1A Origem Da Maçonaria Nas Areias Do Tempo
1A Origem Da Maçonaria Nas Areias Do Tempo
1A Origem Da Maçonaria Nas Areias Do Tempo
Até 1723 a Grande Loja tinha cerca de 100 lojas na Inglaterra e em Gales sob
seu controle e começava a divulgar a Maçonaria a todos os cantos do mundo,
autorizando o funcionamento de lojas em vários países.
Assim, Grandes Lojas independentes foram formadas na Irlanda (1725),
Escócia (1736) e América do Norte (1733). Mais tarde, nos séculos 18 e 19, a
Maçonaria inglesa expandiu-se pela Austrália, África e América do Sul,
acompanhando o desenvolvimento Britânico.
Quando esses países tornaram-se nações livres, muitos formaram Grandes
Lojas independentes, mas outros decidiram permanecer ligados à “Grande Loja
Mãe”. A Grande Loja da Inglaterra continuou se desenvolvendo sem qualquer
oposição. Havia grande interesse de público, tanto que eram anunciadas
reuniões nos jornais locais. Alguns, querendo atrair leitores, publicavam artigos
hipotéticos revelando “segredos maçônico”. A publicidade aumentou o
interesse de aristocratas (em ascensão na época), da pequena nobreza e de
profissionais que queriam se filiar. Em 1737 foi feito o primeiro maçom de
sangue real: Frederick Louis, filho de rei George II – que em 1757 doou o
Poema Régio ao Museu Britânico.
Em 1740 havia um grande numero de irlandeses na Inglaterra, e muitos haviam
tornado-se maçons antes de deixar a terra natal. O fato é que havia
dificuldades para entrar nas lojas inglesas. A antipatia crescia entre a Grande
Loja da Inglaterra e as Grandes Lojas da Irlanda e Escócia. Maçons irlandeses
e escoceses que visitavam ou moravam na Inglaterra acusavam a Grande Loja
da Inglaterra de divergir das práticas antigas, de fazer inovações e quebrar os
landmarks, enquanto eles trabalhavam de acordo com as antigas instituições
outorgadas pelo príncipe Edwim, de York em 926 d.C. Trocando em miúdos,
esses maçons acabaram se identificando com as lojas inglesas não-filiadas.
Claro, a natureza aristocrata da Grande Loja da Inglaterra, e de seus membros,
acabou afastando muitos maçons da cidade, motivando-os a se filiarem a
essas lojas “independentes”.
No dia 17 de julho de 1751, representantes de cinco lojas independentes se
juntaram na taverna Cabeça do Turco, na rua grega, em Soho, e formaram a
LOJA CAMINHO À VERDADE 1826
“Grande Loja dos Livres e aceitos Maçons da Inglaterra de Acordo com as
Antigas Instituições”, também chamados Maçons de Atholl (O Grão Mestre era
o Duque de Atholl). Eles acreditavam que praticavam a mais pura forma de
maçonaria. Sendo assim, intitularam a si mesmos de “Antiga Grande loja” e
deram aos membros da Grande Loja da Inglaterra o apelido de “Os Modernos”.
Esses dois nomes não vingaram.
Para se ter uma idéia de como foi intensa a divisão entre as duas facções, tem
o caso de Benjamim Franklin, que era membro da Loja dos “Modernos”, na
Filadélfia. Ao voltar da França foi informado que sua Loja tinha mudado de
nome para “Antiga Grande Loja”, não o reconhecendo e recusando a lhe dar
“honra maçônica no funeral”.
Apesar das diferenças, as duas Grandes Lojas co-existiram tanto na Inglaterra
quanto no estrangeiro durante quase 63 anos, mas nenhuma reconhecia os
filiados da outra como maçons regulares, apesar de haver membros ativos em
ambas as Grandes Lojas. Antigos e Modernos tiveram lojas filiais pelo mundo.
Muitas delas ainda existem e por isso há variedade nos ritos usados.
Em 1799 a Maçonaria quase teve uma parada fatal. Após a Revolução
Francesa, vários Atos do Parlamento tinham sidos elaborados numa tentativa
de restringir sindicatos, clubes políticos e outras organizações ditas
“subversivas”. O Ato “Sociedades Ilegais”, de 1799, proibiu qualquer reunião de
grupos que exigiam dos sócios um juramento ou obrigação.
O conde de Moira (Grão-mestre interino da Grande Loja da Inglaterra) e o
Duque de Atholl (Grão-mestre da Antiga Grande Loja) foram chamados pelo
primeiro-ministro Willian Pitt (que não era maçom) e explicaram a ele que a
Maçonaria era partidária da lei, tinha autorização legítima e estava envolvida
em obras beneficentes. No fim, a Maçonaria ficou isenta dos termos do Ato,
mas cada secretário da loja devia,uma vez por ano, sentar-se junto com o
escriturário local e fazer uma lista dos membros com as idades, profissões e
endereços.
Em 1809 as duas Grandes Lojas rivais designaram comissários para negociar
uma união. As negociações levaram quatro anos para serem concluídas.
Assim, no dia 27 de dezembro de 1813, um grande cerimonial no salão dos
Maçons selou a união. As duas partes combinaram formar a Grande Loja Unida
da Inglaterra (GLUI) tendo o Duque de Sussex como grão-mestre.
A união foi um momento de consolidação e padronização, fixando a
administração básica da maçonaria – que continua até hoje. Foi adotado
também um ritual padrão. As lojas fora da Inglaterra, agrupadas em províncias,
seriam lideradas por um Grão-mestre provinciano designado pelo Grão-
mestre.
Um painel de propósitos gerais foi introduzido para formular uma política
interna. Em 1815, a GLUI modificou as constituições de Anderson para incluir:
“Tenha um homem a religião ou forma de culto que tiver, ele não será excluído
da Ordem, contanto que acredite no glorioso Arquiteto do céu e da terra, e
pratique os deveres sagrados da moralidade.”
O século XIX foi um período de consolidação e expansão da maçonaria
inglesa. O êxodo para as grandes cidades provocou um aumento de lojas
LOJA CAMINHO À VERDADE 1826
urbanas. A extensão das estradas de ferro deu maior mobilidade e
comunicação entre a
Fonte:
MAÇONARIA NAS AMÉRICAS
Fernando Moretti – editora escala.