Stress
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60 B. Téc. Senac: a R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v. 35, n.3, set./dez. 2009.
Resumo
Diante do complexo cenário de base tecnológica que caracteriza o mundo contemporâneo, a explosão de simul-
taneidades e virtualidades multiformes abre-se em desdobramentos ainda pouco conhecidos e compreendidos.
Neste artigo a autora discute o chamado “tecnoestresse”, situando-o entre o fascínio diante de tantas possibilidades
e apelos mercadológicos e o sofrimento relativo aos estressores, frequentemente apontados como uma das causas
de doenças e acidentes registrados sob outras rubricas. O texto se apoia nas pesquisas do Núcleo de Educação e
Saúde no Trabalho da Universidade Federal Fluminense, com aproximadamente 5.000 sujeitos.
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Ao mesmo tempo, as diferenças entre o real e o ficcional pessoais, câmeras digitais, jogos, dentre outros – parece ocupar
parecem diluídas pela qualidade das produções cinematográficas todos os espaços. Isso não é novidade na história humana. Basta
lembrar de nossos antepassados e das conquistas que viveram
só no último século: geladeiras, telefones, aparelhos de rádio,
televisores, aviões, automóveis etc. Todos foram incorporados
nunca as pessoas tiveram acesso às rotinas, tornando difícil imaginar a vida sem sua presença.
Talvez a diferença do atual momento seja a velocidade com que
a tanta informação, de todos as novidades surgem, são absorvidas e superadas.
Um equipamento torna-se obsoleto bem antes de esgotar
os campos do conhecimento, sua vida útil. O mercado de bugigangas está repleto de apelos,
mas comprar essas bugigangas envolve recursos financeiros que
simultaneamente. Tal excesso, nem todos têm disponíveis. Em alguns casos, a ânsia por possuir
o aparelhinho recém-lançado traz endividamentos e consequên-
porém, traz a reboque sintomas cias desastrosas. Às vezes, até mesmo antes de acabar de pagar
o financiamento ele já se mostra obsoleto, superado por outro,
importantes de estresse, seja pela e outro, e outro objeto de desejo.
impossibilidade de alcançar tudo o Na mesma linha das exclusões, é possível incluir a dificuldade
em decifrar uma espécie de “dialeto” tecnológico que permeia as
que se mostra disponível, seja pela atividades rotineiras no mundo atual. Desde propagandas televi-
sivas até notícias relevantes, o uso indiscriminado do jargão – em
falta de acesso a qualquer um de especial da internet – transforma a comunicação em algo desafiador
e angustiante. Para o cidadão comum, é frequente deparar-se
seus canais. com uma barreira excludente, ao constatar que o complemento
da informação que estava acompanhando em seu velho rádio
portátil está disponível num tal site “www. qualquer coisa”. Vi-
vemos o contraste entre a naturalidade com que alguns usam as
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uma espécie de cenário para um depoimento em relação às (moeda e cheque estão saindo de cena), compras pela internet,
atividades de seu próprio final de semana. consultas psicológicas online e outras tantas inovações podem
As consequências da aparen- favorecer tanto a praticidade
te inocência dessas exposições das respostas esperadas quanto
ainda estão longe de ser bem aborrecimentos sem fim.
avaliadas e compreendidas. O Com o que é possível vislum-
descaso em relação ao Outro o mundo digital não se presta brar hoje, o mundo digital não
e sua exibição desautorizada
ultrapassaram as conhecidas a enquadramentos e dicotomias se presta a enquadramentos e
dicotomias simplistas, tais como
dificuldades vividas por atores,
cantores e outras figuras pú-
simplistas, tais como bom/ruim, bom/ruim, bem/mal. Tão fas-
cinante quanto amedrontador,
blicas em relação aos temidos bem/mal. Tão fascinante quanto para o bem e para o mal, vivemos
papparazzi. A intimidade e a um momento de grandes trans-
privacidade vivem dias agoni- amedrontador, para o bem e para o formações que não se restringem
zantes. Em toda parte há uma a um ou outro ambiente. Há
câmera filmando, um anônimo mal, vivemos um momento de grandes muito a descobrir ainda, e isso
disposto a fotografar e uma
mídia pronta para divulgar esse transformações que não se restringem também é um elemento estressor
importante.
tipo de material sem qualquer
critério ou dificuldade.
a um ou outro ambiente. Há muito a
Ao mesmo tempo, crescem descobrir ainda, e isso também é um Tecnoestresse e família
as denúncias e referências ao cha-
mado “cyberbullying”, prática nada elemento estressor importante. Há menos de um século as
inocente. Desafiadoramente, ao pessoas acordavam, tomavam
lado da exposição excessiva da um café da manhã à mesa com
vida privada, também o anoni- a família e iam para o trabalho, a
mato, aparentemente garantido pé ou a cavalo. Muitos voltavam
pela própria ferramenta tecnológica, move o autor. para o almoço em casa, e, no final da tarde, depois de desempe-
Bullying é um termo em inglês utilizado para designar ações nharem funções costumeiras, retornavam ao convívio da família.
perversas, intencionais e repetidas, destinadas a intimidar alguém À noite, cadeiras em roda facilitavam as conversas ao som de
através de assédio e/ou de violência, física, verbal ou moral. um rádio fanhoso que trazia notícias escassas, enquanto crianças
Tradicionalmente, os casos de bullying são caracterizados por uma brincavam sob o olhar dos pais. Um livro para ler, o jantar em
diferença de poder e força entre a vítima e o autor. As vítimas, família e o descanso regular fechavam o dia dos homens. Mais
em geral, são dominadas por intimidação, chantagem ou medo recentemente, um vizinho ou outro que possuía um aparelho
diante daqueles que lhes parecem mais poderosos e a quem não de televisão reunia os amigos para uma programação especial.
têm como resistir ou enfrentar (PALACIOS; REGO, 2006)16. Revistas e jornais impressos tratavam de questões locais, aqui
No entanto, com a tecnologia disponível hoje, o processo de e ali informando sobre o que acontecia no mundo fora da
agressão – especialmente moral e simbólica – é facilitado pelo comunidade.
anonimato dos autores. São páginas na internet com difamações, Comparando com a vida atual, percebe-se o quanto a rotina
imagens constrangedoras e conteúdo depreciativo, além de in- familiar mudou. Na atualidade, mesmo naquelas residências onde
formações geralmente falsas, muitas vezes colocando a vítima a mesa de jantar ainda reúne a família frequentemente o aparelho
em situação difícil diante de uma autoridade ou daqueles mais de televisão ligado concentra as atenções, enquanto uma pessoa
próximos. silencia a outra em nome de uma notícia que está acompanhando
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qual para seus interesses/obrigações uma regra geral para o que está sendo comentado, no entanto as
consequências desse tipo de estresse tecnológico para a sociabili-
e inviabilizando a vazão de afetos, dade ainda estão longe de ser adequadamente dimensionadas.
Novas questões têm sido apresentadas à sociedade, tais
aflições, sentimentos e dúvidas como a alta incidência de doenças pouco frequentes há algumas
décadas, como a hiperatividade infantil ou o transtorno de dé-
que sustentavam a conversa entre ficit de atenção (BALLONE, 1999)22. Apesar de essa síndrome
ter seus primeiros registros datados do início do século XX, os
familiares. aspectos psicossociais têm se evidenciado mais recentemente,
em estudos relativos às causas e concausas do problema, fre-
quentemente registrado em crianças com privação afetiva e
situações de abandono.
Outra questão que vem exigindo maior atenção da sociedade
ou de uma cena do filme ou da novela que não quer perder. Mesmo nas últimas décadas se refere ao convívio entre as várias gerações.
que ninguém esteja prestando atenção à programação exibida, ainda A distância geracional que dificultava o diálogo e marcava a época
assim as trocas verbais ficam muito limitadas em comparação às em que ser adulto era o ideal da sociedade tem hoje características
vividas sem a presença do televisor ligado, conforme mostram muito diversas. Hoje, a juventude é o modelo almejado – veja-
estudos como os de Chistakis et al (2009)18. se o excesso de ênfase em músculos delineados, a quantidade
Jogos eletrônicos, computadores pessoais e outros equipa- de cirurgias plásticas realizadas, o uso exagerado do “botox”, a
mentos também contribuem para limitar os contatos interpes- idealização da vida ativa como um eterno fim de semana – e a
soais entre pais, filhos, irmãos e casais, levando cada qual para velhice é alvo de eufemismos (terceira idade, melhor idade etc.),
seus interesses/obrigações e inviabilizando a vazão de afetos, que tentam desassociar o homem que envelhece dos preconceitos
aflições, sentimentos e dúvidas que sustentavam a conversa entre que o cercam. Os que “vivem como velhos” são estorvos que
familiares. Os elos de confiança capazes de descarregar angústias, não acompanham o ritmo do mundo contemporâneo.
os relatos opinativos e outras formas de comunicação do grupo Todos querem e, mais do que isso, devem ser eternamente
de convivência doméstica ficam em segundo plano. A falta de jovens, como tenta convencer a mídia. A vida humana se alon-
intimidade cobra um alto preço na solidão e no isolamento que, ga, mas a velhice apavora. Muitos pais vivem hoje a recusa do
paradoxalmente, contribuem para a ânsia por contatos virtuais, amadurecimento, disputando roupas, práticas, espaços e tempos
como já foi apontado anteriormente. com seus filhos jovens. As dificuldades que o jovem enfrenta hoje
A ampliação dos canais de comunicação oferecidos pelas estão mais próximas da falta de referências parentais do que das
ferramentas digitais favorece o desenvolvimento de uma ampla exigências e limites que os antigos pais impunham.
rede de “amigos”, próximos ou distantes, segmentados por A juventude como modelo também torna precoces algumas
interesses dos mais diversos: religião, esportes, cultura, ciência, práticas antes vivenciadas apenas no fim da adolescência. O
moda ou qualquer outro tema. No entanto, o silenciamento desenvolvimento da sexualidade, presente em todas as fases da
doméstico interfere no estabelecimento de vínculos (PICHON vida humana, parece saltar etapas, antecipando o final da infância
RIVIÈRE, 2000)19 necessários à socialização e à superação de com todas as suas nuances e consequências. As aprendizagens
fenômenos narcísicos (na perspectiva freudiana). Um grupo relativas às relações sexuais, antes limitadas a uma revista escon-
familiar permeado por vivências individualizadas e centradas em dida ou a um colega mais experiente, hoje estão disponíveis para
interesses privados deixa suas marcas tanto quanto um grupo qualquer um, em todo tipo e qualidade de vídeo, na tela da TV
rico em interações afetivas. O afastamento – mais afetivo que ou do computador mais próximo. Paralelamente às vantagens
físico – pode ser vivido como indiferença e desamparo, e trazer da abertura de um diálogo sem tantos tabus e interdições, a
sofrimento, em especial nos momentos de maior fragilidade genitalidade aprendida via indústria cinematográfica aparece
pessoal, ainda que todo grupo comporte vínculos plurais e glamourizada e vivida precocemente – com todas as suas impli-
dinâmicos. cações –, favorecendo frustrações e angústias23.
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refrigerado, apesar de servirem como referência básica para o todos a viver a transição.
outro que vive sujo de óleo, no meio de um emaranhado de
equipamentos passíveis de explodir, com o qual ele se relaciona
à distância. O diálogo entre eles – pessoas de boa vontade, mas
formadas em bases culturais e tecnológicas diferentes – pode
ser extremamente estressante.
Não é difícil, também, encontrar empresas com segmentos
o modelo tecnológico atual, para
instalados em diferentes cidades e países. Além dos desloca- além das mudanças e conquistas que
mentos possibilitados pela tecnologia da aviação, dos contatos
por videoconferência e outros recursos relativamente simples, é evidentemente agrega à sociedade,
preciso considerar as diferenças de fusos horários, de culturas e
de ritmos capazes de fomentar estressores bastante potentes. também vem trazendo consigo uma
Haveria ainda inúmeros aspectos a analisar, em cada segmento
profissional (ALEVATO, 2007)35. No caso dos professores, por
carga estressora sem precedentes.
exemplo: o acesso à informação via outros canais diferentes dos
livros escolares, a quantidade de dados disponíveis, os limites de
É importante refletir o quanto a
uma programação curricular, a formação docente insuficiente, as rotina e a vida cotidiana vêm sendo
descobertas das neurociências sobre a aprendizagem, as questões
relativas à inclusão social e muitas outras. afetadas, para que cada um, em sua
No caso dos médicos, por exemplo, o quanto seus diagnós-
ticos e recomendações são afetados pelo acesso dos pacientes área, possa ajudar a todos a viver a
e seus familiares à internet? O quanto são questionadas suas
observações e seus comentários, a partir do momento em que
transição.
têm, diante de si, não mais aquele “leigo” respeitoso e ignorante
de termos específicos, mas uma pessoa qualquer que é capaz de
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Australia. Paper presented at the Children and Crime: Victims and Offend-
1
Para subsidiar este ensaio, além dos autores citados ao longo do texto, estão ers Conference convened by the Australian Institute of Criminology and
sendo tomados como base os registros de entrevistas desenvolvidas nas held in Brisbane, 17-18 June 1999. Disponível em: <http://www.aic.gov.au/
pesquisas da equipe do Núcleo de Educação e Saúde no Trabalho (NEST) conferences/children/rigby.pdf>. Acesso em 29, nov., 2007.
– que analisou os estressores mais influentes no cotidiano de aproximada- Christakis, Dimitri A. et al. Audible television and decreased adult words,
18
mente 5.000 profissionais, de diferentes formações e atividades, em diferentes infant vocalizations, and conversational turns: a population-based study. Arch
Estados brasileiros, durante os anos de 2005 a 2007 – ligado ao Laboratório Pediatr Adolesc Med, n.163, p. 554– 58, Jun., 2009.
de Tecnologia, Gestão de Negócios e Meio Ambiente (LATEC), do Centro
Tecnológico da Universidade Federal Fluminense. Pichon-Rivière, E. Teoria do vínculo. São Paulo: Martins Fontes,
19
2000.
2
CASSÉ, M; MORIN, E. Filhos do céu: entre vazio, luz e matéria. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2008. p. 34. O termo “avatar” está sendo empregado aqui no sentido de “representação
20
www.reporternet.jor.br/inventos-ridicularizados-que-deram-certo>. Acesso que o espaço disponível aqui para ser adequadamente explorada.
em 23/07/08.
BALLONE, G J. Psiquiatria Infantil. PsqWeb, programa de Psiquiatria Clínica
22
4
<http://www.gartner.com/it/products/research/dataquest.jsp>. Acesso em na Internet, Campinas, SP, 1999. Disponível em: <http://www.swbrasil.org.
09/03/09>. br/site/default.php?cod=hiperatividade>. Acesso em 05, maio, 2009.
5
PNAD é a “Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios”, realizada pelo É interessante ressaltar que não estão sendo discutidos os aspectos relativos
23
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consideramos aqui à educação sexual em si, apenas a mudança de veículos de aprendizagem. Há
os resultados de 2005. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/ inúmeras outras questões que poderiam ser abordadas neste tópico, mas que
estatistica/populacao/acessoainternet/internet.pdf.> Acesso em 14/07/08. não cabem no escopo deste ensaio, tais como o fato de a iniciação sexual
p. 35. com namorados/as predominar sobre a experiência em prostíbulos, típica
de décadas anteriores. PEREIRA, J. L. et al. Sexualidade na adolescência
6
Id. ibid., p. 48. no novo milênio. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro,
7
BOTSARIS, Alex. O complexo de Atlas e outras síndromes do estresse Pró-reitoria de Extensão, 2007.
contemporâneo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2003. p. 138. A criança como pequeno adulto não é um tema novo nas discussões histó-
24
8
Weil, M.; Rosen, L. TechnoStress: Coping With Technology @Work @ ricas. A obra de Philippe Áries sobre a história social da criança e da família
Home @Play. New York:John Wiley & Sons, 1997. é um clássico, ainda que não represente a unanimidade dos pesquisadores. A
perspectiva contemporânea, porém, oferece outra nuance da ideia de criança
9
Ver reportagem da Revista Mente e Cérebro, v.16, n. 197, jun., 2009. p. 18. como pequeno adulto, reconhecendo-a como criança, mas assustando-se com
ela e seu desempenho discursivo e social, que acabam confundindo muitos
10
SAMPAIO, Jorge Thadeu. O que é inclusão digital? Disponível em: <http:// pais e adultos, que terminam por acreditar que as crianças sejam capazes de
www.sampa.org/sgc/base/arq.asp?idarq=92>. Acesso em 20, abr., 2003. assumir outras responsabilidades correspondentes à qualidade supostamente
adulta de seu desempenho verbal e argumentativo. Trata-se de tema para outro
11
Id. ibid.
ensaio, certamente.
12
BOTSARIS, Alex. (2003) p. 137.
LACAN, J. De uma questão preliminar a todo tratamento possível da psicose.
25
13
Esta expressão foi retirada de uma das entrevistas realizadas pela equipe NEST/ In: LACAN, J. Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. p. 531-590.
LATEC/UFF, no âmbito da pesquisa sobre estressores, já comentada anterior-
Alevato, Hilda. Estresse, burnout e cotidiano escolar: novos desafios para
26
mente. Ao ser perguntado sobre suas atividades, o entrevistado afirmou: “—
a Educação Básica. Fórum Crítico da Educação - Revista do ISEP. Rio
Não consigo ficar apenas nos cálculos e tabelas que tenho que preencher. Fico
de Janeiro: Instituto Superior, v.2, n.2, mar., 2004.
sempre com uma porção de janelas abertas no computador, fora as mensagens
do celular, SMS, Twitter e tal e tal. Faço tudo junto. Preciso usar bem minha Mattos, Valéria D. B.; Bianchetti, L. Currículo analógico em um
27
vida, senão sinto como se estivesse desperdiçando meu tempo”. mundo digital: considerações sobre a dissonância entre a formação no ensino
superior e as exigências do mercado de trabalho. Boletim Técnico do SE-
14
SILVA, Fabiano Couto Corrêa. Avaliação de fontes de informação na
NAC: a revista da educação profissional, Rio de Janeiro, v. 34, n.3, set.,/
web: um estudo focado na Wikipédia. 2008. 133 f. Dissertação (Mestrado
dez., 2008.
em Ciência da Informação) – Universidade Federal de Santa Catarina, 2008,
p. 79. Disponível em: <http://www.cin.ufsc.br/pgcin/Silva,%20Fabiano%20 Certamente as aplicações atuais têm inúmeras vantagens: permitem, por
28
Couto.pdf>. Acesso em 23, abr., 09. exemplo, a apresentação de ideias em formatos diferenciados, 3D, animações
e outros, com dispositivos variados que facilitam a compreensão, além de
15
No Brasil, segundo o IBGE, predomina o interesse por sites destinados a
recursos como uma “conference call”, com todos os envolvidos conversando
“educação e aprendizado”, na maioria das regiões. Em segundo lugar, o uso
diretamente sobre um assunto, contribuindo coletivamente na elaboração
da internet está voltado à “comunicação com outras pessoas”. Ver <http://
de um gráfico ou de um projeto para a empresa. No entanto, mesmo os
www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/acessoainternet/tabelas/
aspectos positivos da entrada em cena de tais ferramentas corporativas são
tab1_31_2.pdf>.
fonte de muito estresse, dentre outros motivos pelos inúmeros canais que
16
PALACIOS, Marisa; REGO, Sergio. Bullying: mais uma epidemia invisível?. podem demandar atenção simultaneamente, e pela excessiva dependência de
Rev. bras. educ. med. [online]. v. 30, n.1, p. 3-5, 2006. ISSN 0100-5502. seu bom funcionamento para que os processos se efetivem.
doi: 10.1590/S0100-55022006000100001.
24 horas, 7 dias por semana.
29
74 B. Téc. Senac: a R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v. 35, n.3, set./dez. 2009.
através do Ministério do Trabalho e Emprego. University Labor Education and Health Unit, which involved
approximately 5,000 individuals.
Ver, por exemplo, o estudo de FREITAS, Carlos Machado de, et ali. Acidentes
34
de trabalho em plataformas de petróleo da Bacia de Campos. Cad. Saúde Keywords: Technostress; Stressors; Suffering; Technology.
Pública [online].Rio de Janeiro, v. 17, n.1, p. 117-130, 2001. ISSN 0102-
311X. doi: 10.1590/S0102-311X2001000100012.
RESUMEN
Alevato, Hilda. Avaliação dos estressores do ambiente de trabalho
35
e seu potencial de riscos à saúde. [s.l: s.n.]Trabalho apresentado no VII Hilda Alevato. Tecnoestrés: entre la fascinación y el
Congresso de Stress da ISMA-BR e IX Fórum Internacional de Qualidade sufrimiento.
de Vida no Trabalho, 2007.
Frente al complejo escenario basado en la tecnología que caracteriza
Coovert, M.D.; Thompson, L.F.; Craiger, P. Technology. In: Bar-
36
ling, J.; Kelloway E. K.; Frone, M. R. (Eds.) Handbook of work al mundo contemporáneo, la explosión de simultaneidades y virtua-
stress. California: Sage Publications, 2005. p. 299-324. lidades multiformes se abre en desdoblamientos aún poco conocidos
y comprendidos. En este artículo, la autora discute el llamado
DEMO, Pedro. “Tecnofilia” & “Tecnofobia”. Boletim Técnico do SENAC:
37
“Tecnoestrés”, ubicándolo en una posición intermedia entre la
a revista da educação profissional, Rio de Janeiro: SENAC/Departamento
Nacional, v.35, n.1. p. 4-17,jan.,/abr., 2009. fascinación que producen tantas posibilidades y atractivos mercado-
lógicos y el sufrimiento relacionado con los estresores, frecuentemente
MARTINS, Hermínio. Hegel, Texas e outros ensaios de teoria social.
38
responsabilizados de ser una de las causas de las enfermedades y
Lisboa: Século XXI. 1996. p. 188.
accidentes registrados bajo otras categorías. El texto se apoya en
las investigaciones del Núcleo de Educación y Salud Laboral de la
Universidad Fluminense realizadas con 5.000 individuos.
Palabras clave: Tecnoestrés; Estresores; Sufrimiento; Tecno-
logía.
B. Téc. Senac: a R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v. 35, n.3, set./dez. 2009. 75