Apostila de FISICA APLICADA - Arquitetura PDF

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Prof.

Flávio Antonio Galeazzi – Curso de Arquitetura e Urbanismo


Introdução ficam perfeitamente definidas por um valor numé-
Esta apostila tem por finalidade exclusiva rico acompanhado da respectiva unidade de medi-
servir de material de apoio da disciplina de Física da (ex.: comprar 2 m de corda ou 5 kg de arroz;
Aplicada, no Curso de Arquitetura e Urbanis- sair de casa às 8 h).
mo da Unisep, não sendo autorizado seu uso com
outras finalidades. Não se destina a substituir a Grandezas vetoriais – Velocidade, aceleração e
Bibliografia Básica e Complementar da disciplina, força são exemplos de grandezas vetoriais porque,
servindo unicamente como roteiro de estudos. além de um valor numérico seguido de uma uni-
dade de medida, exigem uma direção e um sentido
NÃO EXISTEM PERGUNTAS IMBECIS para ficarem inteiramente definidas.
[...] À exceção das crianças (que não sabem o
suficiente para deixar de fazer as perguntas importan- Grandezas Fundamentais – No SI tem-se sete
tes), poucos de nós passam muito tempo pensando
por que a Natureza é como é [...]. Há até crianças, e
grandezas fundamentais:
eu conheci algumas delas, que desejam saber como é
um buraco negro; qual é o menor pedaço de matéria; Grandeza Fundamental Nome Símbolo
por que nos lembramos do passado, mas não do futu- Comprimento metro m
ro; e por que há um Universo.
De vez em quando, tenho a sorte de lecionar Massa quilograma kg
num jardim de infância ou numa classe do primeiro Tempo segundo s
ano primário. Muitas dessas crianças são cientistas
Corrente elétrica ampère A
natas [...]. Perguntas provocadoras e perspicazes sa-
em delas aos borbotões. Demonstram enorme entusi- Temperatura termodinâmica kelvin K
asmo. Sempre recebo uma série de perguntas enca- Quantidade de matéria mole mol
deadas. Elas nunca ouviram falar da noção de "per-
guntas imbecis".
Intensidade luminosa candela cd
Mas, quando falo a acadêmicos, encontro algo
diferente. Eles memorizam os "fatos". Porém, de modo Grandezas Derivadas – São definidas a partir das
geral, a alegria da descoberta, a vida por trás desses sete grandezas fundamentais em função das equa-
fatos, se extinguiu em suas mentes. [...] Ficam preo- ções que as relacionam. As unidades SI derivadas,
cupados com a possibilidade de fazer perguntas "im-
becis"; estão dispostos a aceitar respostas inadequa- para estas grandezas derivadas, são obtidas a partir
das; não fazem perguntas encadeadas; a sala fica destas equações e das sete unidades fundamentais.
inundada de olhares de esguelha para verificar, a cada
segundo, se eles têm a aprovação de seus pares [...]. UNIDADES DE MEDIDA
Algo aconteceu entre o primeiro ano primário e
o primeiro da faculdade, e não foi apenas a puberda- As unidades de medida adotadas no Brasil
de. Eu diria que é, em parte, a pressão dos pares para são as do Sistema Internacional de Unidades (SI),
não se sobressair (exceto nos esportes); em parte, o instituídas em Paris, no ano de 1969. Esse sistema
fato de a sociedade ensinar gratificações a curto pra- regulamentou, definitivamente, a unidade de me-
zo; em parte, a impressão de que a ciência e a mate-
mática não vão dar a ninguém um carro esporte [...].
dida-padrão para cada uma das grandezas físicas
Mas há outra coisa: conheço muitos adultos conhecidas. Neste sistema, destacam-se as unida-
que ficam desconcertados quando as crianças peque- des de comprimento, de massa e de tempo.
nas fazem perguntas científicas. “Por que a Lua é
redonda?” perguntam as crianças. Por que a grama é 1. De comprimento: o metro (m)
verde? O que é um sonho? [...]. As crianças logo re- Quilômetro (km): 1 km = 1.000 m = 103 m
conhecem que de alguma forma esse tipo de pergunta
incomoda os adultos. Novas experiências semelhan- Hectômetro (hm): 1 hm = 100 m = 102 m
tes, e mais uma criança perde o interesse pela ciência. Decâmetro (dam): 1 dam = 10 m
Por que os adultos têm de fingir onisciência diante de Decímetro (dm): 1 dm = 0,1 m = 10-1 m
crianças de seis anos é algo que nunca vou compre- Centímetro (cm): 1 cm = 0,01 m = 10-2 m
ender. O que há de errado em admitir que não saiba- Milímetro (mm): 1 mm = 0,001 m = 10-3 m
mos alguma coisa? A nossa auto-estima é assim tão
frágil? [.]
SAGAN, Carl. Embora não façam parte do SI, são utilizadas:
1 milha marítima = 1.852 m
GRANDEZAS FÍSICAS 1 polegada = 0,0254 m
1 pé = 12 polegadas = 0,3048 m
Grandezas Escalares – As ideias que grandezas 1 jarda = 3 pés = 0,9144 m
como comprimento, massa e tempo representam 1 angström = 10-10 m
1 ano-luz = 9,46 . 1012 km
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2. De massa: o quilograma (kg) d) 0,0000000000000000016:


Hectograma (hg): 1 hg = 0,1 kg = 10-1 kg e) 4255,875:
Decagrama (dag): 1 dag = 0,01 kg = 10-2 kg
Grama (g): 1,0 g = 0,001 kg = 10-3 kg MÚLTIPLOS E SUBMÚLTIPLOS
Decigrama (dg): 1 dg = 0,0001 kg = 10-4 kg
Centigrama (cg): 1 cg = 0,00001 kg = 10-5 kg O Sistema Internacional de Unidades
Miligrama (mg): 1 mg = 0,000001 kg = 10-6 kg (SI), além de adotar as unidades de medida pa-
drão, permite ainda a adoção de múltiplos e sub-
Também são utilizadas (não são do SI): múltiplos dessas unidades. Eles são representados
1 tonelada = 1.000 kg 1 libra = 0,45 kg por prefixos, cada qual significando uma determi-
1 arroba = 15 kg 1 onça = 28,35 g nada potência de 10. Os principais prefixos são:
1 quintal = 4 arroba 1 quilate = 200 mg
Prefixo Símbolo Potência Equivalente
3. De tempo: o segundo (s) Exa E 10 18
1 min = 60 s Peta P 1015
1 h = 60 min = 3.600 s Tera T 1012 1.000.000.000.000
1 dia = 24 h = 1.440 min = 86.400 s
Giga G 109 1.000.000.000
1 ano = 365 d = 8.760 h = 5,26.105min = 3,15.107s
Mega M 106 1.000.000
Kilo K 103 1.000
NOTAÇÃO CIENTÍFICA – BASE 10
Hecto h 102 100
A medida de uma grandeza física pode ser Deca da 101 10
representada por um número muito superior ou, às - - 100 1
vezes, muito inferior à unidade padrão, tornando- Deci d 10-1 0,1
se, por isso, extremamente difícil sua representa- Centi c 10-2 0,01
ção e operacionalização. Para simplificar isso, Mili m 10-3 0,001
utiliza-se a notação científica para apresentar esses Micro  10-6 0,000001
números. Nano n 10-9 0,000000001
Todo número pode ser expresso por um Pico p 10-12 0,000000000001
produto de dois fatores. O primeiro deles é um Femto f 10-15
número real maior ou igual a 1, porém menor que Atto a 10-18
10 (1  n  10), enquanto o segundo fator é uma
potência de 10. Sendo assim, quando uma medida de com-
Apresentar um número em notação cientí- primento for igual a 8 km, por exemplo, isso sig-
fica é “expressá-lo na base 10”. Exemplos: nifica 8. 103 metros (kilo = 103), ou seja, 8000
metros.
Número Notação Científica Ou ainda, se a freqüência de uma emissora
10000 1. 104 de rádio FM for 100,7 MHz, significa 100,7. 106
0,005 5. 10-3 hz (mega = 106), ou seja, 100700000 hertz. Da
3672 3,672. 103 mesma forma, a medida de massa igual a 15 mg
2000916 2,000916. 106 corresponde a 15.10-3 g (mili = 10-3), ou seja,
0,000000248 2,48. 10-7 0,015 gramas.
427,780 4,2778. 102
Exercício
Em seus estudos, sempre que for possível,
02. Faça as conversões das medidas propostas a
opere ou, pelo menos, apresente os resultados de
seguir, apresentando o resultado sob forma de
seus cálculos matemáticos em notação científica.
notação científica:
a) Converta 15000 km em cm:
Exercício
b) Converta 0,234 mg em g:
01. Transforme os seguintes números extensos
c) Converta a medida de área equivalente a 1
para a notação científica:
km2 em milímetros quadrados:
a) 215846000000:
d) Converta a medida de volume equivalente a 5
b) 0,0000004510024:
m3 em cm3:
c) 300000000:

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GRANDEZAS VETORIAIS

Retas verticais

descendente
ascendente

Sentido
Sentido
Grandezas físicas vetoriais necessitam, para
ficarem bem representadas, além do número e da
unidade, de uma direção e um sentido. Por exem-
plo: uma pessoa pede à outra que aplique uma
força de 5 N sobre a lateral de uma mesa. Se ela
não disser também qual a direção e o sentido que a Lembre-se da
força deve ser aplicada, haverá dúvidas na realiza- placa de regulamenta-
ção do pedido. ção de trânsito:

Algumas grandezas físicas vetoriais: força,


impulso, quantidade de movimento, velocidade,
aceleração e muitas outras. A figura abaixo representa uma grandeza
vetorial qualquer: um segmento de reta orientado
Para representarmos uma grandeza escalar, (direção e sentido) com uma determinada medida
basta utilizarmos os números e as unidades, mas (módulo).
como poderíamos representar direção e sentido
para que possamos colocar num papel, por exem- a
A B
plo, uma grandeza vetorial?
Módulo: representado pelo
Vetores comprimento do segmento AB;
Direção: reta determinada pelos
A melhor saída foi a Vetor a
pontos A e B;
utilização de um "persona-
gem da matemática" chama- Sentido: de A para B
do vetor, e que é representa- (orientação da reta AB).
do por uma seta.
Para indicar um vetor, podemos usar qual-
quer uma das formas indicadas abaixo:
Um vetor reúne, em si, o módulo, repre-
sentando o valor numérico ou intensidade da a ou AB
grandeza (tamanho da setinha), e a direção e sen-
tido, representando a orientação da grandeza. a
F = 5N A B
Origem Extremidade
Este vetor, por exemplo, possui 5 N de mó-
Para indicarmos o módulo de um vetor,
dulo, direção horizontal e sentido para a direita.
podemos usar qualquer uma das seguintes nota-
ções:
É importante salientarmos as diferenças
entre direção e sentido: um conjunto de retas para- a ou a
lelas tem a mesma direção.  
Assim, a indica o vetor a e a indica o

módulo do vetor a .

Retas horizontais Vetores Iguais e Vetores Opostos


Dois vetores são iguais quando possuem o
A cada direção, podemos associar uma orientação. mesmo módulo, a mesma direção e o mesmo sen-
tido.
Reta horizontal com sentido para direita:

a b a b
Reta horizontal com sentido para esquerda:

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 
a = b Módulos iguais  Traçamos os vetores a e b com as origens
coincidindo no mesmo ponto;
a = b a e b São paralelos (mesma direção) 
 Pela extremidade do vetor a , traçamos no

a e b Possuem o mesmo sentido segmento pontilhado paralelo ao vetor b pela

extremidade do vetor b , um segmento pontilhado
Dois vetores são opostos quando possuem 
o mesmo módulo, a mesma direção e sentidos paralelo ao vetor a ;

contrários:  Vetor resultante s tem origem coincidente com
 
as origens dos vetores a e b e extremidade no
a
ponto de cruzamento dos segmentos pontilhados.
a b
b
s
a
a = b (módulos iguais)
s = a + b
a = -b a e b Possuem a mesma direção b
a e b Possuem sentidos contrários
Método do Polígono
Representação de Grandezas Vetoriais Este método permite que possamos determi-
Na prática, a representação de grandezas vetori- nar a direção e o sentido do vetor soma de vários
ais é feita por meio de vetores desenhados em es- vetores.
cala. Assim, para representarmos vetorialmente a Note que é importante que quando você le-
velocidade de uma partícula que se desloca hori- var um vetor de um lugar para o outro tome o cui-
zontalmente para a direita a 80 km/h, utiliza-se um dado de não mudar a sua direção e o seu sentido
segmento de reta, por exemplo, com 4 cm de originais.
comprimento, onde cada centímetro corresponde a Quando colocamos os vetores "um na frente
20 km/h. do outro", cada um deles continua com a mesma
v direção e sentido que possuíam antes. Na prática
você pode conseguir isso com a ajuda de um es-
quadro e de uma régua.
Escala: 1,0 cm = 20 km/h Se o desenho estiver em escala, pode-se usar
Uma força de 200 N que é aplicada verti- uma régua para determinar o módulo do vetor
calmente para baixo, utiliza-se um segmento de soma, mas somente se os vetores foram desenha-
reta, com, por exemplo, 2 cm de comprimento, dos em escala.
onde cada centímetro corresponde a 100 N. S = A + B + C
B

F A C
Escala: 1,0 cm = 100 N A B C
S
ADIÇÃO DE VETORES
Multiplicação de Vetores
Método do Paralelogramo O produto de um número real n por um ve-
Por este método só podemos somar dois ve- tor A, resulta em um vetor R com sentido igual ao
tores
 de cada vez. Assim, dados dois vetores a e de A se n for positivo ou sentido oposto ao de A
b , em módulo, direção e sentido, conforme a fi- se n for negativo. O módulo do vetor R é igual a n
gura abaixo:
x |A|. v 2v
a b

-2v 0,5v
A determinação do vetor soma ou resul-
tante é obtida do seguinte modo:

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Método Analítico Decomposição de Vetores


O valor do vetor resultante depende do ângu- A decomposição de vetores é usada para
lo formado entre os dois vetores que serão soma- facilitar o cálculo do vetor resultante.
dos.
y y
v1 v1 v
A Ay A

x
v2 v2  x
A equação usada para determinar o valor (v) Ax
A
do módulo do vetor resultante é a seguinte: cos   x  Ax = A cos 
A
v2 = v12 + v22 + 2 . v1 . v2 . cos  Ay
sen   Ay = A sen 
A
Casos Particulares Exercício
06. Dados os vetores abaixo, determine a soma
Há algumas situações especiais em que a
vetorial pelos métodos gráficos:
equação geral acima pode ser dispensada.
a) S1 = A + C
a) Dois vetores formando 0º entre si;
b) S2 = B + C
v = v1 + v2 c) S3 = A + B
b) Dois vetores formando 180º entre si; d) S4 = A + B + C
v = |v1 – v2|
c) Dois vetores formando 90º entre si;
v2 = v12 + v22 A B C
d) Dois vetores iguais formando 120º entre si;
v = v1 = v2
Exercícios
03. Um automóvel desloca 40 km para o sul, em
seguida, 40 km para oeste e, finalmente, 10
km para o norte. Determine a menor distância
que ele deve percorrer para voltar ao ponto de
partida.
04. Qual o módulo da resultante de duas forças de
módulos 6 kgf e 8 kgf que formam entre si
um ângulo de 90º?
05. A figura mostra três vetores A, B e C. De
acordo com a figura podemos afirmar que:

a) A+B+C=0
b) A+B=C
c) A=B–C
d) A=B+C
e) B–A=C

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MECÂNICA em um dado fenômeno em comparação as demais


A Mecânica (em latim mechanìca ou arte grandezas físicas que estão sendo estudadas.
de construir uma máquina) é o ramo da Física que Agora, para que esse ponto esteja em equi-
compreende o estudo e análise do movimento e líbrio, isto é, para que possamos afirmar que um
repouso dos corpos, e sua evolução no tempo, ponto material está parado, em um dado referenci-
seus deslocamentos, sob a ação de forças, e seus al, temos que garantir que a resultante de todas as
efeitos subsequentes sobre seu ambiente. É subdi- forças que atuam neste ponto seja nula:
vidida em Cinemática, Estática, Dinâmica e Hi-
drostática. F  0 ou FR  0
ESTÁTICA Força
É o ramo da Mecânica que estuda as con- Define-se força como qualquer agente ex-
dições de equilíbrio de objetos. Há essencialmente terno que modifica o movimento de um corpo
quando o objeto está em equilíbrio estático (pa- livre ou causa deformação num corpo fixo. É uma
rado) e o equilíbrio dinâmico, quando o objeto grandeza vetorial que possui direção e sentido, e
em equilíbrio está em movimento. sua unidade de medida no SI é uma homenagem a
Dentro dessas duas possibilidades existem Isaac Newton (newton – símbolo N). Também
três condições de equilíbrio: pode encontramos outras unidades de medida,
como quilograma-força (kgf) e dina (dyn), sendo
que:
1 kgf  10 N e 1 dyn = 10-5 N
Principais forças:
I. Força Peso (P)
A força peso é o resultado da atração gra-
O equilíbrio estável onde as forças do sis- vitacional exercida pela Terra não somente sobre
tema em questão tendem a retornar o corpo ao os objetos localizados próximo à sua superfície,
estado de equilíbrio mesmo havendo uma pertur- mas atuando também a distâncias relativamente
bação nele. No equilíbrio estável, o corpo sempre longas.
retorna às condições de equilíbrio originais. P = peso (N) P  m.g
Obs.: quanto mais baixo estiver o centro de massa m = massa (kg)
de um corpo, mais estável ele fica. g = aceleração da gravidade (m/s2)
O equilíbrio instável onde qualquer per-
turbação no sistema acarreta o fim do estado de II. Força Normal (N)
equilíbrio por fazer com que alguma das forças do Força normal é aquela que um corpo troca
sistema, anteriormente equilibrada por outra de com a superfície na qual se encontra apoiado. Essa
igual intensidade, passe a se sobrepor às outras, força só existe quando há contato entre os corpos.
crescendo demasiadamente e deixando assim de
ser equiparada por outra, consequentemente, de- N N
sequilibrando todo o sistema. No equilíbrio instá-
vel, o corpo pode sair das condições de equilíbrio
sob qualquer perturbação. A força normal é sempre perpendicular à
E, o equilíbrio indiferente onde o corpo superfície de apoio.
tende a permanecer em sua condição atual de inér-
III. Força de Tração (T)
cia, seja qual for ela. Se ele estiver parado, assim
Força de tração é aquela transmitida a um
tenderá a ficar, se for colocado em movimento,
corpo por intermédio de um fio, cabo ou corda.
permanecerá da mesma forma. No equilíbrio indi-
ferente, qualquer estado de inércia assumido pelo
corpo é mantido indiferentemente. T
Estática do Ponto Material
Um corpo pode ser considerado um ponto
material quando suas dimensões (comprimento, Veremos outras forças e com mais deta-
largura e profundidade) podem ser desprezadas lhes após estudarmos as Leis de Newton, mais à
frente.

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Resolução de problemas ALAVANCAS


Para verificar se a força resultante aplicada Dá-se o nome de alavanca a um sistema
em um ponto material é nula utilizaremos o méto- sobre o qual agem uma ou mais forças e que pode
do da decomposição de vetores, isto é: girar em torno de um eixo que passa por um ponto
fixo sobre o mesmo.

Logo, para fazer o cálculo da força resul-


tante deveremos decompor os vetores nos eixos x
e y, e verificar se a soma no eixo x é zero e a do
eixo y, também, é zero.
Exercícios
07. Para que o ponto A, de massa 20 kg, esteja
em equilíbrio qual deve ser a intensidade da Alavancas sobre as quais atuam duas for-
força F1? ças paralelas podem ser agrupadas em três tipos,
dependendo dos pontos de aplicação das forças
em relação ao eixo e de seus sentidos:

Alavancas de 1ª classe – INTERFIXA


Têm o fulcro (pivô) situado entre a força e
a resistência. Em consequência, os dois braços de
alavanca se movem em direções opostas, como o
pé de cabra, a tesoura, a gangorra, alicate, etc.
08. Uma partícula está sob ação das forças copla- Elas podem favorecer a força ou amplitude de
nares conforme o esquema abaixo. A resul- movimento, em detrimento da outra.
tante delas é uma força, de intensidade, em N,
igual a:
a) 110
b) 70
c) 60
d) 50
e) 30
09. Os módulos das forças representadas na figu- Alavancas de 2ª classe – INTER-RESISTENTE
ra são F1 = 30N, F2 = 20 N e F3 = 10N. De- Em alavancas de segunda classe, a resis-
termine o módulo da força resultante: tência está entre o fulcro e a força. Aqui, a ampli-
a) 14,2 N tude de movimento é sacrificada em benefício da
b) 18,6 N força. Os exemplos incluem o carrinho de mão, o
c) 25,0 N abridor de garrafa e o quebra-nozes.
d) 21,3 N
e) 28,1 N

10. Um ponto material está em equilíbrio sob a


ação de três forças, conforme a figura abaixo.
Demonstre que isso é verdade. Alavancas de 3ª classe – INTERPOTENTE
Nas alavancas de 3ª classe, a força é apli-
cada entre o fulcro e a resistência. Um exemplo
típico é encontrado na mola que fecha uma porta
de “vai e vem”, além de pinças e pegadores de
gelo e macarrão. Esta classe de alavanca é a mais
comum no corpo humano, pois permite que o
músculo se prenda próximo à articulação e produ-
za velocidade de movimento, com encurtamento

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muscular mínimo, embora em detrimento da força. 18. Tesoura, quebra-nozes e pinça, são alavancas,
Um exemplo típico é mostrado pelo músculo bí- respectivamente, dos tipos:
ceps na figura. a) interpotente, interfixa e inter-resistente;
b) interfixa, inter-resistente e interpotente;
c) inter-resistente, interpotente e interfixa;
d) interfixa, interpotente e inter-resistente;
e) inter-resistente, interfixa e interpotente.

CINEMÁTICA
A Cinemática é o ramo da Física que estu-
da o movimento dos corpos, sem levar em conta
os fatores que originam o mesmo.
A cinemática apresenta alguns conceitos
básicos que podem ajudar a entendê-la, sendo que
é a partir deles que tudo que está relacionado a ela
é criado, estudado e observado.
Referencial
Um corpo está em repouso quando a dis-
tância entre este corpo e o referencial não varia
com o tempo. Um corpo está em movimento
Questões: quando a distância entre este corpo e o referencial
16. Na figura vemos uma vassoura em equilíbrio varia com o tempo.
em posição horizontal suspensa por um fio,
sendo A parte do cabo e B o restante da vas- Questões
soura. Pode-se afirmar que: 19. Um ônibus está andando a velocidade de 40
km/h. Seus passageiros estão em movimento
ou repouso? Por quê?
24. Uma pessoa, em um carro, observa um poste
na calçada de uma rua, ao passar por ele. O
A B poste está em repouso ou em movimento?
Explique.
a) as partes A e B têm pesos iguais; 25. Se dois carros movem-se sempre um ao lado
b) a parte A é mais pesada que a parte B; do outro, pode-se afirmar que um está parado
c) a parte B é mais pesada que a parte A; em relação ao outro?
d) o equilíbrio é impossível na situação esque- Ponto Material e Corpo Extenso
matizada; Está relacionado à relevância das dimen-
e) os elementos da figura não nos permitem sões dos corpos durante o movimento.
comparar os pesos das partes A e B.
17. Identifique os tipos de alavanca (interfixa, Questões
interpotente ou inter-resistente) nas figuras 26. Um carro tem aproximadamente 4 m de com-
abaixo: primento. Se ele fizer uma viagem de 50 km
em linha reta, ele poderá ser considerado um
ponto material? Por quê?
................................ 27. Dê um exemplo onde você possa ser conside-
rado um ponto material e outro onde você
possa ser considerado um corpo extenso.
................................
Trajetória
Trajetória é a
................................ linha determinada pe-
las diversas posições
que um corpo ocupa no
................................ decorrer do tempo.

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FÍSICA APLICADA – Professor Flávio Antonio Galeazzi – Curso de Arquitetura e Urbanismo – UNISEP

Questões s = s2 – s1 ou s = s – so s
28. Sobre o chão de um elevador coloca-se um t = t2 – t1 t = t – to v 
ou t
m
trenzinho de brinquedo, em movimento circu-
lar. O elevador sobe com velocidade constan- vm = velocidade média (unidade: m/s, km/h)
te. Que tipo de trajetória descreve o trenzinho, s = deslocamento (m, km)
em relação ao elevador e ao solo? t = tempo (s, min, h)
29. Um avião em voo horizontal abandona um Exercícios
objeto. Desenhe a trajetória que o objeto des- 33. Quando o brasileiro Joaquim Cruz ganhou a
creve nos seguintes casos: medalha de ouro nas Olimpíadas de Los An-
a) Com referencial sendo uma casa fixa à Terra. geles, correu 800 m em 100 s. Qual foi sua
b) Tomando como referencial o avião? velocidade média?
Posição (x) ou Espaço (s) 34. Suponha que um trem-bala gaste 3 horas para
Todo corpo ocupa um lugar no espaço. De- percorrer a distância de 750 km. Qual a velo-
finimos espaço como o lugar que o corpo ocupa cidade média deste trem?
ou está localizado em uma trajetória. 35. Um automóvel passou pelo marco 30 km de
uma estrada às 12 horas. A seguir, passou pe-
lo marco 150 km da mesma estrada às 14 ho-
ras. Qual a velocidade média desse automóvel
entre as passagens pelos dois marcos?
36. No verão brasileiro, andorinhas migram do
hemisfério norte para o hemisfério sul numa
velocidade média de 25 km/h. Se elas voam
12 horas por dia, qual a distância percorrida
por elas num dia?
37. (Fuvest) Após chover na cidade de São Paulo,
Deslocamento (s) as águas da chuva descerão o rio Tietê até o
O deslocamento de um corpo é definido rio Paraná, percorrendo cerca de 1.000 km.
como a variação de posição de um móvel dentro Sendo de 4 km/h a velocidade média das
de uma trajetória determinada. águas, o percurso mencionado será cumprido
pelas águas da chuva em aproximadamente:
a) 30 dias
b) 10 dias
s1 s2 c) 25 dias
s = s2 – s1 s1 = posição inicial (m) d) 2 dias
s = deslocamento (m) s2 = posição final (m) e) 4 dias
38. (UEL) Um carro percorreu a metade de uma
Exercícios estrada viajando a 30km/h e a outra metade da
30. Um carro parte do km 12 de uma rodovia e estrada a 60km/h. Sua velocidade média no
desloca-se sempre no mesmo sentido até o km percurso total foi, em km/h, de
90. Determine o deslocamento do carro. a) 60
31. Um caminhão fez uma viagem a partir do km b) 54
120 de uma rodovia até o km 30 da mesma. c) 48
Qual foi o deslocamento do caminhão? d) 40
32. Um carro vai do km 40 ao km 70. Determine: e) 30
a) A posição inicial e a posição final. 39. Ao cobrar uma falta em um jogo de futebol,
b) O deslocamento entre as duas posições. um jogador imprime à bola uma velocidade
Velocidade Média (vm) de 43,2 km/h. Sabendo que a bola gasta 3 s
até atingir as redes, determine a distância per-
Conceituamos velocidade média como
corrida.
sendo a razão entre a distância que o objeto per-
a) 36 m
corre e o tempo que ele gastou para percorrer.
b) 48 m
t1 t2
c) 52 m
d) 75 m
e) 28 m
s1 s2

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40. Um garoto caminha a uma taxa constante de DINÂMICA


100 passos por minuto. Sabendo que o seu Trata-se da parte da mecânica que estuda o
passo médio tem aproximadamente 50 cm, comportamento dos corpos em movimento e a
determine o tempo gasto e o número de pas- ação das forças que produzem ou modificam seus
sos dados para que ele percorra uma distância movimentos.
de 3 km.
a) 45 min e 5000 passos
AS LEIS DE NEWTON
b) 85 min e 8000 passos
c) 50 min e 2000 passos As leis de Newton são como conhecidas as
d) 48 min e 1500 passos três leis que modelam o comportamento de corpos
e) 60 min e 6000 passos em movimento, descobertas por Isaac Newton.
Newton publicou essas leis no seu trabalho de
Questões três volumes intitulado Philosophiae Naturalis
41. Como você faria para calcular a velocidade Principia Mathematica em 1687. As leis explica-
média de uma pessoa que caminha pela rua? vam vários dos resultados observados quanto ao
42. Qual a diferença entre velocidade instantânea movimento de objetos físicos.
e velocidade média?
Velocidade Instantânea (v) 1ª Lei de Newton – Princípio da Inércia
Inércia é a proprie-
Velocidade instantânea é
dade comum a todos os cor-
aquela determinada num momento
pos materiais, mediante a
exato, como, por exemplo, a apon-
qual eles tendem a manter
tada pelo velocímetro quando o
o seu estado de movimento
observamos.
ou de repouso.
Transformação de Velocidade Um corpo livre da ação de forças perma-
Para transformar uma velocidade em km/h nece em repouso (se já estiver em repouso) ou em
para m/s, devemos dividir a velocidade por 3,6. movimento retilíneo uniforme (se já estiver em
Para transformar uma velocidade em m/s para movimento).
km/h, devemos multiplicar a velocidade por 3,6.
1km 1000m 1
  m/ s
h 3600s 3,6

Multiplicar por 3,6

m/s km/h
Questões
47. Explique a função do cinto de segurança de
Dividir por 3,6 um carro, utilizando o conceito de inércia.
48. Por que uma pessoa, ao descer de um ônibus
Exercícios em movimento, precisa acompanhar o movi-
43. Velocímetro de um carro indica 144 km/h. mento do ônibus para não cair?
Expresse a velocidade deste carro em m/s. 49. Um foguete está com os motores ligados e
44. Uma velocidade de 36 km/h corresponde a movimenta-se no espaço, longe de qualquer
quantos metros por segundo? E 15 m/s cor- planeta. Em certo momento, os motores são
respondem a quantos quilômetros por hora? desligados. O que irá ocorrer? Por qual lei da
45. Qual é a velocidade média, em m/s, de uma física isso se explica?
pessoa que percorre, a pé, 1,8 km em 25 mi-
nutos? 2ª Lei de Newton
46. Um animal do zoológico da Unisep demora
Princípio Fundamental da Dinâmica
12 segundos para atravessar a sua jaula, que
A 2ª Lei de Newton analisa a situação em
mede 25 metros de comprimento. Qual a ve-
que um corpo não se encontra em equilíbrio. Nes-
locidade média do animal em km/h?

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te caso, a resultante das forças não é nula, e o cor- Questões


po não se encontra nem em repouso nem em 55. (UFMG) Um corpo de massa m está sujeito à
MRU. Ele estará dotado, portanto de aceleração. ação de uma força F que o desloca segundo
Newton anunciou que a resultante das for- um eixo vertical em sentido contrário ao da
ças aplicadas num corpo é diretamente proporcio- gravidade. Se esse corpo se move com velo-
nal à aceleração por ele adquirida. cidade constante, é porque:
a) a força F é maior do que a da gravidade.
a b) a força resultante sobre o corpo é nula.
FR c) a força F é menor do que a gravidade.
m d) a diferença entre os módulos das duas forças é
diferente de zero.
FR = força resultante (N) e) a afirmação da questão está errada, pois qual-
m = massa (kg) quer que seja F o corpo estará acelerado por-
a = aceleração (m/s2) FR  m.a que sempre existe a aceleração da gravidade
56. Um corpo tem certa velocidade e está se mo-
Unidade de força no SI: newton (N) vendo em movimento uniforme. O que deve
Unidade Prática: quilograma-força (Kgf) ser feito para que a sua velocidade aumente,
Unidade pouco usada: dina (dyn) diminua ou mude de direção?
57. Uma pequena esfera pende de um fio preso ao
Exercícios teto de um trem que realiza movimento retilí-
50. Um caminhão com massa de 4000 kg está neo. Como fica a inclinação do fio se:
parado diante de um semáforo. Quando o si- a) O movimento do trem for uniforme.
nal fica verde, o caminhão parte em movi- b) O trem se acelerar.
mento acelerado e sua aceleração é de 2 m/s2. c) O trem frear.
Quanto vale a força aplicada pelo motor? 58. Se duas forças agirem sobre um corpo, a que
51. Partindo do repouso, um corpo de massa 3 kg condições essas forças precisam obedecer pa-
atinge a velocidade de 20 m/s em 5 s. Descu- ra que o corpo fique em equilíbrio?
bra a força que agiu sobre ele nesse tempo.
52. Uma força de 12 N é aplicada em um corpo Peso (P) e Massa (m) de um Corpo
de massa 2 kg.
a) Qual é a aceleração produzida por essa força?
b) Se a velocidade do corpo era 3 m/s quando se
iniciou a ação da força, qual seu valor 5 s de-
pois? Massa: Quantidade de matéria (nunca muda)
53. Sobre um corpo de massa igual a 20 kg atuam Peso: Força da gravidade (depende do planeta)
PESO MASSA
duas forças de mesma direção e sentidos
Natureza Força da Quantidade de
opostos que correspondem a 60 N e 20 N. De- Gravidade Matéria
termine a aceleração em que esse objeto mo- Grandeza Vetorial Escalar
vimenta-se. Unidade (SI) Newton (N) Quilograma (Kg)
a) 1 m/s2 Instrumento de
b) 2 m/s2 Medida Dinamômetro Balança
Valor Depende do g Constante
c) 4 m/s2
d) 6 m/s2
e) 8 m/s2
P = peso (N) P  m.g
m = massa (kg)
54. (UEL-PR) Um corpo de massa m é submetido g = aceleração da gravidade (m/s2)
a uma força resultante de módulo F, adquirin-
do aceleração a. A força resultante que se de- Exercícios
ve aplicar a um corpo de massa m/2 para que 59. (UFMT) A ordem de grandeza de uma força
ele adquira aceleração 4a deve ter módulo: de 1000N é comparável ao peso de:
a) F/2 a) um lutador de boxe peso pesado.
b) F b) um tanque de guerra.
c) 2F c) um navio quebra-gelo
d) 4F d) uma bola de futebol
e) 8F e) uma bolinha de pingue-pongue

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60. Calcule a força com que a Terra puxa um cor- Para toda força de
po de 20 kg de massa quando ele está em sua ação existe uma correspon-
superfície. Dado: g = 10 m/s2 dente força de reação, de
61. Na Terra, a aceleração da gravidade é em mé- mesma natureza, sendo am-
dia 9,8 m/s2, e na Lua 1,6 m/s2. Para um corpo bas de mesma intensidade,
de massa 5 kg, determine a massa e o peso mesma direção e sentidos
desse corpo na Lua. contrários, aplicadas em cor-
62. Um astronauta com o traje completo tem uma pos diferentes.
massa de 120 kg. Determine a sua massa e o
Exercícios
seu peso quando for levado para a Lua, onde a
66. Dois blocos de massas mA = 2 kg e mB = 3 kg,
gravidade é aproximadamente 1,6 m/s2.
apoiados sobre uma superfície horizontal per-
63. Em Júpiter, a aceleração da gravidade vale 26
feitamente lisa, são empurrados por uma força
m/s2, enquanto na Terra é de 10 m/s2. Qual
F de 20 N, conforme indica a figura a seguir.
seria, em Júpiter, o peso de um astronauta que
Determine:
na Terra corresponde a 800 N?
64. Qual é o peso, na Lua, de um astronauta que F B
A
na Terra tem peso 784 N? Considere gT = 9,8
m/s2 e gL = 1,6 m/s2.
a) a aceleração do conjunto;
65. Na Terra, num local em que a aceleração da
b) a força que o corpo A exerce no corpo B.
gravidade vale 9,8 m/s2, um corpo pesa 98 N.
67. Os corpos A e B encontram-se apoiados sobre
Esse corpo é então levado para a Lua, onde a
uma superfície horizontal plana perfeitamente
aceleração da gravidade vale 1,6m/s2. Deter-
lisa. Uma força F de 40 N é aplicada em A
mine sua massa e o seu peso na Lua.
conforme indica a figura. Dados: mA = 2 kg e
Força Normal (N) mB = 8 kg. Determine:
Força normal é aquela que um corpo troca a) aceleração dos corpos A e B;
com a superfície na qual se encontra apoiado. Essa b) a força que A exerce em B.
força só existe quando há contato entre os corpos.
F B
A
N N
68. Dois corpos A e B, de massas mA = 4 kg e mB
= 6 kg estão interligados por um fio ideal. A
A força normal é sempre perpendicular à superfície de apoio é horizontal e perfeita-
superfície de apoio. mente lisa. Aplica-se em B uma força hori-
zontal de 20 N, conforme indica a figura
Força de Tração (T) abaixo. Determine:
Força de tração é aquela transmitida a um a) a aceleração do conjunto;
corpo por intermédio de um fio, cabo ou corda. b) a força de tração no fio.

T B F
A

69. Dois corpos A e B de massas respectivamente


iguais à 3 kg e 5 kg, interligados por um fio
3ª Lei de Newton de massa desprezível, são puxadas sobre um
Princípio da Ação e Reação plano horizontal liso por uma força horizontal
F. A aceleração do conjunto é de 6 m/s2. De-
termine:
a) a força F;
b) a força de tração no fio.

B F
A

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70. Na figura abaixo o corpo A está sobre o plano horizontal de 30 N. A força de atrito entre o
sem atrito unido ao corpo B por uma corda. bloco e a mesa vale 20 N. Determine a acele-
Sendo as massas dos ração do corpo.
A corpos mA = 6 kg e 77. Um corpo de massa m = 5 kg é puxado hori-
mB = 4 kg, e g = 10 zontalmente sobre uma mesa por uma força F
m/s2, determine a = 15 N. O coeficiente de atrito entre o corpo e
aceleração do sistema a mesa é  = 0,2. Determine a aceleração do
B e a tração na corda.
corpo. Considere g = 10 m/s3.
78. Um bloco de massa 2 kg é deslocado horizon-
71. A máquina de Atwood constitui-se de uma talmente por uma força F = 10 N, sobre um
polia suspensa ao teto, pe- plano horizontal. A aceleração do bloco é 0,5
la qual passa um fio em m/s2. Calcule a força de atrito.
cujas extremidades são
presos dois blocos. Sendo Questões
mA = 6 kg e mB = 4 kg, 79. Como o atrito pode ser reduzido?
determine a aceleração do A 80. Cite as vantagens e desvantagens do atrito.
sistema e a tração no fio B 81. Um guarda-roupa está sendo empurrado por
que une os corpos. uma pessoa e se desloca com velocidade
Questões constante. Existe outra força atuando no
72. Um pequeno automóvel colide com um gran- guarda-roupa? Justifique.
de caminhão carregado. Você acha que a for- 82. No espaço não existe atrito algum. Será que
ça exercida pelo automóvel no caminhão é uma nave espacial pode manter velocidade
maior, menor ou igual à força exercida pelo constante com os motores desligados?
caminhão no automóvel? 83. Na superfície congelada de um lago, pratica-
73. Um soldado, ao iniciar seu treinamento com mente não existe atrito. Um carro poderia
um fuzil, recebe a seguinte recomendação: mover-se sobre uma superfície assim?
"Cuidado com o „coice‟ da arma". O que isso
significa? TRABALHO MECÂNICO DE UMA FORÇA
74. É possível mover um barco a vela, utilizando Quando aplicamos uma força sobre um
um ventilador dentro do próprio barco? Justi- corpo, provocando um deslocamento, estamos
fique. gastando energia e realizando um trabalho. Em
Mecânica, o Trabalho é o produto da força ou
Força de Atrito (Fat)
componente da força na direção do deslocamento,
Quando um corpo é arrastado sobre uma
pelo deslocamento.
superfície rugosa, surge uma força de atrito de
sentido contrário ao sentido do movimento. Força Paralela ao Deslocamento
Fat A
F FAT  N F

Fat = força de atrito (N) s


 = coeficiente de atrito
N = força normal (N)
 = trabalho (J)
Sobre um corpo no qual aplicamos uma
F = força (N)
s = deslocamento (m)
  F.s
força F, temos:
FR  m.a  F  FAT  ma TRABALHO MOTOR (  > 0)
Exercícios A força tem o sentido do movimento.
75. Um bloco de massa 8 kg é puxado por uma
força horizontal de 20 N. Sabendo que a força TRABALHO RESISTENTE (  < 0):
de atrito entre o bloco e a superfície é de 2 N, A força tem sentido contrario ao do movimento.
calcule a aceleração a que fica sujeito o bloco.
Dado: g = 10 m/s2. TRABALHO NULO (  = 0)
76. Um bloco de massa 10 kg movimenta-se nu- A força é perpendicular ao movimento.
ma mesa horizontal sob a ação de uma força

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Exercícios b) Calcule o trabalho realizado pela força peso


84. Calcular o trabalho realizado por uma força durante a subida do pacote. Lembre que esse
de 28 N que desloca um objeto numa distân- trabalho é negativo.
cia de 2 m na mesma direção e sentido da for-
POTÊNCIA MECÂNICA (POT)
ça.
85. Aplica-se uma força horizontal de 10 N sobre A grandeza física potência relaciona o
um corpo que se desloca numa trajetória reti- trabalho realizado por uma força com o tempo
línea de acordo com a equação s = 10 + 3t + gasto para realizar esse trabalho. Mede, portanto, a
t2, no SI. Calcule o trabalho realizado pela rapidez da realização de um determinado trabalho.
força em 5 s. Unidade de potência: watt (W)
86. Sobre um corpo de massa 10 kg, inicialmente
Pot = potência (W)
em repouso, atua uma força F que faz varia
 = trabalho (J)

sua velocidade para 28 m/s em 4 segundos. POT 
t = tempo (s) t
Determine:
a) A aceleração do corpo; 1 CV = 1 Cavalo-Vapor = 735 W
b) O valor da força F; 1 HP = 1 Horse-Power = 746 W
c) O trabalho realizado pela força F para deslo-
car o corpo de 6 m. Exercícios
91. Calcule a potência de um motor, sabendo que
Trabalho da Força Peso ele é capaz de produzir um trabalho de 18000
J em 20 s.
m 92. Em quanto tempo um motor de potência igual
a 1500 W realiza um trabalho de 4500 J?
g
P  m.g 93. Um motor de potência 55000 W aciona um
h carro durante 30 minutos. Qual é o trabalho
desenvolvido pelo motor do carro?
94. Uma máquina eleva um peso de 400 N a uma
altura de 5 m, em 10 s. Qual a potência da
 = trabalho (J) máquina?
P = peso (N)   P.h 95. Um elevador de peso 4000 N sobe com velo-
h = altura (m) cidade constante, percorrendo 30 m em 6 s.
g = aceleração da gravidade (m/s2) Calcule a potência da força que movimenta o
elevador.
(  > 0): O deslocamento tem o sentido do g;
(  < 0): O deslocamento contrário ao do g. Questões
96. Se você sobe uma escada muito depressa,
Exercícios acaba se cansando mais do que se tivesse feito
87. Uma pessoa realizou um trabalho de 9 J para o mesmo trabalho calmamente. Isso acontece
levantar verticalmente uma caixa que pesa 4 porque você realiza um trabalho maior ou
N. Quantos metros atingiu a altura da caixa? emprega uma potência maior?
88. Um bloco de massa 2 kg é tirado do solo e 97. Por que, nos trechos de serra, as estradas são
colocado a uma altura de 5 m. Determine o constituídas de muitas curvas e não apenas de
trabalho da força peso. uma única linha reta?
89. Uma pedra de massa 0,5 kg é libertada da
altura de 20 m em relação ao solo. Determine ENERGIA
o trabalho da força peso para trazê-la até o so- Tudo que existe no Universo é
lo. uma forma de energia. Em geral, o
90. Você pega do chão um pacote de açúcar de 5 conceito e o uso da palavra energia se
kg e coloca-o em uma prateleira a 2 m de al- referem "ao potencial inato para exe-
tura. Enquanto você levanta o pacote, a força cutar trabalho ou realizar uma ação".
que você aplica sobre ele realiza um trabalho. Em Física o termo é usado em vários con-
A força peso que age sobre o pacote também textos diferentes. O que se pode afirmar é que
realiza um trabalho. Considerando g = 10 “energia não pode ser criada e nem destruida:
m/s2, determine: apenas transformada”.
a) Quanto vale o peso desse pacote de açúcar?

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Energia Potencial Gravitacional (EPG) Energia Mecânica (EM)


Energia potencial é uma forma de energia A energia mecânica é a soma da energia
armazenada, pronta para ser transformada ou cinética e potencial num ponto. Num sistema con-
transferida em outra. Energia potencial gravitacio- servativo:
nal é aquela que o corpo adquire quando é elevado
em relação a um determinado nível.
EMA = ECA + EPA
EMB = ECB + EPB EMA  EMB
m
E PG  m.g.h Conservação de Energia
g
A energia não pode ser cria-
EPG = Energia potencial gravitacional (J) h da ou destruída, mas unicamente
g = aceleração da gravidade (m/s2) transformada.
m = massa (kg)
h = altura (m) Questões
Exercícios 106. Cite um exemplo prático de transformação de
98. Um corpo, com massa de 2 kg, está a uma energia.
altura de 160 m do solo. Calcular a energia 107. Dê exemplos das seguintes transformações:
potencial gravitacional desse corpo em rela- a) Energia elétrica em calor;
ção ao solo, considerando g = 10 m/s2. b) Energia elétrica em luz;
99. Determine a energia potencial gravitacional, c) Energia térmica em energia de movimento;
em relação ao solo, de uma jarra com água, de d) Energia química em energia de movimento;
massa 2 kg, que está sobre uma mesa de 0,80 e) Energia de movimento em energia elétrica;
m de altura, num local onde g = 10 m/s2. 108. Quando um corpo se arrasta sobre uma super-
100.Quanto varia a energia potencial gravitacional fície horizontal rugosa, energia cinética se
de uma pessoa de massa 80 kg ao subir do so- converte em energia térmica. Se o corpo ini-
lo até uma altura de 30 m? Adote g = 10 m/s2. cialmente possuía 100 joules de energia ciné-
101.Um corpo de massa 2 kg tem energia poten- tica e, após o deslocamento referido, possui
cial gravitacional de 1000 J em relação ao so- apenas 70 joules, que quantidade de energia
lo. Sabendo que g = 10 m/s2, calcule a que al- cinética converteu-se em energia térmica.
tura o corpo encontra-se do solo. 109. O que acontece com a energia mecânica do
corpo, durante a queda?
Energia Cinética (EC) 110. Uma pedra cai sob ação exclusiva de seu pe-
Energia de movimento. É aquela que o so. Durante a queda, como variam a energia
corpo adquire devido a sua velocidade. cinética, potencial e mecânica?
m 111. Uma esfera de aço afunda lentamente num
mv 2 barril cheio de óleo viscoso, com velocidade
E 
C
v
2 constante. A energia mecânica da esfera é
constante ao longo de seu movimento?
Ec = Energia cinética (J)
m = massa (kg) Exercícios
v = velocidade (m/s) 112. Um carrinho de 100 kg é abandonado do pon-
to A de uma montanha-russa, a partir de uma
Questão altura de 5 m. Determine as velocidades do
102.O que acontece com a energia cinética quando carrinho nos pontos A e B.
dobramos a velocidade de um corpo?
Exercícios
103.Qual a energia cinética de um veículo de 700
kg quando sua velocidade é de 20 m/s?
104.Qual a massa de uma pedra que foi lançada
com uma velocidade de 5 m/s, sabendo-se que
nesse instante ele possui uma energia cinética 113. Uma pedra é abandonada de certa altura che-
de 25 J? gando ao solo com uma velocidade de 10 m/s.
105.A energia cinética de um corpo é 3600 J e sua Calcule essa altura. Admita g = 10 m/s2 e
massa é 2 kg. Determine sua velocidade. despreze a resistência do ar.

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114.Uma pedra é libertada de uma altura de 15 m talina. O fato de que as moléculas se movimentam
em relação ao solo. Sabendo que sua massa significa que elas têm energia cinética, e esta
vale 5 kg e g = 10 m/s2, determine sua energia energia cinética está relacionada à temperatura.
cinética ao atingir o solo. Temperatura de um corpo é a medida do nível
115.Um corpo de massa 3 kg é abandonado do de agitação das partículas desse corpo.
repouso e atinge o solo com velocidade de 40 A energia cinética média das moléculas de
m/s. Determine a altura de que o corpo foi um gás ideal pode ser mostrada como sendo dire-
abandonado. tamente proporcional à temperatura; líquidos e
116.Uma bola é lançada para cima, atingindo uma sólidos mostram uma dependência semelhante
altura de 3,2 m. Qual a velocidade inicial com com a temperatura. A fim de aumentar a tempera-
que foi lançada? tura de um gás é necessário aumentar a energia
117.Um corpo de massa 5 kg é lançado vertical- cinética média de suas moléculas. Isto pode ser
mente para cima com velocidade igual a 10 feito colocando o gás em contato com uma chama.
m/s. Determine a energia potencial gravitaci- A energia transferida da chama para o gás causan-
onal, em relação ao solo, ao atingir a altura do aumento da sua temperatura é chamado calor.
máxima. Fisicamente, denomina-se calor ao trânsito da
118.Abandona-se uma esfera de um ponto da Tor- energia térmica de um corpo de temperatura
re de Pisa, a uma altura de 45 metros do solo. maior para outro de temperatura menor.
Determine com que velocidade a esfera tocará
o solo.
119.Um carrinho passa pelo ponto A de uma mon-
tanha-russa com v = 5 m/s. Determine se ele
conseguirá atingir o ponto C.

Se muito calor for adicionado a um sólido,


ele se funde, formando um líquido. O líquido pode
ser transformado num gás adicionando-se mais
calor. Adicionando ainda mais calor converte-se o
gás em íons.
Enquanto adicionamos calor a uma subs-
TERMOLOGIA tância a sua energia cinética molecular é aumenta-
da ao mesmo tempo em que cresce a sua tempera-
O calor e o frio têm sido usados para pro- tura, o contrário é também verdadeiro; calor pode
pósitos terapêuticos por vários milhares de anos. ser retirado de uma substância para abaixar a sua
Galeno, um médico da antigüidade, recomendou o temperatura. Temperaturas baixas são referidas
uso da água quente e óleo em alguns tratamentos. como a região criogênica (do grego kryos, que
A aplicação de substâncias frias nas lesões foi significa frio). O ponto mais frio é o “zero absolu-
sugerida por outro médico antigo, Hipócrates. to” (273,15 ºC), uma temperatura que é inatingí-
Através dos anos, tem existido controvérsia sobre vel experimentalmente.
os valores terapêuticos do calor e do frio. Mesmo
hoje a muito que se aprender sobre estes dois mé- Equilíbrio Térmico
todos de tratamentos. Muito do progresso nesta Imagine dois corpos. Um com temperatura
área de física médica como em muitas outras foi bastante elevada e outro com a temperatura bem
devido à cooperação e colaboração de cientistas baixa. Vamos colocar os dois corpos em contato e
básicos (físicos) e biomédicos (fisioterapeutas e livres de interferências de temperaturas externas.
médicos). Veremos que após um tempo o corpo mais frio
terá ficado menos frio e o mais quente terá ficado
Temperatura e Calor menos quente. Ao final, teremos os dois corpos na
A matéria é composta de moléculas que es- mesma temperatura, que chamamos de Equilíbrio
tão em movimento. Num gás ou líquido as molé- Térmico.
culas se movem, chocam-se com as outras e com
as paredes dos recipientes; mesmo num sólido as Termometria
moléculas tem algum movimento ao redor das Refere-se ao estudo da medida da tempera-
posições que elas ocupam dentro da estrutura cris- tura (metria = medir, termo = temperatura).

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Termômetro 180 divisões. Ainda hoje, é comum verificarmos


É um instrumento destinado a medir a que países de língua inglesa utilizam esta escala.
temperatura. Seu funcionamento baseia-se na va-
riação de grandezas termométricas, como o com- Escala Kelvin
primento de uma haste metálica, ou na variação do A escala Kelvin (K), utilizada principal-
volume de um gás, na cor de um sólido, ou até mente nos meios científicos, foi proposta por Lord
mesmo na resistência elétrica de um material, tudo Willian Thomson e é denominada de escala abso-
em função da temperatura. luta. O surgimento desta escala nasceu das discus-
sões em torno de temperaturas máximas e míni-
Escala Termométrica mas que um corpo pode atingir. Não há, teorica-
Num termômetro, são as divisões que o mente, um limite superior para a temperatura. En-
mesmo possui relacionadas com números, que tretanto, observa-se que existe um limite natural
possibilita a leitura da temperatura. quando tentamos abaixar a temperatura. Estudos
realizados em laboratórios mostraram que é im-
Definindo uma Escala Termométrica possível obter-se uma temperatura inferior a -
Sob certas condições, alguns fenômenos fí- 273°C. Esta temperatura é denominada de zero
sicos só se processam a uma temperatura determi- absoluto. Kelvin propôs, então, que o valor 0 K
nada e durante o fenômeno, a temperatura perma- (zero Kelvin) fosse equivalente a -273°C e que o
nece constante. As temperaturas em que tais fe- intervalo de 1 K (um Kelvin) fosse igual ao inter-
nômenos ocorrem são denominadas de pontos valo de 1°C (um grau Celsius).
fixos. Para definir uma escala termométrica, existe
Relação entre as Escalas
a necessidade de definir quais serão estes pontos
fixos. Desta forma, utilizam-se como referência, Celsius (ºC) Fahrenheit (ºF) Kelvin (K)
em Termometria, os pontos fixos de fusão e de 100 212 373
ebulição da água. O intervalo delimitado entre
esses dois pontos fixos é dividido em partes
iguais. Cada parte em que fica dividido o intervalo b C F K
é a unidade da escala.

PV 0 32 273

1º Ponto fixo - Ponto de Gelo (PG)


C  0  F  32  K  273
 
2º Ponto fixo - Ponto de Vapor (PV) 5 9 5
Exercícios
PG
120. No Rio de Janeiro, a temperatura ambiente
chegou a atingir, no verão de 1998, o valor de
49 oC. Qual seria o valor dessa temperatura,
Escala Celsius se lida num termômetro na escala Fahrenheit?
É a escala termométrica mais utilizada. A 121. A temperatura média do corpo humano é 36
escala Celsius (°C), criada por Anders Celsius, o
C. Determine o valor dessa temperatura na
adota valores 0 (zero) para o ponto do gelo e 100 escala Fahrenheit.
(cem) para o ponto do vapor. O intervalo desta 122. Lê-se no jornal que a temperatura em certa
escala foi dividido em 100 partes iguais, sendo cidade da Rússia atingiu, no inverno, o valor
cada parte denominada de 1 °C (um grau Celsius). de 14 oF. Qual o valor dessa temperatura na
escala Celsius?
Escala Fahrenheit 123. Um termômetro graduado na escala Fahre-
Daniel Fahrenheit, criador do °F (grau nheit, acusou, para a temperatura ambiente
Fahrenheit) convencionou que o ponto de fusão do em um bairro de Belo Horizonte, 77 oF. Ex-
gelo valeria 32 e o ponto de ebulição da água 212. presse essa temperatura na escala Celsius.
Desta forma, a escala Fahrenheit varia entre 32 °F 124. Dois termômetros graduados, um na escala
a 212 °F. O intervalo entre os dois pontos possui Fahrenheit e outro na escala Celsius, regis-
tram o mesmo valor numérico para a tempera-

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tura quando mergulhados num líquido. De- regiões em um mesmo meio, ou entre dois meios
termine a temperatura desse líquido. em contato, e sem perceber-se movimento global
125.Um corpo se encontra à temperatura de 27 oC. da matéria.
Determine o valor dessa temperatura na esca-
la Kelvin.
126.Um doente está com febre de 42 oC. Qual sua
temperatura expressa na escala Kelvin?
127.Uma pessoa tirou sua temperatura com um Isso sempre ocorre a partir de uma região
termômetro graduado na escala Kelvin e en- de maior temperatura para uma região de baixa
controu 312 K. Qual o valor de sua tempera- temperatura, e atua equalizando as diferenças de
tura na escala Celsius? temperatura. Genericamente, ocorre a propagação
128.Um gás solidifica-se na temperatura de 25 K. de calor sem transporte da substância formadora
Qual o valor desse ponto de solidificação na do sistema, ou seja, através de choques entre suas
escala Celsius? partículas integrantes ou intercâmbios energéticos
dos átomos, moléculas e elétrons. A condução
TRANSFERÊNCIA DE CALOR
térmica pode ser interpretada como a transmissão
Transferência de Calor é energia em trânsi- passo a passo de agitação térmica: um átomo (ou
to devido a uma diferença de temperatura. Sempre uma molécula) transfere parte de sua energia ciné-
que existir uma diferença de temperatura em um tica ao átomo vizinho, sendo assim um fenômeno
meio ou entre meios ocorrerá transferência de ca- de transporte de energia interna devido à a agita-
lor. ção molecular, sendo assim um fenômeno termo-
Por exemplo, se dois corpos a diferentes dinamicamente irreversível.
temperaturas são colocados em contato direto, A condução ocorre em todas as formas de
ocorrera uma transferência de calor do corpo de matéria, sólidos, líquidos, gases e plasmas, mas
temperatura mais elevada para o corpo de menor não requer qualquer movimento de massa da ma-
temperatura até que haja equivalência de tempera- téria. Em sólidos, onde predomina, ocorre devido
tura entre eles. Dizemos que o sistema tende a à combinação das vibrações das moléculas em um
atingir o equilíbrio térmico. retículo cristalino e o transporte de energia por
Está implícito na definição acima que um elétrons livres.
corpo nunca contém calor, mas calor é identifica- Em fluidos (líquidos e gases) o transporte
do como tal quando cruza a fronteira de um siste- de energia é resultante da não-uniformidade do
ma. O calor é, portanto, um fenômeno transitório número de choques por unidade de volume, duran-
que cessa quando não existe mais uma diferença te seu movimento aleatório, semelhante ao fenô-
de temperatura. meno da difusão.
Os diferentes processos de transferência de Os metais e suas ligas, sejam sólidos ou lí-
calor são referidos como mecanismos de transfe- quidos, devido à elevada condutividade térmica,
rência de calor. Existem três mecanismos, que são excelentes meios de propagação de calor,
podem ser reconhecidos assim: normalmente associada à condutividade elétrica.
Os gases e alguns sólidos, que possuem
Condução Térmica baixa condutividade térmica, são considerados
péssimos meios de propagação de calor, sendo
definidos como isolantes térmicos.

Em transferência de calor, condução tér-


mica ou difusão térmica (ou ainda condução ou
difusão de calor) é a transferência de energia
térmica entre átomos e/ou moléculas vizinhas em
uma substância devido a um gradiente de tempera-
tura. É um fenômeno de transferência térmica cau-
sado por uma diferença de temperatura entre duas

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Questões sas, descem por ação da gra-


129.O isopor é formado por finíssimas bolsas de vidade.
material plástico, contendo ar. Por que o iso- Assim, formam-se as correntes de convec-
por é um bom isolante térmico? ção, fazendo com que as partes quentes se mistu-
130.Os esquimós constroem seus iglus com blocos rem continuamente com as partes frias, até que o
de gelo, empilhando-os uns sobre os outros. líquido fique todo aquecido por igual. Da mesma
Se o gelo tem uma temperatura relativamente forma, acontece a convecção nos gases.
baixa, como explicar esse seu uso como mate-
rial de construção? Irradiação Térmica
131.Num antigo jingle de uma propaganda, ouvia- A irradiação é a transmissão
se o seguinte diálogo: - Toc, toc, toc, - Quem de por intermédio de ondas ele-
bate? - É o frio! E no final eram cantados os tromagnéticas, chamadas ondas
seguintes versos: "Não adianta bater, eu não de calor ou calor radiante.
deixo você entrar, os cobertores das Casas Nesse processo, somente a
Pernambucanas é que vão aquecer o meu energia se propaga, não sendo
lar". Que comentário você tem a fazer sobre a necessário nenhum meio materi-
veracidade física dessa propaganda? al para tal.
132.Por que a serragem é melhor isolante térmico A irradiação ou radiação é o processo mais
que a madeira? importante de propagação de calor, pois é através
133.Um faquir resolveu fazer uma demonstração dele que o calor do Sol chega até a Terra. Sem
de sua arte entrando em um forno muito esse processo não haveria vida na Terra.
aquecido. Para que ele sinta a menor sensação
de "calor" possível, é preferível que ele vá nu
ou envolto em roupa de lã? Por quê?
134.Explique por que, em países de clima frio,
costumam-se usar janelas com vidraças du-
plas. Esse tipo de janela chega a reduzir em
até 50% as perdas de calor para o exterior.
135.Num mesmo ambiente, se você tocar um ob-
jeto metálico com uma mão e um objeto de Enquanto a condução e a convecção ocor-
madeira com a outra, vai sentir que o primeiro rem somente em meios materiais, a irradiação
está "mais frio" que o segundo. Como você ocorre também no vácuo.
explica esse fenômeno se os dois objetos es- De um modo geral podemos dizer que, em
tão no mesmo ambiente e, portanto, na mes- diferentes quantidades, todos os corpos emitem
ma temperatura? energia radiante devido a sua temperatura. Estas
radiações, ao serem absorvidas por outro corpo,
Convecção Térmica provocam, nele, uma elevação de temperatura.
A troca de calor por convecção foi
descoberta por Benjamim Thompson (Conde
Rumford), no século XVIII, quando pesquisava
sobre a troca de calor em fluidos.
A convecção térmica é a propagação que
ocorre nos fluidos (líquidos, gases e vapores) em
virtude de uma diferença de densidades entre par- Quando uma pessoa está próxima de um
tes do sistema. corpo aquecido, em geral, recebe calor pelos três
Por exemplo, quando processos: condução, convecção e irradiação.
aquecemos um líquido numa Quanto maior for a temperatura do corpo aqueci-
chama, as camadas inferio- do, maior será a quantidade de calor transmitida
res, ao se aquecerem, ficam por radiação.
menos densas e sobem, por
causa do empuxo, ao mesmo
tempo em que as camadas
superiores mais frias e den-

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Questões e) A condução térmica só ocorre no vácuo; no


136.Sabemos que o calor pode ser transferido, de entanto, a convecção térmica se verifica in-
um ponto para outro, por condução, convec- clusive em matérias no estado sólido.
ção e radiação. Em qual desses processos a 141. Uma carteira escolar é construída com partes
transmissão pode ocorrer mesmo que não haja de ferro e partes de madeira. Quando você to-
um meio material entre os dois pontos? ca a parte de madeira com a mão direita e a
137.Uma panela com água está sendo aquecida parte de ferro com a mão esquerda, embora
num fogão. O calor das chamas se transmite todo o conjunto esteja em equilíbrio térmico:
através da parede do fundo da panela para a a) a mão direita sente mais frio que a esquerda,
água que está em contato com essa parede e porque o ferro conduz melhor o calor;
daí para o restante da água. Na ordem desta b) a mão direita sente mais frio que a esquerda,
descrição, o calor se transmitiu por: porque a convecção na madeira é mais notada
a) radiação e convecção que no ferro;
b) radiação e condução c) a mão direita sente mais frio que a esquerda,
c) convecção e radiação porque a convecção no ferro é mais notada
d) condução e convecção que na madeira;
e) condução e radiação d) a mão direita sente menos frio que a esquerda,
138.Para resfriar um líquido, é comum colocar a porque o ferro conduz melhor o calor;
vasilha que o contém dentro de um recipiente e) a mão direita sente mais frio que a esquerda,
com gelo, conforme a figura. Para que o res- porque a madeira conduz melhor o calor.
friamento seja mais rápido, é conveniente que 142. Atualmente, os diversos meios de comunica-
a vasilha seja metálica, em vez de ser de vi- ção vêm alertando a população para o perigo
dro, porque o metal apresenta, em relação ao que a Terra começou a enfrentar já há algum
vidro, um maior valor de: tempo: o chamado "efeito estufa”! Tal efeito é
devido ao excesso de gás carbônico, presente
na atmosfera, provocado pelos poluentes dos
quais o homem é responsável direto.
O aumento de temperatura provocado pelo
fenômeno deve-se ao fato de que:
a) a atmosfera é transparente á energia radiante e
opaca para as ondas de calor;
a) condutividade térmica b) a atmosfera é opaca à energia radiante e
b) calor específico transparente para as ondas de calor;
c) coeficiente de dilatação térmica c) a atmosfera é transparente tanto para a energia
d) energia interna radiante como para as ondas de calor;
e) calor latente de fusão. d) a atmosfera é opaca tanto para a energia radi-
139.A transmissão de calor por convecção só ante como para as ondas de calor;
é possível: e) a atmosfera funciona como um meio refletor
a) no vácuo para a energia radiante e como meio absor-
b) nos sólidos vente para as ondas de calor.
c) nos líquidos
d) nos gases ÓPTICA GEOMÉTRICA
e) nos fluidos em geral.
140.Assinale a alternativa correta: Óptica estuda os fenômenos relacionados
a) A condução e a convecção térmica só ocor- à luz. Devido ao fato do sentido da visão ser o que
rem no vácuo. mais contribui para a aquisição do conhecimento,
b) No vácuo, a única forma de transmissão do a óptica é uma ciência bastante antiga, surgindo a
calor é por condução. partir do momento em que as pessoas começaram
c) A convecção térmica só ocorre nos fluidos, ou a fazer questionamentos sobre o funcionamento da
seja, não se verifica no vácuo nem em materi- visão e sua relação com os fenômenos ópticos.
ais no estado sólido. A luz é uma onda eletromagnética, cujo
d) A radiação é um processo de transmissão do comprimento de onda se inclui num determinado
calor que só se verifica em meios sólidos. intervalo dentro do qual o olho humano é a ela
sensível.

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1. Óptica geométrica: parte da Óptica que estuda


a propagação da luz por meio dos raios de luz.
Os fenômenos que essa área abrange são: pro-
pagação retilínea da luz, reflexão e refração da
luz, espelhos e lentes;
2. Óptica física: estuda o comportamento ondula-
tório da luz. Os fenômenos estudados por essa
área são: emissão, composição, absorção, pola-
rização, interferência e difração da luz.

Definições h) Pincel ou Feixe de luz: conjunto de raios lu-


No estudo da Óptica Geométrica o concei- minosos. É possível classificar os raios lumi-
to de luz diz que ela é um ente físico capaz de nosos da seguinte maneira:
sensibilizar os nossos olhos. Assim, É possível Divergentes – os raios luminosos divergem a
fazer algumas definições breves sobre a luz: partir de um ponto.
a) Corpo luminoso: são os corpos que emitem Convergentes – os raios luminosos conver-
luz própria. Exemplo: o Sol, as estrelas, a gem para um ponto.
chama de uma vela, etc. Paralelos – todos os raios de luz do conjunto
b) Corpo iluminado: são os corpos que refletem são paralelos entre si.
a luz que recebem a luz de outros corpos.
Exemplo: a lua.
c) Corpos transparentes: são os corpos que se
deixam atravessar totalmente pela luz. Exem-
plo: vidro liso, água, ar, etc.
d) Corpos opacos: são os corpos que impedem a
passagem da luz. Exemplo: parede de madeira Princípios da Óptica Geométrica
ou alvenaria, porta de metal, etc. 1. Princípio da propagação retilínea da luz:
e) Corpos translúcidos: são os corpos que se Num meio homogêneo e transparente, a luz se
deixam atravessar parcialmente pela luz. propaga em linha reta.
Exemplo: vidro jateado, vidro canelado, papel 2. Princípio da reversibilidade dos raios de luz:
vegetal, etc. O caminho seguido pela luz independe do
f) Raio de Luz: pode ser definido como sendo a sentido de propagação.
reta orientada associada à direção e ao sentido 3. Princípio da independência dos raios de luz:
de propagação da luz. Não se pode ver “um Um raio de luz, ao cruzar com outro, não in-
raio”, mas pode ser representado por vetores: terfere na sua propagação.

Câmara escura
É um tipo de aparelho óptico baseado no
princípio de mesmo nome, o qual esteve na base
da invenção da fotografia no início do século XIX.
Ela consiste numa caixa (ou também sala) com um
orifício no canto, a luz de um lugar externo passa
pelo mesmo e atinge uma superfície interna, onde
é reproduzida a imagem invertida.

g) Frente de luz: se tomarmos a luz como sendo Ao colocar-se um objeto de tamanho o de


uma onda, podemos chamar de frente de luz a frente para o orifício, a uma distância p, nota-se
própria frente de onda, como mostra a figura que uma imagem refletida, de tamanho i, aparece
abaixo. na face oposta da caixa, a uma distância p', mas de

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forma invertida. Desta forma, a partir de uma se- d) Sol, lâmpada acesa e estrelas;
melhança geométrica pode-se expressar a seguinte 151. A sombra de uma nuvem sobre o solo tem a
equação: mesma forma e o mesmo tamanho que a pró-
i p'
 pria nuvem porque os raios solares são:
o p a) Praticamente paralelos;
Exercícios b) Muito divergentes;
143.Um prédio projeta no solo uma sombra de 15 c) Pouco numerosos;
m de extensão no mesmo instante em que d) Todos convergentes a um mesmo ponto;
uma pessoa de 1,80 m projeta uma sombra de e) Muito numerosos.
2 m. Determine a altura do prédio. 152. Uma lâmpada acesa é um corpo luminoso ou
144.Qual a altura de uma árvore que projeta uma um corpo iluminado? Por quê?
sombra de 3 m de comprimento, sabendo-se
que nesse mesmo instante uma haste vertical A Cor de um Corpo
de 2 m projeta uma sombra de 1 m? A cor que um corpo apresenta é determi-
145.Um edifício iluminado pelos raios solares nada pelo tipo de luz que ele reflete. Por exemplo,
projeta uma sombra de comprimento 72 m. um corpo ao ser iluminado pela luz branca (que
Simultaneamente, uma vara vertical de 2,50 contêm todas as cores), se apresenta azul, porque
m de altura, colocada ao lado do edifício, pro- reflete a luz azul e absorve as demais. Um corpo
jeta uma sombra de comprimento 3,00 m. iluminado pela luz branca se apresenta branco
Qual a altura do edifício? porque reflete todas as cores. Um corpo negro
146.Um homem de 2,0 m de altura coloca-se 0,5 absorve todas as cores.
m de uma câmera escura (de orifício) de Luz Branca Luz Azul
comprimento 30 cm. Qual o tamanho da ima-
gem formada no interior da câmera?

Questões
147.Quando ocorre um eclipse parcial do Sol, o Corpo Azul
observador se encontra: Questões
a) na sombra; 153. Por que uma rosa é vermelha, a grama é ver-
b) na penumbra; de e um carro é preto?
c) na região plenamente iluminada; 154. Têm-se três cartões, um branco, um verme-
148.Um observador A, olhando num espelho, vê lho e um azul. Como se apresentam esses
outro observador B. Se B olhar no mesmo es- cartões num ambiente iluminado pela luz
pelho, ele verá o observador A. Esse fato é monocromática vermelha?
explicado pelo: 155. Ao observar um objeto que não é fonte de luz
a) Princípio da propagação retilínea da luz; ele se apresenta com a cor verde. O objeto
b) Princípio da independência dos raios lumino- parece verde porque:
sos; a) refrata a luz verde.
c) Princípio da reversibilidade dos raios lumino- b) difrata a luz verde.
sos; c) emite luz verde.
d) Princípio da propagação curvilínea da luz; d) reflete luz verde.
149.Dois faroletes emitem feixes de luz que se e) N.R.A.
interceptam. Após o cruzamento dos feixes: 156. Um objeto quando iluminado com luz branca
a) Um feixe se reflete no outro feixe; parecerá:
b) Os dois feixes se juntam formando um único a) preto se ele for azul.
feixe; b) azul se ele for vermelho.
c) Os feixes continuam sua propagação como se c) branco se ele for azul.
nada tivesse acontecido; d) verde se ele for preto.
d) Os feixes diminuem de intensidade; e) preto se ele for preto.
150.Dentre as alternativas escolha a que contém 157. Iluminando a bandeira brasileira com luz
apenas fontes primárias de luz: monocromática azul, você irá vê-la com que
a) Pilha de lanterna, Sol e fósforo; cor (ou cores)?
b) Sol, Lua e lâmpada elétrica; 158. A cor mostrada por um objeto corresponde
c) Lâmpada elétrica, fósforo e Sol; ao comprimento de onda da luz por ele refle-

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tida. Um objeto vermelho à luz solar, quando Vidro Plano Transparente


iluminado apenas por luz monocromática
Película Refletora
azul parecerá:
a) preto Formação de Imagens
b) multicolorido  O objeto e a imagem fornecida por um espe-
c) branco lho plano são simétricos em relação ao espe-
d) vermelho lho.
e) azul  Um espelho plano associa a um objeto real
uma imagem virtual.
REFLEXÃO DA LUZ  A imagem obtida é direita e revertida.

Reflexão regular: é a reflexão que ocorre numa Objeto (o) Imagem (i)
superfície lisa e polida. Exemplo: espelho plano.
Reflexão difusa: é a reflexão que ocorre numa
superfície irregular. Nesta reflexão os raios espa-
lham-se desordenadamente em todas as direções.

Leis da Reflexão p p’
N
RI RR Exercícios
i r 162. Uma pessoa olha sua imagem num espelho.
Para se ver melhor, ela se aproxima 1 m do
espelho, sem que este se mova.
1a lei: O raio incidente (RI), o raio refletido (RR) a) Qual foi o deslocamento da imagem, em rela-
e a reta normal (N) pertencem ao mesmo plano. ção ao solo?
2a lei: O ângulo de reflexão é igual ao ângulo de b) Se a pessoa se mantivesse parada e o espelho
incidência (i = r). fosse aproximado 1 m, qual seria o desloca-
mento da imagem em relação ao solo?
Exercícios 163. A distância de um ponto objeto à imagem
159.Um raio de luz forma com a superfície plana fornecida por um espelho plano vale 40 cm.
na qual incide um ângulo de 40o. Determine Determine:
o ângulo de reflexão desse raio. a) a distância do objeto à superfície do espelho;
160.O ângulo formado entre o raio incidente e o b) a nova distância que separa o objeto e ima-
raio refletido numa superfície espelhada é de gem, no caso de o objeto se aproximar 5 cm
60o. Determine os ângulos de incidência e de do espelho.
reflexão. 164. Uma pessoa corre para um espelho plano ver-
tical com velocidade de 3 m/s. Com que velo-
60º cidade a imagem da pessoa se aproxima do
espelho?
161.A figura representa um feixe de raios parale- 165. Num relógio, em que cada número foi substi-
los incidentes numa superfície S e os corres- tuído por um ponto, os ponteiros indicam qua-
pondentes raios emergentes Esta figura ilus- tro horas. Que horas uma pessoa verá, ao ob-
tra o fenômeno óptico da: servar o relógio por reflexão, em um espelho
a) dispersão. plano?
b) reflexão difusa. 166. Coloca-se, diante de um espelho plano, um
c) refração. cartão no qual está escrita a palavra FELIZ.
d) difração. Como se vê a imagem dessa palavra através
e) reflexão regular. do espelho?
167. Um observador, a 1,0 m de um espelho plano,
Espelho Plano vê a imagem de um objeto que está a 6,0 m do
Considera-se espelho plano toda superfí- espelho. Quando o observador se aproxima
cie plana e lisa onde predomine a reflexão regular 0,5 m do espelho, a quantos metros do espe-
da luz. lho estará a imagem do objeto?

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168.O ângulo entre o raio refletido e o raio inci- refletir nos dois espelhos, cruza o raio inci-
dente é 72°. Qual o ângulo de incidência? dente formando um ângulo  de
169.Num relógio de ponteiros, cada número foi a) 90°
substituído por um ponto. Uma pessoa, ao ob- b) 100°
servar a imagem desse relógio refletida em c) 110°
um espelho plano, lê 8 horas. Se fizermos a d) 120°
leitura diretamente no relógio, verificaremos e) 140°
que ele está marcando que hora?
170.O espelho de um banheiro é comum, plano,
feito de vidro. Uma pessoa, em frente a esse 174. Um raio de luz r incide sucessivamente em
espelho, observa a imagem do seu próprio dois espelhos planos E1 e E2, que formam en-
rosto. Assinale a opção que indica correta- tre si um ângulo de 60°, conforme representa-
mente os fenômenos ocorridos com a luz que do no esquema a seguir. Nesse esquema o ân-
atravessa o vidro desse espelho para os olhos gulo , é igual a
dessa pessoa, desde o instante em que foi a) 80°
emitida pelo seu rosto, em direção ao espelho. b) 70°
a) Reflexão c) 60°
b) Refração d) 50°
c) Reflexão – Refração – Reflexão e) 40°
d) Reflexão – Refração - Reflexão - Refração -
Reflexão
e) Refração - Reflexão – Refração 175. Uma garota, para observar seu penteado, co-
171.Um observador O observa a imagem de um loca-se em frente a um espelho plano de pare-
objeto P refletida num espelho plano horizon- de, situado a 40 cm de uma flor presa na parte
tal. A figura mostra um feixe de raios lumino- de trás dos seus cabelos. Buscando uma visão
sos que partem de P. O raio que atinge o ob- melhor do arranjo da flor no cabelo, ela segu-
servador O é ra, com uma das mãos, um pequeno espelho
a) PEO plano atrás da cabeça, a 15 cm da flor. A me-
b) PDO nor distância entre a flor e sua imagem, vista
c) PCO pela garota no espelho de parede, está próxi-
d) PBO ma de:
e) PAO a) 55 cm
b) 70 cm
c) 95 cm
172.A figura adiante representa um objeto A colo- d) 110 cm
cado a uma distância de 2,0 m de um espelho e) 130 cm
plano S, e uma lâmpada L colocada à distân- 176. Uma pessoa deseja usar um espelho plano
cia de 6,0 m do espelho. vertical, a partir do chão, para ver-se de corpo
a) Desenhe o raio emitido por L e refletido em S inteiro, desde a cabeça até os pés. A altura do
que atinge A. Explique a construção. espelho:
b) Calcule a distância percorrida por esse raio. a) deve ser pelo menos igual à altura da pessoa.
b) deve ser pelo menos igual à metade da altura
da pessoa.
c) depende da distância da pessoa ao espelho.
d) depende da altura da pessoa e da sua distância
ao espelho.
e) Deve ter o dobro do tamanho da pessoa.

Associação de Espelhos Planos


173.Nessa figura, dois espelhos planos estão dis- A associação de espelhos planos acontece
postos de modo a formar um ângulo de 30° quando a luz refletida por um espelho E1 atinge
entre eles. Um raio luminoso incide sobre um um segundo espelho E2, formando assim uma
dos espelhos, formando um ângulo de 70° combinação de imagens refletidas. Podemos ter
com a sua superfície. Esse raio, depois de se dois tipos de associação.

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I. Associação em paralelo - O número de ima- 179. Com três bailarinas colocadas entre dois espe-
gens do ponto A, formadas nos espelhos, é in- lhos planos fixos, um diretor de cinema con-
finita. Cada imagem de um espelho faz o papel segue uma cena onde são vistas no máximo
de um novo objeto para o outro espelho, e as- 24 bailarinas. Qual o ângulo entre os espe-
sim sucessivamente. lhos?
180. O ângulo formado por dois espelhos planos
angulares é o quíntuplo do número de ima-
gens obtidas de um único objeto pela associa-
ção.
a) Qual o número de imagens formadas?
b) Qual o ângulo formado entre os espelhos?
II. Associação angular - Considere α como sendo 181. Dois espelhos planos estão dispostos perpen-
o ângulo formado por dois espelhos planos com dicularmente um ao outro. Um objeto punti-
as superfícies refletoras se defrontando. forme, O, é colocado entre eles. Qual o núme-
ro de imagens do objeto que são observa-
das mediante esta combinação de espelhos?

REFRAÇÃO DA LUZ

Toda vez que a luz atravessa a superfície de


separação de dois meios transparentes ocorre va-
riação de sua velocidade de propagação, quase
sempre acompanhada de uma mudança de dire-
ção.

A quantidade de imagens formadas por um Elementos


ponto objeto P, colocado entre os dois espelhos, Raio Incidente N
pode ser determinada pela equação: i
360º Meio 1 S
N 1
 Meio 2
r d
Exercícios
177.Dois espelhos planos e quase paralelos estão Raio Refratado
separados por 5,0 m. Um homem se coloca de
frente a um dos espelhos, a uma distância de Índice de Refração Absoluto
2,0 m. Ele observa uma sequência infinita de Índice de refração de um meio qualquer é ob-
imagens, algumas de frente, outras de costas. tido pela razão entre a velocidade da luz no vácuo
a) Faça um esquema mostrando o homem, os e a velocidade da luz nesse meio.
espelhos e as quatro primeiras imagens que o
homem vê. n = índice de refração c
b) Indique no esquema as imagens de frente e de c = velocidade da luz no vácuo n
costas com as iniciais F e C. v = velocidade da luz em outro meio v
c) Quais as distâncias entre as imagens consecu-
tivas? nar  1
178.Dois espelhos planos fornecem 11 (onze) var  vvácuo = 300.000.000 m/s = 3 . 108 m/s
imagens de um objeto. Logo, podemos con-
cluir que os espelhos formam um ângulo de: Exercícios
a) 10° 182. Certa luz monocromática apresenta num
b) 25° meio material velocidade igual a 150.000
c) 30° km/s. Sendo a velocidade da luz no vácuo
d) 36° 300.000 km/s, determine o índice de refração
e) 45° absoluto para esse meio.
183. Determine o índice de refração absoluto de
um líquido onde a luz se propaga com a ve-

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locidade de 200.000 km/s. A velocidade da


luz no vácuo é 300.000 km/s.
184.A velocidade da luz amarela num determina- O
do meio é 4/5 da velocidade da luz no vácuo. A’ F’ F A
Qual o índice de refração absoluto do meio?
185.Se um pescador quiser fisgar um peixe lan-
çando obliquamente um arpão, ele deverá ar- F = foco principal objeto
remessá-lo acima ou abaixo da posição em F' = foco principal imagem
que vê o peixe? A = ponto antiprincipal objeto
186.Como deve ser um meio para que a luz se A' = ponto antiprincipal imagem
propague nele em linha reta? O = centro óptico da lente
187.O que veríamos se mergulhássemos uma Propriedades – Raios Notáveis
peça de vidro num líquido de mesmo índice
 Todo raio de luz que incide numa lente es-
de refração que o vidro?
férica paralelamente ao eixo principal re-
188.A luz procedente do Sol poente se propaga
frata-se passando pelo foco imagem da
através da atmosfera segundo uma trajetória
lente.
curva, de modo que o Sol parece estar mais
alto do que realmente está. Como se explica
este fenômeno? Ilustre com um diagrama.
O O
LENTES ESFÉRICAS A F F’ A’ A’ F’ F A

Trata-se de um sistema óptico transparente e


homogêneo, limitado por duas superfícies curvas,
ou por uma curva e outra plana. Possuem amplas  Todo raio de luz que incide numa lente es-
aplicações e podem apresentar dois comporta- férica passando pelo foco objeto da lente,
mentos ópticos: convergente e divergente. refrata-se e emerge paralelamente ao eixo
principal.
Lente Convergente

O O
A F F’ A’ A’ F’ F A

 Todo raio de luz que incide numa lente es-


férica passando pelo centro óptico, atra-
Lente Divergente vessa a lente sem sofrer desvio.

O O
A F F’ A’ A’ F’ F A

Construção de imagens
Lente Convergente – objeto antes de A

Elementos
O
O A F F’ A’
A F F’ A’

Características da imagem:
Real, Invertida e Menor.

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Imagem real: imagem no outro lado da lente 190. Um explorador, perdido na Antártica, conse-
Imagem virtual: imagem no mesmo lado guiu acender uma fogueira usando um bloco
Imagem direita: tem o mesmo sentido do objeto. de gelo que obteve congelando água num pi-
Imagem invertida: tem o sentido oposto. res. Como ele procedeu?
Imagem ainda pode ser do mesmo tamanho (igual) 191. Uma lente, feita de material cujo índice de
que o objeto, maior ou menor que o mesmo. refração absoluto é 1,5, é convergente no ar.
Quando mergulhada num líquido transparen-
Lente Divergente te, cujo índice de refração absoluto é 1,7, ela:
a) será convergente;
b) será divergente;
c) será convergente somente para a luz mono-
O cromática;
A’ F’ F A d) se comportará como uma lâmina de faces pa-
ralelas;
e) não produzirá nenhum efeito sobre os raios
Características da imagem: luminosos.
Virtual, Direita e Menor. 192. Um objeto está sobre o eixo óptico e a uma
Exercícios distância p de uma lente convergente de dis-
189.Nos esquemas abaixo, construa a imagem do tância f. Sendo p maior que f e menor que 2f,
objeto e dê as características dessa imagem. pode-se afirmar que a imagem será:
a) virtual e maior que o objeto;
a) b) virtual e menor que o objeto;
c) real e maior que o objeto;
d) real e menor que o objeto;
O
A F F’ A’ e) real e igual ao objeto.
193. Sobre a imagem de um objeto formada por
uma lente divergente, é correto afirmar que:
Características da imagem: a) será sempre virtual, direita e menor que o
Natureza: ............................. objeto;
Sentido: ............................... b) dependerá da distância do objeto;
Tamanho: ............................ c) será sempre real, invertida e maior que o ob-
jeto;
b) d) será sempre uma imagem real, mas pode ser
direita ou invertida, maior ou menor que o ob-
O jeto, dependendo de sua posição;
A F F’ A’ 194. Na formação das imagens na retina da visão
humana, tendo em vista uma pessoa com boa
saúde visual, o cristalino funciona como uma
Características da imagem: lente:
Natureza: ............................. a) convergente, formando imagens reais, inver-
Sentido: ............................... tidas e diminuídas.
Tamanho: ............................ b) convergente, formando imagens reais, direitas
c) e diminuídas.
c) divergente, formando imagens virtuais, inver-
tidas e diminuídas.
O
A F F’ A’ d) divergente, formando imagens reais, direitas e
diminuídas.
e) divergente, formando imagens reais, inverti-
Características da imagem: das e de mesmo tamanho.
Natureza: ............................. 195. Sobre as lentes esféricas, é correto afirmar
Sentido: ............................... que:
Tamanho: ............................ a) As imagens formadas por uma lente conver-
gente têm sempre as mesmas características,
Exercícios independentemente da sua posição.

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b) As imagens formadas por uma lente divergen- porta" é largamente utilizado. Na verdade, o
te são sempre reais, invertidas e menores que olho mágico é apenas uma lente:
o objeto; a) Convergente
c) A imagem formada por uma lente sempre é b) Condizente
maior que o objeto; c) Divergente
d) As características da imagem de um objeto d) Insurgente
produzida por uma lente divergente depen- e) Displicente
dem da posição desse objeto em relação à len- 200. A imagem da chama de uma vela é vista atra-
te; vés de duas lentes L1 e L2. Pode-se afirmar
e) As características da imagem formada por que:
uma lente convergente dependem da posição
em que o objeto localiza-se em relação a ela.
196.Uma lente de vidro cujos bordos são mais
espessos que a parte central:
a) deve ser divergente
b) deve ser convergente
c) no ar, é sempre divergente a) A lente L1 é divergente
d) mergulhada num líquido, torna-se divergente b) A lente L1 é convergente
e) nunca é divergente c) A lente L2 é convergente
197.É sabido que as lentes usadas nos óculos tra- d) A lente L2 pode ser convergente ou divergen-
dicionais servem para corrigir dificuldades na te, dependendo da distância que a chama da
formação de imagens no globo ocular e que vela está colocada.
desviam a trajetória inicial do feixe de luz in- 201. A imagem de um objeto real, fornecida por
cidente na direção da retina. Sendo assim, o uma lente divergente, é sempre:
fenômeno físico que está envolvido quando a a) real, invertida e maior que o objeto
luz atravessa as lentes é a: b) real, direita e menor que o objeto.
a) Reflexão especular. c) virtual, direita e maior que o objeto.
b) Difração luminosa. d) real, invertida e menor que o objeto.
c) Dispersão. e) virtual, direita e menor que o objeto.
d) Difusão. 202. Abaixo temos o corte de 4 lentes esféricas.
e) Refração luminosa. Assinale a única alternativa em que a nomen-
198.As figuras abaixo representam raios solares clatura da lente está correta:
incidentes sobre quatro lentes distintas.
a) Plano-Côncava
b) Plano-Circular
c) Bi-Convexa
d) Bi-Côncava

Deseja-se incendiar um pedaço de papel, con- ONDULATÓRIA


centrando a luz do sol sobre ele. A lente que
seria mais efetiva para essa finalidade é a de A Ondulatória é o estudo de Ondas. Uma
número: onda é um pulso energético que se propaga atra-
a) I vés do vácuo ou através de um meio material (lí-
b) II quido, sólido ou gasoso), sem que haja trans-
c) III porte de matéria.
d) IV
199.O “olho mágico” é um dispositivo de segu-
rança que se coloca na porta de casa. Prova-
velmente a maioria das pessoas conhece tal
pecinha tão útil. Seja em sua própria casa, na
de um vizinho ou amigo, ou em decorrência
de seu trabalho. Até em filmes nós percebe-
mos que o "dispositivo de espiar para fora da

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Tipos de Ondas – Direção de Vibração - Ondas mecânicas


São aquelas originadas pela deformação de uma
- Onda transversal
A vibração do meio é perpendicular à direção de região de um meio elástico e que, para se propa-
propagação. Ex: ondas numa corda. garem, necessitam de um meio material.
Ex: onda na superfície da água, ondas sonoras,
ondas numa corda tensa, etc.
As ondas mecânicas não se propagam no vácuo.
- Ondas eletromagnéticas
São aquelas originadas por cargas elétricas osci-
lantes.
- Onda longitudinal
A vibração do meio ocorre na mesma direção que Ex: ondas de rádio, ondas de raios x, ondas lumi-
a propagação. Ex: ondas sonoras no ar. nosas, etc.
As ondas eletromagnéticas podem propagar-se no
vácuo.
Velocidade de Propagação de uma Onda

s
Classificação das Ondas v
t
- Ondas unidimensionais s
Quando se propagam numa só direção. Exercícios
Ex: uma perturbação numa corda. 203. Deixa-se cair uma pequena pedra num tanque
contendo água. Observa-se uma onda circular
de raio 30 cm em t = 1 s; em t = 3 s, o raio da
onda circular é 90 cm. Determine a velocida-
de de propagação da onda.
- Ondas bidimensionais
Quando se propagam ao longo de um plano. 204. As figuras representam duas fotos sucessivas
Ex: ondas na superfície da água. de uma corda, na qual se propaga uma onda.
O intervalo de tempo entre as duas fotos é
0,2 s. Qual a velocidade de propagação dessa
onda?

s = 10 cm

205. Da arquibancada de um estádio você presen-


cia uma violenta bolada na trave, a 42,5 m de
distância. Qual o tempo decorrido a partir da
bolada até você ouvi-la? Dado: velocidade do
- Ondas tridimensionais som no ar é 340 m/s.
Quando se propagam em todas as direções. 206. Ondas mecânicas podem ser do tipo transver-
Ex: ondas sonoras ou luminosas. sal, longitudinal, ou mista. Numa onda trans-
versal, as partículas do meio:
a) não se movem;
b) movem-se numa direção perpendicular à dire-
ção de propagação da onda;
c) movem-se numa direção paralela à direção de
propagação da onda;
d) realizam movimento retilíneo uniforme;
e) nda.
207. Nas últimas décadas, o cinema têm produzido
inúmeros filmes de ficção científica com ce-
Natureza das Ondas

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nas de guerras espaciais, como Guerra nas mento de onda e sua frequência e é medida, no SI
Estrelas (Stars Wars) e Jornada nas Estrelas em m/s:
(Star Trek). Com exceção de 2001, Uma s
Odisseia no Espaço (e 2010, a Odisseia Con- v  v  . f
tinua), essas cenas apresentam explosões com t
estrondos impressionantes, além de efeitos Exercícios
luminosos espetaculares, tudo isso no espaço 208. A figura representa uma onda periódica que
interplanetário. Comparando Guerra nas Es- se propaga numa corda com velocidade v =
trelas, que apresenta efeitos sonoros de ex- 10 m/s. Determine a frequência e a amplitude
plosão, com 2001, uma odisseia no Espaço, dessa onda.
que não os apresenta, qual deles está de acor- 5m
do com as leis da Física? E quanto aos efeitos
luminosos apresentados por ambos, estão de
acordo com as leis Físicas? Justifique suas re- 4m

postas.
Ondas Periódicas 209. Um conjunto de ondas periódicas transver-
Denominam-se ondas periódicas as on-
sais, de frequência 20 Hz, propaga-se em
das geradas por fontes que executam oscilações
uma corda. A distância entre uma crista e um
periódicas, ou seja, que se repetem em intervalos
vale adjacente é de 2 m. Determine:
de tempos iguais.
a) o comprimento de onda;
Elementos b) a velocidade da onda.
Amplitude de onda (A) é a distância entre a linha 210. Num tanque pequeno a velocidade de propa-
intermediária e a crista (ou vale) da onda. gação de uma onda é de 0,5 m/s. Sabendo
crista crista
que a frequência do movimento é de 10 Hz,
calcule o comprimento da onda.
A 211. Determine o comprimento de onda de uma
estação de rádio que transmite em 1000 kHz.
A
212. Uma onda se propaga ao longo de uma corda
vale vale com frequência de 60 Hz, como ilustra a fi-
gura.
Comprimento de onda () é a distância entre dois 30 m
pontos consecutivos do meio que vibram em fase.
No SI é medido em metros (m).

10 m

a) Qual a amplitude da onda?


b) Qual o valor do comprimento de onda?
 c) Qual a velocidade de propagação dessa onda?
213. Uma fonte produz ondas periódicas na super-
Período da onda (T) é o tempo necessário para fície de um lago. Essas ondas percorrem 2,5
que um ponto da onda percorra um comprimento m em 2 segundos. A distância entre duas
de onda. É medido em segundos (s). cristas sucessivas de onda é 0,25 m. Deter-
mine:
Frequência da onda (f) é o número de oscilações a) A velocidade de propagação da onda;
completadas pela onda em uma unidade de tem- b) O comprimento de onda;
po. É medida em Hertz (Hz). c) A frequência.
1
Relação entre Período e Frequência: f  214. Um rapaz e uma garota estão em bordas opos-
T tas de uma lagoa de águas tranquilas. O rapaz,
querendo comunicar-se com a garota, coloca
Velocidade de Propagação da Onda: dentro de um frasco plástico um bilhete e, ar-
A velocidade com que uma onda se pro- rolhando o frasco, coloca-o na água e lhe dá
paga pode ser obtida relacionando seu compri- uma pequena velocidade inicial. A seguir, o
rapaz pratica movimentos periódicos sobre a

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água, produzindo ondas que se propagam, te uma onda de frequência 90,5 MHz, qual
pretendendo com isso aumentar a velocidade seria o comprimento de onda aproximado?
do frasco em direção à garota. Com relação a
219. Na figura está representada a configuração de
esse fato podemos afirmar:
uma onda mecânica que se propaga com ve-
a) Se o rapaz produzir ondas de grande amplitu-
locidade de 20 m/s.
de, a garrafa chega à outra margem mais rapi-
damente.
b) O tempo que a garrafa gasta para atravessar o
lago dependerá de seu peso.
c) Quanto maior a frequência das ondas, menor
será o tempo de percurso até a outra margem. Qual a frequência da onda, em hertz?
d) A velocidade da garrafa não varia, porque o 220. O gráfico abaixo representa uma onda que se
que se transporta é a perturbação e não o propaga com velocidade igual a 300 m/s.
meio.
e) Quanto menor o comprimento de onda, maior
será o aumento na velocidade da garrafa.
215.Considere uma pessoa batendo periodicamen-
te em um ponto da superfície de um líquido.
Uma onda passa a se propagar nessa superfí- Determine a amplitude, o comprimento de on-
cie. Portanto podemos afirmar que: da, a frequência e o período da onda.
I. A velocidade de propagação (v) da onda na
superfície de um líquido depende do meio. ONDAS ELETROMAGNÉTICAS
Assim, em líquidos diferentes (água, óleo
etc.) teremos velocidades de propagação dife- As ondas eletromagnéticas são formadas
rentes. pela combinação de campos elétricos e magnéti-
II. A distância entre duas cristas sucessivas é o cos. Elas foram descritas por um conjunto de
comprimento de onda . equações formulado por James C. Maxwell.
III. A frequência (f) da onda é igual à frequência
da fonte que deu origem à onda.
IV. As grandezas v, f e  estão relacionadas pela
equação  = v/f e, portanto, como v é cons-
tante para um dado meio, quanto maior for f,
menor será o valor de  neste meio.
a) apenas as afirmativas I, II e IV são corretas
b) apenas as afirmativas I, e III são corretas
c) apenas as afirmativas I, III e IV são corretas
d) apenas as afirmativas II e IV são corretas Maxwell, no séc. XIX, demonstrou que a
e) todas as afirmativas são corretas oscilação de uma carga elétrica dá origem a cam-
216.Num lago, correntes de ar produzem ondas pos magnéticos. Estes, por sua vez, dão origem a
periódicas na superfície da água, que se pro- campos elétricos, assim como a variação de fluxo
pagam à razão de 3 m/s. Se a distância entre de campos elétricos dá origem a campos magnéti-
duas cristas sucessivas dessas ondas é 12 m, cos. Essa interação é responsável pelo surgimento
qual o período de oscilação de um barco an- das ondas eletromagnéticas.
corado? Maxwell partiu das Leis de Ampere, Fara-
217.Numa corda tensa, propaga-se uma onda de day e Coulomb para relacionar diversas equações
comprimento de onda 0,2 m com velocidade que atualmente são conhecidas como equações de
igual a 8 m/s. Determine a frequência e o pe- Maxwell. Essas equações permitiram que ele fi-
ríodo dessa onda. zesse a previsão da existência das ondas eletro-
218.As antenas das emissoras de rádio emitem magnéticas. A confirmação da existência dessas
ondas eletromagnéticas que se propagam na ondas foi feita apenas depois de nove anos pelo
atmosfera com a velocidade da luz (3.108 físico alemão Heinrich Hertz, que conseguiu obter
m/s) e com frequências que variam de uma ondas eletromagnéticas com todas as característi-
estação para a outra. Se a rádio UNISEP emi- cas já descritas por Maxwell, que morreu antes de
ver a confirmação das suas teorias.

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Uma das principais contribuições de rádio. Nas estações existem circuitos elétricos
Maxwell foi a de que a velocidade das ondas ele- próprios que fazem com que os elétrons da antena
tromagnéticas no vácuo era igual a 3.108 m/s, que emissora oscilem, emitindo as ondas de rádio que
era a mesma velocidade já obtida para a propaga- transportam mensagens.
ção da luz. Essa descoberta fez com que Maxwell
suspeitasse que a luz fosse um tipo de onda ele-
tromagnética, o que foi confirmado por Hertz al-
guns anos mais tarde.
Uma evidência de que a luz é uma onda
eletromagnética é o fato de a luz do sol chegar até
a Terra apesar da longa distância e da inexistência
de um meio material no espaço de propagação.
Em face de todas as suas contribuições, Microondas
Maxwell é considerado tão importante para o ele- São ondas de frequência
tromagnetismo como Isaac Newton é para a me- bem mais elevadas que as
cânica. frequências das ondas de
rádio. Essas ondas possuem
O Espectro Eletromagnético frequências compreendidas
Espectro eletromagnético é o conjunto de entre 108 Hz e 1011 Hz.
todas as radiações conhecidas que caracterizam os Hoje essas ondas são utili-
diversos tipos de ondas eletromagnéticas, como a zadas amplamente na fabricação dos aparelhos de
luz visível, as micro-ondas, as ondas de rádio, microondas como também nas telecomunicações,
radiação infravermelha, radiação ultravioleta, rai- transportando sinais de TV via satélite ou trans-
os x e raios gama. missões telefônicas.

Raios Infravermelhos
Radiação eletromagnética invisível, emitida por
corpos aquecidos. Pode ser detectada por meio de
células fotoelétricas, possui muitas aplicações.
Desde o aquecimento de interiores até o tratamen-
to de doenças de pele e dos músculos. Para produ-
zir o infravermelho, em geral empregam-se lâm-
De forma geral, os vários tipos de ondas padas de vapor de mercúrio a de filamento longo
eletromagnéticas diferem quanto ao comprimento incandescente. A radiação
de onda, fato esse que modifica o valor da fre- infravermelha é usada
quência, e também da forma com que elas são para obter fotos de objetos
produzidas e captadas, ou seja, de qual fonte elas distantes encobertos pela
originam e quais instrumentos são utilizados para atmosfera, também muito
que se possa captá-las. No entanto, todas elas pos- utilizada por astrônomos
suem a mesma velocidade, ou seja, v = 3,0 x 108 para observar estrelas e nebulosas que são invisí-
m/s e podem ser originadas a partir da aceleração veis com luz normal. Outra utilidade deste tipo de
de cargas elétricas. radiação é o uso nas fotografias infravermelhas,
que são muito precisas.

Radiação Visível – Luz


As ondas eletromagnéticas que possuem frequên-
cia compreendida entre 4,6.1014 Hz e 6,7.1014 são
de extrema importância para nós, seres humanos,
pois elas são capazes de sensibilizar nossa visão,
Ondas de Rádio essas são as chamadas radiações luminosas, ou
As ondas eletromagnéticas de baixas frequências, seja, a luz. As radiações luminosas possuem um
até 108 Hz, são denominadas de ondas de rádio. pequeno espaço no espectro eletromagnético,
São denominadas dessa forma porque são utiliza- chamado espetro solar. Sendo assim, os olhos hu-
das para fazer as transmissões das estações de

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manos não conseguem ver o restante das radiações ossos das mãos. Estes raios desconhecidos são
que compõe o espectro eletromagnético. chamados simplesmente de "x".

Radiação Ultravioleta
As frequências dessa radiação são superio-
res às da região visível ao olho humano. Essas Raios Gama ()
radiações são emitidas pelos átomos quando exci- Raios gama é um tipo de radiação eletromagné-
tados como, por exemplo, em lâmpadas de vapor tica de alta frequência que é produzida por ele-
mercúrio (Hg), acompanhando a emissão de luz. mentos radioativos que se desintegram. Em razão
Por não serem visíveis os raios ultravioletas po- da enorme energia, os raios possuem um tipo de
dem causar sérios danos à visão humana. Cerca de radiação ionizante com capacidade de penetrar
5% da energia mandada pelo Sol consiste nesta profundamente na matéria, mais profundo até que
radiação, mas a maior parte da que incide sobre a as partículas alfa e be-
Terra é filtrada pelo gás oxigênio e pelo ozônio na ta.
atmosfera, estes protegem a vida na Terra. É di- O processo de irradia-
vidida em três classes: UV-A, UV-B e UV-C. As ção de diferentes produ-
ondas de menor comprimento de onda são as mais tos com raios gama
nocivas aos organismos vivos. A UV-A tem com- cresce significativamen-
primento entre 4000 A (angstrons) e 3150 A. UV- te no mundo. Devido à
B tem comprimento entre 3150 A e 2800 A e cau- sua elevada energia,
sa queimaduras na pele. podem causar danos no núcleo das células, por
isso são usados para esterilizar equipamentos mé-
dicos, alimentos e diversos outros produtos.

Radiação de Fundo (Raios Cósmicos)


Toda vida, em nosso planeta, está exposta à radia-
ção cósmica e à radiação proveniente de elemen-
tos naturais radioativos existentes na crosta terres-
tre como potássio, césio, etc. A intensidade dessa
radiação tem permanecido constante por milhares
de anos e se chama radiação natural ou radiação
Raios X de fundo, e provém de muitas fontes. Cerca de
São ondas capazes de atravessar o corpo humano 30% a 40% dessa radiação se deve aos raios cós-
e, durante a travessia, o feixe sofre certo enfraque- micos. Alguns materiais radioativos como potás-
cimento. Ele provoca a iluminação de certos sais sio-40, carbono-14, urânio, tório, etc., estão pre-
minerais. O uso dos raios X tem sido uma impor- sentes em quantidades variáveis nos alimentos.
tante ferramenta de diagnóstico e terapia. Os raios Uma quantidade razoável de radiação vem do solo
X são absorvidos pelos ossos enquanto passam e de materiais de construção.
facilmente pelos outros tecidos. Em 1895 Wilhelm
ACÚSTICA – ONDAS SONORAS
Konrad Von Röntgen descobre acidentalmente os
raios X quando estudava válvulas de raios catódi- Determinadas ondas mecânicas são capa-
cos. Verificou que algo acontecia fora da válvula e zes de impressionar os tímpanos humanos, pro-
fazia brilhar no escuro alguns focos fluorescentes. duzindo um efeito sonoro. Som é toda onda per-
Eram raios capazes de impressionar chapas foto- ceptível pelo ouvido humano. As ondas sonoras
gráficas através de papel preto. Produziam foto- são ondas mecânicas e, portanto não se propagam
grafias que revelavam moedas nos bolsos e os no vácuo.

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Infrassom e Ultrassom Graves  frequência menor, como a voz mas-


As ondas sonoras são audíveis pelo ho- culina.
mem quando sua frequência se situa no intervalo Agudos  frequência maior, como a voz femi-
entre 20 Hz e 20.000 Hz. Abaixo desta faixa têm- nina.
se os infrassons e acima dela os ultrassons.

Fontes de Som
Em geral, as fontes sonoras são corpos em
vibração, como o cone de um alto-falante, as cor-
das vocais, etc.

Transmissão do Som
As ondas sonoras se propagam nos meios
materiais por sucessivas compressões e descom-
pressões (rarefações) das moléculas do meio.

Intensidade Sonora
Relacionada com a amplitude, é a quali-
dade que nos permite distinguir os sons fortes
dos fracos.
Som Fraco

a
A Velocidade do Som
Nos líquidos e nos sólidos, onde as molé-
culas estão mais próximas umas das outras, a ve-
locidade do som é bem maior do que em um gás. A

vsólidos > vlíquidos > vgases


Velocidade do som no ar  340 m/s Som Forte
Velocidade do som na água  1450 m/s Lembrando que intensidade sonora é a
Velocidade do som em alguns sólidos  5000 m/s qualidade fisiológica do som que permite ao ou-
vido humano diferenciar um som forte de um som
Qualidades de um Som fraco, define-se intensidade pelo quo-
O ouvido humano é capaz de distinguir ciente entre a potência (P) de uma P
algumas propriedades ligadas ao som, chamadas onda e a área (A) imaginária ultrapas- I 
qualidades fisiológicas da onda sonora: Altura, sada por ela, perpendicularmente: A
intensidade e timbre.
Costuma-se adotar como unidade de in-
Altura de um Som tensidade sonora: W/cm2 ou W/m2. Experimen-
Relacionada com a frequência, é a quali- talmente concluiu-se que a intensidade mínima
dade do som que nos permite distinguir os sons que uma onda sonora deve ter para que seja audí-
graves (baixos) dos agudos (altos). É comum vel está em torno de 10-12 W/m2, chamado limite
confundir a altura com o volume de um som, mas mínimo da percepção auditiva.
são conceitos distintos. I0 = 10-12 W/m2

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Nível Sonoro
É uma grandeza relacionada com a forma
pela qual ocorre a percepção sonora no ouvido.
Considerando I0 a menor intensidade física audí-
vel e I a intensidade física do som que se quer
medir, define-se nível sonoro  de um som como
sendo:
I
  10 log
I0
O nível sonoro é medido em decibel (dB)
que é um submúltiplo do bel (símbolo B) em ho-
menagem ao inventor do telefone, Alexander
Graham Bell.
Reflexão Sonora
Observações: O ouvido humano possui um limi- Quando uma onda sonora encontra um
te para a intensidade do som, chamado limiar da obstáculo à sua frente, ela pode retornar à sua
dor. Acima deste limite a percepção sonora é fonte por reflexão. Nossos ouvidos têm a capaci-
acompanhada de sensação dolorosa e a intensida- dade de distinguir sons emitidos num intervalo de
de correspondente a esse limite é de 1 W/m2, o tempo de, no mínimo, 100 ms (0,1 s). Sendo as-
que equivale ao nível sonoro de 120 dB. Uma sim, a reflexão é estudada através de dois fenô-
exposição prolongada, em níveis menos: o eco e a reverberação.
acima de 85 dB, pode ocasionar Eco – O som refletido retorna após a extinção
lesões irreversíveis ao ouvido total do som original. O eco ocorre se a distância
humano. Decibelímetro é o apa- entre a origem do som e o obstáculo for, no mí-
relho que mede diretamente o nimo, de 17 m.
nível sonoro de um ambiente.

Reverberação – Ocorre reverberação quando o


som refletido chega ao ouvido antes da extinção
do som original, havendo um prolongamento na
duração desse som.
Questões
221. No filme Guerra nas estrelas, as batalhas
travadas entre as naves são acompanhadas pe-
lo ruído característico das armas disparadas e
dos veículos explodindo. Fisicamente, isso
realmente poderia ocorrer? Por quê?
222. Em um filme americano de faroeste, um índio
colou seu ouvido ao chão para verificar se a
Timbre cavalaria estava se aproximando. Há uma jus-
É a qualidade que nos faz distinguir as vo- tificativa física para esse procedimento? Ex-
zes de duas pessoas, mesmo quando emitindo plique.
sons de mesma frequência. Também permite dife- 223. Se você observar a distância alguém cortando
renciar os sons de dois instrumentos musicais, lenha, primeiro verá o martelo batendo na
mesmo quando eles emitem a mesma nota. madeira e só depois ouvirá o barulho. O

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mesmo fenômeno acontece com os raios, nu- (– se houver excesso de elétrons)


ma tempestade: primeiro vemos o relâmpago (+ se houver falta de elétrons)
e depois ouvimos o trovão. Por que isso acon-
tece? Q = quantidade de carga (C)
n = número de cargas
ELETRICIDADE e = carga elementar (C)
Carga elétrica e =  1,6.10-19 C
A matéria é formada de pequenas partícu-
las, os átomos. Cada átomo, por sua vez, é consti- Unidade de carga elétrica no SI é o Coulomb (C)
tuído de partículas ainda menores, no núcleo: os É usual o emprego dos submúltiplos:
prótons e os nêutrons; na eletrosfera: os elétrons. 1 microcoulomb = 1  C = 10-6C
Às partículas eletrizadas (elétrons e pró- 1 milicoulomb = 1mC = 10-3C
tons) chamamos “carga elétrica”.
Exercícios
Elétron: – 224. Na eletrosfera de um átomo de magnésio
Próton: + temos 12 elétrons. Qual a carga elétrica de
Nêutron: 0 sua eletrosfera?
225. Um corpo tem uma carga igual à –32. 10-6 C.
Quantos elétrons há em excesso nele?
226. É dado um corpo eletrizado com carga + 6,4.
Condutores de eletricidade 10-6 C. Determine o número de elétrons em
São os meios materiais nos quais há facili- falta no corpo.
dade de movimento de cargas elétricas, devido a 227. Quantos elétrons em excesso têm um corpo
presença de "elétrons livres". Ex: fio de cobre, eletrizado com carga de –16.10-9 C?
alumínio, etc. Questões
Isolantes de eletricidade 228. Qual o erro na afirmação: "Uma caneta é con-
São os meios materiais nos quais há difi- siderada neutra eletricamente, pois não possui
culdade de movimento de cargas elétricas. Ex: nem cargas positivas nem cargas negativas"?
vidro, borracha, madeira seca, etc. 229. O que são elétrons livres? Eles existem nos
materiais condutores ou nos isolantes?
Princípios da eletrostática 230. Em que condições têm-se atração entre duas
cargas elétricas? E em que condições elas se
Lei de Du Fay: Cargas elétricas de mesmo sinal repelem?
se repelem e de sinais contrários se atraem. 231. O que é ligação terra?
+ +
PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO
– –
Eletrização por atrito
Quando atritamos dois corpos feitos de
+ –
materiais diferentes, um deles transfere elétrons
para o outro de modo que o corpo que perdeu elé-
Lei da conservação de carga: Num sistema eletri- trons fica eletrizado positivamente enquanto o
camente isolado, a soma das cargas elétricas é corpo que ganhou elétrons fica eletrizado negati-
constante. vamente.
Corpo neutro  O nº. de prótons = nº. de elétrons Experimentalmente obtém-se uma série,
Corpo positivo  O corpo perdeu elétrons denominada série tribo-elétrica que nos informa
Corpo negativo  O corpo ganhou elétrons qual corpo fica positivo e qual fica negativo. A
seguir apresentamos alguns elementos da série: ...
Medida da Quantidade de Carga vidro, mica, lã, pele de gato, seda, algodão,
ebonite, cobre... Quando atritamos dois materiais
Q  e.n diferentes, aquele que aparece em primeiro lugar
na série fica positivo e o outro fica negativo.

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Assim, por exemplo, consideremos um seguida afastarmos novamente os corpos, as car-


bastão de vidro atritado em um pedaço de lã. O gas positivas de B espalham-se por sua superfície.
vidro aparece antes da lã na série. Portanto o vidro
fica positivo e a lã negativa, isto é, durante o atri-
to, o vidro transfere elétrons para a lã.

Exercícios
232. Um corpo A, com carga QA = 8  C, é coloca-
do em contato com um corpo B, inicialmente
Eletrização por contato neutro. Em seguida, são afastados um do ou-
Quando colocamos dois corpos condutores tro. Sabendo que a carga do corpo B, após o
em contato, um eletrizado e o outro neutro, pode contato, é de 5  C, calcule a nova carga do
ocorrer a passagem de elétrons de um para o ou- corpo A.
tro, fazendo com que o corpo neutro se eletrize. 233. Duas esferas metálicas idênticas, de cargas 4.
10-6 C e 6.10-6 C, foram colocadas em contato.
Antes Durante Depois Determine a carga de cada uma após o conta-
to.

Questões
234. Para evitar a formação de centelhas elétricas,
os caminhões transportadores de gasolina cos-
De modo geral, após o contato, a tendência tumam andar com uma corrente metálica ar-
é que em módulo, a carga do condutor maior seja rastando-se pelo chão. Explique.
maior do que a carga do condutor menor. Quando 235. Segurando na mão uma esfera eletrizada de
o contato é feito com a Terra, como ela é muito metal, é possível torná-la eletrizada? Por quê?
maior que os condutores com que usualmente tra- Como se deve proceder para eletrizar essa es-
balhamos, a carga elétrica do condutor, após o fera?
contato, é praticamente nula. Se os dois conduto- 236. Por que, em dias úmidos, um corpo eletrizado
res tiverem a mesma forma e o mesmo tamanho, perde sua carga com relativa rapidez?
após o contato terão cargas iguais. 237. Que partícula é transferida de um corpo para
o outro no processo de eletrização por atrito?
Eletrização por indução
A eletrização de um condutor neutro pode TENSÃO ELÉTRICA
ocorrer por simples aproximação de um corpo
eletrizado, sem que haja contato entre eles. Apro- Tensão elétrica é a diferença de potencial
ximemos os corpos A e B, mas sem colocá-los em elétrico (ddp) entre dois pontos. Por analogia, a
contato. A presença do corpo eletrizado A provo- tensão elétrica seria a "força" responsável pela
cará uma separação de cargas no condutor B (que movimentação de elétrons. A tensão é a tendência
continua neutro). Essa separação é chamada de que uma carga tem de ir de um ponto para o outro.
indução. Sua unidade de medida é o volt (V).

U  V
Se ligarmos o condutor B à Terra, as car- U AB  VA  VB
gas negativas, repelidas pelo corpo A escoam-se
para a Terra e o corpo B fica carregado positiva- Normalmente toma-se um ponto que se con-
mente. Se desfizermos a ligação com a Terra e em sidera de tensão zero e mede-se a tensão do resto
dos pontos relativos a este.

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CORRENTE ELÉTRICA 243. O que é necessário para ser estabelecida uma


As cargas elétricas em movimento ordenado corrente elétrica num fio condutor?
constituem a corrente elétrica. As cargas elétricas 244. Em que é usada a fita isolante? Por quê?
que constituem a corrente elétrica são os elétrons
livres, no caso do sólido, e os íons, no caso dos EFEITOS DA CORRENTE ELÉTRICA
fluídos (inclusive no corpo humano).
Na passagem de uma corrente por um condu-
tor observam-se alguns efeitos:

a) Efeito térmico ou efeito Joule


Qualquer condutor sofre um
Intensidade da Corrente Elétrica (i) aquecimento ao ser atravessado
A intensidade i da corrente elétrica é definida
por uma corrente elétrica. Esse
como a razão entre o módulo da quantidade de
efeito é a base de funcionamento
carga Δq que atravessa certa secção transversal
dos aquecedores e chuveiros elé-
(corte feito ao longo da menor dimensão de um
tricos, secadores de cabelo, lâm-
corpo) do condutor em um intervalo de tempo Δt.
padas térmicas etc.
q
i
t
Q  i.t b) Efeito luminoso
Em determinadas condições, a passagem da cor-
i = corrente elétrica (A) rente elétrica através de um gás rarefeito faz com
q = carga elétrica (C) que ele emita luz. As lâmpadas fluorescentes e os
t = tempo (s) anúncios luminosos. São aplicações desse efeito.
Unidade de corrente elétrica no SI é ampère (A) Neles há a transformação direta de energia elétrica
em energia luminosa.
Tipos de Corrente
- Corrente contínua (CC) c) Efeito magnético
É aquela cujo sentido se mantém constante. Um condutor percorrido por uma corrente elétrica
Ex: corrente de uma bateria de carro, pilha, etc. cria, na região próxima a ele, um campo magnéti-
co. Este é um dos efeitos mais importantes, consti-
- Corrente alternada (CA) tuindo a base do funcionamento dos motores,
É aquela cujo sentido varia alternadamente. transformadores, relés etc.
Ex: corrente usada nas residências.
Exercícios
238.Por uma secção transversal de um fio de
cobre passam 20 C de carga em 2 segundos.
Qual é a corrente elétrica?
239.Em cada minuto, a secção transversal de um
condutor metálico é atravessada por uma
d) Efeito químico
quantidade de carga elétrica de 12 C. Qual a
Uma solução eletrolítica sofre decomposição,
corrente elétrica que percorre o condutor?
quando é atravessada por uma corrente elétrica. É
240.Pela secção transversal de um condutor me-
a eletrólise. Esse efeito é utilizado, por exemplo,
tálico passam 6.1020 elétrons durante 2 s.
no revestimento de metais: cromagem, niquelação
Qual a corrente elétrica que atravessa o con-
etc.
dutor? É dada a carga elétrica elementar: e =
1,6. 10-19 C.

Questões
241.Por que alguns elétrons recebem a denomina-
ção de elétrons livres?
242.O que diferencia a corrente elétrica produzida
por uma pilha da corrente elétrica produzida
numa usina hidrelétrica?

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e) Efeito fisiológico Questões


O efeito fisiológico corresponde à passagem da 245. Por meio de qual processo se obtém luz numa
corrente elétrica por organismos vivos. A corrente lâmpada de filamento?
elétrica age diretamente no sistema nervoso, pro- 246. Cite um exemplo onde o aquecimento de um
vocando contrações musculares; quando isso ocor- fio condutor é inconveniente. Cite um exem-
re, dizemos que houve um choque elétrico. A con- plo onde o aquecimento é desejável.
dição básica para se levar um choque é estar sob 247. Qual a propriedade da corrente elétrica que
uma diferença de potencial (ddp), capaz de fazer permitiu a construção dos primeiros instru-
com que circule uma corrente tal que provoque mentos de medida?
efeitos no organismo.
RESISTORES

Resistores são elementos de circuito que


O pior caso de choque é aquele que se ori- consomem energia elétrica, convertendo-a inte-
gina quando uma corrente elétrica entra pela mão gralmente em energia térmica (Efeito Joule).
de uma pessoa e sai pela outra. Nesse caso, atra-
vessando o tórax de ponta a ponta, ela tem grande 1ª Lei de Ohm
chance de afetar o coração e a respiração. O valor + –
mínimo de intensidade de corrente que se pode
U
perceber pela sensação de cócegas ou formiga-
mento leve é 0,3 mA. Entretanto, com uma cor- i
rente de intensidade 10 mA, a pessoa já perde o R
controle dos músculos, sendo difícil abrir a mão e
livrar-se do contato (tetanização). O valor mortal U  R.i
está compreendido entre 10 mA e 3 A, aproxima-
U = (ddp) diferença de potencial (V)
damente. Nesses valores, a corrente, atravessando
o tórax, atinge o coração com intensidade sufici- R = resistência elétrica (  )
ente para modificar seu ritmo (fibrilação ventricu- i = corrente elétrica (A)
lar).
Unidade de resistência elétrica no SI: ohm (  )
Efeitos da corrente elétrica no corpo humano
Corrente (mA) Efeitos prováveis Exercícios
0 a 0,3 Limiar de percepção. 248. Um chuveiro elétrico é submetido a uma ddp
0,3 a 0,6 Formigamento. de 220 V, sendo percorrido por uma corrente
1 a 10 Dor, contração muscular, des- elétrica de 10 A. Qual é a resistência elétrica
controle muscular. do chuveiro?
10 a 25 Contração muscular, dificuldade 249. Determine a ddp que deve ser aplicada a um
respiratória, aumento da pressão
resistor de resistência 6  para ser atraves-
arterial.
Paralisia respiratória, fibrilação
sado por uma corrente elétrica de 2 A.
25 a 50
ventricular, inconsciência. 250. Uma lâmpada incandescente é submetida a
50 a 200 Paralisia respiratória, fibrilação uma ddp de 110 V, sendo percorrida por
ventricular, inconsciência, mar- uma corrente elétrica de 5,5 A. Qual é, nes-
cas visíveis. sas condições, o valor da resistência elétrica
200 a 250 Fibrilação ventricular, inconsci- do filamento da lâmpada.
ência, marcas visíveis. 251. Nos extremos de um resistor de 200  ,
Mais de 250 Parada cardíaca, inconsciência, aplica-se uma ddp de 100 V. Qual a corrente
queimaduras. elétrica que percorre o resistor?

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POTÊNCIA DISSIPADA NO RESISTOR Exercícios


A energia térmica transformada por unidade 259. Qual é o consumo de energia, durante um
de tempo é denominada potência dissipada pelo mês, em kWh, de um chuveiro de 4000 W,
resistor. No entanto agora se pode calcular a que é utilizado meia hora por dia?
potência correspondente a cada tipo de resistor 260. Em um ferro elétrico, lê-se a inscrição 600
ôhmico quando percorrido por uma corrente elé- W-120 V. Isso significa que, quando o ferro
trica. elétrico estiver ligado a uma tensão de 120
V, a potência desenvolvida será de 600 W.
U2
P  i.U P  R.i 2
P Calcule a energia elétrica (em kWh) consu-
R mida em 2 h.
Unidade de potência no SI: watt (W) 261. Uma torradeira dissipa uma potência de
3000 W. Ela é utilizada durante 0,5 h. Pede-
Exercícios se:
252.Quando uma lâmpada é ligada a uma tensão a) a energia elétrica consumida em kWh;
de 120 V, a corrente que flui pelo filamento b) o custo da operação, considerando o preço
da lâmpada vale 1 A. Qual a potência da do kWh igual a R$ 0,52.
lâmpada?
253.Calcule a corrente que percorre o filamento ELETROMAGNETISMO
de uma lâmpada de 120 V e 60 W. Ímã
254.Em um resistor, de resistência igual a 10  ,
passa uma corrente com intensidade de 2A.
Calcule a potência dissipada no resistor.
255.De acordo com o fabricante, um determina- A magnetita ou pedra-ímã é composta de
do resistor de 100  pode dissipar, no má- óxido de ferro (Fe3O4) e constitui o ímã natural.
ximo, potência de 1 W. Qual é a corrente Atualmente são utilizados também os imãs artifi-
máxima que pode atravessar esse resistor? ciais, obtidos a partir do processo denominado de
imantação, que ocorre com substâncias ferro-
256.Num certo carro, o acendedor de cigarros
magnéticas.
tem potência de 48 W. A ddp no sistema elé-
Chamamos de substâncias ferromagnéti-
trico desse carro é 12 V. Qual é a resistência
cas aquelas que se imantam sob influência de um
elétrica do acendedor de cigarros?
campo magnético externo. O ferro, o níquel, o
cobalto e algumas ligas que contenham esses ele-
Questões
mentos são ferromagnéticos.
257.O que acontecerá se ligarmos uma lâmpada
com as inscrições (60 W – 110 V) na tensão Polos de um Ímã
220 V. Por quê? Os polos são as partes dos ímãs onde os
258.O que seria um condutor elétrico ideal? Você efeitos magnéticos são mais intensos. Toda vez
acha que os fios da instalação de sua casa po- que um ímã em forma de barra for suspenso por
dem ser considerados condutores ideais? um fio ele se posiciona aproximadamente na dire-
ção norte-sul terrestre. A extremidade que se ori-
ENERGIA CONSUMIDA
enta para o norte geográfico terrestre é o polo nor-
Durante o período em que um aparelho, dis- te magnético e a outra extremidade é o polo sul
positivo ou equipamento elétrico é utilizado, ele magnético.
consome energia, que pode ser calculada pela
expressão: N S

- Polos magnéticos de mesmo nome se repelem


E = energia (J, KWh) e de nomes contrários se atraem.
P = potência (W, Kw) E  P.t - Se seccionarmos um imã ao meio, surgirão
 t = tempo (s, h) novos polos norte e sul em cada um dos peda-
ços, constituindo cada um deles um novo imã.
No SI a unidade de energia é o joule (J), mas
também é muito utilizado o kWh. 1 kWh é a
energia consumida, com potência de 1 kW, du- N S N S
rante 1 hora.

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Campo Magnético O campo magnético produzido pela cor-


Campo magnético é toda região de influência rente elétrica em um fio retilíneo depende basi-
magnética ao redor de um imã ou de um condutor camente de dois fatores: da intensidade da corren-
percorrido por corrente elétrica, de maneira que te e da distância ao fio. Quanto maior for o valor
qualquer outro imã ou metal ferromagnético colo- da corrente, maior será o campo magnético criado
cado nesta região fica sujeito a uma força magné- por ela. Por outro lado, quanto maior for a distân-
tica. cia ao fio, menor o valor do campo magnético.

.i
BF 
N S 2R
B Intensidade do vetor campo magnético (T)
 Permeabilidade magnética do meio
O vetor campo magnético, num ponto
No vácuo:  0 = 4  .10-7 T.m/A
qualquer, é um vetor tangente às linhas e no mes-
mo sentido delas. R  Distância do ponto ao fio (m)
i  intensidade da corrente elétrica.
B = vetor campo magnético = Tesla (T) O sentido das linhas de campo magnético
Bússola pode ser obtido pela regra da mão direita: segure
A bússola é constituída por uma agulha o condutor com a sua mão direita, de maneira que
magnética que se orienta sempre na direção e sen- o dedo polegar aponte o sentido da corrente. Os
tido do campo magnético existente ao seu redor. A seus dedos apontarão no sentido das linhas de
extremidade da agulha da bússola corresponde ao campo magnético.
pólo norte.

Campo Magnético Terrestre  


O norte da agulha magnética da bússola
aponta aproximadamente para o Norte geográfi-  
co da Terra, região na qual se encontra o polo sul i B iB
magnético. Os polos magnéticos e geográficos não
são exatamente coincidentes.
Exercícios
262. Um fio retilíneo e longo é percorrido por uma
corrente elétrica contínua i = 2A. Determine o
campo magnético num ponto distante 0,5 m
do fio. Adote  0 = 4  .10-7 T.m/A
263. A 0,4 m de um fio longo e retilíneo o campo
magnético tem intensidade 4.10-6 T. Qual é a
corrente que percorre o fio? Adote  0 = 4 
Campo Magnético em torno de um Fio
Além do efeito joule, a circulação de cor- .10-7 T.m/A.
rente por um fio condutor gera ao seu redor um 264. Poderia um astronauta se orientar na Lua
campo magnético. Coube a Ampère determinar o usando uma bússola comum? Explique.
sentido do campo de indução magnética ao redor
do fio. As linhas do campo são circulares, con- O eletromagnetismo é o nome da teoria uni-
cêntricas e situadas num plano normal ao fio. ficada desenvolvida por James Maxwell para ex-
plicar a relação entre a eletricidade e o magnetis-
mo. Esta teoria baseia-se no conceito de campo
eletromagnético. O campo magnético é resultado
do movimento de cargas elétricas, ou seja, é resul-
tado de corrente elétrica.

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