Eixo Arvore-Exempl de Calc 2

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Dimensionamento de Eixo-árvore

Exemplo 1
Pede-se dimensionar o eixo da figura acima. São dados: a geometria
completa do sistema, e todos os dados necessários para o cálculo
dos esforços envolvidos nas três transmissões.
O dimensionamento será feito à flexo-torção, por tanto, é necessário
construir os gráficos de Mf em dois planos perpendiculares (PH e
PV) que atravessem o eixo II e o diagrama de Mt; destes gráficos
serão extraídos todos os dados necessários para o cálculo do
diâmetro do eixo.
a) Diagrama de momento torçores:
Calcularemos primeiro o torque no eixo do motor e a relação de
transmissão no par (2,3) para saber que torque entra no eixo II e
qual a rotação deste eixo.
O motor que alimenta o sistema entrega 7,5 cv a 1745 rpm, o torque
no eixo de saída do motor é:
Mt(I)= 30.186,96 Nmm
A relação de transmissão no engrenamento (2,3) é:
i23 =7,6087
b) Com estes valores podemos calcular a rotação e o torque na
entrada do eixo II, o torque entra pela seção C. A rotação é:
nII = 229,3428 rpm
O torque que entra no eixo II é:
Mt (II)c = 229.683,41 N.mm  torque entra no eixo II pela seção C.
Analisando o engrenamento (2,3) pode-se determinar o sentido de
rotação do eixo II. Fica claro, também, que os torques em B e D são
torques de saída do eixo.
A eficiência do sistema deve ser considerada 100%, por tanto o torque que
entra no eixo deve ser o mesmo torque que saí dele. Por outro lado, tendo o
eixo II uma rotação só em todo seu comprimento, os torques são proporcionais
às respectivas potências, assim teremos:

Mt II (c ) = 229.683,41 N.mm
Mt II (B ) = 67.373,80 N.mm
Mt II (D ) = 162.309,61 N.mm
Calculados os torques de entrada e saída do eixo II, pode ser construído o
diagrama de Mt para este eixo. Use a regra que determina se o momento é
positivo ou negativo para desenhar o gráfico acima ou abaixo da linha de
referência.
c) Diagramas de momento Fletores:
Para construir os dois diagramas (Ph e Pv) é necessário calcular
todos os esforços nas três transmissões. Como foi feito até agora,
primeiro calcularemos os valores numérico e depois posicionaremos
os esforços num diagrama isométrico, para visualizar a posição e
orientação espacial de todas as forças e momentos atuantes no eixo
a dimensionar (o eixo II).

d) Esforços na transmissão por correia plana (6,7):


Calcularemos todos os esforços na polia montada no eixo II, na
seção B; desta seção saem 2,2cv para alimentar o eixo da polia 7,
veja o gráfico.
O esforço que procuramos é: a força que flexiona o eixo II na seção
B, esta força se deve à tensão necessária nas correias para a
transmissão de potência da polia motora para a movida.
Forças na transmissão por correias (6,7):
A força que flexiona o eixo II, em B, pode ser calculada, de forma
simplificada, pela relação:
(F1+F2) = 2. (F1-F2) onde  (F1-F2) = Ftp esta é a força
tangencial nas polias, que pode ser calculada conhecendo o torque
no eixo e a geometria da polia 6:

Ftp x rp = 67.373,80 N.mm  Ftp = 770 N

(F1+F2) = 1540 N  Esta é a força que flexiona o eixo II, em B. O


próximo passo é calcular as componentes desta força nas direções
vertical e horizontal, veja a figura para obter os ângulos necessários
à decomposição de forças:
FBH = 1.144,44 N
FBV = 1030,46 N
Esforços no engrenamento ECDH (2,3):
Aqui devem ser calculadas as componentes da força da transmissão
e o momento axial que vai agir sobre o eixo II (causando flexão).

Ft3= 540,85N
Fr3= 212,31 N
Fa3= 218,52 N
Ma3= 92.799,56 N.mm

Esforços no engrenamento ECDH (4,5):


Ft4= 3.789,3 N
Fr4= 1458,66 N
Fa4= 1.304,76 N
Ma4= 55.887,64 N.mm
Diagrama Isométrico com os esforços no eixo II
Este gráfico deve ser construído para posicionar todos os esforços
que agem sobre o eixo II e serve de base para construir o DCL II:
DCL II (só ações)
Aqui podem ser vistos todos os esforços que agem sobre o eixo II e
que serão considerados para o cálculo dos momentos fletores em
dois planos (PH e PV):
Momento fletor no plano horizontal
Momento fletor no plano vertical
A determinação do diâmetro do eixo é feita com base nos três
diagramas de esforços característicos já calculados.
O primeiro passo e determinar qual é a seção mais perigosa em
todo o comprimento do eixo; em caso de dúvida, mais de uma seção
deve ser analisada. Neste caso, determinaremos o diâmetro do eixo
para três seções potencialmente perigosas: nas seções B,C e D.
Para cada seção é calculado o Mfc, o Mi e o diâmetro do eixo. O
maior dos diâmetros calculados será o diâmetro do eixo II, ele
suporta o maior esforço e vale para todo o comprimento do eixo.
Para a composição dos esforços usaremos as expressões:

Para o cálculo do diâmetro usaremos a expressão:


A determinação dos diâmetros:
Mfc (B): Este é o Momento fletor Crítico, é a composição vetorial dos momentos fletores da
seção B em dois planos (planos horizontal e vertical).
Mfi (B): Este é o Momento Ideal, é a composição vetorial do momento fletor resultante na
seção B com o momento torçor que atua nessa seção.
Na seção B temos:

Na seção C temos:
Na seção D, temos:

OBS:
Para o cálculo do Mfc deve ser tomado do máximo momento fletor nas proximidades da seção
em questão.
Para o cálculo do Mi é tomado momento torçor de acordo com o cálculo de momentos feitos na
determinação dos torques no eixo II.
Para a tensão admissível ( σ III ) tomamos o menor valor calculado pelas expressões:

Para este caso: σ caso I = σ rup / 3 = 421/3 = 140,33 MPa  σIII = 140,33/3,8= 36,93 Mpa
σ III = 71/ 1,7 = 41,76 Mpa  Usando a menor tensão admissível obtemos o diâmetro que
satisfaz as duas condições.
Diâmetro do eixo será 60,66mm ou o diâmetro normalizado imediatamente acima deste valor.

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