Diretrizes Da Ed. Especial No ES - Sedu
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eduCAção espeCiAl:
inClusão e respeito À diferençA
2ª EDIÇÃO
Documento elaborado pelo grupo de trabalho nomeado pela portaria
nº. 974-S, publicada no Diário Oficial do dia 2 de julho de 2008.
Vitória/ES
2011
GOVERNADOR
Renato Casagrande
VICE GOVERNADOR
Givaldo Vieira
ORGANIZAÇÃO
Subsecretária de Educação Básica e Profissional
Adriana Sperandio
APOIO
Suely Martiniano de Souza – SEDU/GEJUD/SUEE
CONSULTORES
Claudio Roberto Baptista – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Denise Meyrelles de Jesus – Universidade Federal do Espírito Santo
Apresentação 6
1 Considerações iniciais 8
7 Orientações gerais 21
8 Considerações Finais 23
9 Referências 24
10 Anexo 26
APRESENTAÇÃO
Este documento tem como objetivo orientar a implementação de uma política de Educação
Especial no Sistema Estadual de Ensino do Espírito Santo, visando à organização de escolas
que valorizem as diferenças como fator de enriquecimento do processo educacional, a fim de
favorecer a transposição de barreiras para a aprendizagem e propiciar a participação dos alunos
com igualdade de oportunidades.
Para tal, utilizou-se uma metodologia de trabalho organizada em etapas, a saber: na 1ª etapa,
constituiu-se um Grupo de Trabalho para Elaboração do Documento Preliminar; na 2ª etapa,
realizou-se um Seminário Centralizado para estudo e Análise do Documento Preliminar, com vistas
à organização dos seminários descentralizados nas Superintendências Regionais de Educação.
Neste Seminário estavam presentes representações de profissionais do magistério da rede pública
estadual de ensino, da SEDU/Central, Superintendências Regionais da Educação, Centros de Apoio
e escolas. Na 3ª etapa, realizaram-se seminários descentralizados/regionalizados, para discussão/
análise e proposições para o Documento de Diretrizes. Desse seminário participaram: professores do
ensino comum, professores da educação especial, pedagogos, diretores de escolas, representantes
das famílias, representantes das instituições especializadas, representantes dos alunos, Centros
acadêmicos e outros convidados. A 4ª etapa constituiu-se em Revisão /Consolidação do Documento
de Diretrizes da Educação Especial na Educação Básica e Profissional, pelo Grupo de Trabalho.
6
A Secretaria de Estado da Educação do Espírito Santo, por meio de uma ação conjunta de instituições
públicas, apresenta o Documento de Diretrizes Estaduais da Educação Especial na Educação
Básica e Profissional, buscando a construção de políticas públicas que efetivem e promovam uma
educação de qualidade social, ou seja, uma educação que garanta tanto a oportunidade de acesso
quanto a qualidade de ensino a todos os alunos.
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1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Os primeiros registros da Educação Especial no Brasil datam da época do Império, com a criação do
Instituto dos Meninos Cegos. Nessa mesma época, surgiu o Instituto do Surdo Mudo. Atualmente,
são denominados, respectivamente, Instituto Benjamim Constant (IBC) e Instituto Nacional da
Educação dos Surdos (INES), ambos localizados no Rio de Janeiro.
Por meio do Decreto n.º 917/76, criou-se o Setor de Educação Especial, inserido no Departamento
de Educação Supletiva. Em 1980, foi realizado o I Encontro Estadual de Educação Especial e, em
1983, foi implantado na SEDU o Serviço de Avaliação e Triagem de alunos para classes especiais,
constituído por uma equipe multidisciplinar (pedagogo, psicólogo, fonoaudiólogo e assistente social).
8
Em 1988, a Educação Especial passa a compor o Departamento de Apoio Técnico e Pedagógico
(DAT). Nesse mesmo ano, diante da necessidade de professores especializados, realizou-se o 1º
Curso de Especialização da Educação Especial, em convênio com a UFES.
Ainda na década de 90, a Equipe de Educação Especial da SEDU, visando à promoção da inclusão,
no ensino regular, de todos os alunos com necessidades educacionais especiais – conceito
predominante naquele momento histórico – inicia a extinção das classes especiais e amplia o
atendimento em salas de recursos e o atendimento itinerante.
As formações continuadas também tiveram fomento nessa época. A partir de 1995, além dos
cursos já oferecidos para as áreas específicas, a SEDU, em parceria com o MEC, promoveu o curso
Necessidades Especiais em Sala de Aula, com o objetivo de formar professores da educação comum.
Com a continuidade do movimento inclusivo, foram criadas a primeira sala de recursos para alunos
com altas habilidades /superdotação, em 1995, no Projeto de Atendimento ao Aluno Talentoso
(PAAT), e o Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual (CAP),
em 1998, sendo este último resultante de uma parceria com o MEC. No ano de 2003, ocorreu a
implantação da primeira classe hospitalar na cidade de Vitória.
Em 1997, tendo em vista ampliar o debate sobre o cumprimento da legislação vigente e a formação
dos professores de todo o estado, organizou-se um grupo formado por instituições governamentais
e não governamentais, com a participação da SEDU e coordenado inicialmente pela Ouvidoria e,
posteriormente, pelo Centro de Educação da UFES. Esse movimento teve como desdobramento
a criação do Fórum Permanente de Educação Inclusiva e, como ação principal, a realização do
Seminário Capixaba de Educação Inclusiva.
9
No ano de 2001, período em que as ações da Educação Especial estavam voltadas para a
municipalização, houve uma maior aproximação entre Estado e municípios, tendo como
desdobramento ações de formação que objetivaram a promoção de uma política de princípios
inclusivos envolvendo a comunidade escolar.
No período de 2007 a 2009, foram desencadeadas ações de formação continuada, em parceria entre
a SEDU, MEC/SEESP e a UFES, com vistas a promover debates no sentido de pensar direcionamentos
para a educação especial, na perspectiva da educação inclusiva.
10
Visando dar visibilidade à política instituída até então, a ênfase das ações recaem na descentralização,
ampliação e aperfeiçoamento do atendimento educacional especializado.
Apesar de o início da realização de ações voltadas para Educação Especial no Estado datar de 1957,
percebe-se ainda hoje a ausência ou descontinuidade de políticas efetivamente propostas pelos
governos, o que evidencia avanços e retrocessos históricos que apontam para a necessidade de
elaboração das Diretrizes Estaduais da Educação Especial na Educação Básica e Profissional que se
constituem e dão alicerce para uma política de estado.
A Organização Mundial de Saúde estima que aproximadamente 10% da população possua alguma
deficiência. Em 2000, o Censo Demográfico/IBGE, com base em um conceito amplo de deficiência,
identifica na população brasileira 24.600.256 pessoas (14,4%) com alguma dificuldade de ouvir,
enxergar, locomover-se ou com deficiência mental.
Com as inúmeras campanhas ao longo dos anos, com investimentos e parcerias estabelecidas
entre Estados e municípios, houve um crescimento substancial no número de matrículas de
alunos com alguma deficiência na rede regular de ensino.
No Estado do Espírito Santo, no intervalo de 2002 a 2006, partindo de uma análise quantitativa,
os dados do censo escolar desse período registram uma evolução nas matrículas de 4.467 para
7.520 alunos que apresentavam necessidades educacionais especiais (NEE) no ensino regular, o
que demonstra um aumento significativo no número de matrículas nesse ensino. O censo escolar
registra, no ano de 2007, um total de 7.475 alunos incluídos no ensino regular. Já em 2008, os números
cresceram para 11.858 e, em 2009, registraram-se 6.594 alunos matriculados na rede regular de ensino.
11
O documento “Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva “(MEC/
SEESP/2008) ressalta que, a partir de 2004, com a atualização dos conceitos e terminologias,
efetivaram-se mudanças no Censo Escolar, que passou a incluir, no processo de coleta de dados,
informações sobre a série ou ciclo educacional dos alunos atendidos pela Educação Especial, os
quais além de possibilitar, a partir dessas informações, o registro de progressão escolar, apresentou
novos indicadores acerca da qualidade da educação.
Com essa perspectiva de ação, faz-se necessária a elaboração de documentos normativos que se
desdobrem em políticas de ampliação de investimentos especializados na rede pública, para garantir
a oferta de ensino a pessoas com deficiência e com transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação.
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2 EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
O princípio da educação inclusiva deverá ser garantido na organização escolar que favoreça a cada
aluno o direito de acesso e permanência, independentemente de etnia, gênero, idade, deficiência,
condição social ou qualquer outra situação. O aluno é sujeito de direito e foco de toda ação
educacional, por isso deve ter garantido o seu percurso de aprendizagem na educação básica e
profissional.
Assim, pretende-se que todas as escolas reconheçam a diversidade que caracteriza seus alunos,
respeitem suas diferenças e respondam às necessidades educacionais de cada um.
Todos os atores que permeiam o cenário educacional, gestores, professores, familiares e membros
da comunidade na qual cada aluno vive, deverão atuar coletivamente na busca de ressignificação
de suas idéias, atitudes e prática das relações sociais, tanto no âmbito político-administrativo,
quanto no didático-pedagógico.
A construção de uma sociedade inclusiva exige mudanças de idéias e práticas. Nenhuma sociedade
se constitui bem–sucedida se não favorecer, em todas as áreas da convivência humana, o respeito
à diversidade que a constitui. Neste sentido, a educação tem papel fundamental para favorecer,
a todos os cidadãos, a possibilidade de acesso ao conhecimento historicamente produzido pela
humanidade e de sua utilização no exercício efetivo da cidadania.
A escola que pretende cumprir efetivamente seu papel de reflexão crítica sobre a sociedade e
de favorecimento do exercício da cidadania precisa refletir, analisar e planejar, como também
desenvolver a prática da avaliação contínua, considerando o aluno como parâmetro de si mesmo e
da promoção de ajustes de percurso, sempre tendo como horizonte o projeto político-pedagógico.
13
os alunos, inclusive para aqueles alunos com deficiências, garantindo o atendimento educacional
especializado sempre que necessário para o aluno e o apoio educacional à escola no seu conjunto.
A Educação Especial, entendida como modalidade de ensino que perpassa, como complemento
e suplemento, todas as etapas, níveis e modalidades de ensino, deve garantir aos alunos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades/superdotação o
direito à escolarização, removendo barreiras que impeçam o acesso desses alunos ao currículo
escolar em classes comuns.
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3 ALUNOS ATENDIDOS PELA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Historicamente, a SEDU tem se preocupado com a educação das pessoas que se diferenciam da
maioria da população, em decorrência de fatores orgânicos, culturais e sociais ou, dependendo da
situação, que possam precisar de processos singulares de educação.
Na perspectiva da educação inclusiva, a educação especial passa a constituir a proposta
pedagógica da escola, definindo como seu público-alvo os alunos com deficiência,
transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Nestes casos e
outros, que implicam em transtornos funcionais específicos, a educação especial atua de
forma articulada com o ensino comum, orientando para o atendimento às necessidades
educacionais especiais desses alunos. (Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva
da Educação Inclusiva - MEC/SEESP – 2008).
Consideram-se alunos com deficiência aqueles que têm impedimentos de longo prazo, de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial que, em interação com diversas barreiras, podem ter
restringida sua participação plena e efetiva na escola e na sociedade. Os alunos com transtornos
globais do desenvolvimento são aqueles que apresentam alterações qualitativas das interações
sociais recíprocas e, na comunicação, um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado
e repetitivo. Incluem-se nesse grupo alunos com autismo, síndromes do espectro do autismo e
psicose infantil. Alunos com altas habilidades/superdotação demonstram potencial elevado em
qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança,
psicomotricidade e artes. Também apresentam elevada criatividade, grande envolvimento na
aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse.
Esse dinamismo exige uma atuação pedagógica voltada para alterar a situação de exclusão,
enfatizando a importância de ambientes heterogêneos, que promovam a aprendizagem de todos
os alunos (BRASIL, 2008, p.15).
15
4 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
O atendimento educacional especializado deverá ser oferecido pelos sistemas públicos de ensino,
por meio da ação de professor especializado na área específica de atendimento, no turno inverso
à escolarização, em salas de recursos. Esse atendimento poderá também ocorrer nos Centros de
Atendimento Educacional Especializado Públicos, assim como naqueles localizados nas instituições
sem fins lucrativos e autorizados pelo Conselho Estadual de Educação, de acordo com a resolução
04/2009/CNE.
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de equipamentos, mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos para a oferta do atendimento
educacional especializado por professor especializado, com vistas a atender alunos matriculados
na rede regular pública de ensino e que apresentam deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
O centro constitui um espaço que visa dar suporte e apoio pedagógico aos professores das
classes comuns e das salas de recursos, bem como apoiar as famílias e os alunos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
Considerando a natureza do trabalho da educação especial e atendendo aos requisitos próprios
da área de atuação, caberão ao centro a produção e distribuição de recursos educacionais para
o acesso à aprendizagem, incluindo a produção de livros didáticos e paradidáticos em Braille,
áudio e Libras, recursos tecnológicos para comunicação alternativa e outras ajudas técnicas que
possibilitem o acesso ao currículo. Deverão também promover formação de professores, atuar
com as famílias e ainda articular e acompanhar parcerias com instituições de ensino superior e
organizações não governamentais, além de realizar atendimento educacional especializado aos
alunos.
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5 ATRIBUIÇÕES DO PROFESSOR ESPECIALIZADO
•R
ealizar atendimento educacional especializado em turno inverso ao do ensino regular, por
meio de um plano de trabalho organizado de acordo com a necessidade apresentada pelo aluno,
podendo esse atendimento ocorrer na sala de recursos localizada na escola onde o aluno estiver
matriculado ou em escola da região;
•A
tuar colaborativamente com o pedagogo e professor da classe comum, nas avaliações pedagógicas
e encaminhamentos, nas adequações curriculares, elaborando estratégias necessárias para a
construção do conhecimento, como também participando do processo avaliativo;
• Apoiar
a família quanto às ações que favoreçam o desenvolvimento integral dos educandos;
•R
esponsabilizar-se, juntamente com a escola, pelos levantamentos de dados solicitados pela
SEDU/SRE e pelo censo escolar.
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6 FORMAÇÃO NA ÁREA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
NO ESPÍRITO SANTO
As questões que dizem respeito à formação do educador, tomando como foco a educação especial
em uma perspectiva inclusiva, pressupõem que vários aspectos sejam considerados. Cumpre
aqui sinalizar a complexidade da questão que se coloca em uma agenda mais ampla, ou seja, a
formação do educador no contexto da diversidade, bem como no contexto de novas diretrizes para
a formação de educadores em todas as licenciaturas: estamos diante de mudanças em processo
de constituição.
É com este olhar para esferas mais amplas que deveremos considerar a formação do educador,
diante da materialidade da matrícula de todos os alunos na escola regular, em salas de aula comuns,
sejam eles com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou com altas habilidades/
superdotação.
Se, por um lado, cabe-nos pensar a formação continuada do educador no sentido de mediar situações
de aprendizado com qualidade social para todos os alunos, inclusive aqueles que demandam apoios
de diferentes naturezas, por outro lado, também os profissionais docentes e da área pedagógica
deverão ter em seus cursos de formação conteúdos específicos, que garantam a possibilidade
de mediação com os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou altas
habilidades / superdotação.
Visando tal formação, o sistema público envidará esforços de parceria com as agências formadoras,
almejando assegurar a qualificação demandada pela complexidade dos processos de escolarização,
com vistas a promover formação continuada tanto em momentos específicos em cursos de
curta, média e longa duração, quanto em formação em contexto, garantindo tempo de estudo,
planejamento e orientação da atividade docente pelos pedagogos e também pelos profissionais
especializados.
A formação necessária para os profissionais docentes no Estado do Espírito Santo, no que tange
à atuação na educação das crianças de zero a dez anos, será na área pedagógica, com uma sólida
formação nas ciências da educação. Neste caso, apontamos para o profissional formado em
licenciatura plena em pedagogia e/ou curso normal superior. Em relação aos anos finais do ensino
fundamental e médio, indica-se licenciatura plena em áreas específicas do conhecimento.
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Em relação à atuação como professor especializado em Educação Especial, pressupõe-se a mesma
formação anterior acrescida de formação na especificidade das questões que dizem respeito a:
ter habilidade para atuar como consultor/mediador de ações docentes em sala de aula comum, o
que significa ações de colaboração; pensar/executar um currículo inclusivo; planejar e trabalhar
uma perspectiva de avaliação que considere os alunos concretos em suas possibilidades; atuar
colaborativamente em processos de diagnóstico pedagógico, acompanhamento e avaliação
constante; pensar situações pedagógicas que permitam o máximo de aprendizagem com os pares
em sala de aula comum; organizar salas com recursos diferenciados, respeitadas as especificidades
e condições relativas a códigos e linguagens diferenciadas, condições físicas e psíquicas que podem
demandar um trabalho especializado em espaço fora da sala de aula, em horário contrário ao das
aulas em sala comum.
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7 ORIENTAÇÕES GERAIS
Implementar políticas públicas que promovam uma educação para todos, bem como a criação
de dispositivos que assegurem o processo de inclusão escolar, pressupõe ações que promovam
mudanças no processo educativo.
Para tanto, caberá à Secretaria de Estado da Educação efetivar, nas diferentes instâncias estaduais
- SEDU/Central, Superintendência Regional de Educação e Unidade de Ensino - as ações descritas
a seguir:
•G
arantir a matrícula do aluno, preferencialmente na escola mais próxima de sua residência –
direito de todas as crianças e adolescentes garantido no Estatuto da Criança e do Adolescente
(art. 53, V). Eles devem estar matriculados nas classes comuns, onde deverão ter assegurado o
acesso ao currículo escolar, como também aos serviços de apoio necessários à sua escolarização.
• Garantir, nas escolas estaduais que possuem salas de recursos, professor especializado que atue,
prioritariamente, nos dois turnos, sendo 50 % da carga horária no atendimento educacional
especializado, em salas de recursos, no contraturno, 20 % da carga horária no planejamento e
estudo e 30 % da carga horária na atuação junto ao professor da classe comum, em atividade
concomitante em sala de aula, podendo atuar na escola de origem e/ou em outra escola da
região.
• Organizar as escolas no que concerne ao número de alunos nas classes comuns, onde houver
alunos com deficiência ou com transtornos globais do desenvolvimento. Serão consideradas as
demandas de diferenciação tanto do número de alunos por sala, quanto do número de docentes
por escola.
• As escolas deverão ter uma organização escolar que facilite a inclusão de alunos com deficiência
e transtornos globais do desenvolvimento, evitando a concentração desses alunos numa mesma
sala. Faz-se exceção aos alunos surdos, considerando que esse agrupamento é benéfico,
desde que não ultrapasse o limite de, no máximo, 20% da turma, garantindo interlocução
com seus pares.
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•G
arantir uma organização escolar em que, diante da presença de alunos com deficiência ou
transtornos globais do desenvolvimento, que demandam significativas adequações curriculares,
poderá ser solicitada à SRE/SEDU a avaliação das turmas, com vistas a diminuir o número de
alunos por sala de aula, resguardado o limite máximo para a redução de 20% da turma.
•R
ealizar levantamento censitário das necessidades em cada região, garantindo, no mínimo,
uma sala de recursos por município, em escola que tenha matrícula de alunos público-alvo da
educação especial, com vistas a pensar uma política de Educação Especial para a rede estadual
que considere as condições concretas de uma política de sistema de ensino, quais sejam: o
número de salas de recursos por região/município e o número de professores especializados
compatível com a demanda.
• Realizar Plano de Implementação das adequações de grande porte (com metas em curto, médio
e longo prazo) para os alunos que apresentam grave deficiência.
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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Embora devamos considerar que, nos últimos anos, tenham ocorrido avanços na legislação e nas
políticas educacionais, estas têm se apresentado ainda tímidas, uma vez que se inserem num
engendrado contexto sócio-histórico-cultural de forma complexa e multifacetada, refletindo
conflitos, lutas e correlações de força.
Esse documento tem, como foco principal, a implementação de uma política educacional para
a modalidade de Educação Especial, e visa garantir a inclusão escolar do aluno com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/ superdotação.
Nesta perspectiva, a educação especial atuará de forma articulada com o ensino comum, para
garantir o acesso e a permanência dos alunos no ensino regular, com participação, aprendizagem
e continuidade nos níveis mais elevados de ensino.
23
9 REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição Federal da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988.
Art. 208, III.
______. Lei Nº. 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 23 dez. 1996. Art.4º, 58, 59 e 60.
______. Diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica. Brasília: Conselho
Nacional de Educação, 2001.
______. Resolução Nº. 2, de 11 de fevereiro de 2001. Institui Diretrizes Nacionais para a Educação
Especial na Educação Básica. Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica.
______. Decreto Nº. 6.571, de 17 de setembro de 2008. Dispõe sobre o atendimento educacional
especializado, regulamenta o parágrafo único do Art. 60 da Lei Nº. 9.394, de 20 de dezembro de
1996, e acrescenta dispositivo ao Decreto Nº. 6.253, de 13 de novembro de 2007. Secretaria de
Educação Especial - MEC/SEESP, 2008.
______. Nota Técnica Nº. 11, de 7 de maio de 2010. Orientações para a institucionalização da
Oferta do Atendimento Educacional Especializado – AEE em Salas de Recursos Multifuncionais,
implantadas nas escolas regulares.
ESPÍRITO SANTO.
24
______. Resolução N.º 2152, de 07 de janeiro de 2010. Dispõe sobre a Educação Especial no Sistema
Estadual de Ensino do Estado do Espírito Santo. Conselho Estadual de Educação.
______. Portaria Nº. 074-R, de 06 de dezembro de 2000. Dispõe sobre critério para o atendimento
dos alunos Portadores de Necessidades Educativas Especiais (PNEE) na rede regular de ensino.
______. Resolução Nº. 1286, de 29 de maio de 2006. Fixa Normas para a Educação no Sistema
Estadual de Ensino do Estado do Espírito Santo. Conselho Estadual de Educação.
______. Portaria 037, de 31 de março de 2010. Dispõe sobre critérios para assistência às instituições
de caráter filantrópico sem fins lucrativos que promovem Atendimento Educacional, como função
complementar ou suplementar à formação do aluno com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
JESUS, Denise Meyrelles de. Política de Educação Especial no Espírito Santo: Subsídios para
Reflexão. In: Política Educacional do Estado do Espírito Santo: a educação é um direito. Org. Elia
Bartolozzi Ferreira. Vitória: SEEB/SEDU, 2004, v.I
UNESCO. Declaração Mundial sobre Educação para Todos: satisfação das necessidades básicas de
aprendizagem. Jomtien, 1990.
______. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília:
CORDE, 1994.
25
ANEXO
26
27
28
Junho | 2011