Dissertação de Mestrado
Dissertação de Mestrado
Dissertação de Mestrado
FORMAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO
Porto
Outubro 2015
CONTRATO DE SEGURO
FORMAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO
Porto
Outubro 2015
A presente dissertação de Mestrado, elaborada sob a orientação do Exmo. Senhor Professor
Doutor Júlio Gomes, a quem agradeço o seu apoio e disponibilidade, marca o fim de uma
importante etapa na minha vida.
– Nelson Mandela
– Charles Chaplin
INDICAÇÕES DE LEITURA
A primeira citação de todas as obras realiza-se pela referência bibliográfica completa e nas
seguintes constará apenas o autor e a data da obra.
A utilização de itálicos neste trabalho limita-se aos latinismos e às palavras escritas noutras
línguas.
ABREVIATURAS E SIGLAS
Ac. – Acórdão
B. G. B. - Bürgerliches Gesetzbuch
Cfr. – Conforme
D. L. – Decreto- Lei
Ss. - Seguintes
Vd. – Vide
Vol. – Volume
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 7
3. A Apólice ............................................................................................................ 18
INTRODUÇÃO
O aumento do comércio pelo mar, no final do século XIII, princípio do século XIV, teve
como consequência o impulso do seguro marítimo. Este assumiu um papel fundamental
na evolução histórica dos seguros, surgindo assim o contrato de seguro, sobretudo nas
cidades mercantis de Itália e Espanha. Mas foi a partir do século XIX que a atividade
seguradora se desenvolveu extraordinariamente, constando do Código Comercial
Português de 1888, nos artigos 425.º e seguintes, a primeira sistematização do regime
jurídico da atividade seguradora em Portugal. (1)
Esta reforma, que entrou em vigor no dia 1 de Janeiro de 2009, teve como escopo evitar
uma legislação dispersa de modo a facilitar o melhor conhecimento do regime jurídico
(2)
do contrato de seguro, esclarecendo, por conseguinte, várias dúvidas existentes.
Contudo a sua regulamentação não deixa de ser um tanto complexa.
A lei nova não define o contrato de seguro mas descreve o seu conteúdo típico no artigo
1.º, indicando as obrigações principais e características que decorrem para as partes
deste contrato. O seguro é assim o contrato pelo qual uma parte, o segurador, mediante
retribuição – o prémio – suporta um risco determinado (evento futuro e incerto) da outra
parte, do tomador de seguro ou de outrem, obrigando-se a realizar a prestação
convencionada em caso de ocorrência do evento aleatório previsto no contrato,
(1)
Pedro Romano Martinez – Direito dos Seguros Apontamentos, 1.ª edição, Principia, Cascais, 2006,
págs. 28 a 31.
(2)
Vd. Preâmbulo da Lei do Contrato de Seguro Anotada, 2.ª ed., Almedina, Coimbra, 2011.
7
Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
(5)
“O risco é o elemento determinante do objeto do contrato de seguro.” O regime
comum do contrato de seguro, nomeadamente as regras respeitantes à formação,
execução e cessação do vínculo contratual, consta do Título I, dos artigos 16.º a 38.º L.
C. S. Contudo, a consagração deste regime específico não afasta a aplicação dos
regimes gerais como é o caso do Código Civil, do Código Comercial, da legislação
sobre defesa do consumidor e da Lei das cláusulas Contratuais Gerais.
(3)
Margarida Lima Rego – O contrato e a apólice de seguro in Temas de Direito dos Seguros: a propósito
da nova lei do contrato de seguro, Almedina, 2012, págs. 18 e ss.
(4)
Cfr. Joana Galvão Teles – Deveres de informação das partes in Temas de Direito dos Seguros,
Almedina, 2012, pág. 250.
(5)
Citando Pedro Romano Martinez, 2006, pág. 57.
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Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
(6)
Joana Galvão Teles, 2012, pág. 214.
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Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
celebrar, concretizando, nas diversas alíneas que a compõem, os elementos que são
objeto do mesmo (7):
d) Valor total do prémio ou, não sendo possível, do seu método de cálculo, assim como
das modalidades de pagamento do prémio e das consequências da falta de pagamento;
l) Regime relativo à lei aplicável, com indicação da lei que o segurador propõe que seja
escolhida.
Para além disto, o segurador deve também “informar o tomador do seguro do local e
nome do Estado em que se situa a sede social e o respetivo endereço, bem como, se for
caso disso, da sucursal através da qual o contrato é celebrado e do respetivo endereço”,
conforme o art.º 20.º L. C. S.
(7)
Cfr. Joana Galvão Teles, 2012, págs. 213 e ss.
10
Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
(9)
No contrato de seguro existem condições gerais e especiais que são dois tipos de
cláusulas contratuais gerais. As condições gerais aplicam-se a todos os contratos de
seguro de um mesmo ramo.
(8)
Neste sentido, Joana Galvão Teles, 2012, pág. 220.
(9)
Existem ainda condições particulares mas que variam de contrato para contrato, uma vez que são
negociadas individualmente, e portanto em caso de divergência estas prevalecem sobre as condições
gerais ou especiais, conforme o art.º 7.º L. C. C. G. – “As cláusulas especificamente acordadas
prevalecem sobre quaisquer cláusulas contratuais gerais, mesmo quando constantes de formulários
assinados pelas partes”.
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Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
Na interpretação das cláusulas contratuais tem de se ter em conta o regime das cláusulas
contratuais gerais previsto no Decreto-Lei nº 446/85, de 15 de Outubro e o regime geral
do Código Civil previsto nos artigos 236.º e seguintes.
Assim, nos termos do artigo 10.º L. C. C. G. “As cláusulas contratuais gerais são
interpretadas e integradas de harmonia com as regras relativas à interpretação e
integração dos negócios jurídicos, mas sempre dentro do contexto de cada contrato
singular em que se incluam”, o que nos remete para o art.º 236.º do C. C.
Destarte, a interpretação de uma cláusula negocial inserida num contrato de seguro deve
ser feita em sentido objetivo: “A declaração negocial vale com o sentido que um
declaratário normal, colocado na posição do real declaratário, possa deduzir do
comportamento do declarante, salvo se este não puder razoavelmente contar com ele.
Sempre que o declaratário conheça a vontade real do declarante, é de acordo com ela
que vale a declaração emitida”.
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Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
da relação de contrato de seguro, a cumprir por ambas as partes (art.º 18.º a 23.º e art.º
24.º a 26.º da L. C. S.).
O art.º 24.º L. C. S., que corresponde ao regime anterior previsto no corpo do art.º 429.º
C. Com., sob a epígrafe “declaração inicial do risco”, define o regime de deveres de
informação pré-contratuais (por surgir antes da celebração do contrato e com vista à
celebração do mesmo) a cargo do tomador de seguro ou do segurado, englobando todas
as circunstâncias conhecidas por si, que possam influenciar a apreciação do risco –
podendo influir sobre a decisão de contratar ou de contratar naquelas condições –
verificadas até ao momento da celebração do contrato: “o tomador do seguro ou o
segurado está obrigado, antes da celebração do contrato, a declarar com exatidão todas
as circunstâncias que conheça e razoavelmente deva ter por significativas para a
apreciação do risco pelo segurador”.
Deste modo, o nosso legislador perdeu uma ocasião histórica de rever o sistema de
questionário. Em vez de adotar o sistema de questionário fechado como existe noutras
legislações, como na Alemã por exemplo, manteve-se fiel à ideia do questionário aberto
e sobretudo do questionário facultativo. Ou seja, no nosso sistema é o tomador do
seguro quem tem, espontaneamente, que declarar todas as circunstâncias que conheça e
razoavelmente deva ter por significativas e deve fazê-lo mesmo que o segurador opte
por não fazer questionário. Se o segurador optar por apresentar um questionário, o
tomador do seguro ou segurado não pode limitar-se a responder às perguntas feitas,
devendo para além de isso declarar todas as circunstâncias que conheça e razoavelmente
deva ter por significativas para a apreciação do risco – vide. Ac. do Tribunal da Relação
do Porto (T. R. P.) n.º 172/13.4TBMAI.P1 in www.dgsi.pt: “O tomador do seguro está
obrigado, antes da celebração do contrato, a declarar com exatidão todas as
circunstâncias que conheça e razoavelmente deva ter por significativas para apreciação
do risco pelo segurador, ainda que as mesmas não sejam solicitadas em questionário
fornecido pelo segurador”. Esta regra é “igualmente aplicável a circunstâncias cuja
menção não seja solicitada em questionário eventualmente fornecido pelo segurado para
o efeito” – art.º 24.º, n.º 2 L. C. S.
13
Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
(10)
cognoscíveis, isto é, aquelas que ele poderia ou, mesmo, deveria conhecer”.
Concluindo, o questionário não é um dever mas uma faculdade que o segurador pode ou
não utilizar o qual pode ser realizado de tal forma que não esgote todas as questões
relevantes. Consequentemente, o tomador do seguro não pode partir da premissa que o
questionário esgota as questões relevantes. Se existir mais matéria que o tomador do
seguro deva considerar importante então terá de mencionar.
Acresce referir, para além disto, nos termos do n.º 3 do mesmo preceito “o segurador
que tenha aceitado o contrato, salvo havendo dolo do tomador do seguro ou do segurado
com o propósito de obter uma vantagem, não pode prevalecer-se:
“O dolo tem de ser causa do erro e este tem de ser essencial para o declarante.” (11)
(10)
Cfr. Júlio Gomes – O dever de informação do (candidato a) tomador do seguro na fase pré-contratual,
à luz do Decreto-Lei n.º72/2008, de 16 de Abril, 2011, pág. 405.
(11)
Joana Galvão Teles, 2012, pág. 270.
14
Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
Por várias razões, designadamente porque no século XIX quando o código comercial
surgiu não havia ainda uma distinção clara entre nulidade e anulabilidade, pois os
interesses que estavam em jogo não pareciam ser de ordem pública que justificassem a
nulidade. A doutrina dominante, como por exemplo o Professor Doutor Menezes
Cordeiro defendia já face ao código comercial que onde estava escrito nulidade devia
entender-se como uma anulabilidade, sendo essa a posição e orientação seguida pelos
nossos tribunais.
Se ocorrer sinistro o segurador não está obrigado a cobri-lo se aquele ocorrer antes de
ter tido conhecimento do incumprimento doloso mas se ocorrer no decurso do prazo dos
três meses segue-se o regime geral da anulabilidade, isto é, segundo alguns autores será
necessária ação judicial.
15
Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
mentira para não cobrir o sinistro, muito embora a doença do tomador do seguro não
afetasse em nada o risco de atropelamento – preceito claramente punitivo. Assim, nos
termos do Ac. T. R. P. n.º 172/13.4TBMAI.P1, in www.dgsi.pt: “O cumprimento do
dever de declaração do risco não se esgota no preenchimento do eventual questionário
que acompanha a proposta ou com a entrega desta. Ele acompanha toda a fase de
formação do contrato e o seu cumprimento terá de aferir-se pelas circunstâncias que
venham ao conhecimento do proponente até à conclusão do contrato. Para a
anulabilidade do contrato de seguro prevista no art.º 25.º, n.º 1, da L. C. S. não é
exigível a omissão ou a declaração inexata suscetíveis de influenciar a seguradora na
decisão de contratar, tal apenas acontece para as omissões ou inexatidões negligentes
(artigo 26.º, n.º 4 al. b) da L. C. S.) ”.
a) Propor uma alteração do contrato, fixando um prazo, não inferior a 14 dias, para o
envio da aceitação ou, caso a admita, da contraproposta;
b) Fazer cessar o contrato, demonstrando que, aquele segurador, em caso algum, celebra
contratos para a cobertura de riscos relacionados com o facto omitido ou declarado
inexatamente.
Segundo o n.º 2 desta disposição legal “o contrato cessa os seus efeitos 30 dias após o
envio da declaração de cessação ou 20 dias após a receção pelo tomador do seguro da
proposta de alteração, caso este nada responda ou a rejeite”, sendo o prémio devolvido
em proporção do tempo atendendo à cobertura havida.
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Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
O contrato de seguro para ser válido não depende da observância de forma especial, nos
termos do art.º 32.º L. C. S. A lei deixa de exigir a forma escrita como requisito de
validade do contrato de seguro, alterando-se assim substancialmente o regime anterior.
Trata-se, portanto, de um contrato consensual (12) (13), bastando o acordo de duas ou mais
vontades, para se ter um contrato válido. Todavia, apesar de imperar a liberdade de
forma, continua a ser obrigatória a forma escrita, mas apenas para efeitos de prova do
ato da sua perfeição ou existência (ad probationem). “…A apólice emitida pelo
segurador como expressão da sua vontade de aceitar a proposta do tomador do seguro é
o instrumento probatório por excelência, pois trata-se de um modo apto para verificar o
negócio jurídico, ou seja, o acordo de vontades”. (14)
Se a forma escrita não tiver sido usada pelas partes, o segurador tem o dever de reduzi-
lo a escrito, de datar e assinar esse documento escrito e entregá-lo ao tomador do
seguro. (15)
(12)
Isaac Halperin – Seguros. Exposición Crítica de la ley 17.418, Depalma, Buenos Aires, 1972, n.º 45,
pág. 196.
(13)
Rúben S. Stiglitz – La Póliza. Condiciones Particulares y Generales in Revista del derecho comercial y
de las obligaciones, Ediciones Depalma, Buenos Aires, 1980, págs. 53 e ss.
(14)
Rubén S. Stiglitz, 1980, pág. 54.
(15)
Desta forma “distingue-se as apólices que correspondem ao documento constitutivo de um contrato de
seguro e aquelas que configuram um documento reprodutivo de um contrato de seguro previamente
celebrado” – cfr. Margarida Lima Rego, 2012, pág. 25.
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Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
3. A Apólice
Destarte, podemos afirmar que a apólice tem uma natureza contratual e, por isso,
aplicar-lhe as regras previstas para a interpretação das declarações negociais, apesar de
a lei não versar diretamente sobre a questão da sua natureza jurídica.
Para além disto a apólice tem um conteúdo mínimo (18) previsto no n.º 2 do art.º 37.º:
(16)
Margarida Lima Rego, 2012, pág. 25.
(17)
M. ª Luisa Aparicio González – Consideraciones generales sobre la naturaleza jurídica de la póliza del
contrato de seguro in Estudios jurídicos en homenaje al Professor Aurelio Menendez, Tomo III, Editorial
Civitas, S.A., Madrid, 1996, pág. 2731.
(18)
O cumprimento dos deveres de informação pré-contratuais não afasta a necessidade de incluir na
apólice um núcleo mínimo legalmente exigido de informação, objetivando uma maior garantia do
conhecimento das condições contratuais por parte do tomador do seguro.
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Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
c) A natureza do seguro;
d) Os riscos cobertos;
Desta maneira, tudo o que foi acordado consta da apólice e a interpretação do contrato
de seguro efetua-se tendo em conta o texto da apólice. Se não estiver incluído na apólice
considera-se inexistente.
Após o segurador formalizar o contrato através da apólice de seguro, que deve ser
datada e assinada (a assinatura pode ser substituída por simples reprodução mecânica,
art.º 373.º, n.º 2 C. C.), tem a obrigação de a entregar ao tomador do seguro – art.º 32.º,
n.º 2, segunda parte – “o segurador é obrigado a formalizar o contrato num instrumento
escrito, que se designa por apólice de seguro, e a entregá-lo ao tomador do seguro”.
(19)
Margarida Lima Rego, 2012, pág. 29.
19
Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
O segurador pode enviar a apólice ao tomador do seguro por correio eletrónico, pode
também entregá-la em mão ou em suporte eletrónico mas “a lei já não permite ao
segurador exonerar-se deste dever se complementar a entrega de apenas uma parte da
documentação com uma indicação da página da internet onde o tomador poderá
descarregar as condições gerais da apólice. Este modo de prestar a informação é
insuficiente, quer porque os conteúdos disponibilizados na internet são voláteis, não
oferecendo garantias de durabilidade em versão inalterada, quer porque a lei exige um
ato de entrega.
3) Entregue a apólice de seguro, não são oponíveis pelo segurador cláusulas que dela
não constem, sem prejuízo do regime do erro negocial;
4) Havendo atraso na entrega da apólice, não são oponíveis pelo segurador cláusulas
que não constem de documento escrito assinado pelo tomador do seguro ou a ele
anteriormente entregue;
(20)
Margarida Lima Rego, 2012, pág. 26.
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Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
6) Decorrido o prazo previsto no n.º 1 e enquanto a apólice não for entregue, o tomador
do seguro pode resolver o contrato, tendo a cessação efeito retroativo e o tomador do
seguro direito à devolução da totalidade do prémio pago.
Concluindo, o segurador não pode tirar partido do que ficou acordado no contrato sem
que cumpra esta sua obrigação de entrega da apólice ao respetivo tomador do seguro.
21
Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
Terminado que seja aquele indicado prazo de trinta dias apenas passa a ser invocável a
desconformidade do conteúdo da apólice relativamente a um documento escrito ou
outro suporte duradouro: “decorridos 30 dias sobre a data da entrega da apólice sem que
o tomador do seguro haja invocado qualquer desconformidade entre o acordado e o
conteúdo da apólice, só são invocáveis divergências que resultem de documento escrito
ou de outro suporte duradouro”, incluindo-se documentos não escritos como as
gravações de voz ou de imagem.
Assim, após o tomador do seguro ter chegado a um acordo com o segurador recebe a
apólice e se nela houver uma divergência com o acordado, não deve interpretar-se no
sentido de que o tomador tenha aceitado as novas condições ou alterações do contrato
constantes do texto da apólice que diferirem do previamente acordado. Pelo contrário, o
tomador do seguro deve receber um documento escrito que reproduza o conteúdo do
(21)
Vd. Paula Ribeiro Alves – Contrato de seguro à distância – o contrato electrónico, Almedina,
Coimbra, 2009, pág. 116.
22
Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
Uma vez que esta disposição sobre a consolidação do contrato de seguro foi qualificada
com carácter de imperatividade relativa nos termos do art.º 13.º L. C. S., então o regime
que resulta deste preceito apenas poderá ser afastado em benefício de um regime mais
favorável ao tomador do seguro, ao segurado ou ao beneficiário da prestação de seguro
e, por consequência, o prazo de trinta dias poderá ser ampliado uma vez que a sua
prorrogação beneficia o tomador do seguro.
Antes do período de trinta dias terminar, a apólice não vale como meio de prova da
declaração negocial do tomador do seguro pelo facto de ser um documento escrito
redigido apenas por uma das partes do contrato, o segurador.
“Questiona-se se esta disposição não será um pouco excessiva, tendo em conta que o
tomador do seguro, mesmo que use da diligência que lhe é exigível e leia a apólice e,
até, peça ao segurador informações sobre questões que lhe suscitem dúvidas,
dificilmente conseguirá exaurir todas as questões. E a probabilidade de existirem
(22)
Este ónus também poderá ser usado pelo segurado se souber dos termos em que a formação do
contrato se desenrolou.
(23)
Margarida Lima Rego, 2012, pág. 36.
(24)
F. Sanchéz Calero – Ley de Contrato de Seguro, comentários a la Ley 50/ 1980, de 8 de octubre, y a
sus modificaciones, 4.ª ed., Aranzadi, Navarra, 2010, pág. 261 e 262.
23
Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
documentos escritos sobre a divergência não é grande. Embora com o correio eletrónico
seja mais frequente que o conteúdo da negociação do contrato fique registada.” (25)
1.2. O Artigo 8.º, n.º 9, último parágrafo da Lei do Contrato de Seguro Espanhola
Quer dizer, “se o conteúdo da apólice diferir da proposta de seguro ou das cláusulas
acordadas, o tomador do seguro pode pedir ao segurador para resolver essa divergência
no prazo de um mês a partir da entrega da apólice. Se não efetuar a reclamação durante
esse prazo, o tomador do seguro fica sujeito ao disposto na apólice. O estabelecido neste
parágrafo inserir-se-á em toda a apólice do contrato de seguro”. (28)
(25)
Paula Ribeiro Alves, 2009, pág. 116.
(26)
Cfr. Fernando Sánchez Calero – La póliza de seguro in Comentários a la Ley de contrato de seguro,
Colegio Universitario de Estudios Financeiros, Madrid, 1983, págs. 291 a 295.
(27)
Vd. José Luis Pérez-Serrabona González – El contrato de seguro, interpretación de las condiciones
generales, Editorial Comares, Granada, 1993, págs.123 e ss.
(28)
O prazo de trinta dias é válido para o tomador do seguro fazer uso da faculdade, não é válido para a
modificação, que pode efetuar-se após o término do prazo – Cfr. F. Sánchez Calero, 1983, pág. 294.
(29)
F. Sanchez Calero, 2010, pág. 262.
24
Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
No caso sub judice insere-se não na apólice mas nas condições gerais fornecidas pelo
segurador que fazem parte dos documentos preliminares complementares, sendo a
apólice um documento distinto.
O último parágrafo do n.º 9 do art.º 8.º da Lei de contrato de seguro espanhola (31) é um
dos fundamentos de que o contrato de seguro não se concebe como um contrato formal
(32)
pois este meio de adequação do conteúdo da apólice a condições acordadas
anteriormente explana um prévio e verdadeiro consentimento que originou o contrato.
Essas condições podem ser escritas ou não escritas. Contudo, se forem verbais, a prova
da sua desconformidade com o conteúdo da apólice já será mais difícil, mas não impede
o tomador do seguro de pedir a correção da discrepância.
(30)
L. Fernando Reglero Campos – Ley do contrato de seguro: jurisprudencia comentada, 1.ª ed.,
Aranzadi, Navarra, 2007, pág.184.
(31)
Ver STS (Civil) de 4 de febrero de 2003 (RJ 2003, 843).
(32)
F. Sanchez Calero, 2010, pág. 258.
(33)
Cfr. Código Civil Anotado, Vol. I, 3.ª ed., Coimbra Editora, Limitada, 1982, pág. 211, anotação ao
artigo 221.º, n.º 1.
25
Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
No entanto, passado um mês da entrega da apólice, sem que o tomador do seguro efetue
qualquer reclamação, as condições acordadas anteriormente deixam de ser relevantes e
o tomador do seguro fica sujeito ao disposto na apólice, originando-se uma espécie de
sanação das divergências existentes.
Após o decurso do prazo de trinta dias também preclude, nos termos do art.º 23.º, n.º 3
da L. C. S., o direito de resolução do contrato pelo tomador do seguro tendo por base o
facto de “as condições da apólice não estarem em conformidade com as informações
prestadas antes da celebração do contrato” (art.º 23.º, n.º 4 L. C. S.). Cessa também o
direito de resolução do tomador do seguro com base na inobservância das menções
obrigatórias da apólice, incumprindo o segurador os deveres de informação – aplicando-
se também às informações pré-contratuais legalmente exigíveis, quando não prevejam
regime especial aplicável na situação de incumprimento –, segundo o art.º 37.º, n.º 4 e
art.º 24.º, n.º 2 e 3, sem prejuízo do tomador do seguro poder corrigir a apólice em
qualquer momento, de acordo com o art.º 37.º, n.º 4, parte final L. C. S. (este direito só
não existe “quando a falta do segurador não tenha razoavelmente afetado a decisão de
contratar da contraparte ou haja sido acionada a cobertura por terceiro”, art.º 23.º, n.º 2,
parte final).
26
Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
comercial desleal, (34) o contrato é anulável a pedido do consumidor, podendo este optar
por requerer a modificação do contrato segundo juízos de equidade ou, caso a
invalidade afete apenas uma ou mais cláusulas do contrato, o consumidor pode optar
pela manutenção do contrato reduzido ao seu conteúdo válido – art.º 14º do DL
57/2008, de 26 de Março. O consumidor lesado será ressarcido nos termos gerais – art.º
15 do citado diploma legal. (35)
Não obstante, se existir um erro, gera-se um vício da vontade que permite ao tomador
de seguro anular o contrato e a passagem do prazo não produz o efeito de sanar esse
vício, mantendo-se a possibilidade de exercício da ação de impugnação.
Se os acordos forem realizados por um mediador de seguro e a apólice for emitida por
este, no caso de o mediador ter poderes de representação, então considera-se que a
proposta efetuada e as cláusulas acordadas vinculam o segurador. Se por ventura o
mediador não tiver poder de representação, então os acordos que celebrou não vinculam
o segurador. Porém, se o agente indicou a denominação do segurador, significa que ele
agiu como seu representante aparente.
(34)
Entende-se como prática comercial desleal qualquer prática comercial desconforme à diligência
profissional, que distorça ou seja suscetível de distorcer de maneira substancial o comportamento
económico do consumidor seu destinatário ou que afete este relativamente a certo bem ou serviço – art.º
5.º do DL 57/2008, de 26 de Março. Qualifica-se como enganosa a prática comercial desleal que omite
uma informação com requisitos substanciais para uma decisão negocial esclarecida do consumidor ou em
que essa informação seja apresentada de modo pouco claro, ininteligível ou tardio, conduzindo ou
suscetível de conduzir o consumidor a tomar uma decisão de transação que não teria tomado de outro
modo – art.º 9.º, n.º 1, alíneas a) e b) do mesmo diploma legal.
(35)
Ver Arnaldo Costa Oliveira e Eduarda Ribeiro, anotação ao art.º 23.º da Lei do Contrato de Seguro
Anotada, 2.ª ed., Almedina, Coimbra, 2011, pág. 129.
27
Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
Assim, se o tomador do seguro agiu de boa-fé deve assumir-se que estamos perante um
caso que poderá dar origem à faculdade do tomador do seguro em solicitar ao segurador
que retifique o texto da apólice no que este tiver modificado relativamente ao acordado.
Como defende Fernando Sánchez Calero, o art.º 8.º, n.º 9, último parágrafo, da Lei do
Contrato de Seguro Espanhola poderá ter-se baseado no art.º 12.º da Lei argentina (lei
17.418) (36) que enuncia:
(36)
F. Sanchez Calero, 2010, pág.258.
28
Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
Rúben S. Stiglitz defende que deve ser considerada abusiva esta solução do art.º 12.º -
por mero vencimento do prazo de caducidade o contrato fica perfeito – pois as
modificações feitas pelo segurador não são individualizadas, logo tem de ser o tomador
do seguro a comparar as cláusulas da sua proposta com as condições gerais da apólice, a
qual foi redigida por pessoas com conhecimentos específicos em seguros, capacidades
que o tomador do seguro em regra não possui. (37)
(37)
Rúben S. Stiglitz – Diferencias entre el contenido de la propuesta y la póliza. Emisión de la póliza
com modificaciones a la propuesta in Derecho de seguros, Tomo I, 5.ª ed., La Ley, Buenos Aires, 2008,
pág. 577.
(38)
Rúben S. Stiglitz, 2008, pág. 578.
29
Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
(42)
A fonte do artigo 12.º da Lei do Contrato de Seguro Argentina foi o artigo 4.º do
Anteprojeto Halperin de 1959 que estabelecia:
(39)
Rúben S. Stiglitz, 2008, pág. 579.
(40)
Cfr. Código Civil Anotado, 1982, anotação ao art.º 232.º, pág. 219.
(41)
Código Civil Anotado, 1982, anotação ao art.º 233.º, pág. 220.
(42)
Rúben S. Stiglitz, 2008, pág. 579.
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Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
No entanto, o artigo 12.º da Lei do Contrato de Seguro Argentina omitiu esta forma do
tomador do seguro tomar conhecimento das diferenças entre a proposta e a apólice e
como tal, após o prazo de um mês o contrato conclui-se.
Rúben S. Stiglitz (43) propõe duas soluções caso existam modificações ao conteúdo do
contrato por parte do segurador. Na primeira solução o segurador deveria emitir uma
declaração informando o tomador do seguro acerca das modificações que fez, o que
importaria uma nova oferta à qual o tomador do seguro poderia aderir ou não. No caso
do tomador do seguro não aderir, não se aplicaria o disposto no art.º 12.º da Lei do
Contrato de Seguro Argentina e portanto o contrato não ficaria perfeito.
A outra solução seria exigir que o segurador inserisse de forma destacada e visível quais
as modificações relativamente ao acordado e nesse caso, na hipótese do tomador do
seguro não reclamar dentro do prazo legal, as alterações considerar-se-iam aceites e
incorporadas no contrato de seguro. Ou seja, para que o prazo de caducidade se aplique
então o segurador teria de colocar no texto da apólice em caracteres bem percetíveis as
modificações que propõe e que não tenham sido reclamadas.
O ponto 3 do art.º 12.º da Lei do Contrato de Seguro Argentina refere que a impugnação
das diferenças não afeta a eficácia do contrato quanto ao restante (sem prejuízo do
tomador rescindir o contrato nesse momento), mas acrescenta-se “somente se essas
diferenças não recaírem sobre elementos essenciais” – solução admitida pelo artigo
1151-2 do “Projeto de Unificação da Legislação Civil e Comercial da Nação” – pois
caso contrário essas diferenças devem considerar-se não escritas ficando o segurador
obrigado a respeitar o previamente acordado com o tomador do seguro (mesma solução
(43)
Rúben S. Stiglitz, 2008, pág. 581.
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Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
O art.º 12.º da Lei do Contrato de Seguro Argentina teve como fonte os artigos 25.º e
(45)
26.º da Lei do Contrato de seguro Mexicana: “se o conteúdo da apólice ou as suas
modificações não forem concordantes com a oferta, então o tomador do seguro poderá
pedir a retificação correspondente dentro dos trinta dias seguintes ao dia que receber a
apólice. Passado esse prazo considerar-se-ão aceites as estipulações da apólice ou as
suas modificações. O artigo anterior deverá inserir-se textualmente na apólice”.
Halperin y Morandi salientam que o art.º 12.º da Lei do Contrato de Seguro Argentina
teve também como fonte o art.º 5.º da Lei do Contrato de Seguro Alemã (46):
2- Porém, a aceitação tácita do tomador do seguro não tem efeito a não ser que o
segurador, no momento da expedição da apólice recorde o tomador do seguro da
disposição precedente. Isto resulta de uma comunicação escrita, ou de uma menção feita
em caracteres bem visíveis na apólice; cada uma das diferenças do texto deve ser objeto
de uma chamada ou de uma menção particular.
(44)
Rúben S. Stiglitz, 2008, pág. 583.
(45)
Rúben S. Stiglitz, 2008, pág. 582.
(46)
F. Sánchez Calero, 2010, pág. 259; Halperin y Morandi – Seguros, I, 2ª ed., págs. 345 e ss.
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Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
Este artigo 5.º afasta-se do B. G. B. no seu parágrafo 150, ponto 2 que estabelece que
“Eine Annahme unter Erweiterungen, Einschränkungen oder sonstigen Änderungen gilt
als Ablehnungverbunden mit einem neuen Antrag.”. Isto é, “…uma aceitação com
aditamentos, limitações ou outras modificações vale como rejeição associada a uma
nova oferta”. Chega-se assim à conclusão que o art.º 12.º da Lei do contrato de seguro
Argentina e o art.º 5.º da Lei do contrato de seguro Alemã se afastam ambos do
princípio de que a aceitação deve coincidir sobre todos os pontos da oferta para que o
contrato se conclua. (47)
(47)
Rúben S. Stiglitz, 2008, pág. 583.
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Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
Porém, o segurador por vezes modifica o que ficou previamente acordado com o
tomador do seguro e insere essas alterações no texto da apólice e a lei apenas determina
que se após receber a apólice, o tomador do seguro em trinta dias não invocar qualquer
desconformidade, então apenas poderá invocar divergências que resultem de documento
escrito ou outro suporte duradouro, caso contrário, essas divergências considerar-se-ão
inseridas no contrato de seguro (art.º 35.º da L. C. S.).
Ora, compreender esta solução legal não significa aceitar a injustiça deste texto que leva
a resultados contrários à boa-fé – princípio que deve presidir o negócio jurídico desde o
início das negociações. Portanto, esta solução deveria ser considerada abusiva. De
acordo com o art.º 233.º C. C. “a aceitação com aditamentos, limitações ou outras
modificações importa rejeição da proposta; mas, se a modificação for suficientemente
precisa, equivale a nova proposta, contanto que outro sentido não resulte da
declaração”. Como ensina Pires de Lima na R. L. J.: “quando o declaratário, em vez de
aceitar pura e simplesmente a proposta, lhe introduz alterações, “os papéis invertem-se;
o originário proponente torna-se destinatário e vice-versa. E assim continuam as coisas
até que haja encontro completo de vontades, ou seja, até que haja uma aceitação
conforme à proposta. Só então se fecha o ciclo formativo do contrato”. (48)
Isto significa que para o contrato de seguro se concluir é necessário oferta e aceitação.
Mas se o segurador fizer alguma modificação ao negociado isso implica uma nova
proposta de contrato que para a sua perfeição requer a aceitação por parte do tomador
do seguro. Contudo, a nossa Lei do contrato de seguro afasta-se da solução prevista no
Código Civil e na nossa opinião incorretamente pois não protege de modo exato o
tomador do seguro, que é a parte mais débil desta relação contratual, tendo de assumir a
responsabilidade de verificar se há ou não desconformidades, confrontando tudo o que
(48)
Código Civil Anotado, 1982, anotação ao art.º 233.º, pág. 220.
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Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
ficou acordado com a numerosa enunciação das condições gerais da apólice, no prazo
de caducidade de trinta dias, com prejuízo dessas modificações efetuadas pelo segurador
ficarem incorporadas no contrato de seguro – o silêncio opera como declaração tácita,
como manifestação de vontade.
De todas as leis sobre a consolidação do contrato de seguro que abordámos, aquela que
na nossa opinião mais protege o tomador do seguro, preservando a justiça contratual de
uma maneira efetiva é a Lei alemã no seu art.º 5.º, pois, em relação à nossa Lei,
acrescenta que a aceitação tácita do tomador do seguro não tem efeito a não ser que o
segurador, no momento da expedição da apólice, comunique ao tomador do seguro da
possibilidade de corrigir as divergências no prazo de trinta dias e essa chamada de
atenção é feita através de uma comunicação escrita em caracteres bem visíveis na
apólice e cada uma das divergências deve ser objeto de uma menção particular para o
tomador do seguro saber concretamente a que diferenças o segurador se refere. No caso
do segurador não proceder segundo estas regras, então a Lei do contrato de seguro
Alemã acrescenta que “a diferença do texto deve considerar-se como não escrita sem
prejuízo da subsistência do resto do contrato”.
Uma outra solução, que também protegesse o tomador do seguro seria exigir que o
segurador ao modificar ou fazer alterações entre o acordado e o conteúdo da apólice
deveria ficar obrigado a emitir uma declaração em que advertisse o tomador do seguro
acerca dessas alterações que fez, informando-o de forma bem legível quais foram
especificamente essas modificações, o que constituiria uma nova proposta com a qual o
tomador do seguro poderia concordar ou não concordar, mantendo-se a proposta até o
prazo findar, nos termos do disposto no art.º 228.º do C. C.:
b) Se não for fixado prazo, mas o proponente pedir resposta imediata, a proposta
mantém-se até que, em condições normais, esta e a aceitação cheguem ao seu destino;
c) Se não for fixado prazo e a proposta for feita a pessoa ausente ou, por escrito, a
pessoa presente, manter-se-á até cinco dias depois do prazo que resulta do preceituado
na alínea precedente.
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(49)
Rúben S. Stiglitz, 2008, pág. 580.
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IV. BIBLIOGRAFIA
OBRAS
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Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
MARTINEZ, Pedro Romano – Direito dos Seguros Apontamentos, 1.ª ed., Principia,
Cascais, 2006.
TELES, Joana Galvão – Deveres de informação das partes in Temas de Direito dos
Seguros: a propósito da nova lei do contrato de seguro, Almedina, 2012.
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Contrato de Seguro – Formação e Consolidação
LEGISLAÇÃO
Código Civil Anotado por Fernando Andrade Pires de Lima e João de Matos
Antunes Varela, Vol. I, 3.ª ed. Coimbra Editora, Limitada, 1982.
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