GOERL; KOBIYAMA, 2005; MARCELINO; GOERL; RUDORFF, 2004). Flash flood duram de algumas horas a poucos dias e originam-se de
(2004)
pesadas chuvas.
Ressalta-se que a terminologia está associada à localidade (TACHINI;
Súbitas inundações com picos de descarga elevados,
KOBIYAMA; FRANK, 2009), bem como à ciência que a aborda, pois nas ciên- IAHS-UNESCO-WMO,
Flash flood produzidos por severas tempestades, geralmente em uma
(1974)
cias do solo/agronomia o termo enxurrada está muitas vezes associado ao área de extensão limitada.

fluxo concentrado, processos erosivos e perda de solo (ALBUQUERQUE et Operacionalmente, inundações bruscas são de fusão
curta e requerem a emissão de alertas pelos centros locais
al., 1998; CASTRO; COGO; VOLK, 2006; BERTOL et al., 2010). Flash flood Georgakakos (1986)
de previsão e aviso, preferencialmente aos de Centros
Além dos diversos termos, diversas definições também são propostas Regionais de Previsão de Rios.
aumentando ainda mais a complexidade deste fenômeno (Quadro 4). Inundações bruscas são normalmente produzidas por
intensas tempestades convectivas, numa área muito
No Brasil, Pinheiro (2007) argumenta que as enchentes ocorridas em pe- Flash flood Kömüsçü et al. (1998)
limitada, que causam rápido escoamento e provocam danos
quenas bacias são chamadas popularmente de enxurradas; e se ocorrem em enquanto durar a chuva.
áreas urbanas, são tratadas como enchentes urbanas. Para Amaral e Gutjahr São provocadas por chuvas intensas e concentradas em
Inundação
(2011), as enxurradas são definidas como “o escoamento superficial concen- regiões de relevo acidentado, caracterizando-se por súbitas
Brusca ou Castro (2003)
e violentas elevações dos caudais, que se escoam de forma
Enxurrada
trado e com alta energia de transporte, que pode ou não estar associado a rápida e intensa.
áreas de domínio dos processos fluviais”. Autores como Nakamura e Man- Inundações bruscas geralmente ocorrem em pequenas áreas,
fredini (2007) e Reis et al. (2012) utilizam os termos escoamento superficial passado apenas algumas horas (às vezes, minutos) das chuvas,
Flash flood Kron (2002)
e elas têm um inacreditável potencial de destruição. Elas são
concentrado e enxurradas como sinônimos. produzidas por intensas chuvas sobre uma pequena área.
Nota-se que as definições ainda precisam amadurecer até que se che- Fonte: Goerl e Kobiyama (2005)
gue a uma consonância. Contudo, em relação às características, há mais
consenso entre os diversos autores/pesquisadores. Montz e Gruntfest (2002)
52 Enxurrada Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Figura 2: Sistema viário comprometido por enxurrada no Estado do Rio Grande do Sul
enumeram os seguintes atributos das enxurradas: ocorrem de maneira sú-
bita, com pouco tempo de alerta; seu deslocamento é rápido e violento,
resultando em muitas perdas de vida bem como em danos à infraestrutura e
propriedades; sua área de ocorrência é pequena; geralmente estão associa-
das a outros eventos, como os fluxos de lama e de detritos.
Em relação ao seu local de ocorrência, Amaral e Ribeiro (2009) argu-
mentam que os vales encaixados (em V) e vertentes com altas declividades
predispõem as águas a atingirem grandes velocidades em curto tempo, cau-
sando inundações bruscas e mais destrutivas. Dessa maneira, as enxurradas
tendem a ocorrem em áreas ou bacias hidrográficas pequenas e declivosas,
com baixa capacidade de infiltração ou solos rasos que saturam rapidamen-
te ou, ainda, em locais urbanizados (TUCCI; COLLISCHOON, 2006; SUN;
ZHANG; CHENG, 2012). Atualmente, devido à redução da capacidade de
infiltração associada à urbanização irregular ou sem planejamento, as enxur-
radas têm se tornado frequentes em diversos centros urbanos, muitas vezes
associadas a alagamentos, sendo que sua distinção se torna cada vez mais
complexa.
Para NOAA (2010), independente de qual definição seja adotada, o sis-
tema de alerta para as enxurradas deve ser diferenciado em relação aos ou-
tros tipos de processos hidrometeorológicos. Dessa maneira, a sua previsão
é um dos maiores desafios para os pesquisadores e órgãos governamentais Fonte: Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Rio Grande do Sul (BRASIL, 2011)
ligados à temática dos desastres naturais. A maior parte dos sistemas de aler-
ta atuais está focada em eventos ou fenômenos com um considerável tempo Registros das Ocorrências
de alerta, sendo que os fenômenos súbitos ainda carecem de sistemas de
alerta efetivos (HAYDEN et al., 2007). Borga et al. (2009) e Georgakakos (1986) As enxurradas, conforme já visto, estão associadas a pequenas bacias
sugerem que o sistema de alerta para enxurradas deva ser em escala local, de relevo acidentado ou ainda a áreas impermeabilizadas caracterizadas
pois os fenômenos meteorológicos causadores das enxurradas geralmente pela rápida elevação do nível dos rios. Contudo, estas características indi-
possuem escalas inferiores a 100 km². cam os locais mais susceptíveis à sua ocorrência, já que elas podem ocorrer
Como no Brasil o monitoramento hidrológico e meteorológico em em qualquer local.
pequenas bacias ainda é insuficiente para que se tenha um sistema de alerta O Estado do Rio Grande do Sul possui 1.006 registros oficiais de enxurra-
para enxurradas, a análise histórica pode indicar quais bacias ou cidades em das severas caracterizadas como desastre, entre os anos de 1991 e 2012. O Mapa
que este sistema de alerta local deve ser implementado, demonstrando a 3 apresenta a distribuição espacial destas ocorrências no território gaúcho.
importância da correta identificação do fenômeno e consequentemente o A mesorregião Noroeste Rio-Grandense foi a mais afetada, com 44%
seu correto registro. dos desastres, seguida das mesorregiões Metropolitana de Porto Alegre e
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Enxurrada
53
Gráfico 4: Frequência anual de desastres por enxurradas no Estado
Centro Oriental Rio-Grandense, com 17% e 13%, respectivamente. As demais
do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012
mesorregiões do estado registraram entre 8% e 4% das enxurradas. Nota-se
pelo Mapa 3 que, de maneira geral, as mesorregiões mais afetadas possuem
250 Frequência
uma maior quantidade de municípios. Dessa maneira, a maior frequência de Média Anual
236
desastres pode estar associada a questões territoriais e administrativas, não
200

Frequência Anual
necessariamente a condicionantes físicos de uma determinada mesorregião.
157
Dos 496 municípios gaúchos, 76% registraram pelo menos 1 ocorrência
150
de enxurrada. Fontoura Xavier e Maquiné apresentaram a maior frequência, 127
com 9 enxurradas severas registradas nos 22 anos analisados. Caçapava do 101
100
Sul e Espumoso registraram 8 eventos. Boqueirão do Leão, Candelária, Co- 62 68
ronel Bicaco, Igrejinha, Soledade, Três Forquilhas registraram 7 eventos. Os 50 33 39 48
demais municípios registraram entre 6 e 1 evento. A capital Porto Alegre não 27 19 23
13
registrou nenhuma enxurrada. 1 11 5 8 3 1 12 12
0
Fontoura Xavier é o 155º município em termos populacionais do esta-

1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
do, com pouco mais de 10 mil habitantes. Maquiné ocupa a 207ª posição,
com aproximadamente 7 mil habitantes. Dos demais municípios que apre-
sentaram maior frequência, nenhum ultrapassa os 35 mil habitantes (IBGE, Fonte: Brasil (2013)

2011). Assim, não apenas os fatores antrópicos, como o número de habitan- Gráfico 5: Frequência anual de desastres por enxurradas no Estado
tes, devem ser levados em conta ao se analisar as enxurradas. Fatores físicos, do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012
como o relevo e características das bacias hidrográficas, também devem ser
considerados, pois nem sempre os municípios mais populosos apresentam a 200 186 Frequência
maior frequência de enxurradas. Média Mensal
152
Ao se analisar a frequência anual (Gráfico 4), observa-se que entre 1991 150

Frequência Mensal
118 130
e 2001, apenas três anos excederam a média anual de registros de enxurra-
das: 1993, 1994 e 2001. Já entre os anos de 2002 e 2012, o início do período
teve uma redução das ocorrências, até 2006, com ausência de registros. Os 100 85
anos de 2009, 2010 e 2011 tiveram a maior frequência para os 22 anos, com 61 66
54 55
destaque para 2010, quando ocorreram 236 enxurradas, das quais 45% foram 50 44 31
registradas apenas em janeiro. 24
Em relação à frequência mensal (Gráfico 5), janeiro, julho, novembro e
dezembro se destacaram com registros acima da média. Conforme Saito e 0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Susen (2011), o período de novembro de 2009 a janeiro de 2010 foi marca-
do por episódios de intensas e prolongadas precipitações que provocaram Fonte: Brasil (2013)
inundações bruscas e graduais no Rio Grande do Sul. De fato, 57% das en-
xurradas ocorridas em janeiro foram em 2010. Fato semelhante ocorre nos
54 Enxurrada Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Tabela 8: Danos humanos relacionados aos eventos mais severos (1991-2012)


meses de novembro e dezembro, nos quais 58% e 49% estão associados às
excessivas precipitações de 2009. Ano Município Mesorregião Desabrigados Desalojados Afetados
Os eventos de enxurrada no Rio Grande do Sul durante o período ana- 2007 Caxias do Sul Nordeste Rio-Grandense - - 420.993
lisado afetaram 2.197.335 pessoas, deixando 20 mil desabrigadas e 57 mil 2009 Taquara Metropolitana de Porto Alegre - 36 55.473
desalojadas e ocasionando ainda 30 falecimentos (Gráfico 6). Aproximada- 2010 Santa Maria Centro Ocidental Rio-Grandense 187 - 49.043
mente 38% das pessoas afetadas estão associadas aos eventos ocorridos no 2011 Rio Grande Sudeste Rio-Grandense 6 - 41.846
final de 2009 e início de 2010. 2007 Caçapava do Sul Sudeste Rio-Grandense - - 34.448
2010 Tramandaí Metropolitana de Porto Alegre 5 60 33.800
Gráfico 6: Danos humanos causados por enxurradas no Estado 2010 Igrejinha Metropolitana de Porto Alegre 100 13.333 33.551
do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012 2011 Sapiranga Metropolitana de Porto Alegre - - 30.000
2009 Sapucaia do Sul Metropolitana de Porto Alegre 41 481 30.000
2.500.000 2007 Caxias do Sul Nordeste Rio-Grandense - - 420.993
Número de pessoas atingidas

2.197.335 Fonte: Brasil (2013)


2.000.000
radas afetadas pelas enxurradas de 2010. Segundo o relatório de danos deste
1.500.000 município, o abastecimento de energia elétrica foi interrompido durante 1 dia,
fato este que levou mais que toda a população a ser considerara “afetada”.
1.000.000 Os onze municípios que registraram falecimentos devido às enxurradas são
apresentados na Tabela 9. São Lourenço do Sul registrou 7 falecimentos e Fon-
500.000 toura Xavier 6. Nota-se que a maior parte dos falecimentos foi ocasionada pelas
20.550 57.396
enxurradas de 2010, demonstrando a magnitude e severidade destes eventos.
30 477 558 116
0
Tabela 9: Mortes relacionadas aos eventos mais severos (1991-2012)
Mortos

Feridos

Enfermos

Desabrigados

Desalojados

Desaparecidos

Outros

Afetados
Ano Município Desabrigados Desalojados Mortos Afetados
2011 São Lourenço do Sul 15.000 360 7 15.000
2010 Fontoura Xavier - - 6 6.500
2003 Novo Cabrais 50 0 4 180

Fonte: Brasil (2013) 2010 Agudo 3 100 3 103


2010 Candelária 117 5.225 2 17.660
2010 Barros Cassal 45 85 2 6.500
Os principais municípios em relação às pessoas afetadas são apresenta-
2007 Erechim 0 60 2 500
dos na Tabela 8. Em 2007, 96% da população de Caxias do Sul foi afetada
2010 Três Coroas 80 340 1 23.000
pelas enxurradas, pois conforme o relatório de danos emitido pelo município
2010 Espumoso - - 1 6.399
todas as áreas urbanas e rurais foram atingidas. De maneira semelhante, o
2007 Morrinhos do Sul - 1 1 3.538
número de pessoas afetadas em Taquara, em 2009, excedeu os 101% de seus
2011 São Leopoldo 40 80 1 280
habitantes (evento cíclico). Em Igrejinha, 106% da população foram conside-
Fonte: Brasil (2013)
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Enxurrada
55
Tabela 10: Descrição dos principais municípios em relação aos danos materiais (1991-2012)
O Gráfico 7 apresenta os prejuízos registrados no estado, em que as edi-
ficações mais afetadas foram as habitações, com mais de 14 mil danificadas Ano Município Mesorregião Total Destruídas Total Danificadas Total
e 10 mil destruídas, em sua maioria associadas às enxurradas de 2009 e 2010. 2010 Imbé Metropolitana de Porto Alegre 23 1.588 1.611
Observa-se o elevado número de edificações de saúde e de ensino danifica- 2009 Parobé Metropolitana de Porto Alegre 900 502 1.402
das. Escolas tendem a ser locais de abrigo durante eventos extremos e pos- Centro Ocidental Rio-Gran-
2010 Tupanciretã 630 502 1.132
dense
tos de saúde, bem como os hospitais, ficam sobrecarregados devido ao alto
2009 Maquiné Metropolitana de Porto Alegre 488 530 1.018
número de pessoas afetadas. Assim, a escolha dos locais para a construção
2009 Lindolfo Collor Metropolitana de Porto Alegre 661 323 984
de escolas, bem como postos de saúde e outros serviços essenciais, deve Fonte: Brasil (2013)
sempre levar em consideração se são ou não áreas susceptíveis a ocorrências
de enxurradas ou outros tipos de eventos extremos. As enxurradas estão associadas a chuvas intensas em bacias hidrográfi-
cas declivosas, embora possam ocorrem em qualquer lugar. Nota-se que nem
Gráfico 7: Edificações destruídas e danificadas pelas enxurradas no sempre a sua ocorrência está associada aos municípios mais populosos. Dessa
Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012
maneira, além dos fatores antrópicos (população), as características do relevo,
a intensidade das chuvas bem como a umidade e precipitação antecedente
18.000 Destruídas devem ser levadas em consideração ao se analisar este tipo de desastres.
16.000 Danificadas 14.628
No Estado do Rio Grande do Sul, apesar da elevada frequência em al-
14.000 guns municípios, poucos estudos têm sido feitos sobre esta temática. A pes-
12.000 10.656
Edificações

quisa científica aliada ao correto planejamento é um dos caminhos para a


10.000 prevenção de fenômenos extremos, como as enxurradas.
8.000 O Infográfico 2 apresenta uma síntese de todas as ocorrências de enxur-
6.000 rada no Estado do Rio Grande do Sul durante o período em análise.
4.000
2.000 701
1 105 2 143 33
0
Saúde

Ensino

Comunitário

Habitações

Fonte: Brasil (2013)

Por fim, na Tabela 10 são descritos os principais municípios em relação


aos danos materiais. De maneira geral, a grande parte das edificações danifi-
cadas e/ou destruídas refere-se às habitações, com destaque para o municí-
pio de Imbé, onde 99% das edificações danificadas são habitações.
56 ENXURRADA ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS – 1991 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL

Infográfico 2: Síntese das ocorrências de enxurradas no Estado do Rio Grande do Sul

300

Enxurradas 200
Eventos por ano
100

Totais por ano 1 11 62 68 27 13 33 19 5 8 101 39 48 3 1 23 12 127 236 157 12 1006


Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Total
ÁGUA SANTA 1 1 1 1 2 6
AGUDO 1 2 3
AJURICABA 1 1 1 3
ALECRIM 1 1
ALEGRETE 2 1 1 4
ALPESTRE 1 2 3
ALTO ALEGRE 1 1 2
ALTO FELIZ 1 1 2
ALVORADA 1 1
AMARAL FERRADOR 1 1 1 2 5
AMETISTA DO SUL 1 1 2 4
ANTA GORDA 1 1 1 2 5
ANTÔNIO PRADO 1 1
ARAMBARÉ 1 1
ARATIBA 1 1
ARROIO DO MEIO 1 1 2
ARROIO DO PADRE 1 1 1 3
ARROIO DO SAL 1 1 1 3
ARROIO DO TIGRE 1 2 1 1 5
ARROIO GRANDE 1 1 2
ARVOREZINHA 1 2 2 5
AUGUSTO PESTANA 1 1 2
ÁUREA 1 1
BAGÉ 1 1 2
BARÃO 1 1
BARÃO DE COTEGIPE 1 1
BARÃO DO TRIUNFO 1 1 2
BARRA DO GUARITA 1 1 2
BARRA DO QUARAÍ 1 1 1 3
BARRA DO RIO AZUL 1 1 1 3
BARRACÃO 1 1 1 3
BARROS CASSAL 1 2 3
BENJAMIN CONSTANT DO SUL 2 2
BOA VISTA DAS MISSÕES 1 1 1 3
BOA VISTA DO BURICÁ 1 1
BOA VISTA DO INCRA 1 1
BOM JESUS Fonte: Brasil (2013) 1 2 3
BOM PRINCÍPIO 2 2 1 5
BOM PROGRESSO 1 1
BOM RETIRO DO SUL 1 1 1 3
BOQUEIRÃO DO LEÃO 1 1 1 1 2 1 7
BARRA DO QUARAÍ 1 1 1 3
BARRA DO RIO AZUL 1 1 1 3
ATLAS BRASILEIRO DEBARRACÃO
DESASTRES NATURAIS – 1991
BARROS CASSAL
A 2012 – VOLUME RIO 1
GRANDE DO SUL
1
1
2
1ENXURRADA
57
3
3
BENJAMIN CONSTANT DO SUL 2 2
BOA VISTA DAS MISSÕES 1 1 1 3
BOA VISTA DO BURICÁ
Infográfi1co 2: Síntese das ocorrências de enxurradas no Estado do Rio Grande do Sul 1
BOA VISTA DO INCRA 1 1
BOM JESUS 1 2 3
BOM PRINCÍPIO 2 2 1 5
BOM PROGRESSO 1 1
BOM RETIRO DO SUL 1 1 1 3
BOQUEIRÃO DO LEÃO 1 1 1 1 2 1 7
BOSSOROCA 1 1 1 3
BRAGA 1 1 1 3
CAÇAPAVA DO SUL 1 1 1 1 1 1 1 1 8
CACEQUI 1 1 2
CACHOEIRA DO SUL 1 1
CACHOEIRINHA 1 1 1 3
CACIQUE DOBLE 2 1 3
CAIBATÉ 1 1 2
CAIÇARA 1 1 1 3
CAMAQUÃ 1 1 1 1 1 5
CAMPO NOVO 1 1
CAMPOS BORGES 1 1
CANDELÁRIA 1 1 1 1 2 1 7
CÂNDIDO GODÓI 1 1
CANDIOTA 1 1 1 3
CANGUÇU 1 1 1 1 1 1 6
CANUDOS DO VALE 1 1
CAPÃO DA CANOA 1 1 2
CAPÃO DO CIPÓ 1 2 3
CAPELA DE SANTANA 1 1
CARAÁ 1 1 2
CARAZINHO 1 1 1 3
CASCA 1 1 1 1 2 6
CASEIROS 1 1
CATUÍPE 1 1 2
CAXIAS DO SUL 1 1 1 3
CENTENÁRIO 1 1 1 1 4
CERRITO 1 1
CERRO BRANCO 1 1 2
CERRO GRANDE 1 1 1 3
CERRO GRANDE DO SUL 1 1 2
CERRO LARGO 1 1
CHAPADA 1 1 1 3
CHARQUEADAS 1 1
CHARRUA 1 1 1 1 4
CHIAPETTA 1 1
CHUVISCA 1 1 1 3
CIDREIRA 1 1
CIRÍACO 1 1 2
COLINAS 2 1 2 1 6
COLORADO 1 1 Fonte: Brasil (2013) 1 2 1 6
CONDOR 1 1 1 3
CONSTANTINA 1 1 1 3
COQUEIRO BAIXO 1 1
COQUEIROS DO SUL 1 1 2
CORONEL BICACO 1 1 1 1 1 1 1 7
CHAPADA 1 1 1 3
CHARQUEADAS 1 1

58 CHARRUA
ENXURRADA
CHIAPETTA
1
1
ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS
1
– 1991 A
1 –
2012 1
VOLUME
4
RIO GRANDE DO
1
SUL

CHUVISCA 1 1 1 3
CIDREIRA 1 1
CIRÍACO Infográfico 2: Síntese das ocorrências de enxurradas no Estado do Rio Grande do Sul 1 1 2
COLINAS 2 1 2 1 6
COLORADO 1 1 1 2 1 6
CONDOR 1 1 1 3
CONSTANTINA 1 1 1 3
COQUEIRO BAIXO 1 1
COQUEIROS DO SUL 1 1 2
CORONEL BICACO 1 1 1 1 1 1 1 7
COTIPORÃ 1 1 1 3
CRISTAL 1 1 1 3
CRISTAL DO SUL 1 1 1 3
CRUZ ALTA 1 1 2
CRUZALTENSE 1 1
CRUZEIRO DO SUL 1 1 1 1 1 5
DAVID CANABARRO 1 1
DERRUBADAS 1 1
DOIS LAJEADOS 1 1 2
DOM FELICIANO 1 1 2 1 5
DOM PEDRITO 1 1 1 1 1 1 6
DOM PEDRO DE ALCÂNTARA 1 1 2
DONA FRANCISCA 1 1 1 1 4
DOUTOR MAURÍCIO CARDOSO 1 1 2 4
DOUTOR RICARDO 1 1
ENCANTADO 1 1 2
ENCRUZILHADA DO SUL 1 1 1 1 1 5
ENGENHO VELHO 1 1 1 3
ENTRE RIOS DO SUL 1 1
ENTRE-IJUÍS 1 1 1 3
ERECHIM 1 1 2
ERNESTINA 1 1 2
ERVAL GRANDE 1 1 1 3
ERVAL SECO 1 1 1 3
ESMERALDA 1 1
ESPERANÇA DO SUL 1 1
ESPUMOSO 1 1 1 1 1 1 2 8
ESTAÇÃO 1 1 1 3
ESTÂNCIA VELHA 1 1
ESTEIO 1 1 1 1 4
ESTRELA 1 1
ESTRELA VELHA 1 1 2
EUGÊNIO DE CASTRO 1 1
FAGUNDES VARELA 1 1 2
FAXINAL DO SOTURNO 1 1 2 1 1 6
FLORES DA CUNHA 1 1
FONTOURA XAVIER 1 1 1 2 3 1 9
FORQUETINHA 1 2 1 4
FORTALEZA DOS VALOS 1 1 1 3
FREDERICO WESTPHALEN 1 1
GARIBALDI Fonte: Brasil (2013)
1 1 2
GAURAMA 1 1 2
GENERAL CÂMARA 1 1 2
GENTIL 1 1 1 3
GIRUÁ 1 1 1 3
ESTRELA VELHA 1 1 2
EUGÊNIO DE CASTRO 1 1
FAGUNDES VARELA 1 1 2
ATLAS FAXINAL
BRASILEIRO DO SOTURNO
DE DESASTRES
FLORES DA CUNHA
NATURAIS – 1991 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE 1
DO SUL 1 2 1
1
1 ENXURRADA
59
6
1
FONTOURA XAVIER 1 1 1 2 3 1 9
FORQUETINHA 1 2 1 4
Infográfico 2: Síntese das ocorrências de enxurradas no Estado do Rio Grande do Sul
FORTALEZA DOS VALOS 1 1 1 3
FREDERICO WESTPHALEN 1 1
GARIBALDI 1 1 2
GAURAMA 1 1 2
GENERAL CÂMARA 1 1 2
GENTIL 1 1 1 3
GIRUÁ 1 1 1 3
GRAMADO XAVIER 1 1 1 2 5
GRAVATAÍ 1 1 2
GUABIJU 1 1 2
GUAPORÉ 1 1 1 3
GUARANI DAS MISSÕES 1 1 1 3
HARMONIA 1 1 2
HERVAL 1 1 2
HERVEIRAS 1 1 2 4
HORIZONTINA 1 1 2
HULHA NEGRA 1 1 1 3
HUMAITÁ 1 1
IBARAMA 1 1 1 3
IBIRAIARAS 1 1 1 3
IBIRAPUITÃ 1 1 1 1 4
IBIRUBÁ 1 1 1 3
IGREJINHA 1 1 1 1 1 2 7
IJUÍ 1 2 3
ILÓPOLIS 1 1
IMBÉ 1 1 2
IMIGRANTE 1 1
INHACORÁ 1 2 1 1 1 6
IRAÍ 1 1 1 1 1 1 6
ITAARA 1 1 1 1 4
ITACURUBI 1 1 1 1 2 6
ITAPUCA 1 2 3
ITAQUI 1 1 1 3
ITATI 1 1 1 3
IVORÁ 1 2 1 2 6
IVOTI 1 1
JABOTICABA 1 1 1 3
JACUIZINHO 1 1 2 1 5
JACUTINGA 1 1 2
JÓIA 1 2 3
JÚLIO DE CASTILHOS 1 1 1 2 5
LAGOA BONITA DO SUL 1 1 2 4
LAGOA DOS TRÊS CANTOS 1 1 1 3
LAGOÃO 1 1 1 1 4
LAJEADO 1 1 1 1 4
LAJEADO DO BUGRE 1 1 1 3
LAVRAS DO SUL 1 1 2
LIBERATO SALZANO 1 1 2
LINDOLFO COLLOR Fonte: Brasil (2013) 1 1 2
MACHADINHO 1 1 1 3
MAMPITUBA 1 1
MAQUINÉ 1 2 1 1 2 1 1 9
MARAU 1 1
JÚLIO DE CASTILHOS 1 1 1 2 5
LAGOA BONITA DO SUL 1 1 2 4

60LAGOA DOS TRÊS CANTOS


ENXURRADA
LAGOÃO
1 1
1
1
1
ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS – 1991
1
A 2012 –
1
VOLUME RIO GRANDE 3DO
4
SUL

LAJEADO 1 1 1 1 4
LAJEADO DO BUGRE 1 1 1 3
Infográfico 2: Síntese das ocorrências de enxurradas no Estado do Rio Grande do Sul
LAVRAS DO SUL 1 1 2
LIBERATO SALZANO 1 1 2
LINDOLFO COLLOR 1 1 2
MACHADINHO 1 1 1 3
MAMPITUBA 1 1
MAQUINÉ 1 2 1 1 2 1 1 9
MARAU 1 1
MARCELINO RAMOS 1 1 1 3
MARIANO MORO 1 1
MARQUES DE SOUZA 1 1 2
MATA 2 1 3
MATO LEITÃO 1 1
MATO QUEIMADO 1 1 2
MAXIMILIANO DE ALMEIDA 1 1 2
MONTE ALEGRE DOS CAMPOS 1 1
MONTENEGRO 1 1 2
MORMAÇO 1 1 1 1 4
MORRINHOS DO SUL 1 1 1 1 1 5
MORRO REDONDO 1 1
MORRO REUTER 1 1 2
MUÇUM 1 1
NÃO-ME-TOQUE 1 1 1 1 4
NICOLAU VERGUEIRO 1 1 1 3
NONOAI 1 1 1 3
NOVA ALVORADA 1 1 1 2 5
NOVA ARAÇÁ 1 1
NOVA BASSANO 1 1
NOVA BOA VISTA 1 1
NOVA BRÉSCIA 1 1
NOVA ESPERANÇA DO SUL 1 3 4
NOVA HARTZ 2 2
NOVA PALMA 3 1 4
NOVA PETRÓPOLIS 2 1 3
NOVA PRATA 1 1 2
NOVA RAMADA 1 1
NOVA ROMA DO SUL 1 1
NOVA SANTA RITA 1 1
NOVO BARREIRO 1 1 1 1 4
NOVO CABRAIS 1 1 1 3
NOVO TIRADENTES 2 1 3
NOVO XINGU 1 1
OSÓRIO 1 1
PAIM FILHO 1 1 2
PALMARES DO SUL 1 1
PALMEIRA DAS MISSÕES 1 1 2
PALMITINHO 1 1 2
PANAMBI 1 1 2
PANTANO GRANDE 1 1 2
PARAÍ 1 Fonte: Brasil (2013) 1 2
PARAÍSO DO SUL 1 1
PARECI NOVO 1 1
PAROBÉ 1 1 2 4
PASSA SETE 1 2 1 1 1 6
NOVO TIRADENTES 2 1 3
NOVO XINGU 1 1
OSÓRIO 1 1
ATLAS BRASILEIRO DEPAIM FILHONATURAIS – 1991
DESASTRES
PALMARES DO SUL
A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL
1
1 1 ENXURRADA
61
2
1
PALMEIRA DAS MISSÕES 1 1 2
PALMITINHO 1 1 2
Infográfico 2: Síntese das ocorrências de enxurradas no Estado do Rio Grande do Sul
PANAMBI 1 1 2
PANTANO GRANDE 1 1 2
PARAÍ 1 1 2
PARAÍSO DO SUL 1 1
PARECI NOVO 1 1
PAROBÉ 1 1 2 4
PASSA SETE 1 2 1 1 1 6
PASSO DO SOBRADO 1 1
PEDRO OSÓRIO 1 1
PEJUÇARA 1 3 4
PELOTAS 1 2 3
PINHAL 1 2 1 4
PINHAL GRANDE 1 1 1 1 4
PINHEIRINHO DO VALE 1 1
PINHEIRO MACHADO 1 1 2
PIRATINI 1 1 1 3
PLANALTO 1 3 1 5
PONTÃO 1 2 3
PORTÃO 1 1
PORTO LUCENA 1 1 2
PORTO VERA CRUZ 1 1
PORTO XAVIER 1 1 1 1 1 5
POUSO NOVO 1 2 3
PROGRESSO 1 1 2
PROTÁSIO ALVES 1 1 2
PUTINGA 1 1 1 1 1 5
QUARAÍ 1 1 2
QUATRO IRMÃOS 1 1
QUEVEDOS 1 1 2
QUINZE DE NOVEMBRO 1 1
REDENTORA 1 2 1 1 1 6
RELVADO 1 1
RESTINGA SECA 1 1 2
RIO DOS ÍNDIOS 1 1
RIO GRANDE 1 1 2
RIO PARDO 2 1 3
RIOZINHO 2 2 2 6
ROCA SALES 1 1 2
RODEIO BONITO 1 1 1 3
ROLANTE 1 2 2 5
RONDA ALTA 1 2 1 4
ROSÁRIO DO SUL 1 1 1 3
SAGRADA FAMÍLIA 1 1
SALDANHA MARINHO 1 1 1 3
SALTO DO JACUÍ 1 2 3
SALVADOR DAS MISSÕES 1 1
SALVADOR DO SUL 1 1 1 3
SANTA BÁRBARA DO SUL 1 1 2
SANTA CECÍLIA DO SUL Fonte: Brasil (2013) 1 1
SANTA CLARA DO SUL 1 1 1 3
SANTA CRUZ DO SUL 1 1 2
SANTA MARIA 1 1 2
SANTA MARIA DO HERVAL 1 1
ROLANTE 1 2 2 5
RONDA ALTA 1 2 1 4
ROSÁRIO DO SUL 1 1 1 3

62 ESAGRADA
NXURRADA FAMÍLIA
SALDANHA MARINHO 1 1
ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS – 1991 A
1
1
2012 – VOLUME RIO GRANDE1DO
3
SUL

SALTO DO JACUÍ 1 2 3
SALVADOR DAS MISSÕES 1 1
Infográfico 2: Síntese das ocorrências de enxurradas no Estado do Rio Grande do Sul
SALVADOR DO SUL 1 1 1 3
SANTA BÁRBARA DO SUL 1 1 2
SANTA CECÍLIA DO SUL 1 1
SANTA CLARA DO SUL 1 1 1 3
SANTA CRUZ DO SUL 1 1 2
SANTA MARIA 1 1 2
SANTA MARIA DO HERVAL 1 1
SANTA ROSA 1 1 1 1 4
SANTA TEREZA 1 1 2 4
SANTANA DA BOA VISTA 1 1
SANT'ANA DO LIVRAMENTO 1 1 2
SANTIAGO 1 1 2
SANTO ÂNGELO 1 1 2
SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA 1 1
SANTO ANTÔNIO DAS MISSÕES 1 1 1 1 1 5
SANTO ANTÔNIO DO PLANALTO 1 1
SANTO EXPEDITO DO SUL 1 1 2
SÃO BORJA 1 1 1 3
SÃO FRANCISCO DE PAULA 1 1
SÃO GABRIEL 2 1 3
SÃO JERÔNIMO 1 1 1 1 4
SÃO JOÃO DA URTIGA 1 1 1 3
SÃO JOÃO DO POLÊSINE 2 1 3
SÃO JORGE 1 1
SÃO JOSÉ DAS MISSÕES 1 1 2
SÃO JOSÉ DO HERVAL 1 1 1 1 4
SÃO JOSÉ DO HORTÊNCIO 1 1
SÃO JOSÉ DO NORTE 1 1 2
SÃO JOSÉ DO OURO 1 1 2 1 5
SÃO JOSÉ DOS AUSENTES 1 1 2
SÃO LEOPOLDO 1 1
SÃO LOURENÇO DO SUL 1 1 2
SÃO LUIZ GONZAGA 1 1
SÃO MARCOS 1 1
SÃO MARTINHO 1 1
SÃO MARTINHO DA SERRA 1 1
SÃO MIGUEL DAS MISSÕES 1 1
SÃO NICOLAU 1 1
SÃO PAULO DAS MISSÕES 1 1
SÃO PEDRO DA SERRA 1 1
SÃO PEDRO DAS MISSÕES 1 1
SÃO PEDRO DO SUL 1 1 1 3
SÃO SEBASTIÃO DO CAÍ 1 1
SÃO SEPÉ 2 1 1 1 5
SÃO VALENTIM 1 2 3
SÃO VALENTIM DO SUL 1 1 2
SÃO VENDELINO 1 1 1 1 4
SÃO VICENTE DO SUL 1 1 2
SAPIRANGA Fonte: Brasil (2013) 1 1
SAPUCAIA DO SUL 2 1 3
SARANDI 1 1 2 1 5
SEBERI 1 1 1 1 4
SEDE NOVA 1 1 1 1 4
SÃO NICOLAU 1 1
SÃO PAULO DAS MISSÕES 1 1

63
SÃO PEDRO DA SERRA 1 1
ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS – 1991 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL ENXURRADA
SÃO PEDRO DAS MISSÕES 1 1
SÃO PEDRO DO SUL 1 1 1 3
SÃO SEBASTIÃO DO CAÍ 1 1
SÃO SEPÉ 2 Infográfi1co 2: Síntese
1 das ocorrências de enxurradas no Estado
1 do Rio Grande do Sul 5
SÃO VALENTIM 1 2 3
SÃO VALENTIM DO SUL 1 1 2
SÃO VENDELINO 1 1 1 1 4
SÃO VICENTE DO SUL 1 1 2
SAPIRANGA 1 1
SAPUCAIA DO SUL 2 1 3
SARANDI 1 1 2 1 5
SEBERI 1 1 1 1 4
SEDE NOVA 1 1 1 1 4
SEGREDO 1 1 1 2 5
SELBACH 1 1 1 3
SENTINELA DO SUL 1 1 1 3
SERAFINA CORRÊA 1 1
SÉRIO 1 1 1 3
SERTÃO 1 1 1 1 4
SERTÃO SANTANA 1 1 1 3
SETE DE SETEMBRO 1 1 1 3
SEVERIANO DE ALMEIDA 2 2
SILVEIRA MARTINS 1 2 1 1 5
SINIMBU 1 1 1 3
SOBRADINHO 1 1 1 3
SOLEDADE 1 1 1 1 1 2 7
TAPEJARA 1 2 1 4
TAPERA 1 1 1 3
TAPES 1 1 2
TAQUARA 1 1 2
TAQUARI 1 1 1 3
TAQUARUÇU DO SUL 1 1 1 3
TAVARES 1 1 1 1 4
TENENTE PORTELA 1 1
TERRA DE AREIA 1 1 1 1 2 6
TIRADENTES DO SUL 1 1 2
TORRES 1 1 1 3
TRAMANDAÍ 1 1 2
TRAVESSEIRO 1 1
TRÊS ARROIOS 1 1
TRÊS CACHOEIRAS 1 1 1 1 4
TRÊS COROAS 1 1
TRÊS DE MAIO 1 1 2
TRÊS FORQUILHAS 1 1 2 1 1 1 7
TRÊS PALMEIRAS 1 1
TRÊS PASSOS 1 1 2
TRINDADE DO SUL 1 2 3
TRIUNFO 1 1
TUCUNDUVA 1 1
TUNAS 1 1 1 3
TUPANCIRETÃ 1 1
TUPARENDI 1 Fonte: Brasil (2013) 1
TURUÇU 1 1 2
UNIÃO DA SERRA 1 1
URUGUAIANA 1 1 2
TRÊS DE MAIO 1 1 2
TRÊS FORQUILHAS 1 1 2 1 1 1 7
TRÊS PALMEIRAS 1 1

64 TRÊS PASSOS
ENXURRADA
TRINDADE DO SUL
ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS 1
– 1991 A 1 –
2012
1
VOLUME RIO GRANDE
2
2
DO
3
SUL

TRIUNFO 1 1
TUCUNDUVA 1 1
Infográfico 2: Síntese das ocorrências de enxurradas no Estado do Rio Grande do Sul
TUNAS 1 1 1 3
TUPANCIRETÃ 1 1
TUPARENDI 1 1
TURUÇU 1 1 2
UNIÃO DA SERRA 1 1
URUGUAIANA 1 1 2
VACARIA 1 1 1 3
VALE DO SOL 1 1
VALE REAL 1 1
VALE VERDE 1 1
VANINI 1 1 1 1 1 5
VENÂNCIO AIRES 1 1 2
VERA CRUZ 2 2
VERANÓPOLIS 1 1
VESPASIANO CORREA 1 1 2
VIADUTOS 1 1 1 1 4
VIAMÃO 1 1
VICENTE DUTRA 1 2 1 4
VICTOR GRAEFF 1 1 1 1 4
VILA FLORES 1 1
VILA LÂNGARO 2 2
VILA MARIA 1 1
VISTA ALEGRE 1 1 1 3
VISTA ALEGRE DO PRATA 1 1
VISTA GAÚCHA 1 1
VITÓRIA DAS MISSÕES 1 1
XANGRI-LÁ 1 1 2

Fonte: Brasil (2013)

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Inundação
68 Inundação Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Mapa 4: Registros de inundações no Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012


Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Inundação
69

A
Quadro 5: Alguns conceitos utilizados para definir as inundações graduais
s inundações, anteriormente tituladas como “enchentes ou inunda-
ções graduais” compõem o grupo dos desastres naturais hidrológi- Termo Autor Definição
cos, segundo a nova Classificação e Codificação Brasileira de Desas- Uma condição geral ou temporária de parcial ou completa
tres (COBRADE). Referem-se: inundação de dois ou mais acres de uma terra normalmente
Flood NFIP (2005) ou de duas ou mais propriedades (uma das quais é a
sua propriedade), proveniente da inundação de águas
[...] à submersão de áreas fora dos limites normais de um curso de água em continentais ou oceânicas.
zonas que normalmente não se encontram submersas. O transbordamento
ocorre de modo gradual, geralmente ocasionado por chuvas prolongadas em Inundações ocorrem nas chamadas planícies de inundação,
áreas de planície. NATIONAL quando prolongada precipitação por vários dias, intensa
DISASTER chuva em um curto período de tempo ou um entulhamento
Flood
EDUCATION de gelo ou de restos, faz com que um rio ou um córrego
Gontijo (2007) define as enchentes como fenômenos temporários que COALITION (2004) transbordem e inundem a área circunvizinha.
correspondem à ocorrência de vazões elevadas num curso de água, com
A inundação de uma área normalmente seca causada pelo
eventual inundação dos seus terrenos marginais. Assim, elas acontecem aumento do nível das águas em um curso d’água estabelecido
Flood NWS/NOAA (2005)
quando o fluxo de água em um trecho do rio é superior à capacidade de como um rio, um córrego, ou um canal de drenagem ou um
dique, perto ou no local onde as chuvas precipitaram.
drenagem de sua calha normal, e então ocorre o transbordamento do cor-
Inundação resulta quando um fluxo de água é maior do que
po hídrico e a água passa a ocupar a área do seu leito maior (TUCCI, 1993; a capacidade normal de escoamento do canal ou quando
LEOPOLD, 1994). Flood FEMA (1981) as águas costeiras excedem a altura normal da maré alta.
Inundações de rios ocorrem devido ao excessivo escoamento
Para Castro (2003), as inundações graduais são caracterizadas pela elevação superficial ou devido ao bloqueio do canal.
das águas de forma paulatina e previsível, mantendo-se em situação de cheia As águas elevam-se de forma paulatina e previsível, mantém
Inundações
durante algum tempo para, após, escoarem-se gradualmente. São eventos na- em situação de cheia durante algum tempo e, a seguir,
Graduais ou Castro (1996)
escoam-se gradualmente. Normalmente, as inundações
turais que ocorrem com periodicidade nos cursos d’água, sendo características Enchentes
graduais são cíclicas e nitidamente sazonais.
das grandes bacias hidrográficas e dos rios de planície, como o Amazonas. O Inundações de rios ocorrem devido às pesadas chuvas das
fenômeno evolui de forma facilmente previsível e a onda de cheia desenvolve-se Choudhury et al.
monções e ao derretimento de gelo nas áreas a montante
River Flood dos maiores rios de Bangladesh. O escoamento superficial
de montante para jusante, guardando intervalos regulares. (2004)
resultante causa a elevação do rio sobre as suas margens
Na língua inglesa o evento inundação é denominado flood ou flooding. O propagando água sobre a planície de inundação.
Quadro 5 apresenta algumas definições utilizadas para as inundações graduais. Quando a precipitação é intensa e o solo não tem capacidade
de infiltrar, grande parte do volume escoa para o sistema de
É possível perceber algumas características em comum nas diversas defi- Inundações Tucci e Bertoni drenagem, superando sua capacidade natural de escoamento.
nições. Elas ocorrem nas áreas adjacentes às margens dos rios que, por deter- Ribeirinhas (2003) O excesso de volume que não consegue ser drenado ocupa
a várzea inundando-a de acordo com a topografia das áreas
minados períodos, permanecem secas, ou seja, na planície de inundação. Ge- próximas aos rios.
ralmente são provocadas por intensas e persistentes chuvas e a elevação das Office of Uma inundação de terra normalmente não coberta pela água
águas ocorre gradualmente. Devido a esta elevação gradual das águas, a ocor- Flood Thecnology e que são usadas ou utilizáveis pelo homem.
Assessment (1980)
rência de mortes é menor que durante uma inundação brusca. Contudo, devido
à sua área de abrangência, a quantidade total de danos acaba sendo elevada. É o resultado de intensas e/ou persistentes chuvas por
alguns dias ou semanas sobre grandes áreas, algumas vezes
Tucci (1993) explica que a ocorrência de inundações depende das ca- River Flood Kron (2002) combinadas com neve derretida. Inundações de rios que se
racterísticas físicas e climatológicas da bacia hidrográfica – especialmente a elevam gradualmente, algumas vezes em um curto período
de tempo.
distribuição espacial e temporal da chuva. Fonte: Goerl e Kobiyama (2005)
70 Inundação Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

A magnitude das inundações geralmente é intensificada por variáveis a mais afetada pelo total de registros, observa-se no Mapa 4 que os setores
climatológicas de médio e longo prazo e pouco influenciáveis por variações centrais e sudoeste são os que apresentam mais recorrências de inundações.
diárias de tempo. Relaciona-se muito mais com períodos demorados de chu- No Rio Grande do Sul, quase a metade do total de municípios, 42%, foi
vas contínuas do que com chuvas intensas e concentradas. Em condições na- afetada pelo menos uma vez por inundações durante o período analisado.
turais, as planícies e fundos de vales estreitos apresentam lento escoamento Os municípios mais atingidos por eventos recorrentes foram: Dom Pedrito
superficial das águas das chuvas, e nas áreas urbanas estes fenômenos são e Estrela, com 8 ocorrências cada. No município de Dom Pedrito, situado
intensificados por alterações antrópicas, como a impermeabilização do solo e no Sudoeste Rio-Grandense, as inundações atingiram áreas às margens do
a retificação e o assoreamento de cursos d’água (TAVARES; SILVA, 2008). Essas rio Santa Maria que corta o seu território, conforme os documentos oficiais.
alterações tornam-se um fator agravante, uma vez que a água é impedida de No município de Estrela, as áreas urbana e rural foram afetadas pelas inun-
se infiltrar, aumentando ainda mais a magnitude da vazão de escoamento su- dações das águas do rio Taquari e seus afluentes, que pelas fortes chuvas
perficial. Outro fator importante é a frequência das inundações, a qual, quando ultrapassaram seu nível normal, ocasionando o transbordamento.
é pequena, a população despreza a sua ocorrência, e não percebe que vai au- O mesmo mapa apresenta outros municípios classificados entre os mais
mentando significativamente a ocupação das áreas inundáveis (TUCCI, 1997), afetados: São Sebastião do Caí e Quaraí, com 7 ocorrências e São Jerônimo
podendo desencadear situações graves de calamidade pública. com 6 ocorrências em cada.
A International Strategy for Disaster Reduction considera as inundações Os anos das inundações severas registrados no período de 1991 a
como desastres hidrológicos, ou seja, relacionados a desvios no ciclo hidro- 2012 são apresentados no Gráfico 8. Verifica-se uma frequência anual de
lógico (BELOW; WIRTZ; GUHA-SAPIR, 2009). No entanto, antes de serem registros de desastres no estado a partir da década dos anos 2000, apre-
desastres, as inundações são fenômenos naturais, intrínsecas ao regime dos sentando, no entanto, algumas lacunas. O ano de 1992 se destaca com 85
rios. Quando esse fenômeno entra em contato com a sociedade, causando registros. Neste ano, a região Sul do Brasil esteve sob influência do fenô-
danos, passa a ser visto como um desastre. meno El Niño (forte), que provoca chuvas abundantes e acima da média
A frequência das inundações é alterada devido a modificações realiza- (GRIMM; FERRAZ; GOMES, 1998). A maior parte das ocorrências de inun-
das na bacia hidrográfica, que mudam a resposta hidrológica e aumentam a dações no estado foi no final de maio e início de junho. Segundo Berlato
ocorrência e magnitude do fenômeno (CENAPRED, 2007). Flemming (2002) e Fontana (2003), na época entre final do outono e começo do inverno
relembra que as inundações, por serem fenômenos naturais, não podem ser ocorre um período de “repique” do fenômeno El Niño, ocasionando um
evitadas, porém seus danos podem ser mitigados. novo aumento na intensidade e frequência das chuvas.
O ano de 2009 também apresentou um número expressivo de desas-
Registros das Ocorrências tres por inundações, totalizando 82 ocorrências. Destas, 41 foram regis-
tradas somente no mês de novembro. Segundo o boletim de informações
No Estado do Rio Grande do Sul foram feitos 413 registros oficiais de climáticas do CPTEC/INPE (MELO, 2009), novembro desse ano foi exces-
inundações excepcionais caracterizadas como desastre, entre os anos de 1991 sivamente chuvoso na Região Sul do Brasil, em particular no oeste do
e 2012. O Mapa 4 mostra a distribuição espacial desses registros no território Estado do Rio Grande do Sul. Estas chuvas estiveram associadas princi-
gaúcho. A Mesorregião Noroeste Rio-Grandense apresenta o maior número palmente à atuação da corrente de jato em baixos níveis, mecanismo que
de ocorrências, um total de 110 registros, que representam 27% dos desas- traz umidade da Amazônia em direção ao sul do país. No Estado do Rio
tres no estado. Isso ocorre pelo fato de esta mesorregião possuir um grande Grande do Sul os acumulados mensais excederam a média histórica em
número de municípios, se comparada às demais mesorregiões. Embora seja até 500 mm. Neste sentido, destacaram-se os valores registrados em mu-
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Inundação
71
Gráfico 8: Frequência anual de desastres por inundações no Estado Figura 3: Inundação no Estado do Rio Grande do Sul
do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012

100
90 85 82
80
Frequência Anual

70 64
60
50 48
40 31
30 27
20
20 16 13
13 13
10
1
0
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Fonte: Brasil (2013)

nicípios como São Luiz Gonzaga (673,7 mm) e Uruguaiana (515 mm), onde
os totais mensais de precipitação costumam ser inferiores a 200 mm.
A partir do Gráfico 9 é possível observar a frequência mensal de todos Fonte: Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Rio Grande do Sul (BRASIL, 2011)
os registros de inundações no estado. Verifica-se uma recorrência maior
dos desastres nos meses de primavera, que representam 36% do total de
Já o regime de latitudes médias é bem caracterizado no sudeste do Es-
registros. O mês de novembro foi o mais afetado, com 70 episódios. Esses
tado do Rio Grande do Sul, onde são observados máximos de precipitação
registros, em sua maioria, correspondem aos eventos severos de 2009 e
no inverno, entre julho e setembro, resultantes da penetração de sistemas
2010, que afetaram grande parte dos municípios gaúchos. No entanto, ao
frontais e da passagem e formação de ciclones extratropicais migratórios.
analisar as médias mensais do estado entre os anos de 1991 e 2010 (ANA,
As médias anuais, nesta área, ficam em torno de 1.200 e 1.500 mm. Na maior
2010), percebe-se que o mês de novembro tem característica chuvosa, com
parte do estado gaúcho, os regimes são trimodais, com máximos entre agos-
média de 142,5 mm.
to e setembro (GRIM, 2009).
As chuvas no estado podem estar atreladas aos avanços dos sistemas
As precipitações prolongadas durante o período chuvoso podem origi-
frontais favorecidos pelo El Niño Oscilação Sul (ENOS), que durante seu
nar consequências negativas para comunidades de alguns municípios, por
período de atuação intensifica os períodos de chuvas na Região Sul. A in-
conta da elevação dos níveis dos rios no estado. Nesse sentido, os danos
fluência do ENOS na distribuição da precipitação pluvial é mais intensa
humanos relacionados aos desastres por inundações são apresentados no
na porção oeste do Estado do Rio Grande do Sul nos meses de outubro e
Gráfico 10. Verificam-se mais de 800 mil pessoas afetadas ao longo dos anos
novembro (BRITTO, 2004).
analisados. No período de 1991 a 2012 foram registrados, oficialmente, 16
72 Inundação Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Gráfico 9: Frequência mensal de desastres por inundações no


mortos, 375 feridos, 884 enfermos, 27.541 desabrigados, 89.733 desalojados
Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012
e 10.672 pessoas atingidas por outros tipos de danos.
80 Frequência Com relação aos danos relacionados a desabrigados, mortos e afetados,
70 a Tabela 11 demonstra os municípios mais atingidos, com os respectivos anos
70 63 das inundações e os totais de danos em número de pessoas. O município de
59
60
Frequência Mensal

Santa Maria registrou, na inundação de novembro de 2009, 58.223 habitantes


50 47 afetados, segundo o registro oficial. Esse evento extremo atingiu áreas dos se-
44
40 tores urbano e rural, com inundações ao longo dos arroios Cadena, Arenal e do
32
29 rio Vacacaí-Mirim. De acordo com Martins e Werlang (2006), Santa Maria, pela
30 25 21 morfologia do terreno que abriga seu sítio urbano, propicia o desencadeamen-
20 to de ocorrências dessa natureza, onde em ruas situadas em terrenos baixos foi
10 9 7 7 identificado um maior número e frequência de ocorrências. Além disso, os auto-
0 res citam problemas de infraestrutura e o efeito da impermeabilização do solo
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Tabela 11: Os municípios mais severamente atingidos no
Fonte: Brasil (2013) Estado do Rio Grande do Sul (1991-2012)

Ano Município Mesorregião Desabrigados Mortos Afetados


Gráfico 10: Danos humanos causados por desastres de inundações
no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012 2009 Santa Maria Centro Ocidental Rio-Grandense - - 58.223
2009 Pelotas Sudeste Rio-Grandense 538 2 57.696
1.000.000 802.640 2009 Rosário do Sul Sudoeste Rio-Grandense 240 - 35.000
Número de pessoas atingidas (log.10)

2009 Cachoeira do Sul Centro Oriental Rio-Grandense 340 - 30.058


100.000 27.541 89.733 10.672 2009 Capão do Leão Sudeste Rio-Grandense 336 8 23.655
2009 São Sebastião do Caí Metropolitana de Porto Alegre 250 - 21.272
10.000
2002 Tupanciretã Centro Ocidental Rio-Grandense - - 20.947
1.000 884 2009 Candelária Centro Oriental Rio-Grandense - - 17.660
375
2010 Santa Cruz do Sul Centro Oriental Rio-Grandense 448 - 17.100
100
16 2009 Santa Cruz do Sul Centro Oriental Rio-Grandense 99 - 15.004
10 Fonte: Brasil (2013)

1 urbano que facilita cada vez mais eventos de inundação, pois a cidade carece
Mortos

Feridos

Enfermos

Desabrigados

Desalojados

Desapareci-

dos

Outros

Afetados

muito de áreas verdes e espaços livres permeáveis.


Outros municípios situados nas diferentes regiões do estado também
registraram danos humanos expressivos em eventos de inundação no ano
de 2009, conforme demonstra a Tabela 11. No episódio de janeiro de 2009
foram registrados 8 óbitos, 336 pessoas desabrigadas e 23.655 afetadas no
Fonte: Brasil (2013)
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Inundação
73
município de Capão do Leão. As fortes chuvas contínuas que caíram por um A Tabela 12 apresenta os municípios afetados com os danos materiais
determinado período na região causaram inundações, decorrentes do au- mais expressivos. O município de Arroio Grande foi o mais atingido do Es-
mento do nível das águas dos arroios São Pedro, Padre Doutor e Fragata. No tado do Rio Grande do Sul, com o total de 300.259 estabelecimentos e es-
mesmo período, Pelotas também registrou mortes devidas à inundação, com truturas danificados e destruídos, referentes a três inundações registradas
um total de 2 vítimas fatais, além de 538 desabrigados e 57.696 afetados. no município no decorrer do ano de 2002. Curiosamente, todos os eventos
Há municípios que não estão entre os mais afetados da Tabela 11, mas apresentados na Tabela 12, relativos aos meses de abril, junho e agosto de
que, no entanto, apresentaram registros de óbitos por inundação: São Fran- 2002, apresentam os mesmos danos materiais. Esse tipo de coincidência re-
cisco de Assis, Santa Vitória do Palmar, Colinas, Esteio, Venâncio Aires e São
Tabela 12: Total de danos materiais – eventos mais severos (1991-2012)
Sebastião, com 1 registro cada.
Com relação aos danos materiais, o Estado do Rio Grande do Sul apre- Total Total
Ano Município Mesorregião
Danificados Destruídos Total
senta 994.619 registros de construções e sistemas de infraestrutura atingidos
2002 Arroio Grande Sudeste Rio-Grandense 259 300.000 300.259
pelas inundações, entre os anos de 1991 e 2012. Observa-se no Gráfico 11
2002 Arroio Grande Sudeste Rio-Grandense 259 300.000 300.259
que os danos relativos às habitações prevalecem sobre os demais, com o to-
2002 Arroio Grande Sudeste Rio-Grandense 259 300.000 300.259
tal de 927.721 residências destruídas e 38.537 danificadas. Na sequência, os
2002 Cristal Sudeste Rio-Grandense 69 10.002 10.071
sistemas de infraestrutura registraram um total de 25.687 estabelecimentos 2002 Cristal Sudeste Rio-Grandense 34 10.002 10.036
danificados e 2.398 destruídos. 2009 Rosário do Sul Sudoeste Rio-Grandense 4.755 425 5.180
Gráfico 11: Danos materiais causados por desastres de inundações 2002 Rosário do Sul Sudoeste Rio-Grandense 5.116 - 5.116
no Estado do Rio Grande do Sul (1991-2012) 2007 Eldorado do Sul Metropolitana de Porto Alegre 4.385 700 5.085
2009 Santa Maria Centro Ocidental Rio-Grandense 4.344 67 4.411
1.000.000 Destruídas 927.721 2007 São Sebastião do Caí Metropolitana de Porto Alegre 4.181 26 4.207
Danos materias (quantidade)

Fonte: Brasil (2013)


Danificadas
100.000
38.537 25.687
flete alguns problemas, ainda existentes, no sistema de identificação e ava-
10.000
2.398 liação de danos de desastres das coordenadorias de defesa civil.
1.000 Segundo os documentos oficiais levantados, a principal área afetada do
111 113
município de Arroio Grande foi o Distrito de Santa Isabel do Sul, em que as
100
51 habitações foram inundadas quase totalmente. Com os eventos extremos,
10 grande área das lavouras de arroz também foi afetada em virtudes das inun-
dações e dos danos nas estradas utilizadas para o escoamento da safra. Isso
2
1 ocorreu devido à inundação da lagoa Mirim.
Saúde

Ensino

Comunitários

Habitações

Infraestrutura

Os episódios de inundação, em geral, são recorrentes nas áreas urbanas,


principalmente quando estas apresentam ocupação desordenada em planí-
cies de inundação. Dessa forma, as moradias e seus habitantes passam a ser
alvo dos desastres naturais relacionados com o aumento do nível dos rios.
Fonte: Brasil (2013)
74 INUNDAÇÃO ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS – 1991 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL

O acompanhamento da evolução diária das condições meteorológicas, não faz parte de um processo de gestão do risco, que como consequência
assim como o monitoramento do nível dos rios permitem antecipar a possi- não reduz a vulnerabilidade das comunidades ribeirinhas, bem como do pe-
bilidade das ocorrências de inundação e, consequentemente, a minimização rímetro urbano, aos desastres ocasionados por enchentes e inundações.
dos danos, tanto humanos quanto materiais. No entanto, esta previsibilidade

Infográfico 3: Síntese das ocorrências de inundações no Estado do Rio Grande do Sul

100

Inundações
Eventos por ano 50

Totais por ano 85 31 16 48 13 1 20 13 82 64 27 12 412


Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Total
ACEGUÁ 1 1 2
AJURICABA 1 1
ALEGRETE 1 1 1 1 4
ALVORADA 1 1
AMARAL FERRADOR 1 1 1 3
ARAMBARÉ 1 1 2
ARARICÁ 1 1 1 3
ARATIBA 1 1
ARROIO DO MEIO 1 1 1 1 4
ARROIO DO TIGRE 1 1
ARROIO DOS RATOS 1 1
ARROIO GRANDE 1 3 4
BARÃO DO TRIUNFO 1 1
BARRA DO GUARITA 1 1 2
BARRA DO RIBEIRO 1 1 2
BARRACÃO 1 1
BOA VISTA DO BURICÁ 1 1
BOM JESUS 1 1
BOM PRINCÍPIO 1 1
BOM RETIRO DO SUL 1 1 1 1 4
CAÇAPAVA DO SUL 1 1
CACEQUI 1 1 1 3
CACHOEIRA DO SUL 1 1 1 2 5
CACIQUE DOBLE 1 1
CAIBATÉ 1 1
CAMAQUÃ 1 1
CAMARGO 1 1
CAMPINAS DO SUL 1 1
CAMPO BOM 1 1
CANDELÁRIA Fonte: Brasil (2013) 1 1 2
CANUDOS DO VALE 1 1
CAPÃO DO LEÃO 1 1
CARLOS GOMES 1 1
CASEIROS 1 1
CACEQUI 1 1 1 3
CACHOEIRA DO SUL 1 1 1 2 5
ATLAS BRASILEIROCACIQUE DOBLE
DE DESASTRES
CAIBATÉ
NATURAIS – 1991 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL
1
1 INUNDAÇÃO
75
1
1
CAMAQUÃ 1 1
CAMARGO 1 1
CAMPINAS DO SUL 1
Infográfico 3: Síntese das ocorrências de inundações no Estado do Rio Grande do Sul 1
CAMPO BOM 1 1
CANDELÁRIA 1 1 2
CANUDOS DO VALE 1 1
CAPÃO DO LEÃO 1 1
CARLOS GOMES 1 1
CASEIROS 1 1
CATUÍPE 1 1
CAXIAS DO SUL 1 1
CERRITO 1 1
CERRO BRANCO 1 1 2
CHARQUEADAS 1 1 1 1 4
CHIAPETTA 1 1
CIRÍACO 1 1
COLINAS 1 1 1 3
COLORADO 1 1
CONDOR 1 1
CORONEL BICACO 1 1
CRISTAL 1 2 1 1 5
CRUZEIRO DO SUL 1 1 1 1 4
DILERMANDO DE AGUIAR 1 1
DOIS IRMÃOS DAS MISSÕES 1 2 3
DOM PEDRITO 1 2 3 1 1 8
DONA FRANCISCA 1 1 2
DOUTOR RICARDO 1 1
ELDORADO DO SUL 1 1 2
ENCANTADO 1 1 1 3
ENTRE-IJUÍS 1 1 1 3
ERECHIM 1 1
ERVAL GRANDE 1 1
ERVAL SECO 1 1
ESPUMOSO 1 1
ESTAÇÃO 1 1 2
ESTÂNCIA VELHA 1 1
ESTEIO 1 1 2
ESTRELA 1 1 1 1 1 2 1 8
ESTRELA VELHA 1 1 1 3
EUGÊNIO DE CASTRO 1 1
FAXINAL DO SOTURNO 1 1 2
FONTOURA XAVIER 1 1 2
FORMIGUEIRO 2 1 3
FORTALEZA DOS VALOS 1 1
GARIBALDI 1 1
GENERAL CÂMARA 2 1 1 1 5
GETÚLIO VARGAS 1 1 2
GIRUÁ 1 1
GRAMADO 1 1
GUAPORÉ 1 1
GUARANI DAS MISSÕES 1 Fonte: Brasil (2013) 1
HERVAL 1 1 2
IBARAMA 1 1 1 3
IBIAÇÁ 1 1 2
IBIRAIARAS 1 1
FORMIGUEIRO 2 1 3
FORTALEZA DOS VALOS 1 1

76 GARIBALDI
INUNDAÇÃO
GENERAL CÂMARA
1
2 1 1
ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS
1
– 1991 A 2012 – VOLUME
1
RIO GRANDE DO
5
SUL

GETÚLIO VARGAS 1 1 2
GIRUÁ 1 1
GRAMADO Infográfico 3: Síntese das ocorrências de inundações no Estado do Rio Grande do Sul 1 1
GUAPORÉ 1 1
GUARANI DAS MISSÕES 1 1
HERVAL 1 1 2
IBARAMA 1 1 1 3
IBIAÇÁ 1 1 2
IBIRAIARAS 1 1
IBIRAPUITÃ 1 1
IBIRUBÁ 1 3 4
IGREJINHA 1 1
IJUÍ 1 1
INDEPENDÊNCIA 1 1
IPIRANGA DO SUL 1 1
ITAARA 1 1 2
ITAQUI 1 1 2
JABOTICABA 1 1
JACUIZINHO 1 1
JACUTINGA 1 1
JAGUARÃO 1 2 3
JAGUARI 1 1 2 4
JAQUIRANA 1 1
JARI 1 2 3
LAGOA BONITA DO SUL 1 1
LAGOA DOS TRÊS CANTOS 1 1 2
LAGOA VERMELHA 1 1 1 3
LAJEADO 1 1 1 1 4
LAVRAS DO SUL 1 1
LIBERATO SALZANO 1 1
MAÇAMBARÁ 2 2 4
MACHADINHO 1 1
MANOEL VIANA 1 1
MAQUINÉ 1 1
MARCELINO RAMOS 1 1
MARQUES DE SOUZA 1 1 1 3
MAXIMILIANO DE ALMEIDA 1 1 1 3
MINAS DO LEÃO 1 3 4
MONTENEGRO 1 1 2 4
MOSTARDAS 1 1 1 3
MUÇUM 1 1 1 3
NÃO-ME-TOQUE 1 1
NOVA ALVORADA 1 1
NOVA BASSANO 1 1
NOVA ESPERANÇA DO SUL 1 1
NOVA HARTZ 1 1 2
NOVA PALMA 1 1
NOVA PETRÓPOLIS 1 1
NOVA RAMADA 1 1
NOVO CABRAIS 1 1 2
NOVO HAMBURGO Fonte: Brasil (2013) 1 1 2
NOVO TIRADENTES 1 1
PAIM FILHO 1 1 2
PALMEIRA DAS MISSÕES 1 1
PANAMBI 1 1
NOVA ALVORADA 1 1
NOVA BASSANO 1 1
ATLAS NOVA ESPERANÇA DO SUL
BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS – 1991
NOVA HARTZ
A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL
1
1 INUNDAÇÃO
1 77
1
2
NOVA PALMA 1 1
NOVA PETRÓPOLIS 1 1
NOVA RAMADA Infográfico 3: Síntese das ocorrências de inundações no Estado do Rio Grande do Sul 1 1
NOVO CABRAIS 1 1 2
NOVO HAMBURGO 1 1 2
NOVO TIRADENTES 1 1
PAIM FILHO 1 1 2
PALMEIRA DAS MISSÕES 1 1
PANAMBI 1 1
PANTANO GRANDE 2 2
PARAÍ 1 1
PARAÍSO DO SUL 1 1
PARECI NOVO 1 1 2 4
PAROBÉ 1 1
PEDRO OSÓRIO 1 1 1 3
PEJUÇARA 1 1
PELOTAS 1 1
PINHEIRO MACHADO 1 1
PIRATINI 1 1 2
PORTO LUCENA 1 1
PORTO XAVIER 1 1
POUSO NOVO 1 1 2
PROGRESSO 1 1 2 4
PUTINGA 1 1
QUARAÍ 1 1 1 1 1 1 6
QUINZE DE NOVEMBRO 1 1
RESTINGA SECA 1 1 2 4
RIO GRANDE 1 1 2
RIO PARDO 1 1 2
ROCA SALES 1 1 1 3
ROLANTE 1 1
RONDA ALTA 1 1
ROSÁRIO DO SUL 1 2 1 1 5
SANANDUVA 1 1 2
SANTA BÁRBARA DO SUL 1 1
SANTA CRUZ DO SUL 1 2 2 5
SANTA MARGARIDA DO SUL 1 1 2
SANTA MARIA 1 1
SANTA TEREZA 1 1 1 3
SANTA VITÓRIA DO PALMAR 1 1
SANTANA DA BOA VISTA 1 1
SANTO ÂNGELO 1 1
SÃO BORJA 1 1
SÃO FRANCISCO DE ASSIS 1 1 2
SÃO GABRIEL 1 1 1 3
SÃO JERÔNIMO 1 1 1 2 1 6
SÃO JOÃO DO POLÊSINE 1 2 3
SÃO JOSÉ DO NORTE 1 1
SÃO LEOPOLDO 1 1
SÃO LOURENÇO DO SUL 1 1
SÃO MIGUEL DAS MISSÕES 1 Fonte: Brasil (2013) 1
SÃO PAULO DAS MISSÕES 1 1
SÃO SEBASTIÃO DO CAÍ 1 1 1 1 2 1 7
SÃO SEPÉ 2 1 2 5
SÃO VALENTIM 1 1 2
SANTO ÂNGELO 1 1
SÃO BORJA 1 1
SÃO FRANCISCO DE ASSIS 1 1 2

78 SÃO GABRIEL
INUNDAÇÃO
SÃO JERÔNIMO
1 1 ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS
1
1
– 1991
1
A 2012 –
1
VOLUME
2
RIO GRANDE 3DO
1 6
SUL

SÃO JOÃO DO POLÊSINE 1 2 3


SÃO JOSÉ DO NORTE 1 1
Infográfico 3: Síntese das ocorrências de inundações no Estado do Rio Grande do Sul
SÃO LEOPOLDO 1 1
SÃO LOURENÇO DO SUL 1 1
SÃO MIGUEL DAS MISSÕES 1 1
SÃO PAULO DAS MISSÕES 1 1
SÃO SEBASTIÃO DO CAÍ 1 1 1 1 2 1 7
SÃO SEPÉ 2 1 2 5
SÃO VALENTIM 1 1 2
SÃO VENDELINO 1 1
SÃO VICENTE DO SUL 1 1
SELBACH 1 1
SERAFINA CORRÊA 1 1
SERTÃO 1 1
SEVERIANO DE ALMEIDA 1 1
SINIMBU 1 1 2
SOBRADINHO 1 1 2 4
TAPEJARA 1 1
TAQUARA 1 1 2
TAQUARI 1 1 1 3
TAVARES 1 1 2
TENENTE PORTELA 1 1
TIO HUGO 1 1
TOROPI 1 1
TORRES 1 1
TRÊS ARROIOS 1 1
TRÊS COROAS 1 1 2
TRÊS FORQUILHAS 1 1
TRÊS PALMEIRAS 1 1
TRÊS PASSOS 1 1
TRINDADE DO SUL 1 1
TRIUNFO 1 1 2 4
TUPANCI DO SUL 1 1
TUPANCIRETÃ 1 1
TUPARENDI 1 1
TURUÇU 1 1
UNISTALDA 1 1 2
URUGUAIANA 1 1 1 1 4
VALE DO SOL 1 3 4
VALE VERDE 1 1
VENÂNCIO AIRES 1 1 1 1 1 5
VERA CRUZ 2 2 4
VIADUTOS 1 1
VIAMÃO 1 1
VICTOR GRAEFF 1 1
VILA NOVA DO SUL 1 1 2 4

Fonte: Brasil (2013)


Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Inundação
79

Referências
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Alagamento
82 Alagamentos Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Mapa 5: Registros de alagamento no Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012


Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Alagamentos
83

S
Figura 4: Município de Charqueadas, RS
egundo a Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (COBRA-
DE), proposta em 2012, os alagamentos caracterizam-se pela “extrapo-
lação da capacidade de escoamento de sistemas de drenagem urbana
e consequente acúmulo de água em ruas, calçadas ou outras infraestruturas
urbanas, em decorrência de precipitações intensas” e da topografia suave
(CERRI, 1999). Sua ocorrência está diretamente relacionada com os sistemas
de Drenagem Urbana, que são entendidos como o conjunto de medidas que
objetivam a redução dos riscos referentes às enchentes, bem como à redu-
ção dos prejuízos causados por elas (TUCCI et al., 2007a).
De modo geral, a urbanização promove a canalização dos rios urbanos e
as galerias acabam por receber toda a água do escoamento superficial. Esses
conceitos já ultrapassados dos projetos de drenagem urbana, que têm como
filosofia escoar a água precipitada o mais rapidamente possível para jusante,
aumentam em várias ordens de magnitude a vazão máxima, a frequência e o
nível de inundação e alagamentos à jusante (CHOW; MAYS, 1988). Desta for-
ma, o rápido afastamento das águas propicia a combinação dos fenômenos
de enxurradas e alagamentos, principalmente em áreas urbanas acidenta-
das, como ocorre no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e em cidades serranas, o
que torna os danos ainda mais severos (CASTRO, 2003).
Os alagamentos são frequentes nas cidades mal planejadas ou que
crescem explosivamente, já que a realização de obras de drenagem e de Fonte: COMDEC de Charqueadas (COMDEC, 2013a)
esgotamento de águas pluviais é deixada em segundo plano. Assim, os siste-
mas de drenagem são altamente impactados e sobressaem-se como um dos Outro grande problema dos sistemas de drenagem está relacionado à
problemas mais sensíveis causados pela urbanização sem planejamento, ou própria gestão do saneamento. O carreamento de lixo e sedimentos para
seja, o que mais facilmente comprova a sua ineficiência imediatamente após as sarjetas, bocas de lobo e galerias acaba por obstruir as entradas e as tu-
as precipitações significativas, com transtornos à população quando causa bulações de drenagem, colaborando na ocorrência de alagamentos loca-
inundações e alagamentos (FUNASA, 2006). lizados. Ademais, interligações clandestinas de esgoto contribuem para a
A Figura 5 apresenta como cada novo empreendimento que é aprovado insuficiência das redes de drenagem, com possibilidade de rompimento das
aumenta a vazão e, consequentemente, a frequência da sua ocorrência. O tubulações. Essas condições, mesmo em pequenos volumes pluviométricos
aumento da impermeabilização gera um maior volume escoado superficial- são capazes de gerar alagamentos intensos em cidades urbanizadas, com
mente. Como resposta, o município constrói um canal nos trechos em que diversos transtornos e possibilidade de desastres.
a drenagem inunda a cidade, o que apenas transfere para a jusante a nova Nesse sentido é oportuno citar os estudos de Mattedi e Butzke (2001),
inundação. Desta forma, a população perde duas vezes: pelo aumento da que mostraram que as pessoas que vivem em áreas de risco percebem os
inundação e pelo desperdício de recursos públicos (BRASIL, 2009). eventos como uma ameaça, contudo não atribuem seus impactos a fatores
84 Alagamentos Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Figura 5: a) Construção de novos loteamentos b) Aumento no hidrograma


relacionada à existência dos dispositivos de controle de vazão, pois estes
atenuam a energia das águas e o carreamento de sedimentos para os corpos
receptores, onde há a disposição final dos efluentes da drenagem pluvial. A
ausência destes dispositivos é facilmente perceptível nos dados divulgados
pelo IBGE (2010), que mostram que um em cada três municípios tem áreas
urbanas de risco que demandam drenagem especial. Dentre os municípios
que relataram a existência de áreas de risco, somente 14,6% utilizam informa-
ções meteorológicas e/ou hidrológicas, o que limita ainda mais as condições
de manejo das águas pluviais e sua drenagem urbana.
Para suportar as modificações do uso do solo na bacia, são necessárias
obras de ampliação do sistema de drenagem (medidas estruturais), cujos
valores são tão altos que se tornam inviáveis. Tucci et al. (2001), por exem-
plo, citam valores de US$ 50 milhões/km para aprofundamento de canais da
Fonte: Tucci (2007)
macrodrenagem. Nesse quesito, as medidas não estruturais (planejamento,
Figura 6: a) Obstrução à drenagem b) Lixo retido na drenagem controle na fonte, zoneamento, etc.) tornam-se medidas menos onerosas e
mais práticas.
Nessa temática, Pompêo (2000) afirma que se deve relacionar a sustenta-
bilidade com a drenagem urbana, por meio do reconhecimento da comple-
xidade das relações entre os ecossistemas naturais, o sistema urbano artifi-
cial e a sociedade. Esta postura exige que a drenagem e o controle de cheias
em áreas urbanas sejam reconceitualizados em termos técnicos e gerenciais.
Esta definição eleva o conceito de drenagem à drenagem urbana sustentá-
vel. A drenagem urbana sustentável visa imitar o ciclo hidrológico natural
controlando o escoamento superficial o mais próximo da fonte, através de
técnicas estruturais e não estruturais, com o objetivo de reduzir a exposição
da população aos alagamentos e inundações, e a consequente minimização
dos impactos ambientais.
Fonte: Tucci (2005)
Os danos causados pelos alagamentos são, de modo geral, de pequena
magnitude; pois a elevação das águas é relativamente baixa. Por outro lado,
sociais. Esta percepção é comum aos alagamentos, pois as pessoas costu- os transtornos causados à população são de ordem elevada, principalmente
mam atribuir à força da natureza a inundação de suas moradias e não a forma no que ser refere à circulação de automóveis e pessoas, bem como à limpeza
como ocupam e utilizam os espaços urbanos. das residências e dos estabelecimentos de comércio após o escoamento das
A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (IBGE, 2010) indica que a águas. De fato, o escoamento das águas superficiais sempre ocorrerá, exis-
eficiência dos sistemas de drenagem de águas pluviais– e a consequente tindo ou não um sistema adequado de drenagem. Por isso, a qualidade do
prevenção de desastres com enchentes e alagamentos– está diretamente sistema é que determina a existência de benefícios ou prejuízos à população.
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Alagamentos
85
Figura 7: Município de Alegrete, RS Figura 8: Município de Charqueadas, RS

Fonte: COMDEC de Alegrete (COMDEC, 2013b)


Fonte: COMDEC de Charqueadas (COMDEC, 2013a)

Registros das Ocorrências O Gráfico 12 apresenta a frequência anual de alagamentos registrados


O Estado do Rio Grande do Sul possui apenas 4 registros oficiais de entre 1991 e 2012. Foram observados desastres somente nos anos 2003,
alagamentos excepcionais caracterizados como desastre, entre os anos de 2007, 2008 e 2010, o que torna a frequência e ocorrência de alagamentos
1991 e 2012. O Mapa 5 mostra a distribuição espacial desses registros no excepcionais muito rara no estado.
território gaúcho, onde nota-se duas ocorrências na região noroeste, uma O Gráfico 13 apresenta a frequência mensal de alagamentos registra-
na região sudoeste e outra na mesorregião metropolitana de Porto Alegre. dos no período. Observa-se ocorrência em janeiro (2007), março (2003), maio
Os municípios afetados foram Entre-Ijuís, Ijuí, Osório e São Borja. A ex- (2008) e dezembro (2010).
ceção de Entre-Ijuís, que possui quase 9 mil habitantes, os demais municí- Os alagamentos desencadearam consequências negativas para as co-
pios possuem mais de 40 mil habitantes, conforme o IBGE (2011). Contudo, munidades atingidas. Reitera-se que estes eventos originam, de modo geral,
a baixa frequência deste tipo de desastre não permite analisar a influência poucos danos, já que a elevação do nível da água é relativamente baixa.
da urbanização na ocorrência dos alagamentos severos. Apenas a descrição Contudo, verifica-se que os desastres por alagamento deixaram mais de mil
da origem dos desastres descritas no registro, como será visto no presente pessoas afetadas, 2 desabrigadas, 15 desalojadas e 15 atingidas por outros
capítulo, permite avaliar as causas desses eventos. tipos de danos (Gráfico 14).
86 Alagamentos Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Gráfico 12: Frequência anual de desastres por alagamentos no Gráfico 14: Danos humanos causados por desastres de alagamentos
Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012 no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012

5 Frequência 1.800 1.721

Número de pessoas atingidas


4
Frequência Anual

1.200
3

2
600
1
1 1 1 1 15 15
2
0 0
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012

Mortos

Feridos

Enfermos

Desabrigados

Desalojados

Desaparecidos

Outros

Total de Afetados
Fonte: Brasil (2013)

Gráfico 13: Frequência mensal de desastres por alagamentos no


Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012
Fonte: Brasil (2013)
5 Frequência
A Tabela 13 apresenta os municípios atingidos, onde se observa que o
maior número de afetados ocorreu em Entre-Ijuís, em 2003.
4
Frequência Mensal

Tabela 13: Danos humanos relacionados aos eventos mais severos (1991-2012)
3
Ano Município Mesorregião Desabrigados Desalojados Afetados
2003 Entre-Ijuís Noroeste Rio-Grandense - - 1.120
2
2007 Ijuí Noroeste Rio-Grandense - - 480

1 1 1 1 2010 São Borja Sudoeste Rio-Grandense - - 89


1
Metropolitana de Porto
2008 Osório 2 15 32
Alegre
0 Fonte: Brasil (2013)
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Fonte: Brasil (2013)


O Gráfico 15 apresenta os prejuízos registrados pelos alagamentos no
Estado do Rio Grande do Sul, em que as edificações mais afetadas foram as
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Alagamentos
87
habitações, com 109 danificadas e 20 destruídas. Além disso, 6 unidades de Ressalta-se, novamente, que os alagamentos causam poucos danos, o
ensino, 3 de saúde e 2 estruturas comunitárias foram danificadas. que pode sugerir que estes eventos podem ter sido registrados erronea-
mente, no lugar de inundações ou enxurradas, ou que podem ter ocorrido
Gráfico 15: Edificações destruídas e danificadas pelos alagamentos
simultaneamente a estes eventos. Assim, nas causas dos desastres relatados
no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012
nos registros, observa-se a ocorrência de rajadas de vento com chuvas tor-
renciais de 190 mm, em Osório, inundações e vendavais que dificultaram o
120 Destruídas 109 tráfego nas estradas, em Entre-Ijuís, precipitações de 108 mm em menos de
Danificadas 1 hora, em Ijuí, e alta precipitação em um curto espaço de tempo em São
100
Borja. A princípio, a descrição sugere que realmente podem ter ocorridos
80
Edificações

alagamentos, mas os danos podem estar associados a outros eventos, como


os vendavais em Osório.
60
A ocorrência de alagamentos é mais frequente nas cidades mais urbani-
40 zadas. Embora não causem danos que caracterizem desastres, estes fenôme-
20 nos geram inúmeros transtornos às pessoas. As causas deste cenário estão
20
6 relacionadas à ocupação do espaço urbano pela população e à atual gestão
3 2
0 da drenagem no nível local. Assim, a elaboração de um Plano Diretor de
Drenagem Urbana nos municípios, aliada a outras medidas não estruturais,
Saúde

Ensino

Comunitários

Habitações
pode colaborar para a redução dos alagamentos e, consequentemente, dos
transtornos e desastres.
O Infográfico 4 apresenta um resumo dos registros oficiais de alagamen-
tos ocorridos no Estado do Rio Grande do Sul no período analisado.
Fonte: Brasil (2013)

No que se refere aos danos materiais, a Tabela 14 traz a quantificação


dos municípios atingidos. Observa-se que o município de Osório registrou o
maior prejuízo: 3 residências foram totalmente destruídas e 47 danificadas.
O município de São Borja não quantificou os danos materiais.
Tabela 14: Descrição dos principais municípios em relação aos danos materiais (1991-2012)

Ano Município Mesorregião Total Destruídas Total Danificadas Total


2008 Osório Metropolitana de Porto Alegre 3 47 50
2003 Entre-Ijuís Noroeste Rio-Grandense 5 42 47
2007 Ijuí Noroeste Rio-Grandense 12 31 43
Fonte: Brasil (2013)
88 ALAGAMENTOS ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS – 1991 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL

Infográfico 4: Síntese das ocorrências de alagamento no Estado do Rio Grande do Sul

1,5

Alagamentos 1
Eventos por ano
0,5

Totais por ano 1 1 1 1 4


Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Total
ENTRE-IJUÍS 1 1
IJUÍ 1 1
OSÓRIO 1 1
SÃO BORJA 1 1

Fonte: Brasil (2013)

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Vendaval
92 Vendaval Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Mapa 6: Registros de vendavais no Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012


Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Vendaval
93

Q
Figura 9: Vendaval no município de Charqueadas
uanto à sua origem, segundo o COBRADE, vendaval é enquadrado
como desastre natural de causa meteorológica relacionado às tem-
pestades, por meio da intensificação do regime dos ventos.
Neste sentido, o vendaval pode ser definido como um deslocamento
intenso de ar na superfície terrestre devido, principalmente, às diferenças no
gradiente de pressão atmosférica, ao incremento do efeito de atrito e das
forças centrífuga, gravitacional e de Coriolis, aos movimentos descendentes
e ascendentes do ar e à rugosidade do terreno (CASTRO, 2003; VIANELLO;
ALVES, 1991).
As diferenças no gradiente de pressão correspondem às variações nos
valores entre um sistema de baixa (ciclone) e um de alta pressão atmosférica
(anticiclone). Assim, quanto maior for o gradiente, mais intenso será o deslo-
camento de ar.
Os movimentos ascendentes e descendentes de ar estão associados ao
deslocamento desse ar dentro de nuvens cúmulos-nimbus, que são acompa-
nhados normalmente por raios e trovões e podem produzir intensas rajadas
de ventos (VIANELLO; ALVES, 1991; VAREJÃO SILVA, 2001; CASTRO, 2003). Fonte: COMDEC de Charqueadas (COMDEC, 2013)
Assim, os vendavais normalmente são acompanhados por precipitações
hídricas intensas e concentradas, que caracterizam as tempestades. Além Esse tipo de desastre natural está mais associado a danos materiais do
das chuvas intensas, podem ser acompanhados ainda por queda de granizo que humanos, e causa danos diretos, ou seja, as áreas em que ocorrem ven-
ou de neve, quando são chamados de nevascas. tos fortes sempre estão associadas às áreas que apresentam os danos mais
As variações bruscas na velocidade do vento denominam-se rajadas, intensos.
as quais, normalmente, são acompanhadas também por mudanças bruscas Segundo Tominaga, Santoro e Amaral (2009), danos humanos começam
na direção (VAREJÃO SILVA, 2001). Nas proximidades da interface superfí- a ser causados por ventos acima dos 75 km/hora, como destelhamento de
cie-atmosfera a intensidade dos ventos é altamente influenciada pelas ca- casas mais frágeis, quedas de placas e quebra de galhos das árvores. No en-
racterísticas geométricas (rugosidade no terreno), sejam elas naturais (coli- tanto, as consequências mais sérias correspondem ao tombamento de árvo-
nas, morros, vales, etc.) ou construídas (casas, prédios etc.), e pelo estado de res, postes e torres de alta tensão, causando danos à transmissão de energia
aquecimento da própria superfície (KOBIYAMA et al., 2006). Assim, o vento à elétrica e telefonia; danos às plantações; destelhamentos e/ou destruição
superfície normalmente apresenta rajadas. das edificações; lançamento de objetos como projéteis etc. Estes projéteis
A ocorrência de sistemas frontais (frentes frias), sistemas convectivos iso- podem causar lesões e ferimentos em pessoas e animais e podem ser fatais,
lados (tempestades de verão), ciclones extratropicais, entre outros, podem como também causar danos nas edificações, tais como o rompimento de
ocasionar vendavais intensos. No entanto, para o Estado de Santa Catarina janelas e portas (LIU; GOPALARATNAM; NATEGHI, 1990; FEMA, 2000).
os registros referem-se somente aos desastres causados por vendavais em Com base nos danos causados, foi construída a escala Beaufort, que
tempestades convectivas locais. varia de 0 a 12. O grau 12 classifica os ventos acima de 120 km/h. Ventos com
maior velocidade são considerados com intensidade de furacão, e passam a
94 Vendaval Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Figura 10: Consequências de vendavais intensos no Estado do Rio Grande do Sul


responsáveis pela gênese do fenômeno, incrementando a magnitude do
mesmo. Apresentam ventos de velocidades superiores a 120,0 km/h, cor-
respondendo ao grau 12 da Escala de Beaufort. Causam severos danos à
infraestrutura e danos humanos (CASTRO, 2003).
A magnitude dos danos causados por vendavais pode ser mitigada
por meio de monitoramento e medidas de prevenção que se dividem em
emergenciais e de longo prazo. Com relação ao monitoramento, os serviços
meteorológicos acompanham diariamente a evolução do tempo e têm con-
dições de alertar a Defesa Civil com horas, ou mesmo, dias de antecedência,
sobre a passagem de uma frente fria intensa, a caracterização de linhas de
instabilidade e a caracterização de formações convectivas. Normalmente,
nessas condições, a queda acentuada da pressão barométrica em uma de-
terminada área e o estabelecimento de um forte gradiente de pressão, com
uma frente em deslocamento, são prenúncio de vendaval (CASTRO, 2003).
Esses fenômenos ocorrem em todos os continentes. No Brasil, os ven-
davais são mais frequentes nos estados da Região Sul: Rio Grande do Sul,
Santa Catarina e Paraná. A maior variação dá-se em função das estações do
ano, quando alguns sistemas atmosféricos são mais frequentes e intensos.
Neste sentido, as ocorrências de vendaval no Estado do Rio Grande do
Fonte: Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Rio Grande do Sul (BRASIL, 2011) Sul, entre os anos de 1991 e 2012, totalizaram 758 registros oficiais, o maior
número de registros do país. Para melhor visualização, os registros foram
se enquadrar em outra escala, chamada de escala Saffir-Simpson, que utiliza espacializados no Mapa 6, onde pode ser vista a localização dos municípios
os mesmos princípios da Beaufort (KOBIYAMA et al., 2006). afetados e seus respectivos números de registro.
Deste modo, na Escala de Beaufort, os vendavais correspondem a ven- Verifica-se que dos 496 municípios pertencentes ao estado, 325 foram
daval ou tempestade referentes ao grau 10, com ventos de velocidades que atingidos por vendavais, representando 71% do total. Pode-se perceber que
variam entre 88 a 102 km/h. Produzem destelhamento e danos consideráveis esse desastre natural atinge municípios por todo o estado e em todas as
em habitações mal construídas e derrubam árvores. mesorregiões.
Em situações extremas, os vendavais podem ainda se caracterizar como O município de Tucunduva, situado na Mesorregião Noroeste Rio-Gran-
muito intensos ou ciclones extratropicais e como extremamente intensos, dense, foi o mais vezes atingido, com 7 registros. Outros municípios mais
furacões, tufões ou ciclones tropicais. Os vendavais muito intensos corres- vezes atingidos, com 6 registros foram: Montenegro e Taquara, localizados
pondem ao grau 11 da Escala de Beaufort, compreendendo ventos cujas na Mesorregião Metropolitana de Porto Alegre; Nonoai, Porto Xavier e Tape-
velocidades variam entre 102,0 a 120,0 km/h. Além das chuvas concentra- jara, localizados na Mesorregião Noroeste Rio-Grandense; Rio Grande, loca-
das, costumam ser acompanhados por inundações, ondas gigantescas, raios, lizado na Mesorregião Sudeste Rio-Grandense; e Santa Maria, localizado na
naufrágios e incêndios provocados por curtos-circuitos. Os vendavais mui- Mesorregião Centro Ocidental Rio-Grandense.
to intensos surgem quando há uma exacerbação das condições climáticas,
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Vendaval
95
Figura 11: Ventos intensos que ocasionaram queda de árvores
para gerar chuvas fortes, ventos, tornados, granizo, etc., ou seja, também são
e destelhamentos no Estado do Rio Grande do Sul
capazes de desencadear desastres naturais (TOMINAGA et al., 2009).
As instabilidades associadas às passagens de Sistemas Frontais podem
provocar vendavais intensos e até tornados. Durante o verão, podem inte-
ragir com o ar tropical quente e úmido, gerando convecção profunda com
precipitação intensa, causando inundações, escorregamentos, algumas ve-
zes com ventos fortes e granizo (CAVALCANTI; KOUSKY, 2009).
Os registros de vendavais que ocorreram nas regiões do estado, possi-
velmente estão relacionados com a entrada de sistemas frontais. Os perío-
dos de maior ocorrência de rajadas e ventos iguais ou superiores a 22m/s
no Rio Grande do Sul são o inverno, a primavera e as primeiras semanas do
verão (FINOTTI, 2010).
Neste sentido, com relação à frequência mensal dos vendavais, de acordo
com o Gráfico 16, os registros se distribuem entre todos os meses do ano, com
destaque para os meses de novembro e setembro, com 186 e 115 ocorrências,
respectivamente. Os meses mais quentes são os mais propícios à ocorrência
de vendavais, pois são fenômenos característicos da estação chuvosa.
Fonte: Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Rio Grande do Sul (BRASIL, 2011)
Gráfico 16: Frequência mensal de registros de vendaval no Estado
As mesorregiões mais afetadas foram a Noroeste Rio-Grandense e a do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012
Metropolitana de Porto Alegre, que concentraram 383 e 123 ocorrências,
186
respectivamente. Esse fato pode estar relacionado ao crescente número de 180 Frequência
habitantes e à expansão da ocupação urbana, aumentando a vulnerabilidade 160
da população à ocorrência de vendavais e aos danos humanos e materiais 140

Frequência Mensal
associados; e às características geográficas das duas mesorregiões, com des- 115
120
taque para a mesorregião Noroeste Rio-Grandense, localizada no planalto.
100
Os sistemas atmosféricos que podem causar desastres naturais por ven- 79 79
80 70
davais no estado são: os Sistemas Frontais, que podem ocorrer o ano inteiro, 62
mas que são mais frequentes e intensos no inverno, gerando tempo instável, 60 45
com muita chuva, que, além de vendavais, pode resultar em inundações, 40 35 35
26
queda de granizos e tornados; os Sistemas Convectivos Isolados, que ocor- 20 19
7
rem geralmente no verão e também podem se associar com os Sistemas 0
Frontais e gerar muita chuva, vendavais e granizo; e os Complexos Convecti- jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
vos de Mesoescala, que se formam no norte da Argentina e Paraguai (região Fonte: Brasil (2013)
do Chaco) e deslocam-se em direção ao leste, com intensidade suficiente
96 Vendaval Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Em relação à frequência anual de vendavais, conforme pode ser ob- sobre a Região Sul. No dia 27, destacou-se a atuação do sistema frontal que
servado no Gráfico 17, há ocorrências em todos os anos da escala tempo- ingressou no sul do Brasil, proporcionando acumulados de chuva que exce-
ral adotada. Percebe-se que o ano de 2009 apresentou o maior número de deram 100 mm em Passo Fundo (102,8 mm). Os ventos, que ultrapassaram
registros, com um total de 146, distribuídos em 129 municípios do estado. 100 km/h, a ocorrência de chuva forte, a queda de granizo e as inundações
Esses registros em 2009 afetaram principalmente os municípios de Frede- deixaram milhares de desabrigados (MELO, 2009).
rico Westphalen, localizado na Mesorregião Noroeste Rio-Grandense, com Nos dias 27 e 28 de março de 2004 as regiões nordeste do Estado do
3 ocorrências, registradas nos meses de janeiro, setembro e novembro, e Rio Grande do Sul e sul do Estado de Santa Catarina foram afetadas por
de Santa Maria, localizado na Mesorregião Centro Ocidental Rio-Grandense, um fenômeno atmosférico atípico, denominado como Furacão Catarina, que
com 3 ocorrências, referentes a 2 registros em janeiro e 1 em setembro. causou danos severos em diversos municípios desses estados, com ventos
que atingiram velocidade de 180 km/h. A classificação do fenômeno como
Gráfico 17: Frequência anual de vendaval no Estado do Rio
furacão só foi confirmada em junho de 2005 por pesquisadores do Instituto
Grande do Sul, no período de 1991 a 2012
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
150 146 Os pesquisadores acreditam que o surgimento do furacão Catarina pos-
sa estar relacionado a mudanças e anomalias climáticas, devido à verificação
125 do aumento da temperatura da superfície do mar na costa da região sul do
110
Frequência anual

Brasil. O Furacão Catarina iniciou-se como um ciclone extratropical, a apro-


100 ximadamente 1.000 km da costa brasileira, e gradualmente adquiriu carac-
77
75 terísticas de um furacão, apresentando um formato circular em seu núcleo,
62
52 Figura 12: Furacão Catarina
50 48 40 48
29 30 37
25 18 23
12
3 4 6 6 3 3
1 1
0
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012

Fonte: Brasil (2013)

Quase todos os 146 eventos registrados no ano de 2009 foram no mês


de setembro. Segundo o Boletim de Informações Climáticas do CPTEC/INPE,
nesse mês a atuação de seis sistemas frontais em conjunto com a presença
de cavados semiestacionários na média troposfera, sobre os Andes, asso-
ciados à presença de jato em baixos níveis, a leste dos Andes e reforçados
pela atuação do El Niño na região equatorial do Oceano Pacífico, foram os
principais mecanismos responsáveis pela formação de áreas de instabilidade
Fonte: Secretaria de Estado da Defesa Civil de Santa Catarina (SANTA CATARINA, 2011)
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Vendaval
97
com um “olho” bem definido, atingindo as costas catarinense e gaúcha com Em relação ao total de mortos, feridos, desalojados e afetados, podem-
ventos extremamente severos (Figura 12) (MARCELINO et al., 2005). se observar na Tabela 15 os 7 municípios do Estado do Rio Grande do Sul
Os danos mais comuns foram relacionados às edificações (casas, gal- que tiveram vítimas fatais e outros danos devido aos desastres naturais por
pões, estufas, postos de gasolina etc.), infraestruturas urbanas (rede elétrica, vendavais. Entre os atingidos, Canoas, localizado na Mesorregião Metropo-
telefonia, estradas etc.), agricultura (plantações de milho, arroz, banana etc.), litana de Porto Alegre, foi o que apresentou o maior número de afetados –
flora e fauna, mas também ocorreram vítimas fatais (MARCELINO et al., 2005). 200.000 habitantes devido ao evento registrado em julho de 2010.
Os danos humanos causados por desastres naturais associados a even-
Tabela 15: Municípios mais afetados por eventos de vendavais entre os anos de 1991 a 2012
tos adversos de causa eólica deixaram mais de 2 milhões de pessoas afeta-
das nos municípios com registros do Estado do Rio Grande do Sul. Total de
Ano Município Mesorregião Mortos Feridos Desalojados
Afetados
Conforme ilustrado no Gráfico 18, durante as ocorrências de vendavais re- 2009 Candiota Sudeste Rio-Grandense 63 37 1.091 9.601
gistradas, 2.019.481 pessoas foram afetadas, 97.871 desalojadas, 15.942 desa- 2009 Cidreira Metropolitana de Porto Alegre 1 46 600 8.793
brigadas, 298 enfermas, 982 feridas e 67 mortas ao longo dos anos analisados. 2008 Harmonia Metropolitana de Porto Alegre 1 5 30 1.480
Os municípios que tiveram vítimas fatais relacionadas à ocorrência de 2009 Taquara Metropolitana de Porto Alegre 1 1 1.100 55.473
vendavais foram: Cidreira, Harmonia, Taquara, São Francisco de Paula e Can- 2003 São Francisco de Paula Nordeste Rio-Grandense 1 35 1.368 1.510

diota. Este último se destaca no número de vítimas fatais, com o registro de 2010 Canoas Metropolitana de Porto Alegre 0 2 20 200.000

63 mortes no evento ocorrido em setembro de 2009. Nesse ano, os venda- 2009 Santa Maria Centro Ocidental Rio-Grandense 0 2 108 60.000
1991-2012 Estado do Rio Grande do Sul 67 982 97.871 2.019.481
vais afetaram toda a área do município com ventos de mais de 100 km/h.
Fonte: Brasil (2013)
Gráfico 18: Danos humanos causados por vendavais no Estado
do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012 De acordo com o documento oficial, em 2010, parte da área urbana
do município, nos bairros Estância Velha, Guajuviras, Nossa Sra. das Graças,
10.000.000 2.019.481 Harmonia, Fatiam, Mato Grande, Niterói e Rio Branco, foi atingida por fortes
1.000.000
Número de afetados

ventos seguidos de chuvas, ocasionando quedas de árvores, destelhamentos


97.871
100.000 15.942 de residências e galpões, além de prejuízos na rede de energia elétrica e nos
10.000 serviços de transporte.
982 Com relação aos danos materiais, o Estado do Rio Grande do Sul apre-
1.000
298 sentou um total de 785.448 construções danificadas e 181.672 destruídas por
100 67 vendavais no período de 1991 a 2012. De acordo com o Gráfico 19 a maior
10 parte dos danos materiais afetou as habitações, com destaque para o mu-
1 nicípio de Cruz Alta, localizado na Mesorregião Metropolitana de Noroeste
Rio-Grandense, com o maior número de habitações danificadas.
Mortos

Feridos

Enfermos

Desabrigados

Desalojados

Desaparecidos

Total de Afetados

O evento que ocorreu em outubro de 2002 em Cruz Alta teve o maior


número de habitações danificadas, 9.860, além de destruídas, 4.875. Nesse
evento, toda a área urbana foi atingida por fortes ventos que ocasionaram
destelhamentos, quedas de árvores, postes de energia elétrica e torres do
Fonte: Brasil (2013)
98 VENDAVAL ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS – 1991 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL

Gráfico 19: Danos materiais causados por vendavais no Estado


sistema de telecomunicações, além de prédios públicos, comunitários e re-
do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012
sidenciais destruídos. Parte da área rural também foi atingida pelo vendaval,
que teve uma duração de 40 minutos, danificando praças e passeis públicos,
1.000.000 Destruídas 679.456
Número de construções afetadas

180.620 deixando ruas interditadas. O vendaval foi acompanhado por fortes chuvas
Danificadas 104.874 ininterruptas por um período de 9h, dando maior gravidade ao desastre,
10.000
pela dificuldade de prestação de socorro necessário.
897 1.041
289
100

11
1
Saúde

Ensino

Habitações

Infraestrutura
Fonte: Brasil (2013)

Infográfico 5: Síntese das ocorrências de vendavais no Estado do Rio Grande do Sul

200
150
Vendavais
Eventos por ano 100
50
0

Totais por ano 1 12 48 22 3 4 29 18 6 1 77 40 62 6 3 3 30 37 146 110 52 48 758


Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Total
ACEGUÁ 1 1
ÁGUA SANTA 1 1
AGUDO 1 1 2
ALECRIM 1 1 1 1 4
ALEGRETE 1 1
ALEGRIA 1 1 1 3
ALVORADA 1 1
AMARAL FERRADOR 1 1
AMETISTA DO SUL 1 1 1 3
ANTA GORDA Fonte: Brasil (2013) 1 1
ANTÔNIO PRADO 1 1
ARARICÁ 1 1
ARATIBA 1 1 2
ARROIO DO MEIO 1 1 1 3
ARROIO DO SAL 1 1 1 3
ACEGUÁ 1 1
ÁGUA SANTA 1 1
AGUDO 1 1 2
ATLAS BRASILEIRO DE ALECRIM
DESASTRES NATURAIS – 1991
ALEGRETE
A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL
1
1 1 1 1
VENDAVAL
99
4
1
ALEGRIA 1 1 1 3
ALVORADA 1 1
Infográfico 5: Síntese das ocorrências de vendavais no Estado do Rio Grande do Sul
AMARAL FERRADOR 1 1
AMETISTA DO SUL 1 1 1 3
ANTA GORDA 1 1
ANTÔNIO PRADO 1 1
ARARICÁ 1 1
ARATIBA 1 1 2
ARROIO DO MEIO 1 1 1 3
ARROIO DO SAL 1 1 1 3
ARROIO DO TIGRE 1 1 2
ARROIO GRANDE 2 2
ARVOREZINHA 1 1 2
ÁUREA 1 1
BAGÉ 1 1
BALNEÁRIO PINHAL 1 1 2
BARÃO DE COTEGIPE 1 1 2
BARRA DO GUARITA 1 1
BARRA DO QUARAÍ 1 1 1 3
BARRA DO RIO AZUL 1 1 2
BARRA FUNDA 1 1
BARROS CASSAL 1 1 2
BENJAMIN CONSTANT DO SUL 1 1
BENTO GONÇALVES 1 1 2
BOA VISTA DAS MISSÕES 1 1 2
BOA VISTA DO BURICÁ 1 1 2
BOM JESUS 1 1
BOM PROGRESSO 1 2 1 1 5
BOM RETIRO DO SUL 1 1
BOQUEIRÃO DO LEÃO 1 1 2
BOSSOROCA 1 1
BOZANO 1 1 1 3
BRAGA 1 2 3
BUTIÁ 1 2 3
CAÇAPAVA DO SUL 1 1 1 1 4
CACEQUI 1 2 3
CACHOEIRA DO SUL 1 1
CACIQUE DOBLE 1 1
CAIÇARA 1 1
CAMAQUÃ 1 1 2
CAMARGO 1 1 2
CAMPESTRE DA SERRA 1 1
CAMPINA DAS MISSÕES 1 2 1 4
CAMPINAS DO SUL 1 1 2
CAMPO BOM 1 1
CAMPO NOVO 1 1 2
CANDELÁRIA 1 1 1 3
CÂNDIDO GODÓI 1 1
CANDIOTA 1 1 2
CANELA 1 1
CANOAS Fonte: Brasil (2013) 1 1
CAPÃO DA CANOA 1 1 2
CAPIVARI DO SUL 1 1 2
CARAÁ 1 1
CARAZINHO 1 1 1 3
CAMPESTRE DA SERRA 1 1
CAMPINA DAS MISSÕES 1 2 1 4
CAMPINAS DO SUL 1 1 2
100 CAMPO BOM
VENDAVAL
CAMPO NOVO 1
ATLAS 1
BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS
1
– 1991 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE 1
DO
2
SUL

CANDELÁRIA 1 1 1 3
CÂNDIDO GODÓI 1 1
Infográfico 5: Síntese das ocorrências de vendavais no Estado do Rio Grande do Sul
CANDIOTA 1 1 2
CANELA 1 1
CANOAS 1 1
CAPÃO DA CANOA 1 1 2
CAPIVARI DO SUL 1 1 2
CARAÁ 1 1
CARAZINHO 1 1 1 3
CASCA 1 1 1 3
CAXIAS DO SUL 1 1 2
CENTENÁRIO 1 1
CERRITO 1 1
CERRO GRANDE DO SUL 1 1 1 3
CERRO LARGO 1 1 2
CHAPADA 1 1
CHARQUEADAS 1 1 2
CHIAPETTA 1 1 2
CHUVISCA 1 1 2
CIDREIRA 1 1 2
CIRÍACO 1 1
COLINAS 1 1
COLORADO 1 1 2
COQUEIROS DO SUL 1 1
CORONEL BARROS 1 1 2
CORONEL BICACO 1 1 1 1 1 5
COTIPORÃ 1 1
COXILHA 1 1
CRISSIUMAL 1 1 1 3
CRISTAL 1 1
CRISTAL DO SUL 1 1
CRUZ ALTA 1 1 2
CRUZALTENSE 1 1
CRUZEIRO DO SUL 1 1 1 1 1 5
DERRUBADAS 1 1 1 3
DOIS IRMÃOS 1 1 2
DOIS LAJEADOS 1 1
DOM PEDRITO 1 1 2
DOM PEDRO DE ALCÂNTARA 1 1 1 1 4
DONA FRANCISCA 1 1 2
DOUTOR MAURÍCIO CARDOSO 1 1
DOUTOR RICARDO 1 1
ENCANTADO 1 1 1 3
ENGENHO VELHO 1 1
ENTRE-IJUÍS 1 2 3
ERNESTINA 1 1 2
ERVAL GRANDE 1 1
ERVAL SECO 1 1
ESMERALDA 1 1
ESPERANÇA DO SUL 1 1 1 3
ESPUMOSO 1 Fonte: Brasil (2013) 1 1 3
ESTAÇÃO 1 1 1 1 4
ESTÂNCIA VELHA 1 1
ESTRELA 1 2 1 4
ESTRELA VELHA 1 1
DOUTOR RICARDO 1 1
ENCANTADO 1 1 1 3
ENGENHO VELHO 1 1
ATLAS BRASILEIRO DE ENTRE-IJUÍS
DESASTRES NATURAIS – 1991
ERNESTINA
A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL 1 2
1
VENDAVAL
1
101
3
2
ERVAL GRANDE 1 1
ERVAL SECO Infográfico 5: Síntese das ocorrências de vendavais no Estado do Rio Grande do Sul 1 1
ESMERALDA 1 1
ESPERANÇA DO SUL 1 1 1 3
ESPUMOSO 1 1 1 3
ESTAÇÃO 1 1 1 1 4
ESTÂNCIA VELHA 1 1
ESTRELA 1 2 1 4
ESTRELA VELHA 1 1
FAGUNDES VARELA 1 1
FARROUPILHA 1 1
FAXINAL DO SOTURNO 1 1 1 1 4
FAXINALZINHO 1 1 2
FAZENDA VILANOVA 1 1
FLORIANO PEIXOTO 1 1
FONTOURA XAVIER 1 1 1 3
FORMIGUEIRO 1 1
FORTALEZA DOS VALOS 1 1 1 3
FREDERICO WESTPHALEN 3 1 4
GARIBALDI 1 1
GARRUCHOS 1 1 1 1 4
GENERAL CÂMARA 1 1 2
GETÚLIO VARGAS 1 1 1 3
GIRUÁ 1 1 1 1 4
GRAMADO DOS LOUREIROS 1 1
GRAMADO XAVIER 1 1 2
GUAÍBA 1 1
GUAPORÉ 1 1
GUARANI DAS MISSÕES 1 2 3
HARMONIA 1 1
HERVAL 1 1
HERVEIRAS 1 1
HORIZONTINA 1 1 1 1 4
HULHA NEGRA 1 1 1 3
HUMAITÁ 1 1 1 3
IBARAMA 1 1
IBIAÇÁ 1 1
IBIRAIARAS 1 1
IBIRAPUITÃ 1 1 1 3
IBIRUBÁ 1 1 2
IJUÍ 1 1 2
ILÓPOLIS 1 2 3
IMBÉ 1 1 2
IMIGRANTE 1 1
INDEPENDÊNCIA 1 1 1 1 1 5
INHACORÁ 1 1 1 2 5
IRAÍ 1 1
ITAARA 1 1 1 3
ITACURUBI 1 1 2
ITAPUCA 1 1
ITAQUI Fonte: Brasil (2013) 1 1 2
ITATI 1 1 2
ITATIBA DO SUL 1 1 2
IVORÁ 1 1 2
JABOTICABA 1 1
ILÓPOLIS 1 2 3
IMBÉ 1 1 2
IMIGRANTE 1 1
102 INDEPENDÊNCIA
VENDAVAL
INHACORÁ
1
1 1
1 1 ATLAS 1 NATURAIS
BRASILEIRO DE DESASTRES – 1991 A 2012 – 1
VOLUME
1
RIO GRANDE 5
2
DO
5
SUL

IRAÍ 1 1
ITAARA 1 1 1 3
Infográfico 5: Síntese das ocorrências de vendavais no Estado do Rio Grande do Sul
ITACURUBI 1 1 2
ITAPUCA 1 1
ITAQUI 1 1 2
ITATI 1 1 2
ITATIBA DO SUL 1 1 2
IVORÁ 1 1 2
JABOTICABA 1 1
JACUIZINHO 1 1
JACUTINGA 1 1
JÓIA 1 1 1 3
JÚLIO DE CASTILHOS 1 1 1 2 5
LAGOA BONITA DO SUL 1 1
LAGOA DOS TRÊS CANTOS 1 1 1 3
LAGOA VERMELHA 1 1 2
LAGOÃO 1 1 1 3
LAJEADO 1 1 2
LAJEADO DO BUGRE 1 1 1 3
LIBERATO SALZANO 1 1 1 3
MACHADINHO 1 1
MAMPITUBA 1 1
MANOEL VIANA 1 1 2 4
MAQUINÉ 1 1 2
MARATÁ 1 1
MARCELINO RAMOS 1 2 3
MARIANO MORO 1 1
MARQUES DE SOUZA 1 1
MATO LEITÃO 1 1
MAXIMILIANO DE ALMEIDA 1 1 1 2 5
MIRAGUAÍ 1 1 2
MONTAURI 1 1
MONTENEGRO 1 1 2 2 6
MORMAÇO 1 1 1 1 4
MORRINHOS DO SUL 1 1 1 3
MOSTARDAS 1 1
MUÇUM 1 1 2
NÃO-ME-TOQUE 1 1 1 3
NICOLAU VERGUEIRO 1 1
NONOAI 1 1 1 1 1 1 6
NOVA ALVORADA 1 1 2
NOVA BASSANO 1 1
NOVA BOA VISTA 1 1
NOVA CANDELÁRIA 1 1
NOVA PALMA 1 1
NOVA PETRÓPOLIS 1 1 2
NOVA PRATA 1 1
NOVA ROMA DO SUL 1 1
NOVA SANTA RITA 1 1
NOVO BARREIRO 1 1 2
NOVO CABRAIS Fonte: Brasil (2013) 1 1
NOVO HAMBURGO 1 1
NOVO MACHADO 1 1 1 3
NOVO TIRADENTES 1 1
PAIM FILHO 1 1 2
NOVA BASSANO 1 1
NOVA BOA VISTA 1 1
NOVA CANDELÁRIA 1 1
ATLAS NOVA
BRASILEIRO DE PALMA
DESASTRES
NOVA PETRÓPOLIS
NATURAIS – 1991 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL 1
1 1
VENDAVAL
103
1
2
NOVA PRATA 1 1
NOVA ROMA DO SUL 1 1
Infográfico 5: Síntese das ocorrências de vendavais no Estado do Rio Grande do Sul
NOVA SANTA RITA 1 1
NOVO BARREIRO 1 1 2
NOVO CABRAIS 1 1
NOVO HAMBURGO 1 1
NOVO MACHADO 1 1 1 3
NOVO TIRADENTES 1 1
PAIM FILHO 1 1 2
PALMARES DO SUL 1 1 2
PALMEIRA DAS MISSÕES 1 1 1 3
PALMITINHO 1 1 1 1 4
PANAMBI 1 1 2
PANTANO GRANDE 1 1
PARAÍSO DO SUL 1 1 1 3
PARECI NOVO 1 1
PAROBÉ 1 1
PASSA SETE 1 2 1 4
PASSO DO SOBRADO 1 1
PAVERAMA 1 1 2
PEDRAS ALTAS 1 1
PEDRO OSÓRIO 1 1 2
PEJUÇARA 1 1
PICADA CAFÉ 1 1 2
PINHAL 1 1
PINHEIRINHO DO VALE 1 1 1 3
PIRAPÓ 1 1 2
PIRATINI 1 2 2 5
PONTÃO 1 1 2 1 5
PORTO ALEGRE 1 1
PORTO LUCENA 1 1 1 1 4
PORTO MAUÁ 1 1 2
PORTO VERA CRUZ 1 1 1 3
PORTO XAVIER 1 1 1 1 1 1 6
POUSO NOVO 1 1
PROTÁSIO ALVES 1 1 2
PUTINGA 1 1
QUARAÍ 1 1
QUEVEDOS 1 1
REDENTORA 1 1 1 1 4
RELVADO 1 1
RESTINGA SECA 1 1 1 1 4
RIO DOS ÍNDIOS 1 1
RIO GRANDE 1 1 1 1 2 6
RIO PARDO 1 2 1 1 5
RIOZINHO 1 1 1 1 4
ROCA SALES 1 1
RODEIO BONITO 1 1 2
ROLANTE 1 1 2 4
RONDA ALTA 1 1 2
ROQUE GONZALES Fonte: Brasil (2013) 1 1 2
ROSÁRIO DO SUL 1 1
SALTO DO JACUÍ 1 1
SALVADOR DAS MISSÕES 1 1
SANTA BÁRBARA DO SUL 1 1 1 3
RESTINGA SECA 1 1 1 1 4
RIO DOS ÍNDIOS 1 1
RIO GRANDE 1 1 1 1 2 6

104 RIO PARDO


VENDAVAL
RIOZINHO
1
1
2 1 A1TLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS
1
– 1991
1
A 2012 – VOLUME
1
RIO GRANDE 5
DO
4
SUL

ROCA SALES 1 1
RODEIO BONITO 1 1 2
Infográfico 5: Síntese das ocorrências de vendavais no Estado do Rio Grande do Sul
ROLANTE 1 1 2 4
RONDA ALTA 1 1 2
ROQUE GONZALES 1 1 2
ROSÁRIO DO SUL 1 1
SALTO DO JACUÍ 1 1
SALVADOR DAS MISSÕES 1 1
SANTA BÁRBARA DO SUL 1 1 1 3
SANTA CLARA DO SUL 1 1
SANTA MARIA 1 1 3 1 6
SANTA ROSA 1 1 2
SANTA TEREZA 1 1
SANTANA DA BOA VISTA 1 1 1 1 4
SANTIAGO 1 1 2
SANTO ÂNGELO 1 1 2
SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA 1 1 2
SANTO ANTÔNIO DAS MISSÕES 1 1 2 1 5
SANTO ANTÔNIO DO PALMA 1 1
SANTO ANTÔNIO DO PLANALTO 1 1
SANTO AUGUSTO 1 1 2
SANTO CRISTO 1 1 1 3
SANTO EXPEDITO DO SUL 1 1
SÃO BORJA 1 1 1 1 1 5
SÃO FRANCISCO DE ASSIS 1 1
SÃO FRANCISCO DE PAULA 1 1 2
SÃO GABRIEL 1 1 1 1 4
SÃO JERÔNIMO 1 1 1 1 4
SÃO JOÃO DA URTIGA 2 2
SÃO JOÃO DO POLÊSINE 1 1
SÃO JOSÉ DAS MISSÕES 1 1
SÃO JOSÉ DO HERVAL 1 1
SÃO JOSÉ DO HORTÊNCIO 1 1 1 3
SÃO JOSÉ DO INHACORÁ 1 1
SÃO JOSÉ DO NORTE 1 1 2
SÃO JOSÉ DO OURO 1 1
SÃO JOSÉ DO SUL 1 1
SÃO JOSÉ DOS AUSENTES 1 1
SÃO LOURENÇO DO SUL 1 1 2
SÃO LUIZ GONZAGA 1 1 1 1 1 5
SÃO MARCOS 2 1 3
SÃO MARTINHO 2 2
SÃO MARTINHO DA SERRA 2 1 3
SÃO MIGUEL DAS MISSÕES 1 1 1 1 4
SÃO NICOLAU 1 1 2
SÃO PAULO DAS MISSÕES 2 1 1 1 5
SÃO PEDRO DAS MISSÕES 1 1
SÃO PEDRO DO BUTIÁ 1 1
SÃO PEDRO DO SUL 1 1 1 2 5
SÃO SEBASTIÃO DO CAÍ 1 1
SÃO SEPÉ 1 Fonte: Brasil (2013) 1 2
SÃO VALENTIM 1 1 1 3
SÃO VALENTIM DO SUL 1 1
SÃO VALÉRIO DO SUL 1 1 1 3
SAPIRANGA 1 1
SÃO MARTINHO 2 2
SÃO MARTINHO DA SERRA 2 1 3
SÃO MIGUEL DAS MISSÕES 1 1 1 1 4
ATLAS BRASILEIRO SÃO NICOLAU
DE DESASTRES
SÃO PAULO DAS MISSÕES
NATURAIS – 1991 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL 1
2
1
1 1 1
VENDAVAL
105
2
5
SÃO PEDRO DAS MISSÕES 1 1
SÃO PEDRO DO BUTIÁ 1 1
Infográfico 5: Síntese das ocorrências de vendavais no Estado do Rio Grande do Sul
SÃO PEDRO DO SUL 1 1 1 2 5
SÃO SEBASTIÃO DO CAÍ 1 1
SÃO SEPÉ 1 1 2
SÃO VALENTIM 1 1 1 3
SÃO VALENTIM DO SUL 1 1
SÃO VALÉRIO DO SUL 1 1 1 3
SAPIRANGA 1 1
SAPUCAIA DO SUL 1 1
SARANDI 1 1 2
SEBERI 1 1 2
SEDE NOVA 1 1 2
SEGREDO 1 1
SELBACH 1 1
SENADOR SALGADO FILHO 1 1
SERAFINA CORRÊA 1 1
SÉRIO 1 1
SETE DE SETEMBRO 1 1
SEVERIANO DE ALMEIDA 2 2
SILVEIRA MARTINS 1 1 2
SINIMBU 1 1
SOBRADINHO 1 1 1 1 1 5
SOLEDADE 1 1 1 2 5
TABAÍ 1 1
TAPEJARA 1 1 2 2 6
TAPERA 1 1
TAQUARA 1 1 2 1 1 6
TAQUARI 1 1 2
TAQUARUÇU DO SUL 1 1 2
TAVARES 1 1
TENENTE PORTELA 1 1 2 4
TERRA DE AREIA 1 1 1 3
TEUTÔNIA 1 1
TIO HUGO 1 1
TIRADENTES DO SUL 1 1 1 3
TORRES 2 1 3
TRAMANDAÍ 1 1 2 4
TRÊS ARROIOS 1 1 2
TRÊS CACHOEIRAS 1 1 1 1 4
TRÊS DE MAIO 1 1 1 1 4
TRÊS FORQUILHAS 1 1 1 3
TRÊS PALMEIRAS 1 1
TRÊS PASSOS 1 1
TRINDADE DO SUL 2 1 3
TRIUNFO 1 1 1 3
TUCUNDUVA 1 1 2 1 2 7
TUNAS 1 1 2
TUPANCI DO SUL 1 1
TUPANCIRETÃ 2 3 5
TUPARENDI Fonte: Brasil (2013) 1 1 1 3
UNISTALDA 1 1 2
URUGUAIANA 1 1
VACARIA 1 1
VALE VERDE 1 1
TRÊS FORQUILHAS 1 1 1 3
TRÊS PALMEIRAS 1 1
TRÊS PASSOS 1 1

106 VTRINDADE
ENDAVAL DO SUL
TRIUNFO 1
ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS
1
2
– 1991
1
A 2012 – 1
VOLUME RIO GRANDE 3
DO
3
SUL

TUCUNDUVA 1 1 2 1 2 7
TUNAS 1 1 2
Infográfico 5: Síntese das ocorrências de vendavais no Estado do Rio Grande do Sul
TUPANCI DO SUL 1 1
TUPANCIRETÃ 2 3 5
TUPARENDI 1 1 1 3
UNISTALDA 1 1 2
URUGUAIANA 1 1
VACARIA 1 1
VALE VERDE 1 1
VANINI 1 1 2
VENÂNCIO AIRES 1 1 1 3
VERA CRUZ 1 1
VERANÓPOLIS 1 1
VESPASIANO CORREA 1 1 2
VIADUTOS 1 1
VIAMÃO 1 1 1 3
VICENTE DUTRA 1 1
VICTOR GRAEFF 1 1 2 4
VILA FLORES 1 1
VILA LÂNGARO 1 1
VILA MARIA 1 1 1 3
VILA NOVA DO SUL 1 1 2
VISTA ALEGRE DO PRATA 1 1
VISTA GAÚCHA 1 1
XANGRI-LÁ 1 1 2

Fonte: Brasil (2013)

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Granizo
110 Granizo Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Mapa 7: Registros de granizos no Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012


Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Granizo
111

O
s granizos, também conhecidos por saraivada, de acordo com o CO- características dos elementos atingidos. No entanto, chuvas intensas e ven-
BRADE compõem o grupo de desastres naturais meteorológicos tos fortes quando acompanham o granizo aumentam os danos.
relacionados às tempestades. São caracterizados por precipitação A agricultura é um dos setores econômicos que mais sofrem com este fe-
sólida de pedras de gelo, transparentes ou translúcidas, de forma esférica nômeno, pois plantações inteiras podem ser destruídas, dependendo da quan-
ou irregular, de diâmetro igual ou superior a 5 mm (VAREJÃO SILVA, 2001). tidade e dos tamanhos das pedras de gelo. De acordo com Tavares (2009), no
As condições que propiciam a formação de granizo acontecem na parte Brasil, as culturas de frutas de clima temperado, como maçã, pera, pêssego e
superior de nuvens convectivas do tipo cúmulos-nimbus. Estas apresentam kiwi, e a fumicultura são as mais vulneráveis ao granizo. Dentre os danos mate-
temperaturas extremamente baixas no seu topo e elevado desenvolvimento riais provocados, os mais importantes correspondem à destruição de telhados,
vertical, podendo alcançar alturas de até 1.600 m, condições propícias para a especialmente quando construídos com telhas de amianto ou de barro.
transformação das gotículas de água em gelo. O monitoramento e alerta sobre a ocorrência de granizos é uma medida
A precipitação de granizos ocorre, em geral, durante os temporais. Uma preventiva importante na mitigação dos danos causados por esses eventos na-
grande gota de chuva na parte inferior da nuvem, numa forte corrente de turais. Neste sentido, os serviços de meteorologia acompanham diariamente as
ascensão, é levada para cima e, ao alcançar temperaturas menores na linha condições do tempo e têm condições de prevenir sobre sua provável ocorrência.
isotérmica de 0 oC, transforma-se em gelo. As gotas congeladas, ao cresce- O fenômeno ocorre em todos os continentes, especialmente nas regiões
rem pelo processo de coalescência (agrupamento com outras gotas meno- continentais de clima quente das médias latitudes (20° a 55°), diminuindo em
res), movimentam-se com as correntes subsidentes. Nessa movimentação, regiões marítimas e equatoriais. Entretanto, apresenta também grande fre-
ao se chocarem com gotas mais frias, crescem rapidamente até alcançarem quência nas altas altitudes (regiões montanhosas) das regiões tropicais. No
um peso máximo, ao ponto de não serem mais suportadas pelas correntes Brasil, as regiões mais atingidas por granizo são a Sul, Sudeste e a parte me-
ascendentes, quando ocorre a precipitação, conforme apresenta a Figura 13 ridional da Centro-Oeste; e especialmente as áreas de planalto dos Estados
(KULICOV; RUDNEV, 1980; KNIGHT; KNIGHT, 2001). de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul (TAVARES, 2009).
O tempo de duração de uma precipitação de granizo está relacionado No Estado do Rio Grande do Sul, assim como na Região Sul do Brasil,
à extensão vertical da zona de água no interior da nuvem e à Figura 13: Processo de formação de granizo a queda de granizos é frequente. Ao longo dos
dimensão das gotas. Neste sentido, quanto maior for o desen- anos de análise foram levantados 467 registros
volvimento vertical da zona de água e mais assimétricas forem oficiais do fenômeno, espacializados no Mapa 7.
as gotas, maior será a duração da precipitação (KULICOV; RU- As maiores ocorrências de granizo no Esta-
DNEV, 1980). do do Rio Grande do Sul ocorrem nas regiões de
De acordo com Mota (1983), durante a precipitação muitas maior altitude e/ou mais distantes do mar, como
vezes os granizos degelam, chegando ao chão em forma de o Planalto Superior, a Serra do Nordeste e o Pla-
gotas líquidas muito frias, ou ainda, o granizo pode se fundir nalto Médio. Já, as regiões de menor probabili-
com elementos gasosos e, com isso, adquirir a forma de floco dade de ocorrência do fenômeno são o litoral e
de neve, e não mais de pedra de gelo. a região das grandes lagoas, como a dos Patos
O grau de dano causado por ocorrência de granizos de- e Mirim, de menores altitudes e sujeitas à ação
pende basicamente do tamanho das pedras, da densidade da termorreguladora do Oceano Atlântico (CUNHA;
área, da duração do temporal, da velocidade de queda e das SCHEEREN; SILVA, 2001).
Fonte: Tavares (2009)
112 Granizo Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Deve-se levar em conta também que 87,1% dos municípios do Estado jatos de baixos níveis. Esse encontro produz grande gradiente de temperatu-
do Rio Grande do Sul se localizam na metade norte do seu território (norte ra, ocorrendo choques intensos entre as diferentes massas de ar, combustível
de 30°S), caracterizada por um relevo irregular com altitudes mais elevadas, ideal para formação de células convectivas severas. O estado é comumente
o que propicia a ocorrência de fenômenos atmosféricos de tempo severo, atingido por esses tipos de células convectivas, que podem se tornar tem-
como o granizo (VARGAS JÚNIOR et al., 2011). pestades severas com potencial para provocar vendavais, alta precipitação e
Desta forma, a maior parte dos municípios atingidos localiza-se na área granizo (LUZ et al., 2012).
de planalto, no noroeste do estado. A mesorregião mais atingida foi a No- Neste sentido, com relação à frequência mensal dos registros, observa-
roeste Rio-Grandense, com 243 registros, destacam-se os municípios de se no Gráfico 20 que os meses de setembro e outubro foram os que apre-
Chiapetta e Coronel Bicaco, com 5 registros, Salto do Jacuí, com 6 registros, sentaram o maior número de desastres por granizo, 77 e 85, respectivamen-
e Espumoso, com 7 registros. te. Esses meses correspondem ao início da estação chuvosa no estado e
Ao analisar os mapas, verifica-se que dos 496 municípios pertencentes apresentam temperaturas mais elevadas em relação ao inverno, o que pode
ao Estado do Rio Grande do Sul, 282 foram afetados por desastres relacio- aumentar a probabilidade das chuvas serem acompanhadas por tempestade
nados a granizos, representando 57% do total. O município com a maior re- com trovoadas e queda de granizo. O verão e o outono apresentaram as
corrência do desastre, 7 registros, foi Espumoso, localizado na mesorregião menores recorrências do fenômeno, sendo os meses de junho e março os
Noroeste Rio-Grandense, com registro do evento nos anos de 1993, 2001, menos afetados, com 12 e 16 registros respectivamente.
2003, 2009, 2010, 2011 e 2012.
Com relação aos sistemas atmosféricos que podem causar desastres Gráfico 20: Frequência mensal de registros de granizo no Estado
naturais por queda de granizos, estão: os Sistemas Frontais, que podem do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012
ocorrer o ano inteiro, mas que têm sua atuação mais frequente e intensa
no inverno, gerando tempo instável, produzindo muita chuva e podendo re- 90 Frequência 85
80 77
sultar em granizos, além de inundações, vendavais e tornados; os Sistemas
Convectivos Isolados, que ocorrem geralmente no verão e também podem 70 65

Frequência Mensal
se associar com os Sistemas Frontais e gerar muita chuva, vendavais e gra- 60
nizo; e os Complexos Convectivos de Mesoescala, que se formam no norte 50 45
42
da Argentina e Paraguai (região do Chaco) e deslocam-se em direção ao 40
leste, com intensidade suficiente para gerar chuvas fortes, ventos, tornados, 30 29 28
22 25
granizo etc., ou seja, também são capazes de desencadear desastres naturais 21
20 16
(TOMINAGA et al., 2009). 12
10
A estação do ano com maior risco de ocorrência de granizo é a prima-
vera, sendo os meses de julho a outubro o período com a maior frequência, 0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
com destaque para agosto, enquanto o outono é a estação de menor fre-
quência, destacando-se março (CUNHA; SCHEEREN; SILVA, 2001). Na prima- Fonte: Brasil (2013)
vera, estação do ano de transição do inverno para o verão, começa a ser mais
frequente no Estado do Rio Grande do Sul o encontro de intensas massas de
ar polares com o ar mais quente vindo do norte da Argentina caracterizando
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Granizo
113
Gráfico 21: Frequência anual de registros de granizo no Estado
A maior incidência de granizo no fim do inverno e na primavera está asso-
do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012
ciada à passagem de frentes frias mais intensas e ao rápido aquecimento do
continente. Essas duas situações criam condições para a elevação de massas 80 73
de ar relativamente mais úmidas, formando nuvens de grande desenvolvimen- 70

Frequência Anual
to vertical que dão origem ao granizo (CUNHA; SCHEEREN; SILVA, 2001). 60
As Frentes Frias (FFs) ou Sistemas Frontais oriundas das latitudes subtro- 49 48
50
picais, atingem o Sul do país e induzem à formação de nebulosidade convec- 40 38 36
tiva sobre essa região. São caracterizadas por uma banda de nuvens que se 29 31 31 28
30 27
deslocam de sudoeste para nordeste sobre o continente e Oceano Atlântico. 21
20 17
As nuvens se formam na confluência da massa de ar frio, mais densa, que 8
10 6 6 7
penetra sob uma massa de ar quente, quando avançam em direção ao norte. 4 5 2 1
Durante os meses mais quentes, podem interagir com o ar tropical quente 0

1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
e úmido, gerando convecção profunda com precipitação intensa, algumas
vezes com ventos fortes e granizo (CAVALCANTI; KOUSKY, 2009).
No Gráfico 21, percebe-se que em quase todos os anos houve registros Fonte: Brasil (2013)
de precipitações de granizos caracterizadas como desastres no estado, exce-
to para os anos de 1991 e 1996. No ano de 2001 houve um pico nas ocorrên- Gráfico 22: Danos humanos causados por granizos no Estado
cias do evento, com 73 registros em 70 municípios. Naquele ano também foi do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012
diagnosticado, segundo os documentos oficiais do estado, um elevado nú-
1.000.000 446.914

Número de pessoas atingidas


mero nos registros de inundações bruscas, pois, de acordo com Marcelino,
Mendonça e Rudorff (2004), os episódios de precipitações de granizos estão
100.000 36.442
relacionados a chuvas intensas, ventos fortes, tornados e descargas elétricas.
No ano de 2001, o mês que teve a maior parte dos registros de grani- 10.000 3.055
zos foi julho, com 58 ocorrências. De acordo com o Boletim Climanálise, do
1.000 559
CPTEC/INPE, naquele mês ocorreu a atuação de sete frentes frias no Brasil. 204
Na Região Sul, estes sistemas associaram-se aos vórtices ciclônicos em altos 100 75
níveis e aos jatos em baixos níveis, originando frontogêneses e ciclogêneses
10
no litoral do Rio Grande do Sul que causaram ventos, chuvas fortes e queda
3
de granizo nessa região (CLIMANÁLISE..., 2001). 1
Os danos humanos causados por desastres naturais associados a even-

Mortos

Feridos

Enfermos

Desabrigados

Desalojados

Desapareci-

dos

Afetados
tos de granizos deixaram quase 447 mil pessoas afetadas nos municípios do
Estado do Rio Grande do Sul com registros do fenômeno.
Conforme ilustrado no Gráfico 22, durante as ocorrências de granizos re-
gistradas constatou-se uma quantidade de 446.914 pessoas afetadas. Além
Fonte: Brasil (2013)
114 Granizo Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

destas, 75 estão desaparecidas, 36.442 foram desalojadas, 3.055 desabrigadas, Segundo os documentos oficiais, os desastres ocasionados pelas quedas
204 enfermas, 559 feridas e 3 foram mortas ao longo dos anos analisados. de granizo no Estado do Rio Grande do Sul estavam associados às chuvas in-
Os municípios que tiveram vítimas fatais relacionadas à precipitação de gra- tensas e fortes ventos, que contribuíram para intensificar os danos (Figura 14).
nizos foram Jaguari, no Centro Ocidental Rio-Grandense, São Francisco de Pau-
Figura 14: Pedras de granizo, Estado do Rio Grande do Sul
la, no Nordeste Rio-Grandense e Vera Cruz, no Centro Oriental Rio-Grandense.
Jaguari registrou o evento em setembro de 2007, com a ocorrência de
granizo seguido de fortes chuvas e vento. Em julho de 2003, São Francisco
de Paula teve as áreas urbana e rural afetadas por um vendaval acompanha-
do de fortes chuvas e tempestade de granizo. Vera Cruz registrou o desastre
em fevereiro de 2002, por danos em toda a área do município, devido à in-
tensa precipitação de granizo, com duração de 30 minutos, seguida de chuva
intensa e ventos fortes.
Em relação ao total de mortos, feridos, desalojados e afetados, pode-
se observar na Tabela 16 os 5 municípios do Rio Grande do Sul que tiveram
vítimas fatais e os mais afetados devido aos desastres naturais por granizos.
Entre os atingidos, Santa Maria, localizado na Mesorregião Centro Ocidental
Rio-Grandense, foi o que apresentou o maior número de afetados – 60.000
habitantes, no evento registrado em setembro de 2009.
Tabela 16: Municípios mais afetados por eventos de granizos entre os anos de 1991 a 2012
Total de
Ano Município Mesorregião Mortos Feridos Desalojados
Afetados Fonte: Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Rio Grande do Sul (BRASIL, 2011)
2002 Vera Cruz Centro Oriental Rio-Grandense 1 50 0 4.200
2003 São Francisco de Paula Nordeste Rio-Grandense 1 35 6.768 1.510
De maneira geral, enquanto desastre, o granizo causa grandes danos
2007 Jaguari Centro Ocidental Rio-Grandense 1 0 150 804
e prejuízos econômicos à agricultura. No Sul do Brasil, os maiores prejuízos
2009 Santa Maria Centro Ocidental Rio-Grandense 0 2 108 60.000
causados por precipitações de granizo acontecem nas lavouras de cereais
2008 Palmeira das Missões Noroeste Rio-Grandense 0 0 500 25.000
1991-2012 Estado do Rio Grande do Sul 3 559 36.465 447.954
de inverno (trigo, cevada, triticale e aveia branca), nos pomares de fruteiras
Fonte: Brasil (2013) de clima temperado (macieira, pessegueiro e videira), nos cultivos de plantas
olerícolas, nas culturas de fumo e de arroz irrigado, entre outras atingidas em
menor escala (CUNHA; SCHEEREN; SILVA, 2001).
Segundo o documento oficial, em 2009 o município registrou o fenôme-
Os três principais fatores associados com os prejuízos são: o tamanho da
no nos meses de fevereiro e setembro. Em setembro, a precipitação de gra-
área atingida, a densidade das pedras de gelo ao nível do solo e a força dos
nizo, a chuva forte e rajadas de ventos, que atingiram até aproximadamente
ventos superficiais. Quando a densidade é inferior a dez pedras por 0,10 m2
60 km/h, afetaram a área urbana. Outro registro do município foi em dezem-
usualmente não ocorrem danos apreciáveis. Os maiores problemas para as
bro de 2010, sendo afetada parte da área rural por precipitação de granizo,
culturas são as pedras em formato esférico (CARDOSO; LIMA; ASSIS, 2004).
precipitação hídrica e rajadas de vento.
ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS – 1991 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL GRANIZO
115
Gráfico 23: Danos materiais causados por granizos no Estado
O dano às plantações dá-se por ação mecânica dos granizos nas plan-
do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012
tas, quase sempre associada a ventos fortes. No estado, nas culturas de
elevado valor comercial, referentes aos pomares e hortas, há o sistema de Destruídas 94.401 116.716
detecção por radar de nuvens com formação de gelo e a nucleação destas

Número de construções afetadas


Danificadas
com iodeto de prata, usando-se foguetes terra-ar ou aviões, além do méto- 40.000
do mais eficiente, a proteção das plantas com redes antigranizo (CUNHA;
SCHEEREN; SILVA, 2001). 2.744
Com relação aos danos materiais, o Estado do Rio Grande do Sul teve 613
um total de 97.860 construções danificadas e 116.716 destruídas por granizos 200 102
no período de 1991 a 2012. De acordo com o Gráfico 23, a maior parte dos
danos materiais afetou as habitações, destacando-se o município de Palmei-
ra das Missões, localizado na mesorregião Noroeste Rio-Grandense, com o 6 34
3
maior número de habitações danificadas. 1
Em Palmeira das Missões foram 30.500 habitações danificadas no even-

Saúde

Ensino

Habitações

Infraestrutura
to registrado em abril de 2008. De acordo com o documento oficial, ocorreu
precipitação sólida de grânulos de gelo, transparentes ou translúcidos, de
forma esférica ou irregular, de diâmetro igual ou superior a 50 mm. A chuva
de granizo veio seguida por fortes ventos, que causaram danos em toda a
área urbana e em parte da área rural do município. Fonte: Brasil (2013)

Infográfico 6: Síntese das ocorrências de granizos no Estado do Rio Grande do Sul

80
60
Granizo
Eventos por ano 40
20
0

Totais por ano 6 38 36 6 29 17 4 5 73 7 27 2 8 1 49 21 48 31 31 29 468


Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Total
ÁGUA SANTA 1 1
ALECRIM 1 1
ALEGRIA 1 1
ALTO ALEGRE 1 1
AMETISTA DO SUL 1 1
ANTÔNIO PRADO 1 1
ARARICÁ 1 1
ARATIBA 1 1
ARROIO DO MEIO Fonte: Brasil (2013)
1 1 2
ARROIO DO PADRE 1 1
ARROIO DO TIGRE 1 1
ARVOREZINHA 1 1 2
ÁUREA 1 1
ÁGUA SANTA 1 1
ALECRIM 1 1

116 GRANIZOALEGRIA
ALTO ALEGRE
ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS – 1991
1
A 2012 – 1 RIO GRANDE
VOLUME 1
DO
1
SUL

AMETISTA DO SUL 1 1
ANTÔNIO PRADO 1 1
Infográfico 6: Síntese das ocorrências de granizos no Estado do Rio Grande do Sul
ARARICÁ 1 1
ARATIBA 1 1
ARROIO DO MEIO 1 1 2
ARROIO DO PADRE 1 1
ARROIO DO TIGRE 1 1
ARVOREZINHA 1 1 2
ÁUREA 1 1
BARÃO DO TRIUNFO 1 1
BARRA DO GUARITA 1 1
BARRA DO RIO AZUL 1 1
BARRACÃO 1 1
BARROS CASSAL 1 1
BOA VISTA DAS MISSÕES 1 1
BOA VISTA DO BURICÁ 1 1
BOA VISTA DO CADEADO 1 1
BOM JESUS 1 1
BOM PROGRESSO 1 1 2
BOM RETIRO DO SUL 1 1
BOQUEIRÃO DO LEÃO 1 1
BOSSOROCA 1 1
BOZANO 1 1
BRAGA 1 1 2
CAÇAPAVA DO SUL 1 1
CACEQUI 1 1 2
CACHOEIRA DO SUL 1 1
CACIQUE DOBLE 1 1 2
CAIÇARA 1 1
CAMARGO 1 1
CAMPINA DAS MISSÕES 1 1
CAMPINAS DO SUL 1 1
CAMPO NOVO 1 1
CAMPOS BORGES 1 1
CANDELÁRIA 1 1 1 3
CÂNDIDO GODÓI 1 1
CANDIOTA 1 1
CANOAS 1 1
CAPÃO DO CIPÓ 1 1
CAPÃO DO LEÃO 1 1
CARAZINHO 1 1 2
CATUÍPE 1 1
CAXIAS DO SUL 1 1 2
CENTENÁRIO 1 1 2 4
CERRO BRANCO 1 1
CERRO LARGO 1 1 2
CHAPADA 1 1
CHARQUEADAS 1 1
CHIAPETTA 1 1 1 1 1 5
COLINAS Fonte: Brasil (2013) 1 1
COLORADO 1 1
CONSTANTINA 1 1 2
COQUEIROS DO SUL 1 1 1 3
CORONEL BARROS 1 1
CATUÍPE 1 1
CAXIAS DO SUL 1 1 2
ATLAS BRASILEIROCENTENÁRIO
DE DESASTRES NATURAIS – 1991
CERRO BRANCO
A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL
1 1
1
2 GRANIZO
117
4
1
CERRO LARGO 1 1 2
CHAPADA 1 1
CHARQUEADAS
Infográfico 6: Síntese das ocorrências de granizos no1Estado do Rio Grande do Sul 1
CHIAPETTA 1 1 1 1 1 5
COLINAS 1 1
COLORADO 1 1
CONSTANTINA 1 1 2
COQUEIROS DO SUL 1 1 1 3
CORONEL BARROS 1 1
CORONEL BICACO 1 1 1 1 1 5
COTIPORÃ 1 1
COXILHA 1 1 2
CRISSIUMAL 1 1 2
CRUZ ALTA 1 1
CRUZEIRO DO SUL 2 1 1 4
DEZESSEIS DE NOVEMBRO 1 1 2
DOIS LAJEADOS 1 1
DOM PEDRITO 1 1
DOM PEDRO DE ALCÂNTARA 1 1
DONA FRANCISCA 1 1 2
DOUTOR MAURÍCIO CARDOSO 1 1 1 3
DOUTOR RICARDO 1 1
ENCANTADO 1 1 2
ENCRUZILHADA DO SUL 1 1 2
ENGENHO VELHO 1 1
ENTRE RIOS DO SUL 1 1
ENTRE-IJUÍS 1 1
ERVAL GRANDE 1 1
ESPERANÇA DO SUL 1 1
ESPUMOSO 1 1 1 1 1 1 1 7
ESTAÇÃO 1 1 2
ESTÂNCIA VELHA 1 1
ESTRELA 2 1 3
ESTRELA VELHA 1 1 1 3
EUGÊNIO DE CASTRO 1 1
FAGUNDES VARELA 1 1
FARROUPILHA 1 1 1 3
FAXINAL DO SOTURNO 1 1 1 3
FAZENDA VILANOVA 1 1
FELIZ 1 1 2
FLORES DA CUNHA 1 1
FLORIANO PEIXOTO 1 1 1 3
FONTOURA XAVIER 1 1 1 1 4
FORMIGUEIRO 1 1 2
FORTALEZA DOS VALOS 1 1 2
FREDERICO WESTPHALEN 1 1
GARIBALDI 1 1
GENERAL CÂMARA 1 1 1 3
GETÚLIO VARGAS 1 1
GIRUÁ 1 Fonte: Brasil (2013) 1 2
GRAMADO XAVIER 1 1
GUABIJU 1 1
GUAPORÉ 1 1
GUARANI DAS MISSÕES 1 1
FLORIANO PEIXOTO 1 1 1 3
FONTOURA XAVIER 1 1 1 1 4

118 FORMIGUEIRO
GRANIZO
FORTALEZA DOS VALOS 1 1
1 ATLAS 1
BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS – 1991 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE
2
DO
2
SUL

FREDERICO WESTPHALEN 1 1
GARIBALDI 1 1
Infográfico 6: Síntese das ocorrências de granizos no Estado do Rio Grande do Sul
GENERAL CÂMARA 1 1 1 3
GETÚLIO VARGAS 1 1
GIRUÁ 1 1 2
GRAMADO XAVIER 1 1
GUABIJU 1 1
GUAPORÉ 1 1
GUARANI DAS MISSÕES 1 1
HARMONIA 1 1
HERVAL 1 1 1 3
HERVEIRAS 1 1
HORIZONTINA 1 1 2
HULHA NEGRA 1 1 2
HUMAITÁ 1 1 1 3
IBARAMA 1 1
IBIAÇÁ 1 1 2
IBIRAIARAS 1 1
IBIRAPUITÃ 1 1 2
IBIRUBÁ 1 1 2
IJUÍ 1 1 2
INDEPENDÊNCIA 1 1 2
INHACORÁ 1 1 2
IRAÍ 2 1 3
ITAARA 1 1 1 1 4
ITACURUBI 1 1 2
IVORÁ 1 1 2
JABOTICABA 1 1
JACUIZINHO 1 1 1 3
JACUTINGA 1 1
JAGUARÃO 1 1
JAGUARI 1 1
JARI 1 1 2
JÚLIO DE CASTILHOS 1 1 1 3
LAGOA BONITA DO SUL 1 1 1 3
LAGOA DOS TRÊS CANTOS 1 1
LAGOA VERMELHA 1 1
LAGOÃO 1 1 2
LAJEADO 1 1
LAVRAS DO SUL 1 1 2
LIBERATO SALZANO 1 1 1 3
LINHA NOVA 1 1 2
MACHADINHO 1 1 2
MAQUINÉ 1 1
MARIANO MORO 1 1
MARQUES DE SOUZA 1 1 2
MATO LEITÃO 1 1
MAXIMILIANO DE ALMEIDA 1 1 2 4
MIRAGUAÍ Fonte: Brasil (2013) 1 1
MONTE ALEGRE DOS CAMPOS 1 1 2
MONTENEGRO 1 1 2
MOSTARDAS 1 1
MUÇUM 1 1 2
MUITOS CAPÕES 1 1
LIBERATO SALZANO 1 1 1 3
LINHA NOVA 1 1 2
MACHADINHO
ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS – 1991
MAQUINÉ
A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL 1
1
1 GRANIZO
119
2
1
MARIANO MORO 1 1
MARQUES DE SOUZA 1 1 2
Infográfico 6: Síntese das ocorrências de granizos no Estado do Rio Grande do Sul
MATO LEITÃO 1 1
MAXIMILIANO DE ALMEIDA 1 1 2 4
MIRAGUAÍ 1 1
MONTE ALEGRE DOS CAMPOS 1 1 2
MONTENEGRO 1 1 2
MOSTARDAS 1 1
MUÇUM 1 1 2
MUITOS CAPÕES 1 1
NÃO-ME-TOQUE 1 1
NICOLAU VERGUEIRO 1 1
NONOAI 1 1 1 3
NOVA ALVORADA 1 1
NOVA BASSANO 1 1 2
NOVA BOA VISTA 1 1
NOVA CANDELÁRIA 1 1
NOVA PALMA 1 1
NOVA PRATA 1 1
NOVA ROMA DO SUL 1 1 2
NOVO BARREIRO 1 1
NOVO CABRAIS 1 1
NOVO HAMBURGO 1 1
NOVO TIRADENTES 1 1
NOVO XINGU 1 1 2
OSÓRIO 1 1 2
PAIM FILHO 1 1
PALMEIRA DAS MISSÕES 1 1 2
PALMITINHO 1 1 2
PANAMBI 1 2 1 4
PANTANO GRANDE 1 1
PARAÍ 1 1
PARECI NOVO 1 1
PASSA SETE 1 2 3
PASSO FUNDO 1 1
PINHEIRINHO DO VALE 1 1 2
PINHEIRO MACHADO 1 1
PIRATINI 1 1
PONTÃO 1 1 2
PORTO LUCENA 1 1
PORTO XAVIER 1 1 1 3
POUSO NOVO 1 1 2
PROGRESSO 1 1
PROTÁSIO ALVES 1 1 2
PUTINGA 1 1 2
QUARAÍ 1 1
QUEVEDOS 1 1
REDENTORA 1 1
RESTINGA SECA 1 1 Fonte: Brasil (2013) 2
RIO DOS ÍNDIOS 1 1 2
RIO GRANDE 1 1 1 3
RIO PARDO 1 1
RIOZINHO 1 1 2
ROCA SALES 1 1 2
PORTO XAVIER 1 1 1 3
POUSO NOVO 1 1 2

120 PROGRESSO
GRANIZO
PROTÁSIO ALVES 1 1
1 ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS – 1991 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE
1
DO
2
SUL

PUTINGA 1 1 2
QUARAÍ 1 1
QUEVEDOS Infográfico 6: Síntese das ocorrências de granizos no Estado do Rio Grande do Sul 1 1
REDENTORA 1 1
RESTINGA SECA 1 1 2
RIO DOS ÍNDIOS 1 1 2
RIO GRANDE 1 1 1 3
RIO PARDO 1 1
RIOZINHO 1 1 2
ROCA SALES 1 1 2
RODEIO BONITO 1 1 2
ROLADOR 1 1 2
ROLANTE 2 2
RONDINHA 1 1 2
ROQUE GONZALES 1 1
ROSÁRIO DO SUL 1 1
SAGRADA FAMÍLIA 1 1
SALTO DO JACUÍ 1 1 2 2 6
SALVADOR DAS MISSÕES 1 1
SALVADOR DO SUL 1 1
SANANDUVA 1 1
SANTA BÁRBARA DO SUL 1 1 2
SANTA CECÍLIA DO SUL 1 1 2
SANTA CLARA DO SUL 1 1
SANTA CRUZ DO SUL 1 1
SANTA MARIA 1 1 1 3
SANTA ROSA 1 1
SANTA TEREZA 1 1
SANTANA DA BOA VISTA 1 1 1 3
SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA 1 1
SANTO ANTÔNIO DAS MISSÕES 1 1 1 1 4
SANTO ANTÔNIO DO PLANALTO 1 1
SANTO AUGUSTO 1 1
SANTO CRISTO 1 1
SANTO EXPEDITO DO SUL 1 1 2
SÃO BORJA 1 1
SÃO FRANCISCO DE PAULA 1 1 2
SÃO GABRIEL 2 2
SÃO JERÔNIMO 1 1 2
SÃO JOÃO DO POLÊSINE 1 1
SÃO JOSÉ DAS MISSÕES 1 1 2
SÃO JOSÉ DO HERVAL 1 1 2
SÃO JOSÉ DO HORTÊNCIO 1 1
SÃO JOSÉ DO NORTE 1 1
SÃO LUIZ GONZAGA 1 1
SÃO MARCOS 1 1
SÃO MIGUEL DAS MISSÕES 1 1
SÃO NICOLAU 1 1 2
SÃO PEDRO DA SERRA 1 1
SÃO PEDRO DO BUTIÁ Fonte: Brasil (2013) 1 1
SÃO PEDRO DO SUL 1 1
SÃO SEPÉ 1 1 1 3
SÃO VALENTIM 1 1 1 1 4
SÃO VALENTIM DO SUL 1 1 2
SÃO JOSÉ DO HERVAL 1 1 2
SÃO JOSÉ DO HORTÊNCIO 1 1
ATLAS SÃO JOSÉ DO NORTE
BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS – 1991
SÃO LUIZ GONZAGA
A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL
1
1
GRANIZO
121
1
1
SÃO MARCOS 1 1
SÃO MIGUEL DAS MISSÕES 1 1
SÃO NICOLAU
Infográfico 6: Síntese das ocorrências
1
de granizos no Estado do Rio Grande do Sul 1 2
SÃO PEDRO DA SERRA 1 1
SÃO PEDRO DO BUTIÁ 1 1
SÃO PEDRO DO SUL 1 1
SÃO SEPÉ 1 1 1 3
SÃO VALENTIM 1 1 1 1 4
SÃO VALENTIM DO SUL 1 1 2
SARANDI 1 1
SEBERI 1 1 2
SEDE NOVA 1 1 2
SEGREDO 1 1
SELBACH 1 1 1 3
SENADOR SALGADO FILHO 1 1
SERAFINA CORRÊA 1 1
SÉRIO 1 1
SETE DE SETEMBRO 1 1
SILVEIRA MARTINS 1 1 2
SINIMBU 1 1 2
SOBRADINHO 1 1 1 3
SOLEDADE 1 1 2
TABAÍ 1 1 2
TAPEJARA 1 1
TAPERA 1 1
TAQUARA 1 1
TAQUARI 1 1 2
TAQUARUÇU DO SUL 1 1
TAVARES 1 1
TENENTE PORTELA 1 1
TIO HUGO 1 1
TIRADENTES DO SUL 1 1 2
TRÊS DE MAIO 1 1
TRÊS FORQUILHAS 1 1
TRÊS PALMEIRAS 1 1 2
TRÊS PASSOS 1 1
TRIUNFO 1 1 1 3
TUCUNDUVA 1 1
TUNAS 1 1 2
TUPANCI DO SUL 1 1
TUPANCIRETÃ 1 1
UBIRETAMA 1 1
UNIÃO DA SERRA 1 1
VACARIA 1 1 1 1 4
VANINI 1 1
VENÂNCIO AIRES 1 1 1 1 4
VERA CRUZ 1 1 2
VERANÓPOLIS 1 1
VESPASIANO CORREA 1 2 3
VIADUTOS Fonte: Brasil (2013) 1 1
VICTOR GRAEFF 1 1
VILA FLORES 1 1
VILA MARIA 1 1 2
VILA NOVA DO SUL 1 1 1 3
UBIRETAMA 1 1
UNIÃO DA SERRA 1 1

122 VACARIA
GRANIZO
VANINI 1
1 ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS – 1991 A 1 –
2012 1 RIO 1GRANDE
VOLUME 4
DO
1
SUL

VENÂNCIO AIRES 1 1 1 1 4
VERA CRUZ 1 1 2
Infográfico 6: Síntese das ocorrências de granizos no Estado do Rio Grande do Sul
VERANÓPOLIS 1 1
VESPASIANO CORREA 1 2 3
VIADUTOS 1 1
VICTOR GRAEFF 1 1
VILA FLORES 1 1
VILA MARIA 1 1 2
VILA NOVA DO SUL 1 1 1 3
VISTA GAÚCHA 1 1

Fonte: Brasil (2013)

CUNHA, G. R. da; SCHEEREN, P. L.; SILVA, M. S. e. Granizo e cereais


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Movimento de Massa
126 Movimento de Massa Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Mapa 8: Registros de movimentos de massa no Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Movimento de Massa
127

N
Quadro 6: Características dos principais tipos de escorregamento
a Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (COBRADE) os mo-
vimentos de massa estão na categoria de desastres naturais do tipo geo- Processos Características do movimento, material e geometria
lógico. Esses movimentos estão associados a deslocamentos rápidos de Vários planos de deslocamento (internos)
solo e rocha de uma encosta onde o centro de gravidade deste material se des- Velocidade de muito baixas (cm/ano) a baixas e descendentes com a
profundidade
loca para fora e para baixo desta feição; e quando ocorrem de forma impercep- Rastejo ou fluência
Movimentos constantes, sazonais ou intermitentes
tível ao longo do tempo são denominados de rastejo (TERZAGHI, 1952). Solo, depósitos, rocha alterada/fraturada
Geometria indefinida
Os movimentos de massa estão relacionados a condicionantes geoló-
Poucos planos de deslocamento (externos)
gicos e geomorfológicos, aspectos climáticos e hidrológicos, vegetação e à Velocidade de médias (km/h) a altas (m/s)
ação do homem relativa às formas de uso e ocupação do solo (TOMINAGA, Pequenos a grandes volumes de material
Geometria e materiais variáveis
2007). Este tipo de desastre assume grande importância em função de sua Escorregamentos
Planares ou translacionais em solos pouco espessos, solos e rochas com um
interferência na evolução das encostas e pelas implicações socioeconômicas plano de fraqueza
Circulares em solos espessos homogêneos e rochas muito fraturadas
associadas aos seus impactos. Em cunha quando em solo e rochas com dois planos de fraqueza
Sem planos de deslocamento
Classificação dos Movimentos de Massa Movimentos do tipo queda livre ou em plano inclinado
Velocidades muito altas (vários m/s)
Material rochoso
Quedas
Os movimentos de massa são classificados levando-se em consideração Pequenos a médios volumes
Geometria variável: lascas, placas, blocos
diferentes critérios como a velocidade, o tipo de material e a geometria da Rolamento de matacões
Tombamento
massa mobilizada. Dentre estes sistemas de classificação destaca-se a pro-
posta de Varnes (1978) a mais utilizada e adotada pela IAEG (International As- Muitas superfícies de deslocamento (internas e externas à massa em
movimentação)
sociation for Engineering Geology and the Enviromment). Nesta classificação Moimento semelhante ao de líquido viscoso
os movimentos de massa são divididos em quedas, tombamento, escorrega- Desenvolvimento ao longo de drenagens
Corridas
Velocidades de média a altas
mentos e corridas, expansões laterais, corridas/escoamentos e movimentos Mobilização de solo, rocha, detritos e água
Grandes volumes de material
combinados. Extenso raio de alcance, mesmo em áreas planas
Augusto Filho (1992) ajustou a classificação dos movimentos de massa Fonte: Augusto Filho (1992)
proposta por Varnes (1978) à dinâmica ambiental brasileira, relacionando os
diferentes tipos desses movimentos com suas características, material envol- lógicos, as fraturas, falhas, foliação e bandeamento composicional, desconti-
vido e geometria, conforme apresentados no Quadro 6 e esquematicamente nuidades no solo, morfologia da encosta e depósitos de encosta. As princi-
representados na Figura 15. pais associações destes aspectos em relação aos movimentos de massa são
as seguintes:
CondicionantesGeológicoseGeomorfológicos • As fraturas e as falhas representam um aspecto de destaque
Os movimentos de massa estão diretamente relacionados aos aspectos na medida em que afetam a dinâmica hidrológica, favorecem
geológicos e geomorfológicos, que são indicadores dos locais mais prová- o intemperismo e podem também gerar uma barreira ao fluxo
veis para a deflagração deste tipo de dinâmica de superfície. Fernandes e de água quando estes planos de fraqueza forem silicificados ou
Amaral (1996) destacam, entre os diversos aspectos geológicos e geomorfo- colmatados.
128 Movimento de Massa Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Figura 15: Representação esquemática dos principais tipos de escorregamento residual jovem. Este horizonte tem como principal característica
o fato de apresentar estrutura reliquiar herdada da rocha de
origem e geralmente apresenta uma condutividade hidráulica
maior atuando muitas vezes como um dreno para os horizontes
mais superficiais (FERNANDES; AMARAL, 1996). Essas estruturas
reliquiares são planos de fraqueza que podem condicionar os
movimentos de massa.
• A morfologia da encosta pode condicionar de forma direta ou
indireta os movimentos de massa. Existe uma correlação direta
entre a declividade e os locais de movimentos de massa. Os
escorregamentos translacionais observados na Serra do Mar estão
associados às encostas retilíneas com inclinações superiores a 30º
(SANTOS, 2004). No entanto, os escorregamentos não ocorrem
necessariamente nas encostas mais íngremes. A atuação indireta
da morfologia da encosta está relacionada ao seu formato, que
determina a convergência ou a divergência dos fluxos de água
subterrânea e de superfície.
• Os depósitos de tálus e de colúvio são heterogêneos e geralmente
apresentam um lençol d’água suspenso. A instabilização
destes depósitos só ocorre por intervenção humana através de
desmatamento ou algum corte para execução de obras civis. As
instabilizações assim geradas são problemáticas devido à grande
massa de material posta em movimento (SANTOS, 2004).

Principais Causas dos Movimentos de Massa


As causas dos movimentos de massa podem ser divididas em externas
e internas. As externas são solicitações que provocam um aumento das ten-
Fonte: MASS... (1968) sões cisalhantes sem que haja um aumento da resistência ao cisalhamento
do material da encosta. Estas solicitações estão relacionadas ao aumento da
• As foliações e bandeamento são importantes em locais
declividade da encosta por processos de erosão ou escavações feitas pelo
onde afloram rochas metamórficas; e estas descontinuidades
homem ou ainda a deposição de material na parte superior da encosta (TER-
interceptam a superfície da encosta com uma atitude desfavorável.
ZAGHI, 1952).
• As descontinuidades do solo estão presentes nos solos residuais Entre as causas externas mais comuns estão os movimentos de massa
no horizonte saprolítico, também conhecido como horizonte induzidos por cortes excessivos no pé das encostas durante a construção de
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Movimento de Massa
129
Figura 16: Escorregamentos translacionais ocorridos em
rodovias e a forma de ocupação Na zona de aeração o solo está parcialmente satu-
1985 nas encostas do Vale do Rio Mogi – SP
desordenada das encostas pelo rado e a água forma meniscos entre as partículas de
homem. Neste tipo de ocupação solo que atraem uma de encontro à outra. Esta força
os principais problemas estão adicional entre as partículas do solo, denominada de
associados aos cortes e aterros, sucção, faz com que ocorra um aumento da resistên-
efetuados para se criar uma re- cia ao cisalhamento do solo.
gião plana para a construção de A água da chuva que se infiltra na encosta reduz
moradias, à drenagem das águas estas forças de contato entre as partículas de solo e
servidas e águas pluviais e ao consequentemente provoca uma redução da resis-
lançamento inadequado de lixo. tência disponível. A água que se infiltrou no solo e
As causas externas provocam um atingiu a zona de saturação pode provocar também
aumento das tensões de cisa- um aumento do nível do lençol freático. Na zona de
lhamento ao longo da superfície saturação a pressão da água reduz as forças de con-
potencial de ruptura. Se estas tato entre as partículas do solo reduzindo assim a ten-
tensões induzidas se igualarem à Fonte: Arquivo IPT (1985 apud SANTOS, 1998) são efetiva e, consequentemente, a resistência ao ci-
resistência ao cisalhamento dis- salhamento disponível. Portanto, a infiltração da água
ponível, do material da encosta, ocorrerão os movimentos de massa. pela superfície do solo e o aumento do nível do lenço freático reduzem a
A foto apresentada na Figura 16 ilustra vários escorregamentos trans- resistência ao cisalhamento de forma que pode ocorrer a ruptura da encosta
lacionais ocorridos na Serra do Mar/SP no vale do Rio Mogi em 1985. Este sem haver a necessidade de que a mesma esteja saturada.
evento deflagrado pelas chuvas está também relacionado à ação indireta do Os movimentos de massa também podem ser deflagrados por um re-
homem. Foi constatado que a floresta desta região do vale apresentava um baixamento rápido do lençol freático. Este tipo de movimento é comum nas
acelerado processo de deterioração devido à poluição atmosférica gerada encostas localizadas ao longo das margens dos rios. A variação do nível de
pelo polo industrial de Cubatão. Vários estudos revelaram que a cobertura água do rio interfere no nível de água subterrânea (lençol freático) de suas
vegetal impede o acesso ao solo de até 20% do total pluviométrico precipi- margens. Nos momentos em que o nível de água do rio aumenta, o nível
tado (SANTOS, 2004). da água subterrânea tende a acompanhar este movimento. Quando há um
As causas internas são aquelas que provocam um movimento de mas- rebaixamento rápido do nível do rio, o nível de água subterrânea pode não
sa sem que haja modificações das condições superficiais, ou seja, sem que acompanhar este rebaixamento deixando uma região da encosta, acima da
ocorra aumento das tensões cisalhantes e sim uma redução da resistência ao superfície crítica de escorregamento, saturada, o que aumenta o peso do
cisalhamento do material da encosta. As causas internas mais comuns estão solo, e diminui as tensões efetivas com a consequente redução da resistência
associadas a um aumento do poro pressão, decréscimo da coesão do mate- ao cisalhamento disponível.
rial do talude e variações do lençol freático (TERZAGHI, 1952). Portanto, os fatores deflagradores dos movimentos de massa estão as-
As causas internas estão relacionadas principalmente à presença da sociados às causas externas, que fazem com que ocorra um aumento das
água, que pode afetar a estabilidade da encosta de diferentes maneiras. No tensões solicitantes, e às causas internas, que promovem uma redução da
interior da massa do solo a água pode estar presente na zona de aeração, resistência ao cisalhamento disponível. O Quadro 7 apresenta a ação destes
acima do lençol freático, ou na zona de saturação, abaixo do lençol freático. fatores associada aos fenômenos deflagradores do movimento de massa.
130 Movimento de Massa Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Quadro 7: Principais fatores deflagradores de movimentos de massa


ra. Essa região está submetida a precipitações bem distribuídas ao longo de
Ação Fatores Fenômenos geológicos/antrópicos todo o ano, com ocorrência de geadas e eventuais precipitações de neve,
Remoção de massa (lateral ou Erosão, escorregamentos, cortes e nela destacam-se as cidades de São José dos Ausentes, Cambará do Sul,
da base) São Francisco de Paula, Gramado, Canela, Bom Jesus, Vacaria, Caxias do Sul
Peso da água da chuva, neve, granizo etc. e Garibaldi, dentre outras (VIERO; SILVA, 2010).
Acúmulo natural de material (depósitos)
Sobrecarga A escarpa da Serra Geral contorna o Planalto dos Campos Gerais com
Aumento da Peso da vegetação
solicitação Construção de estruturas, aterros etc. um relevo de transição entre este planalto e a planície costeira, apresentan-
Solicitações dinâmicas
Terremotos, ondas, vulcões etc. do declividade acentuada (declividade entre 25º e 45º), depósitos de tálus e
Explosões, tráfego, sismos induzidos.
de colúvios nas baixas vertentes, amplitude de relevo superior a 300 m, solos
Água em trincas, congelamento, material rasos e afloramentos de rocha. Esta região é muito suscetível a processos de
Pressões laterais
expansivo
erosão laminar e movimentos de massa do tipo escorregamento translacio-
Características inerentes ao Características geomecânicas do material,
material (geometria, estruturas) tensões nal seguidos de fluxo de lama e de detritos que provocam grandes danos
Redução da materiais (VIERO; SILVA, 2010).
resistência Intemperismo – redução da coesão e
Mudanças ou fatores variáveis atrito Com relação aos aspectos climáticos, a ocorrência dos escorregamentos
Elevação do nível d’água.
está associada às chuvas intensas, muitas vezes, num curto período de tempo.
Fonte: Varnes (1978)
No Rio Grande do Sul, este tipo de chuva é característico do choque de mas-
sas de ar com propriedades físicas distintas, geralmente associadas à invasão
No Estado do Rio Grande do Sul, os desastres relacionados a movimen- de massas polares sob massas tropicais e úmidas que configuram o avanço
tos de massa somam 6 registros oficiais, caracterizados como deslizamen- de frentes frias. As frentes frias podem provocar fortes chuvas e tempestades.
tos de solo e ou rocha, espacializados em 6 municípios. Dos 6 deslizamentos, Estas chuvas, muitas vezes, deflagram escorregamentos que, não raro, podem
5 deles ocorreram na Mesorregião Metropolitana de Porto Alegre atingindo se tornar catastróficos (TOMINAGA; SANTORO; AMARAL, 2009).
os municípios de Gramado, Nova Petrópolis, Novo Hamburgo, Riozinho e A ocorrência de frentes frias é constante no estado, com frequência de
Rolante. A outra mesorregião atingida foi a do Sudoeste-Riograndense, com 5 a 7 vezes por mês (OLIVEIRA, 1986). Deste modo, os eventos relacionados
um deslizamento ocorrido no município de São Borja. No Mapa 8 estão in- aos movimentos de massa não sucederam concentrados em meses especí-
dicados todos os municípios do Rio Grande do Sul atingidos por movimento ficos, ocorrendo em 6 meses diferentes, conforme os dados de frequência
de massa com os seus respectivos quantitativos. mensal apresentados no Gráfico 24, com 1 registro nos meses de janeiro,
Os municípios onde ocorreram 5 dos movimentos de massa, que totali- abril, junho, julho, agosto e setembro.
zaram 6 eventos, localizam-se no nordeste do Estado do Rio Grande do Sul Os danos humanos ocasionados por movimentos de massa no Estado
na região denominada de Planalto dos Campos Gerais e Escarpa da Serra do Rio Grande do Sul estão apresentados no Gráfico 25. Observa-se que
Geral. O Planalto dos Campos Gerais corresponde ao ponto mais elevado 6.697 pessoas foram de alguma forma afetadas pelos deslizamentos de solo
do Planalto das Araucárias, sendo composto por uma sucessão de derrames e ou rocha, 3 pessoas foram fatalmente atingidas, 90 ficaram desabrigadas e
de basalto, andesito, riolito e dacito da Formação Serra Geral, com altitudes 1.784 foram desalojadas.
que variam entre 600 e 1.300 m. O relevo produzido pela rede de drenagem No Infográfico 7 estão todos os municípios atingidos por movimentos
apresenta um desnivelamento inferior a 40 m formando colinas muito amplas de massa no período de 1991 a 2012, com suas respectivas quantidades de
e suaves (declividade de 2º a 5º) que apresentam solo de pequena espessu- eventos e a frequência anual. Os dois primeiros registros oficiais levantados
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Movimento de Massa
131
Gráfico 24: Frequência mensal de movimentos de massa no
foram no ano de 2002, referentes a deslizamentos. O primeiro deles foi no
Estado do Rio Grande do Sul, período de 1991 a 2012
mês de janeiro no município de São Borja, devido a elevadas precipitações
3 pluviométricas ocorridas num período de 11 dias com um acumulado de 359
mm.
O segundo registro foi no mês de junho em Gramado, ocorrendo um
Frequência Mensal

escorregamento de encosta com grandes proporções, envolvendo a área re-


2
sidencial, o sistema viário e as propriedades voltadas ao turismo. O principal
agente deflagrador foi as chuvas excepcionais (250 mm acumulados em 12
dias) com pico de precipitação de 70 mm no dia do evento.
1 1 1 1 1 1
1 Os próximos desastres por deslizamentos ocorreram em agosto de 2005
(no município de Riozinho), setembro de 2009 (em Nova Petrópolis), julho
de 2010 (em Rolante), e abril de 2011 (em Novo Hambugo). Os três casos
0 de mortes por deslizamentos ocorreram neste último evento, quando toda
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez a região de Novo Hamburgo sofreu com os volumes excessivos das precipi-
tações pluviométricas ocorridas no período de 13 dias (aproximadamente
Fonte: Brasil (2013)
143 mm) que causaram o extravasamento de diversos córregos que cortam a
cidade, o que acabou deflagrando o deslizamento de encosta.
Gráfico 25: Danos humanos ocasionados por movimentos de massa
no Estado do Rio Grande do Sul no período de 1991 a 2012

7.000 6.697
Número de pessoas atingidas

6.000
5.000
4.000
3.000
2.000 1.784

1.000
3 16 38 90 64
0
Mortos

Feridos

Enfermos

Desabriga-

dos

Desalojados

Desapareci-

dos

Outros

Afetados

Fonte: Brasil (2013)


132 MOVIMENTO DE MASSA ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS – 1991 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL

Infográfico 7: Municípios atingidos por movimentos de massa no período de 1991 a 2012

Movimentos de Massa 2
Eventos por ano
1

Totais por ano 2 1 1 1 1 6


Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Total
GRAMADO 1 1
NOVA PETRÓPOLIS 1 1
NOVO HAMBURGO 1 1
RIOZINHO 1 1
ROLANTE 1 1
SÃO BORJA 1 1

Fonte: Brasil (2013)

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Erosão
136 Erosão Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Mapa 9: Registros de erosões no Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012


Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Erosão
137

I
ntegrante da dinâmica superficial da terra, a erosão constitui-se como o Tratando-se da classificação das erosões, Zachar (1982 apud CARVALHO
principal modelador fisiográfico do planeta. Agrupada por processos mó- et al., 2006) relaciona os principais tipos e seus fatores ativos conforme o
veis e imóveis que destroem as rochas (OLIVEIRA; BRITO, 1998), converte Quadro 8:
energia em trabalho mecânico, seguindo um complexo processo de desa-
Quadro 8: Classificação da erosão pelos fatores ativos
gregação e transporte de matéria, atuando de modo conjugado com pro-
cessos pedogenéticos. Fator Termo
Dentre os conceitos de erosão dados pela literatura, pode-se relacionar: 1. Água Erosão hídrica
• Processo de desagregação e remoção de partículas do solo ou 1.1. chuva Erosão pluvial
de fragmentos e partículas de rochas pela ação combinada da 1.2. fluxo superficial Erosão laminar
gravidade com a água, vento, gelo e/ou organismos (plantas e 1.3. fluxo concentrado Erosão linear (sulco, ravina, voçoroca)
animais) (IPT, 1986).
1.4. rio Erosão fluvial
• Conjunto de fenômenos naturais envolvendo a formação
1.5. lago, reservatório Erosão lacustrina ou límica
de materiais detríticos provenientes da decomposição e
1.6. mar Erosão marinha
desagregação das rochas e solos das camadas mais superficiais
da crosta terrestre (CARVALHO et al., 2006). 2. geleira Erosão glacial

3. neve Erosão nival


• Destruição das reentrâncias ou saliências do relevo, tendendo a
um nivelamento (GUERRA, 1993). 4. vento Erosão eólica

• A desagregação, o transporte e a deposição do solo, subsolo 5. terra, detritos Erosão soligênica

e rochas em decomposição, pelas águas ventos ou geleiras 6. organismos Erosão organogênica


(GALETI, 1982). 6.1. plantas Erosão fitogênica

• Processo de desagregação, transporte e deposição de 6.2. animais Erosão zoogênica


partículas componentes do solo causado pela ação da água ou 6.3. homem Erosão antropogênica
pelo vento, que tem início na remoção da cobertura vegetal Fonte: Zachar (1982 apud CARVALHO et al., 2006)
pelo homem para cultivar o solo (BERTONI; LOMBARDI NETO,
1999).
Em síntese, relacionada à forma como surge, o mais comum é classificar
• Consiste no desgaste, afrouxamento do material rochoso e a erosão em quatro grandes grupos: erosão hídrica, erosão eólica, erosão
na remoção dos detritos através dos processos atuantes na glacial e erosão organogênica (CARVALHO et al., 2006).
superfície da Terra (BIGARELLA, 2003). Dentre as tipologias, a erosão hídrica, ou derivada do fator água, é a
Segundo Oliveira e Brito (1998), de forma geral, os processos erosivos mais atuante no território brasileiro. Associados à precipitação de chuvas,
são abordados por erosão natural ou geológica (desenvolvimento equilibra- canais de drenagem dos rios e, nas regiões costeiras, sob a ação do mar, os
do com a formação do solo) e erosão acelerada ou antrópica (intensidade processos erosivos modelam a paisagem e ocasionam desastres pela proxi-
superior à formação do solo, não permitindo recuperação natural). midade humana.
138 Erosão Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Enquanto a dinâmica da erosão segue uma evolução natural, o siste- O Quadro 9 estabelece alguns parâmetros mensuráveis em relação à
ma ambiental mantém-se em equilíbrio dinâmico. Porém, a partir das inter- terminologia e à forma de ocorrência dos tipos de erosão.
venções antrópicas, o processo de erosão tende a se acelerar (TOMINAGA;
Quadro 9: Terminologia de processos erosivos em relação à sua forma de ocorrência
SANTORO; AMARAL, 2009). Exemplo disso é a ocupação do solo de forma
desordena pelo homem, podendo ocasionar a perda de solos férteis, asso- Terminologia Forma de ocorrência
reamento, poluição, e redução dos corpos d’água, redução do volume de Erosão Laminar Sem formação de canais
Erosão Linear Formação de filetes de fluxo de água
água de abastecimento, diminuição da agropecuária e ocorrências de de- Sulco Incisões na superfície de até 0,5 m de profundidade.
sastres urbanos com perda de vidas humanas. Ocorrendo de modo direto e Ravinas Escavações superiores a 0,5 m de forma retilínea, alongada e estreita.
Boçorocas A erosão atinge lençol freático, evoluindo lateral e longitudinalmente.
previsível, os processos erosivos são capazes de destruir habitações e obras
de infraestrutura, e são apontados como um dos principais problemas nas Fonte: PROIN/CAPES; UNESP/IGCE (1999 apud TOMINAGA et al., 2009)
áreas urbanas, destacando-se pela rapidez como ocorrem, pelas dimensões
que atingem e pelos problemas que geram (CARVALHO et al., 2006). No que diz respeito a ocorrências do fenômeno no Brasil, pelo fato de
Segundo Kobiyama et al. (2006), erosão do solo é tratada como desas- o País estar sujeito ao clima tropical, caracterizado por elevada pluviosidade
tre crônico que gera sérios prejuízos ambientais, especialmente em longo e taxa de intemperismo químico, torna-se mais suscetível à erosão. Segun-
prazo, podendo causar desertificação, degradação, assoreamento dos rios, do (BOTELHO; GUERRA, 2003), regiões como o Noroeste do Paraná, Planalto
entre outros, e resultar na incidência de mais eventos catastróficos, como Central, Oeste Paulista, Campanha Gaúcha, Triângulo Mineiro e Médio Vale do
escorregamentos e inundações. Paraíba do Sul são as mais críticas quanto à incidência de processos erosivos.
Conforme Carvalho et al. (2006), dois são os elementos centrais para o
desencadeamento de um processo erosivo, a erosividade da água (elemento ErosõesAssociadasaCanaisdeDrenagemdosRios
ativo) e a erodibilidade do solo (elemento passivo), que associados aos fato-
res moduladores (clima, precipitação, grau de intervenção, tipo de cobertura A erosão fluvial corresponde ao processo erosivo que ocorre nas calhas
de solo, geologia, tipo de solo etc.) potencializam a sua ocorrência. dos rios, e é dependente da interação de quatro mecanismos gerais: ação
hidráulica da água (transporte pela força das águas); ação corrosiva (mate-
Erosões Associadas à Precipitação de Chuvas riais do fluxo atritam sobre camadas rochosas das margens e dos fundos dos
rios); ação abrasiva (processo onde o material em trânsito nos rios é erodido);
Em relação à classificação dos processos erosivos, quando estes são e por último, a ação por corrosão ou diluição química (água como solvente
gerados pela chuva, provocam desagregação das partículas, remoção e dilui os sais solúveis liberados das rochas em consequência da ação mecâni-
transporte pelo escoamento superficial e deposição de sedimentos. Podem ca). Pode ocorrer de duas formas genéricas: lateral (desgaste nas margens,
ocorrer de forma laminar e linear, ou por influência de fluxos de água sub- contribuindo para alargamento dos vales), ou vertical (aprofundamento do
superficiais (lençol freático), formando processos conhecidos por voçoroca leito dos rios) (CASTRO, 2003).
ou boçoroca; e podem desenvolver ainda erosão interna ou entubamento Outros termos conhecidos na bibliografia associados a este tipo de proces-
(piping) (OLIVEIRA et al., 1998). so são: erosão marginal (responsável pelo transporte de solo dos taludes margi-
Para Carvalho et al. (2006), a classificação da erosão depende do seu nais dos rios, provocado pela ação erosiva das águas no canal de drenagem), e
estado evolutivo, podendo ser classificada em três tipos: superficial (laminar), solapamento (ruptura de taludes marginais dos rios por erosão e ação instabili-
erosão interna e erosão linear (sulco, ravina, voçoroca). zadora da água durante ou logo após enchentes e inundações) (BRASIL, 2007).
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Erosão
139

Erosões Associadas a Regiões Costeiras sob a Classificação e Codificação Brasileira de


Ação do Mar Desastres (COBRADE)
Na zona costeira, região de depósito de sedimentos dos rios, onde a Segundo a Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (COBRA-
energia potencial da água doce chega a zero, são atribuídos novos agentes DE), proposta em 2012, os processos erosivos foram divididos em:
de erosão, transporte e deposição: ondas, correntes e marés (OLIVEIRA; BRI- • Erosão Costeira/Marinha - Processo de desgaste (mecânico ou
TO, 1998). químico) que ocorre ao longo da linha da costa (rochosa ou
De acordo com Castro (2003), a ação de ondas, correntes e marés pode praia) e se deve à ação das ondas, correntes marinhas e marés;
causar acentuada erosão costeira e/ou marinha nas margens litorâneas, pro-
• Erosão de Margem Fluvial - Desgaste das margens dos rios que
movendo o modelamento destrutivo do relevo, bem como construtivo, re-
provoca desmoronamento de barrancos, o qual ocorre por meio
sultando em acumulação marinha e, como consequência, originando praias,
dos processos de corrosão (químico), atrito (mecânico) e cavitação
recifes, restingas e tômbolos.
(fragmentação das rochas devido à grande velocidade da água); e
Pertencentes a processos costeiros, a energia das ondas, juntamente
• Erosão Continental – O processo erosivo causado pela água das
com a intensidade e recorrências das tempestades, acaba por comandar a
chuvas, subdividido nesta classificação como: laminar, ravinas e
dinâmica dos processos de erosão e acumulação na interface com o conti-
boçorocas.
nente (GUERRA; CUNHA, 2009).
Na condição de agente de erosão, o mar atua com os mecanismos de Integrantes da categoria de desastre classificado como Natural, no Gru-
ação hídrica sobre o relevo litorâneo, com a desagregação das rochas; de po Geológico, os processos erosivos estão alocados no Subgrupo Erosão,
ação corrosiva (erosão mecânica), com o desgaste do relevo pelo atrito de codificados conforme º Quadro 10.
fragmentos de rocha e areia em suspensão; de ação abrasiva, com o desgas-
Quadro 10: Codificação processos erosivos segundo a COBRADE
te dos fragmentos de rochas em suspensão; e de ação corrosiva, diluindo
os sais solúveis provenientes da desagregação das rochas e de restos de Código/Descrição
animais marinhos (CASTRO, 2003). 1.1.4 Erosão
Os processos erosivos atuantes na costa estão relacionados às carac- 1.1.4.1.0 Erosão costeira/marinha
terísticas geológicas do relevo litorâneo e topográficas da faixa de contato 1.1.4.2.0 Erosão de margem fluvial
1.1.4.3 Erosão continental
entre o mar e o litoral; à intensidade, duração e sentido dos ventos domi- 1.1.4.3.1 laminar
nantes na região; à intensidade e sentido das correntes marinhas locais; à 1.1.4.3.2 ravinas
1.1.4.3.3 boçorocas
intensidade e altura das marés; à intensidade das ondas; à maior ou menor
Fonte: COBRADE ([2012?])
proximidade da foz de rios; e às atividades antrópicas que contribuam para
alterar o equilíbrio dinâmico local (CASTRO, 2003). As condições que levam a um processo erosivo, assim como a deflagra-
ção de um escorregamento e quedas de blocos, devem ser corretamente
entendidas e diferenciadas, pois delas será fundamental avaliar o perigo, ou
seja, o que pode ocorrer, em que condições e com que probabilidade (CAR-
VALHO et al., 2006). Espera-se assim, que o conhecimento e a qualidade so-
140 Erosão Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

bre os registros possam avançar ainda mais, ganhando-se em confiabilidade gem fluvial, registrado no ano de 2002, conforme o Gráfico 26. O município
e uso na gestão de riscos e ações mitigadoras. afetado, Pantano Grande, localiza-se na Mesorregião Centro Oriental Rio-
Grandense, conforme Mapa 9.
Registros das Ocorrências O Gráfico 26 apresenta a frequência anual dos desastres vinculados
aos processos erosivos ocorridos no Estado do Rio Grande do Sul entre
Para análise estatística dos desastres provocados por erosão entre 1991 1991 e 2012.
a 2012 no Estado do Rio Grande do Sul, foram enquadrados os registros
Gráfico 26: Frequência anual de desastres por erosão no Estado
em conformidade a nova Classificação e Codificação Brasileira de Desastres
do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012
(COBRADE). Dentre as tipologias atuantes no estado (Tabela 17), foram iden-
tificadas as erosões de Margem Fluvial. 1,4 Frequência Erosão Margem Fluvial

Tabela 17: Registro de ocorrências de acordo com sua tipologia no Estado do Rio Grande do Sul 1,2
Terminologia Quantidade de Ocorrências/Registros
1

Frequência anual
1
Erosão de Margem Fluvial 01
Fonte: Brasil (2013) 0,8
0,6
As mudanças morfológicas dos padrões de drenagem dos canais estão
relacionadas basicamente a processos erosivos de margem fluvial, modelan- 0,4
do o relevo em sua volta e influenciando diretamente na população ribeiri- 0,2
nha, que por vezes acaba sendo afetada.
O fenômeno erosivo ocorre quando a água atua sobre uma das margens 0

1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
e provoca um processo de erosão subterrânea e minagem. Esta ação erosiva
abre extensas cavernas subterrâneas até que uma súbita ruptura provoca a
queda do solo da margem, que é tragado pelas águas. Acontece, normal- Fonte: Brasil (2013)
mente, em terrenos sedimentares, de natureza arenosa (CASTRO, 2003).
Por sua dinâmica e característica geomorfológica, os rios são importan- A ocorrência deste tipo erosivo geralmente está atrelada ao elevado
tes agentes de sedimentação e erosão (acréscimo e perda de terras). A in- índice das precipitações e ao aumento da velocidade do escoamento dos
tensidade desse balanço de ganho e perda de terras pode ser sentida pelos rios. O Estado do Rio Grande do Sul registrou o desastre no mês de outubro,
processos graduais de cheias sazonais ou durante eventos adversos de lon- como expressa o Gráfico 27.
gos períodos de chuvas. Com relação à frequência mensal apresentada pelo Gráfico 27, fica difí-
A distribuição de eventos relatados nos bancos de dados compilados cil estabelecer um padrão de análise, uma vez que o número de registros é
pelo CEPED/UFSC e CENAD/SEDEC/MI no Estado do Rio Grande do Sul reduzido.
está elencada no Mapa 9. De acordo com os documentos oficiais, a decretação de situação de
No Estado do Rio Grande do Sul, entre os anos de 1991 e 2012, ocorreu emergência deveu-se ao risco de ruptura na barragem do Guabiju, causado
somente 1 registro oficial de desastre natural causado por erosão de mar- por infiltração e escorregamento em decorrência de precipitações pluviais e
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Erosão
141
Gráfico 27: Frequência mensal de desastres por erosão no Estado Gráfico 28: Danos humanos causados por erosão no Estado
do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012 do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012

1,4 Frequência Erosão Margem Fluvial 70 63

Número de pessoas atingidas


1,2
60
1
Frequência Mensal

1
50
0,8 40
40
0,6
30
0,4 20
0,2 10
0 0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Mortos

Feridos

Enfermos

Desabrigados

Desalojados

Desaparecidos

Outros

Afetados
Fonte: Brasil (2013)

das condições geográficas do terreno, com o excesso de água e desponte


insuficiente.
A erosão fluvial é um processo de erosão hídrica que atua como mode- Fonte: Brasil (2013)
lador da paisagem e pode, ou não, ocasionar danos econômicos e sociais.
Esta tipologia afeta principalmente as habitações e as estruturas edificadas e evidente especialmente durante épocas das cheias dos rios, e de forma
às margens dos rios, e pode ser potencializada pela intervenção humana perturbadora nas cheias excepcionais (PETRY; VERBDUM, 2004).
devido à ocupação desordenada. Com relação aos danos materiais por processos erosivos, o Estado do
Os danos provocados pelo evento de erosão fluvial em 2002 compro- Rio Grande do Sul não apresentou registros.
meteram o fornecimento de água à população do município, visto que a bar- O Infográfico 8 apresenta um resumo de todos os registros oficiais do
ragem era a fonte de captação de água pela Companhia Riograndense de Estado do Rio Grande do Sul.
Saneamento (CORSAN), desalojando 40 pessoas no município de Pantano
Grande, conforme Gráfico 28.
Os processos erosivos fluviais causam maiores danos à população quan-
to sua urbanização se aproxima dos leitos dos rios. A retirada da vegetação
local e a construção de edificações podem acelerar e intensificar processos
de desestabilização do solo, aumentando as chances da ocorrência deste
tipo erosivo. A proximidade da ocupação rente aos rios pode trazer, na maio-
ria das vezes, erosão causada pelo solapamento, o qual se torna mais intenso
142 EROSÃO ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS – 1991 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL

Infográfico 8: Síntese das ocorrências de erosão no Estado do Rio Grande do Sul

1,5

Erosões 1
Eventos por ano
0,5

Totais por ano 1 1


Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Total
PANTANO GRANDE 1 1

Fonte: Brasil (2013)

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Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Erosão
143
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Incêndio Florestal
146 Incêndio Florestal Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Mapa 10: Registros de incêndios no Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Incêndio Florestal
147

O
incêndio florestal corresponde à classificação dos desastres naturais sualização, o registro foi espacializado no Mapa 10, onde pode ser vista a
relacionados com a intensa redução das precipitações hídricas. É um localização do município afetado e seu respectivo número de registro.
fenômeno que compõe esse grupo, pois a propagação do fogo está De acordo com o Mapa 10, verifica-se que, dos 497 municípios somen-
intrinsecamente relacionada com a redução da umidade ambiental e ocorre te 1 deles (0,2%) foi atingido por incêndio florestal, Salvador das Missões, ,
com maior frequência e intensidade nos períodos de estiagem e seca. localizado na Mesorregião Noroeste Rio-Grandense, que teve 1 registro de
A classificação dos incêndios florestais está relacionada: ao estrato flo- desastre natural por incêndio decretado durante o período considerado.
restal, que contribui dominantemente para a manutenção da combustão; ao Ao analisar o aspecto climático como predominante na deflagração des-
regime de combustão; e ao substrato combustível (CASTRO, 2003). se tipo de evento adverso, verifica-se, no Gráfico 29, que janeiro foi o único
Este fenômeno pode ser provocado por: causas naturais, como raios, mês que apresentou ocorrência.
reações fermentativas exotérmicas, concentração de raios solares por pe-
daços de quartzo ou cacos de vidro em forma de lente e outras causas; im- Gráfico 29: Frequência mensal de registros de incêndios florestais no
Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012
prudência e descuido de caçadores, mateiros ou pescadores, através da
propagação de pequenas fogueiras, feitas em seus acampamentos; fagulhas 14
provenientes de locomotivas ou de outras máquinas automotoras, consumi-
doras de carvão ou lenha; perda de controle de queimadas, realizadas para 12

Frequência Mensal
limpeza de campos ou de sub-bosques; além de incendiários e/ou piroma- 10
níacos. Pode iniciar-se de forma espontânea ou em consequência de ações 8
e/ou omissões humanas. Mesmo neste último caso, os fatores climatológicos
e ambientais são decisivos para incrementá-los, pois facilitam a sua propaga- 6
ção e dificultam o seu controle (CASTRO, 2003). 4
Para que um incêndio se inicie e se propague, é necessária a conjunção 2 1
dos seguintes elementos condicionantes: combustíveis, comburente, calor
e reação exotérmica em cadeia. A propagação é influenciada por fatores 0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
como: quantidade e qualidade do material combustível; condições climáti-
cas, como umidade relativa do ar, temperatura e regime dos ventos; tipo de Fonte: Brasil (2013)
vegetação e maior ou menor umidade da carga combustível; e topografia da
área (CASTRO, 2003). Em relação à frequência anual de incêndios, conforme se pode ob-
Os incêndios atingem áreas florestadas e de savanas, como os cerrados servar no Gráfico 30, nos onze primeiros anos da pesquisa não foram re-
e caatingas. De uma maneira geral, queimam mais facilmente: os restos ve- gistrados desastres causados por incêndios florestais em documentos ofi-
getais; as gramíneas, os líquens e os pequenos ramos e arbustos ressecados. ciais da Defesa Civil.
A combustão de galhos grossos, troncos caídos, húmus e de raízes é mais Os incêndios, em condições naturais, podem ser iniciados localmen-
lenta (CASTRO, 2003). te como consequência direta de condições meteorológicas propícias, tais
As ocorrências de incêndios florestais no Estado do Rio Grande do Sul, como a falta de chuva, altas temperaturas, baixa umidade do ar, déficit hídri-
entre os anos de 1991 e 2012, totalizaram 1 registro oficial. Para melhor vi- co e ventos fortes (JUSTINO; ANDRADE, 2000).
148 INCÊNDIO FLORESTAL ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS – 1991 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL

Gráfico 30: Frequência anual de registros de incêndios florestais no


Ao se analisar o Infográfico 9, o único ano que apresenta registro de
Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012
incêndio é 1998, com 1 episódio do evento adverso.
7
6
Frequência anual

5
4
3
2
1 1
0
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Fonte: Brasil (2013)

Infográfico 9: Síntese das ocorrências de incêndios florestais no Estado do Rio Grande do Sul

1,5

Incêndios 1
Eventos por ano
0,5

Totais por ano 1 1


Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Total
SALVADOR DAS MISSÕES 1 1

Fonte: Brasil (2013)

CASTRO, Antônio Luiz Coimbra de. Manual de desastres: desastres


Referências naturais. Brasília (DF): Ministério da Integração Nacional, 2003. 182 p.

JUSTINO, F. B.; ANDRADE, K. M. Programa de monitoramento de


BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Secretaria Nacional de Defesa queimadas e prevenção de controle de incêndios florestais no arco
Civil. Banco de dados e registros de desastres: sistema integrado de do desflorestamento na Amazônia (PROARCO). In: CONGRESSOS
informações sobre desastres - S2ID. 2013. Disponível em: <http://s2id. BRASILEIROS DE METEOROLOGIA - CBMET, 11., 2000, Rio de Janeiro.
integracao.gov.br/>. Acesso em: 10 mar. 2013. Anais... Rio de Janeiro: Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos,
out. 2000. p. 647-653.
Tornado
150 Tornado Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Mapa 11: Registros de granizos no Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul tornado
151

D
entre os fenômenos extremos que ocorrem no Brasil, os tornados são que a região Sul do Brasil é uma das mais favoráveis para a ocorrência de
pouco estudados. Isto se deve, principalmente, à dificuldade de mo- tempestades severas e, consequentemente, de tornados.
nitoramento e previsibilidade do fenômeno, que por sua vez reflete a Devido à grande dificuldade de inserir equipamentos de medição no
súbita natureza dos tornados e a falta de equipamentos necessários para a interior dos tornados, há uma ampla utilização da estimativa da intensidade
sua correta identificação. De maneira geral, os tornados estão associados às do fenômeno, que é realizada através de medições de radares doppler e
tempestades severas que se desenvolvem em ambientes instáveis e formam- de avaliação dos danos em campo. Existem diversas escalas para a classifi-
se na base de sistemas convectivos, também denominados de mesociclones cação conforme os danos ocasionados, entretanto a mais utilizada é escala
ou supercélulas (MARCELINO; FERREIRA; CONFORTE; 2003). Fujita – Pearson (Tabela 18) (KOBIYAMA et al., 2006; MARCELINO; MARCE-
Huschke (1959 apud DOSWELL; BRUGESS, 1993) define tornado como LINO; SUSEN, 2007).
uma coluna de ar girando violentamente, pendente a uma nuvem cúmulos-
Tabela 18: Escala de intensidade Fujita-Pearson
-nimbus e quase sempre observado como uma “nuvem funil”. Para serem
caracterizados como tornado, os ventos que formam o fenômeno devem Escala Categoria Intensidade (km/h) Comprimento (km) Largura (m) Danos

causar danos na superfície terrestre. F0 Fraco 65-116 0 – 1,6 0 – 16 Leves

Segundo a Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (COBRA- F1 Fraco 119-177 1,6 – 5 17 – 50 Moderados

DE), proposta em 2012, o tornado é caracterizado por uma coluna de ar que F2 Forte 180-249 5,1 – 15,9 51 – 160 Consideráveis

gira de forma violenta e muito perigosa, estando em contato com a terra e a F3 Forte 252-332 16 – 50 161 – 508 Severos
F4 Violento 335-418 51 – 159 540 – 1.400 Devastadores
base de uma nuvem de grande desenvolvimento vertical. Essa coluna de ar
F5 Violento 421-512 161 - 507 1.600 – 5.000 Incríveis
pode percorrer vários quilômetros e deixa um rastro de destruição pelo ca-
Fonte: Kobiyama et al. (2006)
minho percorrido. Observa-se que esta definição não comenta sobre a “nu-
vem funil”, uma das principais características do tornado.
A tromba d´água é um tipo de tornado que ocorre sobre oceanos, gran- Ressalta-se que, de maneira geral, há uma confusão entre o registro
de lagos ou lagoas ou, ainda, sobre qualquer superfície aquática ampla o su- de tornado e o de vendaval. Quando a destruição for ocasionada por uma
ficiente para o seu deslocamento. Contudo, é comum haver o incorreto em- “nuvem funil” ou “redemoinho” e a destruição seguir uma trajetória linear,
prego do termo tromba d’água para intensas e concentradas precipitações tratar-se-á de um tornado. Quando a destruição for causada por ventos
ou para ondas de cheias originadas nas cabeceiras das bacias hidrográficas e abrangendo uma extensa área, tratar-se-á de um vendaval (KOBIYAMA et al.,
que se deslocam rapidamente pelo canal. 2006). Como no Brasil o monitoramento de tempestades severas em escala
Conforme argumentam Brooks e Doswell (2001), os tornados têm sido local, bem como os sistemas de alerta para eventos extremamente súbitos,
observados em todos os continentes, exceto na Antártica. No Brasil, os tor- como os tornados, ainda são incipientes, a correta identificação do fenôme-
nados eram eventos praticamente desconhecidos para a grande maioria da no contribui para a identificação de locais mais susceptíveis à sua ocorrência.
população há apenas algumas décadas, mas cuja ocorrência tem sido men-
cionada com maior frequência. Entre 1960 e 2008, mais de 158 episódios Registros das Ocorrências
de tornados foram registrados, principalmente nos estados da Região Sul
e em alguns das Regiões Sudeste e Centro-Oeste (SILVA DIAS, 2011). Esta O estado do Rio Grande do Sul possui 8 registros oficiais de tornado
tendência é também apresentada por Nascimento (2005), que demonstra entre os anos de 1991 e 2012. O Mapa 11 apresenta a distribuição espacial
desses registros no território gaucho, indicando que a maioria dos eventos
152 Tornado Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

ocorreu na mesorregião Noroeste Rio-Grandense, com exceção de apenas registrados por esses municípios podem estar mais relacionados a intensas
2 eventos, registrados nas mesorregiões Metropolitana de Porto Alegre e precipitações e/ou vendavais resultantes de tempestades severas.
Nordeste Rio-Grandense. Como demonstra o Gráfico 32, a maior parte dos desastres ocorreu nos
Dos oito tornados que causaram desastres, 2 ocorrem em Braga e ou- meses de outubro e novembro. Dos quatro eventos ocorridos em 2003, três
tros 2 em Três de Maio. Os municípios de Canela, Muitos Capões, Seberi e ocorreram em outubro. Conforme o CPTEC/INPE (2003), no mês de outubro
Trindade do Sul registraram 1 evento cada. Diferentemente dos desastres hi- de 2003, a maioria dos sistemas frontais esteve associada à formação de ci-
drológicos, como inundações e alagamentos, os fatores antrópicos não con- clogêneses que causaram chuvas, ventos fortes e queda de granizo na Re-
tribuem de maneira significativa para a deflagração desse tipo de fenômeno. gião Sul do Brasil, o que pode explicar a formação de tempestades severas
Dessa maneira, a relação entre população e desastres naturais, observada e os eventos extremos registrados.
nos demais desastres, não se aplica para as ocorrências de tornado. Ressalta-se que a ocorrência de tornados no estado ainda é pouco es-
O Gráfico 31 apresenta a frequência anual de tornados no Estado do tudada e registrada, o que impede o estabelecimento de uma tendência
Rio Grande do Sul. Dos quatro tornados registrados em 2003, três o foram mensal apenas por meio dos registros oficiais.
na mesma data, nos municípios de Braga, Seberi e Trindade do Sul, que des-
Gráfico 32: Frequência mensal de tornados no Estado do
creveram os desastres como tromba d’água associada a vendaval e granizo,
Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012
com intensas chuvas. Como já comentado, a tromba d’água é a ocorrência
de um tornado sobre uma superfície aquática. Dessa maneira, os eventos 5 Frequência

Frequência Mensal
Gráfico 31: Frequência anual de tornados no Estado do Rio
Grande do Sul, no período de 1991 a 2012 3
3
7 2
2
6
1 1 1
Frequência anual

5 1
4
4
0
3 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
2
2 Fonte: Brasil (2013)
1 1
1
Os oito tornados registrados no Rio Grande do Sul durante o período
0 de análise afetaram mais de 17 mil pessoas, deixando 781 pessoas desabri-
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012

gadas, 1.045 desalojadas e 3 falecidas (Gráfico 33). A Tabela 19 apresenta to-


dos os danos reportados pelos municípios em cada evento. Mais de 50% das
Fonte: Brasil (2013) pessoas afetadas ao longo dos 22 anos analisados referem-se ao município
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul tornado
153
Figura 18: Classificação do rastro do tornado em Muitos Capões - RS
de Canela. A descrição desse evento demonstra a sua magnitude. Segundo
o Jornal do Comércio (TORNADO..., 2013):
O cenário é de destruição. São mais de 200 árvores derrubadas, cente-
nas de imóveis destruídos, uma fábrica inteira de móveis arruinada, ruas de-
tonadas, esgotos entupidos, postes de luz arrancados. Vamos precisar muito
Gráfico 33: Danos humanos relacionados aos tornados no
Estado do Rio Grande do Sul (1991-2012)

20.000
17.208
Número de pessoas atingidas

15.000

10.000

5.000

781 1.045
3 102 23
0
Mortos

Feridos

Enfermos

Desabriga-

dos

Desalojados

Afetados
Fonte: Marcelino, Marcelino e Susen (2007)

da ajuda dos governos estadual e federal. É triste ver uma família se abraçar
Fonte: Brasil (2013)
e dizer que em um minuto perdeu tudo que construiu em uma vida inteira.
Tabela 19: Danos humanos relacionados aos eventos de tornados (1991-2012)
Em Muitos Capões o tornado percorreu 48 km e, com base na classifi-
cação de danos, na sua intensidade máxima foi classificado como F3, prin-
Ano Município Desabrigados Desalojados Mortos Afetados
cipalmente quando se deslocava pela sede municipal (MARCELINO; MAR-
2010 Canela 11 200 - 10.000
CELINO; SUSEN, 2007). A Figura 18 apresenta as características do tornado.
2009 Três de Maio - 350 1 4.500
Diferentemente dos vendavais, o tornado segue uma trajetória, geralmente
2003 Seberi 270 456 - 1.257
retilínea, como mostra a figura, e os danos ocorrem em uma faixa estreita e
2003 Trindade do Sul 500 30 2 1.101
adjacente à sua trajetória.
2003 Braga - 9 - 224
Os danos materiais provocados pelos tornados são apresentados no
2003 Braga - - - 126
Gráfico 34. Os oito eventos registrados danificaram mais de 1.000 habita-
2005 Muitos Capões - - - -
ções, destruindo outras 126. Na grande parte dos municípios, de maneira
2010 Três de Maio - - - -
geral, o maior número de edificações corresponde àquelas destinadas à ha-
Fonte: Brasil (2013)
154 TORNADO ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS – 1991 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL

Gráfico 34: Edificações destruídas e danificadas por tornados no


bitação. Dessa maneira, um evento de tornado, que ocorre dentro de uma
Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012
faixa espacial estreita, pode afetar muitas residências.
1.200 Destruídas 1.081 Conforme comentado, os tornados são raros no Brasil, principalmente
Danificadas quando comparados com outros tipos de fenômenos extremos. Contudo,
1.000
com o avanço da tecnologia e a popularização de aparelhos eletrônicos, o
800 seu registro tem melhorado, mesmo que extraoficialmente. Dessa maneira,
Edificações

muitos eventos que seriam equivocadamente registrados como vendavais


600 têm sido corretamente registrados como tornados.
400 No Rio Grande do Sul, alguns eventos foram analisados com maior de-
talhe, como o de Muitos Capões. Este tipo de estudo auxilia no entendimen-
200 126 to do fenômeno e na correta caracterização e classificação.
1 3 1 16
0 O correto registro auxilia no processo de prevenção e em futuros estu-
dos sobre os tornados, que ainda são incipientes no Brasil.
Saúde

Ensino

Comunitários

Habitações

Infraestrutura
O Infográfico 10 apresenta uma síntese dos registros de tornado no Es-
tado do Rio Grande do Sul.

Fonte: Brasil (2013)

Infográfico 10: Municípios atingidos por tornados no período de 1991 a 2012

Tornados 4
Eventos por ano
2

Totais por ano 4 1 1 2 8


Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Total
BRAGA 2 2
CANELA 1 1
MUITOS CAPÕES 1 1
SEBERI 1 1
TRÊS DE MAIO 1 1 2
TRINDADE DO SUL 1 1

Fonte: Brasil (2013)


Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul tornado
155

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Geada
158 Geada Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Mapa 12: Registros de granizos no Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Geada
159

A
s geadas, de acordo com o COBRADE, compõem o grupo de desas- RO, 2001). A geada acontece com mais frequência em regiões elevadas e
tres naturais meteorológicos relacionados à ondas de frio. frias, onde as massas polares são mais atuantes. No Brasil, ela ocorre, princi-
A geada é formada pelo congelamento direto do vapor d’água palmente, nos planaltos da Região Sul e nas áreas montanhosas da Região
existente na atmosfera, sem passagem pela forma líquida, e ocorre quando Sudeste.
a temperatura ambiental cai a níveis abaixo de 0 °C (KOBIYAMA et al., 2006). Pela localização do estado, o clima do Rio Grande do Sul é caracteriza-
Nessas condições, o orvalho congela-se, transformando-se em geada. Ca- do como Subtropical (ou Mesotérmico), dividido, segundo a classificação de
racteriza-se pelo “depósito de gelo cristalino, sobre superfícies expostas ao Köppen (1948), em mesotérmico úmido com verão quente e geadas menos
ar livre, em forma de agulhas ou de prismas, ramificados ou não, de escamas, frequentes (Cfa) e mesotérmico úmido com verão brando e geadas severas e
ou de leque” (VAREJÃO SILVA, 2001). frequentes (Cfb), em regiões mais altas.
Conforme Castro (2003), as madrugadas de noites frias, estreladas e cal- Neste sentido, o estado apresentou 14 registros oficiais de desastres
mas são mais propensas ao fenômeno, com maior intensidade nos fundos por geadas entre os anos de 1991 e 2012, espacializados no Mapa 12.
de vales e regiões montanhosas e, menos intensamente, nas encostas mais Os fatores geográficos como a latitude, continentalidade e o relevo
ensolaradas. exercem significativa importância na distribuição das geadas no Estado do
Quanto aos processos de formação, as geadas podem ser divididas em: Rio Grande do Sul. Assim, as geadas localizam-se principalmente em áreas
geada de advecção, provocada por ventos fortes com temperaturas muito do Planalto Meridional, onde o clima é classificado como Cfb por Köppen
baixas em decorrência da passagem de massas polares e capaz de atingir (1948). Os municípios afetados foram: Montenegro, Pareci Novo, São José
grandes extensões de áreas; e geada de radiação, que ocorre devido ao res- do Sul, localizados na Mesorregião Metropolitana de Porto Alegre; Água
friamento intenso da superfície, que perde energia durante as noites de céu Santa, Charrua, Doutor Maurício Cardoso, Liberato Salzano, Novo Machado,
limpo, e sob o domínio de sistemas de alta pressão, sendo essa mais locali- Santa Cecília do Sul, Tapejara, Tucunduva e Vila Lângaro, localizados na Me-
zada (AYOADE, 1998 apud KOBIYAMA et al., 2006). Quanto ao aspecto visual sorregião Noroeste Rio-Grandense.
podem ser reconhecidas como geada negra, mais rara e severa, formada em Este tipo de desastre natural é considerado comum no inverno, onde a
condições de pouca umidade; e geada branca, quando, em condições de temperatura fica mais baixa e a penetração de massas polares é maior e mais
maior umidade do ar, existe efetivamente o congelamento de água. frequente. A passagem de Sistemas Frontais pode causar quedas bruscas de
A geada negra significa invariavelmente danos à vegetação e agricultu- temperatura, provocando geadas através da incursão de massas polares e,
ra, enquanto que a geada branca, nem sempre produze danos (MOTA, 1983). se tiver umidade suficiente, pode provocar até a precipitação de neve (TO-
Com a baixa temperatura forma-se a geada, provocando o congelamento da MINAGA; SANTORO; AMARAL, 2009).
seiva das plantas e podendo causar grandes prejuízos às culturas perenes e No Estado do Rio Grande do Sul as geadas adquirem características dis-
às culturas de inverno, plantadas nas regiões com climas subtropicais de al- tintas e sazonais, ocorrendo com maior frequência nos meses de inverno e as
titude (ABREU; RIBEIRO, 2010). No Brasil, os maiores prejuízos ocorrem com tardias no começo da primavera, relacionadas a incursões de massas polares
as plantações de café, fumo, frutas cítricas e demais frutas de clima tempera- que provocam queda na temperatura. Afetam principalmente a região do
do e produtos hortigranjeiros. A pecuária, principalmente leiteira, é atingida planalto do estado, em decorrência do efeito da altitude. Em relação às es-
pela interrupção no crescimento das pastagens nativas (CASTRO, 2003). tações do ano, o estado apresenta invernos bastante rigorosos, com mínimas
A ocorrência de geada está associada com massas de ar de origem po- de até -10°C (SEPLAG, 2011).
lar, estacionária ou em deslocamento. Tais massas caracterizam-se por baixa Neste sentido, analisando-se o Gráfico 35, percebe-se que os registros
temperatura, baixo teor de umidade e ausência de nebulosidade (MONTEI- de geadas ocorreram em junho e setembro. A maior parte das ocorrências
160 Geada Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Gráfico 36: Frequência anual de registros de geada no Estado


foi no mês de setembro, que é o mês de transição entre as estações de inver-
do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012
no e primavera; por isso são chamadas de geadas tardias.
14
Gráfico 35: Frequência mensal de registros de geada no Estado
do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012 12
10

Frequência anual
10
14
8
12
10 6
Frequência Mensal

10
4
8 4

6 2
4
4 0

1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2

0 Fonte: Brasil (2013)


jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Fonte: Brasil (2013) Em 2012, os registros foram nos meses de junho e setembro. Durante a
primeira quinzena de junho, a incursão de massas de ar frio declinou as tem-
Com relação à frequência anual, no Gráfico 36 e no Infográfico 11 veri- peraturas mínimas a valores abaixo de 0 ºC nas serras gaúcha e catarinense,
fica-se que os eventos ocorreram nos anos de 2004, com 4 registros e 2012, conforme registrado em Bom Jesus-RS (-4,2 ºC, no dia 7; e -2,8 ºC no dia 8)
com 10 registros. e em São Joaquim-SC (-3,2 ºC, no dia 7; e -3,4 ºC no dia 8) (PERSPECTIVA...,
Em 2006, todos os registros ocorreram no mês setembro. A massa de ar 2012a). Em setembro, com a diminuição de condições de bloqueio na região
frio que atuou no início daquele mês proporcionou queda de temperatura do Pacífico Sul, a partir do dia 20, três sistemas frontais conseguiram atuar
em toda a Região Sul (EL NIÑO, 2006). No entanto, nos documentos oficiais em território nacional, favorecendo o aumento das chuvas e o declínio das
o evento foi registrado em DOUTOR MAURÍCIO CARDOSO, LIBERATO SAL- temperaturas no centro-sul do Brasil. Segundo dados do INMET, as mínimas
ZANO, NOVO MACHADO e TUCUNDUVA. declinaram para valores abaixo de 0 ºC em várias localidades da Região Sul.
Os episódios ocorridos nos municípios de Doutor Maurício Cardoso, Nas áreas serranas dos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina,
Novo Machado, Liberato Salzano e Tucunduva, segundo os dados oficiais, registraram-se, inclusive, episódios de neve fraca entre os dias 25 e 26 (PERS-
afetaram toda a área rural causando grandes danos à agricultura. Desses, PECTIVA..., 2012b).
dois municípios especificaram os danos ocasionados pelas geadas tardias: Naquele ano os municípios afetados foram Montenegro, Pareci Novo,
em Liberato Salzano ocorreram perdas na produção de fumo, citrus, uva, São José do Sul, Água Santa, Charrua, Santa Cecília do Sul, Tapejara e Vila
trigo e queda na produção de leite; e em Tucunduva as perdas foram nas Lângaro. Segundo os dados oficiais, as geadas afetaram principalmente
plantações de trigo, milho, girassol, canola, painço e na produção de leite. a área rural dos municípios, causando grandes danos à agricultura. Entre
ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS – 1991 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL GEADA
161
Gráfico 37: Danos humanos causados por geada no Estado
as culturas atingidas, destacam-se a produção de citricultura, principal-
do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012
mente bergamota, laranja e limão, e as culturas de milho, trigo, cevada,
hortaliças, uvas e aveia.
100.000
Deste modo, a ocorrência de geadas é um dos principais fatores que 39.808
determinam a distribuição espacial e temporal das culturas agrícolas no es-
10.000

Número de afetados
tado. Para as culturas de primavera e verão, se a última geada ocorrer mais
tarde, o fenômeno pode resultar em danos. Já nas culturas de inverno, mes- 1.000
mo que tenham relativa tolerância à geada, elas apresentam estádios críticos
em seu desenvolvimento, os quais, dependendo da intensidade da geada, 100
podem comprometer o rendimento de grãos (HENNERICH et al., [2011]).
A ocorrência de geadas, pelas características do evento, não costuma 10
resultar em graves danos humanos, pois elas estão mais associadas a danos
econômicos e materiais. Além dos prejuízos à agricultura citados, os danos 1
humanos causados pelas geadas durante as ocorrências registradas no Rio

Mortos

Feridos

Enfermos

Desabrigados

Desalojados

Desaparecidos

Outros

Afetados
Grande do Sul deixaram um total de quase 40 mil habitantes afetados, como
se pode notar no Gráfico 37.
O município que apresentou o maior número de afetados, com 12.000
pessoas atingidas, foi Montenegro, durante o evento de geada ocorrido em
junho de 2012. Naquele ano, toda a área rural do município foi afetada por
fortes geadas devido à baixa temperatura e umidade ocorridas no período Fonte: Brasil (2013)
entre os dias 7 e 10 de julho. Esse frio intenso ocasionou o congelamento dos
citros e sua consequente queima, apodrecimento e queda.

Infográfico 11: Síntese das ocorrências de geadas no Estado do Rio Grande do Sul

15

Geadas 10
Eventos por ano
5

Totais por ano 4 1 10 15


Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Total
ÁGUA SANTA 1 1
BENTO GONÇALVES 1 1
CHARRUA 1 1
DOUTOR MAURÍCIO CARDOSO Fonte: Brasil (2013) 1 1
LIBERATO SALZANO 1 1
MONTENEGRO 1 1
NOVO MACHADO 1 1
PARECI NOVO 1 1
0

162 GEADA
Totais por ano
ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS
4
– 1991 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL
1 10 15
Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Total
ÁGUA SANTA 1 1
BENTO GONÇALVES
Infográfico 11: Síntese das ocorrências de geadas no Estado do Rio Grande do Sul 1 1
CHARRUA 1 1
DOUTOR MAURÍCIO CARDOSO 1 1
LIBERATO SALZANO 1 1
MONTENEGRO 1 1
NOVO MACHADO 1 1
PARECI NOVO 1 1
SANTA CECÍLIA DO SUL 1 1
SÃO JOSÉ DO SUL 2 2
TAPEJARA 1 1
TUCUNDUVA 1 1
VILA LÂNGARO 2 2

Fonte: Brasil (2013)

HENNERICH, J. et al. Identificação de sinais de mudanças no regime de


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163
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Diagnóstico dos Desastres
Naturais no Estado do
Rio Grande do Sul
166 Diagnóstico dos desastres naturais no Estado do Rio Grande do Sul Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Mapa 13: Registros do total dos eventos no Estado do Rio Grande do Sul de 1991 a 2012
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Diagnóstico dos desastres naturais no Estado do Rio Grande do Sul
167

A
Gráfico 38: Municípios mais atingidos, classificados pelo maior número
o analisar os desastres naturais que ocorreram no Estado do Rio
de registros por desastres naturais, no período de 1991 a 2012
Grande do Sul ao longo do intervalo temporal analisado (1991-2012),
nota-se a ocorrência dos seguintes eventos naturais adversos: estia- Estiagem e Seca Vendavais Outros
gens e secas, inundações, incêndios, enxurradas, erosões, vendavais, gra- Enxurradas Granizo
nizos, geadas, tornados, alagamentos e movimentos de massa, conforme
registros em 5.780 documentos oficiais. Sobradinho
Na comparação do Rio Grande do Sul com outros estados da federa- Santo A. das Missões
ção, somente Paraná e Santa Catarina possuem características semelhantes Dom Pedrito
no que se refere à diversidade de eventos catastróficos aos quais os gaú- Cruzeiro do Sul

chos estão sujeitos. O Estado do Rio Grande do Sul detém ainda o primeiro Porto Xavier

lugar no ranking dos estados que possuem o maior número de registros Nonoai

por eventos catastróficos. Mximiliano de A.

O Mapa 13 mostra que, do total de 497 municípios do Estado do Rio Coronel Bicaco

Grande do Sul, apenas Presidente Lucena, Chuí, Glorinha e Cambará do Fontoura Xavier

Sul não registraram algum tipo de evento adverso no período analisado. Espumoso

A maior parte dos registros ocorreu nas Mesorregiões Noroeste e Centro 0 10 20 30 40


Rio-Grandense.
Ao considerar todos os registros oficiais de desastres naturais ocor- Fonte: Brasil (2013)
ridos no Estado do Rio Grande do Sul, foram selecionados os municípios
mais atingidos para as tipologias mais recorrentes. O município de Espu- As estiagens e secas, diretamente relacionadas à redução das precipi-
moso, localizado na Mesorregião do Noroeste Rio-Grandense, foi o mais tações pluviométricas, apresentam-se como o desastre mais recorrente na
atingido do estado no período entre 1991 a 2012, registrando 29 ocorrên- atualidade no Estado do Rio Grande do Sul, e correspondem a 3.100 regis-
cias. Os principais eventos adversos atuantes no município são as enxur- tros, equivalente a 53,6% dos desastres naturais do estado, conforme apre-
radas, granizo, secas, inundações e vendavais. O Gráfico 38 apresenta os senta o Gráfico 39. Esse tipo de evento adverso afeta grande extensão ter-
municípios mais atingidos e suas tipologias. ritorial e um elevado número de pessoas, devido à sua duração, que pode
Em segundo lugar do ranking, o município de Fontoura Xavier apre- ser de meses, e produz efeitos negativos na economia e na sociedade.
sentou 28 ocorrências, principalmente relacionadas à predominância das O estado sofre anualmente com a escassez das chuvas, mas, por outro
enxurradas e secas. Como visto nos demais municípios que seguem a or- lado, também com o seu excesso, em virtude das precipitações concen-
dem decrescente demonstrada no Gráfico 38, a proporção de estiagens e tradas em períodos curtos de tempo, em diversos municípios. Os desas-
secas praticamente se mantém, figurando como as mais recorrentes dentre tres relativos às enxurradas e aos vendavais representam respectivamente
as tipologias relacionadas para os dez primeiros municípios mais afetados. 17,4% e 13,1% da totalidade dos desastres no Estado do Rio Grande do
Os municípios de Coronel Bicaco, Maximiliano de Almeida, Nonoai e Porto Sul, figurando como o segundo e o terceiro desastre natural com maior
Xavier, possuem 27 registros cada. Na sequência, Cruzeiro do Sul, Dom Pe- recorrência no estado, associados à atuação de sistemas atmosféricos na
drito e Santo Antônio das Missões possuem 26 registros cada. Encerrando Região Sul, como as frentes frias. Além dos efeitos adversos relacionados
a lista, Sobradinho apresentou 25 ocorrências entre 1991 e 2012. a estes fenômenos, os mesmos podem desencadear outros eventos, como
168 Diagnóstico dos desastres naturais no Estado do Rio Grande do Sul Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Gráfico 39: Percentagem dos desastres naturais mais recorrentes no


que produzem as chuvas fartamente distribuídas de maneira regular nos
Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012
meses do ano, predominando no verão as chuvas convectivas e no inverno
as chuvas frontais.
A Massa Polar Atlântica, ao avançar, encontra-se com bastante frequên-
7,1%
cia com a Massa Tropical Atlântica, formando um sistema frontal. A linha de
8,1% contato entre essas massas é chamada de frente, ocasionando as chuvas de
Estiagens e Secas inverno. No entanto, o aumento das chuvas pode estar atrelado aos avanços
Enxurradas dos sistemas frontais, favorecidos pelo El Niño Oscilação Sul (ENOS) que,
13,1%
Vendaval durante seu período de atuação, intensifica o período de chuvas na Região
53,6% Granizo Sul. No verão as massas de ar que têm maior atuação são as tropicais. A
Inundação restrita penetração de Massa Polar Atlântica nesta época provoca chuvas in-
17,4%
termitentes e chuvisco. A intensidade das chuvas nesta época depende da
quantidade de umidade acumulada, associada à Zona de Convergência do
Atlântico Sul (ZCAS), transportada para a região (BRITTO, 2004).
Outro sistema atmosférico que influencia na dinâmica climática do es-
Fonte: Brasil (2013) tado, principalmente nos meses quentes, é a Massa Tropical Continental,
que se desloca de Noroeste, oriunda da depressão térmica continental de-
alagamentos, erosão e movimentos de massa, que, associados à intensa nominada Baixa do Chaco, ocasionando fortes elevações na temperatura
precipitação, potencializam o efeito destruidor das ocorrências e aumen- (SILVA, 2010).
tam assim os danos causados. Todavia, essa dinâmica sazonal que ocorre no Estado do Rio Grande
O desastre por granizo também foi expressivo no Estado do Rio Gran- do Sul pode ser modificada quando há interferências do Fenômeno El Niño-
de do Sul, apresentando um total de 467 registros, 8,1% do total durante -Oscilação Sul (ENOS), que tanto em sua fase positiva (El Niño), quanto
o período de vinte e dois anos. O desastre por inundação totalizou 413 negativa (La Niña), influencia no ritmo climático de cada região, podendo
registros, correspondendo 7,1%. gerar precipitação acima da média e estiagens, respectivamente. O ENOS
Os demais desastres naturais ocorridos no estado: tornados, geadas, ao atuar no ritmo de deslocamento das frentes, também influencia nas tem-
incêndios florestais, alagamentos, erosão e movimentos de massa, foram peraturas, que tendem a apresentarem-se mais altas em anos de El Niño e
menos expressivos no intervalo temporal analisado. Foram, portanto, agru- mais baixas em anos de La Niña (HERRMANN et al., 2009).
pados como Outros Desastres, representando 0,6% do total dos desastres Apesar da influência se dar durante todo o período de atuação des-
no Estado do Rio Grande do Sul, conforme o Gráfico 39. ses eventos, há duas épocas do ano que são mais afetadas pelas fases do
O Estado do Rio Grande do Sul, por sua localização geográfica, é um ENOS. São elas a primavera e o começo do verão (outubro, novembro e
dos estados do Brasil que apresentam melhor distribuição de precipitação dezembro), no ano inicial do evento; e final de outono e começo de inverno
pluviométrica durante o ano, distribuindo-se 24% no verão, 25% no outo- (abril, maio e junho) no ano seguinte ao início do evento (BRITTO, 2004).
no, 25% no inverno e 26% na primavera (BERLATO, 1992 apud SILVA, 2010). A atuação das frentes frias (associadas a altas pressões em superfície e a
Essa característica deve-se, particularmente, à atuação de massas de ar baixas temperaturas) predomina de abril a setembro no estado, provocando
tropicais e polares úmidas, e especialmente aos encontros dessas massas, tempo bom e declínio da temperatura após sua passagem. Porém, antes
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Diagnóstico dos desastres naturais no Estado do Rio Grande do Sul
169
Gráfico 40: Frequência mensal dos desastres naturais mais recorrentes do Estado
disso, o encontro dos sistemas frontais é a causa de precipitações, influen-
do Rio Grande do Sul divididos por sua tipologia, no período de 1991 a 2012
ciando diretamente o regime pluviométrico do Estado do Rio Grande do Sul.
Nos demais meses a atuação de frentes frias são enfraquecidas pela maior Estiagem e Seca Vendaval Inundação
atuação de ar tropical oriunda do Anticiclone semipermanente do Atlântico 1.000 944 Enxurradas Granizo
Sul, caracterizada por ar com altos valores de temperatura e umidade na 900
superfície (SILVA, 2010). A atuação do El Niño e La Ninã também se rela- 800

Frequência Mensal
ciona com as ocorrências de desastres naturais no estado, influenciando no 700
600
aumento das chuvas em anos de El Niño e no declínio, em ano de La Niña. 531
500 478
Os registros de inundações bruscas e movimentos de massa ocorreram
400
em municípios com relevo mais acidentado, enquanto que as inundações 319
300 296
graduais ocorreram em áreas mais planas, situadas às margens de rios. As 204
200 186 187
152
estiagens e secas estiveram concentradas nos municípios localizados a no- 100 61
85
54
109 118
66
130
31 24 56
44
roeste do Estado do Rio Grande do Sul, enquanto que as geadas foram 0
2 18
1 11

mais frequentes em áreas de planalto, cujo clima é classificado por Köppen jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
como Cfb, com verões quentes e invernos rigorosos.
Fonte: Brasil (2013)
Para uma melhor representação da distribuição mensal dos desastres
naturais, os registros no Estado do Rio Grande do Sul foram divididos em Gráfico 41: Frequência mensal dos desastres de menor recorrência do Estado do
dois gráficos, o primeiro representando a frequência mensal para as tipolo- Rio Grande do Sul divididos por sua tipologia, no período de 1991 a 2012
gias de maior recorrência (secas, enxurradas, vendavais, inundações e grani-
zos), contidas no Gráfico 40, e o segundo representando a frequência mensal 12
Alagamentos Erosão Geada
Incêndios Movimento de Massa Tornado
para as tipologias de menor recorrência (movimento de massa, alagamentos,
10
tornados, geadas, incêndios e erosões), apresentadas no Gráfico 41. 10

Frequência Mensal
No Gráfico 40, verifica-se que os desastres mais recorrentes possuem
8
registros em todos os meses do ano. Os desastres naturais associados à
estiagem e seca apresentaram os maiores picos, principalmente nos meses 6
de dezembro a fevereiro. Já os desastres associados às enxurradas, ven- 4
davais, granizo e inundações apresentam certa simultaneidade, com maior 4
3
número de ocorrências entre os meses de setembro a janeiro, e com pro- 2
2
babilidade de ocorrência também nos mês de julho, no qual também se 11 1 1 1 1 1 1 11 11 1 1 1

destacaram. 0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
No geral, as estiagens e secas ficaram mais concentradas nos primei-
ros meses do ano, podendo estar relacionadas também à atuação da Zona Fonte: Brasil (2013)
de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), definida como sendo uma persis-
tente faixa de nebulosidade, influenciando em período de estiagem duran-
te os meses de novembro a março (PARMEZANI et al., 1998). As enxurradas
170 Diagnóstico dos desastres naturais no Estado do Rio Grande do Sul Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

distribuíram-se por todo o ano, porém, com menos registros nos meses Com relação à frequência mensal dos desastres de menor recorrência,
de inverno. Segundo Monteiro (2001), no verão a intensidade do calor as- apresentada no Gráfico 44, destacam-se os registros de geadas, com maior
sociada aos altos índices de umidade favorece a formação de convecção probabilidade de ocorrência nos meses de junho e setembro, bem como
tropical, resultado em pancadas de chuvas, principalmente nos períodos os desastres por tornados, com concentração dos eventos nos meses de
da tarde e da noite, e contribuindo com volumes significativos de chuvas, outubro e novembro.
entre novembro e março. A frequência mensal dos demais desastres naturais (incêndios flores-
Esse tipo de chuva está relacionado às precipitações convectivas, tais, alagamentos, erosões e movimentos de massa), que também com-
originadas a partir de correntes convectivas (térmicas) que se resfriam põem as menores recorrências no estado, não permite estabelecer um pa-
adiabaticamente ao se elevarem, formando nuvens de grande desenvol- drão de análise, uma vez que o número de registros é reduzido.
vimento vertical (cumuliformes). Apresentam grande intensidade e curta Em geral, no período de vinte e dois anos da análise, o mês de janei-
duração, podendo ocorrer ainda descargas elétricas, trovoadas, ventos ro é o mais vulnerável se comparado ao restantes do ano, apresentando
fortes e granizos. Já, as precipitações orográficas ocorrem em regiões 21,6% da totalidade dos registros de desastres. Em contrapartida, o mês de
onde o relevo força a subida da massa de ar úmido, equivalente ao pro- agosto apresenta o menor número de registros, com 2,1% da totalidade,
cesso de convecção, resultando nos mesmos fenômenos atmosféricos conforme mostra o Gráfico 42.
(SILVA, 2010).
Gráfico 42: Frequência Mensal dos desastres naturais mais recorrentes
Os desastres nos meses de inverno podem estar relacionados às pre-
no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012
cipitações frontais, que são originárias de nuvens formadas a partir do
encontro de massas de ar frio e quente; a massa de ar quente úmida 1.400
é impulsionada para cima, resfriando-se e condensando-se, provocando 1.249
precipitações. Caracterizam-se por apresentar intensidade moderada a 1.200
fraca e de longa duração (dias). São mais frequentes de abril a novembro,

Frequência Mensal
1.000
quando a atuação da massa polar é mais ativa no Estado do Rio Grande 838
do Sul (SILVA, 2010). 800
607
O relevo do Estado do Rio Grande do Sul contribui, fundamental- 600 508 444
mente, para a distribuição diferenciada das precipitações em distintas 442 436
áreas do estado. Segundo Nimer (1989), os totais médios anuais de pre- 400 319 316 282
cipitação pluvial distribuem-se, de modo geral, desde os 1.200 mm, na 200 218
121
faixa litorânea, até os 1.900 mm no planalto, no norte do estado, podendo
atingir, em locais na borda da escarpa, mais de 2.000 mm. Além do rele- 0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
vo, fenômenos atmosféricos também podem influenciar na distribuição
das chuvas. Para Bertato e Fontana (2003 apud SILVA, 2010), a região do Fonte: Brasil (2013)
Estado do Rio Grande do Sul que sofre os maiores impactos resultantes
da influência de eventos de El Niño e La Niña é a noroeste, onde se con- Com relação à distribuição anual dos desastres no Estado do Rio Gran-
centram as culturas de soja, milho e trigo, que, juntamente com o arroz, de do Sul, seguindo a mesma lógica da apresentação mensal (desastres
são responsáveis pela maior produção de grãos do estado. naturais com maior e menor recorrência), nota-se, nos Gráficos 43 e 44,
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Diagnóstico dos desastres naturais no Estado do Rio Grande do Sul
171
Gráfico 44: Frequência anual dos desastres naturais de menor recorrência no Estado
que as estiagens e secas registraram elevados picos no período de 1991
do Rio Grande do Sul divididos por sua tipologia, no período de 1991 a 2012
a 2012, principalmente nos anos de 2002, 2004, 2005, 2009 e 2012. Assim
observa-se um significativo aumento entre as duas décadas nos eventos de 12 Alagamentos Erosão Geada
maior recorrência no estado. Durante o período de análise, o ano de 2009 Incêndios Movimento de Massa Tornado 10
destaca-se pelo maior número de ocorrências de estado de emergência e/ 10

Frequência Mensal
ou de calamidade pública.
8
Gráfico 43: Frequência anual dos desastres naturais mais recorrentes no Estado
6
do Rio Grande do Sul divididos por sua tipologia, no período de 1991 a 2012
4 4
Estiagem e Seca Inundação Granizo 4
500 Enxurradas Vendaval
2 2
450 426
2 11 1 11 1 1 1111 1
412 412
400 371 372
0
Total de registros

350

1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
317

300
250 236 Fonte: Brasil (2013)
200 177
157
155
150 148 121 127 Do total de mortes, o município que registrou o maior número de óbi-
101
100 68 70
tos foi Capão do Leão, localizado na Mesorregião Sudeste Rio-Grandense,
62 56 39 48
50 11 27 13
33
19 8
28
15
23
12 13
com 8 mortes em uma inundação registrada em janeiro de 2009. Naquele
1 3 3 1 5 7 6
0 ano, as áreas rural e urbana do município foram atingidas, deixando, além
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
do citado número de mortos, 6 feridos, 336 desabrigados, 1.643 desaloja-
dos e 23.655 afetados.
Fonte: Brasil (2013) No entanto, o município com o maior número de pessoas afetadas por
desastre natural entre os anos analisados (1991 a 2012) é Caxias do Sul, lo-
As tipologias de menor recorrência, Gráfico 44, são insuficientes para calizado na Mesorregião Nordeste Rio-Grandense, com 420.993, durante a
uma análise mais apurada da frequência anual, observando-se apenas o enxurrada registrada em fevereiro de 2007. Caxias do Sul, segundo a classi-
acréscimo de eventos relacionados a geadas em 2012. ficação de Köppen, possui clima temperado (Cfb), caracterizado por verões
No que diz respeito aos danos humanos, a maior parte das ocorrências amenos e invernos relativamente frios. Situa-se em região com terrenos de
de desastres naturais no Estado do Rio Grande do Sul causou recorrente- altitudes elevadas e bastante irregulares, recortado por uma densa rede de
mente danos à população, de forma direta ou indireta. Ao longo dos vinte drenagem (ROBAINA et al., 2010). O município foi atingido por 5 tipologias
e dois anos analisados, foram afetadas 10.273.060 pessoas, número que re- diferentes de desastres entre os anos de 1991 a 2012, sendo: 2 registros de
presenta aproximadamente 96% do total de 10.693.929 habitantes do estado vendavais, 1 de inundações, 2 de granizos, 1 de estiagem e 3 de enxurrada.
(IBGE, 2010). Além disso, foram registradas 59 mortes, 2.141 enfermos, 2.553 Desses eventos, as ocorrências por enxurradas foram as mais severas
feridos, 116 desaparecidos, 68.007 desabrigados e 306.126 desalojados. em Caxias do Sul, tendo um grande número de eventos registrados no
172 Diagnóstico dos desastres naturais no Estado do Rio Grande do Sul Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Gráfico 45: Total de danos humanos no Estado do Rio Grande do Gráfico 46: Danos materiais causados por desastres no Estado
Sul, no período de 1991 a 2012, em escala logarítmica do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012

10.000.000 Destruídas
100.000.000 2.257.358 1.084.859

Número de construções afetdas


10.273.060 Danificadas
1.000.000
10.000.000 259.135
Número de afetados

100.000
1.000.000 306.126 17.725
10.000
100.000 68.007 1.785 3.862
10.000
1.000 551 417
2.553 2.141
100
1.000
116
10
100 59
5 20
1
10

Saúde

Ensino

Habitações

Comunitários

Infraestrutura
1
Mortos

Feridos

Enfermos

Desabrigados

Desalojados

Desaparecidos

Afetados
Fonte: Brasil (2013)

segundo lugar, por enxurradas, responsáveis em grande parte pela decreta-


Fonte: Brasil (2013) ção dos estados de emergência e de calamidade pública. Catástrofes recen-
tes, relativas aos últimos anos, revelam que esses eventos naturais, comuns
verão, pois é uma estação caracterizada por chuvas convectivas devido ao
ao estado, passaram a causar danos à população, na medida em que quase
grande aquecimento do ar, resultando assim nas chuvas torrenciais, rápi-
todos os anos há registros confirmados e caracterizados como desastre. Isso
das e intensas. Tais condições climáticas contribuem para a ocorrência das
porque qualquer desequilíbrio mais acentuado no regime hídrico local gera
enxurradas, que teve 3 registros entre os anos analisados, as quais podem
impactos significativos sobre a dinâmica econômica e social.
causar sérios riscos devido ao aumento brusco da vazão, deixando muitas
No estado gaúcho, o relevo, a altitude, a continentalidade e a mari-
vítimas. Soma-se a este fato a posição geográfica do município, na região
timidade são os fatores que apresentam maior interação com os sistemas
de cabeceira de drenagens, o que constitui local propenso à ocorrência
atmosféricos, tornando-os estáveis ou instáveis. A influência desses fatores
deste tipo de fenômeno (ROBAINA et al., 2010).
determina as variações climáticas locais e a suscetibilidade à ocorrência de
Com relação aos danos materiais por desastres naturais, o Estado do
desastres climáticos.
Rio Grande do Sul apresenta suas maiores perdas relacionadas à habitação,
O modelo de planejamento da ocupação nas áreas urbanas, com a
registrando 2.416.493 propriedades afetadas no período de 1991-2012,
impermeabilização dos solos e ocupação das margens de rios, bem como
conforme ilustrado no Gráfico 46.
a estruturação da rede de drenagem das águas precipitadas e das formas
Com base no total de registros levantados, verifica-se que o Estado do
de armazenamento e distribuição de água no município ou região atingida,
Rio Grande do Sul é recorrentemente afetado por estiagens e secas, e, em
pode agravar o impacto gerado pelo aumento e acúmulo de chuvas ou por
ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS – 1991 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL DIAGNÓSTICO DOS DESASTRES NATURAIS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
173
sua escassez. É necessário compreender que a recorrência das estiagens trópicos que podem aumentar a vulnerabilidade da população a esse tipo
e secas e inundações, não é proveniente apenas de fatores climáticos e de ocorrência.
meteorológicos, mas resulta de um conjunto de elementos, naturais e an- O Infográfico 12 apresenta um resumo de todos os registros oficiais do
Estado do Rio Grande do Sul.

Infográfico 12: Registros de desastres naturais por evento, nos municípios do Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012

4000
3000
Total dos Eventos
Por classe 2000
1000
0

Totais por ano 3110 6 1 4 1006 412 468 758 1 8 15 5789


Município Estiagem e Seca Mov. de Massa Erossões Alagamentos Enxurradas Inundações Granizo Chuvas Intensas Vendavais Incêndios Tornados Geadas Total
ACEGUÁ 3 2 1 6
ÁGUA SANTA 7 6 1 1 1 16
AGUDO 7 3 2 12
AJURICABA 10 3 1 14
ALECRIM 9 1 1 4 15
ALEGRETE 9 4 4 1 18
ALEGRIA 9 1 3 13
ALMIRANTE TAMANDARÉ DO SUL 4 4
ALPESTRE 13 3 16
ALTO ALEGRE 13 2 1 16
ALTO FELIZ 1 2 3
ALVORADA 1 1 1 1 4
AMARAL FERRADOR 10 5 3 1 19
AMETISTA DO SUL 8 4 1 3 16
ANDRÉ DA ROCHA 4 4
ANTA GORDA 6 5 1 12
ANTÔNIO PRADO 4 1 1 1 7
ARAMBARÉ 1 1 2 4
ARARICÁ 1 3 1 1 6
ARATIBA 11 1 1 1 2 16
ARROIO DO MEIO 8 2 4 2 3 19
ARROIO DO PADRE 2 3 1 6
ARROIO DO SAL 3 3 6
ARROIO DO TIGRE 9 5 1 1 2 18
ARROIO DOS RATOS 1 1 2
ARROIO GRANDE 6 2 4 2 14
ARVOREZINHA 7 5 2 2 16
AUGUSTO PESTANA 9 2 11
ÁUREA 9 1 1 1 12
BAGÉ 6 2 1 9
BALNEÁRIO PINHAL 2 2
BARÃO 4 1 5
BARÃO DE COTEGIPE 9 1 2 12
BARÃO DO TRIUNFO 1 2 1 1 5
BARRA DO GUARITA 6 2 2 1 1 12
BARRA DO QUARAÍ 2 3 3 8
BARRA DO RIBEIRO 1 2 3
BARRA DO RIO AZUL 9 3 1 2 15
BARRA FUNDA 6 1 7
BARRACÃO 12 Fonte:
3 Brasil (2013)
1 1 17
BARROS CASSAL 8 3 1 2 14
BENJAMIN CONSTANT DO SUL 6 2 1 9
BENTO GONÇALVES 1 2 1 4
BOA VISTA DAS MISSÕES 10 3 1 2 16
BOA VISTA DO BURICÁ 11 1 1 1 2 16
BAGÉ 6 2 1 9
BALNEÁRIO PINHAL 2 2

174
BARÃO 4 1 5
BARÃO DE COTEGIPE DOS DESASTRES NATURAIS
DIAGNÓSTICO 9 NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 1 ATLAS 2 DESASTRES NATURAIS
BRASILEIRO DE – 1991 A 2012 – 12 SUL
VOLUME RIO GRANDE DO
BARÃO DO TRIUNFO 1 2 1 1 5
BARRA DO GUARITA 6 2 2 1 1 12
BARRA DO QUARAÍ 2 3 3 8
BARRA DO RIBEIRO Infográfi1 co 12: Registros de desastres naturais 2 do Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012
por evento, nos municípios 3
BARRA DO RIO AZUL 9 3 1 2 15
BARRA FUNDA 6 1 7
BARRACÃO 12 3 1 1 17
BARROS CASSAL 8 3 1 2 14
BENJAMIN CONSTANT DO SUL 6 2 1 9
BENTO GONÇALVES 1 2 1 4
BOA VISTA DAS MISSÕES 10 3 1 2 16
BOA VISTA DO BURICÁ 11 1 1 1 2 16
BOA VISTA DO CADEADO 6 1 7
BOA VISTA DO INCRA 6 1 7
BOA VISTA DO SUL 2 2
BOM JESUS 3 3 1 1 1 9
BOM PRINCÍPIO 2 5 1 8
BOM PROGRESSO 7 1 2 5 15
BOM RETIRO DO SUL 5 3 4 1 1 14
BOQUEIRÃO DO LEÃO 9 7 1 2 19
BOSSOROCA 11 3 1 1 16
BOZANO 8 1 3 12
BRAGA 11 3 2 3 2 21
BROCHIER 2 2
BUTIÁ 1 3 4
CAÇAPAVA DO SUL 8 8 1 1 4 22
CACEQUI 5 2 3 2 3 15
CACHOEIRA DO SUL 6 1 5 1 1 14
CACHOEIRINHA 3 3
CACIQUE DOBLE 9 3 1 2 1 16
CAIBATÉ 11 2 1 14
CAIÇARA 10 3 1 1 15
CAMAQUÃ 2 5 1 2 10
CAMARGO 8 1 1 2 12
CAMPESTRE DA SERRA 3 1 4
CAMPINA DAS MISSÕES 12 1 4 17
CAMPINAS DO SUL 10 1 1 2 14
CAMPO BOM 1 1 1 3
CAMPO NOVO 9 1 1 2 13
CAMPOS BORGES 13 1 1 15
CANDELÁRIA 8 7 2 3 3 23
CÂNDIDO GODÓI 11 1 1 1 14
CANDIOTA 8 3 1 2 14
CANELA 1 1 1 3
CANGUÇU 9 6 15
CANOAS 1 1 2
CANUDOS DO VALE 3 1 1 5
CAPÃO BONITO DO SUL 3 3
CAPÃO DA CANOA 2 2 4
CAPÃO DO CIPÓ 7 3 1 11
CAPÃO DO LEÃO 5 1 1 7
CAPELA DE SANTANA 1 1 2
CAPITÃO 3 3
CAPIVARI DO SUL 2 2
CARAÁ 1 2 1 4
CARAZINHO 6 3 2 3 14
CARLOS BARBOSA 4 4
CARLOS GOMES 8 1 9
CASCA 7 6 3 16
CASEIROS 6 1 1 8
CATUÍPE 7 2 1 1 11
CAXIAS DO SUL 1 3 1 2 2 9
CENTENÁRIO 6 4 4 1 15
CERRITO 5 Fonte:
1 Brasil (2013)
1 1 8
CERRO BRANCO 7 2 2 1 12
CERRO GRANDE 12 3 15
CERRO GRANDE DO SUL 3 2 3 8
CERRO LARGO 13 1 2 2 18
CHAPADA 8 3 1 1 13
CHARQUEADAS 2 1 4 1 2 10
CAPIVARI DO SUL 2 2
CARAÁ 1 2 1 4

175
CARAZINHO 6 3 2 3 14
CARLOSDE
ATLAS BRASILEIRO BARBOSA
DESASTRES NATURAIS – 19914 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL DIAGNÓSTICO DOS DESASTRES NATURAIS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 4
CARLOS GOMES 8 1 9
CASCA 7 6 3 16
CASEIROS 6 1 1 8
CATUÍPE Infográfi7 co 12: Registros de desastres naturais por evento, 2
nos 1 do Estado do
municípios 1 Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012 11
CAXIAS DO SUL 1 3 1 2 2 9
CENTENÁRIO 6 4 4 1 15
CERRITO 5 1 1 1 8
CERRO BRANCO 7 2 2 1 12
CERRO GRANDE 12 3 15
CERRO GRANDE DO SUL 3 2 3 8
CERRO LARGO 13 1 2 2 18
CHAPADA 8 3 1 1 13
CHARQUEADAS 2 1 4 1 2 10
CHARRUA 9 4 1 14
CHIAPETTA 12 1 1 5 2 21
CHUVISCA 3 3 2 8
CIDREIRA 1 2 3
CIRÍACO 10 2 1 1 14
COLINAS 4 6 3 1 1 15
COLORADO 10 6 1 1 2 20
CONDOR 9 3 1 13
CONSTANTINA 13 3 2 18
COQUEIRO BAIXO 3 1 4
COQUEIROS DO SUL 7 2 3 1 13
CORONEL BARROS 6 1 2 9
CORONEL BICACO 9 7 1 5 5 27
CORONEL PILAR 1 1
COTIPORÃ 2 3 1 1 7
COXILHA 5 2 1 8
CRISSIUMAL 12 2 3 17
CRISTAL 3 3 5 1 12
CRISTAL DO SUL 8 3 1 12
CRUZ ALTA 7 2 1 2 12
CRUZALTENSE 6 1 1 8
CRUZEIRO DO SUL 8 5 4 4 5 26
DAVID CANABARRO 6 1 7
DERRUBADAS 9 1 3 13
DEZESSEIS DE NOVEMBRO 9 2 11
DILERMANDO DE AGUIAR 5 1 6
DOIS IRMÃOS 1 2 3
DOIS IRMÃOS DAS MISSÕES 7 3 10
DOIS LAJEADOS 3 2 1 1 7
DOM FELICIANO 3 5 8
DOM PEDRITO 9 6 8 1 2 26
DOM PEDRO DE ALCÂNTARA 1 2 1 4 8
DONA FRANCISCA 3 4 2 2 2 13
DOUTOR MAURÍCIO CARDOSO 11 4 3 1 1 20
DOUTOR RICARDO 3 1 1 1 1 7
ELDORADO DO SUL 2 2
ENCANTADO 6 2 3 2 3 16
ENCRUZILHADA DO SUL 10 5 2 17
ENGENHO VELHO 8 3 1 1 13
ENTRE RIOS DO SUL 10 1 1 12
ENTRE-IJUÍS 11 1 3 3 1 3 22
EREBANGO 7 7
ERECHIM 8 2 1 11
ERNESTINA 10 2 2 14
ERVAL GRANDE 10 3 1 1 1 16
ERVAL SECO 10 3 1 1 15
ESMERALDA 4 1 1 6
ESPERANÇA DO SUL 8 1 1 3 13
ESPUMOSO 10 8 1 7 3 29
ESTAÇÃO 8 3 2 2 4 19
ESTÂNCIA VELHA Fonte:
1 Brasil (2013)
1 1 1 4
ESTEIO 4 2 6
ESTRELA 7 1 8 3 4 23
ESTRELA VELHA 7 2 3 3 1 16
EUGÊNIO DE CASTRO 11 1 1 1 14
FAGUNDES VARELA 5 2 1 1 9
FARROUPILHA 1 3 1 5
ENTRE-IJUÍS 11 1 3 3 1 3 22
EREBANGO 7 7

176
ERECHIM 8 2 1 11
DERNESTINA 10
IAGNÓSTICO DOS DESASTRES NATURAIS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 2 ATLAS 2 DESASTRES NATURAIS
BRASILEIRO DE – 1991 A 2012 – 14 SUL
VOLUME RIO GRANDE DO
ERVAL GRANDE 10 3 1 1 1 16
ERVAL SECO 10 3 1 1 15
ESMERALDA 4 1 1 6
ESPERANÇA DO SUL Infográfi8 co 12: Registros de desastres naturais por evento, 1
nos 1 Rio Grande do Sul, no
municípios do Estado do 3
período de 1991 a 2012 13
ESPUMOSO 10 8 1 7 3 29
ESTAÇÃO 8 3 2 2 4 19
ESTÂNCIA VELHA 1 1 1 1 4
ESTEIO 4 2 6
ESTRELA 7 1 8 3 4 23
ESTRELA VELHA 7 2 3 3 1 16
EUGÊNIO DE CASTRO 11 1 1 1 14
FAGUNDES VARELA 5 2 1 1 9
FARROUPILHA 1 3 1 5
FAXINAL DO SOTURNO 5 6 2 3 4 20
FAXINALZINHO 11 2 13
FAZENDA VILANOVA 3 1 1 5
FELIZ 2 2
FLORES DA CUNHA 2 1 1 4
FLORIANO PEIXOTO 6 3 1 10
FONTOURA XAVIER 10 9 2 4 3 28
FORMIGUEIRO 4 3 2 1 10
FORQUETINHA 3 4 7
FORTALEZA DOS VALOS 15 3 1 2 3 24
FREDERICO WESTPHALEN 12 1 1 4 18
GARIBALDI 3 2 1 1 1 8
GARRUCHOS 7 4 11
GAURAMA 9 2 11
GENERAL CÂMARA 10 2 5 3 2 22
GENTIL 6 3 9
GETÚLIO VARGAS 8 2 1 3 14
GIRUÁ 12 3 1 2 4 22
GRAMADO 1 1 1 3
GRAMADO DOS LOUREIROS 10 1 11
GRAMADO XAVIER 4 5 1 2 12
GRAVATAÍ 1 2 3
GUABIJU 5 2 1 8
GUAÍBA 1 1
GUAPORÉ 7 3 1 1 1 13
GUARANI DAS MISSÕES 11 3 1 1 3 19
HARMONIA 1 2 1 1 5
HERVAL 6 2 2 3 1 14
HERVEIRAS 4 4 1 1 10
HORIZONTINA 10 2 2 4 18
HULHA NEGRA 7 3 2 3 15
HUMAITÁ 12 1 3 3 19
IBARAMA 8 3 3 1 1 16
IBIAÇÁ 11 2 2 1 16
IBIRAIARAS 7 3 1 1 1 13
IBIRAPUITÃ 13 4 1 2 3 23
IBIRUBÁ 8 3 4 2 2 19
IGREJINHA 1 7 1 9
IJUÍ 9 1 3 1 2 2 18
ILÓPOLIS 7 1 3 11
IMBÉ 2 2 4
IMIGRANTE 5 1 1 7
INDEPENDÊNCIA 12 1 2 5 20
INHACORÁ 9 6 2 5 22
IPÊ 3 3
IPIRANGA DO SUL 7 1 8
IRAÍ 10 6 3 1 20
ITAARA 5 4 2 4 3 18
ITACURUBI 10 6 2 2 20
ITAPUCA 4 3 1 8
ITAQUI 6 Fonte:
3 Brasil (2013)
2 2 13
ITATI 1 3 2 6
ITATIBA DO SUL 10 2 12
IVORÁ 7 6 2 2 17
IVOTI 1 1 2
JABOTICABA 12 3 1 1 1 18
JACUIZINHO 5 5 1 3 1 15
IMBÉ 2 2 4
IMIGRANTE 5 1 1 7

177
INDEPENDÊNCIA 12 1 2 5 20
ATLAS BRASILEIRO INHACORÁ
DE DESASTRES NATURAIS – 19919 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL 6 2 5
DIAGNÓSTICO DOS DESASTRES NATURAIS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 22
IPÊ 3 3
IPIRANGA DO SUL 7 1 8
IRAÍ 10 6 3 1 20
ITAARA Infográfi5 co 12: Registros de desastres 4
naturais por evento, nos 2 do Estado do
municípios 4 Rio Grande do Sul, no período
3 de 1991 a 2012 18
ITACURUBI 10 6 2 2 20
ITAPUCA 4 3 1 8
ITAQUI 6 3 2 2 13
ITATI 1 3 2 6
ITATIBA DO SUL 10 2 12
IVORÁ 7 6 2 2 17
IVOTI 1 1 2
JABOTICABA 12 3 1 1 1 18
JACUIZINHO 5 5 1 3 1 15
JACUTINGA 10 2 1 1 1 15
JAGUARÃO 4 3 1 8
JAGUARI 9 4 1 14
JAQUIRANA 2 1 3
JARI 7 3 2 12
JÓIA 11 3 3 17
JÚLIO DE CASTILHOS 11 5 3 5 24
LAGOA BONITA DO SUL 6 4 1 3 1 15
LAGOA DOS TRÊS CANTOS 10 3 2 1 3 19
LAGOA VERMELHA 8 3 1 2 14
LAGOÃO 9 4 2 3 18
LAJEADO 7 4 4 1 2 18
LAJEADO DO BUGRE 10 3 3 16
LAVRAS DO SUL 6 2 1 2 11
LIBERATO SALZANO 12 2 1 3 3 1 22
LINDOLFO COLLOR 2 2
LINHA NOVA 2 2
MAÇAMBARÁ 6 4 10
MACHADINHO 14 3 1 2 1 21
MAMPITUBA 1 1 1 3
MANOEL VIANA 10 1 4 15
MAQUINÉ 9 1 1 2 13
MARATÁ 1 1 2
MARAU 9 1 10
MARCELINO RAMOS 12 3 1 3 19
MARIANA PIMENTEL 2 2
MARIANO MORO 12 1 1 1 15
MARQUES DE SOUZA 3 2 3 2 1 11
MATA 5 3 8
MATO CASTELHANO 6 6
MATO LEITÃO 6 1 1 1 9
MATO QUEIMADO 6 2 8
MAXIMILIANO DE ALMEIDA 13 2 3 4 5 27
MINAS DO LEÃO 1 4 5
MIRAGUAÍ 11 1 2 14
MONTAURI 7 1 8
MONTE ALEGRE DOS CAMPOS 4 1 2 7
MONTE BELO DO SUL 1 1
MONTENEGRO 1 2 4 2 6 1 16
MORMAÇO 7 4 4 15
MORRINHOS DO SUL 5 3 8
MORRO REDONDO 5 1 6
MORRO REUTER 1 2 3
MOSTARDAS 1 3 1 1 6
MUÇUM 5 1 3 2 2 13
MUITOS CAPÕES 5 1 1 7
MULITERNO 6 6
NÃO-ME-TOQUE 10 4 1 1 3 19
NICOLAU VERGUEIRO 7 3 1 1 12
NONOAI 15 3 3 6 27
NOVA ALVORADA 7 Fonte:
5 Brasil (2013)
1 1 2 16
NOVA ARAÇÁ 4 1 5
NOVA BASSANO 5 1 1 2 1 10
NOVA BOA VISTA 6 1 1 1 9
NOVA BRÉSCIA 5 1 6
NOVA CANDELÁRIA 6 1 1 8
NOVA ESPERANÇA DO SUL 9 4 1 14
MORRINHOS DO SUL 5 3 8
MORRO REDONDO 5 1 6

178
MORRO REUTER 1 2 3
MOSTARDAS 1
DIAGNÓSTICO DOS DESASTRES NATURAIS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 3 1 ATLAS 1 DESASTRES NATURAIS
BRASILEIRO DE – 1991 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO6 SUL
MUÇUM 5 1 3 2 2 13
MUITOS CAPÕES 5 1 1 7
MULITERNO 6 6
NÃO-ME-TOQUE 10 co 12: Registros de desastres naturais por
Infográfi 4
evento, nos 1 do Estado do
municípios 1 Rio Grande do Sul, no período
3 de 1991 a 2012 19
NICOLAU VERGUEIRO 7 3 1 1 12
NONOAI 15 3 3 6 27
NOVA ALVORADA 7 5 1 1 2 16
NOVA ARAÇÁ 4 1 5
NOVA BASSANO 5 1 1 2 1 10
NOVA BOA VISTA 6 1 1 1 9
NOVA BRÉSCIA 5 1 6
NOVA CANDELÁRIA 6 1 1 8
NOVA ESPERANÇA DO SUL 9 4 1 14
NOVA HARTZ 2 2 4
NOVA PÁDUA 1 1
NOVA PALMA 8 4 1 1 1 15
NOVA PETRÓPOLIS 1 1 3 1 2 8
NOVA PRATA 7 2 1 1 11
NOVA RAMADA 7 1 1 9
NOVA ROMA DO SUL 1 1 2 1 5
NOVA SANTA RITA 1 1 1 3
NOVO BARREIRO 10 4 1 2 17
NOVO CABRAIS 5 3 2 1 1 12
NOVO HAMBURGO 1 1 2 1 1 6
NOVO MACHADO 8 3 1 12
NOVO TIRADENTES 11 3 1 1 1 17
NOVO XINGU 7 1 2 10
OSÓRIO 1 1 1 2 5
PAIM FILHO 12 2 2 1 2 19
PALMARES DO SUL 1 1 2 4
PALMEIRA DAS MISSÕES 10 2 1 2 3 18
PALMITINHO 12 2 2 4 20
PANAMBI 11 2 1 4 2 20
PANTANO GRANDE 3 1 2 2 1 1 10
PARAÍ 4 2 1 1 8
PARAÍSO DO SUL 5 1 1 3 10
PARECI NOVO 2 1 4 1 1 1 10
PAROBÉ 1 4 1 1 7
PASSA SETE 8 6 3 4 21
PASSO DO SOBRADO 8 1 1 10
PASSO FUNDO 5 1 6
PAULO BENTO 4 4
PAVERAMA 5 2 7
PEDRAS ALTAS 4 1 5
PEDRO OSÓRIO 7 1 3 2 13
PEJUÇARA 10 4 1 1 16
PELOTAS 3 3 1 7
PICADA CAFÉ 1 2 3
PINHAL 12 4 1 17
PINHAL DA SERRA 6 6
PINHAL GRANDE 8 4 12
PINHEIRINHO DO VALE 8 1 2 3 14
PINHEIRO MACHADO 8 2 1 1 12
PIRAPÓ 10 2 12
PIRATINI 12 3 2 1 5 23
PLANALTO 11 5 16
POÇO DAS ANTAS 2 2
PONTÃO 7 3 2 5 17
PONTE PRETA 9 9
PORTÃO 1 1 2
PORTO ALEGRE 1 1
PORTO LUCENA 10 2 1 1 4 18
PORTO MAUÁ 8 2 10
PORTO VERA CRUZ 8 Fonte:
1 Brasil (2013) 3 12
PORTO XAVIER 12 5 1 3 6 27
POUSO NOVO 8 3 2 2 1 16
PROGRESSO 9 2 4 1 16
PROTÁSIO ALVES 3 2 2 2 9
PUTINGA 10 5 1 2 1 19
QUARAÍ 8 2 6 1 1 18
PIRAPÓ 10 2 12
PIRATINI 12 3 2 1 5 23

179
PLANALTO 11 5 16
ATLAS BRASILEIRO
POÇO DAS DESASTRES NATURAIS – 19912 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL
DE ANTAS DIAGNÓSTICO DOS DESASTRES NATURAIS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 2
PONTÃO 7 3 2 5 17
PONTE PRETA 9 9
PORTÃO 1 1 2
PORTO ALEGRE Infográfico 12: Registros de desastres naturais por evento, nos municípios do Estado do Rio Grande do Sul, no período
1 de 1991 a 2012 1
PORTO LUCENA 10 2 1 1 4 18
PORTO MAUÁ 8 2 10
PORTO VERA CRUZ 8 1 3 12
PORTO XAVIER 12 5 1 3 6 27
POUSO NOVO 8 3 2 2 1 16
PROGRESSO 9 2 4 1 16
PROTÁSIO ALVES 3 2 2 2 9
PUTINGA 10 5 1 2 1 19
QUARAÍ 8 2 6 1 1 18
QUATRO IRMÃOS 6 1 7
QUEVEDOS 8 2 1 1 12
QUINZE DE NOVEMBRO 12 1 1 14
REDENTORA 11 6 1 4 22
RELVADO 7 1 1 9
RESTINGA SECA 5 2 4 2 4 17
RIO DOS ÍNDIOS 9 1 2 1 13
RIO GRANDE 3 2 2 3 6 16
RIO PARDO 8 3 2 1 5 19
RIOZINHO 1 1 6 2 4 14
ROCA SALES 7 2 3 2 1 15
RODEIO BONITO 11 3 2 2 18
ROLADOR 6 2 8
ROLANTE 3 1 5 1 2 4 16
RONDA ALTA 10 4 1 2 17
RONDINHA 10 2 12
ROQUE GONZALES 12 1 2 15
ROSÁRIO DO SUL 6 3 5 1 1 16
SAGRADA FAMÍLIA 8 1 1 10
SALDANHA MARINHO 12 3 15
SALTO DO JACUÍ 12 3 6 1 22
SALVADOR DAS MISSÕES 8 1 1 1 1 12
SALVADOR DO SUL 3 3 1 7
SANANDUVA 12 2 1 15
SANTA BÁRBARA DO SUL 11 2 1 2 3 19
SANTA CECÍLIA DO SUL 3 1 2 1 7
SANTA CLARA DO SUL 5 3 1 1 10
SANTA CRUZ DO SUL 8 2 5 1 16
SANTA MARGARIDA DO SUL 3 2 5
SANTA MARIA 8 2 1 3 6 20
SANTA MARIA DO HERVAL 2 1 3
SANTA ROSA 10 4 1 2 17
SANTA TEREZA 3 4 3 1 1 12
SANTA VITÓRIA DO PALMAR 1 1 2
SANTANA DA BOA VISTA 9 1 1 3 4 18
SANT'ANA DO LIVRAMENTO 6 2 8
SANTIAGO 10 2 2 14
SANTO ÂNGELO 10 2 1 2 15
SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA 1 1 1 2 5
SANTO ANTÔNIO DAS MISSÕES 12 5 4 5 26
SANTO ANTÔNIO DO PALMA 7 1 8
SANTO ANTÔNIO DO PLANALTO 5 1 1 1 8
SANTO AUGUSTO 12 1 2 15
SANTO CRISTO 10 1 3 14
SANTO EXPEDITO DO SUL 8 2 2 1 13
SÃO BORJA 9 1 1 3 1 1 5 21
SÃO DOMINGOS DO SUL 6 6
SÃO FRANCISCO DE ASSIS 8 2 1 11
SÃO FRANCISCO DE PAULA 2 1 2 2 7
SÃO GABRIEL 7 3 3 2 4 19
SÃO JERÔNIMO 3 Fonte:
4 Brasil (2013)
6 2 4 19
SÃO JOÃO DA URTIGA 10 3 2 15
SÃO JOÃO DO POLÊSINE 3 3 3 1 1 11
SÃO JORGE 8 1 9
SÃO JOSÉ DAS MISSÕES 7 2 2 1 12
SÃO JOSÉ DO HERVAL 7 4 2 1 14
SANTO ANTÔNIO DO PALMA 7 1 8
SANTO ANTÔNIO DO PLANALTO 5 1 1 1 8

180
SANTO AUGUSTO 12 1 2 15
DIAGNÓSTICO
SANTO CRISTO DOS DESASTRES NATURAIS
10 NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 1 ATLAS BRASILEIRO DE
3 DESASTRES NATURAIS – 1991 A 2012 – 14 SUL
VOLUME RIO GRANDE DO
SANTO EXPEDITO DO SUL 8 2 2 1 13
SÃO BORJA 9 1 1 3 1 1 5 21
SÃO DOMINGOS DO SUL 6 6
SÃO FRANCISCO DE ASSIS Infográfi8 co 12: Registros de desastres naturais por evento, nos municípios
2 do Estado do Rio Grande do Sul, no período
1 de 1991 a 2012 11
SÃO FRANCISCO DE PAULA 2 1 2 2 7
SÃO GABRIEL 7 3 3 2 4 19
SÃO JERÔNIMO 3 4 6 2 4 19
SÃO JOÃO DA URTIGA 10 3 2 15
SÃO JOÃO DO POLÊSINE 3 3 3 1 1 11
SÃO JORGE 8 1 9
SÃO JOSÉ DAS MISSÕES 7 2 2 1 12
SÃO JOSÉ DO HERVAL 7 4 2 1 14
SÃO JOSÉ DO HORTÊNCIO 1 1 3 5
SÃO JOSÉ DO INHACORÁ 9 1 10
SÃO JOSÉ DO NORTE 5 2 1 1 2 11
SÃO JOSÉ DO OURO 11 5 1 17
SÃO JOSÉ DO SUL 4 1 2 7
SÃO JOSÉ DOS AUSENTES 2 1 3
SÃO LEOPOLDO 1 1 1 3
SÃO LOURENÇO DO SUL 7 2 1 2 12
SÃO LUIZ GONZAGA 9 1 1 5 16
SÃO MARCOS 1 1 1 3 6
SÃO MARTINHO 10 1 2 13
SÃO MARTINHO DA SERRA 7 1 3 11
SÃO MIGUEL DAS MISSÕES 9 1 1 1 4 16
SÃO NICOLAU 9 1 2 2 14
SÃO PAULO DAS MISSÕES 11 1 1 5 18
SÃO PEDRO DA SERRA 1 1 1 3
SÃO PEDRO DAS MISSÕES 7 1 1 9
SÃO PEDRO DO BUTIÁ 9 1 1 11
SÃO PEDRO DO SUL 5 3 1 5 14
SÃO SEBASTIÃO DO CAÍ 1 1 7 1 10
SÃO SEPÉ 4 5 5 3 2 19
SÃO VALENTIM 11 3 2 4 3 23
SÃO VALENTIM DO SUL 3 2 2 1 8
SÃO VALÉRIO DO SUL 8 3 11
SÃO VENDELINO 4 1 5
SÃO VICENTE DO SUL 11 2 1 14
SAPIRANGA 1 1 2
SAPUCAIA DO SUL 3 1 4
SARANDI 6 5 1 2 14
SEBERI 13 4 2 2 1 22
SEDE NOVA 8 4 2 2 16
SEGREDO 10 5 1 1 17
SELBACH 12 3 1 3 1 20
SENADOR SALGADO FILHO 8 1 1 10
SENTINELA DO SUL 1 3 4
SERAFINA CORRÊA 5 1 1 1 1 9
SÉRIO 3 3 1 1 8
SERTÃO 10 4 1 15
SERTÃO SANTANA 1 3 4
SETE DE SETEMBRO 10 3 1 1 15
SEVERIANO DE ALMEIDA 13 2 1 2 18
SILVEIRA MARTINS 5 5 2 2 14
SINIMBU 4 3 2 2 1 12
SOBRADINHO 10 3 4 3 5 25
SOLEDADE 10 7 2 5 24
TABAÍ 2 2 1 5
TAPEJARA 8 4 1 1 6 1 21
TAPERA 10 3 1 1 15
TAPES 1 2 3
TAQUARA 2 2 2 1 6 13
TAQUARI 5 3 3 2 2 15
TAQUARUÇU DO SUL 11 Fonte:
3 Brasil (2013) 1 2 17
TAVARES 3 4 2 1 1 11
TENENTE PORTELA 10 1 1 1 4 17
TERRA DE AREIA 6 3 9
TEUTÔNIA 8 1 9
TIO HUGO 7 1 1 1 10
TIRADENTES DO SUL 10 2 2 3 17
SILVEIRA MARTINS 5 5 2 2 14
SINIMBU 4 3 2 2 1 12

181
SOBRADINHO 10 3 4 3 5 25
ATLAS BRASILEIROSOLEDADE 10 A 2012 – VOLUME RIO GRANDE DO SUL
DE DESASTRES NATURAIS – 1991 7 2 5
DIAGNÓSTICO DOS DESASTRES NATURAIS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 24
TABAÍ 2 2 1 5
TAPEJARA 8 4 1 1 6 1 21
TAPERA 10 3 1 1 15
TAPES Infográfi1 co 12: Registros de desastres naturais por evento, 2
nos municípios do Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012 3
TAQUARA 2 2 2 1 6 13
TAQUARI 5 3 3 2 2 15
TAQUARUÇU DO SUL 11 3 1 2 17
TAVARES 3 4 2 1 1 11
TENENTE PORTELA 10 1 1 1 4 17
TERRA DE AREIA 6 3 9
TEUTÔNIA 8 1 9
TIO HUGO 7 1 1 1 10
TIRADENTES DO SUL 10 2 2 3 17
TOROPI 4 1 5
TORRES 1 3 1 3 8
TRAMANDAÍ 2 4 6
TRAVESSEIRO 4 1 5
TRÊS ARROIOS 9 1 1 2 13
TRÊS CACHOEIRAS 4 4 8
TRÊS COROAS 1 2 3
TRÊS DE MAIO 12 2 1 4 2 21
TRÊS FORQUILHAS 7 1 1 3 12
TRÊS PALMEIRAS 14 1 1 2 1 19
TRÊS PASSOS 10 2 1 1 1 15
TRINDADE DO SUL 13 3 1 3 1 21
TRIUNFO 1 1 4 3 3 12
TUCUNDUVA 7 1 1 7 1 17
TUNAS 10 3 2 2 17
TUPANCI DO SUL 7 1 1 1 10
TUPANCIRETÃ 12 1 1 1 5 20
TUPANDI 3 3
TUPARENDI 12 1 1 3 17
TURUÇU 3 2 1 6
UBIRETAMA 9 1 10
UNIÃO DA SERRA 6 1 1 8
UNISTALDA 9 2 2 13
URUGUAIANA 3 2 4 1 10
VACARIA 4 3 4 1 12
VALE DO SOL 6 1 4 11
VALE REAL 1 1
VALE VERDE 3 1 1 1 6
VANINI 6 5 1 2 14
VENÂNCIO AIRES 5 2 5 4 3 19
VERA CRUZ 5 2 4 2 1 14
VERANÓPOLIS 2 1 1 1 5
VESPASIANO CORREA 3 2 3 2 10
VIADUTOS 12 4 1 1 1 19
VIAMÃO 1 1 1 3 6
VICENTE DUTRA 10 4 1 15
VICTOR GRAEFF 9 4 1 1 4 19
VILA FLORES 2 1 1 1 5
VILA LÂNGARO 8 2 1 2 13
VILA MARIA 9 1 2 3 15
VILA NOVA DO SUL 6 4 3 2 15
VISTA ALEGRE 12 3 15
VISTA ALEGRE DO PRATA 5 1 1 7
VISTA GAÚCHA 11 1 1 1 14
VITÓRIA DAS MISSÕES 9 1 10
WESTFALIA 5 5
XANGRI-LÁ 2 2 4

Fonte: Brasil (2013)


182 Diagnóstico dos desastres naturais no Estado do Rio Grande do Sul Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul

Considerações Finais
nais especializados em âmbito municipal e pela falta de unidade e de pa-
dronização das informações declaradas pelos documentos de registros de
desastres. É, portanto, por meio da capacitação e da profissionalização dos
agentes de defesa civil que se busca sanar as principais limitações no regis-
O acordo de cooperação entre a Secretaria Nacional de Defesa Civil
tro e na produção das informações de desastres. É a valorização da história
e o Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres da Uni-
e de seus registros que contribuirá para que o país consolide sua política
versidade Federal de Santa Catarina foi importante, pois gerou o Atlas
nacional de defesa civil e suas ações de redução de riscos de desastres.
Brasileiro de Desastres Naturais, documento que se destaca por sua ca-
É, portanto, por meio da capacitação e profissionalização dos agentes
pacidade de produzir conhecimento referente aos desastres naturais dos
de defesa civil que se busca sanar as principais limitações no registro e pro-
últimos 20 anos no Brasil. Tal iniciativa marca o momento histórico em que
dução das informações de desastres. É a valorização da história e seus re-
vivemos diante da recorrência de desastres e de iminentes esforços para
gistros que irá contribuir para que o País consolide sua política nacional de
minimizar perdas em todo território nacional.
defesa civil e suas ações de redução de riscos de desastres.
Nesse contexto, o Atlas torna-se capaz de suprir a necessidade la-
Os dados coletados sobre o Estado do Rio Grande do Sul e publicados
tente dos gestores públicos de “olhar” com mais clareza para o passado,
neste volume apontam que o registro de ocorrência de desastres cresceu
compreender as ocorrências atuais e, então, pensar em estratégias de
2,64 vezes nos últimos doze anos. Entretanto, esse aumento nos registros
redução de risco de desastres adequadas para sua realidade local. Além
não permite, sem uma análise mais detalhada, afirmar que houve um au-
disso, os gestores devem fundamentar análises e direcionar as decisões
mento de ocorrências na mesma proporção. Os dados analisados mostraram
políticas e técnicas da gestão de risco.
que o ano de 2009 foi o mais afetado na série histórica, com 722 ocorrências,
O Atlas é também matéria-prima para estudos e pesquisas, ambos
segundo o Gráfico 47.
científicos, mais aprofundados e torna-se fonte para a compreensão das
Apesar de não poder assegurar a relação direta entre registros e ocor-
séries históricas de desastres naturais no Brasil, além de possibilitar uma
rências, o presente documento permite uma série de importantes análises,
análise criteriosa de causas e consequências.
ao oferecer informações – nunca antes sistematizadas – que ampliam as dis-
É importante registrar, contudo, que, durante a análise dos dados
cussões sobre as causas das ocorrências e intensidade dos desastres. Com
coletados, foram identificadas algumas limitações da pesquisa que não
esse levantamento, podem-se fundamentar novos estudos, tanto de âmbito
comprometem o trabalho, mas contribuem muito para ampliar o “olhar”
nacional, quanto local, com análises de informações da área afetada, danos
dos gestores públicos com relação às lacunas presentes no registro e no
humanos, materiais e ambientais, bem como prejuízos sociais e econômicos.
cuidado da informação sobre desastres. Destaca-se entre as limitações a
Também é possível estabelecer relações entre as informações sobre desas-
clara observação de variações e de inconsistências no preenchimento de
tres e sua contextualização com as variáveis geográficas regionais e locais.
danos humanos, materiais e econômicos.
No Estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, percebe-se a incidên-
Diante de tal variação, optou-se, para garantir a credibilidade dos
cia de tipologias fundamentais de desastres, representadas por estiagens e
dados, por não publicar os danos materiais e econômicos, e, posterior-
secas e enxurradas, que possibilitam verificar a sazonalidade e recorrência,
mente, recomenda-se aplicar um instrumento de análise mais preciso
e assim subsidiar os processos decisórios para direcionar recursos e reduzir
para validação desses dados.
danos e prejuízos, assim como perdas humanas.
As inconsistências encontradas retratam certa fragilidade histórica do
A partir das análises que derivam deste Atlas, se pode afirmar que este
sistema nacional de defesa civil, principalmente pela ausência de profissio-
estudo é mais um passo na produção do conhecimento necessário para a
Atlas brasileiro de desastres naturais – 1991 a 2012 – volume rio grande do sul Diagnóstico dos desastres naturais no Estado do Rio Grande do Sul
183
Gráfico 47: Frequência anual dos desastres naturais mais recorrentes
BRITTO, F. P. Distribuição espaço-temporal da precipitação pluvial no
no Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1991 a 2012
Estado do Rio Grande do Sul. 2004. Dissertação (Mestrado em Geografia)
- Departamento de Geociências - Universidade Federal de Santa Catarina.
800 722 Florianópolis, 2004. 65 p.
700
600 550
Frequência anual

COMDEC – COORDENADORIA MUNICIPAL DE DEFESA CIVIL DE


484
500 440 451 CHARQUEADAS, RS. Acervo fotográfico. 2013a.
414
400 383
339 COMDEC – COORDENADORIA MUNICIPAL DE DEFESA CIVIL DE
300 279
239 ALEGRETE, RS. Acervo fotográfico. 2013b.
194
200 182 184 155
127 151 130
117
100 91 FINOTTI, E. Análise de ocorrência de vendavais na região sul do
54 71 23
0
Brasil: relatório final de Projeto de Iniciação Cientifica (PIBIC/CNPq/
INPE). Santa Maria: INPE, 2010. Disponível em: <http://urlib.net/
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
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