Ix Comunicacao Cientifica em Saude e Meio Ambiente 26032018 PDF
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ORGANIZADORES
Andreimar Martins Soares
Ricardo Pianta Rodrigues da Silva
IX COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA
EM SAÚDE E MEIO AMBIENTE
–PIBIC/CNPq/PIC/PAP/UniSL
2016/2017
2
Porto Velho-RO
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC/CNPq/UniSL
INFORMAÇÕES INSTITUCIONAIS
CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO LUCAS – UniSL
REITORA GERAL
Dra. Maria Eliza de Aguiar e Silva
PRÓ-REITORA ACADÊMICA
Profa. Dra. Eloá de Aguiar Gazola
COORDENADOR DO PIBIC
Prof. Dr. Ricardo Pianta Rodrigues da Silva
EDITORES EXECUTIVOS
Prof. Dr. Andreimar Martins Soares
Prof. Dr. Ricardo Pianta Rodrigues da Silva
EDITORES TÉCNICOS-CIENTÍFICOS
Prof. Dr. Andreimar Martins Soares
Prof. Dr. Ricardo Pianta Rodrigues da Silva
Thaysa Giulliane Coelho Herculano
EDITORES ASSOCIADOS
PRODUÇÃO/REVISÃO EDITORIAL
AGÊNCIAS FINANCIADORAS
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq
Centro Universitário São Lucas - UniSL
3
APRESENTAÇÃO
OBJETIVOS
SUMÁRIO
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE
BOLSAS DE INICIAÇÃO
CIENTÍFICA/PIBIC/CNPq/UniSL
8
RESUMO: A Annona muricata L. caracteriza- se como uma planta com potencial para
busca de substâncias biologicamente ativas tais como: antiviral, antiparasitário,
antirreumático, anti‐leishimania e avaliação da capacidade antioxidante. Nesse
contexto, o principal objetivo desse trabalho é estudar a potencial atividade
leishmanicida de substâncias obtidas das sementes de A. muricata L. Primeiramente
foi realizada a preparação dos extratos para posterior purificação das proteínas e
peptídeos. Após, avaliou-se a pureza das defensinas, isoladas por eletroforese
monodimensional e por espectrometria de massa. Sendo realizada a identificação
estrutural dos mesmos. Ao final da extração foram obtidos 6 pellets de material
protéico bruto, no qual foi observada que a cada 100g de amêndoa de A. muricata L.
triturada é possível obter 1 g/mL da proteína total. O perfil cromatográfico demonstrou
nove frações, sendo essas coletadas e armazenadas para posterior analise. Esses
resultados demonstraram que a A muricata L. possui um alto nível protéico, sendo
necessária a realização de testes in vitro para avaliar a sua possível bioatividade.
INTRODUÇÃO
1 OBJETIVO
2 MATERIAL E METODOS
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ETZLE, M.; MACMILLAN. S.; CATES, S.; GIBSO, D.M.; JAMES, D.W.; COLE, D.;
THAYER, S. Subcelullar localization of two Dolichos biflorus lectins. Plant
Physiology, v. 76 p. 871-878, 1984.
HAYNES, P. A.; YATES III, J. R. Proteome profiling-pitfalls and progress. Yeast, v. 17,
n. 2, p. 81-87, 2000.
LIMA, I O.; OLIVEIRA, R. A. G.; LIMA, E. O.; FARIAS, N. M. P.; SOUZA, E. L. Atividade
antifungica de oleos essenciais sobre especies de Candida. Revista Brasileira de
Farmacologia, 2006.
LORENZI, Harri. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas
arbóreas do Brasil. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, v.1, 2002.
Apoio:
Este projeto foi financiado pelo CNPq.
17
1 INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
3. MATERIAL E MÉTODOS
Os dados clínicos dos pacientes foram obtidos na Policlínica Oswaldo Cruz que
fica localizado na Avenida Governador Jorge Teixeira, 3862, Bairro Industrial, Porto
Velho, RO. O sangue coletado na Policlínica foi devidamente armazenado e
encaminhado para o Laboratório Escola São Lucas, localizado na Rua Joaquim
Nabuco, 1310, Areal, Porto Velho, RO. O laboratório possui ampla estrutura para
atender aos seus clientes, possui 2 pisos, sendo o primeiro para atendimento aos
pacientes, e execução da rotina laboratorial e, o segundo piso voltado exclusivamente
para o Laboratório Escola.
21
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Hanseníase da Policlínica Oswaldo Cruz (POC), a qual conta com uma equipe
multidisciplinar, composta por quatro médicos, sendo estes, dois dermatologistas, uma
infectologista e um ortopedista; dois enfermeiros; três técnicos em enfermagem; um
técnico em prótese; uma psicóloga e uma assistente social. Recebe pacientes de todo
o Estado de Rondônia, além de municípios de Estados adjacentes, como Humaitá –
AM. No período de 17 de março à 28 de julho de 2017 a pesquisa foi realizada, após
o esclarecimento acerca da mesma e assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, obteve-se um total de 15 pacientes.
Gênero
Homens Mulheres
Porcentagem (%)
66,7
33,3
Homens Mulheres
Idade
6,7%
Menos de 20 anos
20 - 40 anos
53,3% 40%
Mais de 40 anos
Procedência
Zona Urbana Zona Rural
73,3
Porcentagem%
26,7
pesquisa, a qual quantificou que 100% dos pacientes participantes (n=15), não
possuem distribuição de água tratada e sistema de rede de esgoto.
Forma Clínica
VIRCHOWIANA 13,40%
DIMORFA 80%
TUBERCULÓIDE 0%
INDETERMINADA 0%
doença estudados pelo seu grupo, seguida pela Virchowiana (17,1%). Sendo que as
formas Tuberculóide e Indeterminada, 7,9% e 5,3% respectivamente, embora
diagnosticadas nos indivíduos, foram as menos prevalentes, o que coincidiu com os
achados da presente pesquisa.
Segundo dados da literatura, as manifestações clínicas da Hanseníase
Indeterminada e da Hanseníase Tuberculóide encontram-se no extremo menos crítico
da patologia, uma vez que limita a sintomatologia à pele e aos nervos periféricos
(LONGO et al., 2013), devido a uma boa resposta imunológica do indivíduo acometido.
A HI caracteriza-se por área de hipoestesia, que pode ser acompanhada ou não por
máculas hipocrômicas, enquanto a HT define-se por máculas ou placas pouco
pigmentadas, delimitadas e hipoestésicas, podendo apresentar diminuição da
sudorese e sensibilidade devido ao acometimento neural. Por outro lado, a
Hanseníase Virchowiana encontra-se no polo enérgico da doença, ou seja, possui
maior susceptibilidade ao Mycobacterium leprae, apresentando nódulos subcutâneos,
placas elevadas ou infiltração dérmica difusa (LONGO et al., 2014). A Hanseníase
Dimorfa exibe-se imunologicamente instável, podendo se estabelecer entre os polos
tuberculoide e virchowiano.
Souza (1997), em seu artigo sobre as formas clínicas e diagnóstico diferencial
da hanseníase, refere que há um grande contingente de pacientes neste grupo, sendo
importante atentar-se para a gravidade dos danos neurais e incapacidades que esta
forma pode causar. Tal informação é compatível com a forma clínica predominante
entre os participantes desta pesquisa, pois, entre os 12 pacientes que possuem a
manifestação clínica Dimorfa, 33,4% (n=4) tiveram acometimento neural grave como
complicação, necessitando de cirurgia.
A classificação operacional da Organização Mundial da Saúde (OMS), propôs
em 1982 critérios diagnósticos mais simples para a doença. A partir dela, pode-se
agrupar os pacientes em paubacilares, casos com até 5 lesões cutâneas,
compreendendo as formas clínicas Indeterminada e Tuberculoide; ou multibacilares,
com mais de 5 lesões cutâneas ou com baciloscopia positiva, independentemente do
número de lesões, abrangendo as formas Dimorfa e Virchowiana.
Dentre os pacientes participantes do projeto, 100% deles (n=15) são
multibacilares, e estão sob o tratamento preconizado pela OMS, a poliquimioterapia
(PQT) para adultos, que consiste em Rifampicina, Dapsona e Clofazimina. Estes
resultados são compatíveis com o que foi proposto por Lima et al. (2010), que realizou
28
seu estudo na cidade de São Luís – MA, nos períodos de janeiro de 2007 e dezembro
de 2008. De 183 pacientes participantes da pesquisa, 78% eram multibacilares. Isso
demonstra que é essencial o diagnóstico precoce da hanseníase, pois a forma
multibacilar quando não tratada é potencialmente transmissível, em consequência da
elevada carga bacilar.
6 - 140 KU/L
47%
53%
Gráfico 5: Concentração sérica de IgE total dos pacientes diagnosticados com Hanseníase.
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, M.G. Hanseníase no Brasil. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. vol.36 no.3
Uberaba May/June 2003.
LIMA, M.N.; SAUAIA, N.; COSTA, V.R.L.; NETO, G.T.C.; FIGUEIREDO, P.M.S. Perfil
epidemiológico dos pacientes com hanseníase atendidos em Centro de Saúde
em São Luís, MA. Rev Bras Clin Med 2010;8(4):323-7.
LONGO, et al. Medicina Interna de Harrisson. 18 ed, p 1359. Porto Alegre: AMGH,
2003.
ORSINI, M.; FREITAS, M.R,G.; ANTONIOLI, R.S.; MELLO, M.P.; REIS, J.P.B.; REIS,
C.H.M.; SILVA, J.G.; CARVALHO, R.W.; NASCIMENTO, O.J.M.; GUIMARÃES, R.R.
Estudos clínicos, imunopatológicos e eletrofisiológicos dos nervos periféricos
na hanseníase. Rev Neurocienc 2008;16/3: revisão 220-230.
ROBBINS E COTRAN. Bases patológicas das doenças/ Vinay Kumar... [et al.];
[tradução de Patrícia Dias Fernandes... et al.].- Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
SIMÕES, S.; CASTRO, S.S.; SCATENA, L.M.; CASTRO, O.R.; LAU, F.A. Qualidade
de vida dos portadores de hanseníase num município de médio porte. Medicina
(Ribeirão Preto. Online) 2016;49(1): 60-67.
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO
DADOS PESSOAIS
IDENTIFICAÇÃO: _____________________________________________________
IDADE: _____________________________________________________________
33
DADOS CLÍNICOS
TEMPO DE EVOLUÇÃO DA DOENÇA: ___________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
_________________________________________________________________
EVOLUÇÃO CLÍNICA: _________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
_________________________________________________________________
ACESSO AO ATENDIMENTO: __________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
_________________________________________________________________
TRATAMENTO: ______________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
_________________________________________________________________
HISTÓRICO DE ALERGIA, ASMA, RINITE OU ALGUM SINTOMA RELACIONADO:
34
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
_________________________________________________________________
OUTRAS COMORBIDADES ASSOCIADAS: (___) NÃO (___) SIM QUAL(IS):
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
_________________________________________________________________
HEMOGRAMA: ______________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
_________________________________________________________________
PRESENCA DE EOSINÓFILO: (___) NÃO (___) SIM QTDADE. __________
PRESENCA DE BASÓFILO: (___) NÃO (___) SIM QTDADE.
________________
EXAME DE FEZES (presença de helmintos): (___) NÃO (___) SIM
QUAL? _____________________________________________________________
DOSAGEM DE IgE: (___) NÃO (___) SIM QTDADE. _____________________
QUALQUER OUTRO DADO CLÍNICO E/OU LABORATORIAL RELEVANTE:
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
_________________________________________________________________
AGRADECIMENTOS
Aos colegas Eliandro Ribeiro Campos e Tainah do Amaral Lins pelo auxílio na
pesquisa e confecção da parte teórica do trabalho, sem eles não seria possível
desenvolver o projeto;
36
1 INTRODUÇÃO
Lubarino (2009) destaca que o cuidado e o uso adequado dos EPI’s (luvas,
capote, máscara, óculos, sapatos fechados e impermeáveis, gorro e avental), no
ambiente tornam-se indispensáveis, uma vez que os profissionais quando atuam
com negligência, ausência ou uso inadequado de EPI ou estão colocando as
pessoas que frequentam e/ou realizam suas atividades nestes ambientes, à
exposição de vulnerabilidade a riscos ambientais.
Desta feita, o interesse pelo tema deu-se a partir da vivência prática como
discente na graduação de Enfermagem e como paciente, tendo em vista que
trabalhadores se preocupavam mais com a assistência e pouco com os riscos a que
estavam expostos. Essa problemática permeia não só hospitais públicos, mas
também privados.
2 OBJETIVOS
3 REFERENCIAL TEÓRICO
Hayashida e Machado et al., (2002) fazem referência que o reencape das agulhas
foi um dos riscos mais referidos nas publicações e Silva et al., (2009) complementa
que os acidentes acontecem, com maior frequência, durante a realização de
cuidados com o paciente no leito: administração de medicamentos, punção venosa,
soroterapia e aspiração, sendo as mãos a parte do corpo mais envolvida nos
acidentes, causados principalmente por agulhas.
Silva et al., (2009) constatam que a percepção do risco pelo trabalhador
influencia o seu comportamento e, consequentemente, a sua exposição aos riscos.
Os mesmos reconhecem que para realizar suas atividades em contato com material
biológico, a atenção e a calma são fundamentais para reduzir acidentes.
4 METODOLOGIA
4.3 AMOSTRAGEM
4.4.1 Inclusão
4.4.2 Exclusão
45
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
No que se refere ao turno de trabalho, 53,6% (15) informaram que exercem suas
atividades profissionais nos turnos da manhã, seguido por 57,1% (16) que trabalham
a tarde e um grande percentual 89,3% (25) trabalham a noite. Percebe-se que não
houve um entendimento por parte dos profissionais quanto a essa questão, pois a
pergunta diz respeito ao turno que o mesmo realiza naquela unidade hospitalar e o
dado apresentado nos mostra que os profissionais possuem mais de um vínculo
empregatício. (Tabela 4).
49
Frutuoso e Cruz (2005, p.29), revela que o termo carga de trabalho “é uma construção teórica
resultante da necessidade de compreender que, para uma determinada situação de trabalho, há
uma tensão permanente entre as exigências do processo e as capacidades biológicas e
psicológicas dos trabalhadores para respondê-las. Cruz, et al. (2010), confirma que as cargas de
trabalho denotam um conjunto de esforços desenvolvidos para atender as exigências das tarefas,
envolvendo os esforços físicos, cognitivos e psicoafetivos.
Silva (2011) reitera que: a carga de trabalho, tanto física, como mental, e a interação das
condições de trabalho, no que tange materiais e equipamentos impactam diretamente na saúde do
trabalhador. O mesmo autor afirma que os fatores acima mencionados suscitarão
consequentemente um elevado índice de arrogância de paciente com um percentual de 85,7% (24),
e agressões 67,9% (19) mencionadas por grande parte dos profissionais que afirmam receber esse
tipo de tratamento.
Com o intenso desgaste físico e mental dos profissionais devido ao ambiente estressante
muitas vezes por falta de organização no trabalho e elevado índice de sobrecarga, o atendimento
prestado ao usuário sofrerá grande interferência resultando em insatisfação levando o mesmo a se
expressar de forma violenta, atitude essa que partirá do usuário ou de seu acompanhante. Logo, o
extravasamento dessas tensões será dirigido ao profissional que estiver presente no ato do
atendimento/acolhimento, seja ele enfermeiro ou técnico de enfermagem por possuírem grande
parte do tempo contato com o usuário.
No entanto, Schmoeller et al (2011), alerta que as condições de trabalho às quais os
profissionais de enfermagem estão submetidos nos ambientes hospitalares, refletem-se piamente
na qualidade da assistência prestada ao usuário e no sofrimento psíquico dos profissionais, muito
embora para a Organização Mundial da Saúde (2003), nenhum fator isoladamente explica as
situações de violência por parte de pacientes e familiares.
Atrelado aos fatores mencionados acima é possível identificar ainda na (Tabela 6) o percentual
de 60,7% (17) dos profissionais que marcaram no questionário sobre desvio de função. Costa
(2011), destaca que ocorre desvio de função quando um servidor ocupante de um determinado
cargo público com contribuições predeterminadas, passa, em decorrência de ordem superior, a
exercer outra função, que não aquela para a qual fora nomeado. O mesmo autor exemplifica ainda
que já vira atendente atuando como assistente de radiologista, técnico exercendo função de
analista, coordenador exercendo a função de diretor, entre outras situações tão corriqueiras.
Presume-se, portanto, que desvios de função têm sido uma prática comum inerente ao
serviço público, observado com muita frequência no tocante aos profissionais de enfermagem,
quando o servidor é compelido a realizar tarefas privativas de cargos diverso do seu. É cabível
mencionar que a lei nº 8.429/92 reforça que o desvio de função não está previsto no rol dos atos
caracterizados como improbo, no entanto, caracteriza-se como um ato de improbidade
administrativa (COREN, 2011).
52
Quando ao tipo de exposição na “Distribuição de Riscos Biológicos (Tabela 7), é válido salientar
que o Ministério do Trabalho e Emprego (2008), classifica os riscos biológicos como sendo aqueles
que compreendem as exposições ocupacionais aos agentes biológicos que são classificados como
microrganismos modificados ou não, parasitas, toxinas e príons. E Araújo et al (2012), traz em seus
registros que a equipe de enfermagem, devido a alta frequência de procedimentos realizados, a
equipe de enfermagem está altamente exposta ao risco biológico, destacando-se o acesso vascular
e a administração de medicamentos, além de ser o maior quantitativo de trabalhadores da área da
saúde.
Para tanto, Centers for Disease Control (CDC, 2008) destaca que a redução dos ATs,
com exposição a material biológico, requer educação em segurança e saúde e adesão às práticas
seguras de trabalho, redução da utilização de procedimentos invasivos (tanto quanto possível), um
ambiente de trabalho seguro e uma razão adequada de profissionais nas equipes de saúde pela
proporção de pacientes assistidos.
Com isso, é oportuno elucidar que 100% (28) profissionais admitiram exposição a infeções e
doenças, bem como 92,9% (26) assumiram estar expostos a sangue, fluídos e secreções. Não
obstante, estudos de Sousa e Vasconcelos (2009) evidenciam que o contato com fluidos corpóreos
é um tipo de risco que está presente, sobretudo, quando o profissional não utiliza EPI’s de forma
adequada (máscara, óculos e luvas), e o fluído corpóreo respinga na mucosa oral ou ocular do
trabalhador, ou entra em contato com pele com dermatite, feridas abertas. Nessa conjuntura, é
extremamente necessário fazer uso desses equipamentos e empregar uma conduta preventiva
evitando tais tipos de acidentes.
Um ponto bem relevante da pesquisa, constatou que 75% (21) dos participantes confirmaram
que existe falta de EPI’s. Entretanto, um estudo de Gallas e Fontana (2010) que corrobora com os
achados aqui discutidos, alertam que embora os EPI’s sejam disponibilizados pelo empregador, um
número significativo dos participantes não utilizava EPI’s no momento do procedimento, fato este
comprovado nas observações e registrado no diário de campo no momento da pesquisa. Após
situações de risco realizei questionamentos verbais e um dos participantes falou:
“Eita menina, falta tanto (EPI) todo santo dia que hoje eu nem reparei que tinha aí acredita?!
Mas agora já foi, na próxima eu uso! ” (trecho de diário de campo, T.E -2, 06/10/2016 às 19:40 hs).
53
“A gente até sabe, mas é que sei lá, dá um pouco de trabalho fazer tudo certo, porque já virou
hábito, pra mim pelo menos. Não vou te mentir, mas faço muuuuuita coisa sem usar EPI, começa
com “vou ali levar paciente na TC, aí no meio do caminho acaba acontecendo uma intercorrência e
me pego sem luva”, quando vi já fiz! (trecho de diário de campo, T.E -2, 06/10/2016 às 20:10 hs).
Dentro desse contexto, Lipp (2003) refere que o estresse pode surgir quando um indivíduo
se confronta com situações que o irritem, amedrontem, excitem, confundam ou mesmo aquelas
que o fazem intensamente feliz, em virtude da interpretação que se dá ao evento desafiador ou em
razão de estressores inerentemente negativos. e Ribeiro (2005), qualifica como sendo uma reação
pscicofisiológica que se caracteriza como desequilíbrio entre o que é cobrado de uma pessoa pelo
entorno social e a capacidade dela corresponder a tal cobrança.
Um exemplo registrado com bastante frequência no diário de campo que retrata isso se refere
no ao estresse comum que os técnicos relatam sofrer diariamente, de acordo com a escala da equipe
o qual estão inseridos. O que nos revela o comentário de uma técnica sobre esse tipo de ocorrência,
que coloca em evidência o limite do estresse em que se encontra e o excesso de desorganização da
equipe escalada impedindo uma qualidade na assistência prestada.
“É insuportável trabalhar nessa escala de hoje, essa é a pior equipe! Enfermeiro desorganizado,
pacientes sem leito, prescrições fora do lugar, barulhos de bomba de infusão apitando todo
momento (isso quando não estão quebradas), cobrança de paciente, ausência de material e fora
as “preguiçosas” que vivem no celular e deixam o serviço todo pra mim. (trecho de diário de campo,
T.E3, 04/10/2016, às 21 hs).
Esse conflito no convívio de que trata o técnico T.E 1 dá indícios de não ter boa relação
com determinada equipe e isso confirma os estudos de Guimarães (2006), quando descreve que o
estresse vivenciado no contexto ocupacional poderá refletir sobre a qualidade e o nível de
compromisso com o trabalho, além de influenciar o grau de satisfação pessoal e o próprio ambiente
de trabalho, que abrange o relacionamento com colegas e supervisores.
“Eu tenho 17 anos nessa área, se nessa altura do campeonato eu não tiver autoconfiança no
que eu faço, tô mal em? Muitos anos praticando então é difícil errar, uma vez ou outra acontece,
mas é muuuito difícil. ” (trecho de diário de campo, T.E 4, 05/10/2016, às 20:50 hs).
“Olha, tenho 9 anos de profissão, 4 de “sutura” (sala de emergência), mas eu não me confio não,
cada procedimento é um novo procedimento, então não sei o que me espera ali, eu procuro sempre
ter cautela pois estou vulnerável a pegar essas doenças né?! Uso meus EPI’s e faço tudo com
muita atenção, muito tempo de trabalho não quer dizer nada. (trecho de diário de campo, T.E 5,
05/10/2016, às 21:17 hs).
Certamente dos 17,9% (5), o T.E 4 se encaixa no perfil dos que garantem ter autoconfiança por
tempo de serviço e Sarquis e Felli (2009) enfatiza isso quando pontua que na execução do trabalho,
as atividades são realizadas sem ponderação, mas como uma ação apenas para cumprir
procedimentos técnicos.
Gallas e Fontana (2010) infere que EPI’s são todos os dispositivos que envolvem o uso
individual no ambiente de trabalho, destinado tão-somente a proteção de riscos que possam
ameaçar ou colocar em risco a segurança e a saúde do trabalhador. Verificamos, portanto, na tabela
10 o fator “com que frequência você utiliza luvas”, que 32,1% (9) afirmaram utilizá-las sempre, 3,6%
(1) reconheceu utilizar as vezes e 75% (21) admitiu usar frequentemente. No quesito máscaras
14,3% (4) reconheceram que utilizam as vezes, 42,9% (12) foi a referência que obtivemos, 7,1%
(2) admitiram usar raramente e 39,3% (11) garantiram que utilizam sempre a máscara.
Tabela 10 – Distribuição de “Com que frequência utiliza luvas e máscaras”
Com que frequência utiliza luvas? N % P-valor
Às vezes 01 3,6% <0,001
Sempre 09 32,1% <0,001
Frequentemente 21 75,0% Ref
Com que frequência utiliza máscara? N % P-valor
Às vezes 04 14,3% 0,018
Frequentemente 12 42,9% Ref
Raramente 02 7,1% 0,002
Sempre 11 39,3% 0,786
No entanto, houve casos que, mesmo o EPI estando presente, embora em número insuficiente,
a adesão foi quase nula. Logo, observou-se inúmeras falhas cometidas pelos participantes da equipe
pela não adesão de equipamentos. Em um dia conturbado, em um plantão bem agitado, consegui
coletar informações peculiares que me deixaram sem ação e que sem dúvida cabe mencionar
aqui...
56
“Ô garota, nessa correria, você acha que dá tempo de pôr luvas? E, se esquecer, não dá para
voltar, não tem como, perde tempo, até lá o paciente morreu e eu ainda levo a culpa. É assim nosso
trabalho, corrido o tempo todo, nem dá tempo de pensar, de comer de dormir, já perdi tempo aqui
falando contigo, fui! ” (trecho de diário de campo, T.E 6, 04/11/2016, às 22:40 hs).
“Michelle, sobre o que é tua pesquisa? Ai eu não tenho muito saco pra responder essas coisas
não porque eu já até sei do que se trata. Vou ser sincero, eu também já fui assim como você, queria
revolucionar o mundo com as teorias lindas da faculdade, mas quando você entra nesse universo
que é esse aqui, o da “sutura”, você que não dá pra fazer aquilo que realmente aprendeu, Eu tenho
ciência que usar tudo aquilo, ter atenção, calma e tudo mais, só que também penso no plantão que
tenho que entregar, eu sei até onde posso ir[...]. ” (trecho de diário de campo, Enf 1, 04/11/2016, às
19:36 hs).
“Eu sei o que é certo e todo mundo aqui também sabe que tem que usar EPI, ninguém vai
dizer: eu não sabia que tinha que usar (o EPI) vai da consciência de cada um fazer o certo ou
não, por exemplo, aqui não tem máscara todo dia, mas tem luva, só que as vezes o plantão está tão
tumultuado que quando vejo já puncionei sem luva. (trecho de diário de campo, T.E 7, 04/11/2016,
às 22:15 hs).
“É assim, eu olho muito pro tipo de paciente que chega. Se eu vejo que é presidiário ou bêbado
eu me paramento até de N95 se for o casoo, mas se eu vejo que a pessoa é até arrumadinha eu
não vejo necessidade de ir lá calçar uma luva, até porque atrasa meu serviço né?.” (trecho de diário
de campo, T.E 8, 04/11/2016, às 20:30 hs).
Marziale et al. (2010), sustentam que o uso de luvas é uma prática recomendada inter-
nacionalmente, constituindo-se uma relevante medida preventiva de exposição a material biológico,
minimizando o risco e a incidência de contato com sangue e outros fluidos corpóreos, capazes de
transmitir microrganismos patogênicos, que outrora fora citado no início desse trabalho.
Na visão de Alves (2009), dentre as ações de biossegurança que podem ser utilizadas pelos
profissionais da enfermagem, podem ser destacadas normas de precauções básicas, que estão
incluídos os EPI’s, que visam reduzir a exposição dos profissionais em relação aos agentes
biológicos, além da recomendação na utilização e descarte de material perfurocortante.
Para Who (2010), as luvas são imprescindíveis nos procedimentos de administração de
medicamentos por via endovenosa, pois o mesmo considera a ação um risco explícito
comumente praticado. Já a OMS (Organização Mundial da Saúde), não indica ser completamente
necessário o uso de máscara e óculos protetores para administração de medicamentos via
intramuscular (IM), mas recomenda que esses sejam utilizados sempre que houver risco de
exposição a materiais biológicos. Ainda dentro desse contexto, o fator “Porque você não utiliza EPI”
57
(Tabela 11), demonstrou que 39,3% (11) reclamaram a ausência de EPI, 7,1%, (2) ressaltaram
desconforto, outros 14,3% (4) admitiram falta de hábito e 32,1% (9) assumiram ter pressa.
Com base nos dados mencionados, nota-se a exuberante falha relacionada à provisão dos
EPI’s, a não utilização desses quando estão disponíveis no ambiente hospitalar e à incipiente
fiscalização que se traduz com uma postura que parece ignorar determinados riscos associados
à ausência desses cuidados. Concomitantemente observou-se que a percepção individual sobre
os riscos do não uso de EPI’s ainda é limitada à compreensão da importância de utilizá-lo.
6 CONCLUSÃO
o estudo também teve como proposta fomentar a busca por estratégias de intervenção capazes de
modificar esta realidade.
Sendo assim, para estimular mudanças de comportamento, é imprescindível o
desenvolvimento de consciência crítica associado ao risco biológico e prevenções que necessita
ser conquistada em massa por todos os profissionais, aqueles que de fato não a tem,
provavelmente, são aqueles mencionados no diário de campo e tantos outros espalhados pelo
Brasil que subestimam os riscos e se sujeitam ainda mais.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO TM, Caetano JA, Barros LM, Lima ACF, Costa RM, Monteiro VA. Acidentes de trabalho
com exposição a material biológico entre os profissionais de Enfermagem. Rev. Enf. Ref.2012; ser
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Agradecimentos...
Ao Deus Eterno, Imortal, Imutável e merecedor de toda honra e toda Glória, a Ele minha
Gratidão. A publicação desse artigo só se tornou possível pela graça d’Ele na minha vida.
Vários obstáculos foram vencidos e muitos conhecimentos adquiridos, que me fazem ter consciência
do pouco que sei, e do quanto posso aprender com todos os que estão a minha volta.
À minha querida Mãe Eunice. Somente quem ama, como uma mãe, faz o impossível por
alguém, com alegria e leveza inexplicáveis e incansáveis. Não consigo traduzir em palavras
minha admiração e gratidão. Sua filha te ama.
Ao meu Pai Rubenes que se sacrificou e fez o que pôde para que ficássemos bem. Obrigada
pelo incentivo para que prosseguisse em meus estudos e pelo apoio às minhas decisões.
Ao meu padrinho Carvalho Júnior, que mesmo diante de todas as dificuldades durante esses
quatro anos acreditou e apostou no meu sucesso. Sem sua ajuda não teria chegado até aqui.
À minha irmã Vivian e seu esposo Edwing, por sua cumplicidade. Sei que em qualquer
momento posso contar com vocês. A minha sobrinha linda Laura Viviane enriqueceu minha vida.
Ao meu irmão Melque e esposa Angria pela torcida e apoio que foram fundamentais.
À minha querida Tia-Mãe Ruti Diniz, pelas palavras encorajadoras. Seu carinho e abraço é um
conforto ao meu coração.
À Tereza Maria, minha amada tia. Seu lindo olhar e sorriso fizeram meus momentos de estudo
mais felizes e suaves. Sua encantadora presença ameniza qualquer dificuldade na minha vida.
À minha melhor ouvinte Andréa Lúcia, pelas longas horas de conversa de ânimo e disposição
em ajudar. Obrigada por essas horas de atenção e cuidados cedidas, foram preciosos.
À minha madrinha do coração Elânia Fonseca, sua insistência e puxões de orelha foram meu
ponto de partida para que fizesse o vestibular, entrasse na academia e alcançasse o que alcancei
hoje. Sem dúvida, você é responsável por esse resultado.
63
À minha segunda família Tia Alice, Carolina e Maria Thereza, que com tanto carinho e
hospitalidade me receberam em sua casa no início dessa caminhada. Vocês me deixaram de
herança a vontade de fazer por alguém o que fizeram por mim.
Ao meu amigo e intercessor Henrique Reame, que mesmo de longe me incentivou para que
esse caminho fosse trilhado. Suas ligações eram doses de ânimo para continuar.
À minha confidente Psicóloga Grazielly Telles, por me socorrer em um momento tão delicado na
minha trajetória. Seu carinho e sensibilidade te fizeram presente em momentos importantes e
inesquecíveis de minha vida. Sua amizade conforta meu coração.
Ao meu amigo particular Pr Carlos Alberto, sua cumplicidade e alegria, já há um bom tempo,
fazem minha vida melhor.
Aos meus Pastores Francisco Ferreira e Jaíde Oliveira, sem suas orações certamente não
chegaria até aqui.
A todos os meus Familiares que oraram, torceram, e se alegraram com minhas conquistas.
Muito obrigada pelo carinho.
À minha orientadora, Professora Ma Jandra Cibele, por seu compromisso com o ensino e
com minha formação. A você, meu carinho, respeito e admiração.
Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida, saúde e outras áreas de
sua vida. Por favor, responda a todas as questões. Se você não tem certeza sobre que resposta dar em uma
questão, por favor, escolha entre as alternativas a que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser
sua primeira escolha.
04- Estado Civil Casado (a) Solteiro (a) Viúvo (a) Divorciado (a)
ANEXO II – Questionário
No seu local de
trabalho há:
Exposição a Descarte
Exposição a
sangue, Falta de inadequado Limpeza
Risco Biológico infecções e
fluidos e EPI’s de material deficiente
doenças
secreções biológico
No seu local de
trabalho há:
No seu local de
trabalho há
Falta de Ausência de
Desconforto Esquecimento Pressa
hábito EPI’s
Como você se comportaria diante de uma acidente biológico? Omitiria ou notificaria? Justifique.
ANEXO IV
OBS: Esse termo deve ser elaborado em 2 (duas) vias idênticas, que devem ser
assinadas e rubricadas pelo pesquisador responsável e pelo participante em todas as
vias.
1. NOME DO PARTICIPANTE...........................................................................................................
DATA NASCIMENTO:
......../......../.......
DDD (............)...............................................................
2. RESPONSÁVEL
LEGAL...................................................................................................................
etc.).....................................................................
DATA NASCIMENTO.:
....../......./......
APTO:............................
BAIRRO:.....................................................................CIDADE:..........................................
(............).........................................................
69
III – ACEITE DO
PARTICIPANTE
Nome:
70
RG:
CPF:
Endereço:
Telefone:
Data: _/_ _/
Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido deste
participante ou de seu representante legal para participação neste estudo.
Data: / /_
Pesquisador responsável
6. Garantia de acesso ao medicamento indicado mesmo após a finalização dos estudos, se for
o caso.
VI. OBSERVAÇÕES
COMPLEMENTARES:
Em caso de dúvida em relação a esse documento, entrar em contato com o Comitê de Ética da
Faculdade São
Lucas
.
e-mail:
[email protected]
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS:
2.1 Geral
2.2 Específicos
3 MATERIAL E MÉTODOS:
75
4 RESULTADOS
Entre os pacientes com APACHE II maior que 25, cerca de 76,47% foram a
óbito (p = 0,0007158) e essa variável independente ao ser analisada através do
teste qui-quadrado como variável de risco apresentou 11,72 x maior risco para óbito
do paciente (2,302-76,67 – p=0,0007158).
Sim
0,9679 0,2565 – 3,679 0,002579
Neoplasias
0,5217 0,1251 – 2,025 0,1639
Prévio
Doença Renal Crônica
3,865 0,3746 – 110,1 0,0111
Sim
Pós-operatório
Sim 0,1651 0,03669 – 0,6574 0,01243#
Emergência
Sim 14,89 2,008 – 373,6 0,00168#
Nota: * Odds ratio, ** IC = Índice de confiança; * 7 pacientes sem valor de APACH II, # com relevância
estatística.
5 DISCUSSÃO:
suscetível neste grupo populacional (OLIVEIRA et al., 2015; ISSA et al., 2013;
GIACOMINI et al., 2016); acerca da prevalência do sexo feminino é importante
destacar o atual cenário epidemiológico nacional onde a expectativa de vida é
superior nesse grupo e as causas externas constituem-se como as principais
causas de mortalidade de indivíduos com idade até 40 anos, fato que pode justificar
essa distribuição epidemiológica (BRASSEUR, A.; BISTON P.;DEVRIENDT, J.;
MADL, C.; CHOCHRAD, D.;et al., 2015).
A idade média dos pacientes inclusos no estudo foi de 51,35 (+- 23,34) com
uma prevalência de 20,51% em indivíduos com idade >80 anos; esses dados
divergem aos dados apresentados por Feijó et al (2016) que destaca a maior
suscetibilidade da sepse acometer indivíduos com idade >65 anos justificado pelo
cenário epidemiológico nacional e também à maior suscetibilidade imunológica
deste grupo etário. É importante destacarmos que a idade média encontrada está
abaixo de dados apresentados na literatura atual (BOTELHO, F.; SILVA, C.; CRUZ,
F., 2016; COURTRIGHT, K. R.; KERLIN, M. P, 2014).
O tempo de internação dos pacientes foi de 19,6 dias, variando de 3-54, com
um predomínio (43,59%) superior a 20 dias fato que se assemelha a dados
apresentados por Dias et al., 2016, que destaca este agravo como principal
causa de hospitalização de longa permanência e de elevado custo em pacientes
internados em UTI na Europa, América Latina e Estados Unidos.
Com relação à distribuição demográfica dos pacientes observou-se uma
concentração (64,10%) de origem na Cidade de Porto Velho; com base nisso pode-
se imaginar que tal fato possa ser justificado pela necessidade de regulação pelo
Hospital e Pronto Socorro João Paulo II e os pacientes residentes/domiciliados
nesta cidade tenham maior facilidade de acesso a tal serviço de saúde no HBAP.
Os principais focos de infecção presumíveis dos pacientes diagnosticados
com sepse no presente estudo foram o pulmonar (53,85%), abdominal (33,33%) e
cutâneo (10,26%), fato que se assemelha aos dados apresentados pelo Consenso
Brasileiro de Sepse que destaca as infecções do trato respiratório como a causa
mais comum de sepse no mundo (ELIÉZER; PINHEIROS; MICHELS JÚNIOR,
2016) e também em diversos estudos nacionais como destacado por FREITAS, E.
R. F. S., 2015 e GIACOMINI, M. G. et al, 2016.
Acerca dos agentes etiológicos, somente 35,9% dos pacientes tiverem seu
agente isolado sendo constituídos de 29% gram-positivos, 8,4% gram- negativos,
82
15,9% fungos e 26% polimicrobianos; acerca deste fato seria importante associar
tais fatores com a utilização de dispositivos invasivos, imunossupressão, maior
tempo de internação, porém devido ao reduzido N amostral, não foi possível obter
significância estatística com tais associações e ao analisarmos a relação foco de
infecção com agentes etiológicos, observamos uma relação direta com dados
apresentados na literatura médica atual conforme destacado em diversos estudos
relacionando os agentes x focos (KALENKA, A.; FELDMANN, R. E. JR; OTERO, K.;
MAURER, M. H.; WASCHKE, K. F.; FIEDLER, F., 2016; ILAS., 2015; LE GALL, J.
R.; LEMESHOW, S.; SAULMER, F., 2013).
Diversos estudos destacam a multifatoriedade como elemento importante na
mortalidade por sepse (ILAS., 2015; MATOS, G. F. J.; VICTORINO, J., 2014;
MORAN, J. L.; SOLOMON, P. J, 2014); no presente estudo observou-se que
somente 15,38% dos pacientes não apresentaram comorbidades associadas e
mais de 60% apresentaram quadro de hipertensão arterial sistêmica e 35%
neoplasias associadas ao diagnóstico de sepse. É importante destacarmos tais
elementos podem representar um pior prognóstico a depender da evolução natural
da doença (acometimento de órgão alvo, imunossupressão, disfunção hepática)
que apresentam maior suscetibilidade de mortalidade (OBERHOLZER, A., 2015).
O escore médio do APACH II dos pacientes admitidos nas primeiras 24 horas
foi de 20,63 (DP = +- 7,21) indicando que a mortalidade média dos pacientes ao
serem admitido na UTI era de aproximadamente 40-55% fato que condiz com os
índices de mortalidade médio apresentados no estudo de 46,15%; ao analisarmos
tal cenário, destacamos que a unidade de terapia intensiva apresenta resultados
satisfatórios e dentro dos esperados pelos protocolos atuais (MORAN, J.
L.;SOLOMON, P. J. ANZICS., 2016); porém devemos destacar que tal unidade
intensiva tem um padrão que engloba pacientes clínicos e cirúrgicos e ao
analisarmos separadamente os níveis de mortalidade de pacientes provenientes da
clínica médica e cirúrgica, vemos uma mortalidade bem mais elevada de 70,58%
em pacientes da clínica médica com uma moda na admissão hospitalar do APACH
II de 33 pontos (75% mortalidade) e uma taxa de mortalidade na clínica médica de
47% dos pacientes com uma moda de APACH de 25 pontos (mortalidade de 55%).
Diversos estudos nacionais relacionam o APACH de admissão às taxas de
mortalidades obtidas em unidades de terapia intensiva, porém em sua maioria há
83
6 CONCLUSÃO
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VINCENT, J. L.; MORENO, R.; TAKALA, J.; WILLATTS, S.; DE MENDONÇA, A.;
BRUINING, H.; REINHART, C. K.; SUTER, P. M.; THIJS, L. G. THE SOFA
87
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador Prof. Luiz Carlos Ufei Hassegawa por todo o apoio
dedicado no desenvolvimento das atividades e colaboração em todas as
necessidades; ao meus amigos Antônio Ferreira Albuquerque, Mateus Demétrio
Torres e Caio Felipe Camilo Ibiapino por todo apoio no desenvolvimento do projeto.
Apoio:
Este projeto foi financiado pelo CNPq.
88
1-INTRODUÇÃO
2-OBJETIVOS
91
A) Determinar a prevalência de
Hipertensão Arterial Sistêmica
(HAS) e Diabetes Mellitus (DM2) em CONCLUÍDO
populações ribeirinhas;
E) Demonstrar o fenômeno da
“transição epidemiológica” em áreas CONCLUÍDO
da região Amazônica.
3 METODOLOGIA
trabalho foram colhidos durante o projeto de doutorado com o nome “Perfil Nosológico
da população ribeirinha do Rio Madeira, Humaitá – Amazonas”, que tem como
autora a Dra. Antonieta Relvas, doutoranda pela UFSJ, orientanda do Prof. Dr. Luís
Marcelo Aranha Camargo, o qual foi aprovado no comitê de ética e pesquisa ( CAAE
50966415.9.0000.0013), sendo que neste trabalho foram realizados a tabulação de
dados e os cálculos estatísticos necessários para determinar a prevalência e relação das
patologias abordadas neste projeto. Os envolvidos que aceitaram participar da
pesquisa, assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e foram
convidados a passarem por uma consulta médica, por um questionário clínico para
verificar os fatores de risco associados a hipertensão e diabetes, e por exames de
sangue em uma unidade básica de saúde fluvial (UBS), pertencente a prefeitura de
Humaitá-AM, constituída por uma equipe proveniente do município de Humaitá e por
outra do ICB5-USP que estavam desenvolvendo atividades na região ou em locais de
fácil acesso nas comunidades, como escolas.
As comunidades ribeirinhas pesquisadas foram um total de 16 localidades,
sendo elas: Moanense, Botos, Escapole, Laranjeiras, Prainha, Pariri, Juma Jetal, Boca
de Carapanatuba, Restauração, Malvinas, São Vicente, São Roque, Vila Torre, Belo
Horizonte, Tabuleta e Carará; estando todas localizadas ao longo do rio Madeira no
município de Humaitá.
A amostragem da população foi realizada por conveniência, (não randômica)
de todos habitantes, foram abordadas 183 pessoas, de um total de 241 (75,9%)
atendimentos médicos, com idade acima de 39 anos e que manifestaram desejo de
participar da pesquisa.
A população que vive nas comunidades pesquisadas, possuem um modo de
vida específico, utilizam a agricultura e a pesca como meio de subsistência. Por ser
uma área distante e de difícil acesso, os serviços de saúde ocorrem de maneira
esporádica. Segundo dados do SIAB (2015), cerca de 4% dessa população sofre de
HAS e 1% de DM2, 98% residem em casas de madeira e sofrem por falta dos serviços
básicos de saúde.
93
4 RESULTADOS
5 DISCUSSÃO
realizado com indivídusos com idade superior a 59 anos, demonstrou uma prevalência
de HAS em 70,6% das pessoas e que apenas 60% utilizam medicação (Coelho, et al.,
2015).
Já na população estudada para DM2 a prevalência foi de 30 (16,4%) diabéticos,
valor que se enquadra na média nacional, assim como na população norte-americana
em que aproximadamente 7% são diabéticos e cerca de 30% deles desconhecem sua
condição (Cipullo e cols., 2009). Em estudo realizado na cidade de São Carlos-SP com
indivíduos entre a faixa de 30-79 anos foi verificado a ocorrência de 16,6% de
diabetes, com crescente aumento da prevalência da DM2 acompanhado quanto maior
for a idade (Leal et al., 2009). Além deste estudo, pode-se citar o realizado em Monte
Negro-RO com pessoas com mais de 59 anos, em que a a prevalência de DM2 foi de
22% (Coelho, et al., 2015).
Em se tratando das DIPs verificou-se que a região segue padrões nacionais de
queda de prevalência. No Brasil entre 1930-1970, cerca de 46% das mortes na
população eram devido DIPs e hoje este valor corresponde a cerca de 5% (Munoz e
Fernandes, 2011). Neste grupo do estudo, foi verificado uma baixa prevalência de
Hepatite B e C, o que está de acordo com a literatura que demonstra que a prevalência
nacional de portadores do HBsAg foi de 0,37%, sendo as capitais da região norte as
que apresentam uma taxa um pouco mais elevada (Luna e Silva, 2013).
Apesar da região Amazônica ser uma área que apresenta persistência da
ocorrência de casos de malárias nas últimas décadas, este contexto vem mudando
com a queda acentuada dessas taxas (Junior, Carmo e Barreto, 2003), e isto pode ser
verificado em nosso estudo em que foi encontrado apenas 2 (0,2%) casos da doença
em questão (2 casos/1000 hab.). Com relação ao HIV o valor encontrado na
população do estudo encontra-se compatível ao da média nacional que corresponde
a menos de 0,6% (Maurício et al., 2011). O que mais chamou atenção foi a prevalência
de hanseníase correspondendo a 4,4% dos casos encontrados no estudo (44
casos/1.000 hab), no entanto está acima do previsto; uma vez, que as regiões Norte
e Centro-Oeste, apresentaram 42,7 e 40,4 casos novos por 100 mil habitantes em
2011 (Luna e Silva, 2013)
Foi verificado que a população em questão possui um baixo nível
socioeconômico, baixa adesão aos tratamentos (aqueles que sabem possuir a
doença), sofrem com a falta de assistência à saúde, fatos que colaboram para o
agravo das DCNT’s com a HAS e DM2 (Taveira e Pierin, 2007). Além disso, esta falta
98
6 CONCLUSÃO
Através deste estudo, concluísse que se trata de uma população com baixo
nível socioeconômico-cultural, vivendo em áreas ribeirinhas da região amazônica de
difícil acesso, com atendimento à saúde precário (desestruturação da ESF),
apresentando uma elevada prevalência de DM2 e HAS, concomitantemente com
DIPs.
Conclui-se que as populações ribeirinhas, residentes em áreas remotas e de
difícil acesso, estão vulneráveis às DCNTs e DIPs, concomitantemente, fato
99
REFERÊNCIAS
COELHO, et al. The New Challenge: The Aging Process in the Brazilian
Amazônia. J Gerontol Geriatr Res 2015, 4:1.
LUNA, EJA., and SILVA JR., JB. Doenças transmissíveis, endemias, epidemias e
pandemias. In FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. A saúde no Brasil em 2030 -
prospecção estratégica do sistema de saúde brasileiro: população e perfil sanitário
[online]. Rio de Janeiro: Fiocruz/Ipea/Ministério da Saúde/Secretaria de Assuntos
Estratégicos da Presidência da República, 2013. Vol. 2. pp. 123-176. ISBN 978-85-
8110-016-6. Available from SciELO Books http://books.scielo.org.
OLIVEIRA. C. M et al. Impacto dos fatores de risco para doenças crônicas não
transmissíveis na qualidade de vida. Ciência & Saúde Coletiva, 18(3):873-882,
2013.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO
mas estão diretamente ligadas às demandas específicas de tarefas bem como pelas
características ambientais que estas estão inseridas.
Um outro fator de grande relevância nestes casos são os aspectos de
linguagem destas crianças, pois, devido ao atraso global do desenvolvimento
associado ao déficit cognitivo, podem apresentar alterações na produção vocal, falha
na utilização da fonologia, sintaxe, semântica e pragmática (SILVA e DESSEN, 2002).
Todavia, segundo Schwartzman (1999), apesar destas dificuldades, a maioria destes
indivíduos fazem o uso funcional da linguagem e compreendem regras utilizadas
durantes as conversações.
Segundo Canning e Pueschel (1993) o desempenho cognitivo destas crianças
foi muito subestimado há tempos atrás. Atualmente, em seus próprios estudos
constataram que o atraso intelectual pode ocorrer de leve a moderado e em poucos
casos ocorre de forma severa.
2 OBJETIVOS
3 MATEIRAIS E MÉTODOS
3.7 INSTRUMENTOS
3.8 PROCEDIMENTOS
4 RESULTADOS
Tabela 5: Correlação da Idade atual, idade do diagnóstico e tempo com escore total
Escore Total
Corr (r) P-valor
Idade atual 74,2% <0,001
Idade do diagnóstico 52,8% 0,007
Tempo de
38,0% 0,061
Tratamento
Fonte: Próprio autor.
Teste estatístico utilizado: Correlação de Spearman;
Legenda: N: número da amostra; %: valor relativo; P-
valor: nível de significância.
5 DISCUSSÃO
etnia. Segundo Silva e Kleinhans (2006) no Brasil, cerca de 8000 crianças nascem
portadores da SD.
Nesta pesquisa, até o presente momento, o sexo predominante foi o masculino.
Este achado é compatível com uma pesquisa realizada por Figueiredo et al. (2012),
em que na análise de 156 prontuários de crianças com Síndrome de Down, 54,49%
(n=85) corresponderam ao sexo masculino, e 45,51% (n=71) ao sexo feminino.
Os resultados encontrados nesta pesquisa também são compatíveis com uma
pesquisa realizada por Lorena (2012) em que das 35 crianças com SD pesquisadas,
57,14 % (n=20) corresponderam ao sexo masculino e 42,85 (n=35) ao sexo
masculino.
No entanto, os resultados encontrados nesta pesquisa não são compatíveis
com uma pesquisa realizada por Martins et al. (2012) em que das 17 crianças
pesquisadas, 47% (n=8) corresponderam ao sexo masculino e 53% (n=9) ao sexo
feminino.
Ainda em relação ao sexo, os resultados encontrados nesta pesquisa não são
compatíveis com estudos realizados por Bonchoski et al. (2004) e Ribeiro et al. (2003)
em que tiveram em suas pesquisas, predomínio para o sexo feminino em uma
população estimada em cerca de 41 pacientes.
Estes achados podem estar diretamente ligados a quantidade de sujeitos
participantes das pesquisas serem relativamente distintos.
Em relação à média de idade atual os dados encontrados nesta pesquisa são
compatíveis com uma pesquisa realizada por Figueiredo et al. (2012) em que nesta,
obteve-se a média de idade atual de 4 anos.
Entretanto, os resultados encontrados nesta pesquisa são incompatíveis com
uma pesquisa realizada por Prado et al. (2009) em que obteve-se 2,4 anos de idade
atual. Estes resultados podem ser influenciados em decorrência da idade do
diagnóstico, idade da intervenção bem como tempo de tratamento.
Em relação à média de idade do diagnóstico e tempo de tratamento, não há
estudos que possuam a mesma finalidade da presente pesquisa. Estes objetivos
foram incluídos para que ao fim desta pesquisa seja constatado se há ou não
influência direta da idade do diagnóstico e tempo de tratamento com o desempenho
da função social das crianças pesquisadas.
No que se refere as habilidades mais preservadas, os dados encontrados nesta
pesquisa não corroboram com um estudo realizado por Ferreira et al. (2009) em que
113
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
AGOSTINI, B., BISOGNIN, J.P., MARTINS, J.S., Avaliação funcional de crianças com
Síndrome de Down por meio do Inventário de Avaliação Pediátrica da Incapacidade.
115
COOLEY, W. C.; GRAHAM, J. M. Down syndrome: An update and review for the
primary pediatriacian. Clin Pediat., v. 30, p. 233-53, 1991.
DIAMENT, A.; CYPEL, S. Neurologia Infantil. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 1996.
DOLVA, A.S, COSTER, W., LILJA., M. Functional performance in children with Down
syndrome. Am J Occup Ther, p. 621-9, 2004. http://dx.doi. org/10.5014/ajot.58.6.621
RIBEIRO, L.M.A, et al. Avaliação dos fatores associados a infecções recorrentes e/ou
graves em pacientes com síndrome de Down. J Pediatria, v.79 n., p. 141-148, 2003.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jped/v79n2/v79n2a09.pdf>. Acesso em: 15
de janeiro de 2017.
RIHTMAN, T., et al. Are the cognitive functions of children with Down Syndrome related
to their participation. Dev Med Child Neurol, v.52, n.1, p. 72-8, 2009.
ANEXO A
ANAMNESE FONOAUDIOLÓGICA PROPOSTA POR HAGE (2007)
118
ANEXO B
1 INTRODUÇÃO
cerca de 10% dos casos em crianças menores de cinco anos e em 30% a 50% dos
casos de maiores de cinco anos (MACEDO et. al, 2014)(SILVA et. al, 2012).
O diagnóstico se faz mediante o achado do HbsAG, HbeAG, Anti-HBc IgM e
DNA do HBV positivo, ao exame de sangue e, o surgimento do anti-HBs indica
recuperação ou vacinação (BRASIL, 2008). A vacinação de crianças, adolescentes e
adultos promove uma prevenção adequada (CARVALHO; ARAÚJO, 2010).
Alguns pacientes podem se tornar imunotolerantes ao HBV. A cronificação da
Hepatite B ocorre em cerca de 2% a 7% dos adultos infectados, é uma das maiores
causas de cirrose e de carcinoma hepatocelular (MACEDO et. al, 2014) (TAUIL et. al,
2012).
A Hepatite D tem como agente etiológico o vírus da hepatite D (HDV),
pertencente à família Deltaviridae que é o único vírus animal satélite conhecido e
precisa do vírus da hepatite B para a sua replicação, por isso só ocorre em pacientes
com o VHB, pois utiliza o envelope, embora possa se replicar em menor quantidade
sem a presença do vírus B. Seu período de incubação é de 28 a 180 dias. Deve-se
investigar o vírus D sempre que houver hepatite B crônica com evolução fulminante e
progressiva e em paciente de regiões endêmicas, pois o HDV pode desencadear uma
doença grave, com insuficiência hepática aguda e alta taxa de letalidade ou que o
paciente com hepatite B desenvolva cirrose e carcinoma hepático rapidamente. É
transmitida da mesma forma que a Hepatite B. O diagnóstico é feito através do teste
sorológico de Anti- HDV positivo, anti-HDV IgM que indica infecção aguda e HDV RNA
que indica presença do vírus (OLIVEIRA et. al, 2015)(SANTOS et. al, 2012)(SILVA et.
al. 2012).
O tratamento das hepatites B e D tem como o objetivo melhorar a qualidade de
vida do paciente, deter a doença inibindo a replicação viral e assim impedir a evolução
para cirrose, carcinoma hepatocelular e o óbito. Os medicamentos são distribuídos de
forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e os pacientes são acompanhados
periodicamente. A hepatite B é tratada quando crônica e a hepatite D ao ser detectada.
O resultado desejado com antivirais é a perda do HbsAG com soro conversão para
Anti-Hbs e o tempo de tratamento geralmente é de 16 a 24 semanas dependendo da
não detecção HBV-DNA durante seis meses após a soroconversão, com relação a
hepatite D o tratamento dura 48 meses ou até a soroconversão para Anti-HDV IgM
(BRASIL, 2011). O tratamento antiviral pode ser efetivo em, aproximadamente, um
124
2 HIPÓTESE
3 OBJETIVOS
3.1 GERAL
3.2 ESPECÍFICOS
125
4 METODOLOGIA
5 RESULTADOS
160
nº de casos de Hepatite B
140 145
120
100
80
75 75 79
60 70
40 52
20
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015
45 45
40
35
30
25
20
15
10
5 6 4
0
Coinf hep D Coinf Hep C Coinf HIV
Masculino
31,1% Feminino
68,9%
Pré-escolar
Ignorados
Analfabetos
E. Superior
E. Medio
E. Fundamental
Gráfico 6: Raça.
2% 0,3%
3% Pardos
Brancos
9% Pretos
Ignorados
Indígenas
Amarelo
25%
61%
Entre os pacientes notificados 394 (79,4%) não foram vacinados para Hepatite B, 81
(16,3%) ignorados, 9 (1,8%) com esquema vacinal incompleto e 12 (2,4%) que mesmo
vacinados apresentaram a infecção pelo vírus da Hepatite B (Gráfico 8).
16 9
20 21 Guajará Mirim
Candeias do Jamari
Vilhena
Outros
PVH
171 Ariquemes
259
80,0%
79,4%
70,0%
Não Vacinados
60,0% Ignorados
50,0% Esquema incompleto
40,0% Vacinados
30,0%
20,0%
10,0% 16,3%
1,8% 2,4%
0,0%
admitiram ter 3 ou mais parceiros sexuais, 8,6% com 3 ou mais parceiros sexuais e
realizaram tratamentos dentários ou cirúrgicos, 3,6% realizaram transfusão
sanguínea, 3,8% água ou alimentos contaminados e tratamentos dentários ou
cirúrgicos, 3,6% colocaram piercing ou se tatuaram, 0,8% realizaram acupuntura,
4,2% admitiram utilizar drogas inaláveis ou crack, 0,8% acidentaram-se com material
biológico, 0,2% utilizaram drogas injetáveis e inaláveis\crack entre outros mecanismos
de infecção 10,6% (Gráfico 9). Após a conclusão da investigação das fichas de
notificação somente 17,9% tiveram como provável mecanismo de infecção sexo
desprotegido, 0,2% transmissão transfusional e 0,2% transmissão domiciliar, o
restante o provável mecanismo de infecção é ignorado 81,7% (Gráfico 10).
Outros
0,8%
Drogas inj e inal
0,2%
Acupuntura
0,8%
Tatuagem e piercing
3,6%
água\alimentos contaminados+tto
3,8% dent e\cirurg
Transfusão sanguínea
3,6%
36,1%
Ignorado
0% 0%
Ignorados
Sexual
Transfusional
18%
Domiciliar
82%
A grande maioria (cerca de 61,6%) dos pacientes notificados dos anos de 2010
a 2015 tem os testes HbsAG\ Anti-HBc (total) \Anti-Hbe positivos, 20,2% com os testes
HbsAG\ Anti-HBc (total) positivos, 6,1% com HbsAG positivo (infecção aguda), 6,02%
com HBsAg/HBeAg/ Anti-HBc(total) positivo, 4,2% com HbsAG\ Anti-HBc IgM\ Anti-
HBc (total) positivos (infecção aguda), 1,3% com HbsAG\ Anti-HBc (total)\ Anti-HCV
positivos (hepatite B e coinfecção com hepatite C), 0,6% com HbsAG\ Anti-HBc (total)\
Anti-HDV total positivos (hepatite B e coinfecção com hepatite D) (Tabela 1). Casos
considerados inconclusivos não foram levados em consideração.
133
HbsAG 6,1%
6 DISCUSSÃO
infecção foi sexual, 33,6% drogas, 20,9% transfusional e o restante outros (OLIVEIRA.
El. Al. 2013).
De acordo com o fluxograma para a investigação laboratorial da hepatite B do
Ministério da Saúde do Brasil, pacientes com HbsAG + e Anti-HBc total +, devem ser
testados para Anti-HBc IgM e IgG, para se verificar se a infecção é aguda ou cônica e
em muitos casos verificados (20,2%) esses exames não foram realizados (Tabela 1).
Em regiões endêmicas como a Amazônia ocidental, todos os pacientes com HbsAG +
devem ser testados para Hepatite D e cerca de 110 pacientes não foram testados e
só foram encontrados nos anos analisados 6 casos de HDV (Tabela 1) (BRASIL,
2008). Semelhante a outros estudos a quantidade de casos de hepatite aguda é
inferior à crônica (NASCIMENTO, et. al., 2012).
Em relação às caselas preenchidas como ignorado ou em branco nas fichas de
notificação do SINAN, chama a atenção para a não realização de teste sorológico para
hepatite D, HIV, vacinação, provável mecanismo de infecção, entre outros em várias
fichas dos anos analisados, configurando um mau preenchimento das fichas.
Observa-se o preenchimento melhorou no decorrer dos anos, porém ainda é
deficiente.
7 CONCLUSÃO
Houve avanço nos últimos anos no que se refere à prevenção, principalmente com
relação à vacinação, por isso a baixa taxa em recém-nascidos e crianças infectadas
pelo vírus, no entanto, isso deve ser estendido para os adultos e idosos e
principalmente para os homens que cuidam menos de sua saúde e tem uma tendência
a se relacionar sexualmente sem o uso de preservativo.
A vacinação e conscientização dos métodos de transmissão são os meios mais
eficazes para diminuir a incidência de Hepatite B e D e o tratamento é importante para
evitar que os indivíduos infectados não adoeçam outras pessoas.
8 AGRADECIMENTOS
9 PRODUÇÃO CIENTÍFICA
Parte inicial dessa pesquisa científica foi apresentada em forma de banner no 52º
Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (MEDTROP) em 2016 e o
resumo do trabalho está publicado em anais no site do congresso.
O projeto de pesquisa foi apresentado na 8ª Reunião de Iniciação Científica do
Centro Universitário São Lucas também em forma de banner.
138
Outra comunicação foi enviada para o MEDTROP 2017 com dados de 2010 a
2015, foi aceito e será apresentado em agosto no congresso e publicado em anais no
site do congresso.
Após a conclusão da pesquisa e do relatório final para o PIBIC será enviadas
comunicações para outros congressos da área como Congresso Brasileiro de
Infectologia e Congresso de Hepatites Virais e serão escritos artigos científicos e
comunicações para publicação em revistas científicas.
REFERÊNCIAS
FONSECA, JCF. Histórico das hepatites virais. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina
Tropical 43(3):322-330, mai-jun, 2010.
MACEDO, TFS; SILVA, NS; SILVA, VYN; KASHIWABARA, TGB. Hepatites Virais –
uma revisão de literatura. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research -
BJSCR Vol.5,n.1.,pp.55-58 (Dez 2013 - Fev 2014).
MARTINELLI, ALC. Icterícia. Medicina, Ribeirão Preto, 37: 246-252, july/dec. 2004.
139
NASCIMENTO, PP; PINTO, SGS; PEREIRA, ICP; BOMFIM, MRQ; GRISOTTO, MAG;
MONTEIRO, SG; FIGUEIREDO, PMS. Perfil epidemiológico dos marcadores
sorológicos para vírus da hepatite B dos pacientes atendidos em um laboratório
público. Revista Brasileira de Clínica Médica, São Paulo, v.10, n. 6, p. 495-8. 2012.
OLIVEIRA, MS; VALLE, SCN; SILVA, RPM; FIGUEIREDO, EN. Hepatite B crônica e
a superinfecção por vírus D em pacientes da Amazônia Ocidental brasileira.
Revista de Epidemiologia e Controle de Infecção, Ano V - Volume 5 - Número 2 – Abr/Jun, 2015.
OLSSON,RAS. Caracterização do perfil epidemiológico das hepatites virais no
estado de Rondônia no período de 1999 a 2009. Dissertação apresentada com
vistas à obtenção do título de Mestre Modalidade Profissional em Saúde Pública.
Rondônia, 2011.
RC; REIS, RK; REINATO, LAF; GIR, F. Comorbidades e coinfecções em
RIGUETTO,
pessoas vivendo com HIV/Aids. Rev Rene. 2014 nov-dez; 15(6):942-8.
TAUIL, MA; AMORIM, TR; PEREIRA, GFM; ARAÚJO, WN. Mortalidade por hepatite
viral B no Brasil, 2000-2009. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 28(3):472-478,
mar, 2012.
VIEIRA, MRM; GOMES, LMX; NASCIMENTO, WDM; PEREIRA, GVP; DIAS, OV;
LEITE, MTS. Aspectos epidemiológicos das hepatites virais no norte de Minas
Gerais. Revista Baiana de Saúde Pública, v.34, n.2, p. 348-358 abr./jun. 2010.
Apoio:
Este projeto foi financiado pelo CNPq.
141
ANEXOS
ANEXO A
Modelo da ficha de notificação de hepatites virais
142
143
ANEXO B
Tabela de coleta de dados
Sexo: F ou M Anti-HDV: + ou - Mecanismo de Infecção: 1- Sexual, 2- Transfusional, 3- uso de drogas, 4- Exposição: 1- Procedimentos injetáveis, 2- Três ou mais parceiros
Escolaridade: 1- Analfabeto, 2- Fundamental incompleto, 3- Fundamental HIV: S ou N vertical, 5- Acid. De trabalho, 6- Hemodiálise, 7- Outros (descrever). sexuais, 3- Transplante, 4- Tatuagem, 5- Acumpuntura, 6-
completo, 4- Médio incompleto, 5- Médio completo, 6- Superior incompleto, 7- Sorologias +: Anti HBs, Anti HBe, HBe Ag, Anti Sintomas Clín icos: descrever Hemodiálise,7- Transfusão de sangue, 8- Acid. Com material biológico,
Superior completo. HBc IgM, Anti HBc IgG 9- Outros (descrever).
N° Ano N° Pront. Data de Nasc. Idade Sexo Profissão Raça Escolaridade Munic. de Residencia Munic. Procedência Anti HDV Exposição Mecanismo de Infecção Sintomas Clínicos HIV Sorologias +
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
144
ANEXO C
SOLICITAÇÃO DE DISPENSA DO TCLE
145
Geral:
Inicial Status
Detectar a prevalência da Hipertensão Arterial, Diabetes
Mellitus e Distúrbios Metabólicos nas comunidades ribeirinhas
integrantes do Vale do Guaporé e Mamoré apresentando OK
alguns aspectos populacionais relacionados a esta doença em
um público atípico da Amazônia Ocidental Brasileira
Específico:
Inicial Status
i) Determinar perfil epidemiológico voltado à HAS, DM e
OK
distúrbios metabólicos na população em estudo;
ii) Avaliar variações antropométricas dos pacientes incluídos no
OK
referido estudo;
iii) Avaliar perfil nutricional dos pacientes incluídos no referido
OK
estudo;
iv) Avaliar prevalência e incidência de HAS na população em
OK
estudo;
v) Avaliar prevalência e incidência de DM na população em
OK
estudo;
vi) Avaliar prevalência e incidência de distúrbios metabólicos na
OK
população em estudo;
vii) Estudar fatores individuais que possam contribuir para
OK
agravo e prevenção destes agravos de saúde pública.
MATERIAL E MÉTODOS:
148
COMITÊ DE ÉTICA
A HAS foi definida com base no Sétimo relatório do Comitê Nacional Misto de
Prevenção, Detecção, Avaliação e Tratamento de Hipertensão arterial, definida como
uma pressão arterial sistólica (PAS) de 140 mmHg ou maior e pressão arterial
diastólica (PAD) de 90 mmHg ou superior, ou tratamento atual auto referida para a
hipertensão com medicação anti-hipertensiva. (Chobanian et Al, 2013). A consciência
da hipertensão ficou definida como auto-relato de qualquer diagnóstico prévio de
hipertensão dado por um profissional de saúde entre a população definida com
hipertensão. O tratamento da hipertensão foi definido como o uso de um medicamento
de prescrição para o tratamento de hipertensão arterial no momento da entrevista.
Controle da hipertensão será definido como tratamento farmacológico associado com
uma PAS média de 140 mmHg e uma PAD média de 90 mmHg. Histórico familiar de
hipertensão será definido por qualquer grau de parentesco primário ou história de
irmão hipertenso.
ANÁLISE ESTATÍSTICA
RESULTADOS:
Tabela 1
Distribuição percentual da população ribeirinha incluída no estudo, segundo sexo.
Guajará Mirim – Vale do Guaporé e Mamoré, Rondônia, Brasil, 2016.
Masculino Feminino Total
N % N % N %
Idade (anos)
18-29 5 4,90 4 3,92 9 8,82
30-40 10 9,80 5 4,90 15 14,71
40-50 17 16,67 7 6,86 24 23,53
50-60 28 27,45 13 12,75 41 40,20
>60 6 5,88 7 6,86 13 12,75
Total 66 64,71 36 35,29 102 100,00
Nutricional - I.M.C
Baixo/Normal 39 38,24 1 0,98 40 39,22
Sobrepeso/Obeso 27 26,47 35 34,31 62 60,78
Total 66 64,71 36 35,29 102 100,00
Tabagismo
Não 41 40,20 19 18,63 60 58,82
Sim 25 24,51 17 16,67 42 41,18
Total 66 64,71 36 35,29 102 100,00
Etilismo (>2x semana)
Não 12 11,76 13 12,75 25 24,51
Sim 54 52,94 23 22,55 77 75,49
Total 66 64,71 36 35,29 102 100,00
Dislipidemias
Sim 7 6,86 18 17,65 25 24,51
Não 59 57,84 18 17,65 77 75,49
Total 66 64,71 36 35,29 102 100,00
Glicemia
Normal 56 54,90 28 27,45 84 82,35
Diabético 10 9,80 8 7,84 18 17,65
Total 66 64,71 36 35,29 102 100,00
HAS
Sim 48 47,06 30 29,41 78 76,47
Não 18 17,65 6 5,88 24 23,53
Total 66 64,71 36 35,29 102 100,00
Escolaridade
Não Alfabetizado 13 12,75 9 8,82 22 21,57
Nível fundamental/médio 44 43,14 19 18,63 63 61,76
Nível Superior 9 8,82 8 7,84 17 16,67
Total 66 64,71 36 35,29 102 100,00
Tabela 2
Distribuição percentual da população ribeirinha incluída no estudo com diagnóstico
de Hipertensão Arterial Sistêmica, segundo sexo. Guajará Mirim – Vale do Guaporé
e Mamoré, Rondônia, Brasil, 2016.
Masculino Feminino Total
N % N % N %
Idade (anos)
153
Tabela 3
Distribuição percentual da população ribeirinha incluída no estudo com diagnóstico
de Diabetes Mellitus, segundo sexo. Guajará Mirim – Vale do Guaporé e Mamoré,
Rondônia, Brasil, 2016.
Masculino Feminino Total
N % N % N %
Idade (anos)
18-29 5 27,78 3 16,67 8 44,44
30-40 1 5,56 0 0,00 1 5,56
40-50 4 22,22 3 16,67 7 38,89
50-60 0 0,00 1 5,56 1 5,56
>60 0 0,00 1 5,56 1 5,56
Total 10 55,56 8 44,44 18 100,00
Nutricional - I.M.C
Baixo/Normal 7 38,89 4 22,22 11 61,11
Sobre Peso/Obeso 3 16,67 4 22,22 7 38,89
Total 10 55,56 8 44,44 18 100,00
154
Tabagismo
Não 8 44,44 4 22,22 12 66,67
Sim 2 11,11 4 22,22 6 33,33
Total 10 55,56 8 44,44 18 100,00
Etilismo (>2x semana)
Não 4 22,22 4 22,22 6 33,33
Sim 6 33,33 2 11,11 12 66,67
Total 10 55,56 8 44,44 18 100,00
Dislipidemias
Sim 8 44,44 7 38,89 14 77,78
Não 2 11,11 1 5,56 4 22,22
Total 10 55,56 8 44,44 18 100,00
Escolaridade
Não Alfabetizado 5 27,78 2 11,11 7 38,89
Nível fundamental e médio 3 16,67 3 16,67 6 33,33
Nível Superior 2 11,11 3 16,67 5 27,78
Total 10 55,56 8 44,44 18 100,00
Idade 5,779
0,0001#
> 40 anos 2,121 – 16,24
Diabetes Mellitus
Tabagismo 1,407
0,1589
>5 anos 0,488 – 3,974
IMC 2,407
0,0448#
>=30 1,02 – 7,216
Idade 2,095
0,1220
> 40 anos 0,7281 – 6,045
Síndrome Metabólica
Tabagismo 2,474
0,007#
>5 anos 1,001 – 8,883
IMC 7,678 0,0002#
>=30 2,679 – 25,29
Idade 3,789
0,0002#
> 40 anos 1,854 – 7,569
DISCUSSÃO:
apesar de não ter sido feita a diferenciação no estudo, porém uma lacuna que
permanece seria: o porquê de tal acometimento ser maior no sexo masculino? A
resposta nos parece clara, considerando o N amostral do estudo, podemos pensar em
um viés epidemiológico.
Acerca dos hábitos de vida, o tabagismo e o etilismo nesse grupo populacional
apresentaram índices de prevalência de respectivamente 33% e 66% nos pacientes
estudados; corroborando dados apresentados na literatura nacional (CORRÊA, 2013);
tais agravos contribuem diretamente na etiopatogênese da DM2, porém, haja vista no
referido estudo não ser realizado a diferenciação; não podemos associar com clareza
ambas variáveis.
Favorecendo dados apresentados pela Sociedade Americana de Diabetes
(2016), a população com diagnóstico de DM no referido estudo apresentou índices de
dislipidemias superiores a 70% dos indivíduos; tal cenário já é conhecido e
comprovado na literatura médica atual e é também considerada como fator
agravante/risco para o desenvolvimento de complicações relacionadas ao curso
natural da doença como: acidentes vasculares cerebrais, infarto agudo do miocárdio
e diversas outras patologias; é importante destacar nesse momento também que
dentro desse grupo populacional somente 30% dos indivíduos eram considerados
obesos/sobrepeso fato que já vem sendo destacado em diversos estudos (PAOLINO,
2013; LUNARDI E PETROSKI, 2014) no qual é destacado o curso de síndromes
dislipidêmicas em indivíduos com IMC normal.
Diferente dos resultados apresentados na população com HAS, a variável
escolaridade na população em estudo com diagnóstico de DM apresentou uma
distribuição mais homogênea; ainda não é conhecida com precisão a distribuição e/ou
surgimento acerca da DM2; já na DM1 e considerando o seu curso natural já se podem
relacionar com maior precisão tais resultados; entretanto, no referido estudo não
podemos concluir tais dados com o surgimento haja vista que o curso natural da DM2
pode ser assintomático e o diagnóstico propriamente dito não quer dizer e/ou
relacionar com o início da doença; o que podemos concluir com tal variável são índices
semelhantes à apresentados no cenário nacional de acordo com os dados
apresentados pela Sociedade Americana de Diabetes (2016).
Além do conhecimento epidemiológico de tais grupos no contexto da saúde
ribeirinha, relacionamos também algumas variáveis como sexo, idade e hábitos de
159
CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
A pesquisa foi realizada em conjunto com o Centro Universitário São Lucas- UniSl,
Associação Beneficente de Assistência Médica e Social às Populações Ribeirinhas do
Vale do Guaporé e Mamoré da Amazônia Ocidental – ASBAMGUAMA e a Secretaria
de Saúde do estado de Rondônia – SESAU e o Conselho Nacional de Pesquisa
Científica e Tecnológica – CNPQ através do Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação Científica – PIBIC. Agradeço também a todos os participantes que de alguma
forma colaboraram com a realização desta pesquisa e ao apoio incondicional da
orientadora Profª. PhD. Vanessa Migliaccio, a qual não mediu esforços para a
conclusão de tal obra. Muito obrigado!
REFERÊNCIAS
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Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure. Hypertension 42: 1206–
1252.
1 INTRODUÇÃO
global devastador das DTNs, como as importantes alianças que têm sido
intensificadas entre a OMS e indústrias farmacêuticas (DIAS et al., 2013).
1.2 LEISHMANIOSE
As leishmanioses são antropozoonoses causadas por protozoários parasitas
intracelulares flagelados do gênero Leishmania (Ross, 1903), pertencentes à família
Trypanosomatidae. Tal parasito é transmitido de forma vetorial através das fêmeas de
Phlebotominae dos gêneros Phlebotomus e Lutzomyia (FURUSAWA; BORGES,
2014).
Existem diferentes espécies de Leishmania, sendo assim é considerada uma
doença de ampla distribuição geografia. O Brasil possui seis espécies destes
parasitas responsáveis por causar a leishmaniose cutânea, divididos em 2
subgêneros: Leishmania e Viannia (BASANO; CAMARGO, 2004).
Pesquisas epidemiológicas constataram que existe um total de 98 países em 5
continentes que notificaram sobre transmissão endêmica de leishmaniose (ALVAR et
al., 2012). A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 90% dos casos
mundiais de leishmaniose visceral ocorrem endemicamente em 6 países: Bangladesh,
Brasil, Etiópia, Índia, Sudão do Sul e Sudão. Com relação a leishmaniose cutânea,
mais de 70% dos casos relatados ocorrem endemicamente em 10 países:
Afeganistão, Argélia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Etiópia, República Islâmica do Irã,
Peru, Sudão do sul e a República Árabe da Síria (WHO, 2016).
As taxas de morbidade e mortalidade nas leishmanioses são variáveis,
podendo incluir formas letais, como por exemplo a leishmaniose visceral ou casos
severamente desfigurantes como a leishmaniose mucocutânea; formas
espontaneamente curáveis, como a leishmaniose cutânea localizada; além de
quadros de dificil tratamento, como verificado na leishmaniose cutânea difusa. Essa
variabilidade de quados clínicos acaba dificultando o controle e tratamento da doença
(BASTIEN; LACHAUD, 2016).
O ciclo de vida dos protozoários do gênero Leishmania, é considerado um ciclo
heteróxeno envolvendo dois hospedeiros, sendo que o mosquito é o intermediário e o
mamífero o hospedeiro alvo. A infecção no humano (mamífero, hospedeiro alvo)
ocorre durante o repasto sanguíneo da fêmea dos flebotomíneos, injetando as formas
promastigotas metacíclicos no hospedeiro mamífero. Estas formas são fagocitadas
por macrófagos; dentro da célula, o parasito se transforma em amastigota e inicia um
168
A serpente Bothrops moojeni descrita por Hoge em 1966, mais conhecida como
caiçaca ou caiçara, pertence à família dos viperídeos e possui uma ampla distribuição
na América do Sul, tendo maior abundância no Brasil. Pode alcançar 230cm de
comprimento, porém sua maioria não atinge mais de 160 cm (NOGUEIRA; SAWAYA;
MARTINS, 2003).
Essas serpentes habitam as áreas de cerrado, estando normalmente
relacionada às matas de galeria e ocasionalmente, às áreas secas de savanas
interfluviais (LELLOP, 1984; NOGUEIRA, SAWAYA & MARTINS, 2003). Em um
trabalho quanto a seleção de habitat, houve uma equitativa distribuição entre mata de
galeria (46,14% dos registros) e habitats relacionados a esta, como ecótono (23,08%)
e área antrópica em borda de mata (23,08%) (BORGES & ARAUJO, 1998).
Bothrops moojeni pode ser encontrada na Argentina, Paraguai e no Brasil, mais
especificamente ocorrendo nos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul,
Minas Gerais, Goiás, Bahia, Tocantins, Piauí e Maranhão (CAMPBELL &
1.5 Fosfolipase A2
sobre como as proteínas exerciam seus efeitos tóxicos, ainda era um mistério
(GUTIÉRREZ; LOMONTE, 2013).
2. OBJETIVOS
4. METODOLOGIA
4.1 MATERIAL
apenas água deionizada, sob fluxo de 2,5 mL/min. A eluição das proteínas foi
monitorada em 280 nm.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
0,5
0,45
0,4
0,35
0,3
0,25
0,2
0,15
0,1
0,05
0
BM-F1 BM-F2 BM-F3 VB H2O
Figura 4: 4.1 Perfil cromatográfico de interação hidrofóbica em coluna n-Butyl-HP. Cromatografia das
frações 1 e 2 do veneno de Bothrops moojeni, advindas da cromatografia de troca catiônica. As frações
selecionadas foram submetidas ao segundo passo de purificação utilizando-se a cromatografia de
interação hidrofóbica em coluna n-Butyl-HP (5 x 15 cm). A coluna foi previamente equilibrada com NaCl
4M+AMBIC 20 mM pH 8 (tampão A), como tampão B utilizou-se AMBIC 20 mM pH 8 e para eluição da
última fração (possível PLA2) utilizou-se apenas água deionizada em um fluxo contínuo de 2,5
mL/minuto. Para eluição das frações utilizou-se o seguinte gradiente descontínuo: 0, 25, 50, 75 e 100%
do tampão B e por último 100% de água deionizada. 4.2 Peso molecular de PLA 2. A fração contendo a
fosfolipase foi submetida à eletroforese em gel de poliacrilamida 12,5% demonstrando peso molecular
entre 14 e 15kDa.
100
80
IC50= 1,17
IC(%)
60 R2= 0,99
p= 0,000001
40
20
Tabela 1: IC50 (µg/mL) do veneno bruto de B. moojeni contra L. amazonensis. Formas promastigotas
de L. amazonensis (1x106 parasitos/mL) foram incubadas na presença do veneno bruto de B. moojeni
por 72 horas a 24ºC. Foi adicionado o corante resazurina (2mM). Como controle positivo, utilizou-se
Pentamidina (5µg/mL) e como controle negativo, utilizou-se meio de cultura com os parasitos sem
tratamento (Dados não mostrados). A concentração dos compostos capaz de reduzir em 50% as
células viáveis (CC50) foi calculada por regressão através do software Origin (OriginLab Corporation,
Northampton).
6 CONCLUSÃO E PERSPECTIVAS
AGRADECIMENTOS
Grato a minha amada mãe, a primeira a saber sobre minha participação neste projeto
e a pessoa que sempre me acompanhou durante toda minha vida, me motivou, me
deu esperanças e mesmo sem atuar na área científica me ouviu atenciosamente
inúmeras vezes comentando sobre procedimentos, protocolos e tudo mais.
184
À Dra. Camila Maciel que além de minha primeira orientadora durante meu primeiro
período, se tornou uma professora amiga, me encaminhando a todo momento à um
caminho vasto de oportunidades e aprendizados, sempre me dando conselhos e
novos ensinamentos.
À querida Dra. Carolina Bioni pela atenção e conselhos relacionados ao projeto. A sua
equipe e ao laboratório da FIOCRUZ/RO pela disponibilidade e auxílio no
desenvolvimento dos bioensaios leishmanicidas.
Enfim, agradeço ao CNPq pela oportunidade que possibilita aos graduandos, tornando
possível a inserção do aluno no mundo cientifico, para que desde cedo possa produzir
e se capacitar por um bem maior, grato por acima de tudo prezarem pela continuidade
da iniciação cientifica no meio acadêmico.
REFERÊNCIAS
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Geneva, Switzerland: WHO Press; 2010.
Apoio:
Este projeto foi financiado pelo CNPq.
190
PROGRAMA DE INICIAÇÃO
CIENTÍFICA/PIC/PAP/UniSL
191
1. INTRODUÇÃO
No gráfico à esquerda segue a estimativa da proporção de mortes por malária no globo. No mapa à
direita os casos de óbitos por malária no continente africano. Fonte: Achieving the malaria MDG Target
and reversing the Incidence of malaria 2000–2015; Global Malaria Mapper (WHO, 2015).
193
No gráfico acima as mudanças na prevalência de malária no decorrer dos anos de 2000 à 2015. Fonte:
Global Health Observatory (GHO) data, (WHO, 2015).
Destacadas no mapa acima as regiões de risco de infecção por malária no território brasileiro. Fonte:
Sinan/SVS/MS e Sivep-Malária/SVS/MS, disponível 27/05/2016 às 10:45 em
http://portalsaude.saude.gov.br/images/jpg/2015/junho/24/Mapa-de-risco-2014.jpg.
À Malária é uma doença infecciosa que tem como inseto vetor (hospedeiro
primário e definitivo) fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles, e como hospedeiros
secundários os mamíferos. A infecção é causada por parasitos eucarióticos do filo
Apicomplexa pertencentes ao gênero Plasmodium que completam o seu complexo
ciclo de vida em dois hospedeiros com níveis evolucionários consideravelmente
distantes (Figura 4). Das várias espécies de Plasmodium, apenas cinco podem
infectar humanos, as quais são: P. falciparum, P. vivax, P. ovale, P. malariee P.
knowlesi (KAKANI et al., 2016).
195
No esquema acima está descrito o ciclo do Plasmodium nos seus 3 estágios: ciclo em humanos (exo-
eritrocítico e eritrocítico) e no Anopheles. Fonte: Adaptado de Centers for Disease Control and
Prevention, disponível 28/05/2016 às 23:18 em http://www.cdc.gov/malaria/about/biology/.
adaptativa aos mecanismos pelos quais esses fármacos eliminam o parasita, já sendo
observados inúmeros quadros demonstrando a ineficácia da utilização de anti-
maláricos de referência no tratamento da malária, tais como: Aminoquiloneínas,
Sulfonamidas, Antifólicos, Cloroquina, Proguanil, Mefloquina, Amodiaquina e Quinino
(SILVA; OLIVEIRA, 2002).
Frente a essa perspectiva, vem sendo investido um notável esforço por parte
da comunidade cientifica, na busca de novas moléculas que exibam atividade anti-
Plasmodium, especialmente aquelas que apresentem mecanismos de ação
divergente dos atuais anti-maláricos, visando evitar uma possível resistência cruzada
entre moléculas que atuem de maneira similar.
Por serem uma vasta fonte de proteínas e peptídeos com um amplo espectro
de efeitos tóxicos e farmacológicos, venenos ofídicos e os compostos bioativos
encontrados na sua composição, apresentam elevado potencial como fonte de
bioprospecção no desenvolvimento de novas alternativas para tratamentos de
diversas patologias (MAMEDE et al., 2016).
Venenos de serpentes são uma mistura complexa de compostos orgânicos e
inorgânicos, em que mais de 90% do seu peso seco é composto por
peptídeos/proteínas (Proteases, Aminotransferases, Catalases, Fosfoesterases,
Hialuroniases, NAD nucleosidases, Acetilcolinesterases, Fosfolipases A 2 (PLA2s), L-
aminoácido oxidases dentre outras). E outros componentes como fosfolipídios,
aminas biogênicas, nucleotídeos, aminoácidos, citrato, carboidrato e diferentes íons
(Ca2+, Cu2+, Fe2+, K+, Mg2+, Mn2+, Na+, Zn2+, entre outros) (FERNÁNDEZ et al., 2010;
WARRELL, 2010).
A extensa variedade de compostos e efeitos desencadeados por estas
peçonhas, atraiu um considerável esforço nos últimos 30 anos, na análise das
possíveis aplicações biotecnológicas das toxinas presentes nessas peçonhas. Castillo
e colaboradores (2012), descreveram as PLA2s purificadas do veneno da serpente
Bothrops asper, as quais exibiam efeito anti-Plasmodium, portanto demonstrando
potencial para futuras aplicações terapêuticas. Foi demonstrado que a PLA 2s da
serpente Crotalus adamanteus reduzia significativamente a eficiência da formação de
oocistos do parasita da malária, bloqueando o desenvolvimento do Plasmodium
falciparum (ZIELER et al., 2001). A BmooTX – I (PLA2s ácida presente no veneno de
Bothrops moojeni) exibiu moderada atividade microbicida, inibindo o crescimento de
E. coli, S. aureus, P. aeruginosa e C. albicans (SANTOS-FILHO, 2009).
Exemplar de Bothrops moojeni espécime adulta em cativeiro, fêmea, 110 cm, procedente de
Pirassununga-SP. Fonte: (PAULO; STUGINSKI, 2009).
2. JUSTIFICATIVA
A malária é uma doença com registros datando 2700 AC, no entanto, ainda
permanece como uma das principais causas de morbidade e morte no globo (COX,
2010).
O principal fator, que continua a persistir como maior desafio para erradicação
da malária, são as suas características adaptativas, de ressurgência em áreas que
mesmo após controle ainda apresentem potencial para doença, e principalmente de
resistência aos fármacos anti-maláricos de referência utilizados no tratamento
(CHANG et al., 2016; COHEN et al., 2012; CROMPTON et al., 2014; GRIFFING et al.,
2015; LIMA-JUNIOR; PRATT-RICCIO, 2016).
Dessa forma, em vista de toda a problemática que envolve a situação atual,
em relação à busca de possíveis soluções para a malária. Fica claro, que é de extrema
relevância a ampliação do leque de abordagens e alternativas que tenham potencial
de contribuir para a interrupção da disseminação dessa patologia. Portanto este
trabalho vem propor a utilização de estratégias de interação molecular, tanto in vitro
como in silico, para o desenvolvimento de modelos farmacológicos que apresentem
199
3. OBJETIVOS
4. METODOLOGIA
4.1. INTERAÇÕES MOLECULARES IN SILICO
As miotoxinas MjTX-I (PDB ID: 3T0R) e MjTX-II (PDB ID: 4KF3) do veneno
de Bothrops moojeni, foram submetidas cada, a um docking contra PNP de
Plasmodium falciparum (PDB ID: 1Q1G). Para realização das interações foi
utilizada a ferramenta ClusPro2.0 com algoritmo configurado para interações
guiadas por um coeficiente eletroestático (COMEAU et al., 2004; KOZAKOV et al.,
2017). A partir do mapeamento das interações entre a PfPNP e MjTX-I e II, foi
realizada a seleção das subunidades secundárias e primárias das miotoxinas como
critério para montagem de um banco de peptídeos derivados dessas miotoxinas,
dado início ao virtual screening dos peptídeos derivados da MjTX-I e II contra a
PfPNP, como controle positivo foi utilizado o Imuciling H por ser extensivamente
relatado na literatura como inibidor eficaz da PfPNP, as simulações foram
executadas no software AutoDock 4.2 com os ligantes (peptídeos) submetidos a
200
4.3. PfPNP
Complexo gerado no docking MjTX-I e PfPNP com formação de 15 pontes de hidrogênio na interface
de interação evidenciadas em traços verdes, imagem montada no software UCSF Chimera
(PETTERSEN et al., 2004).
O peptídeo Glu - Leu - Gly foi o melhor candidato com uma interação
específica no sítio ativo da PfPNP, uma energia mínima de ligação de -8.37 kcal/mol
e formação de 9 pontes de hidrogênio com os resíduos R45, R88, S91 e H7 (Figura
8).
204
A estrutura da MjTX-I na cor cinza com destaque para região N-terminal referente a origem do peptídeo
Glu-Leu-Gly, em vermelho a PfPNP na forma dimérica.
Mapeamento de detecção em contorno dos sinais gerados de acordo com seus respectivas absorções
no intervalo espectral configurado
O veneno de B. moojeni foi injetado na coluna CM-Sepharose FF® (0,1 x 30 cm) previamente
equilibrada com AMBIC 0,5 mM pH 8.0, com eluíção das frações sob gradiente de 0% a 100% de
AMBIC 500 mM pH 8,0 em fluxo linear constante.
206
F1 5472674 0,1076
F2 1094774667 21,5341
F3 105905584 2,0831
F4 164097809 3,2277
F5 103982031 2,0453
F6 17801104 0,3501
F7 10362399 0,2038
F8 16859379 0,3316
F9 66110829 1,3003
Sensorgrama demonstrando a resposta gerada pela PfPNP em diferentes pHs com tampão de
imobilização
1. DISCUSSÃO
nesses acidentes, tem um potencial que vai muito além da busca por antivenenos. Por
conta disto, pode ser encontrado atualmente um grande número de PLA 2s bem como
epítopos destas toxinas com caracterização e identificação quanto as suas
características físico-químicas e seus possíveis mecanismos de ação (STÁBELI et al.,
2012).
O processo de construção de um método que seja congruente para o
isolamento de um alvo molecular, deve ser auquitetado de acordo com os aspectos
físico-quimicos, biológicos e funcionais do alvo, pois essas características irão definir
as técnicas, princípios e equipamentos necessários para obtenção do resultado final.
O histórico relacionado informações estruturais de outros alvos similares, bem como
a semelhança com outros que tenham metodo de purificação descrito, devem ser
considerados no âmbito de direcionar e garantir um processo de purificação montado
a partir de metodologias já consolidadas(STÁBELI et al., 2012).
Dessa forma, todos os pormenores foram avaliados para purificação das
moléculas alvo deste estudo. E dentre as possibilidades disponíveis, a seleção do
metodo desenvolvido por Soares e colaboradores (1998) foi de caráter decisivo para
o posterior desenrolar do projeto, devido ao mesmo proporcionar uma razoavel
margem de confiabilidade, reprodutibilidade e rendimento.
O cromatograma gerado (Figura 9,10 e 11), quando comparado com dados
literários (Figura 15), demonstra o perfil de identidade cromatográfico do veneno, com
uma resolução refinada em níveis de detectibilidade e sensibilidade excelentes.
213
O perfil cromatográfico acima, obtido no estabelecimento do método em 1998, quando comparado com
os resultados do presente trabalho evidencia a identidade cromatográfica do veneno e a
reprodutibilidade da metodologia aqui empregada.
6.5. SPR
7. CONCLUSÃO
9. AVALIAÇÃO DO ORIENTADOR
Estudos de interação X X X X
molecular in silico
(docking)
Fracionamento do X X X X
veneno e purificação
das miotoxinas
X X X X X
Estudos de ressonância
plasmônica de
superfície
Resultado final X
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Apoio:
Este projeto foi financiado pelo Centro Universitário São Lucas PAP/PIC/UniSL.
222
1. INTRODUÇÃO
carnes e a pele das aves antes da preparação, pois, torna esses alimentos mais
saudáveis. Em relação aos óleos vegetais, azeite, manteiga ou margarina, esses
devem ser consumidos, no máximo, em uma porção por dia. Também, é necessário
ficar atento aos rótulos dos alimentos e escolher aqueles com menores quantidades
de gorduras do tipo trans. Para complementar a qualidade nutricional das refeições
diárias, deve ser evitado os refrigerantes e sucos industrializados, bolos, biscoitos
doces e recheados, sobremesas doces e outras guloseimas como regra da
alimentação. Esse grupo de alimentos devem ser consumidos em no máximo uma
porção por dia. Contudo, é de extrema necessidade o consumo de, no mínimo, dois
litros (seis a oito copos) de água por dia.
Atividade física e sedentarismo são temas muito discutidos atualmente, sabe-
se que o sedentarismo é fator de risco para uma série de doenças, principalmente
doenças endócrino-metabólicas como a diabetes mellitus. O exercício, além de
garantir saúde corporal, também influencia na saúde mental de qualquer praticante,
incluindo acadêmicos de qualquer área. Portanto, o exercício físico é uma das formas
de aliviar o estresse gerado pelas atividades do dia a dia. A influência é tamanha, que
o exercício físico afeta na qualidade de sono e até mesmo na secreção de hormônios
do corpo, como o cortisol .A prática de exercício físico atua na musculatura, forçando-
a a aumentar o metabolismo, consequentemente a quantidade de substrato de
oxidação é maior e tudo isso é contrabalanceado pelo aumento do débito cardíaco e
frequência, consequentemente aumento da pressão arterial e perfusão tecidual.
Todos esses fatores estimulam o músculo a se contrair e hipertrofiar, o que é possível
graças à mudança endócrino-metabólica que o exercício provoca no corpo.
Hormônios como cortisol e glucagon, que aumentam no exercício, aumentam a
mobilização de ácidos graxos e gliconeogênese pelo fígado, como forma de manter a
glicemia durante a prática de exercícios. (LEANDRO et. al., 2003; AFONSO et. al.,
2003).
227
2 OBJETIVOS
2.1. GERAL
2.2. ESPECÍFICOS
3 MATERIAIS E MÉTODOS
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
10
5 2
0
NORMAIS ALTERADOS ALTERADOS ALTERADOS
NO GÊNERO NO GÊNERO
MASCULINO FEMININO
25 23
20 17 18
15
10
5
5
0
NORMAIS ALTERADOS ALTERADOS ALTERADOS
NO GÊNERO NO GÊNERO
MASCULINO FEMININO
tão importante quanto é que o sistema seja desativado assim que a situação esteja
controlada. O mais importante regulador desse sistema é o seu produto final, o
glicocorticóide cortisol. Em um artigo de revisão clássico, Munck e colaboradores
(1984), propuseram que "a função fisiológica do aumento dos níveis de
glicocorticóides induzido pelo estresse é a de proteger não contra a fonte do estresse
propriamente, mas contra as reações normais de defesa que são ativadas pelo
estresse. Os glicocorticóides realizam essa função desativando essas reações de
defesa, evitando que elas sejam exageradas e ameacem a homeostase". significa
que, se não fosse freada pelo sistema de feedback negativo de glicocorticóides, a
ativação do eixo HHA poderia se tornar prejudicial. Os glicocorticóides, de fato, exibem
efeitos ativadores e inibidores complementares, pois os primeiros preparam ou ativam
os mecanismos de ação e os últimos limitam essas ações, por meio da ligação aos
receptores de tipo II ou receptores de glicocorticóides, a fim de exercer sua ação de
feedback negativo. Os receptores de glicocorticóides são distribuídos no sistema
nervoso central e no periférico, incluindo o sistema imunológico, ao passo que os de
tipo I ou receptores de mineralocorticóides apresentam uma distribuição mais restrita.
Estudos comportamentais e neuroendócrinos sugerem que os receptores de
mineralocorticóides estão envolvidos nas ações ativadoras e/ou circadianas dos
glicocorticóides, ao passo que os receptores de glicocorticóides são responsáveis
pelos efeitos inibidores, restabelecendo a homeostase prejudicada como resultado da
exposição ao estresse (Sapolsky e colaboradores, 2000).
13%
87%
Figura 3.
Porcentagem de alterações nos exames com valores acima dos níveis normais de
cortisol quanto ao gênero no mês de novembro de 2016.
22%
78%
Figura 4.
Porcentagem de alterações nos exames com valores acima dos níveis normais de
cortisol quanto ao gênero no mês de março de 2017.
234
25%
75%
NORMAIS ALTERADOS
Figura 5. Porcentagem de alterações nos exames com valores acima dos níveis
normais de cortisol quanto ao gênero masculino nos meses de novembro e março.
40%
60%
NORMAIS ALTERADOS
Figura 6. Porcentagem de alterações nos exames com valores acima dos níveis
normais de cortisol quanto ao gênero feminino nos meses de novembro e março.
235
Tal fato pode sugerir que as mulheres sejam mais suscetíveis ao estresse
acadêmico. Embora a participação feminina tenha superado a masculina no estudo
(sendo 23 mulheres no mês de outubro e 28 no mês de fevereiro), a porcentagem de
mulheres com alterações nos níveis de cortisol supera a masculina, sendo 52% na
primeira e 64% na segunda. Tal resultado foi relatado por outros estudos, como no
estudo de ALMONDES e ARAÚJO (2003), no qual foram investigadas as relações
entre o ciclo sono-vigília e a ansiedade em estudantes do segundo ano de medicina,
nesse estudo foi constatado que ao se analisar os traços de ansiedade da pesquisa
por sexo, as mulheres tiveram mais alterações em relação aos homens. No estudo de
LOUREIRO e colaboradores (2008), foram aplicados uma série de questionários
sobre hábitos e estilo de vida de estudantes de medicina da Faculdade de Medicina
do Porto, no qual constatou-se que as acadêmicas também apresentavam maiores
níveis de estresse acadêmico.
Teoricamente, os meses próximos as avaliações do curso são os períodos mais
estressantes para os acadêmicos. Porém, utilizando-se dos resultados da escala de
Pittsburgh, foi possível perceber que a qualidade de sono nos meses de fevereiro e
março de 2017 foi superior à qualidade de sono dos meses de outubro e novembro
de 2016. Como se pode provar pelo horário habitual de sono, agrupando os meses de
outubro e novembro e de fevereiro e março em pares, foi possível observar que no
início do semestre letivo os acadêmicos dormiam mais cedo e tinham mais horas de
sono em relação aos meses de outubro e novembro de 2016 (figura 7).
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Outubro e novembro Fevereiro e março
De acordo com PALMA e colaboradores (2007), o cortisol também tem estreita relação
com o sono. Tal relação é bidirecional, o que é explicado pela letargia e sonolência
que ocorre durante respostas a infecções e maior suscetibilidade a infecções quando
o organismo passo por privações no sono.
HANSEN (2001), em um estudo retrospectivo na Dinamarca demonstrou que
mulheres que trabalhavam à noite têm maior risco para desenvolver câncer de mama
que mulheres que trabalhavam de dia. LANGE e colaboradores (2003), mostraram
que a privação parcial do sono após imunização contra hepatite A reduz a produção
de imunoglobulinas 4 semanas após a imunização, tal fato também ocorre na
imunização por influenza SPIEGEL (2002).
O estresse causado pela semana de provas pode alterar o sono e levar à
insônia, o que altera a atividade do eixo HHA. Pois, o hipotálamo faz parte do sistema
límbico, o sistema responsável por internalizar sentimentos e produzir uma resposta
compensatória à altura. A privação do sono, portanto, causa repercussões
imunológicas por aumentar a atividade do eixo HHA.
No que diz respeito aos dados analisados entre estudantes de medicina sobre
a condição imunológica, a figura 8, mostra que, houve um aumento de 21% de
infecções e outras alterações imunológicas no final do período letivo quando
comparado ao início do semestre.
25
20
15
10
0
Crise Crise de Crise de Doença Episódio Infecção Inflamaç
alérgica asma rinite autoimu s de bacteria ão sem
ne virose na causa
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
outubro e novembro fevereiro e março
5 CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
A família por todo o apoio dado e pela oportunidade de estar fazendo o curso.
A minha professora e orientadora, Camila Maciel de Sousa, que foi a pessoa mais
importante para realização deste trabalho, pelas correções, apoio, orientações e
confiança.
REFERÊNCIAS
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breve revisão. Rev. Equilíbrio Corporal e Saúde, 1: 33-45, 2009.
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cabelo: revisão sistemática sobre cortisol capilar. Avaliação Psicológica, 13(2): 203-
211, 2014.
Apoio:
Este projeto foi financiado pelo Centro Universitário São Lucas PAP/PIC/UniSL.
242
INTRODUÇÃO
1 REFERENCIAL TEÓRICO
243
VALERIO et al. (2011) destacam que cerca de 30% dos pacientes desenvolverão
cardiopatia com sintomas característicos e alterações no eletrocardiograma (ECG).
Na forma cardíaca os pacientes apresentam miocardite crônica, com
envolvimento de todas as câmaras cardíacas, além de danos no sistema de condução
que podem levar à bradicardia, arritmias e morte súbita, sendo então a forma clínica
de maior frequência e severidade. Por recomendações internacionais, pode também
ser classificada por estágios A, B, C e D, de acordo com a progressão da doença e
pela análise do ECG. A persistência parasitária no tecido cardíaco provoca hipertrofia
do miocárdio, que pode ser vista em radiografia. Deste modo, há a diminuição da
parasitemia, presença de distúrbios microvasculares e injúria do miocárdio (RASSI Jr
et al., 2012; NUNES et al., 2013).
Uma menor porcentagem (cerca de 10 a 15%) de pacientes na fase crônica
da DC desenvolvem formas digestivas, com alterações nas funções motora, secretória
e absortiva do esôfago e do trato gastrointestinal, além de hipertrofia.
Aproximadamente 20% dos pacientes que apresentam aumento do esôfago, possuem
também acometimento gástrico. Além do megaesôfago e megacólon, com menor
frequência pode haver também dilatação do duodeno (RASSI JR et al., 2012). O
exame radiológico é imprescindível para a confirmação do diagnóstico desta forma
clínica.
As formas cardiodigestiva, ou mistas, da doença são as de menor
frequência, porém de maior morbidade (RASSI JR et al., 2012).
1.5 Epidemiologia
A Tripanossomíase americana, como também é chamada a DC, é
encontrada em 21 países da América Latina, mas vem se tornando um problema de
caráter mundial, sobretudo nos Estados Unidos e Canadá, além da Europa Ocidental
e alguns países do Pacífico (WHO, 2016). Estima-se que haja 7 a 8 milhões de
pessoas propensas à infecção em todo o mundo, principalmente nos países
endêmicos (WHO, 2016). Além disso, aproximadamente 25 milhões de indivíduos se
encontram em áreas de risco (WHO, 2016). No Brasil, estimativas apontam que perto
de 2 a 3 milhões de pessoas estão acometidas pela DC, sendo que destas, 600.000
manifestam complicações da forma crônica, cardíaca ou digestiva, conduzindo a
morte de cerca de 5.000 pessoas por ano (HOTEZ, et al., 2006; SCHMUNIZ, et al.,
2010).
Por se tratar de uma doença de grande impacto mundial, processos de
erradicação da DC são coordenados por países da América do Sul (Argentina, Bolívia,
Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai) e conhecidos como Iniciativa do Cone Sul e
apoiados pela Organização mundial da saúde (WHO) (WHO, 2015). No Brasil, essas
iniciativas tiveram o respaldo da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão
executivo do Ministério da Saúde, que promoveu “O Programa de Melhorias
Habitacionais para o Controle da Doença de Chagas” com as seguintes diretrizes: 1-
Restauração – reforma de domicílio visando a melhoria das condições físicas da casa,
bem como do ambiente externo (peridomicílio) e 2- Reconstrução – caso especial,
quando a estrutura da habitação não suporte as melhorias necessárias, a mesma
249
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Estudar o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes portadores da DC
atendidos na Unidade de Saúde Centro de Medicina Tropical de Rondônia
(CEMETRON) do governo do Estado de Rondônia, em Porto Velho, Rondônia, por
meio de análise de prontuários.
3 MATERIAL E MÉTODOS
Este trabalho é um estudo observacional, realizado pelo Centro
Universitário São Lucas, por meio do Prof. Dr. Eduardo de Figueiredo Peloso em
colaboração com o Laboratório de Bioenergética e Defesas Antioxidantes em
Tripanossomatideos (LabdaT) do Departamento de Bioquímica, do Instituto de
Biologia da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). For realizada uma
análise de prontuários de pacientes portadores da DC, no período de 1996 a 2016
atendidos no CEMETRON, em Porto Velho, Rondônia.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Perfil epidemiológico e clínico dos casos humanos de doença de Chagas
(DC) em Rondônia
Tabela 1 – Distribuição dos pacientes alvos da pesquisa por resultado da comunicação via
telefone para a assinatura do TCLE. Porto Velho- Rondônia, 1996-2016.
* PVH: Porto Velho; OUTROS: municípios do interior de Rondônia; RR: Região rural, BR-364.
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
Ano Total
Classificação da DC e
N %
forma clínica
DC Aguda confirmada - - - - - - - - - - -
DC Crônica confirmada 1 - - 1 - 1 - - - 3 21,4
DC confirmada, sem
- - - 1 - 1 1 1 1 5 35,7
forma clínica.
Suspeita de DC não
- - - - - 2 - 1 - 3 21,4
confirmada
Suspeita de DC
confirmada como 1 - - - - - - 2 - 3 21,4
negativa.
Total 2 1
- - 2 - 4 1 4 1 100,00
4
*DC: Doença de Chagas; N: Quantidade total de pacientes.
37,5%
62,5%
0%
Figura 1- Distribuição dos casos com relação à forma clínica da doença de Chagas, no Hospital
CEMETRON . Porto Velho, Rondônia, 2004-2016.
A Figura 1 expõe a distribuição dos 8 casos (57,1%) confirmados para Chagas com
relação à forma clínica da doença. Não houve casos caracterizados como agudo (0%),
256
10
Quantidade de pessoas
0
Branco Pardo Negro Amarel Indígen Total
o a
Homem 2 0 1 0 0 3
Mulher 2 3 0 0 0 5
Total 4 3 1 0 0 8
Figura 2 - Classificação Sexo/ Grupo étnico dos casos de doença de Chagas, no Hospital
CEMETRON. Porto Velho, Rondônia, 2004-2016
70
60 64
I
d 50
46 Idade/homens
a 40 38 Idade/mulher
d 31 31
30 29
e
20 19 22
10
0
1 2 3 4 5
Figura 3 - Classificação por faixa etária dos casos de doença de Chagas, no Hospital CEMETRON.
Porto Velho, Rondônia, 2004-2016
crônica. (DIAS e COURA, org, 1997) afirmam que os chagásicos durante a fase
Ensino médio
P7 Porto velho – RO Rio Branco – AC Estudante
incompleto
Governador
Barra da Estiva – Ensino fundamental Auxiliar de
P8 Jorge Teixeira –
BA incompleto serviços gerais
RO
* Sendo P: paciente.
Ceará, Piauí, Santa Catarina, São Paulo), com maior frequência de casos e surtos
registrados na região da Amazônia Legal (Amazonas, Maranhão, Mato Grosso,
Amapá, Pará, Tocantins) (MINISTÉRIO DA SÁUDE GUIA DE VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLOGICA, 2009).
Total
Queixa principal/ Motivo da busca de assistência médica
N %
COURA 1997) afirmou que a DC congênita tem cura, mas existem problemas em sua
detecção precoce através dos centros de saúde das regiões endêmicas, clinicamente
é predominantemente assintomática ou aparece relacionada com prematuridade e
hepatoesplenomegalia.
Em relação à comorbidades, apenas 3 dos pacientes (37,5%) afirmaram ter
outras patologias durante a anamnese. Entre as doenças relatadas estão: hipertensão
arterial, síndrome do túnel do carpo, tendinopatia, gastrite, artrite reumatoide e
depressão. Dos demais, 3 negaram doenças associadas (37,5%) e 2 prontuários
(25%) não constavam informações a respeito de comorbidades dos pacientes (Figura
5). As comorbidades relatadas no presente estudo corroboram outro trabalho
realizado por (Oliveira, et al. 2006), que ao analisar pacientes portadores de DC no
PSF Tancredo Neves em Montes Claros – MG, verificou que as patologias mais
comuns entre os pacientes com doença de Chagas naquela localidade são:
Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes, deficiência física, alcoolismo, transtorno
mental.
Nega comorbidade
Hipertensão arterial
25%
37,5% Síndrome do tunel do carpo e
tendinopatia
12,5% Gastrite, artrite reumatóide e
depressão
12,5% Comorbidades não
informadas no prontuário
12,5%
Figura 5 - Distribuição com relação à patologias associadas de pacientes com doença de
Chagas, atendidos no Hospital CEMETRON, Porto Velho, Rondônia, 2004-2016.
Como visto na Figura 2 a faixa etária média dos pacientes deste presente
estudo foi de 35 anos, assim a maior parte dos pacientes é adulto. É possível que
exista correlação entre a faixa etária média encontrada neste estudo com o fato de
apenas (37,5%) dos pacientes portadores de DC possuírem doenças associadas.
Pois, a maioria dos pacientes diagnosticados com DC pertence a uma faixa etária
mais jovem e consequentemente apresentam um número menor de comorbidades.
264
0%
25% Histórico familiar não
informado
Histórico familiar positivo
para doença de Chagss
75%
Figura 6 - Histórico familiar dos pacientes com doença de Chagas, atendidos no Hospital
CEMETRON, Porto Velho, Rondônia, 2004-2016.
+
CMIA-QUIMO +
* OUTROS +
CMIA-QUIMO
N %
ELISA +
ELISA +
ELISA +
ELISA -
ELISA -
HAI +
HAI +
IFI +
HAI+
IFI +
IFI +
100,0
N 5 2 1 1 4 1 14
0
100,0
Total % 35,7 14,28 7,14 7,14 28,57 7,14 -
0
* +: exame reagente
* -: exame não reagente
* OUTROS +: teste sorológico reagente para DC, mas não informado o tipo de teste realizado.
* N: quantidade de pacientes
Tabela 6 - Distribuição dos pacientes diagnosticados ou sob suspeita de Doença de Chagas no Hospital
CEMETRON, em relação ao tipo de exame complementar solicitado e seus respectivos resultados. Porto
Velho, Rondônia, 2004-2016.
Resultado dos exames realizados
RX de USG de
Endoscopi Colonosco
EX/ P ECG ECO SEED RX de tórax abdôm abdôm DG
a pia
en en
P1 AS AS AS ─ ─ SA ─ Megacólon DCC
P2 ─ ─ ─ ─ ─ ─ ─ ─ DC -
P3 AS ─ ─ ─ ─ ─ ─ ─ DC+
Cardiomegali Esofagomeg
P4 ─ ─ ─ ─ ─ ─ DCC
a alia
Regurgitação
mitral e
discreto
P5 SA ─ ─ SA ─ SA DC+
aumento das
câmaras
cardíacas
Nódulo
P6 ─ ─ SA ─ SA ─ ─ DC+
calcificado
Apenas
P7 SA ─ ─ ─ ─ ─ ─ DC+
solicitado
P8 SA ─ ─ AS ─ ─ ─ ─ DC+
Dilataç
ão do
Hipertrofia do esôfag
Ventrículo o
Pangastrit
esquerdo e proxim
P9 _ ─ ─ ─ e aguda SA DCC
disfunção al e
leve
diastólica grau distal,
III Pseudo
acalasi
a.
P10 SA SA SA AS ─ ─ ─ ─ DCNC
P11 ─ ─ ─ ─ ─ ─ ─ ─ DCNC
P12 ─ ─ ─ ─ ─ ─ ─ ─ DCNC
P13 ─ ─ ─ ─ ─ ─ ─ ─ DC-
P14 ─ ─ ─ ─ ─ ─ ─ ─ DC-
N 6 5 4 5 1 2 1 3
* EX: Exame complementar; P: paciente; N: quantidade de exames; eletrocardiograma (ECG:), ecocargiograma
(ECO), seriografia esôfago-estomago- duodeno (SEED), RX: raio-x; ultrassonografia (USG); DG: Diagnóstico;
DCC: doença de Chagas crônica; DC- : doença de Chagas confirmada como negativa; DC+: doença de Chagas
confirmada como positiva, mas sem classificação quanto a fase; DCNC: suspeita de doença de Chagas não
confirmada; SA: sem alteração; ─ : não solicitado.
5. CONSIDERAÇÕES
5.1 Dificuldades encontradas
Na realização do projeto de pesquisa inúmeras dificuldades foram
encontradas, em primeiro plano cita-se a problemática do recolhimento dos
prontuários de pacientes considerados portadores de DC no período de 1996-2016,
os quais foram solicitados no Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME), do
Centro de Medicina Tropical de Rondônia (CEMETRON), em Porto Velho, Rondônia.
Os documentos estavam em um arquivo geral do tipo planilha do programa
de computador Microsoft Excel 2007, misturados com os demais casos atendidos no
hospital, portanto houve dificuldade em separar os arquivos relacionados
especificamente à doença de Chagas, os quais seriam utilizados na pesquisa em
questão. Além disso, por motivo de desorganização do sistema cadastral os pacientes
atendidos em épocas anteriores a 2004 não estavam disponíveis, tendo o serviço
administrativo informado que seria possível analisar apenas prontuários de pacientes
a partir daquele ano. Tal situação alterou de forma significativa aspectos relacionados
ao perfil clínico e epidemiológico da pesquisa, visto que os dados de prontuários de
pacientes atendidos no período de 1996-2004 não puderem sequer ser encontrados.
Por este motivo as tabelas e gráficos aqui exposto estão todos no intervalo de 2004-
2016, pois só puderam ser recolhidos dados durante este intervalo.
Outro obstáculo deve-se à dificuldade para entrar em contato com os 69
pacientes encontrados, conseguindo comunicar-se apenas com 14 (20,28%). Os
motivos para a impossibilidade de comunicação foram inúmeros, tais como: número
de telefone do paciente para contato inexistente, número de telefone não pertence ao
paciente, número de telefone para contato não descrito no prontuário, paciente não
aceitou ser voluntário, número de telefone não atende as chamadas e endereço não
correspondente ao paciente, número de telefone não atende as chamadas e endereço
271
6 CONCLUSÃO
A DC é uma infecção crônica sistêmica e parasitária que possui como
agente etiológico um protozoário flagelado, Trypanossoma cruzi (T.cruzi) (SOUZA, et
al.,2016) e em virtude do seu comprometimento fisiológico tem sido objeto de
pesquisas, principalmente nos aspectos clínico e epidemiológicos. O objetivo deste
estudo voltou-se à investigação do perfil clínico e epidemiológico dos pacientes
portadores da DC atendidos no Centro de Medicina Tropical de Rondônia
(CEMETRON) do governo do Estado de Rondônia, em Porto Velho, Rondônia, por
meio de análise descritiva e estatística de prontuários no período entre 1996 e 2016.
No presente estudo observacional, foi verificado aspectos relacionados à
epidemiologia como o sexo, idade, grupo étnico, faixa etária, naturalidade,
procedência, nível de escolaridade e ocupação dos pacientes estudados. Além disso,
deu-se importância aos dados clínicos, como a fase clínica dos pacientes, o tipo de
sorologia realizado e os exames complementares utilizados para o diagnóstico da
272
Apoio:
Este projeto foi financiado pelo Centro Universitário São Lucas PAP/PIC/UniSL.
273
__________________________________________________
Coordenador do projeto: Prof. Dr. Eduardo de Figueiredo Peloso
___________________________________________________
Aluna: Marcella Hani Brasil Cavalcante
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1 INTRODUÇÃO
também dos profissionais de saúde aos defeitos congênitos deverão ser estimuladas
(HOROVITZ et al, 2005).
Por fim, devido à escassez de dados na literatura sobre malformações
congênitas na Amazônia Ocidental, esse estudo tem como objetivo levantar dados
sobre a prevalência das malformações congênitas em uma UTI neonatal pública na
cidade de Porto Velho, Rondônia.
2 OBJETIVOS
3 MATERIAS E MÉTODOS
4. RESULTADOS PRELIMINARES
5. DISCUSSÃO
6. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
REFERÊNCIAS
Data: ______/______/_______
INFORMAÇÕES MATERNAS
1. Nome:
______________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
2. Idade:
3. Grau de escolaridade:
4. Local de Moradia:
6. Ocupação:
7. Estado Civil:
Solteira Casada
Divorciada Viúva
União Estável
291
8. Consanguinidade:
Sim Não
Qual_______________________________________________________________________
9. Doença Crônica:
10. Fumo:
Sim Não
Qual substância e por quanto
tempo______________________________________________________________________
11. Álcool:
Sim Não
Qual substância e por quanto
tempo______________________________________________________________________
Sim Não
Qual substância e por quanto
tempo______________________________________________________________________
nenhum um dois
três mais de quatro
nenhum um dois
três mais de quatro
Sim Não
Qual(is)_____________________________________________________________________
4. Classificação da gestação:
Sim Não
Qual(is)_____________________________________________________________________
Sim Não
Qual(is)_____________________________________________________________________
Sim Não
Qual(is)_____________________________________________________________________
Sim Não
Qual(is)_____________________________________________________________________
Sim Não
Qual(is)_____________________________________________________________________
Sim Não
Qual(is)_____________________________________________________________________
2. Sexo do recém-nascido:
Feminino Masculino
Indeterminado
293
3. Peso ao nascer:
Pré-Natal Pós-Natal
Sim Não
Sim Não
Resultado___________________________________________________________________
Sim Não
Resultado___________________________________________________________________
Sim Não
Resultado___________________________________________________________________
Sim Não
Resultado___________________________________________________________________
de alimentos que foram doados para a Operação Sorriso Porto Velho – RO. A Jornada
que teve como objetivo difundir maior conhecimento acerca da cirurgia pediátrica e
das malformações congênitas à todos os participantes.
Concomitante aos trabalhos, a acadêmica realizou cursos de extensão à
distância com intuído de melhorar o rendimento da atual e futuras pesquisas. Dentre
os quais podemos citar:
Apoio:
Este projeto foi financiado pelo Centro Universitário São Lucas PAP/PIC/UniSL.
296
1 INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
3. MATERIAIS E MÉTODO
Farinha de arroz
Farinha de araruta
Vatapá de frango Fécula de batata
Macaxeira
Mix de farinhas
Farinha de araruta
Esfirra de carne Farinha de tapioca
Fécula de batata
Farinha de tapioca e goma xantana
Goma xantana e farinha de arroz
Farinha de arroz e amido de milho
Mix de farinha e goma xantana
Goma de tapioca, goma xantana e
farinha de arroz
Fécula de batata
Farinha de arroz
Panqueca Amido de milho
Farinha de tapioca
Farinha de araruta
Amido de milho e farinha de arroz
Amido de milho e fécula de batata
Amido de milho e queijo ralado
301
Amido de milho
Mix de farinhas
Cookie integral de banana
Farinha de arroz
Pectina de laranja
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Título do Gráfico
45,00
40,00
35,00
30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
-
Desgostei…
Desgostei…
Desgostei…
Desgostei…
Não gostei/ Nem…
Desgostei Muito
Desgostei Muito
Desgostei Muito
Gostei muito
Gostei
Gostei muito
Gostei
Gostei muito
Gostei
Gostei muito
Gostei
Gostei extremamente
Gostei extremamente
Gostei extremamente
Gostei extremamente
Desgostei
Desgostei
Desgostei
Desgostei
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
-
amostra 1 amostra 2 amostra 3
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
-
amostra 1 amostra 2 amostra 3
Seriam necessários mais testes para se obter um produto com ainda mais
qualidade. Observou-se que tanto o aspecto global como a consistência poderiam ser
ainda melhores, com introdução de algumas modificações em outros ingredientes ou
proporções. Possivelmente, mais testes com modificações conseguiriam melhorar o
aroma e o sabor, deixando mais próximas da tradicional.
5 CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
LINS M.T. C.; TASSITANO R. M.; BRANDT K.G.; ANTUNES M. M. De C.; SILVA G.A.P
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308
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2006. 225 p.
Mossmann, D. L., Elaboração de biscoito salgado sem glúten com fibras. Monografia
de graduação em Engenharia de Alimentos – Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, Instituto de ciência e tecnologia de alimentos. Porto Alegre, 2012. 65 p.
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ANDRADE, S. A. C. Análise de componentes principais de pães de forma formulados
com farinha de yacon (Smallanthus sonchifolius (Poepp.) H. Rob.). Revista Ceres,
Viçosa, v. 57, n. 1, p. 012-017, jan./fev. 2010.
Destas duas amostras de Saltenha de Frango codificadas, por favor, ordene em ordem decrescente em relação a
Preferência (da mais preferida para a menos preferida). Entre a degustação de uma amostra e outra tome um gole
de água.
Mais preferida:
Indiferente:
Menos preferida:
Apoio:
Este projeto foi financiado pelo Centro Universitário São Lucas PAP/PIC/UniSL.
312
RESUMO: A gastroenterite é uma infecção que pode ser causada por vírus, bactérias
e/ou parasitas, que atinge o sistema gastrointestinal provocando a sua irritação,
originando sintomas como náuseas, vómitos e diarreia. Acomete principalmente
crianças, idosos, gestantes ou pessoas imunocomprometidas, portanto, torna- se
comum em pessoas com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS, dentre o
vasto número de enterovírus que se instalam na parede intestinal dessas pessoas,
destacam- se o Rotavírus que vem sendo relacionado à diarreia apresentada por esse
público. Embora medidas de controle contra esses patógenos já tenham sido criadas,
em decorrência dos avanços tecnológicos, a deficiência em infraestrutura,
principalmente no que diz respeito ao saneamento básico, na cidade de Porto Velho
– RO, associado ao elevado índice de casos de pessoas infectados pelo HIV/AIDS no
estado, vem promovendo a proliferação de doenças infecciosas causadas por vírus
entéricos. Diante disso, o objetivo deste estudo foi identificar os Rotavírus por meio de
análises coproscópicas de pessoas infectadas pelo vírus HIV/AIDS em Porto Velho –
RO, com idades de 18-59 anos. Foram analisadas 143 amostras, pertencentes ao
biorrepositório do laboratório de Microbiologia da Fundação Oswaldo Cruz- Rondônia
/ Centro de Pesquisas em Medicina Tropical, com 21% de positividade (30/143). Tais
fatores tornam o estudo de grande relevância para compreender a situação de risco
de aquisição do Rotavírus nesta população, além de auxiliar na identificação e
consequentemente tratamento para não evolução dos sintomas típicos da infecção
pelo referido vírus.
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Suspensão fecal:
Para os testes microbiológicos foram feitas suspensões fecais, em frascos
contendo conservante (Tris – Cálcio pH 7,2) da seguinte forma: 0,1g da amostra fecal
foi diluída em 2ml de tampão TrisCa++ 0,01M, pH 7,2, em criotubo, homogeneizadas
e centrifugadas a 2000rpm por 10 minutos a 4ºC. O sobrenadante foi coletado e
estocado a -80ºC para posteriores analises.
Extração de RNA:
Para os testes virologicos foi utilizado o protocolo, para a extração de RNA,
com base no método descrito por SACCHI et. al.(1987) com TRIzol® Reagent
Invitrogen. A técnica consiste em a partir da suspensão fecal extrair o material
genético, para isso ocorre três processos importantes:
1. Lise física ou bioquímica para que o material genético seja liberado;
2. Purificação do ácido nucleico, esta etapa envolve desnaturação e
separação das fases;
317
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
90
80
70
60
50
40
30
20
10
2013). Tendo a gastroenterite viral como causa significativa do número de mortes nos
países em desenvolvimento (PARASHAR, et. Al., 2009).
20
15
NÃO[
10 NO5
5
0
SIM NÃO
A análise das detecções em adultos mostrou que a prevalência mais alta foi
registrada dentro da faixa etária de 40-59 anos, seguido por aqueles na faixa etária
de 29-39 anos. A menor prevalência foi registrada para o grupo de 18-28 anos (Figura
3).
Figura 4: Prevalência da infecção por Rotavírus de acordo com a faixa etária.
FAIXA ETÁRIA
40-59
anos[NOM1
5
29-39 anos[
Amostras Positivas
NOM8
18-28
anos[N
OM7
0 2 4 6 8 10 12 14 16
n amostral
Positivos para
SEXO Rotavírus
Homens 14
Mulheres 16
Total Geral 30
Nível de escolaridade
Ens. Sup. Comp. Não alfabetizada
Ens. Sup. Incom. 7% 3%
3%
Ens. Fund.
Incom.
37%
Ens. Méd. Comp.
33%
Figura 7: Relação das amostras positivas com a renda familiar dos indivíduos.
Renda familiar
16
14
12 14
10
8 10
6
4
2 4
0 2
1 SM 2 SM 3 SM 4 SM
1 SM 2 SM 3 SM 4 SM
5 CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
PERSPECTIVAS FUTURAS
REFERÊNCIAS
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diagnosis of rotavirus infection by direct detection of viral nucleic acid in silver- stained
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PAULINO, R. C. Cryptosporidium spp.: para controlar é necessário conhecer. Revista
Saúde e Ambiente / Health and Environment Journal, v. 10, n. 2, dez. 2009.
329
ANEXO
___________________________________________________
Dara Nayanne Martins Campos
____________________________________________________
Dra Leidiane Amorim Soares
PORTO VELHO – RO
SET- 2017
Certificamos que
dos autores Dara Nayanne Martins Campos; Flávia S. Batista; Annemarie G. S. Loeschke; Núcia C.
S. Lima1; Laís S. Miranda; Alan V. F. Linhares; Tamaira B. S. Silva; Najla B. Matos; LEIDIANE
AMORIM SOARES; , foi apresentado na forma de Poster, durante o 53º CONGRESSO DA
SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA TROPICAL / REUNIÃO DE PESQUISA APLICADA EM
CHAGAS E LEISHMANIOSES, realizados no período de 27 a 30 de agosto, no Centro de Eventos do
Pantanal, em Cuiabá/MT.
dos autores Tamaira B. S. Silva; Dara N. M. Campos; Nayana H. A. Silva; Núcia C. S. Lima; Flávia S.
Batista ; Najla B. Matos; Leidiane A. Soares; , foi apresentado na forma de Poster, durante o 53º
CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA TROPICAL / REUNIÃO DE PESQUISA
APLICADA EM CHAGAS E LEISHMANIOSES, realizados no período de 27 a 30 de agosto, no
Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá/MT.
Certificamos que
dos autores Annemarie gracielly de souza loeschke;; Núcia Cristiane da Silva Lima;; Allan Linhares;;
Laís Miranda;; Dara Nayanne Martins Campos;; Tamaira Barbosa dos Santos Silva;; Flavia Serrano
Batista;; Leidiane Amorim Soares;; Najla Benevides Matos;; , foi apresentado na forma de Poster,
durante o 53º CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA TROPICAL / REUNIÃO
DE PESQUISA APLICADA EM CHAGAS E LEISHMANIOSES, realizados no período de 27 a 30 de
agosto, no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá/MT.
1 Professora do curso de Odontologia do Centro Universitário São Lucas e Orientadora do Projeto de Pesquisa.
E-mail: [email protected].
2 Acadêmica do curso de Odontologia do Centro Universitário São Lucas.
E-mail: [email protected]
337
1 INTRODUÇÃO
melhorar as condições locais. Caso haja causas sistêmicas associadas, essas devem
ser tratadas por especialistas da área. Porém, do ponto de vista estomatológico,
medidas e orientações de higiene, remoção de cárie e tratamento da doença
periodontal, podem melhorar o problema (MARCUCCI et al. 2005). Por isso, a grande
importância da orientação do paciente para que ele compreenda a sua
responsabilidade da manutenção da saúde bucal.
2 OBJETIVO
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1. AMOSTRA
Este protocolo de pesquisa foi aprovado pelo C.E.P. com o número 1.337.179
e todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
3.3.1 Questionário
Figura 2: Escala do odor do teste de Halimetria: 0 a 5. Leitura: 0: sem odor; 1: odor leve; 2: odor
moderado; 3: odor pesado; 4: odor forte; 5: odor intenso e “E”: erro na leitura.
342
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Homem %
0 - Sem odor 2 2,6
1 - Leve odor 4 5,1
2 - Moderado
13 16,7
odor
Grau de Halitose
3 - Pesado 19 24,4
4 - Forte 15 19,2
5 - Intenso 25 32,1
Total 78 100,0
Mulher %
Grau de Halitose 0 - Sem odor 2 2,2
344
Também foi perguntado aos pacientes se o fato de ter halitose interfere em sua
qualidade de vida, e 60% responderam que não, 29,6% que sim e 9,6% quiseram
responder à pergunta. Dos que responderam que sim, 21,5% afirmaram que evitam
falar com as pessoas devido ao problema, 3,7% se sentem inibidos sempre que são
abordados e, 4,4% sofrem de outra forma (Tabela 8)
348
Nº %
Sim 40 29,6
*Evito falar com outras pessoas 29 21,5
*Sinto-me inibido(a) sempre que me abordam 5 3,7
A sua halitose
*Não gosto de conhecer pessoas novas 0,0
tem influência
*Não consigo iniciar relações 0,0
negativa na sua
*As outras pessoas evitam-me 1 0,7
vida profissional
*Outros 6 4,4
ou social
Não 81 60,0
Não respondeu 13 9,6
Total 135 100,0
Fonte: Dados da Pesquisa.
halitose, mas que no momento dos exames não é observada qualquer alteração no
hálito, estão frequentemente relacionados a problemas psicológicos (SOUZA et al.,
2011).
Nº %
5 CONCLUSÃO
AGRADECIMENTO
Apoio: Este projeto foi financiado pelo Centro Universitário São Lucas PAP/PIC/UniSL.
REFERÊNCIAS
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subjects and patients with periodontal disease. J Periodontol Res, v.27, p.233-38,
199
353
1 INTRODUÇÃO
Além disso, a convulsão não controlada durante a malária pode levar à lesão do
encéfalo por agravar a hipóxia, hipoglicemia e hipertensão intracranial (MPIMBAZA et
al., 2009).
No Brasil, a cloroquina ainda é um dos principais fármacos antimaláricos indicados
pelo Ministério da Saúde para o tratamento da malária não grave. De acordo com os
protocolos terapêuticos propostos pelo Ministério da Saúde para o tratamento da
malária não grave envolve a associação de cloroquina com primaquina através de
esquema terapêutico curto de 7 dias de duração (BRASIL, 2010). No entanto, ainda
não existe estudo avaliando o impacto desse esquema terapêutico sobre o limiar
convulsivo em condições de infecção por Plasmodium. Além disso, também não se
conhece o impacto desse esquema terapêutico sobre a eficácia anticonvulsivante do
Diazepam. Portanto, o presente estudo tem como proposta avaliar experimentalmente
o efeito do esquema terapêutico curto com cloroquina e primaquina sobre a eficácia
anticonvulsivante do diazepam e sobre o limar da convulsão induzido por
pentilenotetrazol em camundongos infectados por Plasmódio.
2 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 FÁRMACOS
3.2 ANIMAIS
3.3 PARASITAS
3.5 PARASITEMIA
diariamente com relação aos sinais gerais de malária tais como postura arqueada e
pelagem eriçada.
Como controles, para cada tratamento houve um grupo separado com o seu
respectivo veículo. Dessa forma, os animais do estudo foram distribuídos em grupos
experimentais conforme abaixo:
361
Grupos experimentais:
a) Não infectado + Veículo + Veículo + Veículo (5 animais)
b) Não infectado + Veículo + Veículo + Pentilenotetrazol (5 animais)
c) Não infectado + Veículo + Diazepam + Pentilenotetrazol (5 animais)
d) Não infectado + (cloroquina + primaquina) + Veículo + Pentilenotetrazol (5
animais)
e) Não infectado + Veículo + Diazepam + Pentilenotetrazol (5 animais)
f) Infectado + Veículo + Veículo + Pentilenotetrazol (5 animais)
g) Infectado + Veículo + Diazepam + Pentilenotetrazol (5 animais)
h) Infectado + (cloroquina + primaquina) + Veículo + Pentilenotetrazol (5
animais)
i) Infectado + (cloroquina + primaquina) + Diazepam + Pentilenotetrazol (5
animais)
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
combinação de ambos (Figura 3B) não ocorreu convulsão tônica, reafirmando que o
diazepam continuou ativo e inibindo o desenvolvimento de convulsões.
Ikumi e colaboradores (2008) mostrarem que o diazepam é menos eficaz em
controlar as convulsões em crianças com malária por Plasmodium falciparum.
Entretanto, experimentalmente o diazepam mostrou ser eficaz em combater o início
das crises convulsivas nos grupos que receberam esse tratamento, diferindo assim
do que está descrito na literatura.
Está expresso na figura 4 a porcentagem de sobrevivência dos animais em 24
horas após administração de pentilenotetrazol. No grupo controle a sobrevivência foi
de aproximadamente 60%, enquanto isso os grupos que receberam o tratamento com
a combinação de antimaláricos, independente de receber ou não infecção tiveram
100% de sobrevivência (Figura 4A), mostrando que os antimaláricos podem ter caráter
protetivo. Alterando o limiar convulsivo, sendo reconhecido como agente ativo contra
convulsões induzidas por pentilenotetrazol (HASSANIPOUR et al., 2016; N´GOUEMO
et al., 1994;).
Já o grupo que foi infectado e recebeu o pentilenotetrazol teve 100% de
mortalidade (Figua 4A), mostrando que apesar de não ter havido o desenvolvimento
de convulsão clônico-tônica significante em tempo se comparado ao grupo controle, a
convulsão que se desenvolveu foi mais intensa fazendo com que os animais tivessem
uma mortalidade expressiva, mostrando que a malária é um fator que pode aumentar
a mortalidade. Já nos grupos que receberam o diazepam observamos que os grupos
infectados tiveram uma taxa de sobrevivência de 100%.
364
365
366
367
5CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
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consequences in 98 patients. Am J Med. 69(5):657-66, 1980.
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1 INTRODUÇÃO
patologias, pois refletirá tanto no futuro desses pacientes como em gastos de saúde
pública.
Os erros de refração foram referidos como problemas quase tão graves quanto
a ambliopia e o estrabismo, fato que evidencia desconhecimento em relação a esses
problemas oculares. (ARMOND; TEMPORINI; ALVES, 2001).
Dentre os deficientes visuais, 148 mil pessoas são cegas, sendo que de acordo
com as estimativas, cerca de 90% dos casos poderiam ter sido evitados com ações
de promoção da saúde e prevenção e detecção precoce. A prevalência de cegueira
infantil, no Brasil, é de 01 a 1,5 para cada 1.000 crianças e aproximadamente 20%
dos escolares brasileiros apresentam alguma alteração ocular (FONTENELE et al.,
2016).
O ensino da graduação em medicina voltado para a oftalmologia prevê que o
médico possa diagnosticar e tratar algumas doenças oculares, fazer o pronto
atendimento e o encaminhamento adequando de outras (que não se enquadram em
um atendimento ocular primário). Contudo, um levantamento feito em escolas médicas
do estado de São Paulo demonstrou uma insuficiência dos conhecimentos em
oftalmologia pelos médicos não oftalmologistas (SILVA, 2009).
A disciplina de oftalmologia não era obrigatória na grade curricular do curso de
medicina, entretanto o aumento da demanda desse seguimento nas unidades de
atendimento deixou claro a importância de inserção da mesma no ensino médico
durante a graduação, demonstrando que alunos do curso de medicina da
Universidade Federal do Piauí, obtiveram um bom rendimento em relação ao
diagnóstico e tratamento de queixas oftalmológicos em serviços públicos de saúde
(LOPES FILHO et al., 2011). Não devemos confundir o sobrediagnóstico ou
“overdiagnosis” com resultados “falsos-positivo”. Embora na prática clínica de rotina
ambos os conceitos podem aparecer (GONZALES-MARTINZ-MORO et al, 2016).
Diagnósticos errôneos e condutas inadequadas diante das queixas
oftalmológicas no serviço primária de saúde pioram o prognóstico de pacientes. Com
base nisso, é necessário identificar os fatores que influenciam nessa problemática,
buscando meios que melhorem o manejo dos profissionais em relação aos pacientes.
Assim, a criação de projetos de extensão para capacitação de médicos da atenção
básica de saúde, seria uma estratégia a fim de buscar uma melhora no prognóstico e
qualidade de vida dos pacientes.
375
2 OBJETIVOS
3 MATERIAL E MÉTODOS
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
TEMPO DE FORMAÇÃO
18
16
16
14
12
10
10
8
6
4
2
2 1
0
0
1-2 anos 3-5 anos 5-10 anos 10-20 anos Acima 20
POSSUI ESPECIALIZAÇÃO/RESIDÊNCIA
MÉDICA?
25
21
20
15
10 8
0
Sim Não
380
14
12
10
6
4
4
2
0 0 0
0
1-2 anos 3-5 anos 5- 10 anos 15-20 anos Acima 20 anos
Principais diagnósticos
Principais diagnósticos
12 11
10
8
8
6
6
4
2
2 1 1
0 0 0
0
381
Prescrição corticoide
Prescrição corticoide
18 16
16
14
12
10
8
6 4 4
4 3 3
2 1
0 0 0
0
Prescrição de antibióticos
Prescrição de antibióticos
35
29
30
25 22
20
15
10
4
5 2
0 0 0 0 0
0
382
30
25 24
20
15
10
5
5
0
Sim Não
3,5
3
3
2,5
2
2
1,5
0,5
0 0
0
Antibióticos
Lubrificantes
Corticóide
Anti inflamatório
383
14 12
12
10
8 7
6
6
4 2 2
2 0 0
0
384
14
12
12
10
10
8
6
4
4
2
2 1
0 0
0
5. CONCLUSÃO
6 AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
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Apoio:
Este projeto foi financiado pelo Centro Universitário São Lucas PAP/PIC/UniSL.
389
CONTEXTUALIZAÇÃO E INTRODUÇÃO
foram deslocados para Rondônia em 1989, dentre eles o Prof. Luís Marcelo. Iniciaram-
se então um conjunto de ações que culminaram com a construção do núcleo de
pesquisa na cidade de Monte Negro em 2001, dando oportunidade para a formação
de pesquisadores no estado de Rondônia, e, já na primeira década de existência
formal, alavancando em torno de 12 milhões de reais em projetos de pesquisa e
originando mais de 120 artigos científicos entre os quais esta tese de doutorado está
incluída.
O projeto sobre filarídeos da Amazônia foi idealizado a partir dos trabalhos dos
professores Leônidas e Maria Deane, que realizaram inquéritos epidemiológicos na
região no final da década de 1940 e início da década de 1950, quando se mostrou a
ocorrência de casos de Wuchereria bancrofti e M. ozzzardi em algumas cidades da
Amazônia. Apesar de outros autores terem continuado a pesquisar este assunto no
Brasil, com maior ênfase na bancroftose, o estado de Rondônia acabou ficando em
silêncio científico por mais de cinco décadas, até após a palestra do Prof. Gilberto
Fontes, atual professor da Universidade Federal de São João Del Rei, que ao estudar
os trabalhos do professor Deane e apesar de todas as opiniões em contrário
conseguiu, junto com a Prof.ª Eliana M. Maurício da Rocha, redescobrir a ocorrência
filariose linfática em Alagoas. E após anos de trabalho árduo de pesquisa, assistência
e ensino culminaram com o selo verde da OPAS/OMS (eliminação desta doença em
Alagoas). Esses fatos, somados a uma curiosidade médica (antiga) de alguns
tropicalistas e médicos assistentes do Centro de Medicina Tropical de Rondônia e da
Universidade de São Paulo, resultaram em um grande projeto de pesquisa de
filarídeos no estado de Rondônia.
A partir destes fatos foram elaborados três projetos financiados pela FAPESP,
para estudar a ocorrência de três filarídeos específicos (Wuchereria bancrofti,
Dirofilaria immitis e Mansonella ozzardi). Como no projeto inicial, sobre a M. ozzardi
não foram encontrados pacientes parasitados em Rondônia (BASANO et al., 2011), a
equipe “migrou” para o município de Lábrea no estado do Amazonas (município
vizinho a Porto Velho), que era a principal cidade que encaminhava portadores desta
parasitose para Rondônia, iniciando assim este projeto de pesquisa. No estudo sobre
W. Bancrofti foi verificada a não ocorrência da filariose linfática em áreas dos
municípios de Porto Velho e Guajará-Mirim em Rondônia e Humaitá no Amazonas
391
Então foi elaborado um ensaio clínico fase II “before and after intervention”
(DEEKS., 2013), realizado com um braço apenas por impedimento do comitê de Ética
local pela falta de estudos com o uso de ivermectina para tratamento de M. ozzardi,
que apresentou dados importantes sobre o uso do fármaco e seus efeitos adversos,
é o uso de técnica de concentração para obtenção dos casos e acompanhamentos
(BASANO et al., 2014).
INTRODUÇÃO
1.1 Histórico
Das espécies de filárias encontradas em nosso meio parasitando humanos,
apenas uma é autóctone das Américas: M. ozzardi. As demais são originárias da Ásia
e da África e suspeita-se de que vieram para as Américas durante o tráfego de
escravos e se adaptaram em vista da presença de um bom hospedeiro invertebrado
(artrópodes) semelhante aos de sua região de origem ( OLIVEIRA, 1963).
O primeiro relato da presença de microfilárias de M. ozzardi na corrente
sanguínea periférica foi feito por Manson (1897), que as nomeou Filaria ozzardi
(BAIN, 2002; ORIHEL; EBERHARD, 1982). Em 1929, Faust criou o gênero
Mansonella baseado na descrição morfológica das microfilárias e nas descrições
preliminares e incompletas dos vermes adultos fornecidos por alguns pesquisadores.
Desde então, essa parasitose vem sendo assinalada em focos dispersos entre o
México e o norte da Argentina, com prevalências que variaram de 0,4% a 96,2%
(BARTOLONI, 1999; BIAGI, 1956; BRUMPT, 1949; DEANE et al.,1953; FORMICA;
BOTTO, 1990; KOZEK et al., 1982; MARINKELLE; GERMAN, 1970; MARTINS, 2010;
McCOY, 1933; MEDEIROS et al., 2009, 2010, 2011, 2014; NATHAN; STROOM, 1991;
NELSON; DAVIES, 1976; ORIHEL, 1967; SAUTET, 1949; STRONG, 1945; VOLCAN,
1986).
Em 1935, na Amazônia Sul Americana, especificamente na antiga Guiana
Inglesa, Cesare Romiti, em seu trabalho “Filariasis in British Guiana - A comparative
study of Filaria bancrofti and Filaria ozzardi infections”, fez comparações de vários
aspectos entre as duas espécies em seus estudos durante mais de 10 anos de
pesquisa em 7.000 pacientes (ROMITI, 1935). Romiti observou que a M. ozzardi era
mais frequente nas regiões altas dos rios, sem relação com gênero e idade, não era
periódica e os portadores apresentavam uma frequência maior de casos de hidrocele,
adenomegalia, abcessos, miosites e infecções piogênicas. Entretanto segundo o
mesmo autor não havia como provar a relação dos achados clínicos com a filária M.
ozzardi.
393
1.4 Patogenicidade
Mansonelose é uma helmintose amplamente discutida em termos de patogenia,
havendo autores que insistem em considerá-la apatogênica, apesar das conclusões
de Deane e colaboradores (1953), Batista e colaboradores (1960) e Tavares (1981)
afirmarem existir uma relação entre determinados sinais e sintomas e o parasitismo
pela M. ozzardi.
Segundo Tavares e Fraiha Neto (1997), a mansonelose, embora de
sintomatologia benigna e comum a outras afecções, não deve ser subestimada ou
ignorada em relação a sua patogenicidade. Montestruce colaboradores (1950), após
avaliarem alguns pacientes infectados, admitiram patogenicidade, pois alguns
indivíduos apresentavam vertigens, cefaleia, insônia e a presença de parasitos em
serosidades de adenolinfoceles. Outros estudos em relação aos dados referentes à
sintomatologia foi atribuída a presença de eosinofilia, inchaço nos braços, nas mãos
ou na face, de caráter recorrente e que não dura mais de três ou quatro dias, prurido
cutâneo, dores nas articulações e na região hepática (hipocôndrio), manifestações
neurológicas ou psíquicas e astenia. (BATISTA et al., 1960; TAVARES, 1981;
UNDIANO, 1971).
No Brasil, existem vários trabalhos que relatam os sintomas relacionados à M.
ozzardi. Segundo Batista e colaboradores (1960), as pessoas com mansonelose e
com alta densidade de microfilárias apresentam: febre moderada, “frieza nas pernas”,
dores articulares, adenite (inflamação dos gânglios linfáticos) e dor de cabeça. Além
397
1.5. Tratamento
A ivermectina é um antibiótico e anti-helmíntico derivado da avermectina,
produzido pelo fungo Streptomyces avermetilis, descoberto em 1979, que atua
principalmente sobre formas imaturas e adultas de Nematoda, mas não é eficaz contra
outros vermes (Platelmintos e Anelídeos), podendo exercer uma notável ação sobre
artrópodes (TAVARES, 2009).
398
2. OBJETIVOS
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Município de Lábrea (S: 07º 15’34” e W: 64º 47’59”) e Canutama (S: 06° 32' 02"
e W: 64° 22' 58" ), Amazonas, na população ribeirinha das 2 margens do rio Purus
entre as 2 sedes dos municípios, onde residem aproximadamente 260 pessoas nas
comunidades: Pirão, Tocantins, Terra Firme do Passiá, Mufuá, Irajá, Bosque, Boca do
Ituxí, Miramar e Urucurituba. Os municípios foram fundados no século XIX, e em 2016
tiveram a população estimada em 44.071 habitantes, com IDH ao redor de 0,60 e tem
como principais atividades econômicas o extrativismo, a agricultura e a pesca (IBGE,
2016)(IBGE, 2012) (Figura 2).
3.2 Amostra
Figura 3. Assinatura do TCLE. Fonte: Arquivo pessoal do Prof. Dr. Sergio de Almeida Basano e Prof.
Dr. Luis Marcelo Aranha Camargo
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A ivermectina foi escolhida para este estudo por sua conhecida atividade anti-
helmintítica em seres humanos desde a década de 1980 (AZIZ et al., 1982) (WHO,
1995) (FISCHER et al., 1998) (FISCHER et al., 1999) (KYELEM et al., 2003) (KYELEM
et al., 2005) (MAS et al., 2006) (CANGA et al., 2008). Existem poucos estudos
referente ao tratamento para M. ozzardi com resultados favoráveis realizados
utilizando este medicamento (NUTMAN et al., 1987) (TAVARES et al., 1997)
(GONZÁLEZ et al., 1999) (BASANO et al., 2014) (KROLEWIECK et al., 2011)
ademais, nenhum estudo até o presente momento inseriu grupo placebo (Ensaio
Clínico de Fase III). Logo, este trabalho confirma a eficácia da ivermectina no
tratamento de M. ozzardi, de acordo com os estudos desenvolvidos por González et
al (1999) e Basano et al (2014).
Há presunção que na Amazônia haja uma alta prevalência, com taxas que
variam até 70%, de acordo com a região, localidade e método de diagnóstico (DEANE,
1949) (BATISTA et al., 1960) (BASANO et al., 2014) (FRANÇA, 1985) (MEDEIROS
et al., 2007) (MEDEIROS et al., 2009a) (MEDEIROS et al., 2009b) (MEDEIROS et al.,
2010) (MEDEIROS et al., 2011) (MEDEIROS et al., 2014). Neste trabalho houve
prevalência de 23,5% entre as comunidades ribeirinhas no rio Purus até então ainda
não foram avaliadas quanto à presença de M. ozzardi, confirmando a alta prevalência
deste filarial nas populações ribeirinhas do estado do Amazonas.
A população estudada para o ensaio clínico contou com 260 indivíduos, entre
estes 208 (80%) participaram do exame clínico e bioquímico, foram selecionados por
conveniência e examinados as amostras sangüíneas em membranas de
policarbonato, destes 49 (23,5%) foram identificados como positivos para M. ozzardi.
(Gráfico 1).
Gráfico 1: População.
260 300Total
Estudados
208 225Positivos
150
49 75
0
406
49
50
Pirão
Tocantins
38 Firme do Passiá
Terra
26
Mufuá
25
16 Irajá
8 8 Bosque
13
4 4 2 4 Boca do Ituxí
0
Miramar
Urucurituba
45 45 50artralgia
alterações visuais
30 38cefaleia
23 23 23 20 25mialgia
tonturas
13diarréia
insônia
0
35 cefaleia
40 febre
30
30
calafrios
13 20
10
0
22 22
17 cefaleia
dor
17nos membros
13
tonturas
9 9 11
febre
calafrios
6
Seis sintomas foram comuns aos dois grupos: calafrios, cefaleia, dor ocular,
410
febre e tonturas, embora com qualquer aumento nos sintomas no grupo placebo.
Contudo, quando os dois grupos foram comparados em D0 e D3, não houve
significativa diferença estatística para os sintomas gerais entre os dois grupos (p>
0,05).
Outro ponto abordado no estudo foi a eficácia do tratamento e os efeitos
adversos decorrentes do uso da ivermectina. Que demonstraram ausência de
limitação ou gravidade, ainda que tenham ocorrido em quantidade expressiva. Entre
os pacientes do grupo tratado com ivermectina 78,9% referiram algum efeito adverso,
que foi resolvido em todos os casos até D3 em conformidade com o que foi relatado
por outros autores em seus estudos (NUTMAN et al., 1987) (BASANO et al., 2014)
(AZIZ, 1982). Dos 19 indivíduos tratados houve reações adversas em 12 (63,15%)
sem necessidade de intervenção médica em. Estes efeitos foram referidos em até 24
horas após o uso da medicação, e desapareceram em um período de tempo
semelhante, assim como apresentou em seu estudo Basano et al (2014). No grupo
em que foi administrado placebo composto de 21 indivíduos, 13 (56,5%) relataram
reações adversas. Contudo, quando houve a comparação entre os dois grupos, houve
significância estatística para o grupo tratado (p <0,05). No estudo realizado por
Krolewieckie et al (2011) na Argentiva, foram registradas reações adversas de maior
gravidade em dois pacientes após a administração de ivermectina em um grupo de 10
pacientes.
5. CONCLUSÃO
20, quando esses parasitóides foram até declarados como meramente de interesse
acadêmico por Biagi (1956). Batista et al (1960) em estudo sobre a patogenicidade da
mansonelose, mencionaram diversos autores que consideravam a M. ozzardi não
patogênica (ROMITI, 1935) (STRONG, 1945) (BRUMPT, 1949) (AGUSTIN, 1951)
(COSTA, 1956). Contudo, outros autores em seus estudos também correlacionaram
sinais e sintomas decorrentes do infecção pelo parasito (BATISTA et al., 1960)
(TAVARES, 1981) (BRANCO et al., 1998) (COHEN et al., 2008) (MARTINS et al.,
2010) (VIANNAet al., 2012).
Diante dos sintomas clínicos relatados pelos pacientes com M. ozzardi dos dois
grupos acompanhados durante o desenvolvimento do ensaio clínico ficou evidente
que antes do tratamento não haviam características clínicas determinantes com
sintomatologia específica. Diferente do que foi observado nos estudos anteriores,
onde foram encontradas associações mais freqüentes, quais sejam: febre, dores de
cabeça, artralgia, mialgia e pernas frias (BATISTA et al, 1960) (TAVARES et al, 1981)
(BRANCO et al., 1998) (COHEN et al., 2008) (MARTINS et al., 2010) (VIANNA et al,
2012).
Este trabalho apresenta a ivermectina como opção viável para o tratamento da
Mansonella ozzardi, representando um avanço aos trabalhos anteriores (BASANO et
al., 2014), especialmente por inserir um grupo placebo, e apresentar resultados
similares sobre a ocorrência de efeitos adversos no grupo tratado, embora tenha
ocorrido redução significativa da microfilaraemia nos indivíduos.
Não houve registro de efeitos adversos graves até D3, assim o estudo reitera
os achados dos trabalhos anteriores (NUTMAN, 1987) (BASANO et al., 2014)
(KROLEWIECK et al., 2011) que indicam que a ivermectina pode ser considerada
segura para o tratamento da mansonelose.
Os grupos foram considerados homogêneos para as variáveis analisadas e
houve uma diminuição estatística significativa da microfilaremia, apresentando alta
incidência de reações adversas, mas com muito impacto na saúde dos individuos, já
que estas foram leves e desapareceram em período aproximado de 24 horas, portanto
não são dissuasivos para o tratamento da parasitose com a ivermectina.
Seria interessante que a partir desta possibilidade de tratamento seguro e
efetivo as autoridades de saúde promovessem políticas públicas visando o tratamento
desta, e de outras doenças causadas por helmintos, nessa população extremamente
negligenciada pelo sistema de saúde local. Muito embora essa parasitose não cause
412
sintomas exuberantes, estes diminuem a qualidade de vida das pessoas, ademais não
há comprovação cientifica de os indivíduos infectados durante longo período
realmente não tenha nenhum prejuízo a sua saúde.
PRODUÇÃO CIENTÍFICA
AGRADECIMENTOS
A concretização do estudo sobre um parasito negligenciado em local afastado
é fruto do trabalho de uma equipe unida e motivada, que mesmo em condições
adversas as planejadas desempenhou seu trabalho de forma brilhante, por isso o
agradecimento deve ser feito a todos aqueles que de forma direta ou indireta se
envolveram e possibilitaram a concretização deste projeto, através da partilha
constante de dúvidas, dificuldades, incertezas, conquistas e grande aprendizado.
Agradeço, em primeiro lugar, ao Professor Doutor Sergio de Almeida Basano
por toda dedicação, empenho, tempo e apoio infindável na orientação deste trabalho,
pois sem este seria impossível a concretização deste projeto, sua sabedoria e
disponibilidade para reuniões, por vezes semanais, trouxe ao percurso mais de
tranquilidade em momentos de confusões estatísticas. Sou muito grata por toda
experiência que compartilhou, por cada desafio proposto, crítica, por todas as revisões
infindáveis de dados e cálculos, mas principalmente por escutar com calma e dirimir
minhas dúvidas com paciência, me ajudando a “crescer”.
Gostaria de agradecer aos professores, pesquisadores e colegas que
participaram desta aventura, pela discussão e partilha de saberes e experiências que
trouxeram ao caminho especial encanto, estejam certos que parte importante do
crescimento e conhecimento adquiridos ocorreu devido a cada um de vocês.
Agradecimento especial as pessoas das comunidades ribeirinhas do município
de Lábrea-AM, onde desfrutamos de receptividade calorosa durante onze dias, e que
nos possibilitaram o desenvolvimento deste trabalho devido a disponibilidade para a
participação. Quero agradecer com especial carinho aos maiores entusiastas
dos meus projetos, de todos eles, meus pais e irmã, vocês são meu orgulho,
inspiração e o alicerce para que tudo se realize. Obrigado por compreenderem minhas
ausências em muitos momentos, e a aceitarem em outros tantos que não
compreendiam por terem conhecimento a respeito da importância que a realização
deste projeto teve em minha vida, não apenas no âmbito acadêmico, mas
principalmente pela realização pessoal que proporcionou.
Por fim, mas não menos importante, gostaria de agradecer ao Centro
Universitário São Lucas, pelo incentivo e apoio a pesquisa, por continuar acreditando
414
REFERÊNCIAS
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Este projeto foi financiado pelo Centro Universitário São Lucas PAP/PIC/UniSL.
418
ANEXOS
419
420
INTRODUÇÃO:
OBJETIVO
Objetivos Específicos
MATERIAL E MÉTODOS
Quantificação de proteínas
Bioensaios Leishmanicidas
A concentração dos compostos capaz de reduzir em 50% as células viáveis (CC 50) foi
calculada por regressão através do software Origin (OriginLab Corporation,
Northampton).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Perfil cromatográfico do veneno de B. brazili (48 mg) utilizando a cromatografia de troca catiônica
em coluna CM-Sepharose 10 x 30. A coluna foi previamente equilibrada com tampão AMBIC 0,05
M, pH 8,0 e as frações foram eluídas com gradiente de concentração de 0-100% de tampão AMBIC
0,5 M, pH 8,0. Fluxo constante de 1 ml/minuto. A absorbância foi monitorada a 280 nm .
100
80
IC50= 1,68
R2= 0,99
60 p= 0,000001
IC (%)
40
20
0 20 40 60 80 100
Bothrops brazili (g/mL)
compostos que apresentam IC50 menor do que 50 μg/mL são considerados muito
ativos; entre 50 e 100 são considerados moderadamente ativos; entre 100 e 200
pouco ativos e valores acima de 200 μg/mL referem-se a compostos considerados
inativos. Esses dados mostram que o Veneno bruto de B. brazili, se enquadra entre
compostos com atividade celular inibitória alta e promissor na busca de moléculas
isoladas com ação antiparasitária elevada.
CONCLUSÃO E PERSPECTIVAS
REFERÊNCIA
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Apoio:
Este projeto foi financiado pelo Centro Universitário São Lucas PAP/PIC/UniSL.