Apostila Revit PDF

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 82

________________________________________________________________

APOSTILA - REVIT PARA ENGENHARIA

REVIT PARA ENGENHARIA

_______________________________
1
Apostila desenvolvida por Felipe Góes, consultor-proprietário da Felipe Góes –
Consultoria em AEC, empresa de treinamento e consultoria em escritórios de
arquitetura, engenharia e construtoras. Acesse o website fgaec.net para
conhecer nossos serviços e depoimentos de ex e atuais clientes.

Este documento é de uso livre, seja por instituições públicas ou privadas, não
caracterizando fins lucrativos. Versão do software utilizado: Revit 2017,
Autodesk Inc.

____________________________
2
________________________________________________________________

DISCLAIMER

Tendo em vista que esta apostila foi elaborada pensando em auxiliar


estudantes em seus primeiros passos no uso da ferramenta, recomenda-se que
o usuário que procura uma literatura mais aprofundada em quaisquer dos
assuntos abordados nesta deva recorrer a outros documentos. A elaboração
desta apostila é consequência da notória demanda de estudantes de
engenharia a ficarem alinhados às mais atuais ferramentas do mercado de
Arquitetura, Engenharia e Construção - AEC e tem este como único objetivo:
democratizar o acesso à boa informação.

Nos colocamos à disposição para tirar qualquer dúvida sobre os assuntos


abordados nessa apostila a partir do website fgaec.net.

_______________________________
3
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 6
2. BAIXANDO E INSTALANDO O SOFTWARE .................................................. 7
3. INTERFACE .............................................................................................. 9
4. ATALHOS DE TECLADO ........................................................................... 15
5. COMEÇANDO UM NOVO PROJETO ........................................................... 16
6. UNIDADES DE PROJETO ......................................................................... 17
7. NÍVEIS DE PROJETO............................................................................... 18
8. EIXOS DE PROJETO ................................................................................ 19
9. NAVEGADOR DE MATERIAIS ................................................................... 20
10. PONTO BASE E PONTO DE PESQUISA .................................................... 22
11. IMPORTAÇÃO/VINCULAÇÃO DE ARQUIVOS ............................................ 22
12. IMPORTANDO UM ARQUIVO CAD .......................................................... 23
13. SUPERFÍCIE TOPOGRÁFICA ............................................................... 24
14. FAMILIAS ............................................................................................. 25
15. PAREDES .......................................................................................... 27
15.1. PAREDES BÁSICAS ...................................................................... 27
15.2. PAREDES EMPILHADAS ............................................................... 31
15.3. PAREDES CORTINA ..................................................................... 31
16. PISOS............................................................................................... 33
17. TELHADOS........................................................................................ 34
18. FORROS ........................................................................................... 36
19. ESCADAS .......................................................................................... 37
20. ESQUADRIAS ....................................................................................... 41
20.1. PORTAS...................................................................................... 41
20.2. JANELAS..................................................................................... 42
21. VISTAS ............................................................................................. 43
22. COTAS.............................................................................................. 46
23. AMBIENTES ...................................................................................... 46
24. PILARES, VIGAS E LAJES ................................................................... 48
25. IDENTIFICADORES............................................................................ 50
26. SOBREPOSIÇÃO DE VISIBILIDADE GRÁFICA....................................... 52
27. OCULTANDO E ISOLANDO ELEMENTOS.............................................. 53

____________________________
4
________________________________________________________________

28. TABELAS .......................................................................................... 54


29. FOLHAS ............................................................................................ 56
27. MEP ................................................................................................. 59
27.1. INTRODUÇÃO ............................................................................. 59
27.2. LANÇANDO EQUIPAMENTOS........................................................ 59
27.3. PREPARANDO O ARQUIVO PARA O LANÇAMENTO ........................ 60
27.4. MEP: HIDRÁULICA E TUBULAÇÃO ................................................ 63
27.4.1. CONFIGURAÇÕES DE TUBO ................................................... 63
27.4.2. LANÇANDO TUBULAÇÕES ...................................................... 65
27.4.3 ADICIONANDO REGISTROS ................................................... 68
27.5. MEP: ELÉTRICA .......................................................................... 69
27.5.1 CONFIGURAÇÕES GERAIS ..................................................... 69
27.5.2 LANÇANDO QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO .............................. 70
27.5.3 LANÇANDO TOMADAS E INTERRUPTORES - ASSOCIANDO
LUMINÁRIAS E INTERRUPTORES .......................................................... 70
27.6. MEP: MECÂNICA ......................................................................... 72
27.6.1 CONFIGURAÇÕES GERAIS ..................................................... 72
27.6.2 CONFIGURAÇÕES DE DUTOS................................................. 73
28. TRABALHO COLABORATIVO .............................................................. 74
28.1. INTRODUÇÃO ............................................................................. 74
28.2. INICIANDO O PROCESSO DE COLABORAÇÃO ............................... 76
28.3. WORKSETS ................................................................................. 77
28.4. ARQUIVO CENTRAL x ARQUIVO LOCAL ........................................ 79
28.5. SINCRONIZANDO O TRABALHO ................................................... 81

_______________________________
5
1. INTRODUÇÃO
A apostila Revit para Engenharia tem como escopo as principais
ferramentas de arquitetura e engenharia dentro do software Revit, tendo sido
dividida em três grandes temas: arquitetura, MEP e trabalho colaborativo.
Porém, antes de serem abordados os assuntos supracitados, é feita uma
introdução ao conceito BIM.

BIM - Building Information Modeling - o que, numa tradução literal,


significa Modelagem da Informação da Construção é outro conceito de trabalho
que vem revolucionando a comunidade de AEC no Brasil e no mundo. Como
observado na Figura 1, há uma grande diferença entre um fluxo de trabalho
CAD e outro BIM em escritórios de AEC. Esta diferença se dá, resumidamente,
por duas razões: a razão conceitual e a razão operacional.

Figura 1 – Diferença entre fluxos CAD e BIM em escritórios.


Fonte: http://www.graphisoft.com/archicad/open_bim/about_bim/

Conceitualmente, workflows BIM devem ter em alguma parte de seu


escopo um fluxo de informações. Considerando que estas informações geradas
foram demandadas por alguém, estas já tem endereço certo, pois elas atendem
as necessidades de um ou mais players do projeto. Estas informações vão
nascendo e sendo formatadas ao longo da criação do projeto, dentro da própria
ferramenta e/ou conjunto de ferramentas.
____________________________
6
________________________________________________________________

Operacionalmente, ferramentas BIM são diferentes de ferramentas CAD


por serem preparadas a lidar com informações. É o que se costuma dizer de
uma vista 3D ou de corte feitas no Revit: que saíram de forma “automática”. A
mesma característica não é encontrada no AutoCAD. A razão disso é
justamente o fato do AutoCAD não ser um software de projetos, mas sim um
software para execução de desenhos. Portanto, este não foi feito para
conservar informações de projeto, mesmo as mais básicas, como a volumetria
de uma edificação. Analogamente, no Revit fazemos uma parede numa planta
baixa e a mesma “aparece” na vista 3D. Porém, não é correto dizermos que a
parede “aparece” de forma automática. Veremos mais sobre isso no capítulo x.

Portanto, todos os interessados (stakeholders) devem estar cientes do


pleno significado do BIM. Tanto o contratante do serviço para saber o que está
comprando quanto o provedor do serviço para saber o que está vendendo.

2. BAIXANDO E INSTALANDO O SOFTWARE


A Autodesk disponibiliza o Revit (bem como vários outros softwares)
para uma licença gratuita de três anos para estudantes e professores. O
download e cadastro são feitos no mesmo site. Para efetuar o cadastro,
download e instalação corretamente, siga os passos a seguir:

1. Acessar o site autodesk.com/education/free-software/all;

2. Selecionar o software Revit;

3. Caso já possua um cadastro educacional no site da Autodesk, deve fazer

login em ;

4. Caso não possua um cadastro educacional no site da Autodesk, deve-se

realizar o mesmo clicando em ;

5. Para um novo cadastro, a Autodesk pergunta ao usuário o nome da


instituição de ensino, datas de matrícula e formatura (previsão);

____________________________

7
6. Após ter feito o login, escolhem-se as seguintes opções:

Observe que, desde o Revit 16, apenas é possível baixar em versão 64


bit. Perceba também que esse tutorial mostra como baixar o software em
português. Toda a apostila foi montada utilizando o software nesse idioma.
Note que quando escolher o idioma, aparecerão na tela o número serial e a
chave do produto. Ambas as informações foram enviadas para o seu email e
devem ser inseridas no Revit quando ele pedir para acionar a licença de três
anos gratuita para estudantes.

7. Finalmente, para baixar o software escolha a opção e baixe o instalador.


Assim que baixado, execute-o para instalar o Revit 17 e instale-o
normalmente.

OBS: algumas vezes, os antivírus, por serem bastante restritivos, podem


prejudicar a instalação fazendo resultar em erro. Para prevenir que isso ocorra,
recomenda-se desativar o antivírus durante a instalação.

OBS²: desde o Revit 16, é possível mudar o idioma do software a


qualquer momento em poucos passos. Primeiramente, clica-se nas
propriedades do atalho da área de trabalho (Figura 2) e alteram-se as três
últimas letras do destino do arquivo (Figura 3).

Figura 2 – Acessando as propriedades do atalho.

Figura 3 – Alterando as três letras finais do destino.

____________________________
8
________________________________________________________________

As três letras definem o idioma do software aberto pelo respectivo


atalho. PTB são as iniciais de português do Brasil; ENU são para inglês dos
Estados Unidos e assim por diante. A lista completa das siglas pode ser
encontrada facilmente em uma procura na internet.

3. INTERFACE
O conhecimento da interface de um software é de fundamental
importância para o usuário saber onde procurar as soluções para os problemas
em questão. A interface padrão do software é vista a seguir.

Área de projeto Paleta de propriedades


Barra de opções Barra de controle de vista
Navegador de projeto

____________________________

9
A parte superior da interface do Revit é dividida em Guias (ou Abas),
Painéis e Ferramentas:

Guias

Ferramentas

Painéis

Guia contextual

As guias abrigam os painéis os quais abrigam as ferramentas. Cada guia


tem um assunto de interesse, onde, por exemplo, a guia Arquitetura abriga as
ferramentas de modelagem que interessam a disciplina de arquitetura, como
paredes, portas, janelas, escadas etc, assim como a guia Estrutura organiza as
ferramentas que interessam a essa disciplina, como viga, fundação, pilar
estrutural e treliça. Em ambos os casos, as ferramentas podem estar ou não
dentro do mesmo painel. Por exemplo, portas, janelas e paredes estão dentro
do mesmo painel chamado Construir pois entende-se que todos são elementos
de vedação numa construção. Já a escada faz parte de outro painel chamado
Circulação pois entende-se que a mesma permite a circulação dentro de uma
edificação. Nem sempre a nomenclatura usada para cada guia, painel ou até
mesmo ferramenta será a mais intuitiva possível, mas isso ocorre na maioria
das vezes.

Ao longo da apostila, para indicar uma ferramenta que utilizaremos,


vamos usar a notação Guia > Painel > Ferramenta. Por exemplo, caso
estivéssemos falando sobre a ferramenta parede arquitetônica, o caminho seria
Arquitetura > Construir > Parede Arquitetônica.

____________________________
10
________________________________________________________________

A Guia Contextual é a guia que apenas aparece quando habilitamos


alguma ferramenta. Ela é caracterizada por ter a cor verde e por nem sempre
aparecer.

O Navegador de Projeto (Figura 4) abriga todas as vistas criadas ao


longo do projeto. Definem-se por vista as plantas de piso, plantas de forro,
plantas estruturais, vistas 3D, cortes, elevações, pranchas, grupos de detalhe e
modelo, tabelas, detalhes, legendas e vistas de desenho. Por padrão, todas
estas vistas são classificadas de acordo com seu uso (todas as plantas de piso
são colocadas juntas uma a outra, o mesmo ocorrendo com as demais
classificações listadas acima).

A barra de opções estará cinza e inoperante caso não haja algo


selecionado. Há certas ferramentas e elementos que tem opções relevantes à
sua colocação. Portanto, caso queiramos modelar uma parede, por exemplo, e
entrarmos na ferramenta parede, a barra de opções ficará na cor verde e
repleta de opções que nos auxiliam na configuração.

____________________________

11
Figura 4 – Navegador de projeto.

Além disso, no Navegador de Projeto podemos acessar as famílias


contidas no projeto, acessando suas propriedades para criar e/ou deletar seus
tipos (quando aplicado), bem como purgar a família do projeto. Mais a frente
veremos o conceito de famílias. Finalmente, dentro desse navegador também é
possível gerenciar o vínculos do projeto corrente, como outros arquivos de
Revit, arquivos IFC, DWG etc.

Já na Paleta de Propriedades encontram-se o Seletor de Tipos, as


propriedades de instância e o acesso às propriedades de tipo dos objetos.

No Seletor de Tipos (Figura 5), podemos escolher qual tipo de qual


família queremos locar no projeto.

____________________________
12
________________________________________________________________

Figura 5 – Seletor de Tipos.

Para entendermos o que são Tipos, Propriedades de instância e


Propriedades de tipo, vejamos como o Revit organiza e estrutura seus
subcomponentes (Figura 6).

Figura 6 – Estrutura organizacional do Revit com relação às categorias, famílias e


tipos.

Quando pensamos em paredes, pisos, forros, portas, janelas, telhados,


vigas, pilares etc, devemos pensar em Categorias dentro do Revit. Cada
categoria tem suas famílias, onde, por exemplo, a Categoria Porta pode ter
várias famílias de porta, como uma família de apenas uma folha, outra com
duas folhas, outra com quatro folhas etc. Assim como a Categoria Pilar pode
admitir várias famílias de pilares, como pilares em madeira, em concreto,
metálicos, arredondados, retangulares etc. Portanto, primeiramente define-se
um objeto pela sua categoria e posteriormente a sua família. Em seguida,
podemos definir que uma família tem vários tipos, como por exemplo uma
família de porta de uma folha de giro que tem um tipo de 80 cm de largura,
outro tipo de 90 cm de largura e assim por diante. Portanto, percebemos que
as definições de Tipo de uma família separam os elementos pelos Parâmetros
com valores diferentes. No exemplo supracitado de portas, as portas de 80 cm
e de 90 cm diferem os seus valores com relação ao parâmetro Largura.
Finalmente, define-se como Instância a quantidade de elementos de mesmo
tipo. Por exemplo, caso alguém fizesse a pergunta “qual seria a quantidade de

____________________________

13
portas de 90 cm PcD no andar Térreo?” a pergunta poderia ser substituída por
“quantas instâncias da porta de 90 cm PcD há no andar Térreo?”.

Percebe-se, portanto, que temos Propriedades de Instância e


Propriedades de Tipo. Podemos acessá-las na Paleta de Propriedades (Figura 7)
ao selecionar qualquer elemento do Revit. Para acessarmos as propriedades de
uma vista, precisamos estar dentro dessa vista sem estar com algo selecionado.

Figura 7 – Ao selecionarmos um elemento, suas propriedades aparecem na Paleta de


Propriedades.

IMPORTANTE: devemos perceber neste momento que o Revit já


permite a visualização de informações na Paleta de Propriedades. Na Figura 7
pode-se notar que, simplesmente ao selecionar esta instância da janela Single
Window – Standard podemos visualizar seu Nível, seu valor de Altura do
Peitoril, Sua largura e Altura bem como outros parâmetros de Instância. Para
acessarmos seus Parâmetros de Tipo, devemos clicar no botão Editar Tipo,
localizado embaixo do Seletor de Tipos.

Portanto, sempre que quisermos saber alguma informação do elemento


selecionado, o primeiro lugar para onde devemos olhar é na Paleta de
Propriedades. Caso a informação que queiramos observar não esteja na paleta,
é possível que ela esteja nas propriedades de tipo, as quais acessamos ao clicar
no botão Editar Tipo, como explicado acima.

____________________________
14
________________________________________________________________

A grande diferença entre propriedades de tipo e de instância é que


enquanto as propriedades de tipo sempre serão iguais para todas as instâncias
de mesmo tipo, as propriedades de instância poderão ter valores diferentes.
Um bom exemplo é imaginar uma janela qualquer. Em um edifício, podemos ter
várias janelas iguais (várias instâncias de mesmo tipo). Porém, estas janelas
podem ter a altura de peitoril diferente. Nesse caso, percebe-se uma
necessidade de elementos de mesmo tipo terem um parâmetro específico com
valores diferentes entre si. Portanto, conclui-se que determinadas
características de certas famílias precisarão ser formatadas como Parâmetros de
Tipo e outras de Parâmetros de Instância. Mais a frente, voltaremos a falar
sobre famílias e parâmetros.

Na Barra de Controle de Vista, o usuário pode escolher a escala em que


a vista está submetida, bem como seu nível de detalhe, que compreende os
níveis baixo, médio e alto, bem como outras configurações de tratamento e
visualização as quais voltaremos a falar mais a frente.

4. ATALHOS DE TECLADO
É normal que, para ganhar tempo, o usuário use no seu dia-a-dia atalhos
de teclado para acessar ferramentas mais rapidamente. Para conferir os atalhos
de teclado criados por padrão, precisamos acessar Vista > Janelas > Interface
do usuário e clicar no botão Atalhos de Teclado. Na janela que surgir (Figura
8), pode-se notar que todas as ferramentas do Revit são agrupadas com seus
respectivos atalhos de teclado.

____________________________

15
Figura 8 – Definições de atalhos para ferramentas.

Podemos criar novos atalhos parra ferramentas, bem como desassociar


atalhos existentes e ainda por cima importar/exportar um arquivo .xml com os
atalhos salvos.

5. COMEÇANDO UM NOVO PROJETO


Na tela inicial do Revit (Figura 9), temos os quatro arquivos de projeto
mais recentes na parte superior, os quatro arquivos de famílias mais recentes
na parte inferior, botões de ajuda e novidades do lado direito da tela e opções
para iniciar novos arquivos do lado esquerdo.

____________________________
16
________________________________________________________________

Figura 9 – Tela inicial do Revit.

Para começar um novo projeto, clicamos em Novo das opções de


Projeto. O Revit perguntará qual será o arquivo Template a ser utilizado como
base. Um arquivo template de Revit tem extensão .rte e serve como um
arquivo base para o usuário, onde já fora carregadas todas as famílias que ele
possa precisar, bem como opções de projeto, parâmetros etc. Ao selecionar o
arquivo template desejado, devemos escolher se queremos começar um novo
Projeto ou um novo Modelo (Template).

6. UNIDADES DE PROJETO
Podemos visualizar e alterar as unidades de projeto a qualquer momento
durante um projeto. Todas as medidas são automaticamente refeitas para se
adequarem à nova unidade.

Para acessar as unidades de projeto do Revit (Figura 10), acessamos


Gerenciar > Configurações > Unidades de projeto. Dentro do menu de
configurações, podemos definir a unidade, escolhendo entre o sistema imperial
ou métrico, número de casas decimais, função do ponto e vírgula e algumas
outras configurações.

____________________________

17
Figura 10 – Definições das unidades de projeto.

7. NÍVEIS DE PROJETO
Um dos primeiros passos em qualquer projeto é a criação de níveis, pois
tudo que modelamos no Revit é hospedado em algum nível. Para criar níveis,
precisamos estar numa vista de Corte ou Elevação.

Para acessar a ferramenta Nível, devemos acessar Arquitetura > Dados


> Nível. Os níveis costumam apresentar o valor de sua elevação absoluta,
relativa à cota 0 do projeto e o seu nome (Figura 11). Tanto o nome quanto o
valor da elevação podem ser alterados se clicarmos em cima deles no nível ou
selecionar o nível e alterar na Paleta de Propriedades.

____________________________
18
________________________________________________________________

Figura 11 – Níveis vistos numa vista de elevação.

Ao criarmos um nível pela ferramenta Nível, percebe-se na barra de


opções que a opção criar vista de planta está, por padrão, ativada. Logo, ao ser
criado o nível, teremos mais 3 vistas de planta organizadas no Navegador de
Projeto: uma planta de piso, uma planta de forro e uma planta estrutural do
nível criado. Todos os níveis que aparecerem com o seu símbolo pintado de
azul em uma vista de elevação ou de corte indicam aqueles que têm vistas de
planta que o referenciam.

8. EIXOS DE PROJETO
Não há necessidade da existência de eixos de projeto para dar início a
qualquer projeto no Revit. Porém, caso o usuário queira criá-los para auxiliar na
produção do projeto, deve acessar Arquitetura > Dados > Eixo.

Os eixos (Figura 12) possuem um funcionamento e lógica muito


parecidos com os de níveis, uma vez que a sua nomenclatura compreende
padrões e servem de elementos de referência.

____________________________

19
Figura 12 – Eixos vistos em planta.

É possível criar eixos lineares ou curvos. Ambas as opções estão


localizadas na Guia contextual, como opções de desenho.

9. NAVEGADOR DE MATERIAIS
Para cada arquivo, tem-se um menu que define e classifica todos os
materiais utilizados no projeto. Este menu se chama Navegador de Materiais
(Figura 13), podendo ser acessado em Gerenciar > Configurações.

Figura 13 – Navegador de materiais.

Para produzir um novo material, seleciona-se o botão abaixo da lista de


materiais (Figura da esfera) e clica-se em Criar novo material. O material é
imediatamente criado com o nome Padrão novo material. Recomenda-se
____________________________
20
________________________________________________________________

renomear imediatamente para evitar enganos. Após ter renomeado para, por
exemplo, Pintura de parede – Branca, deve-se acessar a guia Aparência para
substituir o recurso aplicado ao material. ATENÇÃO: cada material tem um
recurso de aparência associado, o qual vai dar a aparência do material à
renderização (textura). Caso este recurso não seja associado ao material, o
mesmo terá uma aparência cinza padrão.

Para associar um recurso a qualquer material, clica-se no botão para


substituir o recurso (Figura do botão para substituir). Outro navegador será
aberto, o Navegador de recursos (Figura 14), onde os recursos são classificados
de acordo com o uso (físicos ou de aparência, em Recursos físicos da Autodesk
e Biblioteca de aparência respectivamente) e finalidade (alvenaria, pintura,
metal, espelho etc). Pode-se utilizar a barra de pesquisar para procurar pelo
recurso de interesse. Como estamos produzindo um material de pintura de
parede, procura-se por um material de pintura dentro da finalidade de Pintura
de parede. Dentro desta finalidade, encontram-se vários recursos, onde cada
um deles possui suas especificações, como tipo de pintura (fosca ou brilhosa).

Figura 14 – Navegador de recursos.

____________________________

21
10. PONTO BASE E PONTO DE PESQUISA
Antes de falarmos sobre vinculação e importação de arquivos dentro do
Revit, é necessário entendermos onde está e como calibramos a origem do
modelo, o ponto (0,0,0). Se acessarmos uma planta de piso chamada Terreno,
observaremos a existência de dois pontos (Figura 15) os quais não estavam
aparecendo nas demais plantas de piso.

Figura 15 – Ponto base e ponto de pesquisa sobrepostos.

O ponto base de projeto, símbolo redondo, representa a origem (0,0,0)


do modelo e permite localizar a construção em uma posição específica no
terreno. Já o ponto de pesquisa, figura triangular, representa um elemento
físico conhecido, como um marco geodésico.

11. IMPORTAÇÃO/VINCULAÇÃO DE ARQUIVOS


É muito comum que precisemos utilizar arquivos como base de projeto
no Revit. DWF, FBX, IFC e arquivos CAD são alguns exemplos dos arquivos os
quais podemos inserir em um projeto do Revit para aproveitar os desenhos.

A extensão IFC é uma extensão livre não controlada por qualquer


organização, criada para que fosse possível uma comunicação e integração de
modelos BIM entre softwares de empresas diferentes. Essa extensão é bastante

____________________________
22
________________________________________________________________

conhecida por arquitetos e engenheiros que trabalham colaborativamente entre


si com softwares de base BIM.

Para inserir um DWG há duas possibilidades: vínculo ou importação. Um


arquivo importado significa que dentro do espaço do modelo há um arquivo
externo porém sem vinculação, ou seja, caso o arquivo externo seja alterado ou
até mesmo excluído, nada causará à importação feita no modelo. Caso o
arquivo seja vinculado, todas as alterações no arquivo externo trarão
consequências à instância da importação dentro do modelo, como renomear o
arquivo, mover de pasta ou alterá-lo (como abrir o DWG no AutoCAD e alterar
o desenho).

Será o objetivo fim do arquivo que dirá se o melhor processo será


importá-lo ou vinculá-lo ao modelo. Ambas as ferramentas estão localizadas na
Guia Inserir. Reparamos que há dois painéis: um chamado Importar e outro
chamado Vínculo.

12. IMPORTANDO UM ARQUIVO CAD


Para importar um arquivo CAD, acessa-se Inserir > Importar > Importar
CAD. Ao selecionar o arquivo, percebe-se que há várias opções na hora de
inserir o arquivo no modelo (Figura 16).

Figura 16 – Opções de importação de arquivo CAD.

Cores: o usuário pode preservar as cores dos layers, inverter ou


importar com o arquivo em preto e branco.

Camadas/níveis: o usuário informa quais layers serão trazidos para o


modelo. É possível importar todos, apenas os visíveis ou ainda especificar quais
serão importados.

____________________________

23
Unidades de importação: o usuário define qual será a unidade do
elemento CAD dentro do modelo. Por exemplo, caso as unidades do Revit
tenham sido configuradas para centímetros e sabe-se que o arquivo CAD está
também em centímetros, já é possível indicar que a unidade de importação será
centímetros.

Posicionamento: há 5 formas de posicionamento: 2 manuais e 3


automáticas. Posicionar ao centro, significa ao centro da tela, a forma mais
simples possível. Posicionar na origem, significa casar o ponto (0,0) do arquivo
CAD no ponto (0,0,0) do Revit.

Coloca em: o usuário indica o nível em que a instância de importação


será locada.

Caso o arquivo CAD tenha sido importado numa unidade inadequada, é


possível alterá-la a qualquer momento. Basta selecionar o elemento e acessar
seus Parâmetros de Tipo (Figura 17). É possível alterar entre as unidades
métricas e imperiais e alterar o fator de escala.

Figura 17 – Parâmetros de Tipo de uma importação CAD.

13. SUPERFÍCIE TOPOGRÁFICA


É possível criar uma superfície topográfica no Revit a partir da locação de
pontos indicando sua coordenada em Z, a partir de um arquivo CAD importado
ou até mesmo a partir de uma nuvem de pontos.

Para criar uma superfície topográfica no Revit a partir de pontos, acessa-


se Massa e terreno > Modelar terreno > Superfície topográfica. Na guia
contextual, percebe-se que a ferramenta padrão é a de colocação de pontos
(Figura 18). A área de projeto ficará desbotada e a barra de opções trará as
propriedades do próximo ponto a ser colocado: sua elevação e perguntará se
esse valor é de elevação absoluta (com relação ao ponto base do projeto) ou
elevação relativa à superfície.

____________________________
24
________________________________________________________________

Figura 18 – Formas de criação de uma superfície topográfica.

14. FAMILIAS
Trabalhando no Revit, é rotineiro ouvirmos o termo “famílias”. Costuma-
se dizer que famílias estão para o Revit assim como blocos estão para o
AutoCAD. Essa analogia é interessante, porém não consegue resumir qual
exatamente é a função de famílias no Revit. Isso por que no AutoCAD os blocos
não carregavam informações, apenas representações. Como estamos
trabalhando num software de base BIM, é comum encontrarmos informações
ou, ao menos, espaços para definir as informações dentro de famílias.

No Revit existem 3 espécies de famílias, cada qual com suas características


e objetivos:
● Famílias no local;
● Famílias de sistema; e,
● Famílias carregáveis.

As famílias no local representam os objetos que são únicos num projeto, ou


seja, que não precisam de mais de uma instância (justificando a impossibilidade
de criação de tipos para essas famílias). São exemplos de famílias no local os
móveis planejados e as massas que servem para estudos de massa. Para
executar uma família no local, há dois jeitos: Arquitetura > Componente>
Modelar no local (Figura 19) ou Massa e terreno > Massa conceitual > Massa
no local (Figura 20).

____________________________

25
Figura 19 e 20 – Caminhos possíveis para fazer uma família no local: a partir de modelagem
de componente no local ou massa conceitual no local respectivamente.

As famílias de sistema representam os elementos de definições de


famílias fechadas, apenas permitindo a criação de tipos. Por exemplo, uma das
categorias pertencentes a esta espécie de família é a categoria de pisos. No
Revit, não há a possibilidade de criar novas famílias de pisos, apenas novos
tipos de pisos, onde o usuário pode alterar as espessuras, materiais, funções de
cada camada que o compõe. Assim como os pisos, pertencem a esta espécie da
família as categorias de paredes, rampas, escadas, guarda-corpos, textos,
cotas, tubulações, forros e várias outras. Para fazer outros tipos de famílias de
sistema, basta entrar nas propriedades de tipo de qualquer categoria
pertencente a esta espécie de família e duplicar o tipo corrente, renomeando o
novo tipo e dando as características de interesse.

Finalmente, as famílias carregáveis representam aquelas que estão


contidas em arquivos externos ao Revit. Ao contrário das duas outras espécies
de família, as famílias carregáveis são arquivos de extensão .rfa que são
carregadas aos projetos. Em famílias carregáveis, temos a possibilidade
também de criação de tipos. São exemplos de famílias carregáveis: portas,
janelas, conexões de tubos, equipamentos hidráulicos, mobiliário e várias
outras categorias.

Todas as espécies de famílias são capazes de carregar dados e


informações que em qualquer momento podem ser tabeladas. Assim como
todas as espécies podem ser parametrizadas, como esquadrias que tem sua
altura e largura paramétricas, equipamentos hidráulicos que tem sua vazão de
projeto paramétricas etc.

Para criar novas famílias carregáveis, é necessário acessar o menu do


aplicativo e em seguida Novo > Família (Figura 21).

____________________________
26
________________________________________________________________

Figura 21 – Caminho para criar uma nova família carregável.

15. PAREDES
A categoria Paredes possui 3 famílias de sistema (como vimos
anteriormente, o Revit é limitado a estas 3 famílias já que, em famílias de
sistema, não podemos dar origem a novas famílias, mas sim a novos tipos)
chamadas:
● Parede básica;
● Parede empilhada; e,
● Parede cortina.

15.1. PAREDES BÁSICAS


As paredes básicas são elementos que aceitam a inserção de camadas
internas, as diferenciando por materiais, espessuras e funções.

Para criar e configurar camadas de paredes básicas deve-se acessar as


suas propriedades de tipo. Dentro das propriedades de tipo de qualquer parede
básica, encontra-se o parâmetro Estrutura, local onde definimos as camadas.
Clicando no botão Editar, passamos a editar a estrutura da parede selecionada
(Figura 22).

____________________________

27
Figura 22 – Configurando a estrutura de uma parede básica

Neste momento, parte-se de um exemplo de parede para explicar como


se daria sua construção de camadas. Tendo uma parede em alvenaria,
revestimento argamassado e pintura dos dois lados como exemplo, no Revit
este elemento seria composto por, no mínimo, 5 camadas, as quais seriam:
pintura interna + reboco paulista + bloco cerâmico + reboco paulista + pintura
externa, onde cada camada teria material, espessura e função associados ao
seu fim.

Recomenda-se que a primeira coisa a fazer seja a criação de camadas


conforme desejado. Considerando que esta parede de exemplo teria 5 “partes”,
deve-se possuir 5 camadas. Podemos inserir ou remover camadas conforme
necessário, clicando nos botões abaixo das camadas. Para visualizar as
camadas graficamente, deve-se selecionar a opção Visualizar no canto inferior
esquerdo da janela.

O segundo passo seria inserir a espessura correta das camadas e o


posicionamento adequado. Considerando a parede exemplo, teríamos duas
camadas com 1 mm de espessura (pinturas interna e externa), 2 camadas com
2,9 cm de espessura (rebocos paulistas) e 1 camada de 14 cm (bloco
cerâmico), totalizando 20 cm de espessura de parede. Para rearranjar o
posicionamento das camadas, deve-se selecionar a camada que se deseja
mover e apertar nos botões Acima e Abaixo para executar o movimento.

O terceiro passo seria selecionar a função de cada camada. A função


Estrutura não deve ser confundida com função estrutural. A função Estrutura
de qualquer camada indica que aquela camada seria a camada que daria porte
à parede em sua real construção. A camada de bloco cerâmico, a de espessura
de 14 cm, seria a camada que daria porte à parede, portanto esta será a única
____________________________
28
________________________________________________________________

camada a ter Estrutura como função. O valor que acompanha a função é o


peso da camada, sendo que o valor 1 é o de maior peso, decrescendo
conforme o valor aumenta. Este peso será determinante da relação gráfica
entre as camadas. Camadas de maior peso “quebram” camadas de menor peso.
Portanto, uma camada com peso 4 será cortada por uma camada de peso 1,
por esta ser mais forte.

Finalmente, para configurar os materiais da parede, deve-se acessar o


navegador de materiais para cada camada e escolher os materiais no
navegador de materiais, item 09. Caso o material não tenha sido previamente
criado, pode ser criado neste momento. ATENÇÃO: caso o usuário pressione a
tecla ESC em qualquer momento dentro da janela de propriedades da parede, a
ação será cancelada e todo o progresso será perdido, inclusive os materiais
criados. Portanto recomenda-se tomar muito cuidado com o uso deste botão.
Recomenda-se também, ao final da edição da parede, observar se a espessura
total vai de acordo com a espessura desejada pelo usuário (Figura 23)

Figura 23 – Tipo de parede básica finalizada.

Para locar este elemento no Revit, basta acessarmos Arquitetura >


Construir > Parede > Parede arquitetônica (Figura 24).

____________________________

29
Figura 24 – Caminho para acessar a ferramenta parede.

Assim como todos os outros elementos modelados no Revit, as paredes


precisam de um nível hospedeiro para sua base. Além disso, estas precisam de
um nível hospedeiro para seu topo. Chamaremos ambos de restrição de base e
topo respectivamente. IMPORTANTE: vimos aqui a importância de criarmos
níveis antes de qualquer outra modelagem no início de um projeto
arquitetônico. Sem os níveis criados, não é possível locar as paredes. Caso o
usuário queira criar uma meia parede com 1,50 m a partir do seu Nível 1, basta
acessar a ferramenta parede, escolher o tipo desejado e, a partir da paleta de
propriedades, escolher ambas as restrições de base e de topo como sendo o
Nível 1, conferindo um deslocamento superior de 150 cm (Figura 25).

Figura 25 – Produzindo uma parede de 150 cm.

____________________________
30
________________________________________________________________

15.2. PAREDES EMPILHADAS


A família Parede empilhada é aquela que permite ao usuário literalmente
empilhar tipos de paredes básicas umas sobre as outras, criando pilhas. Sua
utilização permite ao usuário ter paredes com cerâmica até uma determinada
altura, paredes com impermeabilização até determinada altura, paredes sobre
base de pedra e algumas outras aplicações. Para poder produzir a parede
empilhada desejada, é necessário ter criado os tipos de paredes básicas antes.
Assim como qualquer família de sistema, para criar novos tipos de parede
empilhada, basta duplicarmos um tipo existente, renomearmos e fazer as
alterações que desejamos.

15.3. PAREDES CORTINA


A família parede cortina é a mais complexa do Revit, bem como a mais
versátil. Esta possui configurações de eixos e montantes de parede cortina, os
quais servem para recortar a parede e possibilitar a existência de gradis, painéis
de vidro, vidraças, glazings, peles de vidro etc (Figura 26).

Figura 26 – Tipos diferentes de paredes cortina.

IMPORTANTE: tanto em paredes cortina quanto em empilhadas e


básicas, temos parâmetros de instância e de tipo. Dependendo do que
queiramos fazer no elemento, a configuração se encontra na paleta de
propriedades ou nas propriedades de tipo. Em paredes cortina, podemos definir
o espaçamento dos eixos (por onde passam os montantes), o perfil dos
montantes e a existência de ambos. Caso queiramos fazer uma parede de
gesso sem qualquer montante, apenas o painel, devemos entrar nas
propriedades de tipo e remover todos os eixos e todos os montantes (Figura
27), ficando apenas o painel.

____________________________

31
Figura 27 – Exemplo de drywall tendo apenas o painel modelado.

Já se quisermos fazer uma pele de vidro, com painéis de vidro e


montantes espaçados a determinado intervalo tanto na vertical quanto na
horizontal, devemos entrar nas propriedades de tipo da parede cortina e ajustar
as configurações de painel, eixos e montantes (Figura 28).

____________________________
32
________________________________________________________________

Figura 28 – Exemplo de pele de vidro.

16. PISOS
A categoria de pisos no Revit é uma categoria que possui famílias de
sistema, assim como as paredes. Para produzir pisos no Revit, devemos acessar
Arquitetura > Construir > Piso > Piso arquitetônico. O Revit ficará com a área
de projeto num desbotado, pedindo para que o usuário produza o croqui do
piso. Pisos, forros, hatchs e mais algumas outras ferramentas são definidas por
um croqui. Vale relembrar que este croqui possui duas regras de existência:
não pode ficar em ciclos abertos, ou seja, precisa ser uma poligonal fechada; e
não pode apresentar intersecção de linhas, sejam “rebarbas” no desenho ou
linha sobre linha.

Da mesma forma que paredes, forros e telhados, os pisos são elementos


constituídos por camadas, onde cada camada tem sua função, espessura e seu
____________________________

33
material associados. Para configurar as camadas constituintes dos pisos, deve-
se selecionar o tipo de piso de interesse e acessar suas configurações de tipo.
No parâmetro Estrutura definimos as camadas clicando no botão Editar, sendo
que a sua construção se dará exatamente como visto nas paredes básicas, item
15.1.

17. TELHADOS
A ferramenta telhado pode ser acessada em Arquitetura > Construir >
Telhado. Nesta apostila, é abordada a ferramenta Telhado por perímetro
(Figura 29).

Figura 29 - Ferramenta Telhado por perímetro.

Os telhados por perímetro são elementos definidos por linhas croqui, as


quais representarão suas bordas (as extremidades do telhado). Cada uma das
linhas deste croqui pode ter uma inclinação definida. Para definir a inclinação
destas arestas, primeiro realiza-se o desenho a partir das ferramentas de
desenho na guia contextual. Percebe-se que, ao lado de cada aresta, há um
desenho de um triângulo retângulo. Este desenho indica que esta aresta tem
uma inclinação definida. Há a possibilidade de todas as arestas terem a
inclinação definida, apenas algumas terem ou nenhuma ter. Fica a critério do
projetista bem como o restante do projeto do telhado. Para habilitar ou
desabilitar a inclinação da aresta, basta selecioná-la. Tanto na barra de opções
quando na paleta de propriedades, aparecerá a opção Define a inclinação. O
valor da inclinação pode ser alterado na paleta de propriedades ou clicando
sobre a aresta e em seguida sobre o valor que aparecer junto a esta.

Assim como a inclinação é um parâmetro de projeto para uma cobertura,


também são: material, formato da extremidade, nível de locação etc. Todos
estes parâmetros podem ser visualizados na paleta de propriedades (Figura
30), lembrando que telhados são elementos de famílias de sistema, portanto
seu comportamento é semelhante às paredes, aos pisos e forros: os elementos
de telhado básico são definidos por camadas.
____________________________
34
________________________________________________________________

Figura 30 - Configurações de telhados básicos.

Para realizar um telhado de quatro águas, o croqui a ser realizado deve


conter 4 arestas com a inclinação definida (Figura 31). ATENÇÃO: dependendo
dos valores que o usuário colocar em cada aresta, é possível que o telhado não
seja possível de ser criado. Caso ocorra esta situação, o Revit colocará um aviso
explicando-a.

Figura 31 - Croqui de um telhado de 4 águas.

Para criar um telhado de 2 águas, basta que tenhamos um croqui com 2


arestas com inclinação definida. Percebe-se, ao clicar em concluir, que as linhas
as quais não tiveram suas inclinações definidas, ficarão inclinadas para dar o
caimento das demais águas (Figura 32).

____________________________

35
Figura 32 - Croqui de um telhado de 2 águas.

Produzir um telhado acima de paredes não faz com que estas se juntem
automaticamente à cobertura. Para realizar isto, devem-se selecionar as
paredes e clicar na ferramenta Anexar topo/base na guia contextual. Em
seguida, seleciona-se a cobertura com a qual se deseja alcançar. Esta
ferramenta faz com que as paredes tenham seu topo redesenhado para
“encaixar” perfeitamente à cobertura, inclusive para produzir oitões (Figura 33).

Figura 33 - Anexando topos de paredes às coberturas.

ATENÇÃO: anexando uma parede à cobertura a partir desta ferramenta,


percebe-se que seu topo não mais é orientado pelas definições na sua paleta
de propriedade, mas sim por esta ferramenta. Não importa onde a cobertura
esteja (em qual nível), o topo sempre acompanhará.

18. FORROS
A ferramenta forro, assim como paredes, pisos e telhados, contém
elementos de famílias de sistema, tendo, portanto, a criação de forros básicos a
partir de camadas. A ferramenta pode ser acessada em Arquitetura > Construir
> Forro.

____________________________
36
________________________________________________________________

Há duas formas de produzir forros no Revit: por croqui, semelhante a


pisos e telhados, ou de forma automática, onde o Revit reconhece o ambiente e
coloca o tipo de forro selecionado em uma altura do piso acabado a ser
escolhida pelo usuário (Figura 34).

Figura 34 - Criação de forro automático.

Seja da forma que for, quando concluída a criação do forro, o mesmo


apresentará uma distância chamada Altura do deslocamento da base, a qual se
refere ao pé direito livre do ambiente. ATENÇÃO: para que de fato este valor
remeta ao pé direito livre, o forro criado precisa estar associado a um nível
acabado.

19. ESCADAS
A ferramenta pode ser acessada em Arquitetura > Circulação > Escada. Há
duas formas de realizar uma escada no Revit: por componente ou por croqui.
Escadas são elementos de família de sistema. Portanto, o Revit limita em 3
famílias de sistema para que o usuário crie as mais diversas soluções de
escadas que possam haver em seu projeto:
● Escada moldada no local;
● Escada montada; e,
● Escada pré-moldada.

Utilizamos a ferramenta escadas por componente quando desejamos lançar


os componentes de uma escada de forma separada (lances, plataformas e
suportes). Ao entrar nesta opção, a área de projeto fica em um tom desbotado
e pode-se começar a lançar e editar a escada. Há opções importantes de
lançamento de uma escada tanto na barra de opções quanto na paleta de
propriedades e na guia contextual. Para demonstrar todas as opções, partimos
de um exemplo:
● Lançar uma escada que interligue os níveis 1 e 2 de um determinado
projeto (entre piso de 3,15 m). A escada terá largura de 1,20 m, 18

____________________________

37
espelhos, será de concreto armado e terá a sua base plissada
(escalonada) ao invés de totalmente preenchida com concreto. A mesma
deve ter guarda corpo metálico. Lançar conforme Figura 35.

Figura 35 - Exemplo de escada a ser lançada.

Primeiramente, certifique-se de que o seu projeto possui dois níveis com


entre piso de 3,15m. Sendo assim, acessa-se a ferramenta Escada por
componente. Primeiramente, no seletor de tipos, escolhe-se o tipo Escada
monolítica da família Escada moldada no local. Em seguida, ainda na paleta de
propriedades, define-se que o nível de base é o nível 1 e o nível superior o nível
2. No campo Cotas, mais abaixo, aparece a opção de indicarmos o número
desejado de espelhos. O valor indicado dividirá o valor da distância entre os
níveis selecionados e resultará no valor da Altura real do espelho. ATENÇÃO:
caso o espelho obtiver uma altura maior do que 18 cm, o Revit exibirá um aviso
indicando que esta altura ultrapassa a regra definida por tipo. Para alguns
códigos de obras municipais, o valor máximo da altura de espelhos em escadas
não pode ultrapassar os 18 cm. Veremos onde esta regra é definida em breve.
Na barra de opções, escolhemos a largura da escada a ser realizada. O valor
indicado será associado a todos os componentes.

Para começar a lançar a escada, seleciona-se uma das opções de


lançamento de lance na guia contextual. Há as opções reto, espiral, em “L” e

____________________________
38
________________________________________________________________

em “U”. Para lançar a escada do exemplo, escolhemos a opção reto. Clicamos


no projeto onde queiramos que seja o início da escada e movemos o mouse em
direção crescente do lance. Percebe-se que aparece uma frase quando
iniciamos o lançamento, dizendo quando espelhos foram criados e quantos
ainda faltam para finalizar e alcançar o entrepiso indicado (Figura 36).

Figura 36 - Lançando uma escada por componente.

Conforme a figura de exemplo, horizontalmente há 14 espelhos.


Portando deve-se dar o segundo clique para finalizar o lance retilíneo com esta
quantidade de espelhos. Em seguida clica-se em outro local à direita do lance e
continua-se o lançamento da escada para baixo. Perceberemos que uma
plataforma será criada entre os dois lances lineares, não importando a
localização destes (desde que não sejam: paralelos e não colineares). O
segundo lance, portanto, alcançara o desnível escolhido. Percebe-se que não
importa o quanto afastemos o cursor da projeção do último espelho, a escada
não produzirá um a mais se quer. Isso por quê o Revit entende que o desnível
requerido já foi alcançado. Antes de finalizar, deve-se selecionar o guarda corpo
desejado. Na guia contextual, há uma ferramenta chamada guarda corpo.
Nesta ferramenta, podemos indicar qual será o guarda corpo padrão desta

____________________________

39
instância a ser criada, escolhendo, conforme solicitado acima, o guarda corpo
metálico 900 mm a ser colocado sobre os pisos (Figura 37).

Figura 37 - Seleção de guarda corpos padrões em escadas.

Para produzir a escada com a largura correta, deve-se alterar a Largura


do lance na barra de opções para 1,20 m. Finalmente, para tornar a base da
escada plissada, deve-se acessar as suas propriedades de tipos. Dentro das
propriedades de tipos, pode-se notar que podem ser alterados o tipo de trecho
e o tipo de segmento de conexão, referentes ao lance e á plataforma que
conecta os lances respectivamente (Figura 38).

Figura 38 - Propriedades de tipo de escada

____________________________
40
________________________________________________________________

Também é encontrado nas propriedades de tipo das escadas o botão


para acessarmos as regras de cálculo (Equação de Blondel), onde podemos
definir a profundidade mínima do degrau e a altura máxima do espelho.

20. ESQUADRIAS
20.1. PORTAS
A ferramenta porta está localizada em Arquitetura > Construir > Porta.
Os elementos desta categoria agrupam-se em famílias carregáveis, não mais,
portanto, famílias de sistema como as ferramentas anteriores (pisos, telhados,
forros, escadas e paredes). Como tal, os elementos de porta são arquivos
externos ao projeto que podem ser recarregados em outros projetos (como
explicado no item 14).

Por razões de construção do software, as portas apenas podem ser


colocadas em paredes básicas ou empilhadas, não podendo estar no vazio ou
em paredes cortina (salvo quando esta parede cortina possui uma parede
básica ou empilhada como painel).

As portas, quando forem locadas em algum local do projeto, vão


apresentar cotas temporárias e botões que permitem o seu rotacionamento
(Figura 39).

Figura 39 - Opções de portas.

____________________________

41
Para alterar alguma característica do elemento, precisamos lembrar do
conceito de parâmetros (item 3, pág. 09). No Revit, possuímos parâmetros de
instância e de tipo, ambos definindo estas características para os elementos
que o possuem, porém de forma diferente. Quando alteramos um parâmetro de
instância, estamos mudando a característica correlacionada apenas daquele
elemento que foi selecionado (ou, se preferir, daquela instância que foi
selecionada). Quando alteramos parâmetros de tipo, estamos alterando todas
as instâncias de mesmo tipo. Normalmente, Largura e Altura de esquadrias são
parâmetros de tipo das famílias. Portanto, para termos uma porta de 80 x 210
cm e outra de 90 x 210 cm, precisaremos ter, obrigatoriamente, dois tipos de
portas, cada um com o parâmetro Largura diferente do outro.

Em buscas na internet pela família perfeita para um determinado fim, é


comum nos depararmos com soluções incompletas (famílias que não são
parametrizadas e/ou que a parametrização deixou a desejar). Nestes casos, é
possível Editar a família, o que na prática seria literalmente abrir o arquivo da
família e editar a sua construção, refazendo os parâmetros. Ou - e, em alguns
casos, mais interessante do que editar - criar a família do zero. Editar e criar
famílias é um assunto extenso e muito importante para ser passado de forma
rápida, portanto o mesmo não será abordado neste documento.

20.2. JANELAS
A ferramenta Janela pode ser localizada em Arquitetura > Construir >
Janela. O seu funcionamento é idêntico ao funcionamento de portas, sendo
também um elemento de família carregável. Podemos encontrar, por exemplo,
os mesmos botões de setas para alterar a direção de abertura e localização da
janela no modelo quando visto em planta.

Assim como portas, não é possível locar janelas fora de uma parede
básica ou parece cortina, aparecendo um sinal de proibido no momento da
locação. Famílias de janelas já vem com um parâmetro de tipo que define sua
altura de peitoril (Figura 40), sendo que o mesmo poderá ser alterado por tipo
de janela ou pelo parâmetro de instância Altura do peitoril.

____________________________
42
________________________________________________________________

Figura 40 - Parâmetro de tipo que define altura padrão de peitoril.

21. VISTAS
Como dito no item 3, todas as vistas criadas no modelo podem ser
contempladas no Navegador do projeto (Figura 41). Quando iniciamos algum
projeto considerando um arquivo template, é comum que várias vistas já
tenham sido criadas para facilitar o trabalho do usuário, como as fachadas
gerais da edificação, plantas baixas, vista de perspectiva, tabelas etc.

Figura 41 - Navegador do projeto.

____________________________

43
Porém, ao longo de um projeto há a necessidade de criarmos várias
outras vistas (planta de cobertura, cortes, elevações para detalhamentos, vistas
isométricas etc). Portanto, é fundamental sabermos como determinados tipos
de vista se relacionam com os elementos no modelo e como podemos deletar,
editar e criar novas vistas.

As vistas de planta são vistas diretamente associadas aos níveis lançados


no projeto (ver item 7). Um nível pode ter inúmeras vistas associadas a ele,
porém uma vista só pode ser associada a um determinado nível. O Revit possui
auxilia graficamente ao usuário localizar quais níveis possuem ou não uma vista
de planta referenciada a ele. Para tal, basta acessar uma elevação da
construção em que possamos ver os níveis (Figura 42). Percebe-se que alguns
níveis podem estar “pintados” de azul e outros de preto. A cor azul indica que o
nível possui pelo menos uma vista de planta referenciado-o. A cor preta indica
o contrário, que este nível não possui uma vista de planta.

Figura 42 - Visualizando quais níveis possuem vistas de planta.

Partindo do exemplo da imagem, caso quiséssemos criar uma planta de


piso para o nível 3, basta acessarmos Vista > Criar > Vista de planta > Planta
de piso e selecionar o nível correspondente. O Revit levará o usuário
diretamente para esta vista. Caso acessemos novamente a mesma elevação em
que estávamos antes, veremos que o nível, antes “pintado” de preto, agora
está na cor azul. O mesmo processo poderia ser feito para criar as outras
____________________________
44
________________________________________________________________

modalidades de planta que o Revit aceita (plantas de forro, estruturais, de área


etc). Todas as vistas criadas são organizadas no Navegador de projeto.

Para criarmos elevações, cortes, legendas, vistas 3D, chamadas de


detalhes e tabelas, basta acessarmos Vista > Criar (Figura 43).

Figura 43 - Ferramentas para criação de vistas.

Muitas vezes, ao longo de um projeto, precisamos criar cópias de vistas


com objetivo de, por exemplo, ter duas vistas iguais do pavimento térreo.
Percebe-se portanto que a intenção é criar uma duplicação da vista. Para tanto,
basta selecionar a vista que deseja-se duplicar no navegador de projeto e clicar
com o botão direito do mouse. Haverá três opções para duplicar a vista:
● Duplicar;
● Duplicar com detalhamento; e,
● Duplicar como dependente.

Cada uma destas opções tem seu momento e seu objetivo em projetos.
A primeira opção, simplesmente duplicar, fará com que tenhamos uma cópia da
vista duplicada, porém sem os elementos 2D (linhas, cotas, textos,
identificadores etc).

A segunda opção, duplicar com detalhamento, fará com que tenhamos


uma cópia exata da vista duplicada, trazendo todos os elementos 2D além dos
elementos modelados.

Percebe-se que estas duplicações não são dependentes, ou seja, quando


uma vista é alterada a outra não sofre as mesmas alterações. ATENÇÃO: o
sentido da palavra “alterações” nesse contexto é no sentido gráfico, como por
exemplo: alterar o estilo visual, a escala da vista, o nível de detalhe etc. Mas,
para determinados fins num projeto, pode-se desejar que uma vista seja
dependente da outra nesse sentido, onde as alterações feitas em uma delas é
reproduzida também a outra. Para tanto, há a terceira opção de duplicação:
duplicar como dependente.

____________________________

45
Para renomear qualquer vista, basta que cliquemos com o botão direito
do mouse sobre a vista e selecionemos a opção Renomear.

22. COTAS
Acessando Anotar > Cota podemos encontrar todas as ferramentas de
cotas no Revit (alinhadas, lineares, angulares etc).

Para cotar um elemento, basta entrarmos a ferramenta e clicar em cada


referência. Por exemplo, para cotar paredes em planta, basta selecionarmos
cada face das paredes. A seleção não precisa ser linear, podendo o usuário
selecionar as faces em qualquer ordem. Para concluir uma cota, basta clicar
num espaço em branco dentro do modelo.

23. AMBIENTES
A ferramenta Ambiente pode ser acessada em Arquitetura > Ambiente e
Área > Ambiente. Esta ferramenta possibilita a criação de volumes confinados
entre paredes, pisos e forros. A existência de ambientes em um projeto
possibilita a rápida identificação destes, puxando informações de acabamento e
piso, parede e forro, além de leitura de área, nome e volume dos ambientes
com muita rapidez. Para tal, basta acessarmos a ferramenta e clicarmos dentro
de uma região fechada (Figura 44). Uma região fechada não necessariamente é
composta por paredes. Pode-se definir uma região com linhas separadoras de
ambiente, também acessíveis em Arquitetura > Ambiente e Área.

____________________________
46
________________________________________________________________

Figura 44 - Locando ambientes em um projeto.

Ao locarmos um ambiente, este se chamará de Ambiente por padrão. É


necessário que após a criação o nome seja alterado pelo usuário. Esta alteração
pode se dar alterando o parâmetro de instância do ambiente ao selecioná-lo ou
mudando diretamente no identificador caso o ambiente esteja identificado
(Figura 45).

Figura 45 - Ambientes identificados em planta.

Ao lançarmos um ambiente, na guia contextual há a opção de Identificar


na colocação, a qual lançará, além do ambiente, um identificador. O
identificador é o elemento que exibe ao usuário as informações acerca do

____________________________

47
elemento identificado. ATENÇÃO: os identificadores são elementos de famílias
carregáveis, portanto podemos criar novas famílias de identificadores alterando
toda a sua configuração (fonte, cor, tamanho do texto etc).

24. PILARES, VIGAS E LAJES


O Revit possui soluções para a disciplina estrutural. Todas as soluções
são encontradas na guia Estrutura. IMPORTANTE: o Revit não dimensiona os
elementos estruturais, apenas a modelagem. O software da Autodesk que faria
este dimensionamento se chama Robot Structural Analysis.

No Revit, possuímos duas ferramentas que fazem menção às


colunas/pilares: Coluna de arquitetura e Pilar estrutural. A diferença entre eles
é que, enquanto o Pilar estrutural pode receber carga (servindo como um
elemento estrutural), a Coluna de arquitetura apenas preenche espaços. Caso o
escritório de arquitetura tenha como parceiro um engenheiro civil calculista que
utilizará o Robot Structural Analysis para realizar os cálculos, este precisará que
todos os pilares sejam da ferramenta Pilar estrutural. A ferramenta Coluna de
arquitetura pode ser acessada em Arquitetura > Construir > Coluna.

Os pilares estruturais e colunas de arquitetura são elementos que de


famílias carregáveis, mas suas vinculações de base e topo são comparáveis às
das paredes (Figura 46).

Figura 46 - Nível de base e de topo de pilares.

IMPORTANTE: como temos duas ferramentas (pilar estrutural e coluna


de arquitetura), estamos falando de duas categorias diferentes no Revit. É
importante saber disso, pois futuramente falaremos sobre como editar a

____________________________
48
________________________________________________________________

visibilidade de elementos, sendo que esta visibilidade é definida pelas


categorias.

IMPORTANTE²: elementos estruturais são associados ao nível


associado à vista corrente, fazendo com que o Revit entenda que precisamos
criar o suporte para este nível. Por exemplo: caso estejamos trabalhando na
planta de piso do pavimento térreo e habilitarmos a ferramenta viga, pilar
estrutural ou piso estrutural, o Revit criará estes elementos como suporte do
nível associado à planta de piso do pavimento térreo.

A ferramenta Viga se encontra em Estrutura > Estrutura. O seu


lançamento pode ser como se estivéssemos desenhando uma linha: dando o
primeiro clique e o segundo clique em algum local do modelo. ATENÇÃO: a
viga será associada ao nível da vista em que se está lançando-a. Para alterar o
nível de uma viga, deve-se selecioná-la e Editar o plano de trabalho, ferramenta
que está na guia contextual (Figura 47). Uma nova janela será habilitada e será
possível escolher o novo plano de trabalho para o elemento.

Figura 47 - Mudando o plano de trabalho de uma viga

É possível lançar vigas e pilares estruturais sobre eixos de projeto. Basta,


ao acessar qualquer destas ferramentas, localizar a opção Nos eixos na guia
contextual (Figura 48). Esta opção é muito útil pois permite o lançamento
instantâneo destes elementos em níveis estruturais previamente lançados.

____________________________

49
Figura 48 - Lançamento de elementos estruturais nos eixos de projeto.

As lajes são, assim como os pisos, elementos modelados a partir de um


croqui. A diferença entre as lajes (pisos estruturais) e os pisos de arquitetura
(item 14), é que os primeiros são elementos de suporte aos olhos do Revit,
servindo para o serviço do engenheiro calculista que se beneficiar do modelo. A
ferramenta pode ser acessada em Arquitetura > Construir > Piso estrutural ou
Estrutura > Estrutura > Piso estrutural. O elemento, quando tendo sido
finalizado seu croqui, apresentará uma linha com duas setas apontando para
direções opostas (Figura 49). Esta linha representa a direção do vão para lajes
de vigotas treliçadas. A direção pode ser alterada dentro do modo croqui, onde
o usuário precisará selecionar a aresta que representa a direção de interesse e
clicar na ferramenta direção do vão na guia contextual.

Figura 49 - Direção do vão em pisos estruturais.

25. IDENTIFICADORES
Costuma-se dizer que muitas ferramentas do Revit funcionam de forma
automática. É comum ouvir-se falar isso das ferramentas corte, vista 3D e
tabela principalmente. A esta altura do campeonato, já sabemos que nada
funciona de forma automática no Revit, mas sim de forma paramétrica, onde
____________________________
50
________________________________________________________________

uma alta velocidade na produção de qualquer coisa (seja essa “coisa” uma vista
de corte ou uma tabela) é uma simples consequência do grau de informação no
modelo. Afinal de contas, para uma tabela ser feita e requerer do mínimo de
mudanças para ser apresentável, necessitou-se de uma inserção e/ou
processamento de dados prévio para fazer com que as informações fossem
absorvidas de forma interessante no fim do processo.

Tendo dito isto, podemos abordar a ferramenta Identificadores, uma das


ferramentas mais poderosas do software. Costuma-se compará-la a uma
câmera, onde esta câmera está “filmando” determinados parâmetros e
mostrando ao usuário os seus valores. Por exemplo, para que um identificador
de esquadrias retorne ao usuário o código desta (P04, J06, PJ13 etc),
precisamos que este identificador busque o exato parâmetro em que abrigamos
esta informação.

Em linhas gerais, tudo que há no modelo pode ser identificado. Porém,


muitas categorias são identificadas com mais frequência do que outras, como
ambientes, esquadrias, tubulações, painéis etc.

Para identificar elementos, acessamos Anotar > Identificador >


Identificar por categoria. A partir deste momento, aonde o usuário parar o
cursor, o Revit tentará identificar o elemento pré-selecionado. Caso o elemento
não possua um identificador carregado no projeto, aparecerá uma mensagem
após o clique relatando esta situação.

Para identificar vários elementos de uma mesma categoria


instantaneamente, deve-se acessar Anotar > Identificador > Identificar todos.
Uma janela de identificador será habilitada perguntando ao usuário o que se
deseja identificar (Figura 50). Para identificar as portas na vista, por exemplo,
seleciona-se a linha referente a categoria Portas e checa-se se a família e o tipo
do identificador são de interesse. Ao clicar em OK, todas as portas visíveis na
vista são identificadas.

____________________________

51
Figura 50 - Identificando vários elementos.

26. SOBREPOSIÇÃO DE VISIBILIDADE


GRÁFICA
Em determinados momentos durante a modelagem da informação,
precisaremos “tratar” de qual forma determinados elementos serão visíveis e se
serão visíveis. Para realizar isto, há um local no Revit para configurarmos a
visibilidade e a sobreposição gráfica. Para isto, deve-se acessar Vista > Gráficos
> Visibilidade / Gráficos. Esta janela será dividida em 6 guias (Figura 51), onde
cada uma das guias trata sobre agrupamento de categorias diferentes. Na
primeira guia, por exemplo, temos todas as categorias de modelo, onde
poderemos encontrar as paredes, os pisos, os forros, as vegetações etc. Já na
segunda guia, encontraremos as categorias de anotação, logo todos os
elementos 2D como cotas, textos, identificadores etc.

____________________________
52
________________________________________________________________

Figura 51 – Janela de configurações de sobreposição/visibilidade gráfica.

27. OCULTANDO E ISOLANDO ELEMENTOS


Em vários momentos, temos a necessidade de ocultar e/ou isolar
elementos em vistas. Por exemplo, caso não queiramos que algo apareça na
planta de piso, podemos tornar este elemento oculto nesta; ou caso queiramos
esconder determinados elementos rapidamente apenas para que possamos
realizar alguma função mais rapidamente; ou caso precisemos ocultar toda a
modelagem com exceção das esquadrias por alguma razão. Todas estas tarefas
tratam sobre o nome deste capítulo.

Para ocultar ou isolar elementos temporariamente, fazemos uso da


ferramenta Ocultar/isolar temporário, localizada na barra de controle de vista
(Figura 52). ATENÇÃO: esta ferramenta é usada para ocultar e/ou isolar
temporariamente elementos. Portanto, caso o usuário faça uso dela, ao salvar,
fechar e abrir novamente o projeto, os elementos estarão visíveis como antes.

____________________________

53
Figura 52 - Ferramenta utilizada para ocultar/isolar elementos.

Para ocultar um elemento “permanentemente” na vista, há duas formas:


ocultando o elemento na vista ou ocultando a categoria a que este pertence.
Para ocultar, por exemplo, um objeto de anotação em planta, basta selecioná-lo
e acessar Modificar > Vista > Ocultar na vista. Percebe-se que neste momento
(Figura 53) há algumas possibilidades para ocultar o elemento. A primeira
opção, ocultar elemento, tornará apenas o elemento selecionado oculto na vista
atual. A segunda opção, ocultar categoria, fará com que todos os demais
elementos pertencentes à mesma categoria sejam ocultados. A terceira opção,
ocultar por filtro, habilitará a janela de visibilidade/sobreposição de gráficos
para que o usuário produza uma regra de filtro que torne o elemento oculto.

Figura 53 – Formas de ocultar elemento em vistas.

28. TABELAS
Uma das principais vantagens de se trabalhar em softwares baseados no
conceito BIM costuma ser o fato de que quantitativos possam sair com mais
agilidade uma vez que o software consegue fazer o mapeamento de todos os
elementos dentro do modelo.

____________________________
54
________________________________________________________________

No Revit, a partir da ferramenta Tabela, podemos produzir quantitativos


de elementos e materiais que estão lançados no modelo, como tabelas de
esquadrias e tabelas de quantitativo de materiais de parede.

Para produzir uma tabela de portas, por exemplo, primeiramente


acessamos Vista > Criar > Tabelas > Tabela/quantidades. Aparecerá uma
janela pedindo ao usuário que indique qual o contexto da tabela (em outras
palavras, a janela pergunta “tabela de quê?”). Selecionamos a categoria Portas
e clicamos em OK. Aparecerá a janela de configuração de tabela, dividida em 5
guias. Na guia Campos, selecionamos o conteúdo da tabela, ou seja, quais
serão os parâmetros que esta tabela pesquisará nas portas lançadas. Numa
tabela de esquadrias comum, encontramos a largura e a altura dos elementos,
quantidade, material, sistema de abertura etc. É necessário que cada um destes
parâmetros sejam pesquisados nesta guia e adicionados ao lado direito. A
ordem os quais são colocados dialogará com a ordem da tabela.

Na guia Classificar/agrupar, selecionamos como que os parâmetros serão


exibidos na tabela. Caso queiramos, por exemplo, que as portas apareçam em
ordem de pavimento é necessário que tenhamos trazido o parâmetro Nível para
a tabela e que, na guia Classificar/agrupar, classifiquemos primeiramente por
este parâmetro de forma crescente. Também há a possibilidade de mostrar
item por linha na tabela, ou seja, não agrupá-los conforme alguma
característica em comum (comumente, fazemos isto com esquadrias pelo seu
código de esquadrias). Para tal, basta observar a opção itemizar cada instância
na guia Classificar/agrupar.

Na guia filtro, podemos adicionar uma regra para deixar de exibir alguns
elementos. Por exemplo, caso queiramos exibir apenas as portas de madeira
semioca, calibramos a regra para puxar o parâmetro que leva a informação do
material da esquadria e escolhemos a opção Não contém e digitamos o texto
Madeira Semioca. ATENÇÃO: o valor digitado precisa ser exatamente igual a
como foi digitado no tipo da esquadria. O Revit diferencia letras maiúsculas e
minúsculas.

Na guia Formatação, pode-se, para cada parâmetro carregado na tabela,


editar qual será o nome do parâmetro na tabela, bem como seu conteúdo.
Podem-se calcular totais para parâmetros agrupados e alterar as unidades
deste.

____________________________

55
Na guia Aparência, é possível editar a fonte com qual a tabela é
composta. Tais alterações na aparência de qualquer tabela podem ser feitas
também em Modificar tabelas/quantidades > Aparência.

29. FOLHAS
Todas as pranchas lançadas no modelo ficarão organizadas no
navegador de projeto, abaixo das tabelas. Para criar uma nova folha no projeto,
basta acessar Vista > Composição da folha > Nova folha. O Revit abrirá uma
janela para que o usuário selecione qual família e qual tipo de folha este
gostaria de criar. Percebe-se que folhas são elementos de Família carregável no
Revit, pois é exibido o botão Carregar (Figura 55).

Figura 55 – Criando uma nova folha no modelo.

Assim que uma folha é criada, esta passa ser organizada no navegador
de projetos dentro da categoria Folhas. Cada folha tem um número e um nome,
sendo ambos elementos de legenda. Ou seja, caso renumerarmos a prancha
para número 01 e renomearmos para Plantas, a própria folha passa a exibir
essas informações no seu selo (Figura 55).

____________________________
56
________________________________________________________________

Figura 55 – Selo da prancha padrão da Autodesk.

Vale lembrar que a prancha utilizada como exemplo é uma folha padrão
da Autodesk que é instalada no computador juntamente com o software. Tendo
em vista que folhas são elementos de família carregável, há uma infinidade de
soluções disponíveis na internet, sendo cada família construída de forma
diferente às demais, com parâmetros construídos de forma diferente. Portanto,
é possível que uma folha baixada na internet não se mostre como uma boa
solução justamente por não conhecermos todo o processo de construção da
mesma.

Para colocar viewports na folha, basta arrastarmos as vistas do


navegador de projeto para dentro do espaço da folha. Perceberemos que a
viewport apresentará uma linha de título indicando o seu número e a sua escala
(Figura 56).

____________________________

57
Figura 56 – Viewport em ambiente de folha.

Ao clicarmos duas vezes sobre a viewport, passamos a editar a vista.


Teria efeito semelhante a acionarmos a vista no navegador de projeto, sendo
que quaisquer alterações feitas aparecerão na folha onde a viewport
correspondente foi locada.

Para alterar outras informações constantes no selo, como desenhista,


proprietário, nome do projeto etc, podemos clicar diretamente sobre estas
legendas e editá-las. Uma alternativa seria acessar as propriedades de instância
da folha na paleta de propriedades e alterar alguns itens. Veremos que nem
todos os parâmetros citados estão nesta paleta pois nem todos são parâmetros
apenas das folhas. Proprietário do projeto, nome do projeto, endereço do
projeto etc são parâmetros de projeto e serão encontrados em Gerenciar >
Configurações > Parâmetros de projeto.

____________________________
58
________________________________________________________________

27. MEP
27.1. INTRODUÇÃO
Antigamente, os engenheiros e arquitetos baixavam diferentes softwares
para produzir seus trabalhos, onde cada um era especializado em um disciplina,
totalizando 3 softwares diferentes: Revit Architecture, Revit MEP e Revit
Structure. Desde a sua versão 14, o Revit unificou as disciplinas em um único
software. Com estes diferentes módulos, o Revit permite um escopo
multidisciplinar em projetos produzidos em sua interface.

Apesar das ferramentas de outras disciplinas estarem disponíveis, é


comum escritórios instalarem plugins (API’s) para facilitar e aprimorar a
utilização destas ferramentas.

27.2. LANÇANDO EQUIPAMENTOS


Normalmente, os projetistas do projeto arquitetônico lançam os
equipamentos em seus modelos. Bacias sanitárias, máquinas evaporadoras de
ar, pontos de elétrica, luminárias, pias, máquinas condensadoras de ar etc.
Caso seja esta a realidade, o projetista complementar deverá Copiar/monitorar
estes elementos, procedimento explicado no item 27.3.

As ferramentas Equipamento hidráulico, Equipamento mecânico,


Equipamento elétrico e Componente de arquitetura são ferramentas
semelhantes: tratam-se de elementos de famílias carregáveis as quais atendem
determinadas disciplinas. Cada um destes elementos se comportará de forma
diferente quando colocado no projeto. As variáveis que determinam seu
comportamento, sua colocação e sua visualização são, em parte, definidas na
criação da família, assunto extenso e não visto nesta apostila. Para ilustrar o
lançamento de equipamentos, contextualizou-se para cada uma das disciplinas.

Caso queiramos lançar uma luminária, acessamos Arquitetura >


Construção > Componente de arquitetura. Caso não haja uma família disponível
no seletor de tipos, não há elementos carregados no projeto, onde
precisaríamos nos dirigir a Inserir > Carregar no projeto > Carregar família. Ao
termos carregado uma família de luminária de mesa, por exemplo, a mesma
____________________________

59
estará disponível na ferramenta Componente de arquitetura. ATENÇÃO: o local
onde uma família “cai” dentro do Revit para ser usada não pode ser antecipado
de forma tão previsível como descrito acima, pois quem define este destino da
família também é o criador da família. Esta condição está condicionada à
categorização da família. Recomenda-se leitura complementar para aprofundar
conhecimento.

Caso queiramos lançar um equipamento mecânico, como uma caldeira,


um refrigerador ou uma máquina condensadora de ar, devemos acessar
Sistemas > Mecânico > Equipamento mecânico. Ao lançarmos este elemento,
provavelmente repararemos que esta família vem com conectores (Figura 57),
onde podemos puxar segmentos de tubo, duto e conduíte.

Figura 57 - Exemplo de família MEP com conectores multidisciplinares.

27.3. PREPARANDO O ARQUIVO PARA O


LANÇAMENTO
Considerando que o projeto complementar a ser lançado considerará
uma arquitetura (ARQ) prévia ou concomitantemente feita, precisamos trazê-la
para dentro do modelo referente ao projeto complementar por meio de vínculo.
Para fazer isso, acessa-se Inserir > Vínculo > Vínculo de Revit. ATENÇÃO: ao
selecionar o arquivo, deve-se escolher também a forma com que este será
locado dentro do modelo hospedeiro. As variadas formas de realizar esta ação
podem levar em consideração a origem do modelo e coordenadas
compartilhadas. Recomenda-se veemente pesquisa nestes assuntos para
aprimorar a interação entre os modelos multidisciplinares.
____________________________
60
________________________________________________________________

Após o arquivo ARQ ter sido inserido no modelo hospedeiro, deveremos


Copiar/monitorar níveis, equipamentos e quaisquer outros elementos de
interesse da equipe que desenvolverá este projeto. Ao monitorarmos algum
elemento da arquitetura, qualquer alteração que ocorra no arquivo
arquitetônico será avisada ao usuário para que seja avaliada a possibilidade de
permanência da mudança (Figura 58).

Figura 58 - Janela de aviso sobre mudanças no projeto vinculado.

Para copiar/monitorar elementos, devemos acessar Colaborar >


Coordenar > Copiar/monitorar. Há a possibilidade de monitorarmos elementos
do próprio projeto ou de projetos vinculados. Caso queiramos monitorar
elementos de uma arquitetura vinculada, selecionamos a segunda opção. Após
fazer isto, a guia contextual trará algumas opções para realizar a monitoração
dos elementos (Figura 59). Após realizar as cópias, clica-se em Concluir.

Figura 59 - Opções para copiar/monitorar elementos de modelos vinculados.

____________________________

61
Quando copiamos elementos, além de monitorar, estamos criando um
“reflexo” destes elementos dentro do nosso próprio modelo. Por exemplo,
imagina-se a situação onde o arquiteto lança os equipamentos hidráulicos
dentro de seu modelo ARQ. Quando o projetista sanitarista vincula o arquivo
ARQ, este deve, além de monitorar, copiar os equipamentos lançados pelo
arquiteto, uma vez que qualquer alteração destes equipamentos pelo arquiteto
deve ser sinalizada ao sanitarista (justificando o monitoramento). Porém, além
de ser avisado das alterações, o sanitarista precisará fazer uso das
propriedades dos equipamentos, retroalimentando de informações se
necessário. E tal procedimento apenas é possível caso estes equipamentos
tenham sido copiados.

Caso haja alterações nos elementos monitorados, ao acessar o modelo,


aparecerá um aviso informando que alguns elementos precisam de revisão de
coordenação (Figura 60). Para acessar o menu de coordenação, acessa-se
Colaborar > Coordenar > Revisão de coordenação e seleciona-se a situação
mais adequada (elementos do projeto atual ou dos projetos vinculados).

Figura 60 - Quando este aviso aparece, há a necessidade de revisão de alguns elementos que
foram alterados dentro do projeto vinculado.

Ao acessar a janela de coordenação de colaboração, todos os avisos são


listados com suas devidas ações de coordenação (Figura 61).

____________________________
62
________________________________________________________________

Figura 61 - Alterações listadas e devidas ações a serem tomadas.

27.4. MEP: HIDRÁULICA E TUBULAÇÃO


27.4.1. CONFIGURAÇÕES DE TUBO

Antes de executar qualquer lançamento de tubulações, é necessário


verificar se as mesmas estão configuradas com relação, principalmente, aos
tamanhos e conexões que serão consideradas. Na internet é possível encontrar
arquivos templates onde estas configurações já foram feitas, representando
excelentes arquivos para começar um lançamento hidrossanitário. Uma
indicação é o conteúdo produzido pelo Alessandro Oliveira, disponível em seu
website http://alessandro-bim.com.br/downloads/template-hidrossanitario/.

Para configurar as tubulações dentro do Revit, basta acessar Sistemas >


Hidráulica e tubulação > Tubo (Imagem 62).
____________________________

63
Imagem 62 - Configurando a parte de hidráulica e tubulação no Revit.

No item Segmentos e tamanhos, é possível editar todos os tamanhos a


serem considerados para a tubulação escolhida. No item ângulos, definimos a
forma com que as conexões farão a angulação: se com ângulos definidos pelo
usuário ou por qualquer um desde que tenha sido previsto pela familia de
conexão. No item inclinação devem ser antecipados todos os valores de
inclinação para as tubulações (fundamental para as sub-disciplinas sanitária,
ventilação e drenagem). Os demais itens da parte de Tubulação, são específicos
para o dimensionamento feito diretamente no Revit (equações e informações
dos fluidos a serem considerados).

____________________________
64
________________________________________________________________

27.4.2. LANÇANDO TUBULAÇÕES

Para lançar tubulaçoes, conexões, acessórios e equipamentos, acessa-se


Sistemas > Hidráulica e tubulação. Para lançar tubulações, certifica-se o tipo da
tubulação selecionada no seletor de tipos, bem como seu deslocamento e
diâmetro, ambos na barra de opções. Acessando as propriedades de tipo das
tubulações, podemos escolher as preferências de roteamento, as quais definem
quais famílias de conexões serão ativadas para cada situaçao (Figura 63).
ATENÇÃO: nota-se a importância de ter familias de conexões carregadas no
projeto para que estas apareçam nas preferências de roteamento.

Figura 63 - Preferências de roteamento de tubulações.

Na internet, é possível encontrar diversos arquivos templates gratuitos


para dar início aos trabalhos, onde já foram criados vários tipos de tubo com

____________________________

65
diferentes configurações para os diferentes sub-sistemas (água fria, água
quente, esgoto, ventilação, gás etc).

Ao selecionar a ferramenta tubulação, percebe-se que no seletor de tipos


aparece apenas uma família com vários tipos de tubo. Tubulações são
elementos de família de sistema para o Revit, portanto somos limitados a
apenas uma família com vários tipos. Ao acessar a ferramenta, percebe-se
também que na barra de opções há várias opções de lançamento (Figura 64),
indicando o nível ao qual queremos vincular a tubulação, seu deslocamento,
diâmetro. Estas mesmas propriedades aparecem na paleta de propriedades da
tubulação.

Figura 64 - Opções de lançamento de tubulação.

Em planta de piso, temos a visualização ideal para lançar tubulações


sobre o plano XY. Caso queiramos lançar uma tubulação no plano XZ ou YZ, é
necessário habilitarmos uma vista a qual nos confira a noção de altura (corte ou
elevação). OBS: é muito comum produzirmos vistas de cortes e elevações
apenas para modelarmos algo. Assim que modelarmos, podemos excluir estas
vistas pois estas já realizaram sua função.

Quando lançamos um determinado segmento reto de tubulação em


qualquer local no modelo e tentamos dar prosseguimento no lançamento
modelando um segmento a 45 ou 90 graus, a conexão entre os dois segmentos
é feita automaticamente (Figura 65). Caso o ângulo escolhido não tenha sido
qualquer um dos dois supracitados, o Revit organiza as tubulações
automaticamente para conseguir produzir conexões com 45 ou 90 graus.

____________________________
66
________________________________________________________________

Figura 65 - Conexões aparecendo automaticamente entre segmentos de tubulações.

ATENÇÃO: o uso de ferramentas de modificar é de muita utilidade


neste momento. Partindo de dois exemplos:
a) Queremos fazer com que dois segmentos coplanares de tubulações de
mesmo diâmetro se encontrem fazendo uma conexão do tipo joelho de
90 graus. Basta utilizarmos a ferramenta Aparar/estender para o canto,
selecionando ambos os segmentos.
b) Queremos fazer com que uma tubulação horizontal de 25 mm no eixo X
encontre uma tubulação horizontal de 32 mm no plano Y. Basta
utilizarmos a ferramenta Aparar/estender elemento único, dando o
primeiro clique na referência (tubulação de 32 mm) e o segundo clique
no segmento de 25 mm que deve encontrar a referência. A conexão do
tipo Tê será feita automaticamente já considerando a redução de 32
para 25 mm.

Ao selecionar alguma tubulação já lançada, repararemos que aparecerão


variadas ferramentas na guia contextual (figura 66).

Figura 66 - Ferramentas da guia contextual de tubulações.

____________________________

67
Ao lançar tubulações, podemos (e aconselha-se) nos preocupar com as
inclinações. Caso queiramos lançar um segmento de tubo a uma inclinação de
2%, basta selecionarmos a ferramenta tubulação e repararmos que uma das
opções de lançamento (Figura 66) trata sobre inclinação. A questão de escolha
entre inclinação acima ou abaixo é com relação ao sentido que a tubulação está
sendo feita: se está sendo feita no sentido do equipamento para o
esgotamento, devemos escolher a opção inclinação abaixo.

Para lançar tubulações flexíveis, acessa-se Sistemas > Hidráulica e


tubulação > Tubo flexível. O seu lançamento se dá de forma diferente do tubo
rígido: lançamos vértices, os quais darão o trajeto da tubulação (Figura 67).
Quanto mais vértices, maiores possibilidades de modificação da tubulação. Para
acrescentar ou remover vértices, basta clicar com o botão direito do mouse
sobre o tubo e escolher a opção Adicionar vértice ou Remover vértice.

Figura 67 - Exemplo de tubulação flexível.

27.4.3 ADICIONANDO REGISTROS

Acessando Sistemas > Hidráulica e tubulaçao > Acessório de tubo,


encontraremos registros de gaveta, de esfera, monocomandos etc (desde que
estas familias tenham sido carregadas previamente). Estes elementos podem
ser adicionados às tubulaçoes em qualquer vista. Ao se aproximar de um
segmento de tubulação para colocar um registro, deve-se clicar no eixo
longitudinal do segmento. Ao adicionar o registro, o segmento será dividido em
dois segmentos e o registro se encaixará automaticamente (Figura 68). OBS: o

____________________________
68
________________________________________________________________

tamanho do registro não é escolhido automaticamente, sendo o projetista que


deve escolher o diâmetro adequado. Caso seja colocado um registro com bitola
diferente da tubulação, o Revit colocará buchas de redução para adequar a
situaçao.

Figura 68 - Colocando registros em tubulações.

27.5. MEP: ELÉTRICA


27.5.1 CONFIGURAÇÕES GERAIS

Ao acessar Sistemas > Elétrica > Conduite, devemos acessar as


propriedades de tipo do conduite selecionado para configurar suas conexoes.
Repara-se que, da mesma forma que em MEP hidráulica, há a necessidade de
algumas familias de conexões serem carregadas para se dar ao inicio aos
trabalhos.

Acessando a guia Sistemas e clicando no botão do canto inferior direito


do painel Elétrica (Figura 69), acessaremos as propriedades da disciplina,
configurando ângulos, fiaçao, voltagem, sistemas de distribuição etc.

____________________________

69
Figura 69 - Configurações de elétrica.

27.5.2 LANÇANDO QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO

Ao acessar Sistemas > Elétrica > Equipamento elétrico, encontram-se


alguns quadros de distribuição, os quais o Revit chama de painéis. Ao locarmos
painéis no modelo, os mesmos podem ser associados às tomadas e
interruptores também lançados.

27.5.3 LANÇANDO TOMADAS E INTERRUPTORES -


ASSOCIANDO LUMINÁRIAS E INTERRUPTORES

Para lançar tomadas e interruptores no modelo, acessa-se Sistemas >


Elétrica > Dispositivo. A ferramenta Material elétrico corresponde às tomadas e
a ferramenta Iluminaçao corresponde aos interruptores. Caso o projetista tenha
iniciado o projeto em cima de um template com familias resolvidas e
carregadas, deve possuir tomadas baixas, médias e altas, bem como
interruptores threeway, fourway etc.

____________________________
70
________________________________________________________________

Ao lançar um destes elementos em uma parede, percebe-se que


podemos associá-los a luminárias (no caso de interruptores) e a painéis - leia-
se quadro de disjuntores.

Para associar elementos à painéis, basta que selecionemos estes


elementos e cliquemos na ferramenta Força na guia contextual (Figura 70). Em
seguida, clicamos em Selecionar o painel ou habilitamos a lista de painéis,
ambas opções estão na guia contextual.

Figura 70 - Selecionando painéis para associar a interruptores, tomadas e equipamentos.

Para associarmos interruptores às luminárias, devemos selecionar as


luminárias lançadas e selecionar a ferramenta Interruptor, ao lado da
ferramenta Força na guia contextual. Na nova guia contextual, aparecerá a
ferramenta Selecionar chave, onde podemos selecionar todos os interruptores
para acionar a luminária em questão. Agora, estes elementos associados
possuem um parâmetro preenchido em comum: ID da chave (Figura 71). Para
alterar o valor deste parâmetro, basta que seleconemos o interruptor e
informemos o valor. Este será associado a todas as luminárias que estão sendo
ativadas por este interruptor.

____________________________

71
Figura 71 - Parâmetro ID da chave.

27.6. MEP: MECÂNICA


27.6.1 CONFIGURAÇÕES GERAIS

Ao acessar a guia Sistemas, podemos clicar nos botões do canto inferior


direito dos painéis AVAC, Fabricação e Mecânico para ter acesso às
configurações gerais destas ferramentas (Figura 72).

____________________________
72
________________________________________________________________

Figura 72 - Configurações da disciplina mecânica.

A disciplina mecânica servirá para projetos de condicionamento de ar,


caldeiras, refrigeradores etc. Todos estes equipamentos podem ser encontrados
em Sistemas > Mecânico > Equipamento mecânico.

27.6.2 CONFIGURAÇÕES DE DUTOS

Ao acessar Sistemas > AVAC > Duto, percebese todos os tipos de tubo
no seletor de tipos (Figura 73). Trabalhando em um arquivo com soluções
comerciais construídas, encontram-se tubos retangulares, ovais e redondos,
onde cada um destes tem suas próprias conexões configuradas dentro do Tipo
de cada um.

____________________________

73
Figura 73 - Tipos de dutos.

O seu lançamento é semelhante ao lançamento de tubulações, visto no


item 27.4.2.

28. TRABALHO COLABORATIVO


28.1. INTRODUÇÃO
De acordo com uma pesquisa feita pelo instituto McGraw Hill
Construction (2013), em todos os países em que é observada a utilização da
metodologia BIM para produzir projetos, a facilidade no trabalho colaborativo
aparece como uma das principais vantagens, senão a principal para alguns.

Diferentemente da metodologia CAD, onde precisamos enviar e receber


arquivos tornando o processo de alterar projetos altamente manual e cansativo,
a metodologia BIM oferece, por conceito, facilidades nesta dinâmica uma vez
que não há a necessidade de enviar e receber arquivos por email desde que
tenham sido preparados: o espaço para esta colaboração e os processos sob os
quais as interações serão construídas (Figura 74).

____________________________
74
________________________________________________________________

Figura 74 - Representação discreta do fluxo da informação entre projetos colaborados no


Revit.

Na Figura 74 podemos perceber como se dão os processos em um


workflow colaborado. Consideremos o projeto do edifício X. Este edifício é
composto por repletos projetos (arquitetônico, estrutural, elétrico etc).
Consideremos que cada um destes projetos terá, pelo menos, um arquivo onde
será produzida a disciplina. Além dos arquivos de projeto, podemos ter arquivos
para gerência (arquivos onde não são realizados projetos, mas apenas
verificações para execução e/ou gerenciamento dos projetos, como um arquivo
no canteiro de obras para ajudar na execução ou um arquivo de
compatibilização de projetos). Cada um destes arquivos individuais é chamado
de arquivo local. Portanto, cada player do projeto possui seu arquivo local
(geralmente este arquivo está vinculado à disciplina de projeto, mas esta
definição pode variar entre os escritórios) os quais serão conectados ao arquivo
central. O arquivo central, por definição, deve ser o arquivo onde há as mais
atuais definições de projeto (ou seja, o arquivo mais atualizado). Percebe-se

____________________________

75
que todos os locais estão conectados com o arquivo central sendo que esta
conexão é uma via de mão dupla, onde a informação pode ir do arquivo central
para o arquivo local e vice-versa.

Quando a informação está indo do local para o central, na prática temos


um player atualizando o arquivo central com relação a novas informações do
projeto. Caso a informação vá do central para o local, estamos buscando o
arquivo mais atualizado para dar sequência a alguma tarefa.

Esta dinâmica é garantida quando os endereços buscados entre os


arquivos são conhecidos. Por exemplo, caso tenhamos esta dinâmica em um
escritório onde apenas os players internos deverão acessar o modelo
colaborado (LAN), provavelmente o arquivo central será colocado em um
servidor interno e cada máquina, conectada em rede, terá acesso a este
arquivo no servidor. Caso o local esteja no diretório
M:\Serviços\Projetos\Revit\Casa Ravena\Arquivo central.rvt, é necessário que
este arquivo fique sempre neste destino e tenha o nome inalterado. Caso o
arquivo seja movido de local ou renomeado após a dinâmica ter sido resolvida,
os arquivos locais não encontrarão mais o arquivo central, invalidando os
processos iterativos da Figura 74.

28.2. INICIANDO O PROCESSO DE


COLABORAÇÃO
Para iniciar um processo de colaboração, primeiramente deve-se
investigar se a melhor alternativa é uma colaboração em rede local (LAN) ou
em rede global (WAN), considerando todas as variáveis (custo, manutenção,
workflow e se os players são internos, externos ou ambos). Caso a solução
escolhida seja a rede local, as alternativas são, em geral, mais fáceis e menos
onerosas. Para o exemplo, seguiremos com a alternativa de colaboração em
LAN.

Será necessária a existência de um servidor dedicado a armazenar o


arquivo central (podendo ser desde um servidor físico até um Pendrive plugado
no roteador de internet, desde que ambos estejam em rede com as demais
máquinas do escritório). Para tornar um arquivo qualquer no arquivo central,
devemos estar com o arquivo de interesse aberto e acessar Colaborar >
Gerenciar a colaboração > Colaborar. Acionando esta ferramenta, será aberta a
janela de colaboração (Figura 75) perguntando se gostaríamos de colaborar
este arquivo em rede local ou em nuvem. ATENÇÃO: para a colaboração se
dar em nuvem, a Autodesk orienta os usuários a utilizarem o serviço BIM 360.

____________________________
76
________________________________________________________________

Figura 75 - Janela de colaboração.

Ao escolhermos a colaboração via servidor local, o Revit tornará o


arquivo de projeto colaborado e criará automaticamente dois worksets.

28.3. WORKSETS
Ao iniciarmos a colaboração em arquivos de Revit, automaticamente são
gerados dois worksets padrões: Níveis e eixos compartilhados; e Workset1.
Primeiramente, worksets devem ser entendidos como estações de trabalho,
onde cada estação possui a propriedade dos elementos do modelo.

Por exemplo, ao tornarmos o arquivo de projeto um arquivo colaborado,


todos os elementos do modelo foram “dados” aos dois worksets padrões
criados: todos os níveis e eixos foram incluídos sob responsabilidade do workset
Níveis e eixos compartilhados e o restante dos elementos foram dados ao
Workset1.

____________________________

77
É possível criarmos novos worksets e verificar a forma com que eles
interagem dentro do modelo acessando Colaborar > Gerenciar a colaboração >
Worksets. Na janela que irá aparecer (Figura 76), devemos observar que os
dois worksets padrões criados estão configurados como Editáveis.

Figura 76 - Definições de Worksets.

Na figura 76 podemos perceber a existência de algumas colunas com


definições individuais para cada workset criado.

Editável: por padrão, todo novo workset será editável. Nesse modo, a
propriedade dos elementos pelo workset é exclusiva. Ou seja, outros usuários
apenas poderão alterar os elementos caso seja permitido por este workset.
Para um trabalho colaborativo menos atravancado, recomenda-se tornar os
worksets não editáveis.

Proprietário: todos os worksets editáveis possuem algum proprietário. O


nome do proprietário é definido acessando Menu do aplicativo > Opções. Nas
definições gerais, é possível de alterar o nome do usuário. ATENÇÃO: caso o
usuário esteja logado em sua conta do A360, o nome do usuário será alterado
automaticamente para o nome definido pelo login.

____________________________
78
________________________________________________________________

Usuários temporários: sempre que pegamos elementos emprestado, o nome


do usuário da máquina aparece como usuário temporário, sendo assim até o
mesmo sincronizar seu arquivo com o modelo central.

Aberto: define se os elementos sob o workset em questão estão visíveis no


modelo.

Visível em todas as vistas: configuração global para exibir o workset em


questão em todas as vistas do modelo. Caso a função esteja desabilitada, a
visibilidade do workset será dada por vista

28.4. ARQUIVO CENTRAL x ARQUIVO LOCAL


Em fluxos de trabalho colaborativo, temos uma estrutura diferenciada
em que a informação da construção percorre (Figura 74). Esta estrutura pode
ser dada tanto em rede local quanto rede global, como dito anteriormente.
Porém, da forma que for, para que o sistema funcione sem problemas,
costuma-se dizer que são necessários dois grandes critérios a respeitar: método
e documentação, sendo que:

Método: uma rotina de processos construída para gerar algo com valor
para alguém. Em BIM, costumamos nos referir a método todo trabalho
padronizado que confira a mesma qualidade ao output gerado. Ou seja,
adotando o método da empresa, todo processo de compatibilização terá as
mesmas características e qualidades, por exemplo;

Documentação: compilação de variados processos que, realizados


seguindo uma ordem (ou, se preferirem, método), geram algo com valor para
alguém. Esta documentação pode se dar de variadas formas, como vídeos,
textos, imagens, tabelas etc.

Portanto, pode-se concluir que, para assegurar que qualquer atividade


seja feita com método por um ou mais colaboradores, esta deve ser
documentada para que estes processos sejam estudados e aplicados por quem
quer que interesse.

____________________________

79
Com relação ao trabalho colaborativo em Revit, é estritamente
recomendado que haja a execução de alguns testes de fluxo para validar
processos e métodos, documentando-os à medida em que forem aprovados
pela gerência.

Tendo dito isto, para criarmos o arquivo central, basta salvarmos o


arquivo o qual habilitamos o trabalho colaborativo pela primeira vez (Figura
77). O software perguntará, já que o projeto está sendo salvo pela primeira vez
desde que foi habilitado o trabalho colaborativo, se este deve ser o arquivo
central.

Figura 77 – Criando o arquivo central.

Para criar os arquivos locais, cada usuário deve acessar o botão Abrir do
software e selecionar o arquivo central (Figura 78). Será percebida uma opção
que permite a criação do arquivo local. Dessa forma, fica assegurada a
estrutura da Figura 74.

Figura 78 – Criando o arquivo local.

____________________________
80
________________________________________________________________

IMPORTANTE: cada usuário que criar o arquivo local, perceberá que o


seu nome de usuário será associado ao nome do arquivo (Figura 79). É
fundamental, portanto, que cada colaborador do escritório tenha o seu
computador, ou ao menos o seu usuário na máquina, para conseguir calibrar o
seu nome de usuário no Revit sem haver problemas. Pois, além de elemento
organizador da ferramenta, o nome de usuário faz parte de uma rede de
rastreabilidade de alterações e posses de workset, assunto mais complexo não
abordado nessa apostila.

28.5. SINCRONIZANDO O TRABALHO


Para que as informações entre os arquivos locais sejam visualizadas
(LOCAL-LOCAL), bem como as informações entre os arquivos local e central
sejam visualizadas (LOCAL-CENTRAL), o botão sincronizar deve ser habilitado.

O botão se encontra ao lado da opção de salvar o projeto, na guia de


ferramentas de acesso rápido e em Colaborar > Sincronizar (Figura 79).

Figura 79 – Ferramenta sincronizar.

Sempre que habilitamos a sincronização, estamos salvando localmente o


arquivo, recebendo as atualizações do modelo central, enviando as mudanças
que estavam no nosso arquivo local e salvando localmente novamente, nessa
ordem. Portanto, ao sincronizarmos o arquivo, automaticamente já estamos
salvando o arquivo local.

Caso o arquivo central esteja sendo acessado por mais de um


colaborador ao mesmo tempo (por exemplo, caso duas pessoas tenham
apertado o botão sincronizar ao mesmo tempo), é possível que apareça um

____________________________

81
aviso de que é preciso esperar instantes para acessar o arquivo central pois o
mesmo está sendo acessado por outro usuário.

A Figura 80 define bem o processo de sincronização. Percebe-se que as


setas ligando os modelos locais ao modelo central apresentam duas pontas,
indicando que a informação trocada entre os arquivos pode ter ambas as
direções, justamente o que a ferramenta Sincronização faz.

Figura 80 – Dinâmica da sincronização.


Fonte: https://sites.google.com/site/cpdbimtechcollaboration/home/understanding-
collaborative-learning/revit-worksets-1

____________________________
82

Você também pode gostar