Resumos Justiça Constitucional
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Resumos Justiça Constitucional
Noção de Constituiçao:
A constituição, surge nos finais do sec.XVIII e inícios do sec.XIX, é e sempre foi um
conjunto de normas e princípios fundamentais que regulam determinadas matérias.
No entanto, a medida que a sociedade evolui a constituição também evolui e a
definição de constituição face atualidade não é uma definição definitiva, uma vez que
a sociedade se encontra em constante evolução.
A constituição pode ser defendida como o conjunto de normas jurídicas que definem:
1. A estrutura do estado
Para existir um estado é preciso que se reúnam três elementos:
- povo (art.4º da CRP)
- território (art.5º da CRP)
- poder politico (art.10º da CRP)
2. Os fins do Estado
Os fins do estado são os objetivos que os estados se propõem a cumprir (art.9º
CRP)
Atualmente, os fins do estado são
- Segurança
- Justiça
- Bem-estar social e económico
3. As funções do Estado
As funções do estado são as atividades desempenhadas pelo Estado através dos
seus órgãos para atingir os fins. (art.110 e 111 CRP)
Atualmente o estado exerce 4 funções:
- Legislativa: (AR,G,Assembleia legislativa das regiões autónomas) Depende da
constituição. Realiza-se na pratica de atos legislativos (leis, decretos-leis e decretos
legislativos regionais). Estão sujeitos e fiscalização da constitucionalidade.
- Administrativa: visa a execução de leis e a satisfação das necessidades coletivas.
Esta subordina a lei segundo o principio da legalidade da administração.
- Judicial: visa a resolução de uma questão jurídica
- Politica: cabe a PR, AR e ao G e aos órgãos das regiões autónomas
Nota: art. 166 nº1 e art. 161 alinea a): estabelece que as normas de revisão
constitucional têm valor constitucional
Nota: se uma lei violar outra lei hierarquicamente de valor superior, ocorre ilegalidade
Se uma lei ordinária violar uma lei constitucional ocorre uma inconstitucionalidade
Justiça Constitucional:
A justiça constitucional é a possibilidade que existe de controlar a conformidade entre
os direitos do poder politico e a constituição de um estado. A constituição é a fonte
hierarquicamente superior do direito, todas as outras normas tem que respeitar a
constituição e deste modo é necessário que existam meios que controlem o respeito
pela constituição. Assim as normas constitucionais definem o controlo do poder
verificando se esta ou não de acordo com a constituição. Este controlo é
imprescindível num estado de direito democrático, ao contrario do que acontece nos
estados do tipo autocrático pois este tipo de estado considera-se acima do direito e
acima de tudo enquanto que o estado democrático consagra a ideia de justiça
constitucional e é atualmente uma realidade bastante expandida.
- a ideia de justiça constitucional surgiu com as revoluções liberais no final do sec.XVIII
e inícios do sec. XIX que originaram o primeiro tipo histórico do estado liberal.
- o estado liberal era um estado que tinha como base a separação entre o estado e a
sociedade, ou seja, o que era politico estava para os políticos o que era social estava
para os cidadãos
- no estado de direito liberal passou a entender-se que a primazia era da lei, o que
significa que neste estado passou a considerar-se a primazia da lei. Pois, a lei é por
natureza geral e abstrata, criada pela AR (onde todos estavam representados uma vez
que foi eleita pelo povo) e por isso era sempre justa e igualitária
- a primazia da lei implica a predominância sobre os restantes órgãos de estado que
tinham sempre que respeitar a lei, o que significa que o estado tinha que respeitar a lei
Para garantir esse respeito, o estado liberal fixou nas constituições liberais o principio
novo designado de justiça administrativa
Justiça administrativa:
- é a possibilidade de impugnar os atos da administração com fundamento na violação
da lei (é um meio para garantir a primazia da lei)
- inicialmente esta impugnação era feita nos tribunais comuns, mais tarde foram
criados tribunais específicos – tribunais administrativos e a impugnação passou a ser
feita nestes tribunais
- a justiça administrativa tem também como pressuposto o principio da legalidade da
administração estar sujeita a lei, o que significa que a administração só pode atuar
quando a lei o permite. Este principio e fundamental e ainda hoje esta consagrado no
art.266 nº2
- no sec. XX, com as duas grandes guerras mundiais surgiram alterações ao tipo
histórico do estado, originando novas formas de estado:
- Estado autocrático
- Estado social e democrático
Concluindo:
A justiça constitucional traduz-se na possibilidade de controlar a conformidade entre
os atos de poder politico e a constituição de um estado. Consequentemente a
constituição tem que definir os meios de controlo, sendo assim cada constituição
escrita define através das normas os meios ou sistemas que devem ser usados para
controlar a constitucionalidade dos atos do poder politico.
Sistemas ou modelos de justiça constitucional possíveis para a fiscalização:
Os sistemas variam de acordo com os critérios
Concluindo: Atendendo a estes cinco critérios verifica se que são vários os sistemas
possíveis de fiscalização de constitucionalidade que se relacionam uns com os outros.
Capitulo 2
Controlo da Constitucionalização no caso Português
Constituição de 1933:
Manteve o sistema de controlo da constitucionalidade consagrado na constituição de
1911.
Em 1971 foi feita uma revisão à constituição de 1933 e com isso alargou se as
possibilidades de fiscalização. Para além da fiscalização que existia passou a considerar
se uma fiscalização sucessiva, abstrata e por via principal que estava concentrada na
Assembleia Nacional, órgão de natureza política e juridicial.
Fiscalização
Fiscalização preventiva: por via principal e abstrata e nesta fase estava
entregue ao Conselho da Revolução.
Fiscalização Sucessiva: é prevista por via principal e abstrata e nesta fase estava
entregue ao conselho da revolução e por via incidental concreta a cabo dos
tribunais.
Fiscalização por Omissão: entregue ao conselho da revolução.
Comissão Constitucional
Foi criada a par do conselho de revolução.
Órgão fundamental de consulta.
O conselho de revolução antes de tomar alguma decisão nos termos da
fiscalização preventiva, sucessiva e por omissão, tinha sempre que consultar a
omissão constitucional.
Para alem do papel de órgão de consulta, a comissão desemprenhava um papel
de órgão decisório. Pois, nos termos da fiscalização sucessiva concreta, se os
tribunais decidem não aplicar normas com fundamento em
inconstitucionalidade, havia um recurso obrigatório dessas decisões para a
omissão constitucional (que decidia diariamente).
Constituição de 1976
Entrou em vigor em abril.
Consagrava o sistema misto de controlo Politico e Juridicional.
O sistema mito de controlo politico e jurisdicional manteve se até á primeira
revisão da constituição.
Em 1982 efetuou se a primeira revisão de constituição.
A primeira revisão da constituição sucedeu devido ao facto de se entender que
o período de transição tinha terminado e consequentemente já não se
impunha o poder politico e militar. Uma vez que a democracia estava
condicionada e portanto já não fazia sentido a existência.
Com a revisão da constituição desapareceu o conselho de revolução e a
comissão constitucional.
A revisão da constituição deu origem a instituição de um tribunal constitucional
– foi a primeira, ate então nunca tinha existido, lei de revisão nº1/82 de 30
setembro.
Tribunal Constitucional
Instituído o tribunal constitucional na constituição, foi criada também pela
assembleia da republica a primeira lei orgânica, relativa a organização e
funcionamento do tribunal constitucional – lei 28/82 de 15 de novembro.
O tribunal constitucional iniciou as suas funções em abril de 1983 e desde a sua
origem que este tribunal não modificou a sua estrutura nem o seu sistema de
justiça constitucional. Embora tenha tido alguns ajustamentos e
aperfeiçoamentos ao longo destes anos, sobretudo resultantes das revisões
constitucionais de 1997.
O tribunal constitucional foi instituído para exercer uma função especifica e
separado dentro do enquadramento orgânico dos restantes tribunais.
O tribunal constitucional deferência se dos restantes tribunais, desde logo pela
sua composição.
Artigo 209º CRP – Estabelece que para alem dos tribunais constitucionais
existem outras categorias de tribunais.
Titulo V CRP – Refere-se a todos os tribunais. Enquanto que o titulo VI CRP é
apenas relativo aos tribunais constitucionais. Inicialmente, quando o tribunal
constitucional foi criado estava previsto no mesmo capitulo que os outros
tribunais. Mais tarde, com a revisão constitucional de 1989 passou a ser
dedicado aos tribunais constitucionais um titulo próprio.
Titulo VI CRP – Refere-se ao tribunal constitucional. Só em 1989 é que teve um
titulo só para si.
Para concluir:
A constituição da republica portuguesa não permite qualquer duvida a cerca da
natureza do tribunal constitucional. Uma vez que prevê no artigo 29º CRP sobre
as diferentes categorias dos tribunais e no artigo 222º da CRP define o tribunal
constitucional e concebe como um verdadeiro tribunal. Por isso ele integra o
sistema composto pelo conjunto dos tribunais e representa mesmo o seu órgão
de culpa, sem excluir o supremo tribunal de justiça e o supremo tribunal
administrativo.
Concluindo:
Quando uma norma violar uma lei que lhe e superior e ao mesmo tempo a
constituição, estamos perante dois vícios, a ilegalidade, a inconstitucionalidade, neste
caso podem ser invocados os dois ou aquele que traga melhores resultados.
Portanto o nosso sistema de fiscalização permite a fiscalização de dois vícios mas não
de qualquer ilegalidade, apenas da que resulta da violação de normas que lhe são
hierarquicamente inferiores e que lhe devem respeito.
Tipos de inconstitucionalidade
Inconstitucionalidade direta – dá se quando uma norma contraria diretamente a
constituição
Inconstitucionalidade por ação: Quando um órgão do poder politico vai através da sua
atuação criar uma norma que viola a constituição.