Apostila de Psicomotricidade
Apostila de Psicomotricidade
Apostila de Psicomotricidade
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1- CONCEITO E HISTÓRIA DA PSICOMOTRICIDADE
“Psicomotricidade é a ciência do Homem em movimento, das relações consigo e com o
mundo, com o corpo, através do corpo e de sua corporeidade” – Freinet.
“Psicomotricidade é uma ciência que tem por objetivo o estudo do homem, através do
seu corpo em movimento, nas relações com seu mundo interno e externo. Sociedade
Brasileira de Psicomotricidade (SBP)
A Psicomotricidade é a área que se ocupa do corpo em movimento. Mas não podemos
esquecer que o corpo é um dos instrumentos mais poderosos que o sujeito tem para
expressar conhecimentos, ideias, sentimentos e emoções. É ele que une o indivíduo com
o mundo que lhe dá as marcas necessárias para que se constitua como sujeito.
A Psicomotricidade está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem
das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos
básicos: O movimento, O intelecto e o afeto.
Epistemologicamente, a palavra “PSICOMOTRICIDADE” é formada pelo termo grego
PSYCHÉ – significando alma – e a palavra latina MOTO, que significa “MOVIMENTO
FREQÜENTE”.
Foi na França, entre o final do século XIX e o início do século XX, que a
Psicomotricidade começou a considerada dentro da área médica, nascendo em um
contexto biomédico, ou seja, nos estudos realizados se estabeleceu a relação essencial
para o desenvolvimento humano entre este e a maturação.
Esta concepção surgiu com a ideia de que existiria um padrão evolutivo único e, dessa
maneira, as capacidades decorrentes do processo maturacional poderiam ser mensuradas
através de testes para as diferentes idades.
Ernest Dupré, neuropsiquiatra, é de fundamental importância para o âmbito psicomotor,
já que é ele quem afirma em 1909 que a independência da debilidade motora
(antecedente do sintoma psicomotor) de um possível correlato neurológico.
Em 1925, Henry Wallon, médico psicólogo, ocupa-se do movimento humano dando-lhe
uma categoria fundante como instrumento na construção do psiquismo. Wallon
relaciona o movimento ao afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do
indivíduo.
Em 1935, Edouard Guilmain, neurologista, desenvolve um exame psicomotor para fins
de diagnóstico, de indicação da terapêutica e de prognóstico.
Em 1947, Julian de Ajuriaguerra, psiquiatra, redefine o conceito de debilidade motora,
considerando-a como uma síndrome com suas próprias particularidades. É ele quem
delimita com clareza os transtornos psicomotores que oscilam entre o neurológico e o
psiquiátrico.
Com estas novas contribuições, a Psicomotricidade diferencia-se de outras disciplinas,
adquirindo sua própria especificidade e autonomia.
Na década de 70, diferentes autores definem a Psicomotricidade como uma motricidade
de relação. A motricidade resulta da interação entre o genoma, as características
ambientais e os processos sociais em sua historicidade.
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Começa então, a ser delimitada uma diferença entre uma postura reeducativa e uma
terapêutica que, ao despreocupar-se da técnica instrumentalista e ao ocupar-se do
"corpo de um sujeito", vai dando progressivamente maior importância à relação, à
afetividade e ao emocional.
Para o Psicomotricista, a criança constitui sua unidade a partir das interações com o
mundo externo e nas ações do Outro (mãe e substitutos) sobre ela.
A Psicomotricidade é uma ciência que possui uma importância cada vez maior no
desenvolvimento global do indivíduo em todas suas fases, principalmente por estar
articulada com outros campos científicos como a Neurologia, a Psicologia e Pedagogia.
A Psicomotricidade, se preocupando com a relação entre o homem e o seu corpo,
considera não só aspectos psicomotores, mas os aspectos cognitivos e sócioafetivos que
constituem o sujeito.
No geral, os psicomotricistas não costumam gostar do termo motricidade, pois
enxergam a motricidade indissociável da psique humana. O termo motricidade é mais
utilizado pela área da educação física no âmbito da perspectiva do treinamento
esportivo, ligado à coordenação motora como qualidade física, sendo interpretado de
forma diferente da perspectiva da Psicomotricidade.
“Nos estudos dos pesquisadores recentes, são apontados três principais campos de
atuação ou formas de abordagem da Psicomotricidade .(MELLO, 2002, p. 33).:
Reeducação Psicomotora, Terapia Psicomotora e Educação Psicomotora. Embora em
certos trabalhos esses três níveis de atuação cheguem a confundir-se, existem
características próprias em cada um deles.
Na atualidade existe um grande número de profissionais de áreas diversas que utilizam
a motricidade ou a psicomotricidade em diferentes contextos e em diferentes faixas
etárias, como em escolas, clínicas de reabilitação, academias, hospitais e outros (NETO,
2002). Segundo ele “profissionais de medicina (pediatria, psiquiatria, neurologia e
reabilitação infantil); psicologia (psicologia evolutiva, do esporte e especial); educação
física e pedagogia (ensino regular e fundamental); fisioterapia e fonoaudiologia.
A clientela atendida pelo psicomotricista também é diversificada: Crianças em fase de
desenvolvimento; bebês de alto risco, crianças com dificuldades/atrasos no
desenvolvimento global, pessoas portadoras de necessidades especiais, deficiências
sensoriais, motoras, mentais e psíquicas, pessoas que apresentam distúrbios sensoriais,
perceptivos, motores e relacionais em consequência de lesões neurológicas, família e a
3ª idade.
O mercado de trabalho do psicomotricista é amplo e diversificado, consistindo em
creches, escolas, escolas especiais, clínicas multidisciplinares, consultórios, clínicas
geriátricas, postos de saúde, hospitais e empresas.
A atuação do psicomotricista, profissão não regulamentada, está englobada pela
seguines área: Educação Física (atividades físicas), Fisioterapia (reabilitação),
Fonoaudiologia, Medicina e Psicologia.
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2- PSICIMOTRICIDADE E SEUS ELEMENTOS BÁSICOS
O desenvolvimento motor- é influenciado pelo INDIVÍDUO (hereditariedade, biologia,
natureza, fatores intrínsecos), TAREFA (aspectos motores, aspectos perceptivos, aspectos
energéticos) e pelo AMBIENTE (experiência, aprendizagem, encorajamento, fatores
intrínsecos) e também pela estimulação ocasional e pela estimulação organizada.
A Psicomotricidade estimula a criatividade e as inúmeras formas de movimento por meio de
suas praxias (capacidade de realização voluntária de movimentos). Procura ajudar a pessoa na
melhor tomada de consciência de seu corpo integrada às emoções, a fim de reencontrar o
caminho da comunicação consigo mesma e com os outros. Estimula também a Integração
Sensorial, considerando que o nosso mundo é sensorial. Exemplo: um dos primeiros desafios do
bebê é organizar, interpretar e integrar informações dos vários sistemas sensoriais, de forma a
dar sentido ao que se passa a sua volta.
Assim, a Integração sensorial é o processo neurológico que organiza as sensações do próprio
corpo e do ambiente, permitindo a organização do comportamento e o uso eficiente do corpo
nas ações e atividades que fazemos rotineiramente.
Objeto - Primeiro a criança age junto com o objeto, em seguida age sobre o objeto e finalmente
age sem o objeto.
Primeiro o corpo é percebido, depois conhecido, vivido e só então representado.
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Duas graves consequências no distúrbio do esquema corporal são o não desenvolvimento de
instrumentos próprios para o bom relacionamento social e o com meio ambiente e um mau
desenvolvimento da linguagem.
Trabalhar com as partes do corpo permite o autoconhecimento pelo sentido cinestésico, onde a
criança toca a parte do corpo solicitada, respeitando a lei “céfalo caudal” e “próximo distal”. Lei
céfalo-caudal: as partes do corpo que estão mais próximas da cabeça são controladas antes,
sendo que o controle estende-se posteriormente para baixo. A criança mantém sua cabeça ereta
antes do tronco. Lei próximo-distal: as partes que estão mais próximas do eixo corporal são
controladas antes que as que se encontram mais afastadas. A articulação do ombro é controlada
antes da articulação do cotovelo.
Transtornos do Esquema corporal
Asomatognosia: o sujeito é incapaz de reconhecer e mostrar em seu corpo alguma de suas
partes. Pode ocorrer a partir de alguma lesão neurológica.
Agnosia digital: mais frequente nas crianças, quando não são capazes de reconhecer, mostrar
nem mover os distintos dedos de sua própria mão ou de outra. Essa má percepção corporal tem
provável causa numa má percepção sensitiva e proprioceptiva. Crianças com dificuldade de
aprendizagem frequentemente emergem de uma fraca auto-imagem e que as próximas
aprendizagens, que dela dependerem, também poderão vir a serem deficitárias.
3- Tônus – é a tensão fisiológica dos músculos que garante equilíbrio estático e dinâmico,
coordenação e postura em qualquer posição adotada pelo corpo, esteja ele parado ou em
movimento. Exemplo: a maioria das pessoas portadoras da Síndrome de Down possui uma
hipotonia, ou seja, uma tonicidade ou tensão menor do que a normal, o que faz com que haja um
aumento da mobilidade e da flexibilidade e uma diminuição do equilíbrio, da postura e da
coordenação. Desarmonia do tônus motor pode ocorrer em indivíduos com um bom nível motor,
por variações afetivas, com as emoções. São disfunções do Tônus:
Paratonia: o indivíduo não pode realizar movimentos e ao tentá-los aumenta mais sua rigidez.
Sincinesias: são movimentos que se realizam de forma involuntária. Ao contrair-se um grupo de
músculos, realiza-se outro movimento junto com o que centramos nossa atenção. Exemplo:
enquanto a criança escreve, mostra ou morde a ponta da língua. Essa ocorrência está
diretamente relacionada com certa imaturidade sobre o controle do tônus. Pode ser algo normal
até os 10-12 anos, idade em que vão desaparecendo. Por si mesmas não são transtornos, apenas
são sintomas de algum outro problema.
Atividade para o tônus: Andando com brinquedo – A atividade de locomoção com apoio tem
como objetivo tonificar a musculatura relacionada à posição em pé. O deslocamento contribui
para o equilíbrio postural. Com a atividade, desenvolve-se também a noção visual e espacial,
pois o bebê tem que observar para onde ele pode empurrar o brinquedo para poder deslocar-se.
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4- Coordenação global ou motricidade ampla – é a ação simultânea de diferentes grupos
musculares na execução de movimentos voluntários, amplos e relativamente complexos.
Exemplo: para caminhar utilizamos a coordenação motora ampla em que membros superiores e
inferiores se alternam coordenadamente para que haja deslocamento.
A trajetória que uma criança percorre desde que começa a deixar de ser bebê (dependência
total), até começar a se transformar em um ser mais independente e autônomo está relacionado
tanto às condições biológicas, como aquelas proporcionadas pelo espaço familiar e social
(escola), com o qual interage."
É preciso saber que:
- O desenvolvimento de uma criança não acontece de forma linear.
- As mudanças que vão se produzindo ocorrem de forma gradual, são períodos contínuos que
vão se sucedendo e se superpondo.
- Durante a evolução a criança experimenta avanços e retrocessos, vivendo seu desenvolvimento
de modo particular.
- Acompanhamos a construção de sua personalidade respeitando que em cada idade há um jeito
próprio de se manifestar.
- Tanto antecipar etapas, como não estimular a criança, podem ser geradores de futuros
conflitos.
- Cabe a família e a Escola conhecer e respeitar os passos do desenvolvimento infantil.
Desenvolvimento da criança de 0 a 6 anos em seus aspectos cognitivo, afetivo e social.
A criança, ao nascer, não traz hereditariamente formas prontas de conhecimento que evoluíram
através dos anos com a maturação. Tampouco podemos considerar a criança uma “massa
amorfa” que vai saindo modelada aos poucos pela influência e reforços do mundo ao seu
redor. A criança constrói os seus conhecimentos interagindo com o mundo em que vive e que
seu pensamento cresce partindo de ações e não de palavras. O conhecimento não pode ser dado
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às crianças. Ele tem de ser descoberto e reconstruído através das suas atividades. As crianças
aprendem melhor partindo de experiências concretas.
Por natureza, as crianças estão continuamente em atividade. Elas têm de descobrir e dar sentido
ao seu mundo. Quando elas estão fazendo isto, elas refazem as estruturas mentais que
permitem tratar de informações cada vez mais complexas. Este refazer de estruturas mentais
torna possível a genuína aprendizagem – aprendizagem que é estável e duradoura. Quando
essas estruturas, que são necessárias, não estão presentes, a aprendizagem é superficial.
A Criança de 0 a 2 anos
O universo que inicialmente estava centrado no corpo da criança e em sua ação, vai sendo
descentrado de tal forma que ela acaba por situar-se como alguém num universo maior, num
universo de objetos permanentes.
A Criança de 2 a 7 anos
A criança, neste período, reconstrói conceitualmente tudo o que, desde o seu nascimento,
constituiu como ação. Os esquemas sensórios-motores já não são os únicos instrumentos de
aprendizagem e desenvolvimento. A criança possui a capacidade de representação verbal e de
pensamento.
A criança agora é capaz de interagir com o objeto, mesmo ausente, criando significantes que o
representam como desenhos, gestos, palavras ou outros objetos. A capacidade de representação
da criança se manifesta de diferentes formas: a imitação, a brincadeira de faz-de-conta, o
desenho, a imagem mental e a linguagem. A linguagem escrita também surge neste período,
que além de fazer parte do sistema de representação, começa a ser objeto de interesse da
criança.
Nesta fase a criança amplia muito sua capacidade linguística, com o uso de verbos simples,
adjetivos e advérbios de tempo e de lugar. Enquanto as crianças mais novas falam para si
mesmas ainda que estejam juntas com outras crianças, as mais velhas já são capazes de
estabelecer trocas verbais com seus pares e os adultos.
Conhecer como as crianças se desenvolvem e aprendem, com certeza, vai nos auxiliar na
escolha das melhores estratégias para uma educação cristã mais afetiva e compromissada com a
construção de um ser humano mais feliz.
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O Desenvolvimento da Criança de 12 aos 18 meses
● Aprende, ainda, principalmente por imitação. ● Ter paciência, pois é uma condição normal do
crescimento. Evitar as oportunidades de alternativas:
● Maior desenvolvimento da inteligência e poder pôr o assunto em termos definidos, falar clara e
de dedução. simplesmente com ela.
● Observação de detalhes.
● Capacidade para concentrar a atenção durante 15 – ● Contar histórias, ora reais ora fictícios, para que
20 minutos, aos 4 anos. ela aprenda as diferenças.
● Tem senso de iniciativa; percebe que pode ● Ajudar a aceitar os limites necessários.
planejar, ter e executar ideias.
● Dar oportunidade para compartilhar
● Afetuosa – Curiosa. experiências com a família.
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• O Desenvolvimento da Criança de 8 e 9 anos
● Demonstra maior habilidade em distinguir fatos ● Proporcionar leituras selecionadas de acordo com as
de ficção. preferências e capacidades.
● Pronta a assumir maiores responsabilidades. ● Incentivar o diálogo com os colegas e outras pessoas.
● Capaz de definir e compreender palavras abstratas. ● Orientá-la e apoiá-la em suas iniciativas, deixando-a
assumir suas responsabilidades.
● Capacidade para generalizações mais rápidas, segue
mais facilmente argumentos lógicos.
● Maior sociabilidade.
VERTENTES DA PSICOMOTRICIDADE
1- REEDUCAÇÃO PSICOMOTORA- Destinada a indivíduos que apresentam déficit motor.
Características: Prática mecanicista, dualista e diretiva que se utiliza de testes, diagnósticos e
sessões.
2- TERAPIA PSICOMOTORA- Destinada a indivíduos normais ou portadores de
deficiências física ou mentais que apresentam dificuldades de comunicação, de expressão
corporal e de vivência simbólica.
Características: Atendimento individualizado em clínicas, hospital psiquiátrico, grupos de ajuda
psicopedagógica ou centro médico pedagógico.
3- EDUCAÇÃO PSICOMOTORA A Educação Psicomotora é a vertente mais nova, também
denominada Prática Psicomotriz Educativa - Destinada ao desenvolvimento de todas as
potencialidades do indivíduo.
Características: Atendimento individualizado ou em grupo realizado em clínicas e escolas, onde
as atividades são baseadas na prescrição de exercícios;
Educação Psicomotora Relacional ou Psicomotricidade Relacional- Atendimento
individualizado ou em grupo realizado em clínicas e escolas, com atividades baseadas no jogo
espontâneo e simbólico.
Nasce numa visão reeducativa, que a seguir passa a ser trabalhada num enfoque terapêutico:
esta passagem ocorre em virtude da influência da psicanálise. O homem deve ser compreendido
na sua globalidade. Os aspectos funcionais e relacionais se tornam os pontos principais para a
evolução da Psicomotricidade.
Psicomotricidade Funcional - baseada no diagnóstico psicomotriz e na indicação de exercícios
para corrigir disfunções do desenvolvimento. O psicomotricista comanda, não interage,
apresentando-se como o modelo da criança.
Psicomotricidade Relacional - Intervenções e ações pedagógicas que ajudam à evolução dos
processos de desenvolvimento e de aprendizagem da criança. O Psicomotricista Relacional
ajuda, faz a mediação, provoca, escuta, interage com a criança como seu parceiro no jogo
simbólico.
Ambas as perspectivas, Funcional e Relacional, têm como objetivo o máximo desempenho da
criança no seu desenvolvimento psicomotor e a perfeita interação e ajuste aos desafios de
adaptação e participação.
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4- O PAPEL DOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS NA PSICOMOTRICIDADE
O cérebro é a parte do sistema nervoso central que fica dentro do crânio. Trata-se da parte mais
desenvolvida e a mais volumosa do encéfalo, pesa cerca de 1,3 kg e é uma massa de tecido
cinza-róseo. Apresenta duas substâncias diferentes: uma branca, que ocupa o centro, e outra
cinzenta, que forma o córtex cerebral. O córtex cerebral está dividido em mais de quarenta áreas
funcionalmente distintas.
O cérebro "lógico"- o lado esquerdo do cérebro é responsável pelo pensamento "lógico", o
raciocínio exato (matemática, controle da fala, a escrita, o som que produzimos quando falamos,
dar nome às coisas que podemos ver). Algumas vezes uma pessoa de idade sofre um derrame
que afeta essa parte do cérebro e então não é mais capaz de falar adequadamente.
Nos canhotos o lado direito do cérebro pode ser a metade "lógica". Em algumas pessoas
canhotas, a fala pode ser controlada por ambos os lados.
O cérebro "artístico"- O lado direito do cérebro é a parte "artística": o entendimento e a
interpretação do mundo que nos cerca - mas, geralmente, não com a fala. Examina as situações
e problemas, dá uma resposta ou solução imediata, seguindo uma série de passos cuidadosos e
deliberados, observando o ambiente que nos rodeia. Ele pode, por exemplo, identificar um rosto
familiar em uma multidão, mas é o lado esquerdo que vai buscar o nome da pessoa em nossa
memória. É responsável pelas habilidades musicais e habilidades visuais como a pintura.
Para a maioria das atividades, usamos os dois lados simultaneamente, que trabalham de maneira
muito bem coordenada.
Imagine que você está escrevendo a descrição de uma gravura. Primeiro você olha a gravura e o
lado direito de seu cérebro torna-se ativo (um cientista poderia provar isso usando um
Eletroencefalograma. Em seguida você começa a escrever e o lado esquerdo do cérebro é
ativado.
Quando você olha para um diagrama complicado, são necessárias ambas as partes - a "lógica" e
a "artística" - do cérebro.
• Vamos testar? Leia:
Ex1- “De aorcdo com uma peqsiusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul
odrem as Lteras de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e
útmlia Lteras etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê
anida pdoe ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa Ltera isladoa, mas a
plravaa cmoo um tdoo”.
Ex2- “35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554
C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO
COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41
D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R
P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4
C4P4C1D4D3 M3R3C3! P4R4BÉN5!”
PROCESSO DE AUTOMATIZAÇÃO- Para Vigotski & Luria (1996), as funções corticais
superiores são, em princípio, funções extracorticais, desenvolvidas no e pelo intercâmbio da
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criança com os indivíduos mais desenvolvidos culturalmente, para depois se tornarem
intracorticais ou individuais.
Assim, a leitura fica automatizada, depois de internalizada e, então o cérebro não lê
letra por letra. Exemplo:
01. O presidente disse que todas as acusações não passam de intriga da...................
02. Como o produto estava danificado, eu o devolvi e pedi meu dinheiro de..................
03. Eu acho que vale a .................. um curso no exterior.
04. Se ela acha que vou ajudar, ela está redondamente ....................
05. Depois de muitos e muitos anos, um terrível segredo de família acabou ....................
à tona.
LÉXICO
De acordo com neurocientistas, cerca de 80% a 85% do vocabulário [léxico] encontra-se
armazenado em nossa mente.
Em nosso Léxico Mental estão organizadas expressões prontas e semi prontas, sentenças
completas, frases fixas e semifixas.
O restante [menos de 15%] é ocupado por palavras isoladas.
É por esta razão que somos capazes de fazer a atividade anterior sem maiores dificuldades.
Lobos Cerebrais
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Hipocampo - Memória transitória, de trabalho, faz conexão com córtex cerebral. É responsável
por:
Fase de aquisição: aprendizagem
Fase de evocação: lembrança.
O hipocampo, juntamente com córtex frontal, é responsável por analisar as diversas entradas
sensoriais e decidir se vale a pena lembrar delas. Se valerem a pena, elas podem se tornar parte
de sua memória de longo prazo.
A criação de uma memória começa com sua percepção. O registro de informações durante a
percepção ocorre no breve estágio sensorial, que geralmente dura somente uma fração de
segundo.
O cérebro retém informação durante mais tempo se forem feitos descansos entre sucessivas
tarefas de estudo. Duas sessões separadas podem facilitar que seja assimilado o dobro de
conhecimentos que numa única sessão da mesma duração total.
Danos possíveis:
Lesão hipocampo- Incapacidade de fixar a memória dos eventos recentes (anterógrada);
Lesão córtex- Incapacidade de evocar memória antiga (retrógrada).
A Memória e os hemisférios
HE- Memória factual, ou semântica (quatro operações aritméticas; lembranças informativas:
qual é a capital de França...)
HD - Memória autobiográfica ou episódica (associada aos sentimentos; as últimas férias, uma
festa boa...)
Bases anatômicas da memória: Não possuem uma única localização mas sim várias estruturas
cerebrais estão envolvidas:
O Sistema Límbico é responsável pela retenção, consolidação: emoções.
O Hipocampo pelas informações novas.
A Amígdala pela percepção do perigo e resposta ao combate e fuga (medo preservação).
O Cerebelo pela Respostas esqueléticas.
O Córtex pelos períodos prolongados, principalmente lobo frontal, (memória de trabalho).
O Lobo Parietal sensibilidade a estímulos gerais, registro tátil, imagem do corpo
(somatognosia), reconhecimento tátil de formas e objetos, direcionalidade, gnosias digital,
leitura, elaboração grafomotora, imagem espacial, elaboração da práxis, processamento espacial,
integração somatossensorial,
Lesão: perda do conhecimento geral, falta da interpretação das relações espaciais (visual e
auditiva), dificuldade da percepção corporal;
O Lobo Occiptal pela realização e integração visual; Percepção do movimento; percepção
visual, sequenciação visual, rotação e perseguição visual, figura fundo, posicionamento e
relação espacial; Percepção da velocidade;
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O Lobo frontal está relacionado com as funções superiores, aspectos comportamentais
humanos. Funções Motora e psicomotora, escrita, memória imediata, ordenação, planificação,
seriação, mudança de atividade mental, julgamento social, controle emocional, estruturação
espaço-temporal, todos os movimentos do corpo (voluntários), funções executivas.
Funções executivas é o conjunto de processos cognitivos que, de forma integrada, permitem ao
indivíduo direcionar comportamentos a metas, avaliar eficiência e a adequação desses
comportamentos, abandonar estratégias ineficientes e, desse modo, resolver problemas
imediatos, de médio e de longo prazo.
O Processo cognitivo responsável pelo planejamento e execução de atividades, incluindo
iniciação de tarefas, memória de trabalho, atenção sustentada e inibição de impulsos ou seja,
quase tudo que fazemos. São desenvolvidas principalmente nos primeiros anos de vida e quando
há falhas dessas funções, frequentemente aparecerão problemas envolvendo planejamento,
organização, manejo do tempo, memória e controle das emoções, manejo do tempo, memória de
trabalho, metacognição (ação de pensar e refletir sobre o os próprios pensamentos, ou sobre a
atividade mental de si mesmo), organização, mudança de foco de atenção, Planejamento e
previsão, tomada de decisão, resposta inibitória, persistência ao alvo;
Como se forma então um aprendizado no nosso cérebro? Exemplo: Consideremos um Abacaxi.
Quais os canais de entrada (percepção) que temos para aprender sobre ele? Quais os lobos?
Visão(cor, formato, detalhes casca, folhas), tato (textura/aspereza, gomos, forma), olfato (cheiro
específico), paladar (gosto característico).
Cerebelo: A palavra cerebelo vem do latim para "pequeno cérebro." É responsável por funções
(equilíbrio, postura marcha), coordenação dos movimentos automáticos e voluntários e pelo
tônus muscular.
No cerebelo estão presentes 150 mil sinapses p/ cada célula que coordenam a força, harmonia,
ritmo, sequência, sinergismo, antagonismo, principais funções cerebelares, manutenção do
equilíbrio e da postura.
Tronco Encefálico- é uma área do encéfalo que fica entre o tálamo e a medula espinhal. Possui
várias estruturas como o bulbo, o mesencéfalo e a ponte. Algumas destas áreas são responsáveis
pelas funções básicas para a manutenção da vida como a respiração, o batimento cardíaco e a
pressão arterial, além dos instintos (cérebro reptiliano).
O papel do tronco cerebral no controle da função motora é o controle da respiração, do sistema
cardiovascular, da função gastrintestinal, de muitos movimentos estereotipados do corpo, do
equilíbrio e dos movimentos dos olhos.
Maturação Sistema Nervoso Central- Inicia-se no tronco encefálico, no cérebro: da parte
posterior para anterior, ou seja: do Lobo Occipital para o Frontal. Não há momento preciso,
entretanto usa-se denominar que é na fase final.
Neuroplasticidade - A plasticidade neural ou neuroplasticidade é a capacidade de
organização/reorganização do sistema nervoso frente ao aprendizado e a lesão. Esta organização
se relaciona com a modificação de algumas conexões sinápticas.
A plasticidade nervosa não ocorre apenas em processos patológicos, mas assume também
funções extremamente importantes no funcionamento normal do indivíduo.
Como estimular a plasticidade neural?
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Estimulação cognitiva; Reabilitação cognitiva; Neuróbica; (ginástica para o cérebro- prática de
uma atividade física regular) Estimulação cerebral;
A Neuroestimulação pode ser feita de duas formas: com um aparelho que libera ondas
magnéticas (estimulação magnética transcraniana), colocado próximo da cabeça, ou com
eletrodos implantados no cérebro (estimulação elétrica).
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Ao final dessa fase pode-se falar em imagem corporal, pois o “eu” se torna unificado e
individualizado. A criança reconhece o seu corpo como objeto, usa os pronomes eu, meu, minha
e forma a 1ª maquete da imagem do corpo
CORPO PERCEBIDO OU DESCOBERTO (3 – 7 ANOS)- A criança passa ater maior domínio
sobre seu corpo, aperfeiçoa e refina os movimentos, adquirindo maior coordenação dentro de
um espaço e tempo determinados. Exemplo: quando pega um objeto pesado ou leve ela regula a
força para cada um deles.
É nessa etapa que a criança vai representar-se por meio do desenho. Chega à orientação corporal
pela tomada de posição no seu corpo, associando-o a objetos da vida cotidiana. Isso possibilita a
distinção das diversas orientações no espaço.
Ex: percepção da orientação das letras e palavras escritas
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Com 8-9 anos a criança já consegue distinguir essas noções em reversibilidade, face a face. A
partir dos 10 anos dispõe de uma imagem mental em movimento. Significa que atingiu “uma
representação mental de uma sucessão motora”. O desenho da figura humana torna-se mais
elaborado, com detalhes. A criança consegue desenhar esquematicamente as diferentes fases de
um movimento, representa em desenho ou através de seu corpo os sentimentos das personagens
(visão descentralizada de si). Possui capacidade antecipatória dos fatos- corresponde ao estágio
das operações concretas de Piaget. Essa capacidade de antecipação permite encontrar soluções
mais rapidamente e se organizar perante elas. Ex: capacidade de prever onde a bola irá cair e
adequar seus gestos para esse fim.
A criança de 12 anos torna-se capaz de organizar, de combinar as diversas orientações. Chega às
noções de perspectiva.
Wallon- Inovou ao colocar a afetividade como um dos aspectos centrais do desenvolvimento.
Nasceu e viveu na França entre 1879 e 1962, formou-se em Medicina, estudou Filosofia,
Psiquiatria e Psicologia. Seus estudos consideram a pessoa concreta e contextualizada. Foi o 1º
a considerar o corpo (movimento) da criança e suas emoções fundamentais para o
desenvolvimento intelectual, numa época em que a escolaridade das crianças privilegiava a
memória e erudição.
Os quatro pilares que fundamentam a Teoria do desenvolvimento Infantil de Wallon (Temas
fundamentais em sua teoria) são: afetividade, movimento, inteligência e a questão da pessoa, do
eu.
AFETIVIDADE- O papel das emoções no desenvolvimento, a exteriorização dos desejos e
vontades são acompanhadas de expressões, portanto, perceptíveis. A raiva, a alegria, o medo, a
tristeza: sentimentos importantes na relação da criança com o meio
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A criança integra todo o prazer que vem das sensações, do tônus e movimentos, quando diz
“EU” (em torno dos 18 meses) é a simbolização verbal da unidade de si. O conteúdo desta
diferenciação constituirá a representação de si e a imagem de si: são os invólucros internos. A
forma redonda, por volta dos 3 anos, evoca a primeira imagem da representação de si
Segundo Aucouturier, a sala de psicomotricidade é, para a criança, Lugar de desejo e de lugar
da expressividade psicomotora.
6- GERONTOMOTRICIDADE
“Gerontopsicomotricidade é a prática dirigida ao idoso. Através da psicomotricidade, que
prioriza o desenvolvimento de uma maior consciência corporal através da ação do sentir, agir e
pensar, contribui para maior autonomia, no relacionamento interpessoal, na integração familiar e
na sociedade” (FARIA, 2002, p. 25).
O aumento significativo da perspectiva de vida tem sido alvo de estudos para a realização de
uma abordagem que visa compreender a realidade e as necessidades dos indivíduos idosos, visto
que os cuidados sociais e de saúde implicam consideravelmente na qualidade de vida. Com isso
a psicomotricidade propicia, através de atividades psicomotoras adaptadas à faixa etária,
atividades para a reeducação psicomotora, trabalhando o individual e o conjunto, criando uma
atmosfera saudável.
A velhice é uma fase do ciclo vital cuja especificidade demanda atenção em saúde especializada
e requer, portanto, pessoal qualificado para o cuidado com essas pessoas.
O convívio social é fundamental na manutenção do senso de pertinência do ser humano, uma
vez que garante sua conexão com o mundo. Através de relações de trocas mútuas, o idoso pode
continuar agregando significados para a sua construção pessoal, mantendo a integridade da
imagem que faz de si mesmo.
A maioria das pessoas vê a velhice como algo associado à perda, apresentando um discurso que
força o idoso a se conformar com a situação, o que minimiza as suas tentativas de buscar novos
rumos e novas aquisições formando assim um ciclo vicioso. A imagem que os idosos fazem de
si mesmos é fortemente influenciada por sua identidade, constituída no cotidiano e com base em
relações nas quais vigora a crença de que a velhice está repleta de perdas e impossibilitada de
ganhos.
Como consequência, há uma auto-depreciação na velhice, que contribui para a desvalorização
do idoso pela sociedade.
Gerontologia- Ciência que estuda o idoso. Estuda os fenômenos biológicos, psicológicos,
neuro-psicossómáticos, sócio-culturais e econômicos decorrentes do envelhecimento e suas
consequências.
Gerontologia de intervenção- atua por meio de gestos e movimentos na tentativa de recuperar
de forma adaptada as habilidades parcialmente perdidas.
Gerontologia de intervenção e psicomotricidade estão estreitamente relacionadas - visam
recuperar e conservar as atividades psicomotoras na vida diária, favorecendo de forma
harmônica a relação entre motricidade e psiquismo. Propiciam o equilíbrio e a noção de corpo,
contribuindo para a preservação da saúde, além de ter Importância do convívio social.
As mudanças regressivas no sistema psicomotor idoso, inicialmente concebidas como doenças,
denunciadas pelas perdas na noção de tempo, de espaço e de corpo, dependência hipotônica,
23
desorganização e disincronização motora e imobilidade, dentre outras, são assumidas pelos
idosos com desconforto e insatisfação. São consequências naturais do processo de
envelhecimento.
Mudanças biofisiológicas do envelhecimento: diminuição ou perda da visão e da audição,
alterações no sistema músculo-esquelético, alterações na pele, déficits cognitivos, alterações
sociais e psicológicas:
“Envelhecer é simplesmente passar para uma nova etapa da vida, que deve ser vivida de
maneira mais positiva, saudável e feliz possível. É preciso investir na velhice como se investe
nas outras faixas etárias.”
A aplicação de exercícios psicomotores a pessoas idosas, ou reeducação psicomotora, constitui
uma ciência artesanal, em que está em jogo o aspecto qualitativo da relação humana vinculada
aos estímulos externos que determinam os comportamentos surgidos ao longo da vida do ser
humano.
A psicomotricidade para o idoso visa criar uma consciência de seu poder de sabedoria, valorizar
suas capacidades, dar realce às suas forças, incentivar o enfrentamento de certas limitações
físicas e perdas, estimular o autocuidado com o desenvolvimento de hábitos pessoais de saúde.
A prática psicomotora coloca os idosos diante de um espaço de vida, de atividade. Essa
intervenção leva o idoso a questionar suas atitudes e consequentemente ter mais possibilidades
em adaptar-se às mudanças que o envelhecimento acarreta.
A perspectiva de uma abordagem psicomotora, através da gerontopsicomotricidade, é aspirar
não contra o processo natural de envelhecer, mas a favor da manutenção de uma estrutura
funcional adequada às necessidades específicas do idoso, da conservação de uma tonicidade
funcional, de um controle postural flexível, de uma boa imagem de corpo, de uma organização
espacial temporal plástica, relacionando a criatividade, a emoção, a espontaneidade a vitalidade
durante a terceira idade.
Os movimentos são realizados de forma lenta, integrados aos exercícios respiratórios, e
adequados às necessidades e capacidades funcionais de cada idoso, exercendo um efeito
preventivo, conservando a tonicidade funcional, controle postural flexível, boa imagem do
corpo, organização espacial e temporal plástica, integração e prorrogação das práxias (global e
fina).
As atividades psicomotoras, remetem o geronte a ação com o seu corpo em movimento, a favor
da manutenção e promoção da saúde, resgatando desta forma a satisfação de viver.
A partir de uma autoimagem positiva é possibilitado o resgate de sua autoestima, que é uma das
metas impulsionadoras para a promoção da qualidade de vida na terceira idade.
Há dois enfoques para a medida de qualidade de vida: um baseado em autopercepções
subjetivas ou internas e o outro baseado em medidas objetivas (julgamentos externos). Os
critérios individuais e coletivos interagem na determinação da avaliação que cada um faz da
própria qualidade ou da qualidade de vida do seu grupo.
Avaliar a qualidade de vida significa também comparar suas condições ao longo do tempo e
registrar a desejabilidade das mudanças ocorridas no tempo, em comparação com pessoas da
mesma idade, mais novas e mais velhas, portadoras das mesmas ou de diferentes condições de
saúde ou de ambiente (REBELATTO, 2004).
24
PSICOMOTRICIDADE desenvolvimento integral do idoso inter-relação entre
motricidade e psiquismo
Os exercícios devem ser para o idoso devem ser atraentes, diversificados, com intensidade
moderada, promovendo baixo impacto sobre as estruturas musculares, esqueléticas e articulares.
Devem ser realizados de forma gradual, promovendo a integração social e respeitando as
individualidades. A abordagem precisa ser flexível e adaptável às necessidades. A identificação
e reconhecimento das redes de suporte social e suas necessidades faz parte da avaliação e as
intervenções devem ser feitas visando a autonomia e independência do idoso.
A Psicomotricidade para idosos precisa criar uma consciência do seu poder de sabedoria,
valorizar suas capacidades e incentivando a autonomia.
Gerontomotricidade é a atividade de implementar diariamente a plasticidade neural, evitando
assim a imobilidade, isolamento, depressão, dependência, institucionalização, segregação e a
perda da dignidade.
A terapia psicomotriz obriga o corpo a pensar as estruturas psicossomáticas como linguagem do
corpo.
Métodos de realização da conscientização: Exercícios com as mãos, concentração, verbalização,
atividades rítmicas, atividades visomotoras, socialização, utilização de objetos diferenciados-
nomeá-los e explorá-los.
Práticas corporais: Musicoterapia, biodança, ioga, hidroterapia ginástica, bioenergética, teatro,
dança, percepção, pensamento e ação são inseparáveis: existe uma grande disposição por parte
dos idosos em querer estar sempre com a saúde “em dia”. Portanto, é papel fundamental dos
Psicomotricistas auxiliarem e ajudarem estes a alcançarem seus objetivos: para isto existe a
gerontomotricidade, que visa proporcionar aos idosos uma melhor qualidade de vida.
7- O EXAME PSICOMOTOR
(para crianças)
A investigação do processo evolutivo da criança e a identificação de problemas relacionados ao
seu desenvolvimento psicomotor possibilitam a intervenção precoce em atrasos evolutivos e a
implementação de programas de estimulação para crianças com distúrbios de desenvolvimento,
em risco, ou somente com a intenção de enriquecimento do ambiente estimulador
Zero a dois anos: Atividades reflexas em resposta à estimulação sensorial e evolução das
posturas: sentada, de pé e de marcha.
Dois a cinco anos: Estágio global e sincrético atingindo, no final, a representação do corpo.
Nesta fase devem ser observados os seguintes comportamentos: coordenação óculo.-manual,
coordenação dinâmica geral, equilíbrio, controle do próprio corpo, organização perceptiva e
linguagem.
6 a 12 anos- Estágio de aperfeiçoamento e diferenciação: coordenação dinâmica manual,
coordenação dinâmica geral, equilíbrio, organização do espaço, rapidez de execução,
No desenvolvimento psicomotor levamos em conta as reações do ser ao ambiente que o cerca e
as relações com os demais.
25
A organização da motricidade passa pelas seguintes fase:
1º fase- O reflexo - constitui-se em uma modalidade assimiladora, que se acomoda ao meio
quando se põe em funcionamento e se caracteriza pelas seguintes conquistas: organização da
estrutura motora, organização do tônus, organização da propriocepção, desaparecimento das
reações primitivas.
2ª fase: Organização do plano motor- durante está fase há o aperfeiçoamento espaço-temporal
das reações. Evoluem paralelamente as possiblidades de conhecimento e das relações sociais.
3ª fase: Automatização do que foi adquirido- através da ação do sujeito as aquisições motoras
vão sendo automatizadas.
4ª fase: aperfeiçoamento e desenvolvimento de novas habilidades motoras.
A idade de cinco a sete anos apresenta uma etapa de transição no desenvolvimento na qual a
criança passa do estágio global e sintético para o de diferenciação e análise.
A Avaliação psicomotora é de fundamental importância: ela permitirá a obtenção de dados
importantíssimos relacionados ao indivíduo e fornecerá dados quanto ao histórico familiar,
características do ambiente familiar, dados pessoais, dados do desenvolvimento motor, seu
comportamento e outros.
AVALIAÇÃO PSICOMOTORA
Fiel (Interavaliadores)
Valido (Validado)
Confiança (Mede o que se pretende medir)
Tipos
Direto com o avaliado
O avaliado e o responsável
Somente o responsável
Identificação
Nome:_____________________________
Idade:_______
Nascimento:__/__/____
Sexo:____
Irmão (s):___
Idade (s):___
Escolaridade
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Escola:_____________________________
Queixa:_____________________________
Tratamentos:_________________________
Medicação:__________________________
Dados sobre o DM (Desenvolvimento Motor)
Parto:______Mamou?____Até que idade__
Engatinhou?____Idade:_____
Sentou?___Com e sem apoio:___Idade___
Andou?___Observação:____Idade:____
Outros dados sobre o DM:______________
Linguagem
Balbuciou?_______Idade:________
Falou?______ Idade:_________
SONO__________________________________________________________________
Equilibração
Equilíbrio Estático:___________________
Equilíbrio dinâmico:_________________
Marcha:___________________________
alta:______________
Pés Juntos e um pé só:_____________
Só o pé direito:____________________
Só o pé esquerdo:_________________
Coordenação
Oculomanual ou visiomanual (dizer sobre a mão usada, com ou sem dificuldade)
_____________________________________________________________________
Oculopedal ou visopedal (dizer sobre o pé usado, com ou sem dificuldade)
_____________________________________________________________
Estática:_______________________________________________________________
Dinâmica global:________________________________________________________
Dinâmica manual:________________________________________________________
Esquema Corporal
Noção do corpo:_________________________________________________________
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Conhecimento corporal (nomeia partes do corpo em si e no
avaliador):______________________________________________________________
Lateralidade
Mão (pedir para desenhar):
Pé (dar uma bola para chutar):
Olho (para verificar o olho dominante, dar um canudo e pedir para colocar em um dos olhos):
Ritmo- Poderá ser feito através de ruídos diversos, colocando-os em inúmeros ritmo, pedir para
repeti-los sem que esteja vendo. Poderá ser no papel (folha em branco), através de estrutura
rítmicas.
ORIENTAÇÃO ESPACIAL: Noções de cima, embaixo, frente, atrás, dos lados.
ORIENTAÇÃO TEMPORAL: Noção de hoje, amanhã, antes, depois, dia, tarde, noite.
Percepção: Visual, Gustativa, Auditiva, Tátil, Olfativa. ________________________
Diagnóstico: _________________________________________________________
8- ESTIMULAÇÃO PSICOMOTORA
A estimulação psicomotora é a possibilidade de se oferecer à criança acesso a todas as etapas de
aprendizagem necessárias no processo de alfabetização, por meio de experiências psicomotoras
que criam facilitadores no caminho de aquisições, até estar apta a integralizar esses
aprendizados. Tanto que a psicomotricidade pode atuar em crianças com prematuridade e bebês
de alto risco, crianças com dificuldades e atrasos no desenvolvimento global, pessoas com
deficiência sensoriais, motoras, mentais ou psíquicas, dificuldades de aprendizagem, entre
outros.
Vantagens de uma avaliação e intervenção precoce- a investigação do processo evolutivo da
criança e a identificação de problemas relacionados ao seu desenvolvimento psicomotor
possibilitam a intervenção precoce em atrasos evolutivos e a implementação de programas de
estimulação para crianças com distúrbios de desenvolvimento, em risco ou somente com a
intenção de enriquecimento do ambiente estimulador.
Objetivo da intervenção precoce - reduzir os efeitos negativos de uma história de alto risco, que
normalmente caracteriza a evolução de crianças deficientes ou de risco, pois muitas crianças
sofreram a influência de vivências empobrecidas, no meio familiar e em ambientes como
creches e escolas.
Importância da Estimulação Psicomotora Precoce- desde os primeiros meses o bebê é
psicologicamente ativo e a maturação de suas funções sensoriais motoras dependem dos
estímulos oferecidos pelo meio.
A Estimulação Psicomotora Precoce surge através de preocupações fundamentadas na
educação, na prevenção e mesmo na cura de distúrbios apresentados precocemente em
determinadas crianças. Com a estimulação precoce é possível estar interferindo e estimulando
os vários níveis de expressão corporal, encontrados no bebê (o gestual, tônico, mímico, ocular,
sinestésico e auditivo).
28
A ausência de estímulos pode paralisar a maturação e interferir na organização do sistema
nervoso, de maneira a ocorrer perda definitiva de funções inatas.
Nos primeiros anos de vida o bebê estará sempre atento às relações afetivas estabelecidas com
ele pela mãe. O ambiente familiar como um todo também é importante e as reações do bebê irão
se caracterizar por meio de sinais vocais, tônicos-posturais, oculares e mímicos.
O bebê deve ser estimulado em todas as suas capacidades sensoriais e motoras, respeitando-se
os limites que serão impostos pela própria criança. Deve-se procurar perceber o fundo tônico-
postural e cinético-reflexo apresentado.
O bebê pode ser preparado para as diferentes posições: sentada com a tonificação de sua
musculatura, de pé quando ele perceber o papel e o apoio dos pés e para o andar se for
estimulado adequadamente na busca do equilíbrio. Para iniciar a estimulação é importante que o
bebê esteja relaxado e confiante. Ele não deve ser obrigado a fazer algum exercício e nem ser
superestimulado. O adulto deve adaptar o ritmo imposto pela criança à sua prática. O bebê deve
ser estimulado durante suas atividades cotidianas e as pessoas que convivem diretamente com
ele deverão ficar atentas às suas atitudes em momentos específicos de sua vida na forma de
carregá-lo, de trocá-lo de dar-lhe banho, comida e de brincar, conduzindo as atividades de
maneira espontânea.
A apresentação da estimulação para o bebê pode ser descrita a partir de quatro fases distintas:
Até os três meses – A educação motora é baseada na descontração da criança. O corpo é rígido,
os braços e pernas estão constantemente dobrados e os punhos cerrados.
De três a seis meses – começa os exercícios de preparação para a posição sentada. Há uma
maior tonicidade da nuca e do tronco, ele vira a cabeça ao ouvir barulho, usa os reflexos de
equilíbrio, orienta-se no espaço, brinca com o corpo e está sempre olhando a mão. É o início da
coordenação entre olhar e pegar.
De seis a doze meses – Período marcado pelo movimento global, aquisição da postura sentada e
preparação para a posição de pé. A criança é capaz de pegar os brinquedos e largá-los, já que
tem o movimento de preensão adquirido, reconhece o meio de que faz parte e consegue
distinguir as pessoas que estão ao seu redor. Tem consciência de si e dos outros, sente-se
desamparada na ausência da mãe, começa a se locomover arrastando-se e depois engatinhando.
De nove a quinze meses – período dos jogos, aquisição da posição de pé e de preparação para a
independência. Nesta fase a criança está descobrindo o mundo. É visível o ímpeto de alcançar e
agarrar tudo que vê e de fazer as coisas por si mesma.
O ambiente para a estimulação deve ser calmo e descontraído, proporcionando o
desenvolvimento físico, afetivo e intelectual da criança.
Os Anos Pré-Escolares e as Séries Iniciais:
Desenvolvimento da criança dos 02 aos 05 anos: época marcada pela aprendizagem global e do
uso de si mesmo. A preensão vai se especializando cada vez mais, tornando-se associada a
gestos e a locomoção encontra-se mais coordenada, a mobilidade e a cinestesia permitem uma
utilização mais diferenciada e precisa do próprio corpo. Nesta fase é importante estimular o
equilíbrio, coordenação corporal geral, a percepção do corpo e do espaço, a coordenação olho-
pé, olho mão, exercícios de pular e sequenciar, movimentos locomotores diversos,
Desenvolvimento das habilidades sociais, coordenação motora fina, desenvolvimento de
habilidades por meio de jogos simples.
29
O papel do professor: O papel do professor é de facilitador do desenvolvimento e da
capacidade de aprender, permitindo a criança tempo para que suas próprias descobertas
aconteçam. O professor (em psicomotricidade) deve lembrar que o material do seu trabalho é
seu aluno.
O profissional em psicomotricidade favorece a aprendizagem ao reconhecer que diferentes
fatores de ordem física, psíquica e socioculturais atuam em conjunto para que se dê a
aprendizagem.
No maternal, pré-escolar e alfabetização o professor insere na sua rotina atividades lúdicas.
A segunda Infância: O desenvolvimento infantil ocorre a partir dos 05 anos. A criança agora
entrou no estágio da diferenciação e análise, da representação. Encontra-se no meio de uma
autoconstrução, o ambiente em que está inserida tem grande influência neste processo. É
importante nesta fase que o meio lhe dê possibilidades de comunicação, de modo que ela sinta
segurança para se desenvolver.
Ocorre uma melhor elaboração do universo exterior, com uma evolução do esquema corporal e
da noção do “outro”.
Fatores a serem estimulados na criança de 04 a 08 anos: educação do esquema corporal,
consciência e controle do próprio corpo, educação de uma atitude equilibrada e econômica,
educação da respiração.
Condutas motoras de base: equilíbrio geral, coordenação dinâmica, coordenação óculo – manual
Condutas perceptivas – motoras: educação da percepção, organização do espaço, organização
do tempo
Educação Motora Diferenciada: educação da mão, preparação das aprendizagens escolares.
O desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de problemas de
aprendizagem.
* A corrente educativa em psicomotricidade nasceu das insuficiências na educação física e
diferencia-se desta justamente porque condiciona todos os aprendizados pré-escolares, levando
a criança a tomar consciência do seu próprio corpo, situar-se no espaço, prevenindo
inadaptações.
Fatores geradores de Perturbação Psicomotora: dificuldade intelectual, lesão neurológica,
problemas emocionais, de socialização e nutricionais, alterações motoras, atraso no
desenvolvimento, carência de experiências
Distúrbios Psicomotores
Enquadram-se como distúrbios físicos e ambientais: entre as causas neurológicas de distúrbios
psicomotores estão os danos nas zonas do hemisfério esquerdo responsáveis pela coordenação
dos movimentos. Estes tipos de transtornos irão estabelecer quadros de patologias denominadas
de apraxias.
As apraxias são um conjunto de transtornos relacionados nos quais um indivíduo fisicamente
capaz de entender um pedido é incapaz de realizá-lo na ordem adequada ou da maneira
adequada
30
As apraxias podem ser divididas em:
Apraxia membro-cinética – o indivíduo não consegue desempenhar um comando com as duas
mãos;
Apraxia ideomotora – a pessoa é incapaz de realizar tarefas aprendidas quando recebe os objetos
necessários para ela. Ex: pode usar uma chave inglesa como uma caneta.
Apraxia ideacional – A pessoa não consegue fazer tarefas complexas na ordem correta. Ex: uma
dificuldade poderia ser colocar a meia antes do sapato, por exemplo.
Vários são os fatores que contribuem para que uma criança adquira um distúrbio ou atraso
psicomotor por causas estritamente físicas. Pode-se citar: A prematuridade, o déficit auditivo,
a deficiência visual de nascença ou congênita.
Alguns traumatismos podem acarretar maiores dificuldades nas atividades psicomotoras. São
eles: deformação da coluna vertebral, assimetria das pernas, achatamento da arcada plantar.
Em relação às influências ambientais podem ser citadas duas situações críticas como as
carências de estimulação-sensório motora e as carências afetivas.
Os transtornos psicomotores compreendem as funções psíquicas e neurológicas, além de um
atraso na maturação do sistema nervoso central. Sua principal característica é a falta de
coordenação entre o que o indivíduo pretende fazer e a ação propriamente dita, dificultando a
capacidade de expressar-se através do corpo. Isso provoca distúrbios afetivos e também
problemas de aprendizagem.
Podemos considerar na Psicomotricidade os seguintes transtornos: Perturbações Motoras –
hiperatividade, perturbações intelectuais, perturbações do esquema corporal, perturbações da
lateralidade, perturbações espaço-temporais, perturbações do grafismo, perturbações afetivas.
A Intervenção em Psicomotricidade pode ser dividida em :
1.Psicomotricidade Instrumental – os psicomotricistas consideram que as potencialidades
mentais, emocionais e motoras de um paciente estão em frequente interação com o corpo. As
situações devem ser apresentadas em forma de jogo e serem vividas como situações de êxitos,
estabelecendo uma relação de confiança e motivação entre a criança e a ação. A demonstração
deverá ser reduzida, evitando a imitação. Deve ser utilizada a mediação cognitiva de forma a
favorecer os processos de análise, integração e elaboração da informação, promovendo as
capacidades de reflexão, invenção, expressão e transposição, possibilitando a expressão criativa
do indivíduo. A verbalização deve ser explorada.
2. Psicomotricidade Relacional – centra-se no componente psicoafetivo e relacional, permitindo
um “reviver regressivo da relação primordial maternal num diálogo tônico-emocional”. Neste
diálogo, por mediação corporal a comunicação é sobretudo não verbal, envolvem-se orientações
corporais, posturas, distância interpessoal, mímicas, gestualidade, respiração, voz, sincronia
rítmica, contato corporal, o olhar, o odor.
A intervenção deve basear-se em situações que possibilitem ultrapassar os bloqueios existentes,
permitindo a flexibilidade e liberdade de expressão gestual através de uma atmosfera
permissiva, segura e lúdica.
Os objetos (balões, cordas, arcos, bolas, tecidos, etc.) devem ser utilizados como mediadores,
sendo introduzidos não apenas pela sua funcionalidade e utilização práxica, mas sobretudo pelas
produções do tipo simbólico que vão encorajar.
31
O ambiente lúdico constitui outro aspecto fundamental ao nível da Psicomotricidade, dadas as
suas características (ativo, dinâmico, significativo, motivante, construtor, ...), constitui um
facilitador e potencializador da vivência corporal, da relação, da comunicação e da
aprendizagem.
Educação Psicomotora- a Educação Psicomotora é uma ação pedagógica com o objetivo de
normalizar ou melhorar o comportamento da criança. É indispensável nas aprendizagens
escolares, procura aprimorar os mediadores (elementos) que influem na vida intelectual da
criança e que se encontram subjacentes ao aprendizado da leitura e da escrita.
Reeducação Psicomotora- a Reeducação Psicomotora é dirigida às crianças que sofrem
perturbações instrumentais (dificuldades ou atrasos psicomotores). Trata-se de diagnosticar as
causas do problema e de fazer um balanço das aquisições e das carências, antes de fixar um
programa de intervenção reeducativo. Deve-se começar o mais cedo possível: quanto mais nova
for a criança, menos longa será a sua reeducação. A reeducação é urgente sobretudo para os
problemas afetivos. Quanto mais o tempo passa, mais a criança se bloqueia em um tipo de
reação. A reeducação ajudará a adotar um outro comportamento mais apropriado.
Embora não exista uma escala de idades, pode-se indicar a reeducação começando na idade que
varia entre 18 e 24 meses para crianças que acusam atraso motor, grandes déficits motores ou
bloqueio afetivo. Quanto aos problemas de esquema corporal e de estruturação espacial, sugere-
se atendimento a crianças com após os 05 anos. Certas dificuldades motoras e certos casos de
instabilidades psicomotoras podem, desde a idade de 04 anos, constituir objeto de uma
reeducação.
A idade de 06 anos é a mais comum para as reeducações. É na primeira série que o professor
constata mais seguramente as deficiências de organização espacial ou temporal da criança, sua
lentidão no trabalho, sua falta de concentração ou mesmo sua hiperatividade.
As sessões de reeducação são quase sempre individuais por causa da importância do seu aspecto
relacional. Poderá ser proposta uma reeducação em grupo quando se atinge um nível satisfatório
de estabilidade na reeducação.
O Reeducador ou Psicomotricista deverá dosar para cada sessão um número certo de exercícios,
que deverão ser variados, sem intervalos, mas com ritmo, que não poderá ser muito rápido para
evitar cansar a criança. Os exercícios de concentração serão alternados com exercícios menos
absorventes, no decorrer dos quais a linguagem e o movimento tornam-se uma descontração.
O humor deve fazer parte de uma sessão, pois ajuda a criança a assumir suas dificuldades com
otimismo.
A criança poderá escolher livremente certos jogos ou material que o reeducador integra em suas
sessões. As conversas espontâneas da criança devem ser ouvidas, sua extensão dependerá do
assunto mas não se pode interromper as sessões.
É aconselhável começar uma sessão e terminar com exercícios conhecidos. Esta tática dá
confiança à criança e contribui para a estabilidade entre as sessões.
O trabalho em grupo pode inserir a criança na vivência dos relacionamentos interpessoais
(aprender a partilhar, a ser ela própria no grupo etc.). O local deve ser amplo para os exercícios
motores e reservado para outros exercícios sentados (mesa e cadeiras adaptadas à estatura das
crianças), bem como colchonetes e tatames para exercícios sensório-motores que são realizados
no chão. O local deve também ser alegre e decorado com gravuras estimuladoras e com
brinquedos;
32
Duração de uma sessão – entre meia hora e 45 minutos.
Número de sessões – 02 sessões por semana em função da continuidade e eficácia da
reeducação, principalmente no início. A quantidade poderá ser aumentada ou diminuída
conforme as necessidades da criança.
Algumas crianças superam seu atraso em um trimestre, outras em um ano, outras em dois,
variando conforme a gravidade do caso, a origem da deficiência, idade, experiência vivida etc.
Organização interna de uma sessão – a criança deverá sentir o seu período de reeducação como
um momento feliz. O esforço é parte integrante da sessão, para se chegar a um resultado
positivo.
A Avaliação Psicomotora é importante para se diagnosticar dificuldades e distúrbios
psicomotores presentes no desenvolvimento infantil. Independentemente de qualquer
manifestação evidente de distúrbios, pode-se avaliar ou proceder um exame psicomotor com o
objetivo de acompanhar o desenvolvimento da criança.
Entrevista de anamnese – é uma técnica de investigação científica, um instrumento
fundamental do método clínico normalmente utilizado quando se torna necessário enfocar a
história pregressa da criança (aluno), de uma maneira sistemática e formal. A anamnese
constitui a própria história do desenvolvimento, envolvendo a área familiar , social e cultural.
Esta entrevista deve ser realizada com a mãe da criança ou responsável que conheça a história
da criança.
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Compreendendo a inclusão escolar- A educação inclusiva ainda possui um grande caminho a ser
percorrido em nossa sociedade. Segundo a legislação brasileira, são consideradas pessoas com
deficiência aquelas que têm impedimentos físicos, mentais, intelectuais ou sensoriais de longo
prazo que possam comprometer a participação na sociedade em igualdade de condições. O
atendimento escolar é obrigatório a todos, dos 4 aos 17 anos de idade, inclusive aqueles com
deficiência e transtornos globais do desenvolvimento.
Uma educação inclusiva remete a questões de estrutura e de seu funcionamento que implicam
em um redimensionamento de seu papel. Porém, sabemos que essa mudança depende de uma
revisão de paradigma que ultrapassa as fronteiras da educação, dizendo respeito aos conceitos
de inclusão da sociedade como um todo.
Ao falarmos de inclusão escolar é preciso ressiginificar o sentido que está atribuindo à educação
e buscar compreender a complexidade que envolve o tema. Fica evidenciada a necessidade de se
redefinir e de se colocar em prática novas alternativas e práticas pedagógicas, que favoreçam a
todos os alunos, implicando, desta forma, na reformulação de conceitos e no desenvolvimento
de práticas educacionais convergentes com esse grande desafio.
Necessidades especiais mais comuns nas escolas
Dificuldade Motora: são complicações que levam à limitação da mobilidade, ou seja, da
coordenação geral. Em muitos casos, podendo afetar a fala, em diferentes graus. As causas
podem estar relacionadas com lesões neurológicas, neuromusculares e até com a má-formação
congênita ou paralisia cerebral. As crianças que possuem dificuldades motoras têm
comprometimento na função escrita, devido ao acontecimento da coordenação motora. Desta
forma, o aprendizado pode tornar-se lento. Exceto em casos de lesão cerebral grave a linguagem
é bem adquirida e desenvolvida.
Surdez: compreende-se como a perda total ou parcial da audição ou por má-formação, ou seja,
uma causa genética.
Surdez moderada: define-se como a incapacidade de ouvir sons com intensidade menor que 50
decibéis. Podendo ser compensada com a utilização de aparelhos e com acompanhamento
fonoaudiólogo.
Surdez severa: a pessoa não consegue ouvir sons abaixo dos 80 decibéis, em média.
Surdez Profunda: a pessoa não escuta sons emitidos com intensidade menor que 91 decibéis.
Neste último é indicado, além do uso de aparelhos auditivos, tratamentos específicos.
Cegueira ou baixa visão - baixa visão (leve, moderada ou profunda): tipos de deficiência que
podem ser compensados com o uso de lentes de aumento, lupas telescópicas ou utilizando o
auxílio de bengalas, além do treinamento e orientações.
Próxima à cegueira: quando a pessoa ainda é capaz de distinguir luz e sombra, porém já utiliza o
sistema de Braile para ler e escrever; utiliza recursos de voz para acessar programas de
computador, locomove-se com bengalas e requer treinamentos de orientação e de mobilidade.
Cegueira: quando não existe qualquer percepção de luz. O sistema Braile, a bengala e os
treinamentos de orientação e de mobilidade, nesse caso, são fundamentais.
PARALISIA CEREBRAL- A paralisia cerebral é uma lesão que ocorre em qualquer área do
cérebro. Em geral, ocorre quando há falta de oxigênio no cérebro da criança, que pode acontecer
durante a gestação ou mesmo no parto. Em alguns casos, pode ocorrer até os dois anos após o
nascimento. A paralisia cerebral também pode ser provocada por traumatismos,
36
envenenamentos ou algumas doenças graves como sarampo ou meningite. A lesão provoca
alterações nos tônus musculares e o comprometimento da coordenação motora, acarretando
problemas na fala, na visão e na audição.
AUTISMO- Autismo ou o Transtorno do Espectro Autista, é denominado de forma geral como
Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD). Caracteriza-se por dificuldades significativas na
comunicação e na interação social, além de alterações de comportamento, expressas
principalmente na repetição de movimentos.
SÍNDROME DE DOWN- Estudos comprovam que a Síndrome de Down é causada por uma
alteração genética, caracterizada pela presença de um terceiro cromossomo de número 21, o que
também é chamado de trissomia do 21. As pessoas que têm Síndrome de Down apresentam
déficit cognitivo, em comparação aos padrões estabelecidos na sociedade. Elas podem
apresentar dificuldades na comunicação e redução dos tônus musculares, cientificamente
chamada de hipotonia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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