Manual Digiplaq - Como Fazer Sua Primeira Placa de Circuito Impresso (Parte 1)
Manual Digiplaq - Como Fazer Sua Primeira Placa de Circuito Impresso (Parte 1)
Manual Digiplaq - Como Fazer Sua Primeira Placa de Circuito Impresso (Parte 1)
A impressão das trilhas pode ser feita de várias maneiras. Essencialmente, consiste
em recobrir partes da placa com uma tinta resistente a um líquido corrosivo que será
usado na fase dedecapagem ou corrosão (que iremos ver na Parte 2 deste manual). A
placa impressa é banhada em uma solução que dissolve o cobre das áreas expostas,
deixando somente o cobre que foi protegido pela tinta. Assim, teremos uma cópia,
gravada no cobre, do desenho que fizemos sobre a placa.
Antes de começarmos a efetuar a impressão do traçado, seja qual for o método usado,
o a placa deve ser meticulosamente limpa. Como o cobre se oxida em contato com o
ar, deve-se lavar a superfície cobreada para remover toda e qualquer impureza. Se a
placa não estiver perfeitamente limpa, a sujeira e a oxidação irão impedir uma boa
corrosão. A limpeza pode ser feita com um pedaço de palha de aço ("Bom-Bril"), água
e pequena quantidade de sabonete ou detergente. Depois de limpa, deve ser lavada
com bastante água para retirar totalmente os resíduos de sabão. A partir daí, a
superfície não pode mais ser tocada diretamente com as mãos, para não ser
contaminada pelo sal e gordura presentes na pele. Segure a placa somente pelas
bordas, ou use luvas de borracha limpas. Uma vez limpa, a placa deve ser
imediatamente impressa e corroída, ou o cobre irá se oxidar novamente, pondo a
perder todo o trabalho.
TRAÇAGEM MANUAL
Uma variação deste processo consiste em fixar a cópia do lay-outsobre a placa, sem
usar o papel carbono, e em seguida marcar a posição dos furos com um punção. Em
seguida, o desenho é copiado a caneta para a placa, usando as marcas de punção
como guias. Este processo é bastante prático para placas simples, ficando inviável
para desenhos mais complexos.
Cópia sobre a placa Puncionando Resultado
Existem algumas folhas decalcáveis, de marcas como Decadry e Alfac, com símbolos
(trilhas e ilhas) para circuitos impressos. Estes decalques se destinam à preparação
em papel vegetal deartes finais, usadas na geração de fotolitos, usados no processo
fotográfico (que descreveremos mais adiante). Alguns hobbystasusam os decalques
para a aplicação direta sobre a placa, embora eles não tendo sido fabricados com este
objetivo. Os símbolos decalcáveis são transferidos para a placa com uma caneta
esferográfica comum, e podem ser usados juntamente com a caneta de retro-projetor.
O processo é similar à traçagem manual, marcando-se o desenho na placa com papel
carbono ou punção, e a seguir aplicando-se os decalques.
Decalcando ilhas Decalcando trilhas Resultado
DECALQUE INTEGRAL
É possível imprimir o traçado em uma folha de papel e transferir o desenho inteiro para
o cobre. Empresas estrangeiras produzem folhas especiais para decalque, especiais
para hobbystas, mas não é fácil obter tais produtos no mercado brasileiro. No entanto,
é possível usar uma impressora a laser para imprimir um decalque em papel comum, e
em seguida tranferi-lo para o circuito impresso. Para saber mais, consulte o
artigo Processo doméstico de decalque feito na impressora laser, que descreve um
resumo deste método.
É importante usar uma tela de malha bastante fina, que permita produzir um
desenho nítido, mesmo dos detalhes mais finos do circuito desejado.
A tinta utilizada deve ser preferencialmente do tipo à base deepoxy. Caso não a
consiga, assegure-se de que a tinta disponível não se solta depois de seca, e
permite uma impressão limpa e livre de falhas.
A superfície da placa virgem deve ser lixada levemente, com lixa d'água, para
aumentar a rugosidade superficial (aspereza), e permitir que a tinta se fixe ao
cobre. A placa deve ser manuseada com cuidado, pois a tinta pode descolar se
for submetida a esforço mecânico excessivo, arruinando o trabalho.
PROCESSO FOTOGRÁFICO
Por fim, o processo de impressão que dá melhores resultados: o processo
fotográfico. Neste, a placa de circuito impresso ésensibilizada, ou seja, coberta com
uma fina camada de verniz fotossensível. Tal verniz é um material que se endurece
quando exposto à luz. No exterior, existem companhias que vendem placas virgens
pré-sensibilizadas, especiais para hobbyistas, mas estas não são fáceis de se obter
no mercado brasileiro. Mesmo assim, é possível produzir e aplicar verniz
sensibilizante em placas comuns. A seguir, daremos apenas um breve resumo do
método, visto que se trata de tema complexo e também foge ao escopo deste manual.
Estamos preparando para breve um manual complementar, explicando em detalhes o
processo fotográfico.
Dentre vários vernizes fotossensíveis que podem ser usados, um tipo relativamente
fácil de ser encontrado é o verniz à base de cola plástica comum e dicromato de
potássio, muito usado na produção de telas de serigrafia. O dicromato é misturado à
cola, e em seguida aplicado e "esticado" em uma fina camada sobre a placa. Depois
de aplicado o verniz, a placa deve ser protegida da luz, e de preferência deve ser
submetida à exposição imediatamente.
Uma vez sensibilizada, a placa deve ser posta em contato com umfotolito, com o
desenho do circuito em negativo, e exposta à luz. A potência da fonte luminosa, bem
como o tempo de exposição, depende do verniz utilizado. Nas áreas que recebem luz,
o verniz "endurece", permanecendo "mole" nas áreas não expostas. A seguir, a placa
recebe um banho de revelador, que dissolve e lava as partes moles do verniz,
deixando somente as partes endurecidas, com o desenho do circuito.
O fotolito consiste de uma impressão em negativo feita com toner sólido, como o das
impressoras a laser, sobre uma folha transparente de poliéster ou papel vegetal.
Impressoras a jato de tinta não produzem fotolitos satisfatórios, porque a tinta não é
opaca o suficiente. Há várias gráficas que produzem fotolitos de excelente qualidade,
mas os preços são relativamente altos.
O esquema abaixo exibe a exposição de uma chapa virgem. O fotolito, que deve ter a
área de impressão voltada para baixo (em contato com a placa), é exposto como numa
cópia fotográfica de contato.
Lembramos que uma vez revelada, a placa deve ser corroída imediatamente.