A Sociedade Enfrenta Sua Midia - Ocr PDF
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HIPÓTESE PROSPECTIVA
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1. INTRO DUÇÃO
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1. Esse dualismo é incoerente por diversas razões. A principal é que não se pode afirmar uma
separação entre parte (a mídia) e todo (a sociedade).
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3. A s expressões "sistem a" e "subsistem a" são intercambiáveis - um sistema pode sempre
ser parte de outro, mais abrangente (logo, um subsistema deste). Um subsistema, ao ser
observado enquanto espaço de abrangência em relação a seus componentes internos, pode,
por comodidade, ser referido como o sistema em estudo.
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4. Essa percepção, na verdade, foi fundante para a pesquisa, uma vez que esta decorreu de
inferências feitas no artigo "Interatividade & recepção" (Braga, 2000a), em que eu constatava
uma interacionalidade social ampla que garante o retorno das leituras e interpretações para
o sistema de produção, independente da interatividade estrita, de tipo conversadonal.
0 SISTEMA DE RESPOSTA SOCIAL
5. É importante, então, não confundir "resposta" e "retorno". Nem toda resposta retorna
eficazmente ao interlocutor - o que, aliás, podemos experimentar no próprio processo con-
versacional, em decorrência de limitações da escuta, da pertinência ou da articulação de
objetivos.
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C£™lçãO
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7. "Sistemas físicos são sistemas de matéria e energia. Sistemas conceituais são feitos de
idéias. Sistemas conceituais existem geralmente para ajudar na realização de metas específicas
ou podem ser usados para modelar sistemas físicos" (Wikipedia, consultado em 7/1/2005 -
tradução nossa). Entendo que há uma continuidade entre os níveis mais concretos (físicos) e
os mais abstratos (conceituais) conforme a abrangência dos sistemas, e é possível situar um
determinado sistema em ponto intermediário, de agregação entre coisas, idéias e modelos.
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comoção
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e) o próprio fato de que construímos mais facilmente relações
entre processos quando podemos referi-los a sistemas en
quanto articulações estruturais e mais dificilm ente perce
bemos “sistemas de processos” não biunivocamente relacio
nados a sistemas de estruturas.
8. Para os efeitos práticos do presente item, tomaremos de Maurice Mouillaud a idéia de dis
positivos como "lugares materiais ou imateriais nos quais se inscrevem (necessariamente) os
textos". 0 dispositivo é uma "matriz que impõe sua forma aos textos", e ainda: " o dispositivo
pode aparecer como uma sedimentação de textos" (1997, pp. 33-34). São, portanto, formas
socialmente geradas e tornadas culturalmente disponíveis como matrizes para a realização
de falas especificas. Voltaremos a essa questão no capítulo 2.
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4. CONSEQÜÊNCIAS
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é por meio desses dispositivos que a sociedade pode exercer inter
venções críticas.
* **
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a) é crítico porque tensiona processos e produtos m idiáticos,
gerando dinâmicas de mudança;
b) é crítico porque exerce um trabalho analítico-interpretati-
vo, gerando esclarecimento e percepção ampliada.
É claro que não há contraposição entre esses dois critérios,
uma vez que exercer um deles tende a estim ular também a ativa
ção do outro. A diferença seria apenas de ênfase ou de motivação
prioritária.
Consideraremos, assim, como processos críticos, dentro do siste
ma de interação social sobre a m ídia, os que se voltam para os
processos de produção m idiática e seus produtos em termos de
um enfrentamento tensional que, direta ou indiretam ente, possa
resultar em crítica interpretativa, ou em controle de desvios e
equívocos m idiáticos, em aperfeiçoamentos qualitativos, na defe
sa de valores sociais, em aprendizagem e em socialização compe
tentes, na fruição qualificada em termos reflexivos ou estéticos,
em informação de retorno, redirecionadora dos produtos, em per
cepções qualificadas.
Embora considerando que o trabalho crítico mais facilmente
percebido como tal seja aquele caracterizado pelo esforço analítico-
interpretativo que ilum ina o produto m idiático em determinados
ângulos de sua constituição —ou seja, a crítica acadêmica e a crítica
jornalística —, assumiremos que todos os processos referidos acima
se demarcam como “trabalho crítico” de sociedade, representando
a parte dinâmica do sistema de interação social sobre a mídia.
Nossa tese sobre o sistem a de interação social determina,
então, o interesse em refletir e estudar os processos críticos nessa
notação abrangente. Podemos perceber “a crítica” como um pro
cesso mais amplo e diversificado do que o trabalho analítico
desenvolvido por teóricos e intelectuais.
No espaço geral da sociedade, quais seriam os principais pro
cessos do trabalho crítico? Os dispositivos sociais que desenvol
vem um trabalho crítico, nesse sentido amplo, parecem realizar
pelo menos três processos principais:
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a) exercem critérios, expressos ou im plícitos, segundo os quais
os produtos são observados;
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co m o ção
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9. 0 que envolve, deve-se dizer, uma certa má vontade com os dois autores. Qualquer que
seja nossa posição sobre suas propostas e mesmo que a critica que lhes faz Bourdieu possa
ser pertinente, é preciso observar que o uso que fazem da expressão "crítica interna" não
corresponde à defesa dessa inscrição do crítico, mas sim envolve a utilização crítica das pro
messas internas da cultura midiática como critério de cobrança (Comte-Sponville e Ferry,
1999, pp. 411 e 430-434).
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3. DOGERALAOESPECÍFICO
Ainda permanece muito forte, na análise dos meios de comu
nicação modernos, a velha divagem entre “apocalípticos” e “inte
grados”. Na verdade, o embate recrudesceu com a entrada em cena
das redes informáticas, atualizando argumentos em um sentido e
outro. Os primeiros enfocam sobretudo o contraste com situações
anteriores e tendem a uma crítica radical recusadora. Os segun
dos, voltados para potencialidades e promessas futuras, tendem a
aceitar tudo com um otimismo o mais das vezes ingênuo.
Essas posições caracterizam-se pela expressão de posições aprio-
rísticas e totalizantes sobre a m ídia (tradicionalm ente sobre a
m ídia considerada unidirecional: rádio e televisão, mas agora tam
bém sobre a m ídia informatizada, interativa), mais do que por
uma análise que procure fazer diferenças qualitativas e compreen
der as lógicas e os sentidos, bem como os. lim ites, de processos e
produtos diferenciados. Uma parte significativa dessa crítica ten
de a inscrever-se em uma ou outra das perspectivas caracterizadas
por Umberto Eco como “apocalípticas” e “integradas”.
Não se trata de adotar uma posição de equilíbrio entre esses
dois extremos, mas sim de recusar radicalm ente essa dimensão
determ inada pelos dois pólos. O problema da reflexão na área não
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10. No mesmo sentido, Arlindo Machado (2001) faz uma crítica das respostas abrangentes,
defendendo e realizando a possibilidade de análises sérias sobre produtos específicos na
televisão. Essa obra de Machado, além de ter sido selecionada como um dos dez casos estu
dados, nos serve de fonte nessa perspectiva critica.
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4. CONTIGÜIDADES E TENSÕES
Uma das críticas severas sobre a grande m ídia é afirm á-la co
mo principal responsável pela desmontagem da esfera pública, do
debate democrático. Essa esfera, espaço de transmissão e base de
decisões entre a esfera da vida privada e as instâncias do poder de
Estado, estaria comprometida pelo fato de a comunicação social
ter-se tomado essencialmente m idiatizada. Com essa m idiatiza-
ção, discute-se sobre a possibilidade de um a “esfera pública
m idiatica — discussão que envolve uma variedade de posições
entre a negação radical e a ilusão de já contarmos com tal instân
cia sociopolítica. Independentemente de quais sejam as posições
mais válidas nesse debate (e não podemos, é claro, entrar aqui no
mérito da questão)11, uma premissa que consideramos essencial
para o presente estudo é que qualquer hipótese de “esfera pública
m idiática (isto é, um debate social produtivo e aberto sobre
questões de relevância para a sociedade através de processos
m idiáticos) tem que ser precedida pela efetiva existência de deba
te social produtivo e aberto sobre o s processos m idiáticos.
com ilão
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5. PRODUÇÃO, RECEPÇÃOEINTERAÇÕES
Os produtos m idiáticos em circulação na sociedade são fre
quentemente referidos como m ateriais em torno dos quais se
desenvolve um a interação m idiático-social. Esses produtos são —
com algum a frequência —de baixa qualidade informativa, estéti
ca e cultural. Paralelam ente, apresentam-se fortes expectativas (e
cobranças) de que esse m aterial m idiático — em função de sua
difusão e acesso generalizado —deveria ter um papel inversamen
te estim ulante, educativo e voltado para valores humanos e
sociais superiores.
A sociedade sempre desenvolveu, com variedade, sua produ
ção expressiva. Ao lado de seus processos “de produção’^ sempre
gerou também procedimentos críticos e interpretativos que, me-
talingüisticam ente, “falam ” de seus processos e m ateriais expres
sivos e das interações sociais que vão sendo tecidas em torno destes.
Por essa perspectiva, e também quando os processos e produtos
que nos interessam são os m idiáticos, é nossa tese que as ações
críticas não se colocam à parte e acim a das interações sociais —são
antes desenvolvidas por meio de dispositivos sociais intrínsecos das
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c) que, mesmo dentro dos lim ites impostos por esses interes
ses comerciais, é possível im aginar desenvolvimentos qua
litativos de produtos e das interações em torno deles.
Parece-nos razoável sugerir que a história desses produtos é ex
cessivamente recente para gerar estruturas rigorosas e valoráveis.
Não soubemos ainda desenvolver (com suficiente abrangência e
penetração) dispositivos sociais centrados em processos crítico-
interpretativos capazes de tensionar produtivamente os trabalhos
de criação e produção, nem de eficazmente estim ular, cobrar, ava
liar e selecionar bons produtos, nem ainda oferecer bases eficazes
para interpretação direta no ambiente do usuário. Temos então
um quadro que (embora reconhecendo m últiplas e relevantes
exceções) poderia ser descrito tendencialm ente como: produção de
baixo valor - dispositivos crítico-interpretativos lim itados
interações sociais pobres.
Entendemos que os processos críticos não são responsabilidade
exclusiva de uma produção distanciada e acadêmica de análise.
Nossa percepção é que, em sua abrangência, um sistem a eficiente
perm earia toda a sociedade (tanto quanto a produção m idiática)
como um componente inalienável da interação m idiática social
ampla.
Observando a existência de um tal sistem a no que se refere ao
livro e às artes tradicionais, e sua situação ainda m uito lacunar
no que se refere a rádio e televisão (e m ais lim itado ainda, embo
ra m uito promissor, quanto a comunicações informatizadas),
podemos perceber a situação interm ediária em que se encontra o
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6. 0 TRABALHOCRÍTICOCOMODINÂMICASOCIAL
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12. Lembrando que isso não significa relações institucionalizadas, mas sim, predominante
mente, incidências baseadas na credibilidade e na legitimidade de seu discurso.
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INVESTIGAÇÃO EXPLORATÓRIA:
OBJETIVOS E PARÂMETROS
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1. COMENTÁRIOS EDISPOSITIVOS
A idéia de “crítica” corresponde ao nível discursivo mais m a
terial entre as elaborações referentes a produtos ou processos m i-
diáticos. A expressão identifica comentários singulares sobre a
m ídia. É sujeita, assim, ao artigo indefinido —“um a crítica” —ou
ao plural —“as críticas” —por contraste com a expressão “A C ríti
ca”, que deve caracterizar o estudo de tais comentários.
Com essa perspectiva, podemos dizer que críticas m idiáticas
são trabalhos explícitos sobre determinadas produções da m ídia,
baseados em observação organizada de produtos, com objetivos
(expressos ou im plícitos) determinados por motivações sociocul-
turais diversas e voltados para o compartilhamento, na sociedade,
de pontos de vista, de interpretações e/ou de ações sobre os pró
prios produtos (ou tipo de produtos), seus processos de produção
e/ou seu uso pela sociedade.
Não estamos tratando apenas de críticas peritas (acadêmicas ou
de jornalismo cultural), que mais frequentemente são reconheci
das pela atribuição do rótulo “crítica”. Estas, embora exerçam,
sem dúvida, ações (pois fazemos coisas com palavras), devem ser
murarão
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É claro que tais matrizes não são totalm ente im positivas nem
têm qualquer origem transcendental —decorrem, na sociedade,
diretamente das próprias práticas sociais. Vão sendo lentam ente
construídas a p artir de falas e processos discursivos que, de mo
do etnometodológico (isto é, segundo práticas grupais, tentativas
para resolver problemas concretos), se elaboram por aproximação
sucessiva.
Se há “crítica” sobre a m ídia na sociedade, é possível identifi
car dispositivos sociais segundo os quais essa crítica é tendencial-
mente versada. Assim, a interação social sobre a m ídia —o sistema
de resposta —não depende apenas de excelentes críticas pontuais,
ainda que estas sejam pertinentes e agudas. Depende ainda, e
sobretudo, de que bons e vários dispositivos sejam socialmente
gerados e de que estes sejam “produtivos”.
Entendemos por produtividade de um dispositivo social de
trabalho crítico sobre a m ídia que este:
a) gere uma boa fortuna crítica, sendo variadamente utilizado
para (em diferentes processos de autoria) elaborar comentá
rios pontuais; e
b) seja de forte disseminação na sociedade, isto é, que diferen
tes usuários da m ídia desenvolvam competências para inte
ragir com tais dispositivos e por meio deles —reconhecendo as
críticas e comentários pontuais que no seu âmbito se elabo
rem. Com base nesses critérios, o dispositivo ultrapassa a
situação de “coleção de comentários” elaborados nos seus
termos, para efetivamente circular — ser comentado, ser
cotejado com outras perspectivas e, particularm entej forne
cer padrões para falas e apreciações pela sociedade.
2. A DIVERSIDADEDEOBJETOS
Quando observamos comentários e dispositivos críticos caracte
rizados pela ótica de pertencimento a um sistema social de resposta,
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13. Claude-Jean Bertrand (1998, p. 112) propõe uma listagem de 32 media accountability
systems - dispositivos sociais voltados, segundo diversos ângulos e processos, para a presta
ção de contas à sociedade pela mídia.
INVESTIGAÇÃO EXPLORATÓRIA: OBJETIVOS E PARÂMETROS
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3. ASELEÇÃODEMATERIAIS PARAOBSERVAÇÃO
Não tendo a pretensão de mapear a diversidade de lógicas
segundo as quais a m ídia é observada pela sociedade ou através
das quais a sociedade tenta interagir criticam ente com a m ídia, as
análises de m ateriais empíricos apresentadas adiante não têm,
igualm ente, a pretensão de se caracterizar como amostragem re
presentativa daquela extraordinária diversidade.
Trata-se antes de testar a possibilidade de reflexões transversais,
submetendo todos a um mesmo esquadrinhamento. Se esse trata
mento comum for produtivo, em termos de conhecimento, confir
ma-se a perspectiva de que podemos “construir” esse patamar em
que todos fazem parte de um mesmo “objeto de observação” —o sis
tema social de resposta. Podemos, além disso, obter percepções para
a compreensão de lógicas em funcionamento nesse sistema.
Levantamos, assim, um certo número de interações e de p arti
cipações da sociedade nos processos m idiáticos, envolvendo re-
flexividade. Em seguida, através do cotejo entre as lógicas perce
bidas, examinamos criticam ente o que se aprende de sua inclusão
conjunta, como componentes do sistem a de interações sociais
sobre a m ídia.
Desse modo, o estudo de um pequeno subconjunto de em píri
cos representa apenas um esforço inicial na construção de tal
patamar, em que uma “crítica m idiática” (como parte do sistema
de interações sociais sobre a m ídia) seja ao mesmo tempo auto-
refletida e voltada para a complexidade do objeto geral no qual se
encontram engastados seus objetos específicos de enfoque.
Para selecionar os casos de estudo, decidimos abordar m ate
riais acessíveis, o que atende ao interesse de considerar comentá
rios com boa disponibilidade e circulação. Acreditamos ter asse
gurado, pela diversidade de casos, a presença de lógicas variadas,
perm itindo comparações e compondo o que poderiamos chamar
de uma “topografia lacunar”. Uma vez estabelecidas algum as
coordenadas, ainda que poucas e provisórias, será possível, em
INVESTIGAÇÃO EXPLORATÓRIA: OBJETIVOS E PARÂMETROS
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estudos posteriores, complementar e corrigir, prefigurando o que
possa vir a se desenvolver como uma crítica significativa da críti
ca sobre a m ídia.
O resultado dessas decisões compõe os dez capítulos que se
seguem14:
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4. PARÂMETROS
Afirmamos já que a análise de comentários empíricos compo
nentes do sistema de interações sociais sobre a m ídia seria feita
em busca das “lógicas” que os sustentam. Entre os vários ângulos
que podem ser observados para inferir as lógicas de funcionamen
to das críticas e dispositivos, acreditamos que os mais básicos
correspondem às seguintes investigações:
a) analisar o ponto de vista de onde o comentário se faz e as
articulações entre o comentário e a coisa comentada, o que
envolve também procurar compreender o sistem a de conti-
güidades e tensões entre a posição assumida e as questões
m idiáticas referidas;
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