Analise Risco API 581
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6ª Conferência sobre
Tecnologia de Equipamentos
Edneu Jatkoski
PETROBRAS/REPLAN/MI/Inspeção de Equipamentos
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Tecnologia de Equipamentos
SINÓPSE
Como a NR-13 utiliza uma metodologia para determinação do risco onde apenas
conseqüências são levadas em consideração, o seu risco calculado apresenta-se como
estático. No caso da IBR, como ela considera a probabilidade de falha que é função
evolução dos danos, conjugada às conseqüências de uma eventual falha estrutural,
seu risco evolui com o tempo.
Com base nestes resultados, constatou-se que a IBR se mostra mais adequada para o
acompanhamento do risco de equipamentos em serviço, pois considera tanto os
mecanismos de deterioração atuantes, como também os planos de inspeção
aplicados, que contribuem diretamente para garantir o nível de confiabilidade
estrutural desejada. Sendo assim, é solicitada uma flexibilização dos prazos máximos
entre inspeções determinados na NR-13 quando se utiliza a Inspeção Baseada em
Risco para acompanhar os equipamentos.
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1. INTRODUÇÃO
A Inspeção Baseada em Risco (IBR), baseada no Documento API 581 – Risk Based
Inspection [1], tem como princípio a quantificação das conseqüências de uma falha
estrutural que cause um vazamento, bem como o cálculo da probabilidade deste
evento ocorrer. Como conseqüência de uma avaliação realizada com base nesta
metodologia, são definidos planos de inspeção, que estabelecem prazos otimizados
para sua aplicação. No entanto, no Brasil há a Norma Regulamentadora do
Ministério do Trabalho, a NR-13 [2] que define os prazos máximos entre inspeções,
e seus critérios e premissas para determinação da Categorização do Risco são
diferentes da IBR, o que gera alguns conflitos com relação ao risco determinados
para alguns equipamentos.
Embora este trabalho não tenha por objetivo discutir a metodologia da IBR, será
apresentada de forma resumida a fórmula de cálculo para determinação do “Risco”
dos equipamentos, que é dada por:
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vazamento, observando-se qual o alcance dos danos citados acima. Como pode-se
observar, as conseqüências serão sempre as mesmas enquanto as condições
operacionais do equipamento se mantiverem inalteradas, o que permite concluir que
o risco do equipamento só mudará se somente se a sua probabilidade de falha ao
longo do tempo sofrer variações.
Como é sabido, o API 581 substitui a Probabilidade de Falha “PoF” instantânea por
uma freqüência de falha anual, corrigida por dois fatores, um referente à
características do equipamento, “FE”, e outro referente a como o gerenciamento do
risco é tratado na unidade industrial onde o equipamento está instalado, “FM”. Como
primeira aproximação desta freqüência é sugerido se utilizar uma freqüência de falha
genérica, “fgenérica”, que foi calculada a partir de dados públicos para diversos
equipamentos, e disponibilizada no API 581. No entanto, nada impede que uma
freqüência de falha mais característica da sua empresa, unidade ou do equipamento
específico seja utilizada. Sendo assim, a Freqüência Ajustada, “fajustada”, é calculada
por:
Na Equação (2) pode-se verificar que, mais uma vez, se tem dois fatores constantes,
“fgenérica” e “FM”, enquanto que o Fator de Modificação do Equipamento, FE, é quem
agrega as famílias de parâmetros que controlam o risco sob o foco da probabilidade
de falha. Os sub-fatores em que se divide o “FE” são:
O conceito da Matriz de Risco tem por objetivo dar suporte para se analisar o grau de
exposição a uma falha, que no caso da IBR o foco são as falhas estruturais que geram
vazamentos. A Matriz na IBR forma o plano “probabilidade versus conseqüências”
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Para a determinação dos vasos de pressão que são cobertos pela NR-13 foi definida
uma matriz de risco que conjuga o potencial de risco do equipamento, representado
pelo produto “P.V”, e o risco representado pelo fluido contido no seu interior. Assim,
foi definida a matriz de risco mostrada na Figura 2, a qual está com a classe de fluido
adequadamente invertida em sua ordem.
P
O 1 II I I I
T
E
R 2 III II II I
N
I
C
S 3 IV III III II
I
C
A
O
L 4 V IV IV III
D
5 V V IV III
E
D C B A
CLASSE DE FLUIDO
I Categoria I
III Categoria II
III Categoria III
IV Categoria IV
V Categoria V
Figura 2 – Matriz de Risco pela NR-13.
Classe
Potencial Produto
de Características
de Risco P.V1
Fluido
Líq. Inflamável; Combustável T≥200°C; Tóxico
1 PV≥100 A
tolerância≤20ppm; H2 e Acetileno.
Combustável T<200°C; Tóxico
2 30≤PV<100 B
tolerância>20ppm.
Vapor de água; gases asfixiantes simples; Ar
3 2,5≤PV<30 C
comprimido.
Água ou outros fluidos não enquadrados nas
4 1≤PV<2,5 D classes A, B ou C, com temperatura superior a
50°C
5 PV<1
[1] P é a pressão em MPa, e V é o volume em m3.
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Categoria do
Exame Externo Exame Interno Teste Hidrostático
Vaso
I 1 ano 3 anos 6 anos
II 2 anos 4 anos 8 anos
III 3 anos 6 anos 12 anos
IV 4 anos 8 anos 16 anos
V 5 anos 10 anos 20 anos
Para avaliar como o tempo em serviço sem inspeção contribui na evolução do risco
em equipamentos de unidades de processo, a metodologia de IBR foi aplicada em 24
(vinte e quatro) vasos de pressão de uma unidade de processo da REPLAN, com
diferentes categorizações segundo a NR-13. Na Tabela 4 estão os resultados obtidos,
da aplicação do IBR, em quatro datas: 04/2002, 10/2005, 10/2009 e 10/2013.
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Outro fato interessante é verificar que não há uma tendência clara em se ter vasos
Categorizados com níveis mais críticos pela NR-13 apresentando Níveis de Risco
mais alto pelo IBR. Em outras palavras, há presença de vasos com os mais variados
Níveis de Risco pelo API-RBI espalhados por todas as Categorias definidas pela NR-
13. Este fato mostra que o risco representado por um vaso de pressão pode ter
avaliações aparentemente conflitantes quando avaliados pela NR-13 e pelo IBR. Esta
constatação é importante, pois demonstra que é possível se ter vasos de pressão na
Categoria I da NR-13 apresentando Risco Baixo pela IBR, bem como vasos de
pressão na Categoria III da NR-13 apresentando Risco Médio-Alto pela IBR.
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P P
5 5
R R
O O
B 4 B 4
A A
B B
I 3 1 1 I 3 1 1
L L
I I
D 2 4 2 4 6 6 D 2 4 2 4 6 6
A A
D D
E 1 E 1
A B C D E A B C D E
CONSEQÜÊNCIAS CONSEQÜÊNCIAS
2009 2013
P P
5 5
R R
O O
B 4 1 B 4 1
A A
B B
I 3 1 1 4 3 I 3 2 1 5 3
L L
I I
D 2 3 2 3 3 3 D 2 2 2 3 2 3
A A
D D
E 1 E 1
A B C D E A B C D E
CONSEQÜÊNCIAS CONSEQÜÊNCIAS
Nota-se na Figura 3 que a cada ano analisado o conjunto de equipamentos muda sua
distribuição na matriz de risco. É importante lembrar que os equipamentos não
mudam de Categoria de Conseqüência, mas aumentam sua Categoria de
Probabilidade de Falha, devido à característica da metodologia. Das matrizes
apresentadas na Figura 3 é evidente a evolução no acúmulo de danos, o que provoca
aumento no Sub-fator do Módulo Técnico e, conseqüentemente, aumento de
Categoria de Probabilidade de Falha. Este movimento na matriz é evidenciado
conforme se aumenta o tempo de campanha sem inspeções. É fácil se verificar que
dos 24 (vinte e quatro) vasos de pressão analisados, 12 alteram sua posição na matriz
quando se compara o ano de 2002 com 2013.
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Para acompanhar o que acontece com os vasos que apresentam Nível de Risco
Médio, está apresentada na Figura 4 a evolução da matriz de risco desde 2002 até
2013. Até 2005 não são observadas alterações no Risco dos vasos de pressão. No
entanto, a partir de 2009 quatro vasos de pressão aumentaram sua probabilidade de
falha estrutural, sendo que 1 (um) sem alterar seu Nível de Risco, e 3 (três) passando
de Risco Médio para Médio-Alto. Em 2013, mais um equipamento da coordenada
“2D” elevou seu Nível de Risco de médio para Médio-Alto. Estes movimentos na
matriz de risco mostraram que 50% dos vasos de pressão aumentaram sua
probabilidade de falha, sendo que 1 (um) vaso manteve seu Nível de Risco, enquanto
4 outros passaram do Nível de Risco Médio para Médio-Alto.
2002 2005
P P
5 5
R R
O O
B 4 B 4
A A
B B
I 3 I 3
L L
I I
D 2 4 6 D 2 4 6
A A
D D
E 1 E 1
A B C D E A B C D E
CONSEQÜÊNCIAS CONSEQÜÊNCIAS
2009 2013
P P
5 5
R R
O O
B 4 B 4
A A
B B
I 3 1 3 I 3 1 4
L L
I I
D 2 3 3 D 2 3 2
A A
D D
E 1 E 1
A B C D E A B C D E
CONSEQÜÊNCIAS CONSEQÜÊNCIAS
Figura 4 - Matriz de Risco pelo API-RBI nos anos de 2002, 2005, 2009 e 2013 para
os vasos de pressão que apresentam Nível de Risco Médio em 2002.
As alterações no risco dos vasos que apresentavam Nível de Risco Médio-Alto pela
IBR em 2002 está na Figura 5. Neste caso é possível observar que apenas em 2009
houve a elevação do risco destes equipamentos. Neste período três equipamentos da
coordenada “2E” passaram seu Nível de Risco de Médio-Alto para Alto, sendo este
risco mantido até 2013.
Na Figura 6, está o vaso de pressão que apresentava em 2002 Nível de Risco Alto.
Nota-se que em 2009 houve aumento de risco, passando da coordenada “3E” para a
“4E”, mostrando significativo aumento na sua probabilidade de falha, embora não
haja alteração de coordenada até 2013.
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2002 2005
P P
5 5
R R
O O
B 4 B 4
A A
B B
I 3 1 I 3 1
L L
I I
D 2 6 D 2 6
A A
D D
E 1 E 1
A B C D E A B C D E
CONSEQÜÊNCIAS CONSEQÜÊNCIAS
2009 2013
P P
5 5
R R
O O
B 4 B 4
A A
B B
I 3 1 3 I 3 1 3
L L
I I
D 2 3 D 2 3
A A
D D
E 1 E 1
A B C D E A B C D E
CONSEQÜÊNCIAS CONSEQÜÊNCIAS
Figura 5 - Matriz de Risco pelo API-RBI para os vasos de pressão que apresentam
Nível de Risco Médio-Alto em 2002.As observações foram realizadas
nos anos de 2002, 2005, 2009 e 2013.
2002 2005
P P
5 5
R R
O O
B 4 B 4
A A
B B
I 3 1 I 3 1
L L
I I
D 2 D 2
A A
D D
E 1 E 1
A B C D E A B C D E
CONSEQÜÊNCIAS CONSEQÜÊNCIAS
2009 2013
P P
5 5
R R
O O
B 4 1 B 4 1
A A
B B
I 3 I 3
L L
I I
D 2 D 2
A A
D D
E 1 E 1
A B C D E A B C D E
CONSEQÜÊNCIAS CONSEQÜÊNCIAS
Figura 6 - Matriz de Risco pelo API-RBI nos anos de 2002, 2005, 2009 e 2013 para
os vasos de pressão que apresentam Nível de Risco Alto em 2002.
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4. DISCUSSÃO
Com base nos resultados apresentados fica evidente o fato de haver uma diferença
entre o grau de risco determinado pela NR-13 e o calculado pela IBR. Estas
diferenças são facilmente verificadas na Tabela 4, onde vasos de pressão com Risco
Baixo calculado pela IBR são Categorizados pela NR-13 com Risco Alto, sendo
também verdade casos onde vasos de pressão com Risco Médio-Alto pela IBR são
Categorizados com Risco baixo pela NR-13.
Com base na caracterização do risco feita pela NR-13 e IBR, pode-se dizer que
ambas apresentam visões complementares. A NR-13 foca o risco inicial, enquanto
que a IBR trata do processo evolutivo do risco, controlando-o através de planos de
inspeção devidamente aplicados.
Como a IBR é uma tecnologia nova, embora com enorme apelo e aplicação, a mesma
deverá ser implementada nas plantas de diversas industrias. No entanto, um de seus
principais objetivos é definir as melhores datas para se realizar uma parada geral para
manutenção e inspeção. No entanto, a NR-13 estabelece os prazos máximos para
inspeção, conforme visto nas Tabelas 3a e 3b, enquanto que a IBR tende a tornar
mais flexível a definição destes prazos para inspeção, pois através dela é possível
realizar um acompanhamento da evolução do risco que um vaso de pressão
representa.
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Com base em tudo que foi apresentado, pode-se propor que o risco do equipamento
em serviço seja definido pela probabilidade do mesmo sofrer uma falha estrutural.
Este risco deve ser medido com base nos mecanismos de dano atuantes, nas suas
taxas de acúmulo e nos planos de inspeção para controle e acompanhamento
aplicados. Como a IBR utiliza estes três conceitos, ela se torna, no momento, a
melhor metodologia para acompanhar o risco de equipamentos em serviço.
5. CONCLUSÕES
5.3 Há equipamentos Categorizados pela NR-13 como risco alto que pela IBR
apresentam durante anos em serviço risco baixo.
5.4 Há equipamentos Categorizados pela NR-13 como médio que pela IBR
apresentam risco médio-alto.
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REFERÊNCIAS
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