Teste Abril Texto Dramatico
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2012-2013
Exercício de Avaliação Escrita
I – Compreensão da Leitura
Observa o cartaz de uma representação da peça Falar Verdade a Mentir, de Almeida Garrett.
Rodrigo Francisco (Almada, 1981) – diretor-adjunto TMA – estreia-se na encenação com este espetáculo. O
seu primeiro texto teatral, Quarto minguante, foi publicado, em 2008, na revista espanhola Primer ato e, em
2010, em França, nas Éditions l’Oeil du Prince. Rodrigo Francisco tem sido assistente de encenação de
Joaquim Benite.
SALA PRINCIPAL
16, 22, 23, 24, 25, 26 FEVEREIRO e 1, 2 MARÇO 2011
Ter a Qui às 16h, Sex às 16h e às 21h30, Sáb às 21h30
Duração: cerca de 1h15m; M/12
1. Associa os elementos da coluna A aos da coluna B, de modo a obteres frases corretas, de acordo
com as informações do cartaz. (10 pontos)
Coluna A Coluna B
A. é autor de outros textos teatrais.
1. A peça de Almeida Garrett levada à cena B. baseia-se num texto popular do autor
francês Eugène Scribe.
2. O TMA teve por objetivo C. dar resposta às solicitações das escolas.
3. Os espetadores mais jovens poderão D. no dia 16 de março de 2011.
4. O encenador da peça e diretor E. é Rodrigo Francisco.
5. Esta companhia de teatro de Almada F. dar a conhecer um autor do romantismo
estreou a peça “Falar Verdade a Mentir” português.
1
G. assistir a um colóquio.
H. em fevereiro de 2011.
ATO ÚNICO
Sala de visitas elegante. Porta ao fundo e laterais. À esquerda, mesa com escrivaninha, etc.
CENA I
JOAQUINA, JOSÉ FÉLIX
Joaquina – Entre, senhor José Félix, entre. Isto são umas madrugadas!... Para uma pessoa como o
senhor José Félix, o criado particular de um fidalgo da corte! Lá por fora ainda mal são nove horas...
José Félix – Nove horas... e fidalgo da corte!... Recolha o seu espírito, senhora D. Joaquina. Meu amo é
general, estamos de acordo; nove horas deram há muito. Mas cá em Lisboa contam-se as horas e os
fidalgos por outro modo. Lá na província, minha querida Joaquina...
Joaquina – Ai, como tu estás tolo! A província, a província... Ora isto! Saiba que eu venho do Porto,
senhor José Félix, que é a segunda capital do reino, e a cidade eterna, como dizem os periódicos.
Província será a terra de você, que há de ser a Lourinhã, ou a aldeia de Paio Pires, ou coisa que o valha. E
então?...
José Félix – Basta, Joaquina, basta; recolhe o teu espírito, que já aqui não está quem falou. Soube
ainda agora que tinham chegado ontem à noite no vapor, que estavam aqui nesta hospedaria, que é
pegada quase com a nossa casa; e vim logo, minha adorada Joaquina, reclamar o prémio de onze meses
de eternas saudades.
Joaquina – E você, vamos a saber, você tem sido constante, fiel?...
José Félix – Horrivelmente fiel! Maldição, Joaquina, maldição!...
Joaquina – Que diz ele?...
José Félix – Se tu vens da!... da província não. Não, Joaquina, tu não vens da província, vens da cidade
eterna... Virás. Maldição eterna sobre quem o duvidar! Mas vens, vens donde ainda se não sabe a língua
das românticas paixões, dos sentimentos copiados do nu da natureza como nós cá a temos na Rua dos
Condes, e nos folhetins das folhas públicas, que são o órgão da opinião incomensurável dos séculos.
Joaquina – Se te eu entendo...
José Félix – Ah! tu não entendes? Bem, Joaquina, bem. Nem eu: nem ninguém. Por isso mesmo,
Joaquina. A moda é esta. Deixa: em tu estando aqui oito dias, ficarás mais perfeita do que eu; porque a tua
alma de mulher é feita para compreender o meu coração de homem. E então, vês tu? Oh Joaquina, anjo,
mulher, sopro, silfo, demónio! eu amo-te! amo-te, porque...
Joaquina – Cruzes!
José Félix – Não me interrompas, não me interrompas, deixa ir. Silfo, anjo, sopro, mulher! amo-te porque
o meu coração está em brasa, e tenho umas veias, e estas veias... têm umas artérias... e estas artérias têm...
não têm... as artérias não têm nada; mas batem, batem como os sinos que dobram pelo finado na hora do
passamento, que é morrer, morrer, morrer... oh Joaquina, morrer! E que é a morte? É a vida que cai nos
abismos estrepitosos da eternidade, que é, que é...
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Joaquina – Isso é comédia, ou tu estás a mangar comigo?
José Félix – Isto é o drama das paixões, que o sentimento, a verdade...
Joaquina – Pois olha: tinha uma coisa muito séria que te dizer mas como tu estás doido, adeus!
José Félix – A poesia da vida é esta, Joaquina. Mas... mas passemos à vil prosa dos interesses materiais
do país, se é preciso. Vá. Far-te-ei mais esse sacrifício. Que exiges tu de mim?
Joaquina – Que deixes essas patetices agora e oiças. Meu amo, o senhor Brás Ferreira, que é um ricaço
como tu sabes, um daqueles negociantes do Porto que têm dinheiro como milho, vem de propósito a Lisboa
para casar a menina. É uma filha única, e morre por mim, coitada! É um anjo! Prometeu-me que no dia que
se assinassem as escrituras tinha eu o meu dote.
José Félix – Dote! Céus! um dote... Oh Joaquina, pois tu tens um dote?... Não quero saber de quanto.
Quem eu! Maldição sobre mim!
Joaquina – Cem moedas.
José Félix – Oh! seja o que for, que me importa? O amor, o amor verdadeiro não conta os pintos do
objeto amado... Não... E é em dinheiro de contado, sonante, Joaquina?
Joaquina – Sim senhor.
Falar Verdade a Mentir, Almeida Garrett
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9.2. Indica a classe e a subclasse das palavras “ Amália, de, considera, paciente”. (4 pontos)
10. Coloca as frases na forma ativa ou na forma passiva. (9 pontos)
a) Duarte diz muitas mentiras.
b) Duarte será ajudado por José Félix.
c) Tu dramatizaste a peça de Almeida Garrett.
11. Divide e classifica as orações da seguinte frase: A peça teria acabado mal, se José Félix não tivesse
ajudado Duarte. (3 pontos)
Escreve um texto de opinião, de 180 a 240 palavras, em que comentes um dos provérbios:
“Mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo.”;
“A mentira só é vício quando faz mal; se faz bem, é uma grande virtude.”;
“A mentira é como uma bola de neve; quanto mais rola, mais engrossa.” (30 pontos)
Bom Trabalho!!!
Competências a avaliar:
Compreensão Escrita:
Aluno: _______________________________________ Insuficiente Suficiente Bom Muito
Bom
Conhecimento Explícito:
Insuficiente Suficiente Bom Muito
Nº: ___ Ano:____ Turma:_____ Data: Bom
___/___/___ Expressão Escrita:
Insuficiente Suficiente Bom Muito
Bom
O Professor: __________________________________ Avaliação Global:
_______%
O E.E.: _______________________________________ Insuficiente Suficiente Bom Muito
Bom