TCC
TCC
Campinas
2016
Universidade Estadual de
Campinas Faculdade de
Engenharia Agrícola
Campinas
2016
Recomendações para utilização de efluentes de um
sistema de tratamento de esgotos sanitários na
fertirrigação de citros
BANCA EXAMINADORA
....................................................................
...................................................................
Prof. Dr. Edson Eiji Matsura
...................................................................
Profª. Drª. Aline Azevedo Nazário
AGRADECIMENTOS
ABSTRACT
The purpose of this project was to evaluate the Domestic Sewage Effluent's
(DSE) quality from a sewage treatment system by septic tanks, followed by anaerobic
filter and, after that, by a system of four stabilization ponds in series, in which the first
is aerated, the others are optional. The quality parameters were evaluated based on
CONAMA's resolution 357/2005 and CETESB's (Environmental Company of the
State of São Paulo) quality standards, aiming to analyze the water quality for its use
in the irrigation of an orange orchard. In addition, the implementation cost of a similar
sewage treatment system was also estimated. The quality parameters evaluated
indicate that the effluents from a sewage treatment station with a configuration similar
to that evaluated meets the quality standards established by CONAMA for citrus
irrigation.
Key Word: Domestic Sewage Effluent, Sewage Treatment, Water quality standards,
water reuse.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 6
1.1Justificativa 7
1.2 Objetivos 8
1.2.1 Objetivo Geral 8
1.2.2 Objetivos Específicos 8
2 REVISÃO DE LITERATURA 9
2.1 Importâncias da Água 9
2.2 Efluentes de Esgoto Doméstico 10
2.3 Sistemas de Tratamento de Esgoto 11
2.4 Parâmetros da Qualidade da Água 13
3 METODOLOGIA 15
3.1 Custos do Projeto 15
3.2 Estimativas da Vazão 16
3.3 Verificações da Qualidade da Água 19
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 22
4.1 Custos do Projeto 22
4.2 Estimativas de Vazão 24
4.3 Verificações da Qualidade da Água 26
5 CONCLUSÃO 34
REFERÊNCIAS 36
1 INTRODUÇÃO
Apesar de o Brasil dispor de elevada quantidade de água, os constantes
períodos secos e a má gestão dos recursos hídricos tem agravado a crise hídrica,
sendo que tal fato foi mais severo no período de 2013-2014, onde o estado de são
Paulo sofreu a maior crise hídrica, operando com o volume morto dos reservatórios
de um dos mais importantes sistemas de abastecimento de água, o Sistema
Cantareira.
Como a demanda por alimento e água cresce, é eminente e inevitável a
instalação de uma crise mundial sobre o uso da água como direito humano e
universal (WWAP, 2012). A expertise está em gerir de maneira inteligente, sem
degradar o ambiente, os escassos recursos hídricos entre agricultura, produção
energética, atividade industrial e abastecimento humano (EVANGELISTA E
PEREIRA, 2013).
Devido à grande demanda de água no setor agrícola e a tendência a essa
demanda aumentar devido à necessidade do aumento de produtividade, a utilização
do efluente de sistema de tratamento de esgoto se torna uma alternativa eficaz, visto
que pode vir a trazer ganhos por ser fonte de água e nutrientes na irrigação de
culturas, além de se tornar uma alternativa para o seu destino.
Além disso, o crescente aumento populacional gera um severo aumento no
consumo de recursos hídricos, tendo um aumento na geração de EED, e, portanto,
incentivando sua utilização para fins agrícolas, visando não só uma economia hídrica
como também sendo um modo de utilizarmos esse recuso, que além de apresentar
uma economia financeira, devido à presença de nutrientes em uma possível
irrigação, terá um destino sustentável.
O EED constitui-se num material líquido com características particulares que a
torna diferente da água de abastecimento. Essas diferenças estão relacionadas
basicamente com a presença de matéria orgânica, expressa pela DBO (Demanda
Bioquímica de Oxigênio) e DQO (Demanda Química de Oxigênio), macro e
micronutrientes, possível presença de metais pesados e alguns patógenos
(SUBRAMANI et al. 2014). Sendo assim, as plantas podem, em parte, serem
beneficiadas não apenas pela água, mas também, pelos materiais dissolvidos no
esgoto doméstico (CERQUEIRA et al. 2008).
A utilização da irrigação em pomares cítricos pode ser muito benéfica,
6
proporcionando produção de frutos com melhor qualidade e aumento de produção,
na ordem de 35% a 75%, quando comparado aos pomares não irrigados, o que
proporciona ganho econômico extra ao produtor. A irrigação assegura boa florada e
bom pegamento, resultando na produção de frutos de melhor qualidade. Essa
melhoria é representada por alterações no aspecto, no tamanho, no peso e na
quantidade de óleo na casca. Além disso, proporciona um maior desenvolvimento
das plantas, que adquirem superfície foliar, a qual pode ser mais abundante,
dependendo das condições do pomar, do manejo da irrigação e da combinação
copa/porta-enxerto (BARREDA et al., 1984; COHEN; GOELL,1988).
Visando os aspectos citados acima e o fato de que se tem a disponibilidade
do EED, neste projeto o objetivo foi analisar e interpretar a qualidade da água do
EED à luz dos parâmetros de qualidade estabelecidos na Resolução CONAMA
357/2005 que classifica as águas interiores no território nacional de acordo com seus
usos preponderantes a fim de recomendar os procedimentos para utilização do EED
num projeto de irrigação de uma plantação de laranja.
Apresenta-se também, uma análise do custo de implantação de um sistema
de tratamento de esgoto similar ao existente e utilizado neste projeto e a estimativa
da vazão e capacidade de tratamento, de acordo com a NBR 13969. Dessa forma
pode-se estimar os benefício financeiro do projeto, valendo destacar, segundo
BASTOS (1999) que além de ser uma prática economicamente viável e sustentável
é sanitariamente segura. Assim, o uso dessa técnica de acordo com Quintana et al.
(2011) associado a outras metodologias que aumentem a produtividade das culturas
e promovam menores impactos ao meio ambiente, constituem um excelente
caminho no desenvolvimento sustentável da agricultura irrigada.
O projeto foi realizado na UNASP (Centro Universitário Adventista de São
Paulo) no campus de Engenheiro Coelho, localizado na Estrada Municipal Walter
Boger, Km 3.4 (22O30’20.62’’S/47O10’08’’O), onde se encontrava um sistema de
tratamento de esgoto das dependências da Universidade, onde a água foi utilizada
para a realização do projeto.
1.1 Justificativa
A escolha do projeto ocorreu em função da importância da água no cenário
atual e os benefícios potenciais para a irrigação de um pomar de laranja com
efluente de esgoto tratado.
7
1.2 Objetivos
8
2. REVISÃO DE LITERATURA
9
Ainda, de acordo com o FNP (2006), o uso racional da irrigação em pomares
cítricos assegura maiores floradas e retenção de frutos, proporcionando inúmeros
benefícios, considerando-se a produtividade média em pomares de sequeiro e
produtividade observada em propriedades irrigadas. Com isso, vemos a importância
da utilização da irrigação na agricultura, sendo o objetivo do projeto avaliar a
utilização do efluente de esgoto doméstico, em função da grande demanda de água
da agricultura no Brasil.
A escassez dos recursos hídricos tem-se tornado cada dia mais agravante, tanto no
quesito quantidade quanto na sua qualidade. Em contrapartida, os efluentes domésticos e
agroindustriais apresentam aumento crescente e, desta forma, podem ser vistos como
alternativa de uso potencial na agricultura, ao liberar água de melhor qualidade para fins mais
nobres, como o consumo humano e/ou dessedentação de
animais, como preconiza a Política Nacional de Recursos Hídricos (LUBELLO, 2004;
SOUZA, 2010).
O reúso agrícola de efluentes há várias décadas, é uma prática comum em países como
Egito, Austrália, Arábia Saudita,Tunísia, Chile e Israel (HESPANHOL, 2002). A reutilização
da água doméstica tem sido maciça e hoje Israel reutiliza 75% dos efluentes gerados, contra
14% na Espanha, 9% na Austrália, 8% na Itália, 5% na Grécia e menos de 1% na Europa
(JUANICÓ,2007).
Á água, meio de transporte dos diversos dejetos sólidos descartados pelo ser humano,
compõe 99,9% dos esgotos sanitários, sendo os sólidos responsáveis por
0,1% restantes (VON SPERLING, 2005). Com isso, a água do esgoto sanitário passa a ser um
importante meio para utilização na irrigação, já que grande parte do esgoto sanitário é
composta por água, sendo necessária a análise da água, para comprovar quais as vantagens da
sua utilização.
Como o esgoto sanitário é composto por diferentes elementos, segundo
JORDÃO e VOLSCHAN JÚNIOR (2009), ele passa a ser um importante constituinte,
em função da presença de macro e micro nutrientes, podendo ser uma ótima opção
para sua utilização na irrigação. Porém, deve-se considerar que é indispensável
analisar a qualidade da água que será utilizada na irrigação, pois, ela pode
apresentar resultados que a torne prejudicial à cultura em que será utilizada.
10
É importante ressaltar que, além dos benefícios ambientais, a implantação de sistemas
de reúso apresenta também significativos impactos positivos em termos sociais e econômicos
(BERNARDI, 2003).
Segundo PESCOD (1992), a reutilização da água derivada de esgoto
doméstico pode proporcionar as plantas cultivadas um melhor desenvolvimento, em
função dos nutrientes presentes e disponíveis na água do esgoto doméstico, como
fósforo e nitrogênio, reduzindo os custos com fertilizantes.
Segundo VON SPERLING e CHERNICHARO (2000), os sistemas de
tratamento de esgotos no Brasil são eficientes quanto a DBO, DQO e sólidos totais,
porém, quanto aos demais padrões da legislação, como a resolução CONAMA 357
que foi abordado nesse projeto, os sistemas de tratamento são reprovados em
quesitos como amônia, nitrogênio, fósforo e coliformes fecais.
11
que nesse projeto, a primeira lagoa de estabilização se trata de uma lagoa aerada
facultativa, sendo que na Figura 1, um exemplo de lagoa facultativa.
12
diferentes dos corpos receptores, como: carga de nutrientes, OD, profundidade,
tamanho, Tempo de Detenção Hidráulica, tempo de detenção da biomassa e modelo
do fluxo (GU e STEFAN, 1995).
A grande vantagem das lagoas facultativas é que não produzem maus odores
e a desvantagem é a grande área que ocupam. A eficiência de remoção de DBO fica
entre 70 e 90%, sendo que cerca de 30% desta remoção se deve à digestão
anaeróbia e a produção de gás carbônico e metano (MENDONÇA, 2000).
As lagoas facultativas também promovem a remoção de coliformes, conforme
as condições de radiação solar incidente, e quando os valores de TDH, pH e OD são
elevados (MAYNARD, 1999).
Segundo RODRIGUES (2005), não existe uma legislação mundial que dite as
regras quanto aos padrões de utilização da água de reúso, tanto em questões
institucionais, como legais, pois, cada país apresenta legislações distintas em alguns
aspectos quanto à reutilização da água.
13
Além disso, a NBR 13969 da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas) é outro parâmetro que regulamenta os projetos dos sistemas de
tratamento de esgoto, para determinar estimativas de vazões, custos, entre outros,
que foram seguidos nesse projeto como parâmetros.
14
3. METODOLOGIA
15
A partir da Figura 3, é possível ver o detalhamento do sistema de tratamento
de esgoto que será instalado, valendo destacar que o sistema de tratamento é
constituído por uma fossa séptica e um filtro anaeróbio, e na sua saída composto por
2 bombas 3kW, que serão utilizadas para lançar o efluente na lagoa aerada
facultativa, sendo as demais lagoas facultativas.
No cálculo de custos do projeto será considerado a tubulação de 100 mm e
150 mm, 2 bombas de aeração e a construção do sistema de tratamento de esgoto,
valendo destacar que o custo do sistema de tratamento também foi realizado.
Além disso, para o dimensionamento do sistema de tratamento será levado
em conta que o local consta de 1600 moradores fixos, sendo composto ainda por
mais 3400 pessoas que frequentam o local, tendo uma população diária de 5000
habitantes, sendo esses dados utilizados para a confecção do custo do sistema de
tratamento.
Para o cálculo do sistema de tratamento de esgoto implantado, utilizaremos
como parâmetro Von Sperling (2005), onde foi adaptada Tabela 1, para o cálculo do
custo de implantação e manutenção das lagoas do sistema de tratamento de esgoto.
Tabela 1. Referência para estimativas de custos
CUSTOS DE
DEMANDA DE CUSTOS DE
OPERAÇÃO E
SISTEMA ÁREA (m²/hab) IMPLANTAÇÃO
MANUTENÇÃO
(R$/hab)
(R$/hab.ano)
Fossa séptica +
0,2 – 0,35 80 - 130 6 - 10
filtro anaeróbico
Lagoa aerada
0,25 – 0,5 50 - 90 5-9
facultativa
Lagoa facultativa 2-4 40 - 80 2-4
Fonte: Adaptado Von Sperling (2005).
16
5000 habitantes ao dia nas dependências do UNASP.
Porém, como o UNASP se trata de um Centro Universitário, e ocorrem dois
períodos de férias ao longo do ano, sendo um no mês de julho e outro nos meses de
dezembro, janeiro e fevereiro, o número de habitantes oscila ao longo do ano, sendo
que para o período de férias no cálculo da vazão foi considerado 50% dos visitantes
e mantidos os mesmos números dos moradores permanentes, gerando um número
de habitantes totais nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e julho de 3300
habitantes.
Ainda, para o cálculo da vazão, foi considerado como referência a ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas), onde foi utilizada a NBR 13969(Figura
4).
Para o dimensionamento da vazão final do sistema de tratamento, foi
considerada uma perda de 50% da água que entra no sistema, onde essas perdas
podem ocorrer por evaporação, vazamentos, entre outros, diminuindo, portanto, a
vazão final, que será utilizada para um futuro dimensionamento para verificar qual a
capacidade que o sistema de tratamento possui para irrigar um pomar de laranja.
O cálculo da estimativa de vazão será importante para a determinação da
vazão máxima e mínima do sistema, sendo com isso, possível traçar um plano de
irrigação para a área do pomar de laranja, sendo que nos meses de menor produção
de esgoto doméstico tratado, será irrigada uma área menor, em função das férias
escolares, e, portanto, uma menor vazão do esgoto doméstico.
17
Figura 4. NBR 13969/97 (ABNT, 1997).
18
3.3 Verificações da Qualidade da Água
19
Figura 6. Parâmetros para classificação da água.
Fonte Resolução CONAMA nº 357/2005.
20
Figura 7. Parâmetros para classificação da água.
Fonte Resolução CONAMA nº 357/2005.
21
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com Von Sperling (2005), foi feita uma estimativa do custo de
implantação do projeto, onde o custo 1 foi composto pela tubulação e bombas, e o
custo 2 composto pelo sistema de tratamento (Tabela 2).
22
Fossa séptica +
0,2 – 0,35 101 - 164 7,5 – 12,62
filtro anaeróbico
Lagoa aerada
0,25 – 0,5 63 – 113,6 6,31 – 11,3
facultativa
Lagoa facultativa 2-4 52 - 101 2,5 - 5
Fonte: Adaptado de Von Sperling (2005).
Na Tabela 3, foi feito uma atualização dos custos que será utilizado como
referência para o dimensionamento do sistema de tratamento de esgoto, com base
no Índice Nacional da Construção Civil.
Além disso, para o cálculo dos custos 2, foi determinada a dimensão de cada
uma das lagoas, a área de cada uma das lagoas e quantas unidades foram
utilizadas(Tabela 4).
DEMANDA IMPLANTAÇÃO E
SISTEMA DE IMPLANTAÇÃO Custo
DE ÁREA MANUNTENÇÃO
TRATAMENTO (R$/hab) (R$)
(M²/HAB) (R$/hab.ano)
23
Fossa séptica
+ filtro 0,224 132,5 10,06 712800
anaeróbico
Lagoa aerada
0,24 88,3 8,8 485500
facultativa
Lagoa
0,12 76,5 3,75 1203750
facultativa
Custo total 2402050
Seguindo os critérios da NBR 13969/97 (NBR, 1997), foi feita uma estimativa
de vazão, onde para os ocupantes permanentes foi utilizado como referência o
padrão de ocupação médio, com contribuição de esgoto adotada de 130L/dia. Para
os ocupantes temporários, foi considerado como referência o padrão para escolas,
onde a contribuição de esgoto adotada foi de 50L/dia. Com os dados adotados como
referência, foi elaborada a Tabela 6, onde foi determinada a vazão em L/s do
sistema de tratamento total ao longo do ano.
ESGOTO ESGOTO
OCUPANTES OCUPANTES
MÊS PRODUZIDO PRODUZIDO
PERMANENTES TEMPORÁRIOS
Lhab/dia Lhab/s
Janeiro 1600 1700 293000 3,39
Fevereiro 1600 1700 293000 3,39
Março 1600 3400 378000 4,37
Abril 1600 3400 378000 4,37
Maio 1600 3400 378000 4,37
Junho 1600 3400 378000 4,37
24
Julho 1600 1700 293000 3,39
Agosto 1600 3400 378000 4,37
Setembro 1600 3400 378000 4,37
Outubro 1600 3400 378000 4,37
Novembro 1600 3400 378000 4,37
Dezembro 1600 1700 293000 3,39
25
Figura 8. Gráfico da vazão em função dos meses ao longo do ano.
26
Prestação de Serviços) na UNESP (Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho), no campus de Botucatu (Tabela 8).
27
portanto, as amostras de agosto e setembro estão dentro do padrão correto, porém,
as amostras de outubro e novembro ultrapassaram um pouco o limite, sendo inferior
a 10%, portanto, por ser um valor muito pequeno, elas serão consideradas como
dentro do padrão CONAMA 357.
- Ferro dissolvido: O limite estabelecido pelo CONAMA 357 é na ordem de 0,3
mg/L, portanto, as amostras de agosto e outubro se encontram abaixo, sendo que as
amostras de setembro e novembro se encontram acima do padrão CONAMA,
porém, como o destino dessa água é para irrigação de um pomar de laranja, e o
Ferro é um importante micronutriente para a laranja, esse será um fator benéfico
para a utilização dessa água para irrigação do pomar, porém, se encontra muito
acima do padrão CONAMA 357.
- Cloreto total: O limite estabelecido pelo CONAMA 357 é de 250 mg/L,
portanto, todas as amostras estão abaixo do limite, estando dentro dos padrões de
qualidade do CONAMA 357.
- Fluoreto total: O limite estabelecido pelo CONAMA 357 é de 1,4 mg/L,
portanto, todas as amostras estão abaixo do limite, estando dentro dos padrões de
qualidade do CONAMA 357.
- Fósforo total: O limite estabelecido pelo CONAMA 357 é de 0,1 mg/L,
portanto, todas amostras estão bem acima do limite estabelecido, porém, como o
destino é a irrigação do pomar de laranja, e o fósforo é um micronutriente muito
importante para o cultivo da laranja, esse fator passa a ser benéfico, porém, se
encontra fora dos padrões do CONAMA 357.
- Nitrato: O limite estabelecido pelo CONAMA 357 é de 10 mg/L, portanto,
todas amostras estão abaixo do limite, estando dentro dos padrões de qualidade do
CONAMA 357.
- Nitrito: O limite estabelecido pelo CONAMA 357 é de 1 mg/L, portanto, todas
amostras estão abaixo do limite, estando dentro dos padrões de qualidade do
CONAMA 357.
- Sulfato: O limite estabelecido pelo CONAMA 357 é de 250 mg/L, portanto,
todas amostras estão abaixo do limite, estando dentro dos padrões de qualidade do
CONAMA 357.
- Sulfeto: O limite estabelecido pelo CONAMA 357 quanto a esse aspecto é
de 0,002 mg/L, portanto, todas amostras estão bem acima do limite estabelecido,
porém, como o destino é a irrigação do pomar de laranja, esse fator não passa a ser
28
um entrave para a irrigação, já que o sulfeto é um gás que causa um forte odor,
estando, portanto, fora dos padrões de classificação do CONAMA 357, porém, não
afetando sua utilização na irrigação do pomar de laranja.
De acordo com as observações acima, a qualidade da água apresentada foi
reprovada em alguns parâmetros estabelecidos pela resolução do CONAMA 357,
como resíduo seco, ferro, fósforo e sulfeto.
Porém, quanto ao fósforo, por se tratar de um composto mineral importante
para a laranja, tal fato passa a ser benéfico, já que a água tratada será utilizada para
irrigação do pomar de laranja. Quanto aos sólidos totais e o sulfeto, o primeiro está
acima apenas em duas amostras, sendo que a quantidade que está acima
representa menos de 10%, não sendo um fator que inviabilize a utilização da água
para irrigação do pomar de laranja, enquanto o segundo tem impacto apenas no
odor, também não causando impactos na utilização da água no sistema de irrigação
do pomar de laranja.
No entanto, quanto às concentrações de ferro, por estarem acima da
resolução do CONAMA 357, passa a ser o caso mais extremo, em função de
possíveis entupimentos na linha de gotejamento.
As análises de 2016, foram coletadas e enviadas ao CEAQUIM (Centro de
Apoio Químico ao Ensino, à Pesquisa e de Prestação de Serviços) na UNESP
(Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho), no campus de Botucatu,
(Tabelas 9 e 10).
29
De acordo com os padrões de classificação da resolução do CONAMA
357/2005 e de acordo com os dados obtidos das análises , nota-se que:
- Cor verdadeira: O limite estabelecido pelo CONAMA 357 é de 75mg Pt/L,
portanto, a amostra 087 de 2016 está dentro do padrão de qualidade do CONAMA
357.
- Turbidez: O limite estabelecido pelo CONAMA 357 é de 100 UNT, portanto,
a amostra 087 de 2016 está dentro do padrão de qualidade do CONAMA 357.
- Resíduo Seco: O limite estabelecido pelo CONAMA 357 é de 500 mg/L,
portanto, a amostra 087 de 2016 está dentro do padrão de qualidade do CONAMA
357.
- Ferro dissolvido: O limite estabelecido pelo CONAMA 357 é na ordem de 0,3
mg/L, portanto, a amostra 087 de 2016 está dentro do padrão de qualidade do
CONAMA 357.
- Cloreto total: O limite estabelecido pelo CONAMA 357 é de 250 mg/L.
Portanto, a amostra 087 de 2016 está dentro do padrão de qualidade do CONAMA
357.
- Fluoreto total: O limite estabelecido pelo CONAMA 357 é de 1,4 mg/L,
portanto, a amostra 087 de 2016 está dentro do padrão de qualidade do CONAMA
357.
- Fósforo total: O limite estabelecido pelo CONAMA 357 é de 0,1 mg/L,
portanto, a amostra 087 de 2016 está bem acima do limite estabelecido, porém,
como o destino é a irrigação do pomar de laranja, e o fósforo é um micronutriente
muito importante para o cultivo da laranja, esse fator passa a ser benéfico, porém, se
encontra fora dos padrões do CONAMA 357.
- Nitrato: O limite estabelecido pelo CONAMA 357 é de 10 mg/L, portanto, a
amostra 087 de 2016 está dentro do padrão de qualidade do CONAMA 357.
- Nitrito: O limite estabelecido pelo CONAMA 357 é de 1 mg/L, portanto, a
amostra 087 de 2016 está dentro do padrão de qualidade do CONAMA 357.
- Sulfato: O limite estabelecido pelo CONAMA 357 é de 250 mg/L, portanto, a
amostra 087 de 2016 está dentro do padrão de qualidade do CONAMA 357.
- Sulfeto: O limite estabelecido pelo CONAMA 357 é de 0,002 mg/L, portanto,
a amostra 087 de 2016 está dentro do padrão de qualidade do CONAMA 357.
30
Tabela 10. Resultados amostra 088 de 2016.
Parâmetros Unidades Amostra 088 Parâmetros
CONAMA
Cor Pt/L 20 75
Turbidez UNT 2,46 100
Residuo Seco mg L-1 534 500
Ferro Mg L-1 0,333 0,3
Cloreto mg L-1 C 121,888 250
Sulfato mg L-1 0 250
Fluoreto mg L-1 0,134 1,4
Fosforo Total mg L-1 P 14,359 0,1
Nitrato mg L-1 0,085 10
Nitrito mg L-1 0,506 1
Sulfeto mg L-1 0,184 0,002
31
357.
- Fósforo total: O limite estabelecido pelo CONAMA 357 é de 0,1 mg/L,
portanto, a amostra 088 de 2016 está bem acima do limite estabelecido, porém,
como o destino é a irrigação do pomar de laranja, e o fósforo é um micronutriente
muito importante para o cultivo da laranja, esse fator passa a ser benéfico, porém, se
encontra fora dos padrões do CONAMA 357.
- Nitrato: O limite estabelecido pelo CONAMA 357 é de 10 mg/L, portanto, a
amostra 088 de 2016 está dentro do padrão de qualidade do CONAMA 357.
- Nitrito: O limite estabelecido pelo CONAMA 357 é de 1 mg/L, portanto, a
amostra 088 de 2016 está dentro do padrão de qualidade do CONAMA 357.
- Sulfato: O limite estabelecido pelo CONAMA 357 é de 250 mg/L, portanto, a
amostra 088 de 2016 está dentro do padrão de qualidade do CONAMA 357.
- Sulfeto: O limite estabelecido pelo CONAMA 357 é de 0,002 mg/L, portanto,
a amostra 088 de 2016 está bem acima do limite estabelecido, porém, como o
destino é a irrigação do pomar de laranja, esse fator não passa a ser um entrave
para a irrigação, já que o sulfeto é um gás que causa um forte odor, estando,
portanto, fora dos padrões de classificação do CONAMA 357, porém, não afetando
sua utilização na irrigação do pomar de laranja.
De acordo com os resultados das amostras 087 e 088 de 2016, estas foram
reprovadas em alguns quesitos, apresentando quantidades superiores às
recomendadas de acordo com a resolução do CONAMA 357, sendo a concentração
de ferro acima do recomendado, o caso mais extremo, em função de possíveis
entupimentos na linha de gotejamento.
Quanto a presença de fosfato, esse aspecto passa a representar um fator de
benefício para a utilização da água na irrigação do pomar de laranja, já que se trata
de um nutriente essencial para a produção da laranja.
Quanto à questão do resíduo seco e do sulfato, o primeiro esteve acima do
recomendado em uma quantidade muito pequena, inferior a 10%, fato que não deve
prejudicar a irrigação do pomar de laranja. Quanto ao sulfato, seu excesso quanto ao
limite recomendado não foi um valor que prejudique a utilização da água na
irrigação, sendo, portanto, a água recomendada para a irrigação do pomar de
laranja, apesar da reprovação em alguns quesitos da resolução do CONAMA 357.
Por fim, foi realizada a média anual (TABELA 11) das amostras de 2015 e
2016, que foram analisados seguindo o CONAMA 357/2005.
32
Tabela 11. Análise das médias anuais das amostras.
Parâmetros Média de resultados
Parâmetros Unidades Comparação
CONAMA 2015
Cor Pt/L 75 40 OK
Turbidez UNT 100 21,4 OK
Residuo
mg L-1 500 395,25 OK
Seco
Ferro Mg L-1 0,3 0,37 Reprovado
Cloreto mg L-1 C 250 109,9 OK
Sulfato mg L-1 250 18,63 OK
Fluoreto mg L-1 1,4 0,083 OK
Fosforo
mg L-1 P 0,1 10,31 Reprovado
Total
Nitrato mg L-1 10 0,7 OK
Nitrito mg L-1 1 0,35 OK
Sulfeto mg L-1 0,002 0,74 Reprovado
Parâmetros Média de resultados
Parâmetros Unidades Comparação
CONAMA 2016
Cor Pt/L 75 10 OK
Turbidez UNT 100 1,29 OK
Residuo
mg L-1 500 368,5 OK
Seco
Ferro Mg L-1 0,3 0,181 OK
Cloreto mg L-1 C 250 61,0125 OK
Sulfato mg L-1 250 0 OK
Fluoreto mg L-1 1,4 0,067 OK
Fosforo
mg L-1 P 0,1 8,12 Reprovado
Total
Nitrato mg L-1 10 0,1195 OK
Nitrito mg L-1 1 0,296 OK
Sulfeto mg L-1 0,002 0,092 Reprovado
Na figura acima, segue a média anual dos anos 2015 e 2016, onde na média
anual de 2015 ocorreu excesso de ferro, fósforo e sulfeto, comparando com o
CONAMA 357/2005, porém nada que inviabilize a aplicação do efluente de esgoto
doméstico na irrigação da laranja. Quanto as médias das análises de 2016, ocorreu
excesso apenas de fósforo e sulfeto, sendo aceitáveis os níveis de ferro,
apresentando uma melhora no sistema quanto a esse aspecto, de 2015 para 2016,
de acordo com o CONAMA 357/2005.
33
5. CONCLUSÃO
34
aeradores;
Realizar a limpeza das lagoas facultativas com uma maior frequência, para
evitar a proliferação das plantas aquáticas, e aumentar a infiltração da
radiação solar;
Incorporação de mais lagoas facultativas, para melhorar o tratamento da água
e consequentemente a qualidade da água;
Incorporar mais um filtro antes da linha de irrigação para diminuir a
concentração dos poluentes que estão inviabilizando a utilização da água pela
resolução CONAMA 357/2005;
35
6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARREDA, F. G.; LEGAZ, F.; PRIMO, E.; LORENZO, E.; IBAÑEZ, R.; TORRES, V.
Irrigation of young W. navel cv. Frost Trees. In: INTERNATIONAL CITRUS
CONGRESS, 5., 1984, São Paulo. Proceedings… [S.l.]: International Society of
Citriculture, 1984. v. 1, p. 121-124.
36
COHEN, A.; GOELL, A. Using the ‘graduated irrigation’ experimental mode for
determining optimal irrigation requirements of citrus trees. In: INTERNATIONAL
CITRUS CONGRESS, 6., 1988, Tel Aviv.Proceedings… Weikersheim: Margraf,
1988. p. 753-761.
CROOK, J. Water reclamation and reuse criteria. In: ASANO, Takashi. Water
quality management library – Volume 10/Wastewater reclamation and reuse.
Pennsylvania, USA: Technomic Publication, 1998.
37
JORDÃO, E. P.; PESSÔA, C. A. Tratamento de Esgotos Domésticos. 5. ed. Rio
de Janeiro: ABES, 2009.
LUBELLO, C.; Gori, R.; Incise, F. P.; Ferrini, F. Municipal-treated wastewater reuse
for plant nurseries irrigation. Water Research, v.38, p.2939-2947, 2004.
PESCOD, M.B. Wastewater treatment and use in agriculture. Roma: FAO. 1992.
38
SANTOS, R. F.; Matsura, E.E. ; SANTOS, R. K. . Implicações do reuso de efluente
de esgoto doméstico tradado na irrigação agrícola. Acta Iguazu, v. 4, p. 70-86,
2015.
39
40