Forj Quente
Forj Quente
Forj Quente
1. INTRODUÇÃO
Este roteiro visa apresentar alguns aspectos de processos de fabricação comumente utilizados na
produção industrial, bem como relacionar a documentação existente sobre o assunto.
Os procedimentos apresentados referem-se ao forjamento a quente convencional com formação
de bacia de rebarbas. Atualmente, esse processo aplica-se a peças para as quais não há a possibilidade de
fabricação por forjamento a frio ou pelo forjamento a quente de precisão, em que os procedimentos de
planejamento de processo e o projeto de ferramentas apresentam critérios distintos.
O roteiro foi elaborado de forma que seu desenvolvimento siga as etapas descritas a seguir, sendo
que cada etapa é devidamente explicada e definida segundo parâmetros que envolvem o processo de
forjamento a quente, tais como: cargas máximas admissíveis, diagramas de equilíbrio temperatura x
composição química e desvios permissíveis.
O quadro a seguir relaciona todos os parâmetros envolvidos num processo de forjamento a
quente, sendo interessante que a cada passo do projeto, observe-se as inter-relações apresentadas nesse
quadro.
PEÇA (MATERIAL,
DIMENSÕES
E FORMA) VELOCIDADE DE TEMPO DE
FORJABILIDADE DEFORMAÇÃO TEMPERATURA RESFRIAMENTO
DEFORMAÇÃO CONTACTO
ESCOAMENTO
DO
MATERIAL PRÉ-
CONFORMAÇÃO TEMPERATURA
DA
GEOMETRIA TENSÃO MATRIZ
DO DE
PROCESSO ESCOAMENTO
FORJAMENTO
FINAL
MATERIAL
DA
MATRIZ
ATRITO PRESSÃO
E MÁXIMA NA
DESGASTE MATRIZ
DEFEITOS
CONFIGURAÇÃO
DO
DO BLOCO
FORJADO
DA MATRIZ
FORÇA
E
ENERGIA
FORJADO PROCESSOS
(FORMA, EQUIPAMENTO
ALTERNATIVOS
DIMENSÕES.
ACABAMENTO,
PROPRIEDADES
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EM928 – PROJETO DO PROCESSO FORJAMENTO A QUENTE
A partir da definição de uma peça mecânica, que tenha como processo de fabricação
intermediário ou final o forjamento a quente convencional, deve ser apresentado o seu desenho com todas
as dimensões especificadas, pois é a partir dele que será efetuado todo o dimensionamento do forjado, das
matrizes e da prensa a ser utilizada.
Outro aspecto importante refere-se ao material dessa peça que deverá ser caracterizado quanto à
sua composição química, propriedades mecânicas para uso e estado de recebimento (recozido,
normalizado) pois influirão na escolha da temperatura e tempo de pré-aquecimento, nas etapas de
forjamento e tratamento térmico necessárias à aplicação posterior, bem como no cálculo dos esforços
desenvolvidos durante a deformação.
De acordo com o tipo de forjado a ser obtido, deverão ser apresentadas algumas etapas de
fabricação, como: corte dos tarugos, pré-aquecimento, etapas de limpeza, forjamento e tratamento térmico
posterior.
Entre essas etapas encontram-se as etapas de conformação que devem ser definidas e
relacionadas segundo alguns aspectos de projeto:
evitar grandes movimentações do material a forjar no interior da matriz (altos níveis de deformação) que
envolveriam elevadas cargas de trabalho e a possibilidade de falhas na peça e matrizes;
prever etapas de forjamento em que os níveis de deformação do tarugo não resultem em tensões que levem à
falha do material do tarugo por ruptura ou à falha do material da matriz através de deformações permanentes,
causadas por tensões superiores à sua tensão limite de escoamento. Tais falhas são indesejáveis pois conduzem no
primeiro caso a um refugo de peças forjadas e no último à perda da gravação da matriz devido às mudanças
dimensionais. Os esforços serão calculados de acordo com os procedimentos apresentados no item 7 deste
roteiro;
buscar um número de etapas de conformação de forma que durante o processo, o tarugo não esteja a
temperaturas inferiores ao limite inferior do intervalo recomendado para o material a ser forjado. Nesse caso,
seria necessário um reaquecimento do tarugo com o desperdício de energia ou caso não fosse realizado poderia
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EM928 – PROJETO DO PROCESSO FORJAMENTO A QUENTE
acarretar falhas na matriz, no forjado e dificuldades para a continuidade do processo. O Apêndice B apresenta
o procedimento para determinação da geometria de uma peça pré-forjada.
elevar e manter durante o processo a ductilidade do material a forjar, reduzindo por este meio as cargas de
trabalho (temperaturas acima da temperatura de recristalização);
evitar a descarbonetação e oxidação excessivas que conduzem a uma perda de material e de propriedades
mecânicas;
conforme o número de etapas de conformação evitar temperaturas abaixo do limite inferior para forjamento;
evitar o crescimento excessivo dos grãos cristalinos com a conseqüente diminuição da tensão limite de ruptura
e possibilidade de refugo do forjado.
A partir das dimensões da peça final, deve-se considerar alguns ítens importantes para o
dimensionamento do forjado:
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EM928 – PROJETO DO PROCESSO FORJAMENTO A QUENTE
apresenta valores para a excentricidade transversal (e1) e a excentricidade longitudinal (e) de acordo com
as dimensões do forjado já obtidas (ROSSI, p. 114).
c) ângulos de saída tomados a partir das dimensões do forjado, servem para facilitar a extração
da peça do interior das matrizes. Para evitar o trancamento dos mandris quando da gravação das matrizes,
os ângulos internos são realizados menores que os externos. Segundo ROSSI p. 111. temos os seguintes
valores para os ângulos da saída:
d) arredondamento de cantos salientes e reentrantes devem ser feitos com raios tão grandes
quanto possíveis a fim de reduzir o desgaste nos cantos salientes e a fissuramento nos cantos reentrantes
que exigiria uma profunda retificação das impressões, isso se a matriz não ficasse inutilizada por ruptura.
ROSSI p. 113. apresenta valores segundo algumas dimensões do forjado (Tabela 5).
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EM928 – PROJETO DO PROCESSO FORJAMENTO A QUENTE
até 50 0,4 0,5 0,6 0,8 1 0,3 0,4 0,5 0,6 0,8
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de 1000 a 2500 3 2
até 25 5 0,5 1
de 25 a 40 8 1 1,5
de 40 a 63 12 1,5 2
de 63 a 20 1,5 2,5
100
de 100 a 30 2 3
160
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EM928 – PROJETO DO PROCESSO FORJAMENTO A QUENTE
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EM928 – PROJETO DO PROCESSO FORJAMENTO A QUENTE
corte das rebarbas e a construção das matrizes porém, conforme o tipo de peça a ser obtida, a linha
escolhida pode ser outra que não a de maior comprimento (Figura 4).
Algumas formas de bacia de rebarbas são mostradas à figura 5, onde o tipo a é o mais utilizado
pois oferece a possibilidade de uma superfície plana de apoio para a rebarbação, o tipo c é indicado
quando houver a necessidade de girar-se a peça de 180o para a rebarbação, o tipo b quando o volume de
rebarba for grande e o tipo d quando houver incerteza no cálculo do volume de material a forjar.
Na tabela 7 são mostrados valores para cada tipo de bacia, segundo três dimensões para a
mesma: pequena, média e grande, de acordo com ROSSI, p. l3l.
6. DIMENSIONAMENTO DO TARUGO
Através da hipótese de que o volume de material não seja alterado durante o processo,
calcula-se o volume da peça forjada final obtida no item 5 adicionando-se 3% de material previsto para
perdas por oxidações e descarbonetações no pré-aquecimento, no caso do forjamento de aços.
A especificação das dimensões do tarugo será feita de forma a facilitar a conformação,
buscando-se níveis de deformação próximos para as diversas direções do corpo (item 3).
Esta etapa é muito importante pois, a partir dela serão definidas as etapas de conformação
(item 3) e escolhida a máquina de trabalho quanto ao tipo e potência necessária.
O cálculo dos esforços e trabalhos no forjamento apresenta algumas dificuldades devido às
peculiaridades do processo como o fato de que a cada instante, o corpo sofre em seus diversos pontos
estados de tensões diferentes, perdas devido ao atrito entre peça e matrizes, altas velocidades e níveis de
deformação que impossibilitam o uso dos métodos comumente utilizados em outros processos para o
cálculo de tensões.
Desta forma, alguns autores desenvolveram métodos experimentais que fornecem resultados
confiáveis através da aplicação das condições de processamento em ábacos por eles obtidos.
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até 10 3 5
de 10 a 16 4 6
de 16 a 25 5 8
de 25 a 40 8 12
de 40 a 63 12 20
de 63 a 100 20 32
de 100 a 160 32 50
sl (mm)
até 25 2 3
de 25 a 40 3 4
de 40 a 63 5 6
de 63 a 100 6 8
de 100 a 160 8 10
de 160 a 250 12 16
médio 2,5 5 20 25 5 8 4 3
grande 3 6 29 35 6,5 10 5 4
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EM928 – PROJETO DO PROCESSO FORJAMENTO A QUENTE
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EM928 – PROJETO DO PROCESSO FORJAMENTO A QUENTE
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Quadro I :
Quadro II :
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Quadro III :
Kr = a.(Kfd)b
Rendiment a b Rendiment a b
o o
Quadro V :
Ls/Bm = 1 Fm = 0,979.Fs
Como critério de projeto citado no item 3, deve-se observar se a resistência real à deformação
Kr obtida do quadro III não ultrapassa a tensão limite de ruptura do material a forjar ou a tensão limite
de escoamento do material da matriz prevenindo falhas em qualquer uma das partes em contato.
O apêndice D no final deste roteiro, apresenta um exemplo de cálculo de esforços e energia que
utiliza o método descrito anteriormente.
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EM928 – PROJETO DO PROCESSO FORJAMENTO A QUENTE
Assim, o forjamento de aço a 1000 oC, uma dimensão de l00 mm no forjado corresponde na
matriz a uma gravação igual a 101 mm;
observar se a forma da peça não provoca durante o forjamento, deslocamentos horizontais da matriz
devido ao esforço normal, caso tal fato ocorra busca-se a eliminação desse efeito através do
forjamento simultâneo de outras peças, como exemplificado à figura 8:
garantir o alinhamento entre as matrizes através do uso de um sistema entre os mostrados na figura 9:
colunas guia, assentos cônicos ou inclinados, preferindo-se os assentos devido ao desgaste apresentado
pelas colunas com a conseqüente perda de tolerâncias dimensionais.
O dimensionamento da matriz para corte das rebarbas deve envolver o seguinte procedimento:
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EM928 – PROJETO DO PROCESSO FORJAMENTO A QUENTE
escolha de um material cujas propriedades após tratado termicamente adequem-se ao esforço de corte,
com características de alta dureza, resistência à fadiga e à abrasão, dentre esses materiais destacam-se
os aços de médio teor de carbono, aços-carbono ligados ao Mn, Cr, V e W.
especificação de ângulos e ajustes de acordo com os valores especificados na tabela 9 (ROSSI p. l40.)
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6 12 10 100
10 20 16 100
16 32 25 125
25 40 32 160
40 56 40 200
63 80 56 250
100 110 80 315
125 130 100 355
160 160 110 400
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de 5 a 10 0,5 de 20 a 30 0,5
de 10 a 20 0,8 de 30 a 45 0,8
de 20 a 25 1 de 45 a 60 1
de 25 a 30 1,2 de 60 a 70 1,2
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EM928 – PROJETO DO PROCESSO FORJAMENTO A QUENTE
h = 20 a 25 mm
h1 = 26 a 32 mm
r = 5 a 6 mm
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EM928 – PROJETO DO PROCESSO FORJAMENTO A QUENTE
Quadro II - Interação das variáveis do processo de forjamento a quente e das prensas utilizadas.
VARIÁVEIS DO PROCESSO VARIÁVEIS DA PRENSA
TAXA DE VELOCIDADE
DEFORMAÇÃO DE TRABALHO
MATERIAL
TEMPERATURA
DAS
MATRIZES
TEMPO DE
CONTACTO
TEMPERATURA
DE
FORJAMENTO
RIGIDEZ
ATRITO E
LUBRIFICAÇÃO
TOLERÂNCIAS,
PARALELISMO E
PLANEZA
GEOMETRIA
DO
FORJADO
CAPACIDADE
DE FORÇA
VARIAÇÕES NO PESO
E NA TEMPERATURA
DO FORJADO CAPACIDADE
DE ENERGIA
TOLERÂNCIAS CURSOS
FORÇA E ENERGIA
DO POR MINUTO
NECESSÁRIAS
FORJADO
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EM928 – PROJETO DO PROCESSO FORJAMENTO A QUENTE
energia disponível: suprida pela máquina para a efetivação do processo de conformação, esta energia
não inclui a parcela de energia necessária para vencer o atrito existente entre as partes móveis das
máquinas e aquela relativa às deformações elásticas das partes do equipamento, tais como colunas,
mesas, etc..;
força disponível: suprida pela prensa para efetivar a deformação do corpo metálico a forjar. Essa
força pode ser constante durante todo o percurso no caso das prensas hidráulicas ou variar de acordo
com cada posição do curso da máquina em relação ao seu ponto morto inferior, como no caso das
prensas mecânicas (excêntricas e de fricção);
número de cursos por minuto: tal característica determina a taxa de produção do equipamento;
tempo de contato sob pressão: tal característica é importante pois define a quantidade de calor que será
transferida do forjado para as matrizes, que poderá causar problemas quanto ao desgaste das
ferramentas e ao aumento da força necessária para forjamento devido ao resfriamento do forjado;
velocidade de trabalho (sob pressão): tal característica determina o tempo de contato entre matrizes e
forjado, bem como a taxa de deformação do processo. Esses dois fatores definem a tensão de
escoamento do material e conseqüentemente, a força e a energia necessárias ao processo.
Outra característica importante para escolha de uma prensa para o forjamento a quente refere-se
às dimensões necessárias na máquina para acomodar as matrizes, facilitar a introdução do material
aquecido e a retirada do forjado e finalmente, o percurso que deve ser suficiente para promover a
deformação total da peça a forjar. A figura 10 mostra tais dimensões.
O apêndice C deste roteiro apresenta algumas características de prensas utilizadas no
forjamento a quente.
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EM928 – PROJETO DO PROCESSO FORJAMENTO A QUENTE
11. BIBLIOGRAFIA
ROSSI, M., Estampado en caliente de los metales, Ed. Hoepli, Barcelona, l97l.
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Como referência bibliográfica auxiliar para a execução de cada etapa do projeto, tem-se:
etapas de fabricação: ROSSI, pp. 146 a 166.
temperaturas de trabalho: ROSSI, pp. l0 a 12
BILLIGMANN, pp. 41, 44, 77, 358, 359, 451,453.
CATALOGOS DE AÇOS VILLARES S/A
METALS HANDB00K, vol. 5 pp. 52, 119, 126.
METALS HANDB00K, vol. 1 pp. 424 e 731.
forjado: sobremetais: Norma Brasileira ABNT, p-PB-39.
tolerâncias BILLIGMANN, pp. 404 a 409
METALS HANDB00K, vol. 5, p.47.
ângulos: Norma ABNT, P-PB-39.
GRUNING, p. 64.
raios: GRUNING; pp. 65 e 66.
bacia de rebarbas: NB ABNT PPB-39
GRUNING, p. 63.
esforços e trabalhos: propriedades dos materiais forjados:
BILIGMANN, pp. 8 a 3l, 33, 75, 76, 8l, 84, l03, l58 a l60, 367, 368.
diagramas para cálculo: BILLIGMANN, pp. 95 a l09, ll9 a l23
GRUNING, pp. 47 a 5l.
dimensionamento das matrizes:escolha e preparação dos materiais:
BILLIGMANN, pp. 355, 356.
GRUNING, pp. 54 a 56.
CATALOGOS AÇOS VILLARES S/A.
METALS HANDB00K, vol. 5, pp. 27 a 29, 37.
METALS HANDB00K, vol.l, 730 a 733, 739.
seleção das máquinas: ROSSI, pp. 2ll a 307.
BILLIGMANN, pp. l63 a 28l.
METALS HANDB00K, vol. 5, pp. 1 a l9.
CATÁLOGOS DE FABRICANTES DE PRENSAS.
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EM928 – PROJETO DO PROCESSO FORJAMENTO A QUENTE
Essas características permitem manter-se intacta por longo tempo, a gravura das matrizes de
forjamento fabricadas com aço VMO e possibilitam seu uso em matrizes destinadas a trabalhar tanto em
martelos de queda como em prensas de forjamento.
Quando fornecido em blocos para matrizes e estampos, é submetido a um forjamento
TRIAXIAL que reduz sensivelmente a heterogeneidade existente no lingote e proporciona características
mecânicas bastante uniformes nas 3 direções principais do bloco, bem como grande durabilidade. De
qualquer modo, tendo em vista assegurar sempre os melhores resultados, permanece identificada a
direção principal do eixo longitudinal do lingote.
Recomenda-se, sempre que possível, que o rabo de andorinha e as impressões com cantos vivos
sejam corados perpendicularmente ao eixo do lingote, ou seja, transversalmente às fibras.
A fim de facilitar o controle de qualidade não-destrutivo e proporcionar economia de
mão-de-obra de desbaste ao cliente, os blocos TRIAXIAL, são fornecidos com todas as faces desbastadas
por usinagem.
Aplicações típicas: Matrizes de forjamento para prensa. Matrizes de forjamento para martelos de
queda. Estampos para estampagem a quente.
Estado de fornecimento: Os blocos de aço VMO podem ser fornecidos nas seguintes condições de
tratamento térmico:
1. Recozido, com dureza máxima de 250 HB, nesse estado, o bloco pode ser usinado com facilidade e é
normalmente temperado e revenido após a gravação;
2. Com beneficiamento integral, para a dureza especificada pelo cliente;
3. Com beneficiamento diferencial, que consiste em tratar 2/3 da altura do bloco para a dureza de
trabalho e o 1/3 restante para uma dureza menor, o que facilitar a usinagem do rabo de andorinha.
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EM928 – PROJETO DO PROCESSO FORJAMENTO A QUENTE
Recozimento: Havendo necessidade de uma retempera, o bloco (ou ferramenta usinada) deve ser
previamente recozido. Para evitar a descarbonetação superficial, recomenda-se realizar o tratamento
em atmosfera controlada ou com o bloco colocado em uma caixa e envolto em coque queimado ou
cavacos de ferro fundido. O conjunto é aquecido lentamente até 660-680 graus centígrados e mantido
nesta temperatura durante 6 horas no mínimo. Em seguida, resfriar à razão de 8 graus por hora, até 550
graus, quando o conjunto pode ser removido para resfriar ao ar, até 200 graus. Quando o bloco atingir
essa temperatura, pode ser retirado da caixa e resfriado ao ar calmo.
Tempera: Os blocos adquiridos no estado recozido devem ser beneficiados para a dureza de trabalho.
A tempera, primeira operação do beneficiamento, poderá ser executada de acordo com as seguintes
instruções:
Aquecer lentamente o bloco até a temperatura de 830 a 880 graus. A fim de assegurar boa
penetração do calor em toda a seção da matriz recomenda-se prever 4 a 5 horas de aquecimento por 100
mm de espessura, até que seja atingida a temperatura de tempera.
Nessa temperatura o bloco deve ser mantido cerca de 2 horas por 100 mm de espessura. Para
evitar a descarbonetação, principalmente da face da gravura, recomenda-se fazer aquecimento em fornos
com atmosfera controlada ou em banho de sal. Quando não se dispõe desses equipamentos, aconselha-se
colocar a matriz no forno com a face de gravura protegida por uma camada de carvão vegetal ou coque
queimado bem seco, em grãos.
Recomenda-se que a tempera seja feita em óleo com 50 a 60 graus e agitação violenta. Quando
a temperatura da superfície do bloco atingir cerca de 200 graus, este deve ser transferido imediatamente
para o forno de revenido.
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EM928 – PROJETO DO PROCESSO FORJAMENTO A QUENTE
180
160 1
2
140
beneficiado para
120 1 resistência de 1600 MPa
0
200
250
300
350
400
450
500
600
700
1 - temperado e revenido
para resistência de 1600
Tem peratura ( C) MPa
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EM928 – PROJETO DO PROCESSO FORJAMENTO A QUENTE
Tendo por base a figura B.1, descreve-se os seguintes passos para a execução do procedimento:
1. Desenhar a vista lateral e a planta do forjado numa escala conveniente, se possível em escala 1:1
(Figura B.1-a);
2. Desenhar a linha de rebarbas ao redor do forjado, como mostrado na figura B.1-a;
3. A uma distância conveniente da planta, traçar uma linha-base paralela ao eixo longitudinal do forjado,
como mostrado na figura B.1-b;
4. Dividir o forjado em elementos de acordo com a forma do forjado, baseando-se por exemplo, em
formas geométricas ou em mudanças bruscas nas dimensões (O forjado da figura B.1-c foi dividido em
três elementos: um cilindro vertical em cada extremidade e um cilindro horizontal que une os dois
anteriores);
5. Traçar uma linha horizontal através de cada um dos elementos, que contenha a maior e a menor
seções-transversais desses elementos. Prolongar essas linhas horizontais além da linha-base traçada no
item 3, como mostrado nas figuras B.1-b e B.1-c;
6. Calcular a área de cada uma dessas seções transversais e anotar tais valores nas respectivas linhas
horizontais;
7. A partir da linha-base, traçar uma linha contendo os valores dessas áreas calculadas, utilizando uma
escala apropriada (Figura B.1-b). Caso haja necessidade utilizar outros pontos para suavizar a curva
obtida;
8. Adicionar à curva obtida em 7, a área da seção transversal da rebarba;
9. Calcular a seção transversal do pré-forjado em cada linha horizontal, medindo a distância da
intesecção da linha-base com cada uma das linhas horizontais;
10. Calcular o diâmetro D do pré-forjado em cada linha horizontal, usando a expressão da área de um
círculo. Plote as dimensões encontradas, simetricamente a uma linha de referência (Figura B.1-c).
Trace uma linha ao longo dos pontos plotados. Produzindo um pré-forjado com essa linha de
contorno, garantir-se-á que o escoamento do material a forjar durante as etapas de pré-forjamento e
forjamento seja o melhor possível.
28
Figura B.1 - Determinação da geometria de uma peça pré-forjada.
APÊNDICE C - PRENSAS UTILIZADAS PARA O FORJAMENTO A QUENTE
Neste apêndice são apresentadas as diversas prensas e máquinas auxiliares que podem ser
empregadas para a fabricação de peças forjadas a quente.
Cabe destacar que os modelos e especificações apresentadas referem-se à linha de produção de
PRENSAS SCHULER, DIVISÃO HASENCLEVER porém, os tipos de prensas apresentados são comuns
a outros fabricantes.
Os tipos de máquinas descritas serão na ordem:
- prensas hidráulicas;
- prensas excêntricas;
- prensas de fricção por parafuso;
- forjadoras rotativas.
As figuras C.2-a e b mostram respectivamente a prensas excêntrica modelo VER e as peças que
nelas podem ser forjadas.
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EM928 – PROJETO DO PROCESSO FORJAMENTO A QUENTE
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EM928 – PROJETO DO PROCESSO FORJAMENTO A QUENTE
As figuras C.3-a, b e mostram respectivamente, uma prensa de fricção e as peças que ela pode
produzir.
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EM928 – PROJETO DO PROCESSO FORJAMENTO A QUENTE
As figuras C.4-a e b mostram respectivamente, o esboço da forjadora e as peças que nela podem
ser produzidas.
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EM928 – PROJETO DO PROCESSO FORJAMENTO A QUENTE
Os cálculos serão realizados considerando o forjamento a quente de uma peça obtida a partir de
um tarugo ambos mostrados na figura D.1.
e para a primeira etapa uma temperatura de trabalho de 1000 oC (Apêndice A), tem-se do quadro I que
Do quadro II, definindo-se por uma prensa excêntrica (prensa mecânica rápida):
No quadro VI, o trabalho pode ser calculado considerando que o deslocamento da matriz
superior foi igual a
h = 114 - 72 mm = 42 mm T = 106.200 . 42 T = 4,4 . 104 J
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EM928 – PROJETO DO PROCESSO FORJAMENTO A QUENTE
e para a segunda etapa uma temperatura de trabalho de 950 oC (Apêndice A), tem-se do quadro I que
Do quadro II, definindo-se por uma prensa excêntrica (prensa mecânica rápida):
tem-se
Fforj = Kr . Aproj ou Fforj = 357.274 kgf
No quadro VI, o trabalho pode ser calculado considerando que o deslocamento da matriz
superior foi igual a
h = 72 - 50 mm = 22 mm
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EM928 – PROJETO DO PROCESSO FORJAMENTO A QUENTE
Como critério de cálculo, verifica-se que tanto na primeira quanto na segunda etapa do processo
o valor de Kr não ultrapassa a tensão limite de resistência do aço ABNT 4340 à temperatura de
forjamento, nem a tensão limite de escoamento do material da matriz à temperatura de trabalho de
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