Terapia de Casal Com Base Na Terapia Cognitivo Comportamental PDF
Terapia de Casal Com Base Na Terapia Cognitivo Comportamental PDF
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COMPORTAMENTAL.
RESUMO:
Na atual sociedade, presenciamos muitos relacionamentos fragilizados que são abalados por
mudanças sociais, culturais, históricas e psicológicas. A terapia cognitivo-comportamental vem
oferecendo um modelo eficaz para o manejo dos problemas conjugais a fim de melhorar os
relacionamentos para ambos os cônjuges. O objetivo desse trabalho é apresentar como se dá a
condução do processo terapêutico nesta abordagem para a terapia de casais. Apresentamos como
são as relações conjugais na atualidade e as mudanças que ocorreram ao longo dos anos, um breve
histórico da terapia cognitivo-comportamental, breve histórico da à terapia de casais na TCC e os
objetivos e etapas da TCC no tratamento de casais, como também as principais técnicas utilizadas.
Para elaboração do presente trabalho, foram destacados os seguintes autores: Neto & Carneiro
(2005), Moraes e Rodrigues (2001) Scribel e Sana (2003), Rangé (2008), Bahlsr Navolar (2004),
Judith Back (1997), Peçanha e Range (2008), Dattilio (2204) entro outros.
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ABSTRACT:
In today's society, we have witnessed many relationships that are hit by weakened social, cultural,
historical and psychological. The cognitive-behavioral therapy has offered an effective model for
managing marital problems to improve the relationships for both spouses. The aim of this paper is to
present ways in which the conduct of the therapeutic process in cognitive-behavioral approach to
8
Graduanda do curso de Psicologia Centro Universitário de Várzea Grande - UNIVAG. E-mail:
[email protected]
9
Psicóloga, Especialista em Terapia Cognitiva pela Universidade Católica Dom Bosco de Campo Grande MS,
professora do Centro Universitário de Várzea Grande MT .E-mail: [email protected]
couples therapy. So, is presented as the conjugal relations are at present and the changes that
occurred over the years, a brief history of cognitive-behavioral therapy, brief history of the CBT in
couples therapy and the goals and stages of CBT in the treatment of couples as well as the main
techniques used. For preparation of this work, we highlight the following authors: Neto and Carneiro
(2005), Morales and Rodrigues (2001) Scribel and Sana (2003), Rang (2008), Bahlsr Navolar (2004),
Judith Back (1997), Peçanha and Range (2008), Dattilio (2204) I get another.
Introdução
Há muitos problemas que podem levar um casal a procurar a terapia conjugal, tais
como aumento das discussões, insatisfação na área sexual, dificuldades específicas ou um
conjunto de problemas que não conseguem resolver. Assim, os principais objetivos da
terapia cognitivo-comportamental no tratamento de casais em conflito são a reestruturação
de cognições inadequadas, o manejo das emoções, a modificação de padrões de
comunicação disfuncionais e o desenvolvimento de estratégias para solução de problemas
cotidianos mais eficazes (BECK, 1995 apud PEÇANHA E RANGÉ, 2008).
O objetivo deste artigo é o de informar tanto estudantes de psicologia como
profissionais da área de que forma ocorre o processo psicoterapêutico na abordagem
cognitivo-comportamental com casais em desalinho.
Sobretudo, Neto & Carneiro (2005) compreendem que somente a partir do momento
Essas mudanças acabaram por gerar crise de identidade e de papéis sociais dentro
de um co
p.134).
surgindo não seguindo o modelo tradicional, como, por exemplo, casamentos informais,
abertos, comunitários, poligâmicos, poliândricos, uniões homossexual e também grande
aumento de padrões de experiência extraconjugais.
Scribel e Sana (2003) também evidenciam que desde a infância as pessoas são
preparadas a serem competitivas e isso invade a relação conjugal. Enquanto que nela
deveria existir cooperação e cumplicidade.
A terapia cognitiva criada por Aaron Beck, na década de 60, focava os problemas
atuais, pensamentos e comportamentos disfuncionais. Assim, propunha que fazendo nestes
uma avaliação realista para modificá-los produzirá uma melhora no humor e no
comportamento alterando as crenças disfuncionais básicas dos pacientes.
Beck (1993) fez várias outras pesquisas em relação à depressão que começou a ser
vista como um transtorno e a principal característica seria a tendência negativa que a
pessoa apresentava. A partir disso, os estudos foram a fim de desenvolver formas e
estratégias de modificação de tais tendências disfuncionais.
Para Judith Beck (1997) há na terapia cognitiva princípios que servem para todos os
pacientes. A autora afirma que esta se baseia em formulação em contínuo desenvolvimento
do paciente e de seus problemas em termos de cognições. A terapia cognitiva requer uma
aliança terapêutica segura; enfatiza colaboração e participação ativa do paciente; é
orientada em meta e focalizada em problemas. Inicialmente enfatiza o presente; é educativa,
pois visa ensinar o paciente a ser seu próprio terapeuta e enfatiza a prevenção de recaída;
ocorre por um tempo limitado; as sessões de terapia cognitiva são estruturadas; ensina os
pacientes a identificar, avaliar e responder seus pensamentos e crenças disfuncionais;
utiliza uma variedade de técnicas para mudar pensamento, humor e comportamento.
A TCC segundo Beck & Freeman (1993) oferece uma proposta de compreensão e
intervenção psicológica integrando os procedimentos técnicos de abordagens behavioristas
e cognitivas, compreendendo os problemas psicológicos como um sistema de respostas que
se apresentam de forma a intercalar o cognitivo, afetivo/fisiológico e comportamental.
Beck & Freeman (1993) ainda compreendem que a maneira que a abordagem
entende a forma que o homem percebe o mundo e a si, reação cognitiva, ocorre de forma
seletiva, pois dependerá do conjunto de crenças que esta pessoa possui. Para a TCC o
indivíduo mostra suas reações cognitivas sobre o ambiente que percebe e não sobre o
ambiente real, tais reações irão influência o estado emocional, fisiológico e comportamental
da mesma.
De acordo com Rangé & Peçanha (2008) Beck (1967) identificou e estudou algumas
características de humor em seus pacientes deprimidos e criou o modelo cognitivo da
depressão (BECK, 1967 apud RANGÉ E PEÇANHA, 2008).
Segundo Dattilio e Pa
cônjuges em conflito pela abordagem cognitiva teve seu início a partir das intervenções
Aproximadamente meio século depois da sua criação, a modalidade da terapia de
Beck vem sendo utilizada em vários tratamentos de diferentes problemas, inclusive nas
questões de casais em desalinho, em que a abordagem comportamental teve grande
influência no desenvolvimento de técnicas utilizadas (RANGÉ & PEÇANHA, 2008).
Os autores Peçanha & Rangé (2008) afirmam que foi Ellis que deu importância às
crenças disfuncionais do casal, uma vez que estas influenciam negativamente
gerando conflitos e desentendimentos. Para este autor, a terapia teria o objetivo de
identificar e alterar essas crenças ou pensamentos inadequados, para promover mudanças
emocionais e comportamentais no relacionamento.
Algumas das técnicas que eram utilizadas para depressão e outros transtornos
psicológicos foram adaptadas para o trabalho clínico com casais em conflito (BECK, 1995
apud PEÇANHA & RANGE, 2008).
De acordo com Dattilio & Freeman, (2004) a convivência de duas pessoas quando
estão juntas tem inúmeras questões a serem compartilhadas, como: o manejo do dinheiro
do casal, fazer dívidas ou não, ter filhos ou não, quando já existem filhos como educá-los,
atividades de lazer compartilhadas (pois as pessoas têm gostos diferentes) e várias outras
questões que os casais procuram resolver.
Há muitos problemas que podem levar um casal a procurar a terapia conjugal, tais
como aumento das discussões, insatisfação na área sexual, dificuldades específicas ou um
conjunto de problemas que não conseguem resolver. Fatores como o estresse também
aparece na contribuição do desencadeamento das crises conjugais.
Apresentamos a seguir uma descrição de como a teoria da crise pode ser integrada
a uma abordagem cognitivo-comportamental no tratamento de casais com problemas.
Esse modelo foi uma referência para os trabalhos teórico e empíricos mais recentes,
como o Modelo do Duplo ABCX (McCubbin e Pattersonm, 1983), o modelo da Tipologia
(McCubbin e McCubbin, 1989) e o Modelo da Vulnerabilidade-Estresse-Adaptação
(KARNEY & BRADBURY, 1995), ampliando a conceituação original de Hill. (EPSTEIN &
SCHLESINGER, 2004).
De acordo com Epstein e Schlesinger (2004) o modelo ABCX, é o que mais traz
respostas aos casais e as famílias, pois consegue distinguir os eventos estressantes da vida
e o resultado da desorganização. Estes que resultam nas falhas e tentativas dos casais ao
enfrentar os estresses, mostrando ainda os fatores que influenciam os recursos disponíveis
e as formas de enfrentar os problemas psicológicos de cada indivíduo.
O sucesso desses recursos não depende somente do seu uso e possibilidades, mas
também da maneira que são utilizados. Há necessidade de incluir habilidades colaborativas
de resolução de problemas e eficácia na comunicação e adaptabilidade para mudar os
papéis e aos padrões, para que a família seja solidificada e fortalecida para os
acontecimentos da vida, buscando nas habilidades encontradas em cada indivíduo recursos
para solução dos problemas.
De acordo com Rangé (2004) as sessões são divididas entre sessões individuais e
sessões em conjunto. O terapeuta também já explica a questão do comprometimento do
casal no processo.
Após a entrevista inicial, são feitas sessões individuais tendo como objetivo coletar
informações que talvez não tenham sido apresentadas a princípio por um dos parceiros,visto
que eles possam terem ficado inibidos na presença do outro. Nesta parte individual algumas
questões só devem ser reveladas com a autorização do participante (RANGÉ & PEÇANHA,
2008).
A primeira diretriz geral é a definição do problema, que tem como objetivo alcançar
uma descrição clara e específica a seguir. Após, o casal tem que criar a maior diversidade
possível de soluções; a seguir, o casal avalia cada proposta e as soluções possíveis
considerados como vantagens e desvantagens, e por último a solução possível que foi
escolhida tem que ter o compromisso mútuo e o acordo alcançado deve ser concretizado
nos aspectos da sua execução prática e formalizado por escrito (CHRISTENSEN et al.,
1995, apud SILVA & VANDENBERGHE, 2008).
Na modificação de padrões de comunicação disfuncionais existe o Questionário de
avaliação de estratégias de resolução de conflito e comunicação (HSP - Health and Stress
Profile, Olson & Stewart, 199) que é composto de 40 escalas de cinco pontos, as quais
avaliam a capacidade de comunicação conjugal , a capacidade de resolução de problemas,
o relacionamento conjugal em termos de coesão e flexibilidade.Todas devem apresentar 10
itens totalizando assim 40. (NORGREN 2004).
Existe também o treino de comunicação que Silva & Vandenberghe (2008, p.5)
O parceiro deve aprender a dizer sem ambigüidade o que quer do outro, abrindo mão
de estratégias de controle aversivo. A contribuição de cada um precisa ser reconhecida pelo
companheiro.
De acordo com Norgren (2004), outras técnicas também são apresentadas para
serem aplicadas da terapia de casais tais como a Lista de classificação de problemas, Lista
de motivos que levam o casal a permanecer junto, Lista de componentes da satisfação
conjugal, entre outras.
Já na lista de motivos que levam o casal a permanecer junto, cada participante deve
assinalar três razões, entre as 45 apresentadas, que melhor representam os motivos que o
levam a continuar casado no momento atual, e três motivos que o levaram a continuar
casado no momento mais difícil do relacionamento. Os motivos referem-se a motivações
intrínsecas ao parceiro ou à conjugalidade, valores e crenças, normas e expectativas
sociais, solução positiva de problemas, motivos econômicos ou de ordem prática e motivos
neuróticos.
A expressão das opiniões é importante para que a pessoa se torne assertiva e passe
a agir de acordo com seus sentimentos e não se anulando (MORAES & RODRIGUES,
2001).
Considerações finais:
Com este trabalho busquei informar, tanto estudantes como profissionais da área de
psicologia, como a terapia de casais com base na abordagem cognitivo-comportamental
pode auxiliar casais que estão em desalinho para que consigam criar alternativas mais
eficazes na resolução de seus problemas conjugais.
A escolha do tema foi devido ao fato de estar observando cada vez mais casais que
procuram ajuda pelas dificuldades vividas diariamente, dificuldades que a terapia de casais
com base na abordagem cognitivo-comportamental trabalha afim de uma melhoria nos
relacionamentos conjugais.
REFERÊNCIAS
BACK, Judith S.. Terapia cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997
BAHLS, Saint Clair & NAVOLAR, Ariana Bassetti Borba; Terapia Cognitivo
comportamentais: Conceitos e Pressupostos Teóricos. n. 04, Curitiba, jul. 2004
MORAES, C. & RODRIGUES, A.S.; (1985, 1999). Terapia de casais. Em: RANGÉ,
Bernard. Psicoterapias cognitivo-comportamentais: um diálogo com a psiquiatria. Porto
Alegre: Artmed, 2001.
SCRIBEL Maria do Céu & SANA Maria Regina. A Relação entre a Terapia Cognitivo-
comportamental e Sistêmica no Tratamento de Casais (p. 221-237). In: CAMINHA,
Renato M. Psicoterapia cognitivo-comportamentais: teoria e prática / (orgs.)... [et al].
São Paulo: Casa do Psicólogo. 2003.