Sistema de Reaproveitamento de Agua Da Chuva Votorantim

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UNIVERSIDADE DE SOROCABA

PR-REITORIA DE PS-GRADUAO E PESQUISA


PROGRAMA DE PS-GRADUAO LATO SENSU










Andra Teixeira de Lima Franceschini








SISTEMA RESIDENCIAL DE APROVEITAMENTO DA GUA DE CHUVA
PARA FINS NO POTVEIS EM VOTORANTIM : AVALIAO DE
PARMETROS DE QUALIDADE E EFICINCIA.
















Sorocaba/SP
2009
Andra Teixeira de Lima Franceschini








SISTEMA RESIDENCIAL DE APROVEITAMENTO DA GUA DE CHUVA
PARA FINS NO POTVEIS EM VOTORANTIM : AVALIAO DE
PARMETROS DE QUALIDADE E EFICINCIA.














Trabalho de concluso de Curso
apresentado como exigncia parcial para
obteno do certificado de Especialista em
Saneamento Ambiental, da Universidade
de Sorocaba.


Orientadora: Prof. Dra. Marcela Pellegrini
Peanha







Sorocaba/SP
2009








































Dedico este trabalho a meu marido e meus filhos
que tantas vezes se privaram de minha
companhia para que eu pudesse realizar esse
sonho.
AGRADECIMENTOS

Agradeo a Deus pelo dom da vida e por Me iluminar e Estar sempre ao meu
lado no deixando que eu desistisse diante das dificuldades.
Agradeo ao meu marido Valter por todo apoio, principalmente com relao
aos nossos filhos e por todo amor e compreenso.
Agradeo aos meus queridos filhos Eduardo e Andr, porque para que eles
tenham um mundo melhor para viver que esta e outras pesquisas sero feitas.
Agradeo a meus queridos pais que permitiram que eu conclusse meu estudo
superior de Engenharia e me deram suporte para a realizao da minha ps-graduao.
Agradeo a minha querida irm Adriana que sempre me incentivou a continuar
estudando.
Agradeo a minha querida sogra Magaly pelo apoio, por acreditar em minha
capacidade e sempre me incentivar a realizar meus sonhos.
Agradeo a minha orientadora Dra. Marcela pessoa especial com muitos
talentos, trs dos quais posso citar: grande profissional, professora querida e me
dedicada, por todo carinho, pacincia e dedicao dispensados minha pessoa durante
a elaborao deste trabalho.
Agradeo de forma especial ao Dr. Plnio Tomaz, o qual sempre me
incentivou, enviando-me um nmero enorme de estudos relativos ao aproveitamento
de gua de chuva.
Agradeo ao Servio Autnomo de gua e Esgoto de Votorantim, o qual
permitiu a realizao das anlises fsico-qumica e microbiolgica da gua.
Agradeo a todos os profissionais da Estao de Tratamento de Esgoto de
Votorantim - unidade Votocel, biloga Andra, operadora Andra e em especial
ao Sr. Jos Francisco Pontes, qumico, que realizou as anlises fsico-qumicas das
amostras de gua; da Estao de Tratamento de gua de Votorantim ETA Central:
ao qumico Sr. Paulo Madazio e em especial ao Sr. Jos R. da Costa Gouvea, tcnico
qumico, que realizou a maioria das anlises microbilogicas das amostras de gua.
Agradeo em especial ao Eng Sr. Achilles Bonin Mangullo, coordenador do
NUPLAN Ncleo de Planejamento Urbano da Prefeitura de Sorocaba, meu mestre e
parceiro de longas datas.
Agradeo ao Comit de Bacias dos Rios Sorocaba e Mdio Tiet, em especial
Jussara Lima Carvalho, pessoa sempre gentil e carinhosa e tambm nossa professora
no curso de ps-graduao.
Agradeo ao Arquiteto Beto Caiuby, que desde o incio se encantou com minha
pesquisa e se ps disposio para minha inteirao com a equipe que participou do
projeto e execuo do sistema, objeto deste estudo.
Agradeo em especial a Sra. Ana Lcia Paneguini, proprietria da residncia
onde se localiza o sistema, objeto deste estudo, e a toda sua famlia que gentilmente
me acolheram durante todo o perodo que se fez necessrio.
Agradeo ao Eng Ricardo Jacob, que projetou o sistema objeto deste estudo, e
disponibilizou os detalhes tcnicos do mesmo.
Agradeo ao Sr. Vanderlei, que pacientemente me auxiliou durante as coletas
realizadas.
Agradeo ao Prof. Dr. Nobel Penteado de Freitas, coordenador de nosso curso
de Saneamento Ambiental, que sempre se mostrou solcito aos anseios e necessidades
da nossa turma.
Agradeo a todos os professores do meu curso de ps-graduao, porque foram
eles que de algum modo plantaram em meu corao o verdadeiro amor pelo meio-
ambiente.
Agradeo ao professor Silvio Toledo, que foi o responsvel pela determinao
dos tipos de anlises e mtodos utilizados neste trabalho.
Agradeo professora Claudete Bolino que sempre me incentivou e apoiou
neste trabalho.
Agradeo a Maria Fabiana Fernandes do Laboratrio de Farmcia, pela
colaborao com a esterilizao da vidraria necessria para as coletas.
Agradeo a minha grande amiga de turma Roseli Gomes Nogueira, a qual
possibilitou o contato com todos os profissionais do SAAE de Votorantim.
Agradeo a todos os colegas de turma: Roseli, Cllia, Thiago, Marcos,
Fernando, Lus, Everton, Wilson e Ronaldo, que enriqueceram nosso curso com suas
experincias pessoais.











































No entregues tua alma tristeza,
No atormentes a ti mesmo em teus pensamentos.
A alegria do corao a vida do homem,
E um inesgotvel tesouro de santidade.
A alegria do homem torna mais longa a sua vida.
Eclesistico 30,22-23.

RESUMO


A gua fundamental para a manuteno da vida, razo pela qual a torna um
precioso bem para todos os seres vivos.
Sua disponibilidade limitada, o que vem incentivando cada vez mais o
desenvolvimento de alternativas para o melhor aproveitamento desse insumo.
Uma dessas alternativas est nos sistemas de aproveitamento de gua de chuva,
os quais j eram utilizados por nossos antepassados.
O presente trabalho foi desenvolvido no municpio de Votorantim So Paulo,
onde foi feita a anlise de um sistema de aproveitamento de gua de chuva em
funcionamento numa residncia local.
Amostras de uma mesma precipitao foram colhidas em dois pontos
diferentes do sistema durante aproximadamente dois meses e foram feitas anlises dos
parmetros fsicos, qumicos e microbiolgicos da gua captada.
Atravs da comparao dos resultados das anlises com as legislaes
pertinentes conseguiu-se caracterizar qualitativamente a gua e apontar possveis
falhas existentes no sistema.















SUMRIO

1.INTRODUO ..................................................................................................................01

2.OBJETIVOS .......................................................................................................................03
2.1.Objetivo Geral ..............................................................................................................03
2.2.Objetivos Especficos ...................................................................................................03

3.REVISO BIBLIOGRFICA ..........................................................................................04
3.1.A gua e o Planeta .......................................................................................................04
3.2.Usos da gua e Qualidade Requerida ..........................................................................06
3.3. Doenas de veiculao hdrica ...................................................................................09
3.4. Sistemas de Aproveitamento de gua de chuva .........................................................11

4.METODOLOGIA .............................................................................................................22
4.1.Caracterizao do Comportamento Climtico da Regio em Estudo .........................22
4.2.Descrio do Sistema ..................................................................................................24
4.3.Coleta e Processamento das Amostras ........................................................................27

5.RESULTADOS..................................................................................................................30
5.1. Parmetros fsicos-qumicos e microbiolgicos .........................................................30
5.2. Fatos relevantes ocorridos ..........................................................................................32

6.DISCUSSO .....................................................................................................................34

7.CONSIDERAES FINAIS ............................................................................................36

REFERNCIAS ...................................................................................................................38





1. INTRODUO

A gua a base da vida, sem ela a vida na Terra pode deixar de existir. Apesar
de 71% de toda superfcie terrestre ser recoberta por gua, 1,5 bilhes de pessoas no
tem acesso gua potvel e essa situao tende a piorar com o crescimento
populacional global: nos prximos 20 anos, as habitaes consumiro 80% mais gua
de acordo com recente artigo publicado pelo United Nations Environment Programme.
(Keeping The Blue Planet Green, 2009)
Anualmente quase 4000 km de gua doce so consumidos, o que equivale
aproximadamente 1700 litros dirios em mdia por pessoa, porm o volume total de
gua doce no mundo constante enquanto que a quantidade de gua consumida
anualmente cresceu de 579 km em 1900 para 3,973 km em 2000. Atravs da chuva
fornecido em mdia a cada pessoa cerca de 7000 m de gua doce, mas essa gua
distribuda de modo no uniforme. (CLARKE; KING, 2005)
No Brasil a relao disponibilidade hdrica - demanda varivel, as regies
hidrogrficas: Amaznica, Paraguai, Tocantins-Araguaia e Atlntico Nordeste
Ocidental possuem situaes bastante confortveis quanto demanda /
disponibilidade, com seus principais mais 88% dos seus rios classificados como
excelente e confortvel. As regies hidrogrficas: Atlntico Nordeste Oriental
possui 91% de seus principais rios classificados com situao muito crtica,
crtica, e preocupante; Atlntico Leste, possui 70%; Atlntico Sul, 59%; e So
Francisco, 44%. (AGNCIA NACIONAL DE GUAS, 2009)
Nas regies hidrogrficas: do rio So Francisco, do Parnaba, Atlntico
Nordeste Oriental, Atlntico Leste e uma poro do Tocantins-Araguaia, pertencentes
regio do semi-rido nordestino, apresentam uma concentrao de ocorrncia dos
eventos de seca. (AGNCIA NACIONAL DE GUAS, 2009)
No Brasil as regies ridas e semi-ridas no so as nicas a apresentar escassez
de gua, muitas reas onde os recursos hdricos so abundantes, mas insuficientes para
atender a demandas excessivamente elevadas, sofrem conflitos de usos e restries de
consumo que afetam o desenvolvimento econmico e a qualidade de vida.
(Conservao e Reuso de gua em edificaes, 2007)


Para restabelecer o equilbrio entre oferta e a demanda de gua, mtodos e
sistemas alternativos modernos devem ser desenvolvidos e aplicados. Nesse sentido,
reso, reciclagem, gesto da demanda, entre outras, so prticas de relevante
importncia. A utilizao de fontes alternativas de gua uma importante medida de
racionalizao, por exemplo: a eliminao ou a reduo extrema de gua potvel como
meio de transporte para os dejetos humanos reduz de modo eficaz o consumo de gua.
( Uso Racional de gua em Edificaes, 2006)
Uma das fontes alternativas de gua a gua de chuva, que tem sido usada em
diversos pases como Japo, Alemanha, Repblica de Singapura entre outros. Em
Hamburgo, na Alemanha, que foi o primeiro estado alemo a instalar sistemas de
aproveitamento de guas de chuva (1988) dado cerca de US$1.500,00 a
US$2.000,00 a quem aproveitar a gua de chuva. (TOMAZ, 2003)
Diferentemente de outros pases, a prtica de aproveitamento da gua de chuva
no Brasil no acompanhou o desenvolvimento do pas, ganhando destaque somente
nas ltimas dcadas, principalmente na regio do semi-rido nordestino, como o caso
do recente programa institudo em 2004 pelo governo federal: (P1MC) o programa 1
milho de cisternas. ( Uso Racional de gua em Edificaes, 2006)
O aproveitamento de gua de chuva pode ser utilizado desde que haja controle
de qualidade da gua e a verificao da necessidade de tratamento especfico da
mesma, para assim no haver o comprometimento da sade de seus usurios nem da
vida til dos sistemas envolvidos.
Para que o aproveitamento da gua da chuva seja seguro, necessrio
estabelecer os padres de qualidade que a mesma deve atender, e estes padres sendo
devem estar de acordo com os usos da gua. (Conservao e Reuso de gua em
edificaes, 2007)
Este trabalho foi realizado no municpio de Votorantim, em uma residncia
unifamiliar que possui sistema de aproveitamento de gua de chuva instalado e em
funcionamento. Durante aproximadamente dois meses foram feitas semanalmente
coletas em pontos distintos do sistema para posterior anlise fsico-qumica e
microbiolgica das amostras da gua de chuva coletada.
Atravs dos resultados obtidos pode-se avaliar a os parmetros de qualidade da
gua de chuva e sua relao com a eficincia do sistema, alm de verificar o
atendimento s exigncias da norma de gua de chuva: NBR- 15527:2007.

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Avaliar sistema residencial de aproveitamento de gua de chuva quanto a
parmetros de qualidade da gua e eficincia do sistema.


2.2. Objetivos Especficos

Atravs da observao direta do sistema de aproveitamento de gua de chuva
em estudo, analisar as principais partes que integram o sistema de aproveitamento de
gua de chuva (rea de captao, componentes de transporte: calhas e condutores, e
reservatrio).
Determinar as caractersticas fsico-qumicas e microbiolgicas da gua.
Analisar os resultados obtidos nas anlises e verificar seu atendimento aos
limites estabelecidos na ABNT - NBR 15527:2007 e a possvel relao com eficincia
do sistema.
Buscar possveis variveis que possam afetar significativamente aos
parmetros de qualidade da gua de chuva.














3. REVISO BIBLIOGRFICA

3.1. gua e o Planeta

cedio que a gua essencial vida. No h vida onde no h gua. No
passado, assim como no presente, as civilizaes sempre dependeram de gua doce
para sua sobrevivncia e desenvolvimento econmico (TUNDISI, 2003).
Nosso planeta contm um volume fixo de aproximadamente 1,3 bilhes de km
de gua. Deste volume 97,5% gua salgada e 2,5% gua doce, sendo que cerca de
2/3 esto contidos em geleiras, neves, gelos e subsolos congelados; logo indisponvel
ao homem. Menos de 1/3 da gua doce est disponvel e de fcil acesso estando nas
guas superficiais como rios, lagos, umidade do solo e do ar, zonas midas, plantas,
animais e aqferos subterrneos (CLARKE; KING, 2005).

As guas no Mundo
97,50%
2,50%
gua doce gua salgada
Fontes de gua doce
0,40%
30,10%
69,50%
disponvel: lagos, rios, plantas, umidade do solo e do ar,
zonas midas e animais
guas de subsolo
geleiras, neves, gelos e subsolos congelados

Figura 1 : Disponibilidade dos Recursos Hdricos no Mundo
Fonte: CLARKE; KING, 2005


A distribuio no mundo dessa pequena frao de gua doce e de fcil acesso
irregular, seja devido a fatores geogrficos, demogrficos, hidrogrficos, geolgicos,
climticos, entre outros.
Segundo a Agncia Nacional das guas - ANA, em um dos Componentes da
Srie de Relatrios sobre o Estado e Perspectivas do Meio Ambiente no Brasil - GEO
BRASIL (2007) a distribuio da gua doce superficial no mundo ocorre da seguinte
forma: as Amricas possuem 46% do total (12% pertence ao Brasil), a Europa 7%, a
Austrlia e Oceania 6%, a sia 32%, a frica 9% .
Os recursos hdricos renovveis internos podem ser classificados em vazes
anuais per capta. Atravs dessa classificao verifica-se que mais de um tero da
populao mundial no dispe de gua.

Classificao dos Recursos Hdricos no ano 2000
7,80%
24,50%
34,70%
16,70%
16,30%
escassez de gua: < 1000 m/pessoa
gua no limite: 1000-1699 m/pessoa
insuficincia hdrica:1700-2999
m/pessoa
suficincia relativa: 3000-9999
m/pessoa
abundncia de suprimento:10000 ou
mais m/pessoa

Figura 2 : Classificao dos Recursos Hdricos
Fonte: CLARKE; KING, 2005.


O Brasil se encontra em posio privilegiada, sendo considerado rico em
termos de vazo mdia por habitante, porm essa vazo apresenta uma grande
variao temporal e espacial. (GEO Brasil, 2007)
Um exemplo da variao de vazo mdia por habitante ocorre no semi-rido
brasileiro caracterizado pela escassez de recursos hdricos, com precipitao mdia
anual de 900 mm, chegando prxima a 400 mm no interior da Paraba. (GEO Brasil,
2007)
Outro exemplo dessa variao encontra-se na Regio Hidrogrfica Amaznica
a qual detm 74% dos recursos hdricos superficiais para suprir apenas 5% da
populao brasileira que nela se concentra. (GEO Brasil, 2007)
Assim tambm ocorre com a Regio Sudeste, onde se localiza 42,73% da
populao brasileira para abastecer com somente 6,0% dos recursos hdricos
superficiais que possui. (MACDO, 2007)



3.2. Usos da gua e Qualidade Requerida

A gua possui mltiplos usos, dos quais podemos citar: agricultura,
abastecimento pblico, usos industriais diversificados, transporte e navegao,
recreao, turismo, minerao, hidroeletricidade, pesca e aquacultura.(TUNDISI,
2003).
Dentre os usos da gua, a agricultura e a criao de animais so as atividades
que mais consomem gua, representando algo em torno de 70% de toda a gua
utilizada no mundo. (HAYDEN, 2007)
No Brasil o uso da gua com ndice mais alto a irrigao agrcola, sendo 69%
do consumo de gua destinado a essa finalidade. O uso para abastecimento urbano
representa 11%, o consumo animal 11%, o consumo industrial 7% e o abastecimento
rural 2%. (BRAGA; 2008)
O uso para consumo residencial (residncias unifamiliares e edifcios
multifamiliares) pode constituir mais que a metade do consumo total de gua nas reas
urbanas. ( Uso Racional de gua em Edificaes, 2006)
A gua para uso domstico pode ser utilizada em diferentes utilizaes: para
bebida, preparo de alimentos, lavagem de roupas, higiene pessoal, limpeza em geral,
rega de jardins, piscinas, lavagem de carros, etc. ( TSUTIYA, 2006)
O consumo domstico de gua varia muito conforme o pas em estudo. O
padro tpico em um pas industrializado no ano de 2003 o seguinte: 30% descarga
em vaso sanitrio, 5% limpeza, 10% cozinha e gua de beber, 20% lavagem de roupa e
35% higiene pessoal. (CLARKE; KING, 2005)
Vrios estudos foram feitos para se estimar o consumo da gua de acordo com
suas utilizaes. Em um deles o consumo de gua se distribui da seguinte maneira:

Tabela 1 Mdia de consumo de gua interno de uma casa nos Estados Unidos
Tipos de uso da gua Porcentagem
Descargas na bacia sanitria 27%
Chuveiro 17%
Lavagem de Roupa 22%
Vazamentos em geral 14%
Lavagem de pratos 2%
Consumo nas torneiras 16%
Outros 2%
Total 100%
Fonte:Amy Vickers,2001 apud Tomaz,2003
Cada uso est associado a uma qualidade de gua requerida, quanto mais nobre
o uso maior a qualidade da gua requerida. Como exemplo de uso nobre cita-se o
abastecimento de gua domstico, e como uso menos nobre a diluio de despejos.
(SPERLING, 2005)
Segundo Sperling (2005) a relao entre os requisitos de qualidade e alguns
usos da gua ocorre conforme tabela abaixo:

Tabela 2 Relao entre usos de gua e qualidade requerida

Uso Geral Uso Especfico Qualidade Requerida
Abastecimento
de
gua
Domstico
-isenta de substncias qumicas
prejudiciais sade
-isenta de organismos prejudiciais
sade
-adequada para servios
domsticos
-baixa agressividade e dureza
-esteticamente agradvel (baixa
turbidez, cor, sabor e odor,
ausncia de macroorganismos)
Irrigao Plantaes exceto hortalias
e produtos ingeridos crus ou
com casca
-isenta de substncias qumicas
prejudiciais ao solo e s plantaes
-salinidade no excessiva
Recreao e
Lazer
Contato primrio ( contato
direto com o meio lquido,
ex: natao, etc.)




Contato secundrio( no h
contato direto com o meio
lquido, ex: pesca,
navegao, etc.)
- isenta de substncias qumicas
prejudiciais sade
-isenta de organismos prejudiciais
sade
- baixos teores de slidos em
suspenso e leos e graxas

-aparncia agradvel

Fonte: SPERLING, 2005

Apesar do abastecimento residencial de gua exigir uma qualidade de gua
alta, no so todas as atividades domsticas que necessitam de gua potvel.
Segundo Terpstra (1999 apud Uso Racional de gua em Edificaes, 2006) a
gua para consumo humano possui usos potveis e no potveis. Os usos potveis so:
higiene pessoal, para beber e preparao de alimentos e os usos no potveis so:
lavagem de roupas, carros, irrigao de jardins, descarga de vasos sanitrios, piscinas,
etc.
Nas atividades onde no se exigem necessariamente o uso de gua potvel,
podem-se utilizar fontes alternativas de gua, dentre as quais podemos citar o
aproveitamento de guas pluviais e o reuso de guas cinza.
Um exemplo da melhor utilizao da gua visto no Aeroporto de Frankfurt,
onde seu telhado coleta 1,6 milhes de litros de gua de chuva por ano que utilizado
para limpeza, jardinagem e descarga dos vasos sanitrios. (CLARKE; KING, 2005)
Outro exemplo ocorreu na China, em sua Regio Semi-rida. Atravs do
Programa: Providenciando gua para uso humano e para animais, desenvolvendo a
economia agricultural e melhorando o meio ambiente atravs do uso da gua de
chuva, denominado Programa 1-2-1, foram construdas 2.500.000 cisternas de gua at
o final de 2004, somente no Estado de Gansu. (GNADLINGER, 2004)
O aproveitamento de guas pluviais como fonte alternativa de suprimento de
gua requer gesto qualitativa e quantitativa da mesma.
A qualidade da gua normalmente representada por parmetros que traduzem
suas principais caractersticas fsicas, qumicas e biolgicas.( SPERLING, 2005)
Os parmetros das caractersticas fsicas da gua so: Cor, Sabor e Odor,
Turbidez e Temperatura. Os parmetros das caractersticas qumicas so: pH,
Alcalinidade, Acidez, Dureza, Ferro e Mangans, Cloretos, Nitrognio, Fsforo,
Oxignio Dissolvido, Demanda Bioqumica de Oxignio, Demanda Qumica de
Oxignio, Micropulentes Orgnicos e Micropulentes Inorgnicos. Quanto s
caractersticas microbiolgicas devem-se analisar os seguintes parmetros: organismos
indicadores de carga orgnica e de contaminao fecal e algas. (SPERLING, 2005)
De acordo com a publicao Conservao e Reuso de gua em edificaes
(2005), as caractersticas da gua de chuva coletada e armazenada segundo pesquisa
realizada na Universidade de So Paulo so as seguintes:

Propriedades de gua mole;
pH entre 5,8 e 7,6;
DBO5,20 : menor que 10;
Presena de bactrias como:
Coliformes fecais em mais de 98% das amostras realizadas;
Clostrdio sulfito redutor (91% das amostras)
Enterococos (98% das amostras)
Pseudomonas (em 17% das amostras)
Os clostrdios conforme suas espcies podem causar infeco alimentar,
gangrena gasosa, ttano, botulismo, entre outros; os enterococos podem causar
infeces do trato urinrio e a espcie Enterococcus faecalis se tornou um dos agentes
mais importantes da infeco hospitar; as pseudomonas podem causar vrios tipos de
infeces: do trato respiratrio superior (otites externas, sinusite, conjutivite); do trato
respiratrio inferior (pneumonia); infeces superficiais ( foliculite, necrose,
gangrena) ; trato urinrio; etc. (TRABULSI,2008)
Logo se evidencia que a gua de chuva pode ser utilizada desde que sua
qualidade seja controlada e seja verificada a necessidade de tratamento especfico de
tal modo que no seja comprometida a sade de seus usurios nem a vida til do
sistema.
Segundo Yagamata (2002, apud TOMAZ, 2008) a regio metropolitana de
Tquio estabeleceu algumas regras para o uso de gua pluvial em seu ponto de uso
que normalmente a bacia sanitria. As exigncias so as seguintes: valores de pH
entre 5,8 e 8,6; cloro residual 0,5 mg/L; Coliformes Totais 1000 /100 mL e
Slidos em Suspenso 30 mg/L, sendo que o limite de Coliformes o mesmo
utilizado para s guas de banhos pblicos em piscinas.


3.3. Doenas de veiculao hdrica

Nos pases em desenvolvimento 80% das doenas so disseminadas pela gua.
A gua contaminada responsvel por 1,7 milhes de mortes a cada ano, o que
equivale queda de dez avies Jumbo todos os dias, sendo 90% das passageiras
crianas. ( CLARKE; KING, 2005)
A contaminao fecal a origem da maioria das doenas onde a gua seu
meio de veculo. As principais doenas encontram-se na tabela abaixo:







Tabela 3: Doenas transmitidas e veiculadas pela gua

Doenas transmitidas por veiculao hdrica
Doena Agente infeccioso Tipo de organismo
Clera Vibrio cholerae Bactria
Disenteria Shigella dysenteriae Bactria
Enterite Clostridium perfringens
ou outra bactria
Bactria
Febre tifide Salmonella Typhi Bactria
Hepatite Infecciosa Hepatovrus, Hepevrus Vrus
Poliomelite Enterovrus Vrus
Criptosporidiose Cryptosporidium Protozorio
Desinteria amebiana Entamoeba hystolitica Protozorio
Esquistossomose Schistosoma sp. Verme
Ancilostomase Ancylostoma sp. Verme
Malria
Febre amarela
Dengue
Plasmodium
Flavivrus
Flavivrus
Protozorio
Vrus
Vrus
Fontes: RAVEN et al (1998 apud TUNDISI, 2003); TRABULSI, 2008; TORTORA, 2005


As doenas de veiculao hdrica propriamente dita so aquelas causadas pela
ingesto do agente patognico juntamente com a gua. Tambm se relacionam gua
as doenas passveis de serem transmitidas durante as atividades de higiene pessoal
atravs do contato com a gua contaminada. (Processos de Desinfeco e
Desinfetantes Alternativos na Produo de gua Potvel, 2001)
Segundo Macdo (2007) a gua serve de veculo para transmisso de uma srie
de doenas que so resultantes da ingesto de gua contaminada ou do emprego de
gua poluda para irrigao, pesca e recreao.
Dentre os vrios tipos de agentes patognicos encontrados na gua, alguns
tipos merecem maior ateno devido sua capacidade de induzir infeces externas no
corpo pelo simples contato com a gua contaminada. Um exemplo desse tipo a
Pseudomonas aeruginosa que altamente resistente ao tratamento habitual de guas
recreacionais. Segundo pesquisas recentes ficou evidenciado a relao entre a presena
de Pseudomonas aeruginosa nas guas de piscinas e a alta incidncia de otite externa
nos nadadores. (LEITO, HAGLER et al.,1988 apud MACEDO, 2007).
A Giardia lamblia um protozorio patognico encontrado na gua. Sua
transmisso pode ocorrer pela ingesto de gua contaminada proveniente de gua de
piscina, fontes, banheiras e reservatrios de gua contaminados por fezes de animais
e/ou seres humanos infectados. um agente patognico resistente s concentraes de
cloro utilizadas para tratamento de gua e no meio ambiente pode sobreviver por
meses na gua fria. ( MACEDO, 2007).
Outro protozorio patognico encontrado na gua o Cryptosporidium
parvum. Ele um parasito intracelular intestinal o qual possui uma camada protetora
que permite sua sobrevivncia fora do hospedeiro por muito tempo, alm de proteg-lo
contra a ao de desinfetantes. Sua transmisso ocorre pela gua de piscinas, fontes,
banheiras e outros reservatrios de gua que possam estar contaminados com fezes de
animais e/ou seres humanos infectados. (BEL, et al., 1999; BLACK, et al., 1996 apud
MACEDO, 2007)
A Escherichia coli um microorganismo encontrado na gua e usada como
indicao de contaminao fecal da gua devido a ela ser constante no intestino
humano e de animais de sangue quente e ser abundante nas fezes dos mesmos (95%
dos coliformes presentes nas fezes so E. coli). A Escherichia coli faz parte de um
grupo de microorganismos denominados Coliformes, que inclui os gneros
Enterobacter, Klebsiella e Citrobacter. (SILVA FILHO, 2007)
Enfim, so inmeros os microorganismos patognicos que podem ser
transmitidos pela gua, por essa razo a qualidade microbiolgica da gua decisiva
sobre os possveis usos da gua (irrigao de lavouras, recreao, criao de animais,
etc). (SILVA FILHO, 2007)

3.4. Sistemas de Aproveitamento de gua de chuva

Os sistemas residenciais de aproveitamento de gua de chuva variam conforme
o grau de complexidade. Entre os extremos dessa complexidade, temos o sistema
tpico formado basicamente pelos componentes da coleta superfcial: rea de captao
(telhado); calhas e condutores; reservatrio de acumulao. Alm desses componentes
h equipamentos perifricos que podem ser adicionados como o sistema de first-flush
que separa as primeiras guas sujas do telhado; equipamento de filtrao e cmara de
sedimentao que remove contaminantes e sujeiras antes do seu armazenamento na
cisterna.

Figura 3: Sistema Tpico de aproveitamento de gua de chuva
Fonte: www. eng.warwick.ac.uk/DTU/

rea de captao: Geralmente o telhado da residncia ou edifcio. De
acordo com o uso final da gua de chuva e de seu posterior tratamento, as reas de
captao podem ser superfcies impermeabilizadas tais como: ptios, caladas e
estacionamentos. ( MAY, 2004)
Os materiais mais comuns usados no telhado so: cermica, plstico, concreto
armado, ferro galvanizado, zinco, fibrocimento, etc. ( PLINIO, 2003)
A quantidade de gua de chuva que pode ser coletada est relacionada a trs
fatores: rea de captao, a precipitao atmosfrica do local e ao coeficiente de
Runoff ( quociente entre a gua que escoa superficialmente pelo total da gua
precipitada). ( MAY, 2004)
Na rea de captao, o tipo de textura do telhado em parte responsvel pela
quantidade de gua de chuva captada, sendo que quanto mais lisa a textura melhor. Por
esse motivo as telhas metlicas so comumente usadas, j as telhas de barro e de
concreto so muito porosas, o que possibilita perdas devidas textura, escoamento
ineficiente e evaporao. (The Texas Manual on Rainwater Harvesting, 2005)
Outro ponto negativo das telhas de barro ou de cimento que sua superfcie
colorida se oxida pelo desgaste natural dos agentes atmosfricos, fazendo assim com
que essa camada oxidada caia lentamente com a lavagem do telhado pela chuva e v
para a cisterna tornando a gua colorida. ( CUNLIFFE, 1998)
As telhas que tem um coeficiente de Runoff maior so as que
preferencialmente devem ser utilizadas nos sistemas de aproveitamento de gua de
chuva. (Uso Racional da gua em Edificaes, 2006)


Calhas e Condutores: As calhas e os condutores pluviais sob o ponto de
vista da engenharia so condutos livres tambm denominados canais, pois em pelo
menos um ponto de sua seo de escoamento esto sujeitos presso atmosfrica.
Esses condutos que conduzem gua com uma superfcie livre podem ter seo fechada
( ex: condutores) ou aberta ( ex: calhas). (AZEVEDO NETTO, 1998)
As calhas coletam as guas de chuva que caem sobre o telhado e as conduzem
aos condutores verticais que iro transport-las at a parte inferior das edificaes.
As sees das calhas podem ser de formas variadas ( retangular, U, V,
circular, semicircular, etc ) e confeccionadas com diferentes materiais, dos quais
podemos citar: chapas de ao galvanizado, folhas-de-flandres, chapas de cobre, PVC
rgido, fibra de vidro, concreto ou alvenaria. (CARVALHO JUNIOR, 2007)
Os condutores verticais so compostos por tubos e conexes que podem ser dos
seguintes materiais: PVC rgido, ferro fundido, fibrocimento, fibra de vidro, ao
galvanizado, cobre, chapas de ao galvanizado ou de cobre, ao inoxidvel, folhas de
flandres, alumnio ou fibra de vidro. ( ABNT NBR 10844, 1989)


Figura 4: Tipos de calhas
Fonte: WORM; HATTUM, 2006


De acordo com a ABNT NBR 10844 (1989), as calhas podem ser, conforme
suas localizaes, divididas em trs tipos: calha de gua-furtada ( instalada na linha de
gua-furtada do telhado), de beiral ( instalada no beiral da cobertura) e de platibanda (
instalada na linha de encontro da cobertura com a platibanda).
Alguns fatores influenciam na eficincia das calhas de beiral ou de platibanda.
Dentre eles esto a interao calha-condutor ( condio hidrulica de insero da gua
no condutor) e a distncia da tomada de gua do condutor ao incio ou mudana de
direo da calha, sendo que este ltimo pode reduzir a capacidade de escoamento em
at 17%. (GNIPPER, 2009)
Outro fator que compromete a eficincia das calhas a ocorrncia de deposio
de folhas, gravetos e materiais grosseiros que podem ocasionar entupimentos. Segundo
a ABNT NBR 15527 devem ser instalados dispositivos para a remoo de detritos,
podendo ser telas ou grades. Esses dispositivos podem variar bastante, tanto em
localizao quanto em tipo, estando alguns ilustrados abaixo:




Fonte: WATERFALL Fonte: Adaptado do Guide for Texas Haversting
(2002 apud MAY, 2004) (1997 apud Uso Racional da gua em Edificaes, 2006)

Figura 5: Dispositivos de remoo de detritos


Sistema de Descarte do Escoamento Inicial:
Conforme artigo da Revista Tchne, estudos mostram a presena nas
coberturas das edificaes de materiais grosseiros como folhas, gravetos, sementes,
slidos suspensos e dissolvidos originados de fezes de pssaros, gatos e roedores, alm
de material particulado fino sedimentado. H ainda a presena de microrganismos
patognicos presentes em guas de coberturas. (ALVES, W.C.; ZANELLA, L.;
SANTOS, M. F. L., 2008)
A gua de chuva ao passar pela atmosfera e pela superfcie de captao
(coberturas ou superfcies de solo) faz uma lavagem das mesmas, se tornando assim
uma gua mais poluda. (Uso Racional da gua em Edificaes, 2006)
O descarte das primeiras guas escoadas das coberturas altamente
recomendado segundo pesquisas em cursos no Instituto de Pesquisas Tecnolgicas do
Estado de So Paulo - IPT, principalmente aps vrios dias sem chuva como ocorre no
inverno nos perodos de estiagem, devido concentrao de poluentes e
microorganismos. (ALVES, W.C.; ZANELLA, L.; SANTOS, M. F. L., 2008)
Segundo Amorim; Hernandes (2006) em estudo realizado numa edificao
residencial familiar de Ribeiro Preto, o dispositivo de descarte demonstrou-se
importante quanto melhoria da qualidade da gua, devido a todos os parmetros
analisados ter seus valores reduzidos aps a passagem da gua pelo mesmo.
Vrias so as tcnicas utilizadas para se desviar as primeiras guas da limpeza
das coberturas, dentre as quais podemos citar: tonis, reservatrios de auto-limpeza
com torneira de bia, dispositivos automticos, etc. (Conservao e Reuso de gua em
edificaes, 2005)




Fonte: www.eng.warwick.ac.uk/DTU/ Fonte: Dacach, L.N.(1990 apud May,2004)



Fonte: WORM, J; HATTUM, T.V., 2006.

Figura 6: Dispositivos de descarte do escoamento inicial




Segundo a ABNT NBR 15527, recomendvel que o dispositivo de descarte da gua
de escoamento inicial seja automtico, devendo ser dimensionado pelo projetista. Na
falta de dados o descarte recomendado de 2mm da precipitao inicial.


Reservatrio de Acumulao: Aps a gua de chuva ser coletada e tratada,
seja pelo simples sistema de first-flush ou por processos de filtrao mais complexos,
ela direcionada para o reservatrio de acumulao ou cisterna como comumente
chamada no Brasil. (Uso Racional da gua em Edificaes, 2006)
Os reservatrios podem segundo sua localizao estarem apoiados, elevados ou
ainda serem enterrados. Os materiais usados em sua construo so diversos: concreto
armado, alvenaria de tijolos comuns, alvenaria de blocos armados, plsticos, polister,
etc. (TOMAZ, 2003)



Fonte:www.eng.warwick.ac.uk/DTU



Fonte: The Texas Manual on Rainwater Harvesting, 2005. Fonte: GNADLINGER

Figura 7: Tipos de reservatrios


Os reservatrios esto intimamente ligados qualidade de sua gua armazenada, logo
todos seus componentes (extravasor, inspeo, dispositivo de esgotamento, etc) devem
ser projetados para que a qualidade dessa gua seja garantida e mantida.
Conforme ABNT NBR 15527 os reservatrios devem ser construdos de tal forma que
a gua de chuva reservada fique protegida tanto da incidncia da luz solar quanto do
calor, assim como de animais que entrem no reservatrio pela tubulao de extravaso.
Outra recomendao dada pela norma citada que visa garantia da qualidade da gua
que a retirada de gua seja feita prxima superfcie, minimizando assim o
turbilhonamento e dificultando a ressuspenso de slidos e o arraste dos materiais
flutuantes.
O reservatrio geralmente o componente mais dispendioso do sistema de
aproveitamento de gua de chuva, logo seu dimensionamento deve ser feito com base
em critrios tcnicos, econmicos e ambientais alm de levar em conta as boas
prticas da engenharia.
H uma ligao direta entre o dimensionamento do reservatrio de
armazenamento a eficincia e a confiabilidade do sistema de aproveitamento de gua
de chuva tambm conhecida como a margem de segurana, a qual no leva sub ou
superdimensionar o sistema. Ao se dimensionar o reservatrio, deve-se achar o ponto
timo que combina o volume de reservao com a demanda a ser atendida, resultando
numa maior eficincia com o menor gasto possvel. (Uso Racional da gua em
Edificaes, 2006 )
Os mtodos mais utilizados para o dimensionamento de reservatrio so: o
Mtodo de Rippl ( mtodo interativo que considera os perodos de dias consecutivos
sem chuva), o Mtodo de Anlise de Simulao de um Reservatrio com Capacidade
Suposta, baseado na equao apresentada por McMahone e os mtodos prticos, como
o brasileiro, o ingls, o alemo, o australiano, dentre outros. ( AMORIM; PEREIRA,
2008)
Segundo estudo de caso do edifcio denominado AT6 localizado na rea norte
do Campus So Carlos da UFSCar onde se pesquisou os diferentes mtodos para
determinao do volume do reservatrio de acumulao, verificou-se que h mtodos
que apresentam resultados relativamente conservadores e mtodos que levam a um
superdimensionamento. ( AMORIM; PEREIRA, 2008)


Tabela 4: Mtodos para determinao do volume do reservatrio de acumulao.

Mtodos Conservadores Mtodos que levam ao superdimensionamento
Rippl - Desvios padro Rippl - Pior ano com dados mensais
Rippl-Mdias mensais Rippl-mdias dirias Ripp-Pior ano com dados dirios
Rippl-Melhor ano com dados mensais Rippl-Ano tpico com dados mensais
Rippl-Melhor ano com dados dirios Rippl - Ano tpico com dados dirios
Rippl-Modo grfico Rippl-Medianas mensais
Considerao dos dias consecutivos sem chuva
Prtico alemo

Prtico brasileiro
Prtico australiano Prtico ingls
Fonte: ( AMORIM; PEREIRA, 2008)


Logo a escolha do mtodo de dimensionamento do reservatrio deve estar de
acordo com os interesses finais de implantao de um sistema de aproveitamento de
gua de chuva e com a regio de implantao. Por exemplo, devem-se escolher
mtodos mais conservadores em regies com altos ndices pluviomtricos, enquanto
que em regies com baixos ndices o ideal utilizar mtodos que superdimensionem o
reservatrio. ( AMORIM; PEREIRA, 2008)


Sistemas de Tratamento: Aps o descarte do escoamento inicial algumas
substncias ainda permanecem na gua da chuva coletada fazendo-se s vezes
necessrio a utilizao de dispositivos de tratamento para a sua eliminao. (Uso
Racional da gua em Edificaes, 2006)
Segundo Gould, Nissen-Petersen (1999 apud AMORIM; HERNANDES,
2006), nenhuma fonte de gua alternativa 100% segura, o que torna ainda mais
evidente a necessidade de avaliao entre uso requerido e a qualidade da gua captada.
Conforme o uso a que se destina gua ser o tipo de tratamento aplicado. Na tabela a
seguir alguns usos so correlacionados qualidade de gua requerida:








Tabela 5: Usos da gua x Tratamento requerido

Uso requerido pela gua Tratamento necessrio

Irrigao de jardins Nenhum tratamento
Preveno de incndio, condicionamento de ar Cuidados para manter o equipamento de estocagem e
distribuio em condies de uso

Fontes e lagoas, descargas de banheiros, lavao
de roupas e lavao de carros

Tratamento higinico, devido o possvel contato do
corpo humano com a gua

Piscina/banho, consumo humano e no preparo de
alimentos

Desinfeco, para a gua ser consumida direta ou
indiretamente


Fonte: Group Raindrops (1995 apud Uso Racional da gua em Edificaes, 2006)


Para os usos no potveis mais comuns em edifcios ( irrigao de reas verdes,
lavagens de pisos, descarga em toaletes etc.) so utilizados sistemas de tratamento
compostos de unidades de sedimentao simples, filtrao simples e desinfeco com
cloro ou com radiao ultravioleta. (Conservao e Reuso de gua em edificaes,
2005).
Segundo The Texas Manual on Rainwater Harvesting (2005), vrios so as
tcnicas de tratamento para a melhora da qualidade da gua, conforme tabela abaixo:


Tabela 6: Mtodos de tratamento de gua e seus resultados


























Adaptado do Texas Guide to Rainwater Harvesting, Second Edition, Texas Water Development Board,
1997.










Mtodo Local Resultado
Tratamento
Gradeamento
Folhas de telas e filtros

Calhas e coletores verticais

Preveno da entrada na
cisterna de folhas e sujeiras
Deposio
Sedimentao

Carvo ativado


Dentro da cisterna

Antes do registro

Sedimenta matria
particulada
Remove cloro
Filtrao
Lavagem do telhado
Em linha/ multi-cartuchos

Carvo ativado

Lento de areia

Antes da cisterna
Depois da bomba

Depois do filtro de
sedimentao
Tanque separado

Elimina material suspenso
Separa sedimentos

Remove cloro, melhora o
gosto.
Captura material particulado
Tratamento microbiolgico-desinfeco

Fervura/destilao
Tratamento qumico
(cloro/iodo)

Radiao ultravioleta

Ozonizao

Nanofiltrao


Osmose reversa


Antes do uso
Antes da cisterna ou na
bomba (lquido, tabletes ou
granular)
Antes do filtro de carvo
ativado/antes do registro
Antes do filtro de carvo
ativado/antes do registro
Antes do uso; membrano
polymera (poros de 10- a
10-6)
Antes do uso; membrano
polymera (poros de 10-9)




Mata microorganismos
Mata microorganismos


Mata microorganismos

Mata microorganismos

Remove molculas


Remove ons
(contaminantes e
microorganismos)
4. METODOLOGIA


4.1. Caracterizao do Comportamento Climtico da Regio em Estudo.


O local onde se encontra o sistema de aproveitamento de gua de chuva objeto
deste estudo a cidade de Votorantim. Ela situa-se sudoeste do Estado de So Paulo
e localiza-se a uma latitude 2332'48" sul e a uma longitude 4726'16" oeste. Faz
divisa com os municpios: Sorocaba, Piedade, Ibina, Salto de Pirapora e Alumnio.






Figura 8: Localizao de Votorantim dentro do Estado de So Paulo
Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Votorantim


A residncia onde se encontra o sistema em estudo est localizada num
condomnio localizado na regio oeste da cidade conforme figuras abaixo:


Fonte:adaptado do http://maps.google.com.br/ Fonte:Ncleo de Planejamento Urbano de Sorocaba

Figura 9: Localizao da Residncia dentro do municpio de Votorantim


O municpio de Votorantim no possui posto pluviomtrico, logo para esta
pesquisa adotou-se o posto E4-056 de Sorocaba devido as suas coordenadas ( latitude
2330 e longitude 4726) serem as mais prximas da cidade em estudo. Os ndices de
chuva mensal utilizados foram obtidos no Banco de Dados Pluviomtricos do Estado
de So Paulo, disponvel na base digital do Sistema de Informaes para o
Gerenciamento de Recursos Hdricos do Estado de So Paulo (SIGRH). A srie
histrica adotada foi entre 1962 a 1992, devido a esse perodo possuir dados
consistentes.
A partir dos ndices levantados no perodo, foram calculadas as mdias mensais
de precipitao do municpio de Votorantim, elaborando-se, com tais resultados, o
grfico abaixo:
LOCAL
196
164
147
65
73
61
45
34
73
117
125
200
0
50
100
150
200
250
jan f ev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
(meses)
(
m
m
)

Figura 10: Precipitao mdia mensal do municpio de Votorantim entre os anos de 1962 e 1992


Atravs da anlise dos ndices mensais de chuva no municpio, evidenciam-se
precipitaes mais elevadas nos meses de outubro a maro (perodo mido), e
precipitaes menores no perodo de abril a setembro (perodo seco).
O perodo onde foram feitas as coletas da gua est compreendido pelos meses
de maio, junho e julho (perodo seco) onde as precipitaes so menores e os perodos
de estiagem maiores.


4.2. Descrio do Sistema


O sistema de aproveitamento de gua de chuva objeto desse estudo est
localizado em uma edificao do tipo residencial familiar e foi projetada para atender
a demanda de oito bacias sanitrias, uma piscina de 70000 litros, lavagem de
114,27m de pisos externos, lavagem de quatro carros e rega de 320,57m de jardim.
A rea utilizada para captao compreende quase toda a rea de cobertura da
residncia, cerca de 255m, conforme mostra a figura abaixo:

Figura 11: Cobertura da residncia
Fonte: Projeto Instalaes Hidrulicas/Esgoto/Distribuio Pav.Sup. HI/ES-AP/folha 02/04
Junho de 2005


Toda a cobertura da residncia feita com telhas cermicas. No projeto h a
existncia de um protetor de calha que tem por finalidade evitar o arraste de folhas e
material particulado para o interior das calhas, porm esse protetor no havia sido
instalado na residncia at o trmino das coletas.



Figura 12: Detalhes do Sistema de Captao
Fonte: Projeto Instalaes Hidrulicas/Esgoto/Distribuio Pav.Sup. HI/ES-AP/folha 02/04
Junho de 2005

O dispositivo de descarte de escoamento inicial existente denominado no
projeto como Caixa de Inspeo/Limpeza de guas pluviais.
Esse dispositivo que em sistema de bia, funciona da seguinte maneira:
conforme a gua enche a caixa, o nvel dagua sobe at o ponto onde uma bola plstica
obstrui a passagem da gua, redirecionando seu escoamento para o reservatrio
inferior. Atravs desse mecanismo a gua do escoamento inicial ( lavagem do
telhado) separada da gua que ser utilizada no sistema de aproveitamento.


Figura 13: Detalhes da Caixa de Inspeo/Limpeza
Fonte: Projeto Instalaes Hidrulicas/Esgoto/Detalhes esc1:20 HI/ES-AP/folha 04/04
Junho de 2005


A capacidade de reservao de 31000 litros, sendo 30000 litros no
reservatrio inferior (cisterna) e 1000 litros no reservatrio superior. O reservatrio
inferior do tipo enterrado foi construdo em alvenaria de tijolos revestida de argamassa
e o reservatrio superior do tipo apoiado e em PVC.


Figura 14a: Cisterna

A transferncia de gua da cisterna para o reservatrio superior feita por
bombeamento, conforme figura abaixo:



Figura 14b: Detalhe do Reservatrio Inferior (cisterna) e Casa de Mquinas
Fonte: Projeto Instalaes Hidrulicas/Esgoto/guas Pluviais HI/ES-AP/folha 03/04 - Junho de 2005



O reservatrio inferior (cisterna) alm de abastecer o reservatrio superior,
abastece tambm uma torneira externa utilizada para lavagem do piso da garagem e
dos carros.
O reservatrio superior abastece as oito bacias sanitrias existentes na
residncia sendo cinco das sutes, uma do lavabo, uma do banheiro da empregada e
uma do banheiro da sauna. Ele pode ser abastecido tanto pela gua de chuva da
cisterna quanto pelo sistema pblico de abastecimento de gua potvel.



4.3. Coleta e Processamento das Amostras


Semanalmente foi feita amostragem da gua de chuva em dois pontos
distintos, no Reservatrio Inferior (Cisterna) e no Reservatrio Superior. Foram
retiradas duas amostras da tubulao da cisterna e duas amostras do reservatrio
superior, sendo cada amostra de 500 mililitros.
Na Cisterna foi feita a coleta junto sada da tubulao localizada ao lado e em
mesmo nvel da tubulao de suco do conjunto moto-bomba que recalca gua para o
reservatrio superior. Durante a coleta houve fluxo contnuo de gua, porm
turbulento devido alta presso na sada da tubulao.
Antes do procedimento de coleta, a sada da tubulao foi limpa com gaze
esterilizada embebida em lcool etlico hidratado 92,8 INPM. Aps a limpeza, o
registro de controle foi aberto por um minuto para que durante esse perodo a gua da
cisterna escoasse livremente e permitisse a limpeza de qualquer resduo de lcool
deixado na tubulao de sada.



Figura 15: Ponto de coleta da cisterna Figura 16: limpeza da tubulao da cisterna


No reservatrio elevado a coleta foi feita prximo tubulao de
abastecimento das bacias sanitrias.


Figura 17: Ponto de coleta do reservatrio superior

Todo o material de vidraria utilizado nas coletas foi previamente lavado e
esterilizado em autoclave por um perodo de 15 minutos.
Durante todo o procedimento de coleta foram utilizadas luvas esterilizadas e
mscara cirrgica descartvel para a no contaminao da gua coletada.
Antes de cada coleta foi realizada a medida do parmetro Temperatura in situ.
Aps a coleta as amostras tiveram seus recipientes fechados hermeticamente e
foram acondicionadas em uma caixa de isopor para manter a temperatura. As amostras
foram separadas em dois pares, cada par contendo uma amostra da cisterna e uma do
reservatrio superior.
Um par de amostras foi transportado at a Estao de Tratamento de Esgoto de
Votorantim (Unidade Votocel) para a realizao das seguintes anlises:
*pH - medidas de pH atravs de pH-metro digital LOGEN modelo
LS-4
*Turbidez - determinao atravs de turbidmetro digital
POLYCONTROL modelo AP-2000.
*DBO5,20 Demanda Bioqumica de Oxignio (quantidade de
oxignio necessria para oxidar biologicamente a matria orgnica
biodegradvel em 5 dias a 20C)
*DQO Demanda Qumica de Oxignio (quantidade de oxignio
necessria para oxidar quimicamente a matria orgnica biodegradvel e
no biodegradvel)
O outro par foi transportado at o laboratrio da Estao de
Tratamento de gua de Votorantim ETA Central para a realizao da
anlise de presena/ausncia de coliformes.











5. RESULTADOS

5.1. Parmetros fsico-qumicos e microbiolgicos.

Para cada parmetro de qualidade foi construda uma tabela que mostra os
valores obtidos no perodo de 19/05/2009 a 04/08/2009.


Tabela 07- pH da gua de chuva coletada
Data Cisterna Reservatrio Superior NBR 15527 RES.35705
19/5/2009 7,2 7,5 6,0 a 8,0 p/tubo galv. 6,0 a 9,0
27/5/2009 7 6,7 6,0 a 8,0 p/tubo galv. 6,0 a 9,0
3/6/2009 6,8 6,9 6,0 a 8,0 p/tubo galv. 6,0 a 9,0
12/6/2009 7,4 ------- 6,0 a 8,0 p/tubo galv. 6,0 a 9,0
22/6/2009 7,0 7,3 6,0 a 8,0 p/tubo galv. 6,0 a 9,0
1/7/2009 7,3 6,9 6,0 a 8,0 p/tubo galv. 6,0 a 9,0
8/7/2009 6,7 6,1 6,0 a 8,0 p/tubo galv. 6,0 a 9,0
15/7/2009 7,2 7,2 6,0 a 8,0 p/tubo galv. 6,0 a 9,0
22/7/2009 7,4 7,4 6,0 a 8,0 p/tubo galv. 6,0 a 9,0
04/08/2009 8,2 8,0 6,0 a 8,0 p/tubo galv. 6,0 a 9,0
mdia 7,22 7,11 6,0 a 8,0 p/tubo galv. 6,0 a 9,0



Tabela 08 - Temperatura em C da gua de chuva coletada
DATA Cisterna Reservatrio Superior
19/5/2009 --------- --------
27/5/2009 19 21
3/6/2009 20 14
12/6/2009 18 19
22/6/2009 18,5 16,5
1/7/2009 19 19,5
8/7/2009 19 20
15/7/2009 18 16,5
22/7/2009 18 18
04/08/2009 18 19






Tabela 09- Turbidez em NTU da gua de chuva coletada
DATA Cisterna Reservatrio Superior NBR 15527 RES.35705
19/5/2009 2,56 2,89 < 2,0 uT * at 40 NTU
27/5/2009 2,72 3,7 < 2,0 uT * at 40 NTU
3/6/2009 2,79 1,88 < 2,0 uT * at 40 NTU
12/6/2009 1,38 ----- < 2,0 uT * at 40 NTU
22/6/2009 1,45 1,57 < 2,0 uT * at 40 NTU
1/7/2009 1,39 1,80 < 2,0 uT * at 40 NTU
8/7/2009 2,06 2,09 < 2,0 uT * at 40 NTU
15/7/2009 0,98 1,21 < 2,0 uT * at 40 NTU
22/7/2009 1,05 0,84 < 2,0 uT * at 40 NTU
04/08/2009 0,91 0,61 < 2,0 uT * at 40 NTU
* uT a unidade de turbidez ou unidade nefelomtrica de turbidez (NTU)



Tabela 10- D.B.O. em mg/L da gua de chuva coletada
DATA Cisterna Reservatrio Superior RES.35705
19/5/2009 96 72 at 3,0 mg/L O2
27/5/2009 48 48 at 3,0 mg/L O2
3/6/2009 8 18 at 3,0 mg/L O2
12/6/2009 10 ------- at 3,0 mg/L O2
22/6/2009 11,3 5,7 at 3,0 mg/L O2
1/7/2009 12,5 12,5 at 3,0 mg/L O2
8/7/2009 36 24
at 3,0 mg/L O2
15/7/2009 44 30
at 3,0 mg/L O2
22/7/2009 49 49
at 3,0 mg/L O2
04/08/2009 71 73
at 3,0 mg/L O2



Tabela 11- D.Q.O. em mg/L da gua de chuva coletada
DATA Cisterna Reservatrio Superior
19/5/2009 159 186
27/5/2009 83 83
3/6/2009 48 48
12/6/2009 ----- ------
22/6/2009 24 24
1/7/2009 24 72
8/7/2009 48 120
15/7/2009 24 24
22/7/2009 120 72
04/08/2009 24 48





Tabela 12 - Determinao de bactrias do grupo Coliformes na gua de chuva coletada
DATA Cisterna Reservatrio Superior NBR 15527
19/5/2009 ausente ausente Ausncia de coliformes totais e fecais em 100 mL
27/5/2009 ausente ausente
Ausncia de coliformes totais e fecais em 100 mL
3/6/2009 ausente ausente
Ausncia de coliformes totais e fecais em 100 mL
12/6/2009 ausente ------------------
Ausncia de coliformes totais e fecais em 100 mL
22/6/2009 ausente ausente
Ausncia de coliformes totais e fecais em 100 mL
1/7/2009 ausente ausente
Ausncia de coliformes totais e fecais em 100 mL
8/7/2009 presente presente
Ausncia de coliformes totais e fecais em 100 mL
15/7/2009 presente presente
Ausncia de coliformes totais e fecais em 100 mL
22/7/2009 presente presente
Ausncia de coliformes totais e fecais em 100 mL
04/08/2009 presente ausente
Ausncia de coliformes totais e fecais em 100 mL


Tabela 13 - Parmetros da Caixa de Limpeza e Inspeo 12/06/2009
NBR 15527
pH 7,1 6,0 a 8,0 p/tubo galv.
Temperatura 18,5C ----------------------
Turbidez 0,02 NTU < 2,0 uT
D.B.O 3,3 mg/L ----------------------
D.Q.O ----------- ----------------------
Coliformes presente Ausncia de coliformes totais e fecais em 100 mL


5.2. Fatos relevantes ocorridos

Aproximadamente dois meses antes do incio do perodo de coleta, foi
adicionado cisterna hipoclorito de clcio, que era utilizado na piscina pelo
profissional de limpeza da mesma, a pedido da proprietria. Devido a esse
procedimento o cloro residual permaneceu na cisterna por quase todo o perodo de
coleta.
A presena de cloro foi descoberta por acaso, quando aps se fazer as anlises
fsicas da primeira coleta, por curiosidade foi adicionado ortotoluidina a amostra,
ficando a mesma com cor amarelada, indicando assim a presena de cloro residual.
A partir da segunda coleta, antes de se iniciar o procedimento de coleta era
adicionado 3 gotas de ortotoluidina para se verificar a existncia de cloro na gua,
sendo que se fosse confirmado, seria adicionada tiossulfato 10% na amostra coletada
para que o cloro fosse eliminado da amostra.
Os valores de cloro residual obtidos so mostrados na tabela abaixo:

Tabela 14 - Presena de Cloro residual na Cisterna e no Reservatrio Superior
DATA Unidade Cisterna Reservatrio Superior NBR 15527
19/5/2009 Mg/L ----- ------ 0,5 a 3,0 mg/L
27/5/2009 Mg/L 2,5 1,5 0,5 a 3,0 mg/L
3/6/2009 Mg/L 2,5 1,2 0,5 a 3,0 mg/L
12/6/2009 Mg/L 0,5 ------ 0,5 a 3,0 mg/L
22/6/2009 Mg/L. 0,5 0,5 0,5 a 3,0 mg/L
1/7/2009 Mg/L 0,3 0,3 0,5 a 3,0 mg/L
8/7/2009 Mg/L 0,1 0,2 0,5 a 3,0 mg/L
15/7/2009 Mg/L 0,1 0,1 0,5 a 3,0 mg/L
22/7/2009 Mg/L 0,1 0,1 0,5 a 3,0 mg/L
04/08/2009 Mg/L 0,0 0,0 0,5 a 3,0 mg/L

Aps a confirmao da presena de cloro residual na cisterna, houve dias em
que a mesma ficou destampada com o intuito da volatilizao do cloro existente na
gua.


Durante o perodo das coletas, as chuvas e os perodos de estiagem ocorreram
conforme tabela abaixo:

Tabela 15 Dias no perodo da coleta em que houve precipitao
Dias de
estiagem
entre
coletas
Data das
coletas Datas onde ocorreu precipitao
19/5/2009 25/5/2009-26/05/2009
6 27/5/2009 28/5/2009-30/05/2009
4 3/6/2009 10/6/2009
8 12/6/2009
10 22/6/2009 25/6/2009-27/06/2009-30/06/2009
5 1/7/2009 2/7/2009
6 8/7/2009 11/7/2009
6 15/7/2009
7 22/7/2009 24/7/2009-25/7/2009-26/7/2009-27/7/2009-28/7/2009-29/7/2009-2/8/2009
6 04/08/2009


Houve o fechamento da sada da caixa de inspeo e limpeza em alguns de dias
de ocorrncia de precipitao para o desvio de gua para a cisterna. Esse procedimento
foi feito visando aumentar a quantidade de gua na cisterna, pois pelo sistema natural
somente precipitaes de alta intensidade conseguem transferir gua para a cisterna.

6. DISCUSSO

Os parmetros qualitativos obtidos no atenderam em sua maioria a os
parmetros exigidos pela norma de gua de chuva - NBR 15527:2007.
Os valores do parmetro pH variaram de 6,1 a 8,2 tendo um valor mdio de
7,22 para a cisterna e 7,11 para o reservatrio, demonstrando assim ter a gua de
chuva condies bsicas. Seus maiores ndices (cisterna e reservatrio elevado)
ocorreram na coleta do dia 04/08/2009, que ocorreu aps uma alta incidncia de dias
com precipitao.
O valores do parmetro turbidez variaram de 0,61 a 3,7 uT, sendo os maiores
valores os observados nas datas iniciais das coletas, quando o sistema entrou em
funcionamento.
Na fase inicial das coletas a cisterna recebeu tampa feita de maderit para sua
vedao; sendo tambm nesta fase a construo do deck de madeira que cobre toda
regio da piscina e a cisterna. Aps a construo do deck a cisterna teve como vedao
as prprias ripas de madeira do mesmo. Somente no fim de julho foi colocada uma
tampa de metal encaixada na entrada da cisterna. Estando essa entrada muito prxima
do piso sem possuir tampa de vedao apropriada por muito tempo, houve a
possibilidade de entrada de material particulado em seu interior, podendo ser esse um
dos fatores dos elevados ndices de turbidez nas coletas iniciais. Sendo a cisterna um
reservatrio que pode ter a funo de decantao, com o passar do tempo, possibilita
a deposio dos slidos suspensos em seu fundo. Essa funo decantadora pode ter
contribudo para o decrscimo dos ndices de turbidez apresentados ao longo do
perodo analisado.
Opostamente ao parmetro pH, os menores valores de turbidez (cisterna e
reservatrio elevado) ocorreram na coleta do dia 04/08/2009, que ocorreu aps uma
alta incidncia de dias com precipitao, o que pode ter sido causado pela entrada de
grande quantidade de gua na cisterna.
Os ndices de D.B.O. obtidos foram muito elevados, demonstrando assim um
alto teor de matria orgnica presente tanto gua da cisterna quanto na do reservatrio
superior. Seus valores tiveram uma grande variao, de 5,7 mg\L a 96 mg\L. Seus
ndices mais elevados ocorreram na primeira coleta e na ltima coleta. A diminuio
do cloro residual na cisterna ocorrido a partir do dia 01/07/2009 pode estar relacionada
ao respectivo aumento do ndice de D.B.O. no perodo. Outro fator que pode ter
contribudo foi a existncia de uma tubulao que interligava o fundo do ralo existente
ao redor da piscina e a cisterna. Essa tubulao foi feita a pedido da proprietria com o
intuito de reaproveitar a gua da piscina e a da chuva que ali fosse depositada. Essa
tubulao foi inutilizada algumas semanas aps o incio das coletas.
Aps o cloro residual apresentar valores abaixo de 0,5 mg/L ocorreu a presena
de coliformes tanto na cisterna quanto no reservatrio elevado, com exceo da ltima
coleta onde houve ausncia no reservatrio elevado, o que pode ter sido causado pela
grande quantidade de gua depositada no sistema pelas precipitaes ocorridas antes
da data da coleta. Como a anlise de presena e ausncia de coliformes no informou o
tipo dos mesmos, foi feito na ltima coleta o teste dos tubos mltiplos, tendo como
resultado um tubo positivo, o que corresponde a 4 coliformes totais/100mL de gua
segundo o Standard Methods Americano.






















7. CONSIDERAES FINAIS


A cisterna teve 40% dos seus ndices de turbidez acima os ndices exigidos
pela NBR 15527:2007, e o reservatrio elevado 33,3%. Com essas porcentagens
medidas para a melhora desse ndice so recomendadas, como por exemplo, a
colocao de telas nas calhas ou no interior da caixa de inspeo/limpeza. Tambm h
filtros comerciais com telas de 0,28mm que podem ser colocados nas tubulaes de
descida de gua pluvial; outros com telas de 0,26mm podem ser instalados na
tubulao anterior cisterna, eliminando assim folhas e materiais particulados. Essas
medidas faro com que o sistema atenda a exigncia da instalao de dispositivos para
remoo de detritos da NBR 15527:2007.
Outra exigncia da NBR 15527:2007 que no est sendo atendida pelo sistema
diz respeito minimizao de turbilhonamento, dificultando a ressuspenso dos
slidos decantados e o arraste dos materiais flutuantes. A mudana da altura de
retirada de gua da cisterna, atualmente prxima ao fundo, para uma altura prxima
superfcie e a colocao de peas anti-turbilhonamento existentes no comrcio na
entrada de gua podem adequar o sistema exigncia.
Setenta por cento dos valores de D.B.O. obtidos na cisterna tiveram valores
iguais ou maiores a quatro vezes o valor permitido na Resoluo 357 ( para corpos
dgua classe 1) e para o reservatrio superior foram oitenta e nove por cento, com
isso, o uso do mtodo de desinfeco da gua por meio da clorao torna-se
desaconselhvel, devido a possvel formao de subprodutos como os trialometanos,
que so reconhecidamente cancergenos.
Apesar de no estar includo nas exigncias da NBR15527: 2007, o ndice de
D.B.O. na gua de chuva aponta como um possvel meio de indicao ao uso ou no
do mtodo de desinfeco da gua por produtos a base de cloro.
No que diz respeito contaminao da gua, apesar do baixo ndice de
coliformes encontrados, o sistema no atende ao ndice zero exigido pela NBR
15527:700, necessitando assim serem tomadas medidas que eliminem essa
contaminao. Uma delas pode ser a colocao de barreiras que impeam o
adentramento de animais no interior da cisterna atravs da tubulao de extravaso.
Outra medida seria o uso de mtodos de desinfeco que no utilizem cloro, como por
exemplo, a aplicao de raio ultravioleta.
Devido ao grande nmero de intervenes ocorridas no sistema estudado
sugere-se que outras pesquisas sejam realizadas em sistemas de aproveitamento de
gua de chuva em funcionamento, para que a eficincia desses sistemas seja analisada
e novas idias de aprimoramento dos mesmos sejam descobertas.




























REFERNCIAS


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