Práticas Da Linguagem 2
Práticas Da Linguagem 2
Práticas Da Linguagem 2
Capa:
Flávia Garcia Guidotti
Atualização de dados:
Ana da Rosa Bandeira
Esta obra complementa outra anterior, denominada Práticas do Dizer: um exercício da linguagem,
publicada em 1999 pelas mesmas autoras, em edição assinada por L. M. P. Rodrigues. Pedidos para
Av. República do Líbano, 160 – Bairro Três Vendas – Pelotas, RS – CEP 96055-710.
Apresentação.....................................................................................................................5
Algumas sugestões para a elaboração de respostas às questões analítico-
expositivas.................................................................................................................................7
Caro(a) Aluno(a)
Sucesso
Um abraço
As autoras
.
Algumas sugestões para a elaboração de respostas às
questões analítico-expositivas
2) Para definir:
EVIDENCIA (...)
O termo “X” CONSTITUI
SIGNIFICA
4) Para comparar:
C
A
D
B
9
usuário da língua (= falante);
estrutura frasal (= frase);
impropriedade vocabular (= vocabulário inadequado);
registro/ nível de linguagem (= heterogeneidade lingüística).
Lembre-se!!!!
Identificar ou reconhecer significa assi- Comparar significa descobrir as relações
nalar os elementos fundamentais de uma de semelhança e/ou diferença entre deter-
argumentação, uma época, um processo etc. minadas épocas, processos, argumentações
etc.
Analisar é construir uma reflexão objetiva
baseada em argumentos válidos. Analisar é Interpretar é reproduzir o conteúdo do
tecer argumentos ou fundamentações que texto, de maneira resumida, parafraseando-
justifiquem e tornem válidas as nossas re- o.
flexões.
Resumir é identificar idéias centrais e se-
Comentar é relacionar os conteúdos de um
cundárias de um texto. É apresentar a sín-
texto com uma determinada realidade, de
tese do texto que corresponde à compreen-
maneira opinativa.
são do que foi lido.
O raciocínio de causalidade parte de uma situação cujas causas são dadas e que nos levam a
estabelecer conseqüências, conclusões a partir e através das premissas ou causas dadas.
Ia PARTE
Questões a nalítico-expositivas
1) José Simão, colunista da Folha, utilizou em seu texto, de 19/12/99, um recurso es-
tilístico bastante explorado em textos humorísticos – a paronomásia – uso de pala-
vras com sons semelhantes e sentidos diversos.
Após lê-lo, explique o jogo de palavras “Piaget” e “Pinochet”, considerando as
informações implícitas no texto, assim como as que a ele seguem.
José Simão
Em tempos de peru, solte
a franga!
B
uemba! Buemba! Macaco Simão
Urgente! E como gritava a Tiazinha
chegando numa festa de Natal:
“Happy News Year! Happy News
Year!”. E como disse um amigo meu: “Estou
educando os meus filhos pelo método Piaget *
e, quando o saco estoura, apelo pro método
Pinochet.**” (...)
* Piaget: famoso pedagogo e psicólogo suíço, conhecido principalmente por seus estudos acerca de aspectos parti -
culares da psicologia infantil. Tais estudos evidenciam uma preocupação em educar sem apelo à agressividade.
** Pinochet: ex-ditador chileno, conhecido por seus métodos violentos de governar. No ano de 1999, o senador vita-
lício foi alvo de processo judicial na Inglaterra, devido sobretudo às torturas e perseguições, na época de seu man-
dato, sofridas pelo povo do Chile. Tendo sido liberado, retornou a seu país de origem e, em junho de 2000, perdeu a
imunidade parlamentar para que pudesse ser processado por seus crimes contra a humanidade .
(Extraída de: VERÍSSIMO, Luís Fernando. As cobras em: se Deus existe que eu seja atingido
por um raio. Porto Alegre: LP&M, 1997, p.37)
a) Quais são essas opiniões?
b) Em qual delas ele realmente acredita? Justifique.
Agora responda:
a) Cite o termo o qual ocasiona incoerência.
b) Explicite a intenção do autor ao utilizar tal termo.
c) Explique o que ele realmente afirmou ao utilizá-lo.
d) Reescreva o trecho incoerente, de modo a desfazer o problema.
“Um exemplo que pode ser analisado é o caso do senador ACM; este
tolera o familismo, ao passo que, hoje, aproximadamente, 15 dos seus
parentes exercem algum cargo de poder político na Bahia.”
(redação de aluno; assunto: nepotismo; ano:1999)
*
Marcelo Rossi, padre da Igreja Católica, é conhecido por sua maneira não convencional de rezar missas. Tem, por um lado,
o respaldo de muitos, e, por outro, é duramente criticado por sua atuação, na mídia, pois alegam que ele acabou por relegar
a um segundo plano os princípios fundamentais da Igreja Católica.
Agora responda:
a) No caso do texto acima, como pode ser encarado o deslize: uma falha não
intencional ou intencional?
b) Qual a marca lingüística responsável pela identificação de tal deslize?
c) Que função tal marca exerce no texto?
d) Há marcas lingüísticas de ironia no texto. Identifique-as.
e) O autor do texto deu preferência ao uso do discurso indireto. Que efeito de
sentido ele provoca no leitor, levando-se em conta tratar-se de um texto
irônico?
Obs.: Questão extraída do artigo “A heterogeneidade em Arthur-Revuz: da teoria à prática escolar”, de autoria de
Teresinha dos Santos Brandão e Luiz Gustavo Ribeiro Araújo. Em: Leffa, Vilson J. Produção de materiais de
ensino: teoria e prática. Pelotas: Educat, 2003.
12) É um recurso muito utilizado para incitar a curiosidade do leitor o uso de uma
estrutura isolada que contenha uma incoerência a qual, na verdade, é intencional.
Foi o que ocorreu no Diário Popular, em sua capa, no dia 5/6/99. Observe:
*brechtiano: referente a Brecht, dramaturgo alemão, que resistiu ao regime totalitário fascista.
**Shakespeare: dramaturgo inglês, em cuja peça teatral o personagem Hamlet usa uma expressão de dúvida
existencial profunda: “Ser ou não ser?”
***solilóquio: fala de alguém consigo mesmo; monólogo.
c) Tomando por base o diálogo transcrito por Josias, no qual FHC faz uma série
de pedidos ao garçom, levante uma hipótese que justifique a fala do ex-presi-
dente: “A conta. E não se fala mais nisso.”
15) Um assunto que deve ser levado em conta no estudo dos verbos é o valor dos
modos e tempos verbais para que possamos melhor entender o funcionamento dessa
categoria gramatical.
Na tira abaixo, explique o valor da locução verbal “está indo” e do verbo “foi”.
TIROTEIO
De João Paulo Cunha (PT-SP), sobre FHC e – É um deboche com os milhares de traba-
os líderes governistas terem comemorado a lhadores que a política econômica deste governo
aprovação da reforma da Previdência com colocou na informalidade e que agora terão
champanhe no Planalto: ainda mais dificuldades para se aposentar.
(Folha de São Paulo, 16/02/98)
Reescreva o trecho em que deveria, de acordo com a norma culta, ser empregado
adequadamente tal pronome.
TEXTO I:
José
1a “E agora José? 3a E agora, José? 6a Sozinho no escuro
A festa acabou, sua doce palavra, qual bicho-do-mato,
a luz apagou, seu instante de febre, sem teogonia,
o povo sumiu, sua gula e jejum, sem parede nua
a noite esfriou, sua biblioteca, para se encostar,
e agora, José? sua lavra de ouro, sem cavalo preto
e agora, você? seu terno de vidro, que fuja a galope,
você que é sem nome, sua incoerência, você marcha, José!
que zomba dos outros, seu ódio – e agora? José, para onde?”
você que faz versos,
(Carlos Drummond de Andrade)
que ama, protesta? 4a Com a chave na mão
e agora, José? quer abrir a porta,
não existe porta;
2a Está sem mulher, quer morrer no mar,
está sem discurso, mas o mar secou;
está sem carinho, quer ir para Minas,
já não pode beber, Minas não há mais.
já não pode fumar, José, e agora?
cuspir já não pode,
a noite esfriou, 5a Se você gritasse,
o dia não veio, se você gemesse,
o bonde não veio, se você tocasse
o riso não veio, a valsa vienense,
não veio a utopia se você dormisse,
e tudo acabou se você cansasse,
e tudo fugiu se você morresse...
e tudo mofou, Mas você não morre,
e agora, José? você é duro, José!
2
1
a) Por que aparece repetidamente a expressão “E agora José?” no decorrer do poema?
b) Relacione o título da poesia com o seu conteúdo.
c) Qual é o verso que exprime concisamente a idéia de que José é “ninguém”?
d) Existe, nos versos de 9 a 11, uma contraposição entre a habilidade de “José”, capaz
de tantas proezas, e a sua dificuldade para superar os obstáculos colocados pela
vida. O que evidencia essa dificuldade?
e) José teria, segundo o poeta, possibilidades de alterar seu destino. Em que versos
essas possibilidades estão evidenciadas? Entre elas, qual seria a mais extremada?
f) José demonstra ser uma pessoa sem norte. Em que versos isso fica mais evidente?
g) Quais os sentimentos expressos na figura de José que perpassam toda a poesia? O
que esses sentimentos evidenciam?
h) Na 2a estrofe, a preposição “sem” e o advérbio “não” exercem uma função deter-
minada. Qual é ela?
21) Substitua a expressão grifada por aquelas sugeridas nos parênteses. Faça as
adaptações necessárias.
22) Todo texto mantém relações com outros textos, ele é formado por uma série de
textos que se cruzam na sua constituição, em relações diversas de ruptura, reiteração
(confirmação) ou transformação. Existem textos, portanto, que só fazem sentido
quando entendidos em relação a outros textos de cujo conhecimento dependem. A
esse processo de “cruzamento” de textos, dá-se o nome de intertextualidade.
A paródia consiste basicamente na apropriação de um texto primitivo com inten-
ções críticas, humorísticas ou apelativas. Nesse processo estilístico, emprega-se o di-
zer do outro com o objetivo de se opor ao texto original.
Observe o texto a seguir e compare-o com o texto original de Drummond.
TEXTO II:
Um novo José
Josias de Souza Diga: ora, Drummond,
agora FMI.
São Paulo –
1a Calma, José. 3a Se você gritasse,
A festa não recomeçou, se você gemesse,
a luz não acendeu, se você dormisse,
a noite não esquentou, se você cansasse,
o Malan não amoleceu. se você morresse...
Mas se voltar a pergunta: O Malan nada faria,
e agora, José? mas já há quem faça.
Diga: ora, Drummond,
agora Camdessus.*
4a Ainda só, no escuro,
2 a
Continua sem mulher, qual bicho-do-mato,
continua sem discurso, ainda sem teogonia,
continua sem carinho, ainda sem parede nua,
ainda não pode beber, para se encostar,
ainda não pode fumar, ainda sem cavalo preto
cuspir ainda não pode, que fuja a galope,
a noite ainda é fria, você ainda marcha, José!
o dia ainda não veio, Se voltar a pergunta:
o riso ainda não veio, José, para onde?
não veio ainda a utopia, Diga: ora, Drummond,
o Malan** tem miopia, por que tanta dúvida?
mas nem tudo acabou, Elementar, elementar.
nem tudo fugiu, Sigo pra Washington.
nem tudo mofou. E, por favor, poeta,
Se voltar a pergunta: não me chame de José.
e agora, José? Me chame Joseph.
b) A expressão “novo”, no título do texto II, pode ser lida como uma ironia?
Explique por quê.
c) Transcreva da 4a estrofe desse texto uma das marcas lingüísticas que sugere tal
ironia.
TEXTO III:
E agora José?
A fechadura encrencou
A geladeira quebrou
A pia vazou
A enceradeira queimou
A mulher reclamou e agora José?
Desculpe, José é claro que isso
tudo não vai acontecer de uma vez
Mas que de vez em quando acontece,
acontece. Daí a mulher pede para você
Providenciar o conserto
Você não tem tempo, você esquece,
Você não encontra quem arrume
E como depois de uma ligeira
reclamação sempre vem uma grande
bronca, a coisa fica feia.
Até que Páginas Amarelas faz as pazes.
Basta uma rápida consulta e você
Acha o que precisa
De serviços e de produtos
De A até Z Páginas Amarelas
tem de tudo.
(Catálogo Telefônico de Belo Horizonte, 1985)
(Extraído de: SOUZA, Luiz Marques, CARVALHO, Sérgio Waldeck de. Compreensão e produção de textos.
Rio de Janeiro: Vozes, 1995.)
Obs: você pode ilustrar suas explicações citando alguns versos dos poemas e comparando-os.
24) Leia o texto a seguir, extraído da IstoÉ, de 04/02/04, e responda às questões a ele
referentes.
2
5
a) O texto apresenta um recurso comumente usado em peças publicitárias: o em-
prego de expressões em seu sentido não-literal, metafórico. Explicite a ex-
pressão que serviu de base para esse recurso e explique seu significado no
contexto.
b) Indique três argumentos usados no texto como justificativa para comprovar
que a escravidão não foi abolida no Brasil.
c) Transcreva do texto duas marcas lingüísticas que permitam reconhecer, no
processo de interlocução, o locutor (aquele que se dirige ao interlocutor) e
duas as quais digam respeito ao interlocutor (aquele a quem a peça publicitá-
ria se dirige.
d) Identifique os termos aos quais se referem os elementos sublinhados no texto.
e) Transcreva do texto pelo menos um trecho que justifique o uso do termo “ile-
gal” em “desmatamento ilegal”.
f) Substitua os dois-pontos empregados após o termo “história” por um nexo
que garanta a coesão e a coerência do texto. Além disso, indique a idéia que tal
nexo expressa.
g) Considerando o valor dos tempos e modos verbais, explique qual o efeito de
sentido provocado pelo uso do gerúndio nas palavras “explorando”, “derru-
bando” e “queimando”.
h) Acrescente um nexo de conclusão no último parágrafo e explicite como justifi-
cativa para o uso de tal nexo a relação semântica (de significado) existente en-
tre este parágrafo e o restante do texto.
i) Em quase todo o texto os verbos estão flexionados no presente do indicativo
ou gerúndio, à exceção de “A escravidão não foi abolida”. Chama atenção, no
entanto, o verbo “funcionava”, empregado no pretérito imperfeito do indica-
tivo. Se substituíssemos “funcionava” por “funciona”, usado no presente do
indicativo, que relação haveria entre “aula de história” e “funciona”? Qual o
efeito de sentido que provocaria essa substituição no texto em sua totalidade?
25) No jornal Folha de São Paulo, de 27/01/99, Angeli explora a ambigüidade (possibili-
dade de mais de uma leitura), evidentemente, de forma intencional, como recurso
humorístico. Observe:
2) “Cuide-se:
a Aids leva qualquer um para a cama.”
(mostra a imagem de um paciente terminal num leito hospitalar)
12) 13)
1999
b) Como você pôde observar, o tom das campanhas, bem como sua finalidade,
foram se transformando com o passar do tempo. Levando em conta a conjun-
tura em que foram criadas, resuma, embasando-se nos quatro blocos – anos 80
a 90; 90 a 95; 95 a 98; 98 a 99 – as idéias, os objetivos das mensagens neles vei-
culadas.
i) Transcreva a tese, ou seja, a afirmação básica que o autor toma como verdadei-
ra e defende em 8. Após, cite o argumento que o autor utilizou para defender
sua tese. Para elaborar tal tese, ele levou em conta uma idéia em anos anteri-
ormente aceita, mas hoje vista como ultrapassada. Explicite-a.
k) Atente-se à frase: “Aids não discrimina.” Agora, crie duas frases, mantendo a
informação anterior; a primeira, referindo-se à existência ou não de grupos de
risco; a segunda, aludindo a preconceitos relacionados à doença.
OBS.: É importante ressaltar que algumas dessas informações veiculadas pelas propagandas
devem ser revistas já que o avanço das pesquisas acerca da Aids renovou tais informações.
Texto de Gibran
“Quando o amor vos chamar, segui-o,
Embora seus caminhos sejam agrestes e
escarpados;
E, quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,
Embora a espada oculta na sua plumagem possa
ferir-vos;
E, quando ele vos falar, acreditai nele,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos
como o vento devasta o jardim.”
ÉTICA NA IMPRENSA
Não entendo por que a Folha trata o (...) Causa repulsa também a maneira (...)
caso de M. da seguinte forma: “M. diz pela qual a Folha fere (...) por meio de frases
que foi estuprada” (...) como “suposto estupro” e “afirma ter sido
Elisa Sayez (São Paulo, SP) estuprada” (...) Juliana Schiel (São Carlos, SP)
(Folha de São Paulo, 01/01/98)
Agora, responda:
Obs.: Extraído do artigo “A heterogeneidade em Arthur-Revuz: da teoria à prática escolar.” Em: Leffa,
Vilson J. Produção de materiais de ensino: teoria e prática. Pelotas: Educat, 2003.
32) A Folha de São Paulo criou um espaço em suas páginas, denominado Erramos, para
retificar problemas diversos detectados nas publicações de suas matérias, tentando,
dessa forma, melhorar a qualidade desse prestigioso jornal.
Leia o trecho problemático, bem como a solução proposta para reparar o dano,
publicados na edição de 06/05/98.
ERRAMOS Está incorreto o trecho “Os resultados do projeto Genoma (...) deverão
revolucionar a prevenção da saúde dos seres humanos”, da coluna de Luís
Nassif, publicada na pág. 2-3 (Dinheiro) da edição de 27/04. O correto seria
“deverão revolucionar a prevenção de doenças nos seres humanos”.
MULTIMÍDIA
Condenados à morte são tema
da nova campanha da Benetton
da “France Presse”
Depois dos doentes de Aids, doentes) com fins publicitários. As fotos serão impressas
dos deficientes e das vítimas de Desta vez, Oliviero Toscani em um suplemento de 96 pági-
guerra, em sua próxima campa- pôs suas câmaras nos corredo- nas, com os retratos e uma
nha publicitária, a Benetton vai res da morte de penitenciárias entrevista de cada um. A
publicar fotos de norte-ameri- de sete estados dos EUA. Benetton “deseja favorecer o
canos condenados à morte. A campanha estréia no nú- debate sobre a pena de morte”
Oliviero Toscani, o famoso e mero de fevereiro da nova re- com a campanha, afirma a em-
polêmico diretor artístico da vista norte-americana “Talk”, presa.
empresa de moda italiana, é o da qual Toscani é diretor artís- “A campanha não significa
autor da campanha, intitulada tico. A revista publicará sete que os dirigentes da empresa
“Encarar a morte”. páginas de fotos de condena- estejam engajados na luta pela
Toscani ganhou a fama de dos à morte, com nomes, ida- abolição da pena de morte”,
provocador desde que, em 82, des e datas da condenação, disse Mark Major, diretor de
passou a usar imagens da reali- além da marca United Colors comunicação da Benetton nos
dade (refugiados, combatentes, of Benetton. EUA.
36) No texto acima, o jornalista utilizou alguns adjetivos para marcar sua posição
diante da postura profissional de Toscani, organizador da campanha da Benetton –
“Encarar a morte”.
38) Carlos Heitor Cony é um excelente cronista da Folha. Em suas crônicas, ora usa
uma linguagem formal, em consonância com a norma culta da língua, ora coloquial.
Se o cronista, em seus textos, só usasse uma variedade da língua – a culta –,
haveria, no texto abaixo, um trecho com um problema de regência verbal.
39) Elio Gaspari, no texto abaixo, extraído da Folha, de 16/01/00, cria um neolo-
gismo, ou seja, uma palavra, frase ou expressão nova, ou palavra antiga com sentido
novo.
a) Transcreva o neologismo.
b) Para criá-lo, o autor usou um determinado tipo de processo, o qual “mistura”
palavras diferentes. Quais são elas?
c) Há um problema de coesão relativo à expressão “eles” em “eles não pagam”.
Substitua tal expressão por outra que garanta a coesão e o sentido do texto.
3
7
40) A maneira como se estruturam os enunciados pode produzir certos efeitos de
incoerência, conforme se observa nos trechos abaixo, extraídos de redações de alunos
e textos de jornais.
I – “(...) é preciso mobilizar a opinião pública para que se crie uma consciência sobre o
planejamento familiar, evitando, assim, os problemas que o País vem tentando superar
como, por exemplo, ter crianças e adolescentes nas ruas sem estudo.”
(assunto: planejamento familiar; ano: 2000)
III – “Não concordo com a manifestação de Tarcísio de Natal, opondo-se à reserva de vagas
nas universidades para os negros.”
(carta de leitor, assunto: cotas nas universidades e racismo; Zero Hora, 07/09/01)
VI – “Quando o jogo esta a mil, minha naftalina sobe.” (idem ao item IV)
PORTUGAL
PONTE CAI, MATA CINQÜENTA E DERRUBA MINISTRO
a) Lendo a manchete isoladamente, o que podemos entender?
b) Ao confrontar a manchete com a matéria, o leitor é capaz de desfazer a dupla
leitura, pois entende-se que o ministro não foi vítima do acidente. Levando
em conta essa informação, reescreva a manchete de modo a evitar a ambi-
güidade.
42) Os trechos abaixo, amostras de redações de alunos, apresentam um problema
semelhante. Explique que problema é esse e reescreva-os, de maneira a desfazê-lo.
I – “Assim, torna-se conveniente que o governo invista e incentive o uso racional do lixo,
através de projetos (...).” (assunto: o lixo como fonte de renda nacional; ano: 2001)
43) Leia o texto abaixo, extraído da Folha, de 17/4/01, e responda ao que é solicitado.
CONTRAPONTO
Sorriso amarelo
Nas eleições de 90 para o governo de O jornalista não se abateu:
Pernambuco, Joaquim Francisco derrotou – Mas a que se deve tamanho sucesso
o candidato de Miguel Arraes. da oposição?
Uma rádio local, após muita insistência, – Deve-se ao fato de ter tido mais votos
conseguiu marcar uma entrevista ao vivo – repetiu Arraes.
com Arraes, então governador, para que Preocupado, o entrevistador fez mais
comentasse o resultado. uma tentativa:
– Governador, como o senhor analisa o – Mas como o candidato apoiado pelo
resultado da eleição? – iniciou o entrevis- senhor conseguiu perder a eleição?
tador. – Perdeu porque teve menos votos.
– Ganhou quem teve mais votos – res- O radialista encerrou a entrevista e
pondeu Arraes. chamou os comerciais.
I – “(...) ao contrário dos países subdesenvolvidos que, muitas vezes, as famílias não têm nem
carro (...).” (assunto: relação lazer/trabalho; ano: 2001)
II – “No entanto, o combate a esse tipo de violência será reforçado nos principais meios de
acesso através dos quais tais grupos planejam seus ataques, que, por meio da tecnologia,
suas ações ficaram facilitadas.” (assunto: terrorismo; ano: 2001)
III – “Em decorrência disso, existe um alto índice de professores desempregados, que a qualifi-
cação deixa a desejar porque, com salários defasados, não podem freqüentar cursos de es -
pecialização ou adquirir livros para se atualizar.” (assunto: educação; ano: 2000)
a) Se lida isoladamente, a frase “Rouba, mas faz” sugere uma determinada pos-
tura política. No entanto, quando lida na seqüência “Rouba, mas faz pobreza”,
percebe-se uma mudança significativa de sentido. Explique em que consiste
tal mudança.
b) Para atingir seus objetivos, a propaganda utiliza um slogan que, de tão habitu-
al, tornou-se “aceitável” em nossa sociedade. Certamente, esses objetivos po-
deriam ter sido alcançados através de outros recursos argumentativos. Justifi-
que a escolha do slogan pela agência publicitária.
e) Embora a palavra “se”, grifada no texto, apareça três vezes, em cada ocorrên-
cia nota-se um funcionamento diferente: no primeiro caso, ela convida o in-
terlocutor a imaginar um mundo hipotético; no segundo, o interlocutor é cha-
mado a engajar-se no mundo real, o que é reforçado através do terceiro uso.
Corresponde ao emprego de cada uma dessas ocorrências uma correlação ver-
bal. Explicite que tempo e modo acompanham cada uma das ocorrências e o
valor assumido por eles.
h) Observe a frase “Voto não tem preço, tem conseqüências.”, no último pará-
grafo, comparando-a com os sentidos que você estabeleceu para o verbo cus-
tar, na resposta à pergunta (d). Com quais desses sentidos você associaria tal
frase? Justifique.
i) O ponto-final empregado após o período referente à pergunta (h) poderia ser
substituído por ponto-e-vírgula, seguido de um nexo conclusivo que o uniria à
oração seguinte. Explicite-o.
Obs.: O exercício 46 foi elaborado pelo professor Luiz Gustavo Ribeiro Araújo e pelas autoras e cedido
gentilmente por ele para publicação nesta obra.
47) A tira abaixo contém implícita uma crítica. Relacione seu conteúdo implícito ao
do texto da questão 46.
Times (Londres)
RAINHA TEME VER DIANA DEPOIS DO FIM DO MUNDO
El Pais (Madrid)
SE HÁ GOVERNO NO OUTRO MUNDO, SOMOS CONTRA
O Globo (Brasil)
GOVERNO ANUNCIA O FIM DO MUNDO
Nova (Brasil)
O MELHOR DO SEXO NO FIM DO MUNDO
Sexy (Brasil)
COMO TRANSAR NO ALÉM
CUBA
FIDEL CASTRO FALA SOBRE MULHERES E PAIXÕES
das agências internacionais
Fidel Castro, presidente de Cuba, de- demais que querem um homem”, afirmou.
clarou ser um homem “eternamente atraído O presidente cubano disse ainda que “a
pelo sexo feminino”, e que ainda se apai- diferença é o mais estimulante para o amor”.
xona muito, mas “de maneira platônica”. À pergunta se alguma mulher o fez perder a
As frases foram publicadas na revista paciência, respondeu que “todas”.
“Juventud Rebelde”, semanário da União de Castro comentou ainda a natureza das
Jovens Comunistas de Cuba. Castro, 70, mulheres cubanas, que para ele “são muito
sempre reticente com sua vida pessoal, re- doces”. Falando sobre o homem cubano,
velou alguns de seus pontos de vista sobre o brincou: “Bom, não sei. Nunca tive um na-
amor e as mulheres. morado cubano.”
“As mulheres nunca devem demonstrar (Folha de São Paulo, 24/03/97)
CONTRAPONTO
Perguntaram a um branco:
– O que é uma zebra?
Ele respondeu:
– É um animal branco com listras pretas.
Perguntaram a um negro:
– O que é uma zebra?
Ele respondeu:
– É um animal preto com listras brancas.
QUESTÃO DE NOMES
Carlos Heitor Cony
Rio de Janeiro — Não, não se trata Bem, escolhi uma coisa simples, mas que
de nomes para a sucessão presidencial, é o maître me garantiu como eficaz: codornas “à
assunto que considero chato e, honesta- Mme. Pompadour”. Por sinal, muito gostoso,
mente, não me preocupa. Falo de nomes, molho levemente picante, avermelhado e rude,
nomes de verdade, que a gente engole que combinava estupendamente com um vinho
como necessários e que sempre são relati- pastoso e quase sem perfume.
vos, dependentes de circunstâncias além Por causa do molho à Mme. Pompadour
da semântica. ou porque sou mesmo depravado, fui dar uma
Dou exemplos: num balé famoso, co- espiada no tal cabaré e lá passei o resto da
reografado por Leonid Massine, com mú- noite.
sica de Offenbach, há um personagem ri- Anos depois, vergado ao peso de muitos
dículo que é mencionado como “o brasi- pecados, fui fazer um retiro espiritual numa
leiro”. Quando o balé veio ao Brasil, o casa especializada em Verona, à margem do
personagem virou, sem mais nem menos, lago. Piedosos dominicanos davam a logística,
“o peruano”. Agora, esse peruano compa- incluindo as três refeições principais. Logo na
rece num palco americano como “o ira- primeira noite fui surpreendido por um prato
quiano”. Coisas. de codornas com um molho avermelhado e
Experiência pessoal minha. Certa rude. Por Júpiter! Já conhecia aquilo! Chamei
vez, em Copenhague, fui a um restaurante o frade-dispenseiro e perguntei pelo nome da-
especializado em comida afrodisíaca. quele molho. O frade gostou da pergunta, era
Pratos complicados que levantam defunto, especialidade do convento. E revirando os
tanto que, ao lado, havia um cabaré para olhos, como Dorival Caymmi, informou-me
receber a sobra do apetite dos clientes. que era o famoso, o inigualável molho “à Santa
Terezinha do Menino Jesus”.
(Folha de São Paulo, 09/12/97)
Responda:
Por que a declaração de Lula causou
constrangimento à delegação brasileira
e desencadeou tantas críticas na mídia?
55) O jornal Folha de São Paulo, de 13/01/2000, ao tentar explicar o processo de pos-
sível extradição do ex-general Pinochet, do Chile, entre outras informações veiculou
as seguintes:
56) Construções do tipo “Se o governo propor medidas eficazes, resolverá o pro-
blema” ou “Xuxa e as Paquitas entreteram as crianças durante a apresentação do
show” são comuns na linguagem coloquial e aceitáveis na oralidade. Tais estruturas,
consideradas incorretas pela gramática normativa, no entanto, já estão sendo utiliza-
das na modalidade escrita, conforme se observa nos trechos abaixo.
b) (...) Genoíno concedeu entrevista a uma emissora de tevê e criticou a senadora Heloísa
Helena (PT-AL), que tem se posicionado contra a reforma da Previdência proposta pelo
Governo. Segundo Genoíno, se a senadora se abster ou votar contra a reforma da
Previdência no Senado estará automaticamente expulsa do partido. “Ela é madura o
suficiente e sabe que no PT a lei funciona assim: ou vota com o partido ou está fora.”
(Diário Popular, 09/08/03)
c) É lei – Todas as roupas devem ter uma etiqueta com especificação de como lavar. Se
não conter essas informações, pergunte ao vendedor, na hora da compra, como deve ser
feita a manutenção. (ZH Donna – Zero Hora, 14/01/01)
d) (...) A SQA avalia que com o Plano Diretor haveria a construção de uma política de
estruturação e qualificação dos hortos municipais, o que permitiria aumento da produção
de mudas e incremento da arborização. Mas atingir níveis aceitáveis de área verde no
Município não será tarefa fácil, pois, conforme Rampazzo, “se mantermos nossa área de
cinco a dez mil mudas plantadas por ano demoraremos cerca de 50 anos para chegar perto
da recomendação da OMS”. (Diário Popular, 26/10/03)
Reescreva os trechos cuja conjugação verbal foge aos princípios das gramáticas
normativas.
57) Alguns textos pecam pela estruturação inadequada dos períodos, sobretudo
quanto à ordem dos termos, causando, portanto, dificuldades à leitura e, conse-
qüentemente, à interpretação. É o que acontece nos textos/trechos abaixo.
I – MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Sílvio Santos anuncia venda do SBT para grupo mexicano
Empresário fez a revelação à revista Contigo. Grupo Televisa* confirma estudar a
aquisição de 30% da rede de televisão brasileira (Diário Popular, 11/07/03)
* Empresa mexicana de TV
Levando em conta o assunto dos textos, reescreva-os e altere a ordem dos termos
de forma a torná-los mais claros e elegantes.
Agora responda:
Leite azedo
Voltaire de Souza
A solidão ataca quem vive na cidade hora marcada, a surpresa. Em vez da Morena
grande. Mariano estava separado da mulher. Carinhosa, era Cilmara quem esperava Mari-
Recorreu a uma agência de encontros. “Depois ano. “Lamento avisar, Mariano, mas grampeei
da Cilmara, qualquer uma vai ser melhor”. In- teu telefone. E a tal Morena expulsei daqui a
teressou-se por uma tal Morena Carinhosa. A tapa.” Os dois se beijaram e dividiram uma co-
fim de relacionamento estável. Combinaram o alhada. De leite azedo, é possível criar delica-
primeiro encontro numa lanchonete árabe. Na das sobremesas.
(Folha de São Paulo, 01/12/99)
Nesse texto, o autor lança mão de uma estratégia argumentativa bastante pecu-
liar, o suficiente para provocar risos ao leitor.
Sobre isso responda:
65) No mesmo texto referente à questão anterior, nota-se que o autor não se preocu-
pou em estabelecer relações paralelas de mesma função sintática, ocasionando uma
falta de paralelismo gramatical.
a) A palavra “guerra” pode ser entendida como “luta armada entre nações ou
partidos; conflito bélico” (AURÉLIO BUARQUE DE HOLANDA. Novo Di-
cionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986, 2a.ed.
revista e aumentada).
Considerando o sentido global do texto, assim como a definição contida no
dicionário, que outro significado possível pode ser conferido ao termo
“guerra”?
b) Qual o verso que melhor sintetiza o outro significado atribuído por você no
item “a”?
c) Selecione do texto palavras – verbos, adjetivos, substantivos – que podem ex-
pressar o significado o qual contemple o termo “guerra” tanto em relação ao
sentido veiculado no dicionário quanto àquele estabelecido por você no item
“a”. (Cite, no mínimo, 6 expressões)
PRÁTICAS DO DIZER 2: um exercício da linguagem
5
3
d) Os termos “silenciosa e violenta guerra”, em princípio, podem constituir uma
antítese. No entanto, o texto evidencia outra possibilidade. Qual é ela?
e) Dado o texto em seu sentido global, responda à pergunta do eu-lírico e jus-
tifique sua resposta: “E a paz/ É a ausência da guerra?”
67) No poema, o eu-lírico dirige-se a alguém que é seu interlocutor. Indique quatro
marcas lingüísticas que permitam identificar o eu-lírico e quatro que se relacionem
ao interlocutor.
68) Há, na tira acima, a manifestação de duas posições contraditórias expressas por
um mesmo personagem – Hagar. Quais são elas? Qual delas é a implícita e qual é a
explícita? Em qual delas Hagar realmente acredita?
69) Substitua as palavras sublinhadas no trecho “A menos que seja diferente do seu,
é claro!” por outra expressão que lhe garanta o sentido. Faça as alterações indispen-
sáveis.
70) Qual a idéia expressa pelo nexo “A menos que” referente à questão 69?
71) Os textos abaixo apresentam um recurso de estilo que torna a mensagem mais
expressiva, sobretudo pela escolha do vocabulário e a ordem das palavras. Observe:
Agora responda:
a) Explique em que consiste tal recurso.
b) Nesses textos, qual o valor do modo imperativo nas expressões “Experimen-
te” e “Faça”?
c) Reescreva o último período do texto I, substituindo os dois-pontos por um
nexo que respeite sua coesão e coerência. Explicite a idéia que tal nexo ex-
pressa.
d) Reescreva o último período do texto II utilizando um nexo de conclusão e
mantendo a relação causa/conseqüência.
72) O eufemismo costuma ser definido como o ato de suavizar a expressão de uma
idéia, substituindo a palavra ou expressão própria por outra mais agradável, mais
polida. No texto abaixo, lançou-se mão desse recurso.
Obs.: Os textos e imagens das questões 71 e 72 foram extraídos de “Um dia ‘daqueles’”/ Agenda 2004, elaborada por
Bradley Trevor Greive. Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2003.
PRÁTICAS DO DIZER 2: um exercício da linguagem
5
5
73) Leia a tira seguinte:
a) “Na minha opinião o nepotismo não poderia ser uma lei tão radical.” (assunto:
nepotismo; ano: 1999)
b) “Assim, quando as mudanças se mostram impossíveis, os adolescentes procuram saí-
das eficazes, geralmente imediatistas, que os libertem da realidade social e econômica
imperante.” (assunto: descriminalização da maconha; ano: 1999)
c) “Além disso, haverá um decréscimo na comercialização de produtos ibéricos, diminu-
indo, assim, o número de beneficiados com o comércio de armas.” (assunto: projeto de
desarmamento no Brasil; ano: 1999)
d) “É necessário analisar a atitude dos policiais em Eldorado de Carajás, os quais são
acusados de massacrar e matar protestantes.” (assunto: julgamento dos envolvidos no
episódio citado – sem-terra e policiais)
e) “(...) Quando tocou a música ‘Começar de Novo’ e Silvio perguntou quem era a can-
tora que estava interpretando a canção, a mascarada disse: ‘Ah, essa é a Simone! A voz
dela é irreconhecível’...” (declaração de “Tiazinha” ao apresentador Silvio Santos no
quadro “Qual é a Música?”; publicado em Folha de São Paulo, em 05/09/99)
f) “Na última terça-feira, em uma reportagem sobre a origem italiana de alguns atores do
elenco de ‘Terra Nostra’, Letícia Nascimento perguntou a Ana Paula Arósio e Antônio
Calloni se eles tinham descendência italiana.” (publicado em Folha de São Paulo, em
18/07/99)
g) “Medidas profícuas, por parte das autoridades governamentais, não resolverão o pro-
blema do desemprego; por isso urge a mobilização da sociedade para tentar amenizar
tal situação.” (assunto: desemprego; ano: 1999)
h) “A saúde em nosso país, é um sério problema (...)” (assunto: saúde pública; ano: 1998)
78) A charge abaixo trata das homônimas. Identifique os termos homônimos e expli-
que a crítica dissimulada por seu emprego.
79) O paralelismo é uma das condições para que a frase seja clara. É uma convenção da
linguagem que consiste em apresentar idéias similares de uma forma gramatical idên-
tica. Para que seja mais elegante, é importante que, na sua organização, o período
contenha elementos de uma mesma função sintática e estes sejam formados por pa-
lavras de classe gramatical idêntica. Assim, uma oração adjetiva deve estar paralela a
outra; uma forma verbal deve estar paralela a outra também (em modo, tempo e pes-
soa).
Observe alguns casos em que há problemas de falta de paralelismo gramatical. Em seguida, modifique os
períodos, evitando-os.
Alimente-se bem
81) Esta charge, criada por Angeli, faz-nos lembrar do Festival de Woodstock, ocor-
rido há aproximadamente 35 anos nos Estados Unidos, e revolucionou o mundo.
Depois de analisar sua linguagem verbal e não-verbal, responda às questões que se-
guem.
(Folha de São Paulo, 01/08/94)
82) Na tira abaixo, seu autor utiliza a linguagem não-verbal para expressar suas
opiniões acerca dos procedimentos a serem tomados em caso de estresse.
Observe:
Agora responda:
a) Se o cartunista optasse por utilizar a linguagem verbal, com o emprego do
imperativo, como tais procedimentos seriam escritos? (Utilize como interlo-
cutor, primeiramente, “você”. Depois, reescreva sua resposta tratando o in-
terlocutor por “tu”).
b) Qual(is) o(s) valor(es) expresso(s) pelo uso do imperativo na tira?
84) Em carta publicada na revista Veja, de 18/02/04, uma leitora escreve sobre a
situação lamentável provocada pelas enchentes em São Paulo.
Após sua leitura, responda às questões propostas.
I – “(...) portanto, para continuar a tradição deveria haver regulamentos por parte das univer-
sidades, para que sejam feitos somente trotes saudáveis como, por exemplo, (...)” (trecho
de redação de aluno; carta argumentativa, dirigida ao editor do jornal Folha de São
Paulo; assunto: trote universitário)
II – “Gostaria então, [sic] que a senhora reavalie a posição do governo frente a [sic] necessi-
dade de criação de uma nova lei (...)” (trecho de redação de aluno; carta argumentativa di -
rigida à deputada Marta Suplicy; assunto: projeto de lei sobre assédio sexual)
IV – “Para isso, deveria existir um órgão que fiscalizasse a programação, pois só assim cenas
de constrangimento entre os telespectadores poderão ser evitadas.” (carta argumentativa
dirigida à deputada Marta Suplicy; assunto: censura na televisão brasileira)
V – “Este ato irresponsável tem de ser reprovado pelo Congresso, pois caso for aprovado,
com certeza, só traria malefícios à sociedade.” (dissertação; assunto: Legalização dos
Cassinos)
87) Tomando por base o valor dos tempos e modos verbais, assim como o uso dos
conectores, leia o texto abaixo e responda ao que é solicitado.
RISCO NO DISCO
Agenda condicional
Ledusha Spinardi
Se Chico chegasse em surdina seria dançar nas nuvens.
Se Alberto não existisse eu pularia da ponte. Se Manoel
insistisse tomava chá de sumiço. Se Frederico ligasse lhe diria
como é alto seu silêncio tão vizinho. Se Franco fosse só lindo
correria pros seus braços. Se Marcelo me pedisse inventaria
uma ilha. Se tivesse mais dinheiro iria com Marcos à Capri. Se
Paulo um dia voltasse meu amor abafaria o rude galope das
horas. Se meu coração falasse não usaria mais “blush”.
e-mail: [email protected]
I– “Eu tenho um ponto de vista com relação ao nepotismo. A meu ver (...)”
II – “Hoje em dia a maior preocupação de todos os governos é o desemprego que, no
Brasil, é o maior problema na atualidade, pois ele é o centro de tudo (...)”
III – “A carreira artística é difícil porque tem muitas dificuldades.” (declaração de Suzana
Alves, a “Tiazinha”, em Veja, 07/04/99)
IV – “É polêmico o caso do massacre de Eldorado de Carajás, pois, além de ser um fato
que diz respeito ao MST – reforma agrária – diverge muito a opinião das pessoas.”
Leia o texto a seguir, referente às questões 4 e 5, o qual faz parte de um sermão do Pe.
Antônio Vieira e data do Brasil Colônia (século XVII). Após, responda ao que é solicitado.
1 “Não são só ladrões, diz o Santo, os que cortam bolsas, ou espreitam os que se vão banhar
2 para lhes colher a roupa; os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são
3 aqueles a quem os reis encomendam os exércitos, ou o governo das províncias, ou a adminis-
4 tração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e despojam os povos.
5 Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam de-
6 baixo do seu risco, estes, sem temor nem perigo; os outros, se furtam, são enforcados; estes
7 furtam e enforcam.”
4) Assinale a alternativa que melhor sintetiza a tese, isto é, a afirmação básica que o
autor toma como verdadeira e defende nesse texto.
a) Segundo o autor, os ladrões diferenciam-se dos governos porque enquanto
aqueles são dignos, estes não o são.
b) Para o autor, há ladrões que roubam o povo, assim como “pessoas do povo”
que são ladrões.
c) Conforme o autor, os governantes são piores ladrões do que os “ladrões
comuns” pois os primeiros, além de praticarem atos bárbaros, não são
punidos, enquanto os segundos roubam mas o são.
d) O autor defende a idéia de que os verdadeiros ladrões são os governantes; os
reis, os outros, são vítimas destes.
e) Para o autor, o que diferencia os “ladrões comuns” dos governantes é apenas a
gravidade dos crimes que praticam.
12) Leia o texto a seguir, extraído do jornal Folha de São Paulo, de 21/12/97, e respon-
da ao que é solicitado.
Professor bonzinho
Aconteceu nas provas da Duke ram uma nova prova e foram atendidos.
University, nos Estados Unidos. No dia seguinte, o professor lhes en-
Dois ótimos alunos de biologia ti- tregou duas folhas com as questões. Impôs
nham exame na segunda-feira, mas decidi- uma só condição. Que respondessem em
ram passar o fim-de-semana numa cidade salas separadas.
próxima. Foram a uma festa, perderam a A primeira pergunta, valendo um
hora, e, quando chegaram, a prova já tinha ponto, era tão fácil que a prova seria uma
terminado. barbada.
Procuraram o professor, explicaram- A segunda pergunta, valendo nove
lhe que tinham viajado para longe e na pontos, era a seguinte:
volta um dos pneus do carro furou. Pedi- – Qual pneu furou?
a) a proposição I faz referência à atitude tomada pelo professor, exposta no final do texto;
b) a proposição I diz respeito às atitudes dos alunos, não às do professor;
c) a proposição II sugere uma crítica à atitude tomada pelo professor, explícita no final do
texto;
d) as proposições III e IV fazem alusão ao comportamento dos alunos, não ao do
professor;
e) a proposição V não tem uma relação semântica (de significado) direta com o conteúdo
do texto.
14) O texto de Dik Browne deve ser modificado em razão da sugestão proposta. Sem
alterar a idéia contida no texto, construa um novo, a partir do início proposto, de
forma a escolher o elemento em destaque que melhor se ajuste ao novo período. Faça
as mudanças indispensáveis.
“Às vezes, o rei concede ao prisioneiro redução da pena (...) Portanto, não se
meta em brigas, nem tente escapar”.
a) A frase sugere que o deputado não queria depor e pediu permissão a Campelo para tal.
b) A frase sugere que o deputado não queria que Campelo depusesse.
c) A frase é ambígua: pode-se entender tanto as afirmações contidas na alternativa “a”
quanto na “b”.
d) Em havendo ambigüidade, eis uma das formas de desfazê-la: O deputado Elton Roh-
nelt pede a João Batista Campelo que aquele não deponha...
e) A frase não é ambígua pois, sintaticamente, “depor” refere-se a João Batista Campelo.
Vírgula
O nome de Paulo Henrique Amorim tem sido
comentado na cúpula da Globo.
Por enquanto, o entusiasmo é comedido.
(Folha de São Paulo, 26/01/1999)
a) V-V-V-F-V
b) V-V-F-F-V
c) F-F-V-V-V
d) V-F-V-F-V
e) F-V-F-V-F
19) A gradação é uma figura de linguagem que consiste na organização das idéias, em
ordem ascendente ou decrescente. Observe:
(...)
E, como disse aquele empresário nordestino bem-
sucedido em São Paulo: “Vim, vi, venci”. E FALI!
Vini, vidi, vinci e falici!
(Folha de São Paulo, 12/06/99)
I – Juros altos: “Bem comparando, as taxas de juros praticadas pelo governo parecem
aquela história do marido que cobre a amante de jóias (capital especulativo) e trata
mulher e filhos a pão e água (sociedade brasileira). Desminta quem puder.” Maria
Adelaide Rodrigues. (São Paulo)
(Folha de São Paulo)
II – “Partido político é que nem dança de São João: antes de começar tem que formar
uma quadrilha.”
(O Grande Livro dos Pensamentos de Casseta e Planeta. Em Veja, 29/12/94).
22) Assinale a opção em que a mudança na ordem dos termos NÃO altera o sentido
do enunciado.
( ) oposição ( ) tempo
( ) obrigatoriedade ( ) conformidade
( ) finalidade ( ) modo
25) Faça como nos exercícios anteriores, levando em conta as expressões denotativas
sublinhadas.
( ) explicação ( ) exclusão
( ) designação ( ) retificação
( ) inclusão
agafg
IIIa PARTE
Questões de v estibulares
1) (UNICAMP/00)
2) (UNICAMP/00)
Perguntado em fins de 1997 pelo Jornal das Letras (Lisboa) se seu nome seria uma
boa indicação para o Prêmio Nobel de Literatura, junto com os nomes, sempre
lembrados pela imprensa, de José Saramago e Antônio Lobo Antunes, o escritor
português José Cardoso Pires deu a seguinte resposta:
“A Imprensa tem lá as suas razões. Durante os escritores portugueses. Que todos gosta-
anos e anos passei a vida a assinar papéis a riam de ter o Prémio Nobel também é verdade,
pedir um Nobel para um escritor português e mas se um ganhar ganhamos todos. De qual-
isso não serviu de nada. De modo que o facto quer modo o critério actual é o dos mais tradu-
da Imprensa agora prever isto ou aquilo... Uma zidos e os mais traduzidos são o Saramago e o
coisa eu sei: o Prémio Nobel dado a um escri- Lobo Antunes. Eu sou menos. Mas isso não me
tor português de qualidade beneficiava todos preocupa nada. Sinceramente”.
3) (UNICAMP/00)
A edição de 30 de janeiro de 1998 do Noite e Dia (Feira de Santana, BA) trazia, na
seção Zé Coió, a seguinte história:
4) (UNICAMP/00)
O texto abaixo foi extraído de uma seção que divulga “novidades científicas”.
Leia-o e responda às questões que se seguem:
IDOSA PRECOCE – Dolly é uma cópia tão se dividindo ao longo da vida. Eventualmen-
exata da ovelha de cuja mama os cientistas do te, ficam tão pequenos que a célula perde
Instituto Roslin tiraram uma célula para clonar, essa capacidade. Nesse sentido, os telôme-
que já nasceu “velha”. Quando veio ao mundo, ros estão fundamentalmente ligados ao en-
o interior de suas células já apresentava traços velhecimento. Como Dolly foi criada a partir
não de uma filhote, mas de um animal adulto. de uma célula adulta, seus telômeros são
É o que os biólogos escoceses revelaram na curtos. Se essa anomalia pode acarretar o
revista Nature. O problema está nos envelhecimento precoce da ovelha ou não é
telômeros, apêndices dos cromossomos que outra história ainda a investigar. A compara-
compõem o material genético. Os de Dolly são ção com o drama dos replicantes do filme
20% mais curtos do que deveriam ser numa Blade Runner, andróides vigorosos, mas
ovelha de sua idade. Sabe-se que o de vida curta, é inevitável.
comprimento dos telômeros diminui à medida (ISTOÉ, 1548, 02/06/99)
que as células vão
5) (UNICAMP/00)
Leia o texto abaixo, que apresenta outra “novidade científica”:
a) Suponha que alguém não saiba nada sobre golfinhos. Como os classificaria, do
ponto de vista da Zoologia, com base em informações fornecidas pelo texto?
b) Qual o receio expresso na última frase do texto, e o que o justifica?
c) Nas fábulas, o inimigo do cordeiro não é a raposa. Tendo isso em conta, qual
deveria ser o título deste texto?
6) (UNICAMP/00)
Millôr Fernandes, considerado um dos maiores humoristas brasileiros, escreveu o
texto “Leite, quéqué isso?” em sua coluna no Caderno 2, no jornal O Estado de S. Paulo,
de 22/08/99. Abaixo, está um excerto desse texto. Leia-o com atenção e responda:
Vocês, que têm mais de 15 anos, se lembram nos peitinhos dela pra tirar o leite dos filhos
quando a gente comprava leite em garrafa, na dela, com muito jeito pra ela não nos dar uma
leiteria da esquina? Lembram mais longe, quan- cipoada?
do a vaca-leiteira, que não era vaca coisa nenhu- Mas vocês não lembram de nada, pô! Vai
ma, era uma caminhonete-depósito, vinha ven- ver nem sabem o que é vaca. Nem o que é
der leite na porta de casa? Lembram mais longe leite. Estou falando isso porque agora mesmo
ainda, quando a gente ia comprar leite no está- peguei um pacote de leite – leite em pacote,
bulo e tinha aquele cheiro forte de bicho, de bos- imagina, Tereza! – na porta dos fundos e es-
ta e de mijo, que a gente achava nojento e só foi tava escrito que é pausterizado, ou pasteuri-
achar genial quando aprendeu que aquilo tudo zado, sei lá, tem vitamina, é garantido pela
era ecológico? Lembram bem mais longe ainda, embromatologia, foi enriquecido e o escam-
quando a gente mesmo criava a vaca e pegava bau.
a) A palavra “embromatologia” soa como um termo técnico, mas não é. Diga por
que parece e por que não é.
b) O texto mostra que a moda pode afetar nossos gostos. Em que passagem isso
aparece?
c) As informações técnicas que acompanham muitos produtos não necessaria-
mente esclarecem o consumidor, mas o impressionam. Transcreva a passagem
do texto em que o autor alude a esse problema.
7) (UNICAMP/01)
Na coluna “De zero a dez”, de Rubem Tavares, publicada na revista Business
Travell, 34, no primeiro semestre de 2000, p.13, encontram-se, entre outras, as se-
guintes notas, especialmente adaptadas:
“Para os lunáticos que insistem em soltar balões de grande porte, causando incêndios e
sérios riscos à segurança dos vôos: segundo o Controle de Tráfego Aéreo, em 1998 foram
registradas 99 ocorrências em Guarulhos. Em todo o ano passado foram registradas 33
ocorrências e, neste ano, só no período de janeiro a abril, já foram 31. As autoridades
deveriam enquadrar os responsáveis por crime inafiançável e trancafiá-los em presídios por
longos anos.”
“Não seria o caso de a Prefeitura pagar por cada nova pichação feita na cidade? É claro que
sim. Se todos entrassem com uma ação simultaneamente, com certeza o prefeito
encontraria novas atribuições para a Guarda Municipal. Vide sugestões na nota anterior que
também poderia ser aplicada nestes casos.”
8) (UNICAMP/01)
Quando o treinador Leão foi escolhido para dirigir a seleção brasileira de futebol,
o jornal Correio Popular publicou um texto com muitas imprecisões, do qual consta a
seguinte passagem:
a) O que aconteceria com Leão se ele, efetivamente, ficasse “aprimorando seus de-
feitos”? Reescreva o trecho de maneira a eliminar o equívoco.
b) A expressão “Por outro lado”, no início do segundo período, contribui para tor-
nar o trecho incoerente. Por quê?
c) Por que o emprego da palavra “racionalismo” é inadequado nessa passagem?
PRÁTICAS DO DIZER: um exercício da linguagem – caderno de exercícios
8
5
9) (UNICAMP/01)
A breve tira ao lado fornece um bom
exemplo de como o contexto pode afetar a
interpretação e até mesmo a análise gramati-
cal de uma seqüência lingüística.
10) (FURG/01)
A seguir, você tem uma relação de algumas expressões que integram os verbetes
“homem” e “mulher” do Novo Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque
de Holanda Ferreira.
Analisando as duas listas, você pode observar que alguns aspectos de ordem so-
cial ou individual foram levados em conta na elaboração dos verbetes. Compare as
duas listas, considerando esses aspectos.
11) (UNICAMP/02)
Considere a tira abaixo:
12) (UNICAMP/02)
São comuns na imprensa manifestações de profissionais liberais transmitindo ao
grande público informações sobre questões técnicas de interesse social. O texto a se-
guir, de autoria de um advogado, elabora uma distinção relevante para definir as
responsabilidades de uma certa categoria profissional, em caso de insucesso:
13) (UNICAMP/02)
FAÇANHA Erik Weihenmayer, 32, escala o monte Everest; ele tornou-se ontem o
primeiro cego a escalar a montanha mais alta do mundo e pretende repetir o feito em
outros continentes.
15) (UNICAMP/02)
Uma revista semanal brasileira traz a seguinte nota em sua seção A SEMANA:
a) O título poderia ser considerado ambíguo, dado que a palavra “bexiga” tem
vários sentidos em português. Cite pelo menos dois desses sentidos.
b) Em que passagem do texto se desfaz a ambigüidade do título?
c) Dada a modalidade esportiva que Ian pratica, qual poderia ser o tema do
filme mencionado?
PRÁTICAS DO DIZER: um exercício da linguagem – caderno de exercícios
8
9
16) (UNICAMP/02)
17) (FUVEST/00)
18) (UFPEL/INVERNO/00)
Dois dias antes da decisão da Copa, as duas frases abaixo apareceram em perió-
dicos de circulação nacional, evidenciando diferentes opiniões dos redatores acerca
da possibilidade da conquista do pentacampeonato.
Identifique a frase cujo redator acredita nessa conquista. Justifique à luz do nexo
sublinhado.
19) (FUVEST/00)
20) (FUVEST/00)
Brincadeiras de roda e com bonecas não estão mais fazendo parte do mundo
de fantasia de meninas com menos de dez anos. Elas agora se reúnem para um
estranho ritual: aprimorar coreografias sensuais ao som de grupos como É o Tchan e As
Meninas, e a graça está em competir para ver quem dança melhor.
O que, à primeira vista, parece uma brincadeira, ganha contornos sérios
quando os próprios adultos estimulam a erotização precoce. Basta entrar em uma loja
infantil. Na seção das meninas, é difícil encontrar moletons e outras roupas
confortáveis, que permitam a liberdade de movimentos.
Exemplo disso é um grande magazine de Porto Alegre. Lá os modelitos à
disposição são a mais pura imitação de roupas de adultos. O mais sedutora possível,
ainda que de mau gosto. O que dizer de blusas para meninas de dois a três anos,
coladas ao corpo, num tecido vermelho brilhoso? Há, inclusive, marcas especializadas
nessa transformação. Botas e sapatos de salto alto, tamancos com solados exagerados
é o que mais se encontra.
(Adaptado de Márcia Camarano, Extra Classe, n.44, ago. 2000)
Qual o tema central do texto acima? Qual a posição que a autora manifesta
quanto a esse tema?
22) (UFPEL/00)
ESCLARECIMENTO
Torno público, a quem interessar possa, que a intimação que me foi
feita pelo Serviço Notarial e Registral ROCHA BRITO, relativa a protesto
de título do Banco General Motors S.A., no valor de R$ 178,00, com
vencimento para o dia 7/4/1999, deveu-se a extravio do carnê de pagamento
e descuido da pessoa encarregada de pagar a dita prestação, sendo que a
mesma foi, de pronto, liquidada.
Pelotas, 14 de maio de 1999.
W.S.R.
(firma reconhecida)
Embora se deva admitir que, em termos de sentido, o texto não deixa dúvidas
acerca do que pretende o autor, uma determinada passagem, por ser ambígua, nos
leva a uma interpretação cômica do que ocorreu.
Com base em seus conhecimentos lingüísticos:
a) explicite a hipótese absurda a que essa passagem pode levar o leitor;
b) reescreva apenas o trecho problemático, eliminando a ambigüidade.
23) (UFPEL/00)
TEMPO
Passam, a cada 24 horas, cada um dos 15 dias de sobrevida do Pronto-Socorro da FAU.
24) (UFPEL/00)
Na revista Época de 16.8.1999, encontramos a seguinte matéria acerca da
campanha publicitária pelo desarmamento da população:
POLÊMICA
VAMOS DESARMAR OS BANDIDOS. NÃO OS CIDADÃOS DE BEM. Campanha de interesse público da Mainardi Propaganda.
Negro quem, cara-pálida?
Cinqüenta outdoors de uma campanha contra a proibição do uso de armas de fogo foram
retirados das ruas de São Paulo sob a acusação de racismo. A imagem de um rapaz de pele
escura com uma arma na mão e uma tarja negra nos olhos foi considerada preconceituosa por
duas procuradoras paulistas que convenceram a Justiça a recolher os painéis. O jovem que
emprestou seu rosto à campanha colocou a decisão em xeque com uma declaração
desconcertante. “Não sou negro”, avisou Deneílson Paulo, 25 anos, motociclista da agência
PRÁTICAS DO DIZER: um exercício da linguagem – caderno de exercícios
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responsável pela campanha. A certidão de nascimento confirma: sua cor, oficialmente, é
branca. O publicitário Ênio Mainardi, criador da campanha, discorda de Deneílson. “Seria fácil
escapar dizendo que ele é branco. Mas ele não é. É da mesma raça vira-lata de todos nós,
brasileiros”, diz Mainardi. O publicitário está convencido de que o racismo foi só uma
desculpa. “Queriam atacar a campanha e arrumaram um argumento. Vou processar as duas
procuradoras por danos morais. Nunca fui racista”, afirma.
25) (UFPEL/00)
Na revista Época, de 16.8.1999, aparece o trecho de uma carta, transcrito abaixo,
que responde às críticas da cantora Rita Lee aos rodeios.
26) (UFPEL/00)
27) (UFPEL/00)
ARGENTINA: 4 X BRASIL: 0
CULPA DO JUIZ
Em matéria de respeito ao Direito Auto- Da próxima vez que ouvir falar em Rock
ral o Brasil está tomando de goleada da Ar- In Rio, pense que, para os seus artistas favo-
gentina. ritos, melhor seria o Rock In Buenos Aires, já
A Argentina, com um território bem me- que do Rock In Rio II, realizado em 1994, os
nor do que o do Brasil e uma população que autores até hoje nunca viram a cor do di-
é um quinto da brasileira, paga três vezes nheiro.
mais aos seus compositores e Mas a maioria dos nossos
artistas do que o Brasil. juízes, indo contra um direito
Lá, as TVs a cabo e por as- tão óbvio, protela as decisões
sinatura sempre pagam o Di- e acaba protegendo os usuá-
reito Autoral. Aqui no Brasil, rios de música que nos devem
elas já existem há sete anos e R$ 200 MILHÕES.
nunca pagaram um tostão. E ainda lhes permitem
Quando o grupo de rock continuar usando música que
U2 esteve na Argentina, foram não lhes pertence, mesmo
arrecadados US$ 2 MILHÕES em Direito contra a vontade dos compositores e vio-
Autoral. Aqui no Brasil, o promotor do show lando a nossa Constituição, que diz:
se recusou a pagar e sumiu.
“AOS AUTORES PERTENCE O
Na Argentina, as emissoras de rádio e
DIREITO EXCLUSIVO DE UTILIZAÇÃO,
TVs abertas só funcionam se pagarem Di-
PUBLICAÇÃO OU REPRODUÇÃO DE
reito Autoral. Aqui no Brasil, elas o sone-
SUAS OBRAS.”
gam, desrespeitando a Constituição Federal,
a Lei de Direito Autoral e os tratados inter- Pelo menos nessa derrota do Brasil a
nacionais firmados pelo Brasil. E isso com a gente sabe que a culpa é do juiz.
tolerância da própria Justiça.
a) Diga quais foram, segundo o texto, os quatro gols feitos pela Argentina.
b) Explique por que o texto atribui a culpa ao juiz.
29) (UFPEL/98)
Também não é raro encontrar em periódicos, especialmente nos diários, estrutu-
ras ambíguas que, se não chegam a prejudicar a compreensão da frase, constituem,
pelo menos, motivo de estranhamento.
Observe:
Dúvida I
Na quarta-feira passada, o canal escolhido para assistir aos jogos do
Brasileiro foi a Bandeirantes. Cobertura completa e eficiente, diga-se de
passagem. Em determinado momento, aparece aquele número do “Disk-
Sport”, onde a gente concorre a uma grana com a marcação de gols, bola
na trave, pênalti etc. E lá foi feita uma “fezinha”.
(Fonte: Diário Popular, 09/12/97)
Reestruture o primeiro período do texto, desfazendo a ambigüidade.
30) (UFPEL/INVERNO/00)
No jornal Zero Hora de 24 de julho de 1999, encontramos a seguinte charge de
Marco Aurélio:
Caso você não se recorde, ela alude à passeata do movimento dos “sem” (sem-
teto, sem-emprego, sem-terra), que se manifestava contra a situação política do Bra-
sil.
Com base nisso, responda:
a) Como você interpreta o fato de “os de sempre” estarem à frente dos outros
grupos?
b) A quem a crítica do chargista é dirigida? Que elementos visuais nos levam a
essa conclusão?
PRÁTICAS DO DIZER: um exercício da linguagem – caderno de exercícios
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31) (UFPEL/INVERNO/00)
O texto abaixo – que servirá de base para as questões (a) e (b) – contém um frag-
mento do artigo de Sérgio Abranches “O povo não quer só...”, publicado na revista
Veja, de 29.09.99.
32) (UFPEL/INVERNO/00)
Leia atentamente a tira abaixo, publicada em revistas de circulação nacional:
a) Quais são as duas interpretações que podem ser depreendidas das frases da
tira acima?
b) A palavra nunca, na última delas, pressupõe que a Folha de São Paulo não se
vende em momento nenhum. Entretanto, ainda podemos perceber uma outra
informação implícita.
Qual é essa informação?
33) (UFPEL/INVERNO/00)
As várias denúncias de medicamentos falsos, como as famosas “pílulas de fari-
nha” (anticoncepcionais falsificados feitos à base de fubá), expuseram um dos mais
terríveis desrespeitos ao cidadão cometidos no país. A esse tema reporta-se o texto
abaixo, publicado no jornal Zero Hora, em 9 de agosto de 1998:
34) (UFPEL/01)
36) (UFPEL/01)
Observe o texto abaixo:
37) (UFPEL/INVERNO/01)
Em comemoração ao Dia das Mães, a TIM CTMR CELULAR veiculou a seguinte
mensagem:
39) (UFPEL/INVERNO/01)
Observe atentamente o período abaixo:
40) (UFPEL/INVERNO/01)
Estruturas como as seguintes são freqüentes na língua falada, já que a língua de
todos os dias é mais solta, mais livre das amarras da norma-padrão.
42) (UFPEL/INVERNO/01)
Rosto
44) (FURG/00)
46) (UFPEL/04)
Leia atentamente a tira abaixo.
47) (UFPEL/04)
O uso de palavras empregadas em sentido metafórico é recurso largamente
utilizado no discurso publicitário.
a) Transcreva do texto – uma propaganda da campanha Fome Zero – as palavras
que comprovam o que foi dito acima, explicitando-lhes o sentido.
(Zero Hora, 30/08/03)b) O texto foi estruturado em linguagem coloquial. Identifique a(s) marca(s) dessa
forma
(Zero Hora, 30/08/03)
de expressão.
c) O texto conduz a uma idéia de inevitabilidade. Copie a palavra que traduz essa
idéia.
48) (UFPEL/04)
O CÂNCER DA TRISTEZA
A depressão que um diagnóstico de câncer acar-
reta pode encurtar a vida do paciente. A revista
Psychosomatic Medicine publicou um estudo feito, ao
longo de uma década, pela Universidade de Roches-
ter, nos Estados Unidos, com 205 vítimas da doença.
Todas haviam recebido a notícia do câncer pouco
tempo antes do início da pesquisa. Oitenta pessoas
do grupo já morreram – a maioria delas apresentara
os piores resultados em testes psicológicos. A con-
clusão dos autores é que pacientes de câncer tam-
bém devem ter o acompanhamento de um psicólogo.
(Veja, 20/08/03)
a) O título da notícia pode levar a mais de uma leitura. Quais são elas?
b) O uso do vocábulo “também”, na última linha do texto, permite que se recu-
pere uma informação implícita. Explicite-a.
49) (UFPEL/04)
tacitamente prolixamente
obscuramente radicalmente
sutilmente puerilmente
Escolha, nessa lista, o advérbio mais adequado a cada uma das ações a seguir
enunciadas, de acordo com o modelo.
51) (UFPEL/INVERNO/02)
Uma conhecida operadora de telefonia celular publicou a seguinte peça publici-
tária no jornal Diário Popular, edição do dia 24 de novembro de 2001:
52) (UFPEL/03)
ANTINADA E ANTININGUÉM
O Brasil de hoje, independentemente das
sombras que pairam no horizonte do sistema fi-
nanceiro internacional, revela um vigoroso de-
sejo de renovação. No entanto, o clima de sinis-
trose renasce constantemente. A suposta implo-
são do Real e a iminente argentinização de
nossa economia foi anunciada inúmeras vezes.
A especulação, irresponsável e voraz, elevou a
cotação do dólar e repercutiu no endividamento
das empresas. Alguns ganharam, mas o Brasil
perdeu. A situação é grave. Certamente. Mas
está muito distante das previsões de certos uru-
bus do mercado. [...]
(Di Franco, Carlos Alberto, Diário Popular, 10/10/02)
53) (UFPEL/INVERNO/02)
Dada a recorrência de um determinado cenário socioeconômico mundial, o jornal
Zero Hora republicou, em 22 de dezembro de 2001, uma charge que já o havia ilus-
trado em meados de junho daquele ano:
54) (UFPEL/03)
O fascículo 2 da série “Brasil 500 anos”, publicada pela Editora Abril, tem, como
introdução, o texto “Colonização e Nova Ordem”, do qual foi retirado o fragmento a
seguir.
PRÁTICAS DO DIZER: um exercício da linguagem – caderno de exercícios
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Demorou algum tempo para que os portu-
gueses tivessem idéia da extensão de seus do-
mínios americanos e se apercebessem do que
significariam para o Império Português, se fos-
sem bem explorados. Mapearam o litoral e nele
semearam pequenos pontos de apoio para a na-
vegação. Deram-se conta rapidamente de que
os índios nada produziam que pudesse interes-
sar ao mercado europeu além do pau-brasil cor-
tado e embarcado em troca de uns poucos pro-
dutos de valor medíocre.
55) (UFPEL/03)
Algumas palavras da língua que pertencem à esfera semântica das relações,
atuam na junção de elementos da frase. Este é o caso das preposições, que podem
estabelecer relações de sentido com os elementos por elas conectados. Um exemplo
disso é o que acontece com a preposição em, que pode trazer uma idéia de lugar (es-
tar em casa) ou uma idéia de modo (estar em dificuldades).
Examine as estruturas abaixo, todas elas apresentando a preposição por.
Explicite a relação de sentido que o uso dessa preposição trouxe a cada uma das
frases.
Laís Maria Passos Rodrigues & Teresinha dos Santos Brandão
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56) (UFPEL/INVERNO/02)
Poema da necessidade
É preciso casar João,
é preciso suportar Antônio,
é preciso odiar Melquíades,
é preciso substituir nós todos.
É preciso salvar o país,
é preciso crer em Deus,
é preciso pagar as dívidas,
é preciso comprar um rádio,
é preciso esquecer fulana.
É preciso estudar volapuque*,
é preciso estar sempre bêbedo,
é preciso ler Baudelaire,
é preciso colher as flores
de que rezam velhos autores.
É preciso viver com os homens,
é preciso não assassiná-los,
é preciso ter mãos pálidas
e anunciar o FIM DO MUNDO.
(FURG/01)
Livro eletrônico:
você ainda vai ler um
O avanço das novas tecnologias está
revolucionando a relação entre os
leitores e a literatura em todo o mundo
Você sabia?
Carlos Corrêa E-book é o livro eletrônico, que
pode ser lido de três diferentes
O acervo de toda a Feira do Livro de maneiras. As mais usadas são a
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Porto Alegre – cerca de 210 bancas nesta leitura direta no computador ou
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edição – em uma banquinha só. Clássicos então através de um aparelho
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de Shakespeare, Machado de Assis ou específico, conhecido como e-
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Balzac, de graça, ao alcance de um clique. book device. A outra maneira,
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Uma estante inteira de livros dentro da me- menos comum, é através de um
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mória do computador. palm top, um pequeno computa-
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(...) dor de mão.
8 As infinitas possibilidades abertas
9 pelos e-books devem transformar comple-
10 tamente a relação dos leitores com a litera-
11 tura nos próximos anos. E essa revolução já
12 começou.
(Zero Hora, 4/11/00)
(FURG/03)
As questões de 59 a 61 são vinculadas ao texto abaixo.
59) Assinale a opção que, sem alterar o sentido do texto, poderia substituir o
segmento não sendo necessária a utilização de herbicida (linhas 5-6)
a) à medida que não se aplicou herbicida.
b) uma vez que não foi aplicado herbicida.
c) o que dispensou a aplicação de herbicida.
d) em detrimento da aplicação de herbicida.
e) por não ter sido aplicado herbicida.
CHAROLLES, M. Introdução aos problemas da coerência dos textos. In: GALVEZ, C.;
ORLANDI, E.; OTONI, P. O texto: leitura e escrita. Campinas: Pontes, 1988.
FÁVERO, L. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 1993. (Série Princípios).
ILARI, R. Introdução à Semântica: brincando com a gramática. São Paulo: Contexto, 2001.
________. Introdução ao estudo do léxico: brincando com as palavras. São Paulo: Contexto,
2002.
PRÁTICAS DO DIZER 2: um exercício da linguagem
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Laís Maria Passos Rodrigues & Teresinha dos Santos Brandão
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PRÁTICAS DO DIZER 2: um exercício da linguagem
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