Densm-1005 Manual de Liderança Rev2 Delta - 0
Densm-1005 Manual de Liderança Rev2 Delta - 0
Densm-1005 Manual de Liderança Rev2 Delta - 0
Prefácio ......................................................................................................................... 3
Introdução ..................................................................................................................... 4
ANEXOS
ANEXO A - Virtudes de um Líder ................................................................................A-1
ANEXO B - Orientações sobre Expedição de Ordens ..................................................B-1
ANEXO C - Referências ............................................................................................... C-1
É com grande satisfação que apresento a segunda revisão do Manual de Liderança, cuja
primeira versão foi elaborada no ano de 1996. O manual sofreu sua primeira revisão em 2018, quando foi
amplamente divulgado no III Simpósio Naval de Liderança, promovido pela Diretoria de Ensino da
Marinha, no auditório da Escola de Guerra Naval e, agora, ganha o formato digital, diagramado no padrão
de revista digital, e passa a ser disponibilizado ao público, interno e externo, da Marinha do Brasil.
Além das atualizações teóricas que se faziam necessárias, nesta oportunidade, com a
contribuição dos oficiais que compõem a Comissão Permanente de Atualização do Ensino da Liderança na
Marinha (CPAELM), o manual recebeu a inserção de conceitos relevantes sobre liderança. Temas como a
conexão interpessoal, inteligência emocional, autoliderança e tutoria e mentoria são trazidos para
desenvolvimento, até sua abordagem prática. A finalidade é contribuir para a disseminação dos
conhecimentos afetos ao tema e buscar uma uniformização de procedimentos na Marinha do Brasil, além
pessoas e seus comportamentos para alcançar bons resultados, e os estilos de liderança são descritos
como métodos essenciais para fazer a mediação entre os liderados e os objetivos da organização.
mais eficientes e eficazes. Seja nas atividades específicas do meio militar ou em outros setores de
atividade, o manual aborda de forma simples e objetiva esse assunto de interesse de toda a sociedade.
Por fim, desejo uma agradável e esclarecedora leitura a todos, em especial aos jovens Oficiais,
1 - PROPÓSITO
Esta publicação tem o propósito de apresentar os conceitos fundamentais, aspectos teóricos
aplicáveis ao estudo da liderança, além de servir como material didático e de aperfeiçoamento para a
prática desta arte.
2 - DESCRIÇÃO
O conhecimento técnico-profissional é de suma importância para a execução das tarefas de
qualquer agente em sua organização. Porém, na atividade militar, o conhecimento da teoria e das
ferramentas de liderança é indispensável para o sucesso, visto que os militares, normalmente, são
submetidos a situações em que devem conduzir um grupo em condições extremas, conforme as
exigências impostas em combate.
A arte de liderar pode e deve ser desenvolvida por todos os militares. A literatura militar é vasta
em apresentar exemplos de líderes do passado que se destacaram por suas habilidades nesta arte. Para
empreender uma melhor formação e capacitação dos líderes modernos, não podemos prescindir dos
ensinamentos dos que nos antecederam. Possíveis erros e acertos devem ser analisados dentro de seu
contexto histórico.
O assunto liderança não tem se restringido ao meio militar. Na atualidade, o setor empresarial
tem investido no aperfeiçoamento de gestores, visando à obtenção de melhores resultados nos negócios,
por meio de adaptações dos ensinamentos militares à realidade comercial. Entre os maiores best sellers
editoriais, encontram-se uma gama de títulos dedicados a este tema.
A Marinha do Brasil (MB), atenta à importância da liderança no Sistema de Ensino Naval (SEN),
apresenta esta disciplina nas escolas de formação, de Oficiais e Praças, onde são disseminadas as
instruções básicas sobre o tema. Posteriormente, são aperfeiçoadas ao longo da carreira, por meio da
prática, incentivos à leitura e a elaboração de trabalhos escritos. Inúmeras iniciativas de discussão do
tema foram criadas: simpósios, portais de difusão de livros e textos, bem como fóruns de debate. Todos
mecanismos importantes para a manutenção de um canal permanente de troca de informações e
experiências.
A MB possui dois documentos principais sobre o tema liderança. A Doutrina de Liderança da
Marinha (EMA-137), que tem o propósito precípuo de orientar o desenvolvimento do ensino de liderança
na Força Naval, por meio da apresentação de conceitos básicos sobre o tema, e o Manual de Liderança da
Marinha (DEnsM-1005), lançado em sua primeira versão em 1996, com a finalidade de disponibilizar um
conteúdo de cunho teórico-prático, a ser empregado principalmente nas escolas de formação e por
aqueles que desejarem aperfeiçoar-se na prática desta importante disciplina.
Nessa atualização do Manual de Liderança, buscou-se torná-lo um instrumento ainda mais prático,
sem se descuidar da apresentação sucinta de conteúdo teórico básico, fundamental para o entendimento
das bases onde se desenvolve esta arte. A publicação pode ser apresentada, também, como uma
compilação dos ensinos das principais correntes teóricas, sempre destacando qual é o entendimento dado
pela MB, conforme o contido na sua doutrina (EMA- 137).
Os dois primeiros capítulos do Manual são dedicados ao estudo teórico. No primeiro, são
apresentados os fundamentos conceituais da liderança, com ênfase nos aspectos inerentes à filosofia,
psicologia e sociologia, bem como as relações existentes entre líder e liderados. O capítulo subsequente
discorre, inicialmente, sobre os entendimentos equivocados do tema. Em seguida, é descrito o conceito
de liderança adotado pela Marinha, contido no EMA-137, e outros pontos basilares que devem ser fixados,
como as bases e os níveis de liderança.
Com o viés bastante prático, próprio dos manuais, os capítulos três e quatro indicam um processo
a ser empregado no desenvolvimento de competências individuais (por meio de um método elaborado a
partir da prática acadêmica, descrito no Capítulo 3) e do emprego dos estilos de liderança e processos de
influenciação, diante de determinadas características do líder e do liderado, da equipe, da situação e da
cultura organizacional, entre outros aspectos básicos da prática da liderança, apresentados no Capítulo 4.
Portanto, espera-se que este manual seja uma ferramenta útil como material didático aos
docentes e discentes do SEN; aos Oficiais e Praças da MB, como um manual de pronto uso, em apoio a
suas atividades operativas e administrativas; e, quiçá, aos membros das demais Forças e estudantes de
outras redes de ensino do país interessados na arte da liderança.
3 - CLASSIFICAÇÃO
Esta publicação é classificada como: Publicação da Marinha do Brasil (PMB), não controlada,
ostensiva, básica e manual.
4 – PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
Inserção de conceitos relevantes sobre liderança, tais como conexão interpessoal, inteligência
emocional, autoliderança e tutoria e mentoria.
5 - SUBSTITUIÇÃO
Esta revisão substitui o Manual de Liderança, 1ª Edição, aprovado em 2018.
_____________________
1) Enquanto na base, a geração Z, dos jovens que nasceram a partir do fim dos anos 1990, faz sua estreia no mercado de trabalho, os baby boomers, no topo,
– nascidos entre 1946 e 1964 – se encaminham para aposentadoria. Ligando a base – repleta de novatos – ao topo, o lugar é ainda bastante ocupado por
veteranos, representados por duas letras, que nomeiam gerações: a X (nascidos entre 1960 e 1980) e a Y (nascidos entre 1981 e meados da década de 1990).
Assim, a diversidade etária se faz completa no ambiente corporativo. À parte o perigo de incorrermos nas generalizações, há distinções que procedem. Entre as
principais, está a dificuldade maior que, em geral, os baby boomers tendem a enfrentar com aparatos tecnológicos em oposição à extrema facilidade dos
profissionais Y e Z neste campo.
____________________
2) Nos navios e batalhões ocorre também a Liderança Organizacional.
Para facilitar o autoconhecimento, pode ser utilizada uma Matriz de Competências (conhecimento,
habilidade e atitude/CHA), conforme abaixo apresentada. (MOSCOVIC, 1991; MENDONÇA, 2012 )
EU
EU
ÁREA ABERTA
OUTROS
- Fala e escuta
- Relação transparente e construtiva
________________
3) Na área cega estão as características que os outros percebem, mas nem sempre percebemos.
4) Na área desconhecida estão fatores que não percebemos em nós mesmos, nem as outras pessoas.
Não existe um melhor estilo de liderança. Essa teoria planifica os estilos adotados
Os líderes eficazes utilizam estilos diferentes, pelo líder em um gráfico com quatro áreas
em distintos cenários. Tudo irá depender da distintas (E1, E2, E3 e E4). Cada área
personalidade do líder, do desenvolvimento do corresponde a um estilo de Liderança
liderado (profissional e emocional), das Situacional, e o que determina qual estilo
características da equipe, da situação e da adotar é o nível de maturidade 5 dos liderados,
cultura organizacional. representado pela parábola invertida. No
A Teoria da Liderança Situacional é uma gráfico, a maturidade cresce no sentido do
excelente ferramenta de auxílio ao líder na quadrante E1 para o E4.
escolha de qual estilo de liderança adotar.
“De acordo com a Liderança Situacional,
não existe um único modo melhor de
influenciar pessoas. O estilo de liderança
que uma pessoa deve adotar com
indivíduos ou grupos depende do nível de
maturidade das pessoas que o líder
deseja influenciar”. (HERSEY e
BLANCHARD, 1986)
______________
5) Na liderança situacional define-se a maturidade como a capacidade e a disposição das pessoas de assumir a responsabilidade de dirigir seu próprio
comportamento. Essas variáveis de maturidade devem ser consideradas somente em relação a uma tarefa específica a ser realizada. Ou seja, um indivíduo ou
um grupo não é maduro ou imaturo num sentido total. (Hersey e Blanchard, 1986)
______________
6) No ambiente militar-naval, é importante o destaque de essa delegação não extingue a responsabilidade do mais antigo, transcrita através de “não se delega
responsabilidade, e sim, autoridade”.
HONRA LEALDADE
A Honra é o sentimento que induz o A Lealdade é o verdadeiro, espontâneo e
indivíduo à prática do Bem, da Justiça e da Moral. incansável devotamento a uma causa, a sincera
É a força que o impele a prestigiar sua própria obediência à autoridade dos superiores e o
personalidade, como um sentimento de seu respeito aos sentimentos de dignidade alheia. O
patrimônio moral, um misto de brio e valor. Ela subordinado leal cumpre as ordens que recebe
exige a posse do perfeito sentimento do que é sempre com o mesmo ardor, quer esteja perto
justo e respeitável, para a elevação da dignidade ou longe de quem as deu, ainda que, por vezes,
e da bravura desse indivíduo, e, assim, afrontar intimamente não as compreenda. A Lealdade é
perigos de toda a ordem, na sustentação dos mais do que a Obediência, porque esta se refere
ditames da Verdade e do Direito. É a virtude por à vontade expressa pelo superior e aquela, ao
excelência, porque em si contém todas as firme propósito de honestamente interpretá-la e
demais. A Honra está acima da vida e de tudo fielmente cumpri-la. É o sentimento que leva,
que existe no mundo. Os haveres e demais bens pois, o subordinado a fazer tudo quanto for
que o indivíduo possui são transitórios, enquanto humanamente possível para bem cumprir uma
que a Honra a tudo sobrevive; transmite-se aos ordem ou desempenhar uma dada missão. A
filhos, aos netos, ao lar, à profissão escolhida e à Lealdade exige que se manifeste ao superior,
terra em que se nasce. A Honra é o patrimônio disciplinadamente e no interesse do serviço,
da alma. Na profissão, ela consiste, toda eventual incompreensão em relação à
principalmente, na dedicação ao serviço, no determinação ou orientação recebida. A
cumprimento do dever, na intrepidez e na franqueza respeitosa, oportuna e justa é uma
disciplina, tudo inspirado pelo patriotismo. Um autêntica expressão de lealdade. Mantida,
navio nunca se entrega ao inimigo e sua porém, a ordem, a mesma lealdade exige que se
bandeira jamais se arria em presença dele. A cumpra rigorosa e interessadamente o que foi
Honra do Marinheiro o impede! determinado.
BLANCHARD, Kenneth; ZIGARMI, Drea; HORTON, Paul; HUNT, Chester. Sociologia. São
ZIGARMI, Patrícia. Liderança e o Gerente Paulo: Mc Graw Hill, 1981.
Minuto. Rio de Janeiro: Editora Record,1966.
KOUZES, James; POSNER, Barry. Credibilidade.
BRASIL. Estado Maior do Exército. Liderança mili- Rio de Janeiro: Editora Campus, 1991.
tar. Brasília, DF, 1991. Instruções provisórias
IP 20-10. KOUZES, James; POSNER, Barry. O Desafio da
Liderança. Rio de Janeiro: Editora Campus,
BRASIL. Marinha do Brasil. Diretoria de Ensino da 1991.
Marinha. Orientações sobre Ética Militar Na-
val para Docentes do Sistema de Ensino KELLERMAN, Barbara. O fim da liderança e de
Naval – DEnsM-2002. Rio de Janeiro, 2016. que forma podemos resgatar sua importân-
cia. Rio de Janeiro: Editora Alta Books, 2017.
BRASIL. Marinha do Brasil. Diretoria-Geral do
Pessoal da Marinha. Normas para a Conduta LEWIN, Kurt. Problemas com a Dinâmica de
Ético-Militar e Atividades Sociais no Âmbito Grupos. Editora Cultrx, 1978.
Militar – DGPM-319. Rio de Janeiro, 2011.
MAXWELL, John C. O Líder 360o. Tradução Vale-
BRASIL. Marinha do Brasil. Estado-Maior da Ar- ria Lamim Delgado Fernandes. Rio de Janeiro:
mada. Doutrina de Liderança da Marinha – Editora Thomas Nelson Brasil, 2007.
EMA-137. Brasília, 2013.
MAXWELL, John C.; MORREL Margot, CAPPARELL
BRASIL. Ministério da Defesa. Estratégia Nacio- Stephanie. Shackleton, uma lição de cora-
nal de Defesa (END), Brasília, 2012. gem. Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2003.
CAVALCANTI, Vera Lucia, CARPILOVSKY Marcelo, MENDONÇA, Marcia Furtado; VIEIRA NOVO, Da-
LUND Myrian, LAGO Regina. Liderança e Moti- maris; CARVALHO, Rosangela de. Gestão e Li-
vação. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005. derança. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2012.
CORTELLA, Mario Sergio; MUSSAK, Eugenio. Li- MOSCOVIC, Fela. Desenvolvimento Interpes-
derança em Foco. Campinas, SP: Editora Papi- soal. Livros Técnicos e Científicos, 3.ed. Rio de
ros, 2009. Janeiro, 1991.
COVEY, Franklin. O que diferencia os grandes NOBRE, Erica Barreto. Crenças de Superiores
líderes? Manual do Participante. Franklincovey e Subordinados sobre o perfil do Líder Mili-
onleadership. The world Tour. 2019. tar Brasileiro neste final de século. Rio de Ja-
neiro: UFRJ, 1998.
FRITZEN, Silvino José. Janela de JOHARI. Petró-
polis: Editora Vozes, 1988. PELBART, Peter Pál. A nau do tempo rei: sete
ensaios sobre o tempo da loucura. Rio de Ja-
GOLDSMITH, Beckhard. O Líder do Futuro. São neiro: Editora Imago, 1993.
Paulo: Editora Saraiva, 2007.
ROBBINS, Stephen. Comportamento organiza-
GOLEMAN, Daniel. Liderança: a inteligência cional.14.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
emocional na formação de um líder de su- 2009.
cesso. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2015.
RODRIGUES, A. Psicologia Social. 32.ed. Petro-
GOLEMAN, Daniel. O Poder da Inteligência pólis: Editora Vozes, 2015.
Emocional. A experiência de liderar com
sensibilidade e eficácia. Rio de Janeiro: Edito- RUPERT Eales-White. O Líder Eficaz. Tradução
ra Campus, 2002. de Henrique Amat Rêgo Monteiro. São Paulo: Edi-
tora Clio, 2003.
HARVARD Business Review. Como o Líder
Pensa. Tradução de Ebéia Castro Alves. Rio de SCHEIN, Edgar. Organizational Culture and
Janeiro: Editora Elsevier, 2005. Leadership. San Francisco, Jossey Bass Publica-
tions. 2.ed. 1989.