Os Templos Da Conquista
Os Templos Da Conquista
Os Templos Da Conquista
ASSIS
2012
2
ASSIS
2012
3
CDD 286.3
981.612
4
A minha família: Dalva, minha mãe. Adriano, meu irmão. Adam, meu irmão.
Amanda, minha irmã. Aníbal, meu avô. Isabel, minha avó (In memóriam).
Ao Município de Ourinhos/SP.
5
AGRADECIMENTOS
estudo. Sem eles, nada haveria. Agradeço a: Maurício Pinto da Silva, Maria
Aparecida Oliveira Silva, Neiva Scudeler dos Santos, Paulo Roberto Rissonio,
Susana de Oliveira Brito Rissonio, Michel de Oliveira Rissonio, Everaldo
Santos Pereira, Maria de Fátima Trombini Pereira, José Madalena, Rosana
Sponton Pires Bragato, Israel Isaltino, Robson Isaltino, Jared Isaltino, Janete
Dias, Noemi Iamamoto Madalena, Luiz Gomes dos Santos Neto, Maria
Terezinha Seke, Aníbal Brito, João de Moura Sobrinho, Neuza Rodrigues de
Moura, Dinorah Aparecida de Moura, Ciomara Dalva de Barros, Adonias
Josué Perassoli, José Carlos Santos Pereira, Nilce Ruy Christoni, Milton
Sergio Bragato, Wilson Pires, Leonor Sponton Pires, Maura Teixeira de
Barros Perassoli, Rodrigo de Moraes Cadamuro, Cleusa Aparecida Rosa
Bertoloto e Jovenil Bertoloto. Agradeço aos pastores que administraram a
IASD em Ourinhos, que me receberam, apoiaram-me ao longo dos 4 (quatro)
anos de duração da pesquisa: Carlos Alberto Ramos, Romeu Eloi de Souza e
Maurício Bergamini. E agradeço também aos pastores: Samuel de Mesquita
Guimarães e Mário Cardoso de Oliveira; personalidades na história da IASD
em Ourinhos e que generosamente me concederam importantes entrevistas.
Ao estimado parceiro Ddo. Alfredo Moreira da Silva Junior, pelos
apontamentos precisos e competentes, no CCHE - UENP/Jacarezinho-PR e
viagens aos colóquios de Ciência da Religião na PUC/SP.
Ao professor e amigo Ddo. Maurício de Aquino, pelas úteis ideias e
esclarecimentos durante nossas viagens à UNESP/Assis-SP.
Ao professor Dr. Luís de Castro Campos Junior, pelas contribuições
e dicas teóricas durante nossos encontros no CCHE da UENP/Jacarezinho.
Aos professores do curso de Filosofia da UENP/Jacarezinho, pelo
intercâmbio de ideias tão essenciais para este trabalho.
Aos meus eternos e inestimáveis amigos: Mariana Salles, Rodolfo
Oliveira, Marcos Dori, Carolina Batista, Leonardo Borghi Possetti, Isabelle
Silva, Diogo Almeida, Eric Simon, Mário Sergio, Bruno Líbano, Lilian Nogueira
Ribeiro, Gustavo Gatzke e Bruno Iauch; com quem aprendo muito.
Aos amigos e alunos do NPHR - Núcleo de Pesquisa em História
das Religiões - UENP/Jacarezinho; do qual sou responsável e aprendiz.
7
RESUMO
ABSTRACT
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 12
INTRODUÇÃO
1
GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2008, p. 93.
13
2
RIOUX, Jean-Pierre. Um domínio e um olhar. In: RIOUX, Jean-Pierre; SIRINELLI, Jean-
François (orgs). Para uma história cultural. Lisboa: Editorial Estampa, 1998, p. 17.
3
Idem, p. 20.
14
constrói sua realidade social local, seus símbolos, sua memória. Pois, como
diz o historiador Roger Chartier, “a história cultural, tal como a entendemos,
tem por principal objeto identificar como em diferentes lugares e momentos
uma determinada realidade social é construída.”4 A realidade da IASD é uma
realidade simbólica. E os templos são parte dela. Interpretá-los, entendendo
como os adventistas os concebem, foi uma preocupação constante, porque
segundo Peter Burke, “o terreno comum dos historiadores culturais pode ser
descrito como a preocupação com o simbólico e suas interpretações.”5
Este trabalho é uma “História Religiosa”, nos moldes descritos pelo
historiador Eduardo Basto de Albuquerque, que desde a década de 1990, no
Brasil, discutiu os pressupostos metodológicos desse tipo de historiografia. A
“história religiosa”, segundo Albuquerque, é o modelo mais utilizado no Brasil
e difere da “história das religiões” tradicional, modelo fundado no final do séc.
XIX. A “história das religiões” é comparativa e trata de diversas religiões ao
mesmo tempo, relacionando-as, imbricando-as. Já a “história religiosa” trata
de apenas uma religião e é investigativa, interpretativa. A história religiosa é
também conhecida como “história eclesiástica”, em virtude de sua relação
com a história institucional, história da Igreja, história denominacional. É um
tipo de historiografia que ganha força acadêmica na década de 1970, com a
discussão feita pelo historiador Dominique Julia6, na França.
Eduardo Basto de Albuquerque afirma que a história religiosa trata
de grupos religiosos (igreja, denominação, instituição) em determinado tempo
e em determinado espaço, sua inserção social, mudanças e continuidades. É
uma historia que se preocupará em “analisar a atuação de sujeitos históricos
individuais, grandes personalidades, líderes ou sujeitos históricos coletivos” 7 -
no presente caso, os adventistas. Ela tem a ver com a mentalidade ou crença
4
CHARTIER, Roger. A História Cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Difel,
1988, p. 16.
5
BURKE, Peter. O que é História Cultural? Trad. Sérgio Goes de Paula. 2 ed. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008, p. 10.
6
JULIA, Dominique. A religião: História Religiosa. In: LE GOFF, Jacques; NORA, Pierre.
História: Novas Abordagens. Rio de Janeiro: F. Alves, 1976.
7
ALBUQUERQUE, Eduardo Basto de. Distinções no Campo de Estudos da Religião e da
História In: GUERRIERO, Silas. O Estudo das Religiões: Desafios Contemporâneos. São
Paulo: Paulinas, 2003, p.64.
15
8
ALBUQUERQUE, Eduardo Basto de. A História das Religiões In: USARKI, Frank (Org). O
Espectro Disciplinar da Ciência da Religião. São Paulo: Paulinas, 2007, p. 38.
9
USARKI, Frank (Org). O Espectro Disciplinar da Ciência da Religião. São Paulo:
Paulinas, 2007, p. 10.
10
CORREA, Sílvio Marcos de Souza. História Local e Seu Devir Historiográfico. In: METIS:
História e cultura - Revista de História de Caxias do Sul. Caxias do Sul: Educs, 2003.
16
11
BACELLAR, Carlos. Fontes Documentais: Uso e mau uso dos arquivos. In: PINSK,
Bassanezi Carla (Org.). Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, 2005.
12
DE LUCA, Tania Regina. Fontes Impressas: História dos, nos e por meio dos periódicos.
In: PINSK, Bassanezi Carla (Org.). Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, 2005.
13
ALBERTI, Verena. Fontes Orais: Histórias dentro da História. In: PINSK, Bassanezi Carla
(Org.). Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, 2005.
14
NAPOLITANO, Marcos. Fontes Audiovisuais: A História depois do papel. In: PINSK,
Bassanezi Carla (Org.). Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, 2005.
15
BORGES, Vavy Pacheco. Fontes Biográficas: Grandezas e misérias da Biografia. In:
PINSK, Bassanezi Carla (Org.). Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, 2005.
16
FUNARI, Pedro Paulo. Fontes Arqueológicas: Os historiadores e a cultura material. In:
PINSK, Bassanezi Carla (Org.). Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, 2005.
17
pesquisa dialoga com a teologia adventista e sua visão geral de mundo. Esse
capítulo se chama “A Igreja Remanescente” - como a IASD vê a si mesma.
O segundo capítulo, “O Ministério Local”, que mapeia a história da
IASD no Brasil, aborda a inserção da Igreja em 1884, sua expansão no país,
no Estado de São Paulo e sua chegada à Ourinhos. Nota-se neste ponto, um
diálogo estabelecido com alguns dos poucos pesquisadores do adventismo
no Brasil, como Haller E. S. Schunemann e Michelson Borges. A seção trata
também da historia de Ourinhos e seu contexto sociocultural. Ela propõe a
observação histórica do ambiente no qual a IASD se instalou na década de
1950, com quem ela passou a disputar espaço no cenário religioso e quais
eram as condições sociopolíticas e urbanas de Ourinhos na época.
O terceiro capítulo, “A Conquista dos Templos”, aborda o processo
de construção dos templos da IASD na cidade. É o momento em que se nota
a trajetória local da Igreja: chegada, consolidação e expansão. A seção conta
a história de cada uma das 7 (sete) comunidades da IASD, estabelecidas nos
bairros periféricos e centrais de Ourinhos. E neste ponto, nota-se o cotidiano
da Igreja na cidade, seus projetos locais, sua forma de viver e pensar. É aqui,
neste capítulo, que a cultura local adventista é estudada.
A última seção, “Os Templos da Conquista”, representa o desafio
de concatenar “teoria e objeto”. É o momento onde se estabelece um diálogo
com as ideias do antropólogo norte-americano Clifford Geertz (catalisadoras
deste estudo) e dos sociólogos Peter Berger, Thomas Luckmann, Stuart Hall
e Zygmunt Bauman, além do historiador das religiões Mircea Eliade. São eles
os principais teóricos consultados para este trabalho. É com base em suas
interpretações que analisamos o universo simbólico adventista. A tentativa foi
especular sobre o simbolismo dos templos e entender a forma com a qual as
pessoas vivenciam a religião na prática. Um caminho para sabermos quem
são os adventistas, o que fazem e o que pensam sobre o que fazem.
18
Igreja Eleita, escolhida para tomar posse do Reino Celeste (Nova Jerusalém
Celestial, prometida por Deus, como consta nas escrituras bíblicas). O ato de
conceber-se enquanto sendo povo escolhido não é prerrogativa apenas dos
adventistas. Outras denominações cristãs também o fazem. Mas no caso da
IASD, para além do valor teológico, o termo Igreja Remanescente representa
com propriedade o caráter existencial da instituição.
Além de identificarem-se Povo de Deus, os adventistas do sétimo
dia acreditam ter recebido um chamado divino e especial, uma tarefa. Essa
incumbência é caracterizada na ação de se proclamar o evangelho. Difundir
mensagens de esperança, “as mais solenes verdades”, diz Ellen G. White:
19
WHITE, Ellen G. A Igreja Remanescente. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 8ª Ed.,
2005, p. 64.
20
20
Idem.
21
WHITE, Ellen G. Patriarcas e Profetas: Deus Escolhe, Dirige e Protege Seu Povo. Tatuí-
SP: Casa Publicadora Brasileira, 2007.
22
In: A Bíblia Sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. 2ª Ed. Barueri-SP: Sociedade
Bíblica do Brasil, 1993.
23
REID, George W. Compreendendo as Escrituras: uma abordagem adventista.
Engenheiro Coelho-SP: UNASPRESS, 1ª Ed., 2007.
21
tempo da Igreja dos Pais Peregrinos. O cenário religioso dos EUA, dizem os
adventistas, foi marcado pelas ações determinantes e missionárias dessas
pessoas. Elas iniciaram um período de muitas pregações e disseminação do
evangelho. Um período de avanço da mensagem Cristã.
Para os adventistas, as missões religiosas evangélicas no final do
séc. XVIII rumo às diversas partes do Mundo, somente tornaram-se possíveis
graças ao esforço dos pais peregrinos. Esse tempo de missões consolidava,
portanto, a Sexta Era da Igreja do Povo de Deus. Era da Igreja dos Primeiros
Missionários. Momento, também, de forte difusão dos conteúdos evangélicos
pelos diversos cantos dos Estados Unidos da America.
A Sétima Era da história do Povo de Deus no mundo, marcou o
período referente à chamada Igreja dos Adventistas. Nos anos finais do séc.
XVIII e iniciais do séc. XIX, a crença na segunda vinda de Cristo tornava-se
cada vez mais popular.24 O regresso de Jesus sucederia então alguns sinais,
acontecimentos peculiares dos últimos dias da Terra. Catástrofes ambientais,
conflitos, fome e doenças seriam, portanto, eventos de anunciação.
Falemos agora, finalmente, da Oitava Era, ou melhor, do tempo da
Igreja Remanescente, que haveria de surgir em um cenário de caos mundial.
Um ambiente social composto por guerras, fome, conflitos políticos, doenças,
sincretismos religiosos, misticismos, assassínios e catástrofes ambientais.
Fatos que consolidariam o fim dos tempos, professados no livro Apocalipse.
Segundo a interpretação teológica dos adventistas do sétimo dia, a
Igreja Remanescente possui características peculiares. Em meio ao caos do
fim dos tempos, o Povo de Deus é aquele que não infringe as leis bíblicas,
tampouco se deixa enganar por falsos ensinamentos/sincretismos teológicos.
Os herdeiros do Reino dos Céus serão aqueles que guardarem fielmente o
conteúdo imutável dos Dez Mandamentos, inexorável da Bíblia. Pois a Igreja
Remanescente é a Igreja que atende a vontade de Deus.
24
Dentre os estudiosos bíblicos que acreditavam no regresso de Cristo, estava Guilherme
Miller, que em 1831 deu início às suas pregações. Segundo sua interpretação, o retorno de
Jesus ocorreria por volta do ano de 1844. Trataremos do assunto logo mais adiante.
23
25
A base da crença Adventista no livro de João que remete às características da Igreja
Remanescente consiste no ponto em que se encontram descritas as três mensagens
angélicas experienciadas pelo profeta. Nele está escrito: “Vi outro anjo voando pelo meio do
céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada
nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois
é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes
das águas. Seguiu-se outro anjo, o segundo, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia que tem
dado a beber a todas as nações do vinho da fúria da sua prostituição. Seguiu-se a estes
outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e
recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de
Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre,
diante de todos os santos anjos e na presença do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe
pelos séculos dos séculos, e não tem descanso algum, nem de dia, nem de noite, os
adoradores da besta e da sua imagem e quem quer que receba a marca do seu nome. Aqui
está a perseverança dos justos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em
Jesus.” In: A Bíblia Sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. 2ª Ed. Barueri-SP:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.
26
A Igreja Remanescente, portanto: “Guarda os mandamentos de Deus (12:17). Tem o
Testemunho de Jesus Cristo, ou o Espírito de Profecia (12:19; 19:10). Proclama as três
mensagens angélicas a cada nação, tribo, língua e povo (14:6-12). Chama a atenção para a
hora do julgamento de Deus (14:7). Anuncia que a Babilônia caiu (14:8). Adverte homens e
mulheres a não receberem a marca da besta (14:9 e 10). Tem a paciência dos Santos
(14:12). Tem a fé em Jesus (14:12).” In: IASD. Nossa Herança: História da Igreja Adventista
do Sétimo Dia para o Ministério Jovem. Trad. Itamar Padrão de Siqueira. Tatuí: Casa
Publicadora Brasileira, 2004, pp. 17 e 18.
24
27
WHITE, Ellen G. A Igreja Remanescente. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 8ª Ed.,
2005, p. 64.
25
28
Idem, pp. 53 e 54.
29
Que diz: Vi quando o Cordeiro abriu o sexto selo, e sobreveio grande terremoto. O sol se
tornou negro como saco de crina, a lua toda, como sangue, as estrelas do céu caíram pela
terra, como a figueira, quando abalada por vento forte, deixa cair seus figos verdes, e o céu
recolheu-se como um pergaminho quando se enrola. Então todos os montes e ilhas foram
movidos de seu lugar. In: A Bíblia Sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. 2ª Ed.
Barueri-SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.
26
de trevas se estendeu das 10h30min da manhã até o final do dia. Não houve
explicação. O sinal foi associado à profecia de Marcos 13:24.30
No dia 13 de novembro de 1833, no hemisfério ocidental dos EUA,
e depois, no dia 25 de novembro, em toda a Europa, ocorreu uma chuva de
meteoros. O fenômeno, visível do Havaí ao Canadá, ficou conhecido como
Chuva de Fogo. O fato deu razão ao terceiro sinal e foi associado à profecia
de Apocalipse 6:13 e 14, que diz: as estrelas do céu caíram pela terra, como
a figueira, quando abalada por vento forte, deixa cair seus figos verdes. Em
1833, já fazia dois anos que Miller havia dado início à sua pregação sobre a
volta de Jesus, que segundo as contas, provavelmente aconteceria no dia 12
de Outubro de 1844. Portanto, os fenômenos ocorridos ao longo dos anos,
contribuíram para fortalecer a crença no retorno de Jesus.
Assim, retomando o nosso foco, a Igreja Adventista do Sétimo Dia,
mantém, portanto, um relacionamento direto com as profecias bíblicas. Uma
delas, a de Apocalipse 14, comentada anteriormente, que diz a respeito das
três mensagens angélicas, é parte fundamental de sua estrutura teológica.
As mensagens dos anjos, no livro de Apocalipse, representam os propósitos
elementares dos adventistas do sétimo dia. Trata-se, portanto, de uma das
principais funções da Igreja Remanescente. Vejamos:
30
Que diz: Mas, naqueles dias, após a referida tribulação, o sol escurecerá, a lua não dará a
sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados.
Então, verão o Filho do Homem vir nas nuvens, com grande poder e glória. In: Idem.
27
31
Para os Adventistas do Sétimo Dia, o sinal da besta está implícito simbolicamente na
“testa” (ou “fronte”) e na “mão” do indivíduo que o recebe. Simbolicamente, dizem que, o
sinal na fronte significa o “saber”, o “conhecimento da verdade”, que na “cabeça” de quem se
desapega da Igreja Remanescente (Igreja de Deus) trona-se desvirtuado, equivocado em
detrimento dos falsos ensinamentos impostos pelo caos do mundo. Segundo os adventistas,
aquele que não conhece a “verdade” ou se afasta dela em direção a “falsos ensinamentos”,
como adorar “santos” e “outros (falsos) deuses”, por exemplo, recebe o sinal da besta em
sua testa. Quanto ao sinal simbólico da mão, trata-se de uma alusão ao “trabalho”. Mão
significa “trabalho”. Para os adventistas, aquele que trabalha no “Dia Santo do Senhor”, no
“Sábado Sagrado” (momento de descanso determinado por Deus), recebe o sinal da besta
em sua mão. Aqueles que guardam o Domingo como dia santo de descanso ao invés do
Sábado, desvirtuando o “verdadeiro dia”, recebem o sinal da besta na mão. Estes que
trabalham no Sábado, utilizando a “força de suas mãos” para conquistar sustento em dia que
não é propício para tal atividade, estão, portanto, desobedecendo a Deus. Aqueles que não
guardam o Sábado e adoram falsos deuses e santos, recebem o sinal da besta em sua
“mão” (trabalho) e “testa” (conhecimento).
32
IASD. Nossa Herança: História da Igreja Adventista do Sétimo Dia para o Ministério
Jovem. Trad. Itamar Padrão de Siqueira. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004, p. 22.
28
34
OLIVEIRA, Lygia de. Na Trilha dos Pioneiros. 2ª Ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira,
1994, pp. 28 e 29.
30
35
Os capítulos oito e nove do livro de Daniel tratam da profecia das 2300 tardes e manhãs.
Vale à pena citar o seguinte trecho em destaque, no qual fica claro o sentido das 2300
tardes e manhãs, que diz: “Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o
santuário será purificado. Havendo eu, Daniel, tido a visão, procurei entendê-la, e eis que se
me apresentou diante uma aparência de homem. E ouvi uma voz de homem de entre as
margens do Ulais, a qual gritou e disse: Gabriel, dá a entender a este a visão. Vejo, pois,
para perto de onde eu estava; ao chegar ele, fiquei amedrontado e prostrei-me com o rosto
em terra; mas ele me disse: Entende, filho do homem, pois esta visão se refere ao tempo do
fim. Falava ele comigo quando caí sem sentidos, rosto em terra; ele, porém, me tocou e me
pôs em pé no lugar onde eu me achava; e disse: Eis que te farei saber o que há de
acontecer no último tempo da ira, porque esta visão se refere ao tempo determinado do fim.
In: A Bíblia Sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. 2ª Ed. Barueri-SP: Sociedade
Bíblica do Brasil, 1993.
36
IASD. Nossa Herança: História da Igreja Adventista do Sétimo Dia para o Ministério
Jovem. Trad. Itamar Padrão de Siqueira. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004, p. 24.
31
37
OLIVEIRA, Lygia de. Na Trilha dos Pioneiros. 2ª Ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira,
1994, p.30.
32
38
IASD. Nossa Herança: História da Igreja Adventista do Sétimo Dia para o Ministério
Jovem. Trad. Itamar Padrão de Siqueira. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004, p. 37.
33
39
Idem, p. 38.
34
amigos, passou a rever tudo o que havia sido estudado pelos Milleritas. Os
adventistas do sétimo dia, reconhecendo a importância de Guilherme Miller
ao longo do processo de origem da Igreja Remanescente, costumam chamá-
lo de “estrela da manhã”. Vejamos no seguinte trecho:
40
Ibidem, p. 25.
35
41
WHITE, Ellen G. A Igreja Remanescente. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 8ª Ed.,
2005, p. 20.
36
Talvez isso possa nos ajudar a entender a busca do grupo por uma
unicidade nas sentenças interpretativas, busca essa, aliás, descrita por Ellen.
G. White no recorte anteriormente citado. Uma definição teológica igualmente
42
BERGER, Peter L. O Dossel Sagrado: elementos para uma teoria sociológica da religião.
São Paulo: Paulus, 1985, p.42.
43
Grifo nosso.
44
BERGER, Peter L. O dossel sagrado: elementos para uma teoria sociológica da religião.
São Paulo: Paulus, 1985, p.45.
37
45
WHITE, Ellen G. A Igreja Remanescente. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 8ª Ed.,
2005, p. 21.
38
46
Grifo nosso.
47
Grifo nosso.
48
Grifo nosso.
49
GOLDSTEIN, Clifford. 1844: Uma Explicação Simples das Principais Profecias de Daniel.
Tradução de Regina Mota. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2001, pp. 105 -111.
39
50
Relembremos que diz - “Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho
eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e
povo, dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu
juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.” In: A Bíblia
Sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. 2ª Ed. Barueri-SP: Sociedade Bíblica do
Brasil, 1993.
40
51
In: A Bíblia Sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. 2ª Ed. Barueri-SP: Sociedade
Bíblica do Brasil, 1993.
52
Idem.
53
Ibidem.
41
Aos nove anos, ela (Ellen White) e sua irmã gêmea Elizabeth,
estavam um dia atravessando um parque voltando da escola,
quando uma coleguinha enraivecida atirou uma pedra que
atingiu o nariz de Ellen, fraturando-o. Ela caiu desacordada e
foi carregada para casa, onde esteve por três semanas
inconsciente. Sua mãe nunca perdeu a esperança de que ela
se recuperasse e continuou forçando-a a alimentar-se. O pai,
em viagem quando ocorreu o acidente, ao voltar ao lar se
comoveu ao ver o rosto deformado de sua filhinha. Ellen era
quase um esqueleto e já todos perdiam as esperanças,
quando finalmente manifestou os primeiros sinais de
recuperação. Por dois anos não pôde respirar pelo nariz e não
lhe foi possível assistir regularmente à escola. Seu sistema
nervoso foi abalado pelo longo período em coma e tinha
dificuldade para reter na memória o que estudava. Finalmente
afligida por desmaios e por uma tosse persistente, abandonou
todas as esperanças de se educar. Algumas horas do dia ela
ajudava o pai na fabricação de chapéus. A família de Ellen
pertencia à Igreja Metodista, onde seu pai era Diácono.
Quando eles aceitaram a mensagem de Guilherme Miller
acerca do regresso de Jesus, foram desligados da igreja.54
54
OLIVEIRA, Lygia de. Na Trilha dos Pioneiros. 2ª Ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira,
1994, p. 52.
42
Figura 2: À esquerda, Ellen Gould White (1827-1915). À direita, seu esposo, Tiago Springer
White (1821-1881). Fonte: CNMA - Centro Nacional da Memória Adventista / UNASP.
Disponível em: http://www.unasp-ec.com/memoriadventista/index.htm
55
IASD. Nossa Herança: História da Igreja Adventista do Sétimo Dia para o Ministério
Jovem. Trad. Itamar Padrão de Siqueira. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004, pp. 43 e
44.
43
IASD, para a Igreja Remanescente, a Sra. Ellen White também foi escolhida
por Deus para receber Seu Dom do Espírito de Profecia.
A primeira visão concedida à Ellen G. White foi a respeito do Povo
de Deus a caminho da Terra Santa. Contudo, antes de White, duas pessoas,
dois homens do Estado do Maine, também viveram experiências parecidas,
pouco antes do fatídico dia do Grande Desapontamento.
O primeiro morava na cidade de Augusta. Seu nome era William
Ellis Foy. Em 1835 recebeu visões relacionadas ao Advento de Jesus e o
Julgamento Final. Sua última visão durou cerca de doze horas e foi assistida
por várias pessoas. O Segundo morava em Portland. Seu nome era Hazen
Foss. Além das mesmas visões tidas pelo primeiro, Foss viu também três
plataformas, que indicavam momentos pelos quais a Igreja Remanescente
passaria. Mas William Foss, assim como Hazen Foy, não quis anunciar as
visões que havia recebido. Assim, em dezembro do ano de 1844, já depois
do Dia do Desapontamento, Ellen G. White seria a terceira pessoa a receber
o que os adventistas chamam de Espírito de Profecia. Notemos:
59
ELIADE, Mircea. O Sagrado e o Profano: a essência das religiões, São Paulo: Martins
Fontes, 2ª Ed., 2008, p. 16.
60
WHITE, Ellen G. Primeiros Escritos. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 10ª Ed., 2003,
pp. 13 a 15.
46
61
Idem.
62
ELIADE, Mircea. O Sagrado e o Profano: a essência das religiões, São Paulo: Martins
Fontes, 2ª Ed., 2008, p. 17.
47
seja, que as visões eram de fato divinas - deixou-se examinar por um médico
especialista em magnetismo, aliás, conhecedor das teorias mesmeristas. No
entanto, nada conseguiu o médico com os testes e imãs explicar o estado no
qual ficava White durante as visões. Havia mistério naquela hierofania.
Desde a manhã de dezembro de 1844, quando White obteve sua
primeira visão, na qual o povo escolhido seguia em direção à Cidade Santa,
outras inúmeras visões lhe foram concedias. Em vigília ou estado de sono,
White constantemente era tomada pelo espírito divino. E os adventistas do
sétimo dia dizem que as ações de White durante seu ministério evangelístico
eram divinamente guiadas, percebidas em sonhos ou visões. Cada decisão
em benefício da obra, hoje conhecida por Igreja Adventista do Sétimo Dia,
alicerçou-se nas visões divinamente inspiradas de Ellen G. White.
No início, as poucas pessoas que acompanhavam White, dentre
elas seu esposo, Tiago White, e o militar aposentado, José Bates, aceitaram
com espontânea convicção o caráter divino das visões. Os que participaram
do movimento de fundação da IASD - situado desde a revisão das ideias e
equívocos cometidos por Guilherme Miller - e do processo de construção dos
pilares teológicos da Igreja, tiveram de aceitar então, a liderança divinamente
determinada de Ellen G. White enquanto profetiza e conselheira da Igreja.
Dos dias de 1844, tempo do Grande Despontamento, à década de
1860, época da consolidação institucional e hierárquica da IASD, o papel de
conselheira desempenhado por Ellen G. White representou diversas coisas.
Dentre elas, podemos destacar quatro: a) A presença da imagem feminina no
controle de uma instituição religiosa que nascera em uma época de extremo
androcentrismo na sociedade. b) O fenômeno hierofânico implícito nas visões
divinamente concebidas por Ellen G. White. c) O processo de aceitação por
parte dos fiéis em relação ao caráter divinamente inspirado das visões de
Ellen G. White. d) O emprego racional da experiência hierofânica de Ellen G.
White como elemento fortalecedor da crença dos fiéis para a IASD enquanto
Igreja Remanescente de Deus - detentora do Espírito de Profecia.
O papel fundamental de Ellen G. White no processo de formação
da IASD - Igreja Adventista do Sétimo Dia - especificamente no momento
49
mais delicado, que se deu entre os anos de 1844 a 1860, está baseado num
caráter divinamente revelado e hierofânico. Ellen White não foi importante
somente em seu papel de profetiza, conselheira, missionária e líder espiritual
para um período crítico de surgimento e crescimento da Igreja. Sua imagem
representa um fenômeno religioso que nasceu de forma transcendental e que
se transformou em uma denominação religiosa mundial.
Ellen G. White é personagem principal na história desse fenômeno
religioso. Suas visões e revelações mostraram que um poder supra-humano
manifestou-se no âmbito da formação da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Um poder que, por meio de White, revelou-se a um grupo de pessoas. Mas
esses fiéis adventistas passaram a enxergar a Ellen G. White não como uma
Deusa, Santa ou algum objeto/ícone de adoração, e sim como instrumento,
exemplo humano da manifestação sagrada do poder de Deus. A história da
Igreja Remanescente, portanto, parece permeada de uma hierofania peculiar.
White, com seu Dom de Profecia concedido por Deus, é um tipo de sugestão
de que o sagrado manifestou-se de forma útil no interior da IASD.
Entretanto, o processo de aceitação da condição especial de Ellen
White, de seu papel como mensageira de Deus para o povo remanescente,
ainda hoje é ponto de discussão para quem se converte à Igreja Adventista
do Sétimo Dia. O fato de acreditar, ou não acreditar, no caráter divinamente
inspirado da experiência hierofânica de Ellen G. White, dependerá sempre da
decisão de fé das pessoas. E, aliás, podemos notar que esse impasse existe
desde os tempos da formação da Igreja. Vejamos o seguinte trecho:
63
IASD. Nossa Herança: História da Igreja Adventista do Sétimo Dia para o Ministério
Jovem. Trad. Itamar Padrão de Siqueira. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004, p. 45.
51
64
Idem, p. 49.
52
65
Ibidem, p. 39.
53
66
Que diz: Seguiu-se outro anjo, o segundo, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia que tem
dado a beber a todas as nações do vinho da fúria da sua prostituição. In: A Bíblia Sagrada.
Tradução João Ferreira de Almeida. 2ª Ed. Barueri-SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.
67
Que diz: Seguiu-se a estes, outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém
adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também
esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e
será atormentado com fogo e enxofre, diante de todos os santos anjos e na presença do
Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não tem descanso
algum, nem de dia, nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem e quem quer
que receba a marca do seu nome. Aqui está a perseverança dos justos, os que guardam os
mandamentos de Deus e a fé em Jesus. In: Idem.
68
Êxodo 20: 8-11, que diz: Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias
trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus;
54
em Êxodo 20:1-17, que trata do Sábado como dia de descanso. Para a IASD,
tal como para os Judeus, o Sábado é o dia sagrado de adoração e descanso.
Esse dia é incorruptível. Não pode e não deve ser burlado. A lógica é assim:
O Sábado é um mandamento; é vontade divina; portanto, o Sábado é Lei
eterna, porque a vontade de Deus é eterna. E a vontade de Deus não pode
ser desfeita. A mensagem do terceiro anjo, assim, vem dizer que a Igreja dos
últimos dias, a Igreja Remanescente, respeita os mandamentos de Deus.
A relação dos adventistas do sétimo dia com a temática do Sábado
se origina de um fato ocorrido em Washington, estado de New Hampshire,
em 1844, quando uma senhora chamada Rachel Oakes, pertencente à Igreja
Batista do Sétimo Dia, foi visitar sua filha, uma adventista na cidade. Oakes,
apesar de ser uma fiel batista, guardadora do Sábado, ao conhecer as ideias
adventistas, converteu-se ao adventismo. E depois de convertida, não deixou
de guardar o Sábado. De certa forma, Oakes tornou-se a primeira pessoa
adventista do sétimo dia na prática. Obviamente, nesse tempo a IASD ainda
não existia - institucionalmente organizada. Mas na essência, Oakes foi uma
fiel precursora. Aliás, foi ela quem começou a disseminar a ideia do Sábado
em Washington, através de alguns folhetos. Sobre o fato, notemos:
não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a
tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis
dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há e, ao sétimo dia,
descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou. In: Ibidem.
69
IASD. Nossa Herança: História da Igreja Adventista do Sétimo Dia para o Ministério
Jovem. Trad. Itamar Padrão de Siqueira. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004, p. 41.
55
70
Idem, p. 42.
56
71
Vejamos novamente a seguinte citação: “Em abril de 1847, ela recebeu a visão
relacionada com o sábado. Ela viu o tabernáculo no Céu e Jesus levantando a cobertura da
arca. Aí ela viu os dez mandamentos com uma auréola de luz circundando o quarto
mandamento e ouviu um anjo confirmando sua importância. Foi-lhe mostrado que se o
sábado tivesse sempre sido guardado, não teria havido nem sequer um ímpio ou ateísta, e o
mundo teria sido poupado da idolatria. Essa visão abriu diante dela a relação entre o sábado
e a terceira mensagem angélica. Os crentes que reconheceram a verdadeira importância do
santuário, do sábado e das doutrinas do segundo advento foram os precursores da Igreja
Adventista do Sétimo Dia.” In: IASD. Nossa Herança: História da Igreja Adventista do
Sétimo Dia para o Ministério Jovem. Trad. Itamar Padrão de Siqueira. Tatuí: Casa
Publicadora Brasileira, 2004, p. 49.
57
e departamentos. Isso apenas foi possível pelo esforço coletivo do grupo que
cresceu cada vez mais. Muitos se uniram à Igreja, se espalharam por regiões
dos EUA realizando conferências, intensificando o movimento.
Além dos líderes já citados, juntaram-se ao grupo de Ellen White
pessoas importantes na história da Igreja, como John Nevins Andrews (1829-
1883). Trabalhou como pastor, missionário, escritor e administrador. Ajudou
a definir o sistema dizimal da IASD. Juntou-se John Norton Loughborough
(1832-1924), na função de pregador-missionário. John Byington (1798-1887),
além de pastor foi também o primeiro presidente da Associação Geral, órgão
máximo na hierarquia administrativa da Igreja. J. H. Waggoner (1820-1889)
foi editor da revista Signs of the Times e missionário. Urias Smith (1832-
1903) e Anne Smith (1828-1855) trabalharam como professores, colaborando
na educação por intermédio dos colégios. Além de professores, Urias Smith
foi pastor, Anne Smith escritora de hinos. Agregou-se também ao movimento,
Frederick Wheeler (1811-1910), este que era pastor metodista-adventista, de
New Hampshire. Liderou a Igreja em Washington, onde aceitou em 1844 a
mensagem de Rachel Oakes, a respeito do Sábado. Esses são alguns dos
principais agentes do início da organização da IASD nos EUA.
A partir de 1850, a primeira estratégia organizacional da Igreja, foi
confeccionar credenciais. O objetivo era identificar os pastores, missionários
e pregadores que viajavam pelos EUA, visitando cidades e comunidades. As
credenciais continham os nomes dos pregadores e algumas informações da
proposta da Igreja. O documento dava certa credibilidade ao missionário. No
início, os pastores não eram remunerados pelo serviço. Viviam com o que as
pessoas doavam: na maioria os casos alimentos e dinheiro. Muitos pastores
cobriam as despesas das viagens com recursos financeiros próprios.
Em 1853 houve a aquisição de uma tenda itinerante. Instalava-se
de cidade em cidade. Na época, os adventistas do sétimo dia não contavam
com um local específico para cultos, nem mesmo um local administrativo. A
tenda significou o começo da missão. O início de uma postura logística. Na
tenda itinerante e nas casas visitadas pelos pastores, além dos cultos, eram
59
Na época, a revista mais publicada era a Review And Herald, que hoje é a
Revista Adventista. Nela é possível encontrar as notícias institucionais e os
informativos sobre as atividades da IASD pelas diversas partes do mundo.
A implantação de um sistema de doação representou um passo
importante na organização. Pois, até o ano de 1853, a literatura publicada - e
notemos que, nessa época, a gráfica em Rochester ainda não havia sido
construída, portanto o serviço era terceirizado - era distribuída gratuitamente
aos fiéis. Foi quando John. N. Andrews, pensando uma forma de sustentar a
manutenção dos missionários e das publicações, orientou a Igreja a adotar o
método que nomeou de Benevolência Sistemática, que hoje se chama Plano
de Mordomia. Nessa prática de arrecadação de recursos, o fiel doava 1% de
suas propriedades, livres de débito, além das ofertas regulares do dízimo. Já
os impressos literários, estes passariam a ser vendidos. A partir do ano 1854,
a assinatura anual da Review And Herald, já era comercializada ao preço de
1 (um) dólar cada, revertida em benefício da futura gráfica.
O projeto da Casa Publicadora potencializou a obra literária. Isso
resultou na difusão da mensagem adventista em larga escala pelo país. A
agregação de novos colaboradores e a expansão das missões seguindo a
lógica da colonização para o Oeste, fez com que o crescimento da Igreja se
acentuasse ainda mais. Logo, em virtude do crescimento, todos perceberam
que havia a necessidade de se definir uma organização formal, de um corpo
institucional e hierárquico para a Igreja. Sobre isso, Ellen G. White afirma:
75
Idem, p. 22.
61
76
Ibidem, pp. 22 e 23.
62
77
Chamavam de “ministério campal” as reuniões ocorridas em campos abertos. Nessas
reuniões eram realizados, em grande escala, sermões e batismos. Na época, a proposta
tornou-se bastante efetiva na agregação de membros à Igreja. Os encontros campais
funcionavam como grandes acampamentos religiosos temporários, que duravam alguns
dias, às vezes uma semana. Eram muito comuns àquela época nos Estados Unidos. Os
campais eram grandes retiros espirituais.
78
IASD. Nossa Herança: História da Igreja Adventista do Sétimo Dia para o Ministério
Jovem. Trad. Itamar Padrão de Siqueira. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004, p 63.
63
79
WHITE, Ellen G. A Igreja Remanescente. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 8ª Ed.,
2005, pp. 65 e 66.
64
80
A palavra seita vem do latim “sectare”, que significa “separar”, “cortar”, “dividir”, “partir”. O
Dicionário informa que a palavra seita, em seus vários usos, tem o seguinte sentido: SEITA –
Subst. Fem. [do latim, secta] – 1. Doutrina ou sistema que diverge da opinião geral e é
seguido por muitos. 2. Conjunto de indivíduos que professam a mesma doutrina. 3.
Comunidade fechada, de cunho radical. 4. Teoria de um mestre seguida por numerosos
prosélitos. 5. pop. Facção, partido. In: FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo
Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 3ª. Ed. 1ª impressão, Editora Positivo. 2004. Em
Religião, é comum o uso do termo seita para definir pequenos grupos ou movimentos
religiosos de cunho separatista, que se desprende por qualquer motivo de discordância, de
uma grande doutrina ou Instituição religiosa organizada. Nesse caso, geralmente, as seitas
por serem separatistas, são também inicialmente minorias, grupos pequenos de pessoas,
sem muitas estratégias administrativas e com poucos recursos, sejam eles quais forem.
Afirma-se também, que as seitas religiosas, em comparação às grandes denominações
detentoras de grande número de fiéis, recursos financeiros, patrimônio e estruturas
doutrinárias e teológicas bem definidas, são instáveis, descentralizadas, desorganizadas e
rudimentares. No caso da IASD, com relação ao termo separatista, não é possível aplicá-lo
com segurança à sua história. Mesmo na época do Grande Desapontamento, não é possível
dizer que houve um rompimento discordante da IASD em relação ao Movimento Millerita.
Parece, sim, que existiu mais um aprimoramento das crenças adventistas do que
especificamente um rompimento para com elas. No que se refere a uma separação em
relação a uma organização administrativa forte e bem definida, o próprio Movimento Millerita
era desprovido dessa organização. Portanto, nesse caso, também não se pode afirmar que a
IASD seja uma seita advinda de uma Igreja (denominação, Instituição, seja lá o que for) forte
e consolidada. Os crentes que compunham o Movimento Millerita e mesmo o grupo de
pioneiros da IASD, liderado por Ellen G. White após o Grande Desapontamento, eram
pessoas que migraram de diversas instituições, eram pessoas convertidas, de origem
pulverizada, vindas de vários lugares. A IASD em seu início não era um grupo que se formou
no interior de uma Instituição forte e tradicional, que depois rompeu ligação por motivo de
discordância teológica, dogmática, filosófica, etc. Essa nunca foi uma característica da IASD.
O que podemos notar, neste caso, é a história de um grupo religioso originado de um
movimento coletivo empreendido por Guilherme Miller em 1831, e que depois de 1844, com
o Grande Desapontamento, ganhou outra dinâmica, fortalecendo-se de forma peculiar
através do grupo de Ellen G. White, e que em 1860, depois de adquirir amplitude e
complexidade, organizou-se como Instituição administrativa, burocrática e hierárquica.
Parece mais coerente, portanto, dizer que a IASD surgiu de maneira independente, através
do processo de agregação de pessoas, lideradas por outras num mesmo propósito de fé, e
que foi se desenvolvendo até adquirir um status administrativo complexo, tornando-se
Instituição religiosa consolidada, longe de predicados de seita.
65
81
KARNAL, Leandro; PURDY, Sean; FERNANDES, Luiz Estevam; MORAIS, Marcus
Vinícius. História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI. 2ª Ed. São Paulo:
Contexto, 2008.
66
café, refrigerante, frutos do mar e carne de peixes com couro - peixes que
não possuem escamas. Para todos os alimentos recusados, os adventistas
possuem embasamento teológico. A maior parte da aversão está sustentada
no livro bíblico Levíticos, ao falar das leis alimentares para o Povo de Israel,
e também nas visões de Ellen G. White. Em 1866, na cidade de Battle Creek,
os adventistas do sétimo dia criaram o Instituto de Reforma de Saúde, um
centro de referência em Saúde, depois conhecido como Sanatório de Battle
Creek. Muitos hospitais foram edificados. Hoje, as clínicas de Saúde, escolas
de medicina, hospitais e universidades da IASD nos EUA e no mundo são
conhecidos por seu nível máximo de excelência e qualidade.
A expansão da IASD também foi marcada por medidas voltadas ao
campo da Educação nos EUA. As Escolas de Educação Adventista foram
fundamentais no processo. Possibilitaram a difusão dos princípios teológicos
da IASD e seu fortalecimento institucional. Hoje as escolas são conhecidas
como Colégios Adventistas e estão espalhados pelo mundo todo. Variam do
ensino fundamental à educação superior. Ellen G. White, no Livro “A Igreja
Remanescente”, fala um pouco a respeito da necessidade de construírem
colégios e hospitais naquele tempo. Vejamos:
qualidade para uma vida de qualidade. Tanto que hoje, tornou-se uma dentre
as denominações que mais têm colégios e universidades no mundo.
E intensificaram-se também as reuniões campais - acampamentos
para orações, conversões e batismos - bem como as Escolas Sabatinas nos
locais onde a Igreja se instalava. Aliás, isso fez com que a impressão de
materiais didáticos e a produção de lições bíblicas aumentassem. As Escolas
Sabatinas tornaram-se ponto nevrálgico, parte vital da IASD. Através delas
muitas pessoas são evangelizadas, convertidas e inseridas na comunidade.
O material didático das escolas acompanhou a literatura missionária. Tanto
que, a partir de 1869, foram criados departamentos especificamente voltados
à obra literária. São eles os seguintes: a Sociedade de Literatura Missionária,
o Ministério de Colportagem, o Departamento de Publicações e o Ministério
Pessoal. Todos responsáveis por publicações de cunho evangelizador.
No começo da década de 1870, a expansão da Igreja nos EUA já
estava firmada. A IASD havia construído suas escolas, templos, hospitais,
universidades, publicadoras e sedes administrativas em todas as regiões do
país. Assim, chegava o momento de uma expansão internacional. Em uma
Conferência Geral - esta que é a reunião mais importante da administração -
realizada em 1874, os dirigentes da Igreja decidiram enviar seu primeiro
Missionário Além-Mar. Leiamos sobre o fato no seguinte texto:
84
WHITE, Ellen G. A Igreja Remanescente. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 8ª Ed.,
2005, p. 63
69
85
IASD. Nossa Herança: História da Igreja Adventista do Sétimo Dia para o Ministério
Jovem. Trad. Itamar Padrão de Siqueira. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004, p. 72.
86
Idem, p. 78.
70
87
Ibidem, p. 81.
71
88
CAMPOS, Leonildo Silveira. Protestantismo Brasileiro e Mudança Social. In: SOUZA,
Beatriz Muniz de; MARTINO, Luis Mauro de Sá (Orgs.). Sociologia da Religião e Mudança
Social: Católicos, Protestantes e novos movimentos religiosos no Brasil. São Paulo: Paulus,
2004, p.110.
89
Uma pesquisa realizada pela Fundação Getulio Vargas – FGV, no ano de 2011, que
também levou em conta dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) entre
os anos de 2003 e 2009, acusam que a totalidade de brasileiros que se dizem católicos no
Brasil, caiu de 73,8% para 68,4%. Mesmo assim, esses 68,4% de católicos declarados,
configuram o cenário religioso brasileiro de forma peculiar, caracterizando-o, ainda como um
país massivamente católico, e massivamente cristão, somados ao número de cristãos-
evangélicos, que aumentou de 17,9% para 20,2% no país. Fonte: FGV. (Coord. Marcelo
Côrtes Neri) Novo Mapa das Religiões. Rio de Janeiro: FGV, CPS, 2011. Disponível em:
http://www.fgv.br/cps/religiao/ - Acesso em 09/12/2011.
73
90
MENDONÇA, Antônio Gouvêa. O Celeste Porvir: A Inserção do Protestantismo no Brasil.
3ª Ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008, pp. 37 e 38.
74
91
MENDONÇA, Antônio Gouvêa. Protestantismo brasileiro, uma breve interpretação
histórica. In: SOUZA, Beatriz Muniz de; MARTINO, Luis Mauro de Sá (Orgs.). Sociologia da
Religião e Mudança Social: Católicos, Protestantes e novos movimentos religiosos no
Brasil. São Paulo: Paulus, 2004, p.74.
78
92
Idem, p. 76.
93
Ibidem, p. 76.
79
94
Grifo nosso.
95
WHITE, Ellen G. A Igreja Remanescente. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 8ª Ed.,
2005, pp. 65 e 66.
80
96
Embora Schunemann esteja usando o termo “protestantismo”, isso de modo geral, para
designar os evangélicos, cristãos não-católicos do Brasil, vale dispormos de um pouco de
atenção ao dizermos que a IASD se nos mostra como denominação protestante, o que nos
remete à reflexão de Ellen White dizendo: “o nome Adventista do Sétimo Dia é uma contínua
exprobração ao mundo protestante”; nos remete também à discussão feita anteriormente a
respeito do protestantismo no Brasil, bem como às ideias de Antônio G. Mendonça sobre a
aplicabilidade conceitual do termo “protestante”.
81
97
SCHUNEMANN, Haller Elinar Stach. A inserção do Adventismo no Brasil Através da
Comunidade Alemã. REVER, Revista de Estudos da Religião Nº 1 / 2003 / pp. 27 e 32.
82
98
IASD. Nossa Herança: História da Igreja Adventista do Sétimo Dia para o Ministério
Jovem. Trad. Itamar Padrão de Siqueira. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004, p. 147.
99
Colportor é uma expressão linguística utilizada pelos adventistas do sétimo dia para definir
as pessoas que trabalham na venda e na difusão de suas publicações. É uma palavra de
origem francesa, que significa, em tradução aberta, “levar no pescoço”. Trata-se de uma
expressão alusiva aos valdenses, colportores que carregavam os escritos por debaixo das
roupas ou em bolsas penduradas no pescoço.
83
100
IASD. Nossa Herança: História da Igreja Adventista do Sétimo Dia para o Ministério
Jovem. Trad. Itamar Padrão de Siqueira. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004, p. 149
84
101
IASD. Nossa Herança: História da Igreja Adventista do Sétimo Dia para o Ministério
Jovem. Trad. Itamar Padrão de Siqueira. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004, p. 150.
85
102
TIMM, Alberto R. (Ed.) A Colportagem Adventista no Brasil: Uma Breve História.
Centro Nacional da Memória Adventista. Engenheiro Coelho-SP: Imprensa Universitária
Adventista, Centro Universitário Adventista, 2000, p. 05.
103
BORGES, Michelson. A Chegada do Adventismo ao Brasil. Tatuí: Casa Publicadora
Brasileira, 2000, pp. 20 e 21.
86
104
IASD. Nossa Herança: História da Igreja Adventista do Sétimo Dia para o Ministério
Jovem. Trad. Itamar Padrão de Siqueira. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004, p. 152.
87
105
SCHUNEMANN, Haller Elinar Stach. A inserção do Adventismo no Brasil Através da
Comunidade Alemã. REVER, Revista de Estudos da Religião Nº 1 / 2003 / p. 34
88
106
IASD/UCB – União Central Brasileira. (1906-206) Conduzindo Vidas em São Paulo:
Igreja Adventista do Sétimo Dia. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2006, pp. 24 e 25. Livro
comemorativo do centenário da Igreja no Estado de São Paulo.
89
107
BORGES, Michelson. A Chegada do Adventismo ao Brasil. Tatuí: Casa Publicadora
Brasileira, 2000, pp. 60 e 61.
90
108
Idem, p. 110.
91
109
Fonte para o panorama dos Colégios Adventistas no Brasil: SIQUEIRA, Débora C. A.
Desenvolvimento Cronológico da Educação Adventista no Brasil. In: TIMM, Alberto R. (Org.)
A Educação Adventista no Brasil: Uma História de Aventuras e Milagres. Centro Nacional
da Memória Adventista. Engenheiro Coelho-SP: UNASPRESS, 2004.
110
Informações da Rede Adventista de Educação em: http://www.educacaoadventista.org.br/
92
111
BORGES, Michelson. A Chegada do Adventismo ao Brasil. Tatuí: Casa Publicadora
Brasileira, 2000, p. 111.
112
TIMM, Alberto R. (Org.) A Educação Adventista no Brasil: Uma História de Aventuras e
Milagres. Centro Nacional da Memória Adventista. Engenheiro Coelho-SP: UNASPRESS,
2004, p. 05.
93
113
IASD. Esperança Viva: Nossa Missão é Servir. Edson Rosa (org). Tatuí-SP: Casa
Publicadora Brasileira, 2009, p. 76.
94
114
Idem, p. 79.
115
A Rádio Novo Tempo pode ser ouvida online através do site: www.novotempo.org.br/radio
116
Naquele tempo, os programas de radio da IASD, como A Voz da Profecia, eram feitos em
trabalho com emissoras parceiras da Instituição, já que na época ainda não havia um
sistema próprio e interligado como hoje podemos ver na Rede Novo Tempo de
Comunicação, instalada da cidade de Jacareí-SP.
117
IASD. Esperança Viva: Nossa Missão é Servir. Edson Rosa (org). Tatuí-SP: Casa
Publicadora Brasileira, 2009, p. 78.
95
118
A TV Novo Tempo pode ser assistida online, em português e espanhol, pelo site:
www.novotempo.org.br/tv
119
IASD. Esperança Viva: Nossa Missão é Servir. Edson Rosa (org). Tatuí-SP: Casa
Publicadora Brasileira, 2009, p. 81.
96
120
Idem.
97
121
Ibidem, p. 83.
122
Ibidem, p. 63.
98
123
Ibidem, p. 66.
99
124
BORGES, Michelson. A Chegada do Adventismo ao Brasil. Tatuí: Casa Publicadora
Brasileira, 2000, p. 111.
100
125
DSA - “Unidade administrativa da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia que
compreende o território ocupado pelos seguintes países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile,
Equador, Paraguai, Peru e Uruguai. A estrutura organizacional da Igreja Adventista do
Sétimo Dia desenvolveu-se progressivamente. Ela consiste em um encadeamento contínuo
que vai desde o membro individual, até a Associação Geral, que é a mais elevada
organização da Igreja. Na Assembleia da Associação Geral de 1913, foram criadas as
Divisões, a saber, subdivisões do campo mundial. A Divisão Sul Americana é uma sub-sede
da Associação Geral. Sua esfera de ação e responsabilidade se estende a todas as Uniões,
Associações, Missões e Instituições localizadas em seu território. Desta forma, a Comissão
Administrativa da Divisão atua em nome da Comissão Administrativa da Associação Geral
nesta área geográfica. Sua sede localiza-se em Brasília, Distrito Federal, Brasil.
Organizações constituintes: A Divisão Sul-Americana compreende 11 Uniões, divididas em
64 Associações ou Missões.” In: IASD. Enciclopédia da Memória Adventista no Brasil. II
Estrutura Organizacional. Verbete: Divisão Sul Americana da IASD (DAS). Verbete escrito
por Liege de Oliveira. Disponível em: http://www.unasp-
ec.com/memoriadventista/enciclopedia/2/dsa.htm
126
Fonte: IASD. Revista Adventista. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, Abr. 2009, pp. 10-
12.
101
127
Fonte: IASD. Comunhão e Ação. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, Nov. 2009, Ano 7 -
Nº 17, p. 21.
128
Nossa Herança: História da Igreja Adventista do Sétimo Dia para o Ministério Jovem.
Trad. Itamar Padrão de Siqueira. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004, p. 153.
102
129
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 13ª. Ed. São Paulo: Editora da Universidade de São
Paulo, 2008, p. 203.
103
130
MENDONÇA, Antônio Gouvêa. O Celeste Porvir: A Inserção do Protestantismo no Brasil.
3ª Ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008, pp. 234 e 235.
105
131
IASD/UCB – União Central Brasileira. (1906-206) Conduzindo Vidas em São Paulo:
Igreja Adventista do Sétimo Dia. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2006, p. 18. Livro
comemorativo do centenário da Igreja no Estado de São Paulo.
106
132
Idem, p. 23.
133
Ibidem, p. 39.
107
135
Ibidem, p. 63.
136
Grifo nosso.
137
Grifo nosso.
138
IASD/UCB – União Central Brasileira. (1906-206) Conduzindo Vidas em São Paulo:
Igreja Adventista do Sétimo Dia. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2006, p. 66. Livro
comemorativo do centenário da Igreja no Estado de São Paulo.
110
Paulo foi desmembrado da área Sul. Dele surgiu uma nova União, chamada
União Central Brasileira.139 A UCB corresponde exatamente a todo o território
do Estado de São Paulo. Hoje, ela é composta por 7 (sete) Associações, que
subdividem o território em áreas geográficas menores e mais controláveis.
As Associações que compõem a União Central Brasileira são as
seguintes: Associação Paulistana - AP140, com sede no Bairro Brooklin, São
Paulo, Capital; Associação Paulista Leste - APL141, com sede na Vila Matilde,
São Paulo Capital; Associação Paulista Sul - APS142, também com sede na
cidade de São Paulo; Associação Paulista Oeste - APO143, com sede em São
José do Rio Preto; Associação Paulista Central - APaC144, com sede em
Campinas; Associação Paulista do Vale - APV145, com sede em São José
dos Campos; e Associação Paulista Sudoeste - APSo146, com sede em
Sorocaba. Quatro delas (Associação Paulistana, Paulista Leste, Paulista Sul
e Associação Paulista do Vale) abarcam parte da região metropolitana de
São Paulo, os vales do Ribeira e do Paraíba.
A última Associação criada no Estado de São Paulo (fruto de outro
desmembramento regional) ocorreu no ano de 2010, quando então surgiu a
Associação Paulista Sudoeste (APSo). Isso foi fruto de uma fragmentação da
Associação Paulista Central – APaC, que pelo mesmo motivo do crescimento
do número de fiéis e congregações, sentiu a necessidade de dividir-se. A
APSo, corresponde a um campo de evangelismo composto por 101 cidades,
dentre elas, Ourinhos. A respeito de sua constituição e abrangência, a APSo
informa o seguinte texto em seu site institucional:
139
As informações da União Central Brasileira da IASD podem ser acessadas pelo site:
http://www.ucb.org.br/portal/
140
A Associação Paulistana da IASD pode ser acessada pelo site: www.paulistana.org.br
141
A Associação Paulista Leste da IASD pode ser acessada pelo site: www.apl.org.br
142
A Associação Paulista Sul da IASD pode ser acessada pelo site: www.paulistasul.org.br
143
A Associação Paulista Oeste da IASD pode ser acessada pelo site: www.apo.org.br
144
A Associação Paulista Central da IASD pode ser acessada pelo site: www.apac.org.br
145
A Associação Paulista do Vale da IASD pode ser acessada pelo site:
www.paulistadovale.org.br
146
A Associação Paulista Sudoeste da IASD pode ser acessada pelo site: www.apso.org.br
111
147
Disponível em: http://www.apso.org.br/regiao1.html – Acesso em 17/12/2011.
148
Dados em: IASD. Comunhão e Ação. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, Nov. 2009, Ano
7 - Nº 17, p. 21.
112
149
CORREA, Roberto L. Região e Organização Espacial. São Paulo: Ática, 2002, p 23.
150
Paul Vidal de La Blache é considerado um dos maiores geógrafos franceses. Fundou a
escola francesa de Geografia e Geopolítica. Influenciou vários campos do conhecimento,
como por exemplo, a História e a Sociologia. Em 1893, fundou a revista Annales de
Géographie, que ficou conhecida internacionalmente, e da qual foi editor até o momento de
sua morte em 1918.
114
surgida no séc. XIX com Augusto Comte, passou a exercer influência sobre a
disciplina de Geografia e outras disciplinas da ciência moderna.
Nesse período, a Geografia - assim como a Sociologia, a História e
outras ciências sociais, influenciadas pelo positivismo lógico - buscava leis
fundamentais e lógicas para sustentar suas teorias, levando a cabo aspectos
empíricos do ofício do geógrafo. Por exemplo, tornou-se bastante comum ao
entendimento de região, a utilização de métodos classificatórios. E a região
passou a ser vista como uma classe de área, ou melhor, como classes de
áreas, ainda determinadas pela relação homem/natureza.
Dessa forma, para a Geografia, as regiões eram vistas como áreas
singulares, que seguiam determinadas leis lógicas de formação. As regiões
eram classificadas em tipos de áreas, entendidas em espaços diferenciados,
conforme as características lógicas de cada uma. Na verdade, a questão das
regras, métodos e leis lógicas estava ligada ao plano teórico. Isso quer dizer
que eram utilizadas apenas em categorias de análise. Por exemplo, tronou-
se comum classificar as regiões em áreas simples, áreas complexas, áreas
homogêneas, áreas funcionais, dentre outras.
Na década de 1960, a Geografia Positivista, ou Geografia Nova,
passou a dar lugar à Geografia Crítica, influenciada pelo marxismo e pelo
materialismo dialético. O momento foi de mudança no trabalho geográfico,
mudanças teórico-conceituais, paradigmáticas, principalmente na geopolítica.
O determinismo natural, antigo configurador das regiões, dava lugar então ao
determinismo imposto pela sociedade e pela economia.
Assim, foi necessário (re)pensar o conceito de região. Os aspectos
sociais e econômicos deveriam ser incluídos no processo de configuração do
espaço. O momento incitou os geógrafos a lançarem críticas àqueles moldes
anteriores. E deram razão à inserção do conceito região numa perspectiva
mais ampla de análise, que não considerasse apenas os elementos naturais,
mas também os aspectos socioeconômicos da superfície terrestre, sujeita à
ação humana ao longo do tempo. O geógrafo Roberto Corrêa afirma:
115
151
CORREA, Roberto. L. Região e Organização Espacial. São Paulo: Ática, 2002, p 43.
116
152
PESAVENTO, Sandra Jatahy. História Regional e Transformação Social. In: SILVA,
Marcos A. República em Migalhas: História Regional e Local. São Paulo: Editora Marco
Zero, 1990, p. 68.
117
154
AMADO, Janaína. História e Região: Reconhecendo e Construindo Espaços. In: SILVA,
Marcos A. República em Migalhas: História Regional e Local. São Paulo: Editora Marco
Zero, 1990, p. 10.
119
157
CORRÊA, Silvio Marcus de Souza. História Local e seu Devir Historiográfico. In: Revista
de História da Universidade de Caxias do Sul. Métis: História e Cultura / Universidade de
Caxias do Sul – vol. 1. N. 2. Jul/dez. 2002. Caxias do Sul: Educs, 2003, p. 17.
122
158
ALVES, Paulo. Ourinhos: uma perspectiva histórica (1905-1994). Ourinhos: Prefeitura
Municipal / Departamento de Educação, 1994.
159
MASSEI, Roberto Carlos. As inovações tecnológicas e o caso dos oleiros: a
mecanização das olarias em Ourinhos (1950-1990). Dissertação (Mestrado em História). São
Paulo: PUC – Pontifícia Universidade Católica, 2001.
160
DEL RIOS, Jefferson. Ourinhos: memórias de uma cidade paulista. São Paulo: IMESP,
1992.
123
161
MOLITOR, Séfara Mariani. O Turismo Religioso no Santuário de Nossa Senhora
Aparecida do Vagão Queimado em Ourinhos-SP. Trabalho de Conclusão de Curso. Ponta
Grossa: UEPG – Universidade Estadual de Ponta Grossa, 2003.
162
D’AMBRÓSIO, Oscar (org.) Ourinhos: um século de história. São Pulo: Noovha América,
2004.
163
ROMERO, Antônia Fernanda Saraiva; MORAES, Rosemary Reginato de (orgs). Um
espaço para lembranças de Ourinhos. Ourinhos: Prefeitura Municipal de Ourinhos, 2004.
164
BOSCARIOL, Renan Amabile; SILVEIRA, Márcio Rogério. Formação Socioespacial e
Expansão Urbana na Cidade de Ourinhos/SP: Primeiras Respostas. II Simpósio Nacional
sobre Cidades Médias. Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia-MG, Nov. 2006, p. 4
124
165
MORAES, Neusa Fleury; GOMES, Marco Aurélio. Um olhar sobre a presença japonesa
em Ourinhos. Ourinhos: Secretaria Municipal de Cultura, 2008.
166
MORAES, Neusa Fleury; GOMES, Marco Aurélio. Divina Comunhão, festa de todos os
sons: 10 anos do Festival de Música de Ourinhos. Ourinhos: Secretaria Municipal de
Cultura, 2010.
167
MARTINS, Eitor. Minha Vida, Meus Amigos, Minha Cidade Ourinhos. Ourinhos:
Edições Cristãs, 2008.
168
SILVA, Norival Vieira. Ourinhos em Crônicas. Ourinhos: Edições Cristãs, 2009.
169
FERREIRA DIAS, Franciele Miranda. O Processo de Ocupação do Espaço Urbano do
Município de Ourinhos. Anais do IX Seminário de Pós-Graduação em Geografia da Unesp
de Rio Claro – Teorias e Metodologias da Geografia: tendências e perspectivas. UNESP –
Universidade Estadual Paulista. Rio Claro-SP, 2009
170
FERREIRA DIAS, Franciele Miranda. O Centro e as Centralidades de Ourinhos. Anais
do I SEURB – Simpósio de Estudos Urbanos: Desenvolvimento Regional e Dinâmica
125
Ele busca investigar o motivo pelo qual o fato passou a ser interpretado como
milagre e em que ponto a devoção à santa, tornou-se uma prática efetiva e
institucionalmente legitimada pela Igreja Católica local.
Vale notar que o foco principal do livro de Maurício de Aquino se
atém à questão da devoção a NSAVQ. Entretanto, o desenvolvimento de sua
pesquisa traz consigo diversos aspectos da história ourinhense, destacando
momentos políticos, econômicos, sociais e culturais já não encontrados nos
trabalhos produzidos pelos memorialistas, jornalistas e historiadores locais,
dos quais falamos, em especial, aquele de Séfara Mariani Molitor, que trata
do potencial turístico do Santuário de NSAVQ, qual foi também citado pelo
historiador. Destarte, Maurício de Aquino reserva um capítulo especial para
tratar da história do município no livro. Contextualiza o acidente que envolveu
a imagem da Santa, a trajetória da crença e a construção de um santuário,
tudo ligado ao cenário social da época. Uma obra historiográfica exemplar.
Em nosso caso, embora também exista na presente pesquisa uma
preocupação com a contextualização histórica local, relacionando a IASD e a
comunidade ao cenário sociocultural ourinhense (o que dá sentido, aliás, ao
presente tópico e ao anterior), o foco de nossa análise permanecerá centrado
somente na prática religiosa da Igreja. Não queremos fazer uma história de
Ourinhos, mas sim uma história dos adventistas em Ourinhos, e ao mesmo
tempo, como fizeram vários pesquisadores (no exemplo de Aquino, Massei,
Alves e Molitor, para citar apenas os acadêmicos), contribuir com a literatura
histórica a respeito da diversidade cultural e religiosa local. Ademais, nossa
análise é histórico-antropológica. O objetivo, grosso modo, é entender sob tal
olhar, quem são os adventistas do sétimo dia em Ourinhos, o que fazem e
como pensam aquilo que fazem. Mas, voltemos ao foco da História Local e
vejamos com pouco mais de detalhes a trajetória do município.
Ourinhos é uma cidade do interior paulista, região Centro-Oeste,
com população composta por 103.035 habitantes (IBGE / Censo 2010)173 e
173
O site do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística oferece uma infinidade
de informações, gráficos e dados demográficos com respeito às Cidades e Estados do
Brasil. No site, existe um link específico, que sustenta os dados referentes às cidades. A
127
escolha deve ser feita de acordo com a unidade da Federação à qual a cidade pesquisada
pertence. O link é o seguinte: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1
174
AQUINO, Maurício de. História e Devoção: a construção do culto a Nossa Senhora do
Vagão Queimado de Ourinhos-SP (1954-2004). Bauru-SP: Edusc, 2011, pp. 25 e 26.
128
175
BOSCARIOL, Renan Amabile; SILVEIRA, Márcio Rogério. Formação Socioespacial e
Expansão Urbana na Cidade de Ourinhos/SP: Primeiras Respostas. II Simpósio Nacional
sobre Cidades Médias. Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia-MG, Nov. 2006, p.
4.
129
177
Idem, pp. 19 e 20.
132
178
BOSCARIOL, Renan Amabile; SILVEIRA, Márcio Rogério. Formação Socioespacial e
Expansão Urbana na Cidade de Ourinhos/SP: Primeiras Respostas. II Simpósio Nacional
sobre Cidades Médias. Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia-MG, Nov. 2006, p.
4.
179
MARTINS, Eitor. Minha Vida, Meus Amigos, Minha Cidade Ourinhos. Ourinhos:
Edições Cristãs, 2008, p. 135.
133
180
BOSCARIOL, Renan Amabile; SILVEIRA, Márcio Rogério. Formação Socioespacial e
Expansão Urbana na Cidade de Ourinhos/SP: Primeiras Respostas. II Simpósio Nacional
sobre Cidades Médias. Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia-MG, Nov. 2006, p.
5.
134
184
BOSCARIOL, Renan Amabile; SILVEIRA, Márcio Rogério. Formação Socioespacial e
Expansão Urbana na Cidade de Ourinhos/SP: Primeiras Respostas. II Simpósio Nacional
sobre Cidades Médias. Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia-MG, Nov. 2006, p.
7.
137
185
A segunda metade do séc. XX marca o avanço da produção da cana de açúcar no
sudeste e parte do centro-oeste brasileiro, abrangendo os Estados de São Paulo, Paraná,
Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. O território paulista representa a área de maior
produção no país. Em janeiro de 2011, a CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento
(órgão do Governo Federal que acompanha a produção agrícola no país, desde o plantio até
a chegada do produto final na mesa do consumidor), publicou um parecer avaliativo da
produção nacional de cana de açúcar. O parecer mostrou um levantamento dos índices
percentuais de acordo com cada área de plantio. Segundo o CONAB: Em relação à área
total, o Estado de São Paulo representa 54,23% (4.357,01 mil hectares), seguido por Minas
Gerais com 8,1% (649,94 mil hectares), Paraná com 7,25% (582,32 mil hectares), Goiás
com 7,46% (599,31 mil hectares), Alagoas com 5,46% (438,57 mil hectares), Mato Grosso
do Sul com 4,93% (396,16 mil hectares) e Pernambuco com 4,32% (346,82 mil hectares). O
levantamento indica aumento de área em todas as regiões. No norte o acréscimo foi de
13,20%, no nordeste a área manteve-se estável, com pequena elevação de 1,70%. Na
região centro oeste o aumento foi de 27,90%, no sudeste foi de 6,10% e a região sul
observou-se incremento de 8,80% na área colhida. A produção de açúcar se concentra em
São Paulo (61%), Minas Gerais (8,39%), Paraná (7,93%), Alagoas (6,08%), Goiás (4,74%),
Pernambuco (4,25%) e Mato Grosso do Sul (3,85%). Em se tratando de etanol, a produção
138
está concentrada nas regiões centro-oeste e sudeste que respondem por 87,46% do etanol
produzido no País, sendo os maiores produtores os estados de São Paulo (54,26%), Goiás
(11,61%), Minas Gerais (10,35%), Mato Grosso do Sul (7,39%) e Paraná (6,96%). In:
CONAB. Acompanhamento de safra brasileira: cana-de-açúcar, terceiro levantamento,
janeiro/2011. Brasília: Conab, 2011, p.6. (Disponível em: http://www.conab.gov.br) Na
década de 1970, com a crise mundial do petróleo (1973), o governo brasileiro lançou no ano
de 1975 o projeto nacional Pró-álcool (Programa Nacional do Álcool), que visava à
substituição em larga escala dos combustíveis derivados de petróleo por álcool, através de
financiamentos públicos. O Pró-álcool fomentou a construção de usinas sucroalcooleiras e
potencializou a produção da cana de açúcar no país, colocando o Estado de São Paulo
como um dos territórios mais promissores. Pelo visto, ainda em 2011, a indústria da cana de
açúcar continua crescendo, e o Estado de São Paulo cada vez mais plantando canaviais.
139
186
BOSCARIOL, Renan Amabile; SILVEIRA, Márcio Rogério. Formação Socioespacial e
Expansão Urbana na Cidade de Ourinhos/SP: Primeiras Respostas. II Simpósio Nacional
sobre Cidades Médias. Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia-MG, Nov. 2006, p.
7.
140
187
SILVA, Norival Vieira. Barbozinha: o primeiro Prefeito eleito após a Constituição de 1946.
Conteúdo do blog “Crônicas de Ourinhos”. Publicado em 02/07/2009. Disponível em:
http://www.diariodeourinhos.com.br - Acesso em 31/12/2011.
141
190
AQUINO, Maurício de. História e Devoção: a construção do culto a Nossa Senhora do
Vagão Queimado de Ourinhos-SP (1954-2004). Bauru-SP: Edusc, 2011, p. 30.
143
Aparecida ganhou mais força depois que a Santa foi declarada Padroeira do
Brasil, com dia especial de adoração em 12 de outubro. O culto mariano e o
catolicismo no Brasil também tiveram o apoio do presidente Getulio Vargas,
atento às exigências da Igreja - refletidas na Constituição de 1934. Segundo
Aquino, “a mais católica das constituições republicanas no Brasil”.
Para complementar, o período foi marcado pela consolidação do
ensino religioso – católico - nas escolas públicas. Em Ourinhos, isso não foi
diferente. A educação, marcada por valores católicos, acabou contribuindo
com o predomínio dos ideais da Igreja. E ademais, a Congregação Mariana
ganhava prestígio. Isso implicava na relação com o cenário político local, pois
quanto mais engajada sociamente, mais legitimada se tornava a instituição.
Nessas circunstâncias, a década de 1940 marcou o período de um
crescimento católico ainda maior em Ourinhos. Em 1948, na Vila Perino, a
Congregação dos Oblatos de São José, dos Padres Josefinos, dava início à
construção de um seminário. O terreno foi doado pela família Perino ao bispo
de Assis-SP, D. Antônio José dos Santos, que logo transferiu o imóvel para
os padres Josefinos. O seminário seria destinado à formação de clérigos na
região. D. Geraldo de P. Sigaud, bispo de Jacarezinho-PR, e D. Antônio José
dos Santos, de Assis-SP, estiveram na cerimônia da construção do prédio.
Assim, no início dos anos 1950, com cerca de vinte e cinco mil
habitantes, Ourinhos parecia um canteiro de obras, reflexo
das transformações sociopolíticas do município. Duas grandes
igrejas projetadas, a do Senhor Bom Jesus e a de Nossa
Senhora de Guadalupe, o centro sendo ampliado e asfaltado,
contando ainda com a abertura de novos bairros e com o
prolongamento da rodovia SP-270 (Raposo Tavares) até
Presidente Epitácio.193
192
Recorte do jornal citado por: DEL RIOS, Jefferson. Ourinhos: memórias de uma cidade
paulista. São Paulo: IMESP, 1992, p. 246.
193
AQUINO, Maurício de. História e Devoção: a construção do culto a Nossa Senhora do
Vagão Queimado de Ourinhos-SP (1954-2004). Bauru-SP: Edusc, 2011, p. 34.
145
194
DEL RIOS, Jefferson. Ourinhos: memórias de uma cidade paulista. São Paulo: IMESP,
1992, p. 48.
195
Idem, p. 45.
147
197
1ª IGREJA BATISTA DE OURINHOS. Nossa História: Breve Histórico da Primeira Igreja
Batista em Ourinhos. In: Site Institucional. Disponível em: http://www.pibourinhos.com.br.
Acesso em: 02/01/2012.
149
198
Idem.
150
199
CAMPOS JUNIOR, Luis de Castro; SILVA, Janaína da. Aspectos do Pentecostalismo
Clássico no Brasil: a Congregação Cristã no Brasil – CCB. In: Revista Brasileira de História
das Religiões. Maringá: UEM, Anais do 2º Encontro do GT Nacional de História das
Religiões e Religiosidades – ANPUH, 2008, p. 7.
151
200
ARANTES, Vânia Borges. A Igreja Quadrangular e o Neopentecostalismo.
Universidade Estadual de Goiás. Unidade Universitária de Ciências Socioeconômicas e
Humanas de Anápolis. Anais do V Seminário de Pesquisa de Professores e VI Jornada de
Iniciação Científica da UNUCSEH, 2010.
201
CAMPOS JUNIOR, Luís de Castro. Os Pentecostais nos anos de 1940. In: Revista
Brasileira de História das Religiões. Maringá: UEM, Anais do 2º Encontro do GT Nacional de
História das Religiões e Religiosidades – ANPUH, 2008.
202
IGREJA DO EVANGELHO QUADRANGULAR. A Igreja: Origem. Resumo histórico da
IEQ em Ourinhos. In: Site Institucional. Disponível em: http://www.ieqsedeourinhos.com.br.
Acesso em: 03/01/2012.
152
203
IASD. Comunhão e Ação. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, Jun-nov de 2005, ano 2, n°
6, p. 28.
153
204
HOLDORF, Ruben. História da Comunicação Adventista no Brasil. 1ª Ed. Engenheiro
Coelho-SP: UNASPRESS, 2009.
154
205
IASD. Nota de Falecimento de Itanel Ferraz. In: Site Institucional. Publicado em 17 de
janeiro de 2011. Disponível em: http://www.portaladventista.org - Acesso em: 03/01/2012.
206
IASD. Enciclopédia da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Verbete: Associação
Paranaense da IASD. 2010. Disponível em: http://setimodia.wordpress.com/downloads-
2/biblioteca-virtual-adventista-3/ Acesso em: 03/01/2012.
155
Figura 9: Mapa indicando o local exato (ponto “A”) da casa de Amado Cabral, onde os
adventistas do sétimo dia organizaram seu primeiro grupo em Ourinhos. Fonte: Google
Maps. (Disponível em http://maps.google.com.br/) E foto recente (2011) do local onde esteve
construído o “casarão” de madeira na década de 1950. Hoje funciona no prédio o Posto
Municipal de Saúde (postão). O endereço: Rua Wenceslau Brás - 21, Vila Mano. Fonte:
Acervo de André Pires do Prado.
Figura 10: Mapa indicando o local exato (ponto “A”) do primeiro barracão alugado pelos
adventistas do sétimo dia em Ourinhos. Fonte: Google Maps. (Disponível em
http://maps.google.com.br/)
157
Figura 11: Foto recente (2011) do local onde ficava o antigo barracão alugado pela IASD na
Rua Duque de Caxias, em 1950. Hoje, prédio de uma empresa de alimentos.
Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
Figura 12: Mapa indicando o local exato do segundo barracão alugado pelos adventistas do
sétimo dia em Ourinhos. Fonte: Google Maps. (Disponível em http://maps.google.com.br/)
Figura 13: Foto recente (2011) do lugar onde ficava o segundo barracão alugado pela IASD.
Hoje, lugar de uma residência particular. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
159
Figura 14: Mapa indicando o local exato do terceiro barracão alugado pelos adventistas do
sétimo dia em Ourinhos. Fonte: Google Maps. (Disponível em http://maps.google.com.br/)
Figura 15: Foto recente (2011) do local onde ficava o terceiro barracão IASD, alugado em
1950. Hoje, prédio de uma clínica médica. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
209
IASD, Panfleto Publicitário, distribuído na campanha de divulgação das conferências
realizadas no barracão alugado na Rua Benjamim Constant, no ano de 1955.
162
210
DEL RIOS, Jefferson. Ourinhos: memórias de uma cidade paulista. São Paulo: IMESP,
1992, p. 49.
211
Idem.
165
Figura 17: Mapa indicando o local exato (ponto “A”) do terreno comprado pelos adventistas
do sétimo dia na Vila Perino. Fonte: Google Maps. (Disponível em
http://maps.google.com.br/)
212
IASD. Escritura Pública de Compra e Venda de Imóvel. Documento datado de 03 de
dezembro de 1957. Arquivo do templo da IASD – Vila Perino.
167
213
BENEDITA DO AMARAL. História Oral. Depoimento de 21/07/2011. Entrevista
concedida em sua residência, na Vila Nova Sá. Adventista de berço, Benedita do Amaral
nasceu na cidade de Salto Grande-SP, no dia 09/08/1927. Mudou-se ainda jovem para um
sítio em Santa Cruz do Rio Pardo, cidade na qual estudou até o quarto ano primário. Viveu
no sítio até seus 15 (quinze) anos de idade, quando então, junto da família, mudou-se
novamente, dessa vez para Ourinhos. Amaral mantém vínculo de congregação com o
templo da Vila Perino. Foi secretária da Igreja local por muitos anos, desde os tempos do
salão na Rua Benjamin Constant.
168
Figura 18: Perspectiva do primeiro templo construído pela IASD em Ourinhos. Local: Vila
Perino. Descrição: Fiéis na frente do templo durante a saída de um culto numa manhã de
Sábado. Foto tirada entre os anos 1968 e 1970. Fonte: Acervo de Wilson Pires.
Figura 19: Perspectiva do interior do primeiro templo construído pela IASD em Ourinhos.
Local: Vila Perino. Descrição: Fiéis reunidos durante a realização de um culto numa manhã
de Sábado. Foto tirada entre os anos 1968 e 1970. Fonte: Acervo de Wilson Pires.
217
Grifo nosso.
218
Idem.
219
JOSÉ MADALENA. História Oral. Depoimento de 22/09/2011. Entrevista concedida em
sua residência próxima ao Fórum de Ourinhos. José Madalena foi colportor da IASD durante
muitos anos. É um dentre os adventistas pioneiros em Ourinhos. Nasceu em 21/04/ de 1945.
Batizou-se na IASD em 28/09/1968.
173
Figura 20: Perspectiva interna do salão de madeira construído junto ao templo, no fundo do
terreno. Local: Vila Perino. Descrição: Crianças recebendo orientações durante a Escola
Sabatina. Foto tirada entre os anos 1958 e 1970. Fonte: Acervo de Wilson Pires.
Figura 21: Perspectiva dos materiais recolhidos pela IASD e doados às famílias carentes da
cidade. Local: Vila Perino. Descrição: Adventistas em campanha assistencial através do
departamento de assistência social Dorcas/Local. Foto tirada entre os anos 1950 e 1970.
Fonte: Wilson Pires.
220
DORCAS, SOCIEDADE BENEFICENTE. Organização das mulheres ASD estabelecida
para ministrar aos que estão enfermos e em necessidade. Sua obra e nome foram
inspirados pela vida de Tabita, ou Dorcas (At. 9:36). A primeira sociedade (chamada “Dorcas
e Associação Benevolente”) foi formada em outubro de 1874, e desenvolveu-se de uma
reunião de oração na casa da Sra. Henry Gardner em Battle Creek, Michigan. Com a
organização do Departamento Missionário do Lar em 1913, a Sociedade de Dorcas
submeteu-se à direção daquele departamento. Todas as igrejas são estimuladas a organizar
a Sociedade Beneficente Dorcas. Os oficiais locais incluem uma líder, que é membro da
comissão da Igreja e trabalho missionário, e uma secretária-tesoureira. A participação é
aberta a todas as idades e não está limitada somente a membros da Igreja. In: IASD.
Enciclopédia Adventista do Sétimo Dia. 2009, p. 230.
175
A gente é raiz, né? Pode se dizer raiz daquilo ali, né? Nós, a
irmã Ditinha (Benedita Amaral)221, a irmã Alzira, a irmã Silvina,
aquela turma toda. É a raiz da igreja. O começo, né? Pode se
dizer o começo. Então a gente, a vida da gente tá ali. A
história na nossa cabeça. A gente conserva ela. Tempo bom.
Tempo simples. Hoje evoluiu muito. Hoje a gente sente a
evolução. É uma história bonita, porque começou do nada,
com três ou quatro pessoas alugando um barracãozinho lá
embaixo, pro lado de lá da SAE (Superintendência de Água e
Esgoto)222. Os irmãozinhos veio, veio, veio e compraram um
terreno aqui em cima (Vila Perino)223. Construíram. E estamos
ali até hoje. Essa evolução é bom. É gostoso mesmo. Mas a
gente sente saudade do tempo antigo. Mas não adianta sentir,
porque o tempo passa, né? Do passado que a gente tem é só
saudade, né? Das coisas que ficaram pra trás e nunca mais
voltam. No fundo tem uma saudadezinha no coração. É uma
grande vitória. Do tempo antigo, do tempo passado, do
começo até agora. Uma evolução tremenda viu.224
221
Grifo nosso.
222
Idem.
223
Ibidem.
224
WILSON PIRES. História Oral. Depoimento de 23/10/2011. Entrevista concedida em
sua residência. Marido de Leonor Sponton Pires. Nasceu no dia 01/10/1932. É um dos
membros pioneiros da IASD na cidade.
176
225
JOSÉ MADALENA. História Oral. Depoimento de 22/09/2011.
177
Figura 22: Perspectiva frontal do templo da IASD após a primeira reforma e transposição da
fachada. Local: Vila Perino. Descrição: Membros reunidos após um culto de Sábado. Foto
tirada entre os anos 1975 e 1979. Fonte: Acervo de Wilson Pires.
atingido a plenitude. E das muitas pessoas que moravam ali, algumas delas,
eram fiéis adventistas. Como, por exemplo, Benedita do Amaral.
O início dos anos 1980 deu vez a novas campanhas evangelísticas
e assistencialistas. O número de fiéis aumentava. A alternância de pastores
distritais trazia para Ourinhos líderes com características diferentes. Havia
pastores dedicados, especialmente, ao evangelismo por conferências. Outros
aos estudos bíblicos. Pastores comprometidos com projetos assistenciais de
impacto. Pastores que primavam à organização da Igreja, departamentos e à
dinâmica da administração. E pastores preocupados especificamente com as
condições da segurança e da estrutura física do templo. Estes implantavam
medidas de restauração e ampliação do espaço.
Em 1986, uma ampliação importante aconteceu. O antigo salão de
madeira no fundo do terreno deu lugar a um conjunto de salas destinadas
aos estudos bíblicos, escolas sabatinas e reuniões de membros. O prédio foi
planejado em formato de sobrado, em dois andares. A parte de cima ficou
composta por 3 (três) pequenas salas. A parte inferior, por dois banheiros
(masculino e feminino) e mais duas salas. E para dar acesso ao piso superior
foi construída uma escada transversal, em cimento. Assim, o templo ganhou
mais espaço, conforto e segurança. Os novos banheiros potencializaram a
privacidade e as condições de higiene. O projeto foi realizado em mutirão. Os
próprios adventistas (liderados por aqueles da construção civil) construíram o
prédio. Cada tijolo assentado foi resultado do trabalho voluntário.
A ampliação da estrutura física do templo da Vila Perino em 1986
teve como resposta o aumento do contingente no fim da década. Os estudos
bíblicos realizados nas novas salas e as campanhas evangelísticas diziam de
uma IASD crescente. Tanto que no início dos anos 1990, com a chegada do
pastor distrital Mário Cardoso de Oliveira, os adventistas vivenciaram um
momento muito importante em sua trajetória local. Um momento de divisão e
expansão da IASD pelos bairros de Ourinhos. No final deste capítulo, num
tópico especial, veremos com mais detalhes o momento e os motivos dessa
fragmentação. Continuemos, ainda, com a história do templo da Vila Perino.
179
Figura 23: Perspectiva frontal do templo da IASD após a segunda transposição da fachada.
Local: Vila Perino. Descrição: Fachada projetada pelo pastor José Rui de Macedo. Foto
tirada em 1997. Fonte: Acervo de Nilce Ruy Christoni.
227
MILTON SÉRGIO BRAGATO. História Oral. Depoimento de 28/07/2011. Entrevista
concedida em sua residência. Nasceu no dia 30/08/1964. Bragato é empresário, técnico em
mecânica e professor na cidade. Participou de vários momentos importantes da trajetória
histórica do templo da Vila Perino. Batizou-se na IASD em 28/09/1997. Bragato é um dos
membros mais influentes da igreja em Ourinhos.
228
Grifo nosso.
229
MILTON SÉRGIO BRAGATO. História Oral. Depoimento de 28/07/2011.
182
Figura 24: Perspectiva frontal do barracão alugado pela IASD na Vila Perino em 2004. Local:
Vila Perino. Foto tirada em 2011. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
230
NILCE RUY CHRISTONI. História Oral. Depoimento de 22/02/2010. Entrevista
concedida em sua residência. Filha de ferroviário, Nilce Ruy Christoni nasceu em
23/06/1947. Há anos desempenha a função de secretária da IASD – templo Vila Perino. É
um dos membros mais antigos da Igreja. Batizou-se na IASD aos 15 anos de idade.
184
231
JOSÉ CARLOS SANTOS PEREIRA. História Oral. Depoimento de 22/07/2011.
Entrevista concedida em sua residência. Pereira é natural da cidade de Bandeirantes-PR e
nasceu no dia 10/04/1953. Exerceu vários cargos na liderança da IASD local. É um dos
membros mais antigos da Igreja e participou ativamente da derrubada e reconstrução do
templo da Vila Perino.
232
ADONIAS JUSUÉ PERASSOLI. História Oral. Depoimento de 30/08/2011. Entrevista
concedida em sua residência. Adventista de berço, Perassoli nasceu em Dracena-SP, no dia
15/11/1962. Chegou a Ourinhos em 1992. Desde então, exercendo funções departamentais
na IASD local.
185
Figura 25: Perspectiva interna do templo da IASD em sua fase de reconstrução. Local: Vila
Perino. Foto tirada em 2004. Fonte: Acervo de Susana de Oliveira Brito Rissonio.
233
CIOMARA DALVA DE BARROS. História Oral. Depoimento de 27/08/2011. Entrevista
concedida na sala de estudos bíblicos do templo da Vila Perino em uma tarde de Sábado.
Ciomara Barros nasceu em 12/10/1969 na cidade de Ourinhos. Participa ativamente da
liderança da IASD na cidade.
187
234
ANÍBAL BRITO. História Oral. Depoimento de 09/09/2011. Entrevista concedida em sua
residência. Nasceu no município de Chavantes, nas proximidades do bairro Irapé, no dia 01
de junho de 1934. Mudou-se para Ourinhos com oito anos de idade. Batizou-se na IASD no
ano de 1998. Aos 70 (setenta) anos de idade Aníbal Brito ainda quebrava as paredes do
templo da Vila Perino com marretadas. Trabalhou na reconstrução do templo da Vila Perino
e no templo da Vila Brasil.
235
MARIA APARECIDA OLIVEIRA SILVA. História Oral. Depoimento de 22/07/2011.
Entrevista concedida em sua residência, no Parque Gabriela. Nasceu em 22 de agosto de
1943. Batizou-se na IASD em setembro de 1998. Desde a sua entrada na Igreja, participa
ativamente dos cargos de liderança na Vila Perino. Hoje tem colaborado com o grupo da
IASD na Vila Boa Esperança.
188
236
IASD. Comunhão e Ação. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, Jun-nov de 2005, p. 28.
237
IASD. Livro de Atos e Eventos. Templo da Vila Perino. Ourinhos, p. 40v. de 21/05/2005.
189
Figura 26: Perspectiva frontal do templo da IASD na Vila Perino depois do processo de
demolição e reconstrução. Local: Vila Perino. Foto tirada em 2005.
Fonte: Arquivo de Nilce Ruy Christoni.
Figura 27: Perspectiva interna do púlpito para o piso superior. Em baixo, a sala de técnica e
o rol de entrada. Local: Vila Perino. Foto de 2010. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
O púlpito ficou maior e mais alto, todo feito em granito e com dois
lances frontais de escada. Mais à direita, para quem olha o púlpito de frente,
uma pequena plataforma no segundo lance de escada, destinada aos corais
e grupos musicais. No fundo, à esquerda, o tanque batismal feito de cimento
em formato curvo, valorizado por uma parede em recuo e por um vidro frontal
em espécie de “aquário”, de fácil visão aos espectadores.
Figura 28: Perspectiva interna da plataforma superior para o púlpito. Em foco, o tanque
batismal, a plataforma de cânticos, e (no centro) a entrada para a sala de espera dos
pastores. Local: Vila Perino. Foto tirada em 2010. Fonte: Arquivo de André Pires do Prado.
191
Figura 29: Perspectiva do andar superior dos fundos do templo da Vila Perino. No canto
direito da foto, as salas para estudos bíblicos. No canto esquerdo, a escada de acesso que
vem do piso inferior. Mais ao fundo da imagem, a pequena escada de acesso ao salão de
reuniões (na parede esquerda, podemos ver as janelas do salão). Local: Vila Perino. Foto
tirada em 2010. Fonte: Arquivo de André Pires do Prado.
192
Figura 30: Perspectiva interna da plataforma superior para o púlpito. Em foco, o tanque
batismal (esquerda), a plataforma de cânticos (direita), e o balcão de pregação (centro) junto
da abertura de entrada para a sala de espera dos pastores. Local: Vila Perino. Foto tirada
em 2012. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
193
Figura 31: Perspectiva interna de quem olha do púlpito para o piso superior. Em baixo, a sala
de técnica de som e o rol de entrada, depois da pintura geral, feita nos meses finais de 2011.
Local: Vila Perino. Foto tirada em 2012. Fonte: Arquivo de André Pires do Prado.
194
Figura 32: Perspectiva exterior do templo da IASD na Vila Perino após a pintura geral
realizada em 2011. Local: Vila Perino. Foto de 2012. Fonte: André Pires do Prado.
195
238
BOSCARIOL, Renan Amabile; SILVEIRA, Márcio Rogério. Formação Socioespacial e
Expansão Urbana na Cidade de Ourinhos/SP: Primeiras Respostas. II Simpósio
Nacional sobre Cidades Médias. Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia-MG, Nov.
2006, p. 9.
196
Figura 33: Mapa indicando o local exato (ponto “A”) da casa alugada pelos adventistas do
sétimo dia na Vila Brasil em 1991. Fonte: Google Maps. (Disponível em
http://maps.google.com.br/)
239
DINORAH APARECIDA DE MOURA. História Oral. Depoimento de 23/10/2011.
Entrevista concedida em sua residência. Dinorah Aparecida de Moura nasceu na cidade de
Ourinhos em 02/07/1957 e batizada na IASD em 12/08/1979. Foi colportora da IASD durante
198
vários anos. É uma das pessoas responsáveis pela implantação do adventismo na Vila Brasil
e exerce até hoje papel de liderança na Igreja.
240
IASD. Livro de Atos e Eventos. Templo da Vila Brasil. Ourinhos, pp. 01 e 01v, de
27/11/1999.
199
Figura 34: Perspectiva frontal da casa alugada pelos adventistas do sétimo dia na Rua
Heron Domingues, n° 667, na Vila Brasil. Descrição: Local onde foi iniciada a obra da IASD
no bairro. Local: Vila Brasil. Foto tirada em 2012. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
Figura 35: Perspectiva interna da casa alugada pelos adventistas do sétimo dia na Vila
Brasil. Descrição: Primeiro encontro com a presença do pastor Mário de Oliveira (de óculos e
gravata, no canto esquerdo da foto). Nos bancos, as crianças com as quais o trabalho do
Clube de Desbravadores foi iniciado. Local: Vila Brasil. Foto tirada em 1991. Fonte: Acervo
de Dinorah Aparecida de Moura.
242
DINORAH APARECIDA DE MOURA. História Oral. Depoimento de 23/10/2011.
201
Figura 36: Mapa indicando o local exato (ponto “A”) do terreno comprado pelos adventistas
do sétimo dia na Rua José de Oliveira Silva, n°352, da Vila Brasil em 1994. Fonte: Google
Maps. (Disponível em http://maps.google.com.br/)
243
NEUZA RODRIGUES DE MOURA. História Oral. Depoimento de 15/12/2011. Entrevista
concedida em sua residência. Nasceu em 21/08/1967 na cidade de Ourinhos. Adventista
desde 01/08/1992, Neuza Rodrigues de Moura (ao lado do esposo João de Moura Sobrinho)
foi uma das primeiras pessoas conversas da Vila Brasil à IASD. Hoje exerce função de
secretária da Igreja no bairro.
202
244
IASD. Livro de Atos e Eventos. Templo da Vila Brasil. Ourinhos, p. 01v, de 27/11/1999.
245
NEUZA RODRIGUES DE MOURA. História Oral. Depoimento de 15/12/2011.
203
246
IASD. Livro de Atos e Eventos. Templo da Vila Brasil. Ourinhos, p. 01v, de 27/11/1999.
247
NEUZA RODRIGUES DE MOURA. História Oral. Depoimento de 15/12/2011.
204
Rapaz, eu vou falar uma coisa pra você, uma das coisas mais
gostosas da vida é você trabalhar naquela construção da
igreja. O povo era tão unido que você nem imagina. Vou falar
uma união que é difícil você ver. Assim, cada um fazendo sua
parte ali, rebocar, outro e tal. Mas era em conjunto. Todo
mundo trabalhando unido. Era incrível. Era realmente como a
gente fala, era uma família. Não tinha discussão, ninguém
falava, era só a obra pra entrar ali. Eu, Zé Antônio, o Marcos,
seu Zé Ventura organizando tudo ali. Olha, às vezes um
domingo ali dava umas 15 pessoas ali dentro trabalhando.
Depois o pessoal chegava na hora do almoço, sentava na
nave, no chão lá, vinha o pessoal da família, nossa lotava a
igreja. Mas era muito gostoso trabalhar ali. Não tinha tristeza
não. Era na maior alegria. E o prazer de estar fazendo algo
que você vai usufruir mais tarde. Hoje tá aí, a obra nossa.
Maravilhoso.248
248
JOÃO DE MOURA SOBRINHO. História Oral. Depoimento de 15/12/2011. Entrevista
concedida em sua residência. Nasceu em 23/06/1962 na cidade de Ourinhos. Casado com
Neuza Rodrigues de Moura, João de Moura foi um dos vários membros que trabalharam na
construção do templo da Vila Brasil. Batizou-se na IASD junto da esposa, em 01/08/1992.
205
Figura 37: Perspectiva interna do templo da IASD na Vila Brasil durante a feitura de sua
nave de cultos. Local: Vila Brasil. Descrição: João de Moura Sobrinho aplicando o reboco
nas paredes. Foto tirada entre os anos de 1996 e 1997. Fonte: Neuza R. de Moura.
Figura 38: Perspectiva interna da plataforma superior para o púlpito. Em foco, pessoas
reunidas durante o culto na manhã de sábado. Local: Vila Brasil. Foto tirada entre os anos
de 1999 e 2000. Fonte: Dinorah Aparecida de Moura.
250
IASD. Livro de Atos e Eventos. Templo da Vila Brasil. Ourinhos, pp. 01v a 4, de
27/11/1999.
208
Figura 39: Perspectiva interna do púlpito para a plataforma superior. Em foco, pessoas
reunidas durante um culto noturno. Local: Vila Brasil. Foto tirada entre os anos de 1999 e
2000. Fonte: Dinorah Aparecida de Moura.
209
Figura 40: Perspectiva externa da fachada do templo da Vila Brasil. Em foco, pessoas
reunidas após a cerimônia de organização (elevação) do grupo de adventistas em “Igreja”.
Local: Vila Brasil. Foto tirada em 1999. Fonte: Livro de Atas e Eventos - IASD Vila Brasil.
Então esse casal... ele faleceu mas ela doou o dinheiro. Foi
para o caixa da Igreja.251
Figura 41: Perspectiva atual do terreno ao lado do templo da IASD da Vila Brasil. Em foco, a
extensão na qual serão edificadas as salas da ASA e a sede do Clube de Desbravadores
Leão de Judá. Local: Vila Brasil. Foto tirada em 2012. Fonte: André Pires do Prado.
251
MARIA TEREZINHA SEKE. História Oral. Depoimento de 13/12/2011. Entrevista
concedida em sua residência. Nasceu no dia 12 de junho de 1953 na cidade de Cândido
Mota, nas proximidades de Assis-SP. Foi batizada na IASD em 20/03/1988. É uma das
pioneiras da IASD na Vila Musa e exerce até hoje papel na comissão de liderança local.
212
252
DINORAH APARECIDA DE MOURA. História Oral. Depoimento de 23/10/2011.
213
253
IASD. Carta do Cerimonial de Inauguração e Consagração do Templo da Vila Brasil.
Ourinhos, 2008, p. 02.
214
Figura 42: Perspectiva frontal e externa da nova fachada do templo da Vila Brasil inaugurada
no dia 13 de dezembro de 2008. Local: Vila Brasil. Foto tirada em 2008. Fonte: Acervo de
Neuza Rodrigues de Moura.
Figura 43: Perspectiva interna do templo da Vila Brasil. Em foco, a plataforma de sermões e
as características atuais do espaço após a reforma em 2008. Local: Vila Brasil. Foto tirada
em 2012. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
Figura 44: Perspectiva interna do templo da Vila Brasil. Em foco, a plataforma superior e as
características atuais do espaço após a reforma em 2008. Local: Vila Brasil. Foto tirada
2012. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
Figura 45: Perspectiva externa da fachada do templo da Vila Brasil, inaugurada no dia 13 de
dezembro de 2008. Nota-se a rampa de entrada que leva ao rol de recepção. Local: Vila
Brasil. Foto tirada em 2012. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
254
DINORAH APARECIDA DE MOURA. História Oral. Depoimento de 23/10/2011.
219
255
BOSCARIOL, Renan Amabile; SILVEIRA, Márcio Rogério. Formação Socioespacial e
Expansão Urbana na Cidade de Ourinhos/SP: Primeiras Respostas. II Simpósio Nacional
sobre Cidades Médias. Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia-MG, Nov. 2006, p.
6.
220
256
JOSÉ MADALENA. História Oral. Depoimento de 22/09/2011.
221
Figura 46: Mapa indicando o local exato (ponto “A”) do barracão alugado pelos adventistas
do sétimo dia na Rua Leontino Ferreira de Campos, n° 384, na Vila Musa. Fonte: Google
Maps. (Disponível em http://maps.google.com.br/)
257
IASD. Livro de Atos e Eventos. Templo da Vila Musa. Ourinhos, p. 01 de 18/05/1996.
222
258
LUIZ GOMES DOS SANTOS NETO. História Oral. Depoimento de 23/07/2011.
Entrevista concedida no salão de encontros do templo da Vila Musa em uma tarde de
Sábado. Nasceu em 30 de outubro de 1955 em Palmital-SP. Foi batizado na IASD em
29/09/1991 pelo pastor Mário de Oliveira. Exerce papel de tesoureiro na liderança da IASD
na Vila Musa há vários anos. É um dos pioneiros do adventismo no bairro.
223
Figura 48: Mapa indicando o local exato (ponto “A”) do terreno na Rua Fernando Sanches, n°
333, na Vila Musa. Fonte: Google Maps. (Disponível em http://maps.google.com.br/)
Foi então que o pastor Mário Cardoso, com sua influência política,
conseguiu que a Associação Paulista Oeste – APO (ou Federação Paulista
Oeste, criada em 1989 após uma divisão administrativa) enviasse um auxílio
de 50% (cinquenta por cento). Na soma isso dava 75% (setenta e cinco por
cento). Para obter os 25% (vinte e cinco por cento) restantes, a liderança do
grupo motivou os membros a doarem mais. O valor foi captado e o terreno
adquirido no ano de 1994. A comunidade adventista da Vila Musa havia dado
o primeiro passo na construção do templo. Luiz Gomes relembra:
259
CUCB – Carta Enviada ao Pastor Mário Cardoso em 25 de fevereiro de 1993.
Federação Paulista Oeste das Igrejas Adventistas do 7° Dia. Endereço Postal 33 – CEP:
15001 – São José do Rio Preto. CGC: 55.233.019/0019-07. Escritório: Rua Prof. Jamil
Khauan, 19 – Vila Imperial. CEP: 15015 – São José do Rio Preto – Estado de São Paulo.
225
260
Idem.
226
261
IASD, Escritura Pública de Compra e Venda de Imóvel. Documento datado de 05 de
janeiro de 1994. Arquivo do templo da IASD – Vila Musa.
227
Figura 49: Perspectiva do bloco de salas construído no fundo do terreno do templo da Vila
Musa. Na parte de cima, o salão no qual o grupo passou a congregar. Local: Vila Musa. Foto
tirada em março de 1995. Fonte: Livro de Atos e Eventos da IASD – Vila Musa.
262
IASD. Livro de Atos e Eventos. Templo da Vila Musa. Ourinhos, p. 01v de 18/05/1996.
228
263
JOSÉ MADALENA. História Oral. Depoimento de 22/09/2011.
229
264
NOEMI IAMAMOTO MADALENA. História Oral. Depoimento de 22/09/2011. Entrevista
concedida em sua residência. Nasceu no dia 24 de março de 1945. Batizou-se na IASD em
01/08/1970. É membro da comunidade adventista da Vila Musa desde seu início e até hoje
uma das pessoas responsáveis pela liderança local.
230
265
IASD. Livro de Atos e Eventos. Templo da Vila Musa. Ourinhos, p. 02 de 14/08/1994.
231
266
Idem, p. 03.
232
Figura 51: Perspectiva do bloco de salas construído no fundo do terreno do templo da Vila
Musa. Na parte de cima, o salão (hoje dividido em duas salas) no qual o grupo congregava
inicialmente. Local: Vila Musa. Foto tirada em 2011. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
Figura 53: Perspectiva frontal para o púlpito do templo da Vila Musa. Ao fundo e do lado
esquerdo, o tanque batismal. No centro, o espaço de pregação. À direita, a plataforma de
cânticos. Local: Vila Musa. Foto tirada em 2011. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
Figura 54: Perspectiva de quem olha do púlpito para a plataforma superior do templo.
Abaixo, do lado direito, a sala destinada à técnica de som. Ao centro, a porta de entrada e
saída do templo. Local: Vila Musa. Foto tirada em 2011. Fonte: André Pires do Prado.
Figura 55: Perspectiva frontal da fachada do templo da Vila Musa. Local: Vila Musa. Foto
tirada em 2011. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
267
JOSÉ MADALENA. História Oral. Depoimento de 22/09/2011.
237
Figura 56: Corte da Fita Inaugural do templo da Vila Musa, consagrado em 21 de maio de
2005. Da esquerda para a direita: Luis Gomes, João Marques, Samuel Guimarães, Oliveiros
Ferreira, Celestino Sousa e José Madalena. Local: Vila Musa. Foto tirada em 2005. Fonte:
Revista “Comunhão e Ação” – IASD.
268
IASD. Comunhão e Ação. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, Jun-nov de 2005, p. 28.
239
269
JANETE DIAS. História Oral. Depoimento de 29/07/2011. Entrevista concedida em sua
residência. Nasceu em Ourinhos no dia 09 de janeiro de 1968. É adventista de berço e
batizou-se em 25/10/1987. Presente no grupo da Vila Musa desde a formação em 1992,
desempenhou durante muitos anos a função de secretária na liderança da Igreja.
241
Figura 58: Perspectiva de quem olha da plataforma superior para o púlpito do templo da
Vila Musa. Descrição: Características do espaço após a pintura geral do templo realizada no
final do ano de 2011. Ao fundo e do lado esquerdo, o tanque batismal. No centro, o espaço
de pregação. À direita, a plataforma de cânticos. Local: Vila Musa. Foto tirada em 2012.
Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
Figura 59: Perspectiva de quem olha do púlpito para a plataforma superior e para a entrada
principal do templo da Vila Musa. Descrição: Características do espaço após a pintura geral
do templo realizada no final do ano de 2011. Em destaque, a coluna de sustentação do piso
superior texturizada em grafiato marrom-acinzentado. Local: Vila Musa. Foto tirada em 2012.
Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
242
270
BOSCARIOL, Renan Amabile; SILVEIRA, Márcio Rogério. Formação Socioespacial e
Expansão Urbana na Cidade de Ourinhos/SP: Primeiras Respostas. II Simpósio Nacional
sobre Cidades Médias. Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia-MG, Nov. 2006, p.
9.
245
à cidade (SCRP), no qual vivia com filhos e esposa. Era um homem bastante
religioso, membro da Igreja Presbiteriana local. Estudioso da bíblia descobriu
por conta própria as questões da santidade do Sábado. Decidiu desligar-se
da fé presbiteriana e guardar o Sábado sem vínculos com as denominações.
E pouco depois, conheceu a IASD através de um colportor chamado Pedro,
que visitou seu sítio. As literaturas converteram-no de vez ao adventismo.
Em 1963, mudou-se com a família para Ourinhos. Vendeu o sítio
que possuía em Santa Cruz do Rio Pardo e adquiriu uma chácara próxima ao
perímetro da atual Vila Santo Dumont (essencialmente rural naquela época e
atrelada ao complexo de chácaras “bairro Itaipava”). Nela, Isaltino passou a
viver com o restante dos parentes, que pouco depois vieram de Santa Cruz
do Rio Pardo. Em 30 de novembro de 1963, João Isaltino e sua família foram
batizados na IASD da Vila Perino pelo então pastor distrital Roberto Ferrari.
Na ocasião, desceram às águas 10 (dez) pessoas da família Isaltino.
Devido à grande distância, de seis a sete quilômetros, que havia
entre sua chácara e o templo adventista na Vila Perino, João Isaltino passou
a reunir a parentela e realizar cultos sabatinos na própria chácara. A iniciativa
deu origem a um pequeno grupo de estudo bíblico, formado pelos membros
da família Isaltino e moradores do bairro Itaipava. Os encontros aconteciam
inicialmente na saleta da casa de João Isaltino e contavam com a presença
de oradores convidados. Assim, as pessoas do grupo visitavam o templo da
Vila Perino em momentos especiais, como nas cerimônias de batismos e
“santa ceia” - comunhão simbólica, baseada na santa ceia bíblica.
Na maioria das vezes o transporte era feito em lombo de animais
ou carroça. Quem possuía veículo automotor cedia carona aos necessitados.
Havia quem fazia o trajeto de bicicleta ou mesmo caminhando. Os encontros
realizados na chácara evitavam o desgaste com locomoção até a Vila Perino.
Jared Isaltino, neto de João Isaltino, conta como aconteciam as cerimônias.
271
JARED ISALTINO. História Oral. Depoimento de 28/10/2011. Entrevista concedida na
nave de cultos do templo da Vila Santos Dumont. Nasceu no dia 09/04/1963. É membro
integrante da comissão de liderança da IASD na Vila Santos Dumont e pioneiro do
adventismo no bairro. Jared Isaltino foi batizado na IASD no ano de 1972.
272
Idem.
247
273
ROBSON ISALTINO. História Oral. Depoimento de 06/12/2011. Entrevista concedida na
nave de cultos do templo da Vila Santos Dumont. Nasceu no dia 15 de janeiro de 1975, em
Ourinhos, no bairro Itaipava. Batizou-se na IASD em outubro de 1986. Robson Isaltino
também é um dos pioneiros na liderança da Igreja na Vila Santos Dumont.
248
Figura 61: Mapa indicando o local exato (ponto “A”) do terreno doado por José Madalena ao
grupo de adventistas da Vila Santos Dumont na Rua Manoel Robles de Godoy, n° 262.
Fonte: Google Maps. (Disponível em http://maps.google.com.br/)
274
JARED ISALTINO. História Oral. Depoimento de 28/10/2011.
249
275
ROBSON ISALTINO. História Oral. Depoimento de 06/12/2011.
250
Figura 62: Perspectiva interna da edícula construída no fundo do terreno doado por José
Ventura ao grupo na Vila Santos Dumont. Em foco, pessoas reunidas durante o culto. Local:
Vila Santos Dumont. Foto tirada em 1999. Fonte: Acervo de Israel Isaltino.
276
Idem.
251
277
JARED ISALTINO. História Oral. Depoimento de 28/10/2011.
252
Figura 63: Perspectiva frontal do templo da Vila Santos Dumont. Em foco, a ocasião de um
descarregamento de pedra britada. Local: Vila Santos Dumont. Foto tirada em 2001. Fonte:
Acervo de Israel Isaltino.
Figura 64: Perspectiva frontal do templo da Vila Santos Dumont. Em foco, professoras e
alunos da escola sabatina reunidos após o culto matinal. Local: Vila Santos Dumont. Foto
tirada em 2001. Fonte: Acervo de Israel Isaltino.
dos membros, a nave de cultos também foi conquistada. Israel Isaltino, outro
dos netos do pioneiro João Isaltino, comenta sobre o mutirão:
278
ISRAEL ISALTINO. História Oral. Depoimento de 02/11/2011. Entrevista concedida em
sua residência na Vila Santos Dumont. Nasceu no dia 23 de outubro de 1961 em Santa Cruz
do Rio Pardo. Construtor, participou da edificação do templo da IASD no bairro Santos
Dumont e sempre exerceu papel efetivo na liderança da Igreja. É pioneiro do adventismo
local desde os tempos do pequeno grupo na chácara do avô João Isaltino. Batizou-se na
IASD em 26/11/1972.
255
Figura 65: Perspectiva interna do templo da Vila Santos Dumont. Em foco, pessoas reunidas
durante a cerimônia de organização (elevação) do grupo de adventistas à condição de
“Igreja”. Local: Vila Santos Dumont. Foto tirada em 2003. Fonte: Acervo de Israel Isaltino.
279
IASD. Livro de Atos e Eventos da Comissão de Liderança. Templo da Vila Santos
Dumont. Ourinhos, p. 18v, de 23/02/2003.
280
Idem.
257
Figura 66: Perspectiva do bloco de salas construído ao lado do templo da Vila Santos
Dumont. Em foco, parte frontal do bloco, janelas e portas de entrada. Local: Vila Santos
Dumont. Foto tirada em 2012. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
Figura 67: Perspectiva interna do templo da Vila Santos Dumont. Em foco, a plataforma de
sermões construída em dois níveis, o tanque batismal e a porta de entrada da sala pastoral.
Local: Vila Santos Dumont. Foto tirada em 2012. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
Figura 68: Perspectiva interna do templo da Vila Santos Dumont em uma manhã de sábado.
Em foco, a porta de entrada do templo, para quem a observa de cima da plataforma de
sermões. Local: Vila Santos Dumont. Foto tirada em 2012. Fonte: André Pires do Prado.
Figura 69: Perspectiva externa do templo da Vila Santos Dumont. Em foco, a grade de
proteção, a fachada e a entrada do templo, para quem o observa da via de trânsito. Local:
Vila Santos Dumont. Foto tirada em 2012. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
Nós temos muita coisa feita, mas temos muita coisa pra fazer.
A inauguração desse templo foi feita parcial. Total, não. Ainda
temos o objetivo de alcançar os bancos mais confortáveis pra
igreja porque hoje nós temos cadeiras ainda, né? Concluir as
salas jovens (do bloco de salas ao lado), salas juvenis,
pastoral, sanitários que ainda estão por terminar, na fase de
acabamento. E pra poder dar melhor acomodação
principalmente pros jovens e às crianças, que hoje reúne, mas
ainda é precário. Porque não tem iluminação ainda. Pintura
ainda está por fazer. Então, poucas coisas, mas já estamos
juntando recurso pra poder terminar. O projeto nosso é esse
daí, pra que possa funcionar uma classe bíblica fora da nave
da igreja (da nave do templo). Enfim, para que a igreja tenha
uma estrutura melhor pra acolher visitas, atender mais jovens,
porque aqui tem muitos jovens nesse bairro. Jovens que
conhecem outros jovens, mas que gostariam de trazer pra
igreja num local que eles frequentassem, um local próprio pra
eles. Então a igreja ainda deve na sua estrutura, no seu
edifício, pra atender esses detalhes. Nós queremos crescer na
pregação do evangelho principalmente, no evangelismo, mas
281
JARED ISALTINO. História Oral. Depoimento de 28/10/2011.
262
282
ISRAEL ISALTINO. História Oral. Depoimento de 02/11/2011.
263
Lopes Bahia, que finaliza o trajeto na envergadura com a Rua Sérgio Oliveira
de Moraes, que por sua vez segue até a SP-270 (Rodovia Raposo Tavares).
Nos últimos 10 anos, o aspecto econômico da Vila São Luiz mudou
consideravelmente. A prefeitura implantou ali um minidistrito industrial, com o
propósito de atrair para a região - que é essencialmente residencial, pobre e
de fraca economia - indústrias de pequeno porte. O bairro também conta com
a UBS - Unidade Básica de Saúde, mantida pela prefeitura. Além disso, está
sendo implantada ao lado da UBS a UPA - Unidade de Pronto Atendimento,
viabilizada com recursos federais. Futuramente, isso fará do bairro um local
de referência em Saúde, proporcionando mais atendimentos.
No que se refere à mão-de-obra técnica, destinada ao mercado de
trabalho local, nota-se também que a unidade do SENAI - Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial, na Vila desde 2009, atrai grande quantidade de
alunos para os diversos cursos de capacitação oferecidos pela instituição. O
minicentro industrial abriga empresas de destaque na economia ourinhense,
como o Supermercado Maitan (nível de atacado e varejo) e a distribuidora de
bebidas da CONTI (da cervejaria Contini, de Cândido Mota-SP).
A interferência do poder público está transformando a realidade
econômica da Vila São Luiz. Nos últimos anos o Estado alimentou o fluxo de
empregos locais e aumentou a especulação imobiliária de terras perimetrais,
valorizando os lotes dos terrenos. A expectativa para o futuro é que a Vila
São Luiz se desenvolva social e economicamente, desconstruindo a antiga
imagem de bairro pobre, subdesenvolvido e marginalizado. A respeito dessa
interferência do Estado, a mestranda em Geografia Urbana da Universidade
Estadual de Maringá - UEM, Franciele Miranda Ferreira Dias, afirma:
Figura 70: Mapa indicando o local exato (ponto “A”) do barracão alugado pela IASD na Rua
Eduardo Perez, n° 1584, na Vila São Luiz. Fonte: Google Maps. (Disponível em
http://maps.google.com.br/)
284
IASD. Livro de Atos e Eventos. Templo da Vila São Luiz. Ourinhos, p. 01, de
18/12/2004.
267
Figura 71: Perspectiva frontal do salão de cultos da Vila São Luiz. Em foco, primeiro grupo
de adventistas no bairro. Local: Vila São Luiz. Foto tirada em 2004. Fonte: Livro de Atos e
Eventos da IASD – Vila São Luiz.
285
DINORAH APARECIDA DE MOURA. História Oral. Depoimento de 23/10/2011.
268
286
MARIA DE FÁTIMA TROMBINI PEREIRA. História Oral. Depoimento de 23/08/2011.
Entrevista concedida em sua residência no Jardim Matilde. Nasceu no dia 28 de outubro de
1955. Batizou-se na IASD em 05/11/1983. Ativa na liderança da IASD desde os tempos da
Vila Perino, onde foi batizada, Maria de Fátima é responsável pela coordenação do grupo na
Vila São Luiz e uma das pioneiras do adventismo no bairro.
269
287
Idem.
288
ESCOLA BÍBLICA DE FÉRIAS. As Escolas Bíblicas de Férias são reuniões com objetivos
evangelísticos, realizadas durante o período de férias escolares, em Igrejas ou Escolas ASD.
São destinadas à crianças e juvenis. As Escolas Bíblicas contam com a supervisão do
Departamento de Evangelismo Infantil das Associações e Missões. Durante as aulas das
Escolas Cristãs de Férias, vários temas são abordados: histórias da natureza, histórias
bíblicas, conhecimentos gerais, cânticos e trabalhos manuais. A primeira Escola Bíblica de
270
Férias no Brasil, foi realizada em janeiro de 1958, dirigida por Alida Nigri e Linda Oliveira, em
São Paulo. Posteriormente, outras foram dirigidas no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande
do Sul, por esposas de Pastores e professoras. De 18 a 24 de julho de 1965, realizou-se o
primeiro Curso de Evangelismo Infantil da Associação Sul-Riograndense da IASD, no
Instituto Adventista Cruzeiro do Sul (IACS), onde uma Escola Cristã de Férias modelo, foi
realizada. A Associação Paulista Central da IASD, tem-se destacado no trabalho de
coordenação de Escolas Bíblicas de Férias, conhecidas com “Escolas Públicas de Férias”,
sob a orientação e direção da Profª. Neide Campolongo. Milhares de crianças e juvenis têm-
se beneficiado destas escolas. Além de proverem atividades úteis e saudáveis, ensinam
também lições bíblicas para o desenvolvimento espiritual de seus alunos. In: IASD.
Enciclopédia Adventista do Sétimo Dia. 2009, p. 262.
289
MARIA DE FÁTIMA TROMBINI PEREIRA. História Oral. Depoimento de 23/08/2011.
271
da programação. Isso fez com que os pais aguentassem mais tempo nos
cultos e as crianças ficassem menos inquietas. Fátima relata a estratégia:
Então, quando eu fui pra lá era muita criança que ia pra igreja.
E eu via assim as crianças, era muita gente pobre, sabe?
Gente pobre. E eu via assim que as crianças iam com as
mães para o culto, e quando chegavam na hora do culto eles
ficavam assim inquietos. E quando foi um dia eu perguntei pra
uma das mães, eu falei assim: “Por que é que vai chegando
tal hora assim eles começam a ficar inquietos?” Ela disse
assim: “Ah, é porque a gente sai de casa sem comer nada.
Então chega nessa hora eles já tão com fome e eu preciso ir
pra casa fazer alguma coisa pra eles comerem”. Na hora eu
tive uma ideia. Bom, o problema então é fome. Eu fazia bolo
na sexta-feira, né, fazia bolo, pão, um monte de coisa. Na
hora do intervalo da escola sabatina pro culto eu servia pra
todo mundo comer. A gente fazia um tipo de recreaçãozinha
ali, as crianças comiam, abrigava a barriguinha deles, né?
Muitas mães pobres também comiam, e depois a gente
assistia o culto tranquilo. Isso eu fiz uns dois anos. E fazia. Eu
mesmo me prontificava a fazer. Então muitas vezes falava,
irmã, eu preciso de um bolo pra amanhã, dá pra senhora
fazer? Fala o material, eu mando o material e a senhora faz. A
gente levava suco. Quando tava o frio a gente levava garrafa
de leite com chocolate, dava pras crianças. E assim a gente
foi conseguindo montar aquilo (o grupo) lá de novo.290
290
Idem.
272
com vidro transparente. Ela fica no meio de uma parede sem reboco. O
prédio é simples e sem muitos ornamentos. Na imagem a seguir, podemos
ver a fachada do local de cultos da IASD alugado na Vila São Luiz.
Figura 72: Perspectiva frontal do salão de cultos da IASD na Vila São Luiz. No centro da
imagem, a porta principal de entrada do barracão. Local: Vila São Luiz. Foto tirada em 2011.
Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
Figura 73: Perspectiva interna do salão de cultos da IASD na Vila São Luiz. Em foco, o
espaço no qual são realizados os sermões. Local: Vila São Luiz. Foto tirada em 2011. Fonte:
Acervo de André Pires do Prado.
Figura 74: Perspectiva das salas para estudo bíblico ao lado do barracão da IASD na Vila
São Luiz. Em foco, cadeiras e bancos usados nas escolas sabatinas. Local: Vila São Luiz.
Foto tirada em 2011. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
274
O pastor Carlos via que tinha dia que não tinha lugar pra se
sentar, de tanta gente. Aí foi quando surgiu a ideia que eu
falei com o pastor Oliveiros pra comprar um terreno lá pra
gente construir. “Mas como que nós vamos comprar?” Não sei
pastor, de alguma forma o senhor vai comprar. “Então vê um
terreno lá que a gente compra.” Aí foi quando o pastor Carlos
começou a procurar o terreno e comprou esse terreno. Aí a
gente começou a fazer uma campanha pra juntar um pouco
de dinheiro, porque os membros eram pobres. Tinha esse
detalhe. La não tem gente rica. É pobre. É periferia pobre
mesmo, entendeu?291
291
MARIA DE FÁTIMA TROMBINI PEREIRA. História Oral. Depoimento de 23/08/2011.
275
Figura 75: Mapa indicando o local exato (ponto “A”) do terreno comprado pela APaC e
entregue aos adventistas da Vila São Luiz, na Rua Eduardo Perez n° 1.128. Fonte: Google
Maps. (Disponível em http://maps.google.com.br/)
Figura 76: Perspectiva do terreno da IASD na Vila São Luiz. Em foco, o alicerce construído
para sustentar as paredes e demais partes da estrutura do templo. Local: Vila São Luiz. Foto
tirada em 2011. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
292
EREVALDO SANTOS PEREIRA. História Oral. Depoimento de 15/08/2011. Entrevista
concedida em sua residência no Jardim Matilde. Nasceu no dia 10 de agosto de 1950.
Adventista desde dezembro de 1993, ano em que foi batizado na Vila Perino, Erevaldo
Santos Pereira, que trabalhou na demolição e reconstrução do templo da Vila Perino,
exerceu papel de liderança nesse mesmo bairro até 2005, quando então assumiu, junto de
sua esposa, Maria de Fátima Trombini Pereira, a administração do grupo na Vila São Luiz. É
pioneiro e responsável pela inserção do adventismo nesse perímetro (da Vila São Luiz).
277
294
MARIA DE FÁTIMA TROMBINI PEREIRA. História Oral. Depoimento de 23/08/2011.
279
295
DEL RIOS, Jefferson. Ourinhos: memórias de uma cidade paulista. São Paulo: IMESP,
1992, p. 47.
280
296
PAULO ROBERTO RISSONIO. História Oral. Depoimento de 05/07/2011. Entrevista
concedida em sua residência no Parque Gabriela. Nascido em Ourinhos, no dia 07 de
setembro de 1964, Paulo Roberto Rissonio batizou-se na IASD em 25/04/1998. Participou
diretamente da demolição e reconstrução do templo da Vila Perino, exerceu papel ativo na
liderança da IASD desse mesmo bairro. No início do ano de 2011, Rissonio aceitou o convite
de assumir, junto de outros adventistas, a administração da obra na Vila Boa Esperança.
297
NEIVA SCUDELER DOS SANTOS. História Oral. Depoimento de 29/11/2011. Entrevista
concedida em sua residência, situada no Jardim Ouro Fino. Nascida na cidade de Londrina-
PR, em 17 de março de 1966, adventista de berço, Neiva Scudeler dos Santos batizou-se na
IASD em 20/09/1975. Mudou-se para Ourinhos entre 1991 e 1992, passando a exercer papel
na liderança da IASD da Vila Perino. Em 2011, foi convidada a assumir, ao lado de outros
adventistas, o controle da obra missionária na Vila Boa Esperança.
283
Figura 77: Capa do livro “Ainda Existe Esperança”, do projeto “Impacto Esperança”,
distribuído durante o processo de inserção da IASD na Vila Boa Esperança em fevereiro de
2011. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
298
Idem.
285
Figura 78: Mapa indicando o local exato (ponto “A”) do prédio alugado pelos adventistas do
sétimo dia na Rua Cardoso Ribeiro, n° 1.731, Vila Boa Esperança. Fonte: Google Maps.
(Disponível em http://maps.google.com.br/)
299
MAURÍCIO PINTO DA SILVA. História Oral. Depoimento de 20/07/2011. Entrevista
concedida em sua residência, no Parque Gabriela. Nasceu na cidade de Bernardino de
Campos-SP, no dia 23 de abril de 1952. Chegou à cidade de Ourinhos em 1967. Batizou-se
na IASD em 1998, passando a exercer durante vários anos consecutivos o papel de
tesoureiro na liderança da Igreja na Vila Perino. Em 2011, foi convidado para assumir o
comando, junto de outros adventistas, da obra missionária na Vila Boa Esperança.
286
300
PAULO ROBERTO RISSONIO. História Oral. Depoimento de 05/07/2011.
287
Figura 79: Perspectiva frontal do salão alugado pela IASD na Vila Boa Esperança. No centro
da imagem, a porta principal de entrada do barracão, hoje substituída por uma de vidro.
Local: Vila Boa Esperança. Foto tirada em 2011. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
301
MARIA APARECIDA OLIVEIRA SILVA. História Oral. Depoimento de 22/07/2011.
288
Figura 80: Perspectiva interna do salão alugado pela IASD na Vila Boa Esperança. No centro
da imagem, o púlpito adaptado e o trabalho dos membros no processo de reforma. Local:
Vila Boa Esperança. Foto tirada em 2011. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
Figura 81: Perspectiva interna de uma das salas laterais do barracão alugado pela IASD na
Vila Boa Esperança. Na imagem, os adventistas em almoço coletivo, o tradicional “junta-
panela”. Local: Vila Boa Esperança. Foto tirada em 2011. Fonte: André Pires do Prado.
Figura 82: Perspectiva interna do salão da EMEI – Erico Veríssimo, na Vila Boa Esperança.
Na imagem, crianças e pais sendo instruídos pelos professores da Escola Cristã de Férias
da IASD. Local: Vila Boa Esperança. Foto tirada em 2011. Fonte: André Pires do Prado.
Figura 83: Perspectiva frontal do salão alugado pela IASD na Vila Boa Esperança.
Descrição: Aspectos do prédio após a reforma geral. No centro da imagem, a porta principal
de entrada do barracão, agora com vidro blindex e coberta por um toldo. Local: Vila Boa
Esperança. Foto tirada em 2012. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
Figura 84: Perspectiva interna salão alugado pela IASD na Vila Boa Esperança. Descrição:
Aspectos do prédio após a reforma geral. No centro da imagem, a plataforma de cultos
(centro), a porta de entrada do banheiro (esquerda) e a saleta da técnica de som (direita).
Local: Vila Boa Esperança. Foto tirada em 2012. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
Figura 85: Perspectiva interna salão alugado pela IASD na Vila Boa Esperança. Descrição:
Aspectos do prédio após a reforma geral. Visão do púlpito em direção à porta de entrada. Do
lado direito, próximo da porta de vidro, uma porta de metal que dá acesso às salas laterais
do prédio. Local: Vila Boa Esperança. Foto tirada em 2012. Fonte: André Pires do Prado.
302
NEIVA SCUDELER DOS SANTOS. História Oral. Depoimento de 29/11/2011.
294
não apenas deixassem o vício no fumo, mas que também aderissem ao ideal
adventista. E retirando da conta os desistentes, cerca de 20 (vinte) pessoas
levaram o curso até o final, com fluxo médio de 8 (oito) a 10 (dez) ouvintes
diários. Não foi possível fazer um acompanhamento direto das pessoas após
a realização do curso, conferindo se houve ou não reincidência do vício, mas
sabe-se que 50% (cinquenta por cento) das pessoas que levaram o curso até
o final, alegaram ter deixado completamente o tabaco.
Figura 86: Perspectiva interna do salão da IASD na Vila Boa Esperança. Na imagem, o
pastor Romeu Eloi de Souza ministrando o curso “como deixar de fumar” aos moradores do
bairro. Local: Vila Boa Esperança. Foto tirada em 2011. Fonte: André Pires do Prado.
303
FERREIRA DIAS, Franciele Miranda. O Centro e as Centralidades de Ourinhos. Anais
do I SEURB – Simpósio de Estudos Urbanos: Desenvolvimento Regional e Dinâmica
Ambiental. FECILCAM – Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão. ISSN
– 2236-4056, Campo Mourão-PR, 2011, p. 12.
298
304
CLEUSA APARECIDA ROSA BERTOLOTO. História Oral. Depoimento de 09/02/2012.
Entrevista concedida no salão da IASD, na Vila Itamaraty. Nasceu no dia 13 de dezembro de
1961. Batizou-se na IASD em 15/10/2001, mantendo vínculo com o templo da Vila Musa. Em
2011, ao lado de outros adventistas, Cleusa A. R. Bertoloto foi convidada a assumir a
liderança do grupo na Vila Itamaraty, ocupando atualmente o cargo de secretária.
299
305
Idem.
300
Figura 87: Mapa indicando o local exato (ponto “A”) do prédio alugado pela APSo e
destinado ao grupo dos adventistas do sétimo dia na Vila Itamaraty, na Rua Jonas de
Oliveira e Silva, n° 189. Fonte: Google Maps. (Disponível em http://maps.google.com.br/)
306
JOVENIL BERTOLOTO. História Oral. Depoimento de 09/02/2012. Entrevista concedida
no salão da IASD, na Vila Itamaraty. Nasceu em 22 de março de 1956. É casado com a
adventista Cleusa Aparecida Bertoloto, secretária do grupo na Vila Itamaraty. Batizou-se na
IASD em 21/10/2000. Exerce papel ativo na manutenção e na liderança do grupo no bairro.
301
307
RODRIGO DE MORAES CADAMURO. História Oral. Depoimento de 09/02/2012.
Entrevista concedida no salão da IASD, na Vila Itamaraty. Nasceu no dia 04 de abril de
1983. Congregava no templo da Vila Musa desde o momento em que foi batizado na IASD,
em setembro de 2004. Em 2011, foi convidado a assumir a liderança do projeto no bairro
Itamaraty como diretor do grupo. Participou de todos os momentos da implantação do
projeto da Igreja no bairro.
302
Figura 88: Perspectiva interna do salão alugado pela IASD na Vila Itamaraty. Descrição:
Aspectos do prédio após a reforma. Visão da porta em direção ao púlpito. Do lado direito, a
porta de entrada do banheiro, camuflada por um tampão de madeira. Local: Vila Itamaraty.
Foto tirada em 2012. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
Figura 89: Perspectiva interna do salão alugado pela IASD na Vila Itamaraty. Descrição:
Aspectos do prédio após a reforma. Visão do púlpito em direção à porta de entrada. Local:
Vila Itamaraty. Foto tirada em 2012. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
Figura 90: Perspectiva externa salão alugado pela IASD na Vila Itamaraty. Descrição:
Aspectos do prédio após a reforma. Visão da fachada do prédio e das portas de entrada.
Local: Vila Itamaraty. Foto tirada em 2012. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
308
CLEUSA APARECIDA ROSA BERTOLOTO. História Oral. Depoimento de 09/02/2012.
305
309
Idem.
310
RODRIGO DE MORAES CADAMURO. História Oral. Depoimento de 09/02/2012.
306
expansionista empreendida pela IASD desde o início dos anos 1970, tendo
por base o lema “dividir para multiplicar”; b) A liderança exercida pelo pastor
distrital Mário Cardoso de Oliveira, somada ao empenho dos fiéis adventistas
na formação dos pequenos grupos e no trabalho da edificação dos templos;
c) O desenvolvimento urbano de Ourinhos, incitando a IASD a expandir sua
missão local, buscando atender a demanda de fiéis nos bairros periféricos.
Assim, comecemos analisando a primeira assertiva.
A década de 1970 marcou um período de progresso da IASD pelo
Estado de São Paulo. Houve o interesse da instituição em intensificar sua
obra no interior paulista, ultrapassando assim os limites dos grandes centros
urbanos e da Capital, já visivelmente atingidos pela mensagem adventista. A
Associação Paulista da IASD, que na época correspondia a todo o perímetro
territorial do Estado de São Paulo, lançou especialmente para essa empreita
o lema “dividir para multiplicar”, que passou a inspirar pastores designados à
liderança dos distritos nas diversas cidades do interior.
Nesse tempo, o lema “dividir para multiplicar” foi tão significativo,
que no mês de setembro de 1977, a Associação Paulista decidiu aplicá-lo em
sua própria estrutura administrativa. Assim, a obra da expansão ficou dividida
em dois principais campos de controle no Estado. De um lado a Associação
Paulista Leste e de outro a Associação Paulista Oeste. Na divisão, a IASD
encontrou mais dinamismo para atuar em um território tão vasto.
311
IASD/UCB – União Central Brasileira. (1906-206) Conduzindo Vidas em São Paulo:
Igreja Adventista do Sétimo Dia. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2006, p. 18. Livro
comemorativo do centenário da Igreja no Estado de São Paulo, p. 65.
309
Figura 91: Foto do pastor Mário Cardoso de Oliveira. Ele foi o responsável pelo processo de
fragmentação da IASD em Ourinhos, iniciado na década de 1990. Hoje, Mário Cardoso é
pastor vinculado à Associação Paulistana da IASD. Fonte: Foto do perfil institucional
disponível em: http://www.paulistana.org.br
312
MARIO CARDOSO DE OLIVEIRA. Entrevista com Pastor Mário Cardoso de Oliveira.
Roteiro de questões referentes a seu período de administração do distrito adventista na
cidade de Ourinhos. Depoimento concedido em 09/03/2012, p. 02.
311
313
Idem, p. 03.
312
314
Ibidem, p. 07.
314
315
Ibidem, p. 07.
315
316
Grifo nosso.
316
317
Ibidem, pp. 4-8.
317
318
BOSCARIOL, Renan Amabile; SILVEIRA, Márcio Rogério. Formação Socioespacial e
Expansão Urbana na Cidade de Ourinhos/SP: Primeiras Respostas. II Simpósio Nacional
sobre Cidades Médias. Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia-MG, Nov. 2006, p.
6.
318
319
FERREIRA DIAS, Franciele Miranda. O Processo de Ocupação do Espaço Urbano do
Município de Ourinhos. Anais do IX Seminário de Pós-Graduação em Geografia da Unesp
de Rio Claro – Teorias e Metodologias da Geografia: tendências e perspectivas. UNESP –
Universidade Estadual Paulista. Rio Claro-SP, 2009, p. 12.
319
320
BOSCARIOL, Renan Amabile; SILVEIRA, Márcio Rogério. Formação Socioespacial e
Expansão Urbana na Cidade de Ourinhos/SP: Primeiras Respostas. II Simpósio Nacional
sobre Cidades Médias. Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia-MG, Nov. 2006, p.
6.p. 10.
320
321
IASD. Livro de Atos e Eventos. Templo da Vila Perino. Ourinhos, p. 10v., de
21/05/2005.
321
Figura 92: Foto do pastor Samuel de Mesquita Guimarães. Ele foi o responsável pelo
direcionamento das obras de edificação dos templos da IASD em Ourinhos. Hoje,
Guimarães é pastor vinculado à Associação Paulista Central da IASD na cidade de Vinhedo-
SP. Fonte: Foto institucional. Disponível em: http://www.apac.org.br
322
SAMUEL DE MESQUITA GUIMARÃES. Entrevista com Pastor Samuel de Mesquita
Guimarães. Roteiro de questões referentes a seu período de administração do distrito
adventista na cidade de Ourinhos. Depoimento concedido em 06/03/2012, p. 01.
322
323
Idem, p. 01.
324
Ibidem, p. 01.
323
que em 2008, como vimos, o prédio foi inaugurado oficialmente, com direito a
uma cerimônia oficial de consagração. Embora Guimarães houvesse deixado
o distrito em 2006, dois anos antes da cerimônia, a finalização da obra do
templo da Vila Brasil e as reformas ocorridas até o momento da inauguração,
foram de seu mérito. O empenho dos membros nos mutirões e a liderança de
Guimarães representaram a união de duas grandes forças de ação.
Na Vila Musa, a dinâmica não foi diferente. O grupo já havia dado
início à obra e até erguido as paredes do templo. Nesse caso, as dificuldades
da congregação eram de ordem financeira, retardando a construção. O grupo
havia passado por momentos de recessão econômica, impossibilitando que
os fiéis contribuíssem com as quantias de ofertas e dízimos. Aliás, a principal
adversidade enfrentada foi mesmo de ordem financeira. E dela, Guimarães
comenta: “a dificuldade maior em uma construção é sempre financeira,
porém como a Obra é de Deus, de algum lugar sempre saía fundos que nos
manteve avançando.”325 Assim, a contribuição dada por Guimarães veio de
sua influência institucional, que usando de bons argumentos, estabeleceu a
parceria entre a APaC e a comunidade da Vila Musa, buscando recursos à
conclusão das obras. A parceria dizia de 50% (cinquenta por centro) para
cada um dos lados. Se o custo de determinado serviço na construção fosse
“X”, metade era paga pela APaC e a outra pela congregação.
A personalidade carismática de Guimarães também fez a diferença
na empreita da Vila Musa. Motivou as pessoas, fez com que elas confiassem
em sua liderança, incitando-as à participação. O grupo passou a contribuir
com mais generosidade e engajamento nos mutirões, mesmo na dificuldade
financeira daquele momento. E o templo foi finalizado em 2005. Houve uma
cerimônia oficial de inauguração. A APaC enviou seus representantes. O
evento, como comentamos, ocorreu em 21 de maio de 2005, no mesmo dia
da reinauguração do templo da Vila Perino. E Samuel Guimarães, junto das
autoridades da APaC, foi quem conduziu a solenidade. Um marco na história
da IASD em Ourinhos e na vida dos adventistas da Vila Musa.
325
Ibidem, p. 01
324
326
Ibidem, p. 01
326
COMPETÊNCIA I
COMPETÊNCIA II
327
GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2008, p. 4.
331
328
Idem, p. 07.
332
que uma cultura se sustente, sua teia de significados precisa ser interiorizada
e vivenciada por todos os membros da sociedade. O que nos impede de
entender uma cultura é a falta de familiaridade com ela e não a ignorância a
respeito de como funciona a cognição humana ou sua imaginação. Exemplo:
quanto mais nos aproximarmos dos adventistas, mais entenderemos as teias
de signos e objetos de sua cultura, e assim, a forma como pensam.
O segredo para essa aproximação é passarmos a ver as coisas do
ponto de vista de quem produz a cultura. Notar como um adventista enxerga
o mundo que vive. Pois, o que deturpa a compreensão da cultura é o olhar
do intérprete, que muitas vezes não dá valor ao que diz seu objeto de estudo
- o produtor da cultura. Se quisermos saber do comportamento adventista,
precisamos ouvir o que diz o fiel a respeito de si mesmo, a razão pela qual
age daquele jeito. Aliás, entender os limites da interpretação, é entender o
posicionamento, a forma e o limite do olhar do intérprete. Esse limite deverá
ser condicionado pelo objeto em estudo (homem/comportamento). O que se
fizer a mais será especulação, e talvez até distante do que realmente possa,
de fato, representar a cultura analisada. E para Geertz, uma cultura só é bem
entendida, quando analisada em seus próprios temos.
329
Ibidem, p. 12.
333
330
Ibidem, p. 21.
334
que é herdado e expresso entre pai e filho, entre um adventista mais velho e
o converso, entre o nativo da aldeia e estrangeiro/visitante, entre professor e
aluno, pelo qual os homens se comunicam, produzem e perpetuam saberes
que dão ordem ao cotidiano, que balizam sua visão de mundo, seu ethos331.
Antes de pensarmos o conceito de ethos, vale dizer que a Religião
é essencialmente produtora de visões de mundo. Sua principal função é dar
sentido à realidade e sugerir interpretações válidas. Ela remete a padrões
éticos e estéticos de vida cotidiana. O agir religioso é ancorado em símbolos
e ações sagradas que detém caráter moralizante e último. A religião não está
para o plano imaterial, místico e sobrenatural apenas. Ela é comportamental,
vivida no plano físico da realidade, nas ações e experiências sensitivas. Para
isso, existem os rituais, as devoções e as atividades religiosas. Geertz diz:
331
É uma palavra de origem grega. O Dicionário Aurélio apresenta o termo da seguinte
maneira: Ethos ou Eto: [Do gr. Ethos, eos-ous.] 1- “costume”, “uso”: etocracia, etognosia. In:
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.
3ª. Ed. 1ª impressão, Editora Positivo. 2004.
332
GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2008, p. 93.
335
333
Idem, p. 93.
336
334
Ibidem, p. 67.
337
335
Ibidem, p. 93.
338
nos bairros, dos grupos (das células) em seus respectivos templos. Aliás, é
exatamente do saber produzido e compartilhado localmente que trataremos
agora, o que faz da comunidade adventista um “ethos de saber local”.
Antes, deixemos claro que por saber devemos entender tudo o que
é produzido pelos adventistas enquanto uma forma de explicação de mundo,
proposições de sentido existencial, experiências ou memórias do cotidiano.
Exemplo, se perguntarmos a um adventista: Qual a base de sua fé? Como
você colaborou na construção do templo e como ele foi construído? - E ele
contar tudo o que sabe/lembra sobre o acontecimento, isso é conhecimento.
Assim, saber é o que acumulamos empiricamente, ou por herança, na vida
cotidiana de nosso ethos cultural - espaço no qual desfrutamos de uma
realidade compartilhada. Vale esclarecer que, visivelmente, o termo “local” é
relativo. Já vimos isso ao tratar do método da “História Regional/Local” no
“capítulo II”. Se pensarmos um bairro como “local” e aumentarmos nosso
foco de observação, veremos que ele está inserido em um cotexto maior, o
da cidade, que por sua vez pode ser “local”, e também visto em um plano
maior, o do Estado, e assim por diante. O “local”, por um lado resultará do
recorte feito pelo observador; por outro, terá seu limite definido pela maneira
como as relações humanas acontecem naquele recorte.
A antropologia - e também a História - leva à risca a importância do
saber produzido localmente, ou seja, dentro dos limites de uma cultura. Isso
faz com que os antropólogos, bem como os historiadores, afirmem que todo
saber ou conhecimento é localizado, sustentado por estruturas simbólicas e
sentidos particulares, efetivamente válidos àquele universo. O conhecimento
sempre é produto de um determinado lugar (comunidade, disciplina científica,
sindicato, escola, denominação religiosa, partido político, etc.), de um polo de
vivência, de um sistema cultural específico. O saber é inseparável dos signos
e instrumentos simbólicos pelos quais é produzido e legitimado socialmente.
Segundo Clifford Geertz, isso significa que:
337
Idem, p. 13.
341
Para quem escuta esses depoimentos, esses saberes locais, o desafio será
apreender, no máximo de sensibilidade possível, a lógica implícita na forma
de expressão. Isso é dar importância ao que o adventista diz dele mesmo, da
Igreja que ajudou a construir historicamente e de seu ethos cultural.
Na verdade, o segredo para entender as culturas está na tradução
feita pelo observador. A tradução é o discurso analítico pelo qual se explica
um sistema cultural. E no caso dos adventistas, traduzir, não é ouvir o que
eles têm a dizer sobre eles mesmos e repetir de outra maneira (linguagem,
estilo literário, estético, acadêmico, etc.) simplesmente. Trata-se de ouvi-los e
evidenciar a lógica de suas formas de expressão, de sua visão de mundo, do
meio de organização implícito em sua vida religiosa. Traduzi-los é primeiro
entendê-los, saber como pensam e agem, para depois descrevê-los.
338
Ibidem, p. 20.
342
339
BERGER, Peter L.; LUCKMANN, Thomas. A Construção Social da Realidade: Tratado
de Sociologia do Conhecimento. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008, p. 36.
344
341
Ibidem, p. 47.
346
342
BERGER, Peter L. O dossel sagrado: elementos para uma teoria sociológica da religião.
São Paulo: Paulus, 1985, p. 16.
349
Figura 94: Perspectiva interna do salão da EMEI – Erico Veríssimo, na Vila Boa Esperança.
Na imagem, crianças e seus pais sendo instruídos pelos professores da Escola Cristã de
Férias da IASD. Local: Vila Boa Esperança. Foto de 2011. Fonte: André Pires do Prado.
Figura 95: Perspectiva do desfile de 7 de setembro de 2011 com a presença dos Clubes de
Desbravadores da IASD. Na frente, membros do Clube “Embaixadores do Rei” (Vila Musa)
segurando faixa, bandeiras da Federação, Estado e Município. Atrás, membros do “Clube
Leão de Judá”, segurando faixa e barracas de camping, indicando uma de suas principais
atividades. Local: Avenida Altino Arantes. Foto tirada em 2011. Fonte: André Pires do Prado.
353
343
Para dados sobre o projeto, acessar o site institucional: http://www.vidaporvidas.com
344
JORNAL DA DIVISA. Matéria: Igreja Promove Campanha de Doação de Sangue. De
01/04/2009. Disponível em: http://www.jornaldadivisa.com.br/noticias4.php?id=4244 (acesso
em 13/09/2011 às 23:12)
354
O projeto “Vida Por Vidas” tem sido uma das ações que mais tem
dado destaque à IASD no contexto social de Ourinhos, não só devido à sua
fama na mídia local, mas principalmente pela importância de seus resultados
sociais - abastecendo o banco com bolsas de sangue. De certa maneira, isso
tem mudado um pouco da imagem clássica construída pelo senso comum a
respeito da IASD, que vê a denominação apenas como aquela: “dos que não
trabalham no Sábado” ou “dos que não comem carne de porco”. Aliás, existe
outro projeto que vem inserindo a IASD com notável efetividade no contexto
social de Ourinhos, e que apesar de recente, já tem surtido efeitos positivos.
Vamos falar agora da “TV Novo Tempo”, que chegou à cidade em 2011.
No Capítulo II desta pesquisa, tivemos a oportunidade de falar um
pouco a respeito da Rede Novo Tempo de Comunicação, de sua importância
no Brasil e na América Latina. Falamos que, no Brasil, a sede da Rede Novo
Tempo fica na cidade de Jacareí-SP e que os programas de Rádio e TV, são
produzidos e emitidos dessa cidade. A comunidade da IASD de Ourinhos,
desde 2007, já almejava a disponibilidade do canal no município, mas tudo
dependia da concessão do Poder Público Municipal, além das determinações
e exigências Federais - quanto à legalidade e adequação dos equipamentos.
Outra coisa que dificultava a implantação do projeto era o fato de o canal ter
caráter educativo, moralizante, o que aumenta as exigências legais para os
conteúdos apresentados publicamente, em rede aberta.
Feitas as adequações e adquiridos os equipamentos necessários,
o Prefeito Municipal Toshio Misato, em reunião com os dirigentes da IASD
em Ourinhos, autorizou então a instalação dos equipamentos e a emissão do
Canal de TV da Rede Novo Tempo em sinal de TV aberta – UHF, gratuito à
população. O Canal já era assistido, mas apenas pelas pessoas que tinham
TV a cabo (na Sky-17), privada. Com a viabilidade, o canal pode ser visto na
faixa 38 da sintonia UHF, no perímetro da cidade e parte do limite rural.
O equipamento de retransmissão do sinal da TV, que tem origem
em Jacareí-SP, foi instalado num morro, situado na convergência da Rodovia
Mello Peixoto (SP - 278) com a Rodovia Raposo Tavares (SP - 270), no qual
há uma antena que hospeda todos os equipamentos de TV aberta emitida na
355
Figura 98: Do lado esquerdo, uma imagem do panfleto distribuído na cidade no início de
outubro, divulgando o canal Novo Tempo na sintonia 38 – UHF. Do lado direito, o outdoor
colocado no Terminal de ônibus-circular no centro de Ourinhos. Local: Terminal de ônibus-
circular AVOA de Ourinhos. Foto tirada em 2011. Fonte: Acervo de André Pires do Prado.
345
BERGER, Peter L.; LUCKMANN, Thomas. A Construção Social da Realidade: Tratado
de Sociologia do Conhecimento. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008, p. 76.
359
346
BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Ed., 2003, p. 07.
360
347
GEERTZ, Clifford. Nova Luz Sobre a Antropologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,
2001, p. 194.
362
348
Idem, p. 193.
349
Ibidem, p. 198.
364
350
HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A
Editora, 2006, p. 67.
365
351
Idem, p. 75.
366
352
BERGER, Peter; LUCKMANN, Thomas. Modernidade, pluralismo e crise de sentido: a
orientação do homem moderno. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004, 2ª Ed., p. 15.
353
HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A
Editora, 2006, p. 39.
367
354
Idem, p. 77.
369
355
BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Ed., 2003, p. 09.
370
pessoa tem por costume sentar, o papel de quem ocupa cargo de liderança,
a visita que chega no dia especial de culto, etc. Estar junto, todo dia, unido, é
uma necessidade para o adventista. Aliás, diz Neiva Scudeler, líder na Igreja
da Vila Boa Esperança, que a união e o amor trazem “felicidade”.
356
NEIVA SCUDELER DOS SANTOS. História Oral. Depoimento de 29/11/2011.
371
que fundamentam a pax social, é uma postura que se confunde com aquela
exercida dentro das comunidades adventistas locais.
E vale dizer: as comunidades adventistas locais não são fechadas
umas às outras. Há diálogo entre elas - entre uma comunidade e outra. Esse
diálogo é de concordância e cooperação. E visa aproximar as congregações
em projetos estruturais da IASD na cidade – missionários/humanitários. As
comunidades adventistas desempenham três funções diferentes. A primeira
é a de produzir valores de identidade e sentidos existenciais, preenchendo o
vazio de sentido espiritual nos fiéis. A segunda é intermediar conhecimentos
produzidos dentro com aquilo que vem de fora da comunidade, transmitindo
as coordenadas aos membros, para que estes possam atuar com coerência
e criticidade nos âmbitos local e global. A terceira função é representar um
universo histórico, mantendo uma espécie de reserva de memórias ao longo
do tempo, funcionando como um complexo de tradições e saberes, passados
de um fiel para outro, de uma geração à outra, configurando uma ordem local
segura e duradoura. Ordem que parece não existir lá fora, diante do efêmero,
do transitório, do fragmentado, do relativo e do individual.
As comunidades adventistas locais, com suas reservas de sentido
e coerência, dão exemplo à tendência do "interesse pelo local", apontado por
Stuart Hall em suas teorias a respeito da pós-modernidade. As comunidades
locais, de fato, também podem funcionar como meios de resistência àquilo
que Peter Berger e Thomas Luckmann chamam de "crise de sentido". E ao
passo em que as comunidades religiosas locais exercitam a manutenção de
seus reservatórios de sentido, elas trazem a opção de segurança conceitual
e existencial aos indivíduos que as compõem.
Talvez elas, comunidades, representem uma das melhores opções
para se enfrentar os dilemas da falta de coerência na contemporaneidade. E
na prática, no que tange as comunidades adventistas, isso é bastante efetivo.
Aliás, por ser uma opção contra a falta de sentido é que a Religião continua
sendo atual, polêmica, efetiva e condicionante na sociedade. Berger, ao dizer
da Religião, enquadra-a no plano das instituições intermediárias, capazes de
373
357
BERGER, Peter; LUCKMANN, Thomas. Modernidade, pluralismo e crise de sentido: a
orientação do homem moderno. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004, 2ª Ed., p. 15.
358
BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Ed., 2003, p. 129.
374
359
GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2008, p. 90.
375
360
Idem, p. 95.
376
361
BERGER, Peter L.; LUCKMANN, Thomas. A Construção Social da Realidade: Tratado
de Sociologia do Conhecimento. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008, p. 132.
377
362
Idem, p. 58.
378
363
JANETE DIAS. História Oral. Depoimento de 29/07/2011. Entrevista concedida em sua
residência. Nasceu em Ourinhos no dia 09 de janeiro de 1968.
364
O dicionário Aurélio nos dá cinco referências explicativas para o sentido da palavra
“signo”. Afirma: SIGNO: Do latim signu. Substantivo masculino. 1- Sinal, símbolo. 2- Astron.
Cada uma das 12 constelações que se localizam na faixa do zodíaco (q. v.), a saber: Áries,
Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário,
Peixes. 3- Astrol. Cada uma dessas constelações, as quais, acredita-se, influenciam o
379
365
ELIADE, Mircea. O Sagrado e o Profano: a essência das religiões, São Paulo: Martins
Fontes, 2ª Ed., 2008, p. 25.
381
366
Idem, p. 24.
367
Ibidem, p. 26.
383
368
Ibidem, p. 29.
369
Ibidem, p. 30.
384
370
Ibidem, p. 56.
385
firmado pelos fiéis em relação a Deus e Sua obra. O templo é o local onde os
desejos de Deus devem ser cumpridos com atenção. Estes desejos são tão
diversos e complexos que vão desde a conservação e manutenção do prédio
até a postura de conduta e vestimenta dos membros. Teremos oportunidade,
observando o programa cerimonial de inauguração do templo da Vila Perino,
de destacar cada ponto que expressa o desejo de Deus para com o espaço.
Notemos, primeiramente, na íntegra, o trecho que iremos trabalhar:
COMPROMISSO
Deus Deseja:
Como visto, o recorte trata dos “desejos de Deus” para com o local
sagrado que Ele permitiu existir em benefício dos fiéis, Seu povo escolhido.
Para facilitar nosso comentário a respeito disso, abordaremos cada um dos
pontos de modo sequencial, destacando ao longo da tarefa o que mais vale
atenção. Notemos, primeiramente, que nas linhas iniciais do recorte, a Igreja
interpreta o templo como “Casa de Oração”, ou seja, um local específico para
essa experiência. Isso nos permite dizer que a perspectiva adventista sobre
“templo” mantém relação com a noção de atividade religiosa. Assim, o templo
é o espaço primordial, o melhor lugar para que uma oração seja feita.
Outro ponto importante do primeiro parágrafo também nos permite
entender o simbolismo do templo enquanto a “Casa do Senhor”. Trata-se de
um espaço onde a presença de Deus é constante. Relembra Eliade, quando
afirma ser o espaço sagrado, a “morada dos deuses”. O Templo permite aos
fiéis o contato com o “Espírito Santo de Deus”. A Casa do Senhor é especial
porque nela está presente o próprio Deus. Aliás, se no templo a presença do
Senhor é permanente, portanto, mais do que um espaço de orientação à
Igreja, o templo é a expressão do melhor local para que a vontade de Deus
seja feita. Isso porque na ótica dos adventistas, “Deus Deseja”:
371
IASD. Programa Cerimonial de Inauguração e Dedicação do Templo Central da Vila
Perino. Ourinhos: de 21/05/2005, p.3.
372
Idem.
388
373
Ibidem.
374
Ibidem.
389
375
Ibidem.
376
Ibidem.
390
377
Ibidem.
391
378
Ibidem, p. 05.
393
Que por essa porta possamos entrar para adorar e por ela sair
para amar o próximo.
380
LE GOFF, Jacques. História e Memória. Campinas, SP: Editora Unicamp, 1994.
381
JANETE DIAS. História Oral. Depoimento de 29/07/2011.
382
LE GOFF, Jacques. Documento e Monumento. IN: LE GOFF, Jacques. História e
Memória. Campinas, SP: Editora Unicamp, 1994.
396
383
ROBSON ISALTINO. História Oral. Depoimento de 06/12/2011. Entrevista concedida na
nave de cultos do templo da Vila Santos Dumont.
398
384
ISRAEL ISALTINO. História Oral. Depoimento de 02/11/2011. Entrevista concedida em
sua residência na Vila Santos Dumont.
399
CONSIDERAÇÕES FINAIS
FONTES
ARQUEOLÓGICAS - ARQUITETÔNICAS
DOCUMENTAIS - ARQUIVOS
IMPRESSAS – PERIÓDICOS
IBGE. http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1
BIOGRÁFICAS - PIONEIROS
VISUAIS – FOTOGRAFIAS
BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA
IASD. Esperança Viva: nossa missão é servir. Edson Rosa (org). Tatuí-SP:
Casa Publicadora Brasileira, 2009.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BACELLAR, Carlos. Fontes Documentais: uso e mau uso dos arquivos. In:
PINSK, Bassanezi Carla (Org.). Fontes Históricas. São Paulo: Contexto,
2005.
410
COUTROT, Aline. Religião e Política. In: RÉMOND, René (org). Por uma
História Política. Rio de Janeiro: FGV, 2ª Ed., 2003.
DE LUCA, Tania Regina. Fontes Impressas: História dos, nos e por meio dos
periódicos. In: PINSK, Bassanezi Carla (Org.). Fontes Históricas. São
Paulo: Contexto, 2005.
FGV. (Coord. Marcelo Côrtes Neri) Novo Mapa das Religiões. Rio de
Janeiro: FGV, CPS, 2011. Disponível em: http://www.fgv.br/cps/religiao/ -
Acesso em 09/12/2011.