Jornalismo Especializado No Brasil12-4-2015 PDF
Jornalismo Especializado No Brasil12-4-2015 PDF
Jornalismo Especializado No Brasil12-4-2015 PDF
NO BRASIL
Teoria, prática e ensino
o
en
Ma
Bu
rl
sta
id
os
Co
Sa
da
nt
on
os
ils
organizadores
W
Jornalismo especializado no Brasil: teoria, prática e ensino
Universidade Metodista de São Paulo
Diretor Geral
Robson Ramos de Aguiar
Conselho Diretor
Paulo Borges Campos Jr. (Presidente), Aires Ademir Leal Clavel
(Vice-Presidente), Esther Lopes (Secretária)
Titulares:
Afranio Gonçalves Castro, Augusto Campos de Rezende, Jonas
Adolfo Sala, Marcos Gomes Tôrres, Oscar Francisco Alves Jr.,
Ronilson Carassini, Valdecir Barreros
Suplentes:
Anelise Coelho Nunes, Renato Wanderley de Souza Lima
Comissão de Publicações
Almir Martins Vieira (presidente), Helmut Renders, José
Marques de Melo, Marcelo Módolo, Rafael Marcus Chiuzi,
Sandra Duarte de Souza
Editor Executivo
Rodrigo Ramos Sathler Rosa
Jornalismo
especializado no Brasil:
teoria, prática e ensino
Marli dos Santos
Wilson da Costa Bueno
Organizadores
Umesp
São Bernardo do Campo, 2015
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
FICHA
(Biblioteca Central CATALOGRÁFICA
da Universidade Metodista de São Paulo)
Bibliografia
ISBN 978-85-7814-315-2
AFILIADA À
Editora Metodista
Rua do Sacramento, 230, Rudge Ramos 09640-000,
São Bernardo do Campo, SP • Tel: (11) 4366-5537 •
E-mail: [email protected] • www.metodista.br/editora
Capa: Cristiano Freitas
Editoração eletrônica: Maria Zélia Firmino de Sá
Revisão: Paulo Roberto Salles Garcia
Katarini Miguel
Vinícius dos Santos Flôres
Jane M. Mazzarino
Introdução
2
A jornalista declarou que estava em férias no período em que as
Jornalismo
3
Débora Rodrigues era militante sem-terra e provocou indignação no
movimento pela reforma agrária ao posar nua para a principal revista
masculina do país em outubro de 1997.
4
Em 1994 entraram em conflito no México o Exército Zapatista de
Jornalismo
bytes-de-memoria/historias-secretas-de-playboy-2-contratamos-
-uma-militante-do-mst-para-posar-nua-e-o-mundo-veio-abaixo/>.
Acesso em: 9 out. 2014.
16
Agricultura, Pecuária e Abastecimento e uma das
principais instituições de pesquisa do país nesse
setor, tenta inovar em suas ações de comunicação
organizacional, direcionando parte de suas desco-
bertas a editorias especializadas em outras áreas – e
não mais confinando o conteúdo aos canais vincula-
dos à agropecuária. Matérias originadas na empresa
têm sido divulgadas em revistas como piauí 6, Boa
Forma, Saúde, Claudia e até mesmo Playboy, que
teoria , prática e ensino
6
A grafia do nome utiliza “p” minúsculo; a publicação se identifica
com o jornalismo literário.
17
A UFMS [Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul] oferece a disciplina de jornalis-
mo rural, que todos os anos coloca estudantes
em contato com o ambiente rural, mas sempre
em propriedades próximas à área urbana. A
UFMT [Universidade Federal de Mato Gros-
so] não optou pela comunicação rural em
sua grade curricular, mas oferece a disciplina
comunicação global, regional e local, que
contempla a realidade próxima. A formação
diferenciada desses estudantes para atuarem
na cobertura jornalística do Pantanal insere-
-se, assim, na proposta curricular das duas
instituições. (MAIO; SOARES, 2012, p. 161)
perante os acontecimentos.
7
Essa informação justifica o interesse deste estudo pelos veículos
on-line.
20
Já no quesito confiança, os informativos es-
pecializados aparecem na liderança da preferência
desse público, seguidos das relações interpessoais e
da própria internet (SILVA, 2006a). A autora tam-
bém analisou, na época, o desempenho da cobertura
agro de jornais de grande circulação. De acordo
com Silva (2006b, p. 15),
8
A jornalista, formada em 1997 no curso de Comunicação Social da
Jornalismo
9
Informações obtidas na entrevista por telefone em 8 de outubro de
2014.
Tabela 2: Matérias e autorias de Jornalismo Agropecuário na Região Sudeste, out. 2014
Fonte: Produzida pela autora (Estimativa de população para 1º de julho de 2014 – IBGE, publicado no DOU de 28/08/2014).
26
produção de alimentos, passaram a ocupar posição
secundária no interesse do jornalismo de proximida-
de – como já havia ocorrido com a grande mídia. A
diferença é que alguns veículos resistem e mantêm a
cobertura institucionalizada, embora invistam pouco
na produção de matérias relacionadas ao tema e na
capacitação dos profissionais que cobrem o setor.
Considerações finais
teoria , prática e ensino
Referências
BAUDRILLARD, Jean. Simulacros e simulação. São Paulo:
Relógio d’Água, 1991.
ago. 2014.
29
FONSECA JÚNIOR, Wilson Corrêa da. Comunicação rural:
em busca de novos paradigmas. In: CALLOU, Angelo Brás
Fernandes (Org.). Comunicação rural, tecnologia e desen-
volvimento local. São Paulo: Intercom; Recife: Bagaço, 2002.
p. 89-108.
______. Mídia regional e local: aspectos conceituais e tendên-
cia. Comunicação & Sociedade, São Bernardo do Campo,
agropecuário
Arquimedes Pessoni*
(AZEVEDO, 2009, p. 4)
E complementava:
Introdução
-fotos-mostra-reune-23-imagens-de-animais-em-extincao,galer
ia,6303,185509,,,0.htm?pPosicaoFoto=3#carousel>. Acesso em:
28 fev. 2014.
68
Conservação da Biodiversidade (ICM-
Bio) promoveu em Brasília, por meio da
exposição “Patrimônios naturais – edição
espécies ameaçadas da fauna brasileira”.
2. “Exposição em Brasília tem imagens
de espécies brasileiras ameaçadas 4”: a
segunda matéria do site do Estadão, de
17/10/2012, trata da mesma exposição,
dessa vez em texto mais resumido.
teoria , prática e ensino
6
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/
folhinha/2012/10/1171494-experimento-de-ciencia-produz-bo-
lha-de-sabao-branca.shtml>. Acesso em: 28 fev. 2014.
69
SNCT. No suplemento para crianças Fo-
lhinha, a Folha noticiou que se iniciava no
dia 23 a Empírika – Feira Ibero-Americana
da Ciência, Tecnologia e Inovação.
2. “Viagem espacial e choque dentro de
gaiola são experimentos de feira de ciên-
cia7”: nessa notícia, de 20/10/2012, tam-
bém da Folhinha, é anunciado o término
da SNCT. O texto tem característica de
agenda cultural.
3. “A autobiografia intelectual de Max Plan-
ck e outras 7 indicações de ciência 8”:
Em 14/10/2012, um dia antes de a SNCT
folhinha/2012/10/1166581-em-passeio-experimente-a-sensacao-
-de-viajar-no-espaco-e-passar-por-terremoto.shtml>. Acesso em:
28 fev. 2014.
70
vidades da Semana de 2012. À mesma matéria do
portal, com sete indicações de ciência, na versão
impressa de 14/10/2012, acrescenta-se mais uma,
porém a nota de serviço da SNCT se manteve na
versão impressa10.
Portanto, foram poucos resultados, apenas
com o intuito de noticiar eventos que aconteceram
na capital. Considerando que os jornais possuem
como função discutir temas relevantes para a socie-
teoria , prática e ensino
10
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/
ilustrissima/71642-ilustrissima-ciencia.shtml>. Acesso em: 28 fev.
2014.
71
Abaixo, a transcrição de uma das matérias da
revista Folha, como exemplo:
S.Paulo cia”
O Estado de 12/10/2012 Nota “Feira de Ci- Divirta-se nº
S. Paulo ências” 135
O Estado de 17/10/2012 Notícia “Feira de Caderno 1,
especializado no
11
Pesquisa disponível no site do MCTI: <http://www.mct.gov.br/upd_
blob/0214/214770.pdf>. Acesso em: 10/12/2013, às 15h15.
76
• baixa autoestima do brasileiro com relação
à ciência nacional – a mídia não dá cre-
dibilidade necessária à pesquisa realizada
em território brasileiro, apenas àquelas
publicadas em âmbito internacional;
• a rapidez com que os jornalistas precisam
fechar as edições – essa realidade induz
à utilização desenfreada de releases pré-
-fabricados e fornecidos pelas assessorias
teoria , prática e ensino
1. Portal Brasil
A pesquisa realizada no Portal Brasil com o
termo “semana nacional de ciência e tecnologia”
retornou com 46 resultados, referentes às edições
de 2012, 2011 e 2010. Entre banners, figuras e
textos, 28 eram matérias que falavam diretamente
da Semana; o restante dizia respeito a imagens (já
12
Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/noticias/arqui-
vos/2011/01/13/interesse-do-brasileiro-por-ciencia-cresce-em-
-quatro-anos-revela-pesquisa>. Acesso em: 6 jul. 2013.
78
percepção pública de ciência, realizada em 2010.
Na reportagem, o ex-diretor do Departamento de
Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia da
Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão
Social, Ildeu de Castro Moreira – que também é
coordenador da SNCT desde a sua criação em 2004
até 2012 –, afirma que as políticas públicas ajudam
a ampliar esse conhecimento e cita iniciativas como
a da Semana.
teoria , prática e ensino
13
Disponível em: <http://www.secom.gov.br/search?b_start:in
t=0&SearchableText=%22semana%20nacional%20de%20
ci%C3%AAncia%20e%20tecnologia%22>. Acesso em: 6 jul. 2013.
79
• “Economia verde é o tema da Semana de
Ciência” – notícia de 1/2/2012;
• “Economia verde é o tema da Semana de
Ciência” – notícia de 27/2/2012 – link não
funciona;
• “Publicação mostra os fundamentos cien-
tíficos das mudanças climáticas” – notícia
de 11/10/2012;
• “Evento busca mostrar a importância da
ciência” – notícia de 11/10/2012;
• “Terças tecnológicas apresenta panorama
das pesquisas em biocombustíveis” – no-
tícia de 11/10/2012;
outubro-2012/boletim-1636-12.10/robo-100-baiano-sera-mascote-
-em-salvador/?searchterm=%22semana%20nacional%20de%20
ci%C3%AAncia%20e%20tecnologia%22>. Acesso em: 6 jul. 2012.
81
Paulo –, o termo “semana nacional de ciência e tec-
nologia” retornou com 52 resultados, dos quais 19
referiram-se a 2012. Boa parte se refere a editais e
agendas, peculiares da publicação. As matérias apa-
recem duplicadas, de acordo com o tipo (Executivo
I e Executivo II, por exemplo). Destes 19 registros,
podemos considerar seis com segurança. O interes-
sante da publicação é que, apesar de a Imprensa
Oficial não ter em sua origem a preocupação com a
divulgação científica, as matérias selecionadas têm
boa qualidade e procuram fazer uma avaliação mais
abrangente do que fez a grande mídia.
A divulgação da Semana Nacional de Ciência
VO4GTOKECe1E1I2T86NHTOG.pdf&pagina=I&data=25/10/
2012&caderno=Executivo%20I&paginaordenacao=1>. Acesso
em: 28 fev. 2014.
83
paraplégicos, até o que a visita no parque ensinou
a eles (DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO DE SÃO
PAULO, 2012, p. IV).
Em mais duas edições de 2012 a SNCT apa-
receu, uma delas durante o período da Semana, em
20/10/2012.
Conclusões
16
Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/05/11/as-
-razoes-dos-avancos/>. Acesso em: 6 jul. 2013.
86
impresso. No caso específico da divulgação cien-
tífica, é indiscutível seu avanço em veículos espe-
cializados e também na televisão aberta. Entretanto,
parece não haver ainda uma compreensão clara de
jornalistas, editores e proprietários de veículos de
comunicação sobre o papel educativo da mídia e
da importância de divulgação da Semana Nacional
de Ciência e Tecnologia.
Referências
teoria , prática e ensino
2012.
Introdução
1
GeoCapes (http://geocapes.capes.gov.br/) é um aplicativo gráfico
que exibe informações quantitativas da Capes, com precisão geográ-
fica. Dados atualizados no sistema em: 05 ago. 2015.
93
Na outra ponta dessa partilha, Mato Grosso recebeu
tão poucos recursos que equivalem a quase 0,0% do
montante, número comparável a Roraima, Pará e
Tocantins (UDERMAN; ROCHA, 2009).
No estado, a Fundação de Amparo à Pesquisa
de Mato Grosso (Fapemat) é a entidade responsável
pelo apoio, estímulo e fomento à pesquisa. A Cons-
tituição Estadual prevê repasses anuais na ordem
de 0,5% a 1% da receita proveniente de impostos.
Já a Lei de criação da Fundação fixa o mínimo
em 2% do arrecadado (MATO GROSSO, 1994).
Entretanto, após sucessivas reversões econômicas
e orçamentárias, o valor executado pela entidade
não ultrapassou R$ 13 milhões, no ano de 2014
(FAPEMAT, 2015).
Mato Grosso, assim como as demais regiões
periféricas do País, tem experimentado desafios
Brasil
na atração, formação e retenção de profissionais
qualificados. Nesse contexto, destacam-se as duas
e ciência no interior do
maiores Instituições de Ensino Superior públicas
consolidadas regionalmente, a Universidade Federal
de Mato Grosso (UFMT) e a Universidade do Esta-
do de Mato Grosso (Unemat), que congregam quase
a totalidade de doutores em atuação no estado.
A UFMT, criada em 1970, tem viabilizado
ações para a ampliação da graduação, consolida-
ção da pós-graduação e incremento da produção
científica. Dados relativos a 2013 apontam que a
Universidade desenvolve 117 cursos de licenciatura
e bacharelado, 39 mestrados, 12 doutorados próprios
Jornalismo
Brasil
Popularizar o conhecimento produzido nas
universidades e centros de pesquisa é a função a
e ciência no interior do
ser desempenhada pelo jornalismo científico, sem
o qual essa produção dificilmente será apropriada
pela sociedade. Kunsch (1992, p. 9) afirma que
isso só é possível mediante a comunicação, que
viabiliza o relacionamento entre as universidades
e seus diversos públicos. “Daí a importância de um
sistema planejado de comunicação para difundir de
forma eficiente e eficaz a sua produção científica e,
com isso, abrir as suas portas a todos os segmentos
da sociedade”.
Bueno (1985) apresenta diferentes funções da
Jornalismo
Jornalismo e ciência
Brasil
proposta pelo alemão Otto Groth, destaca que jor-
nalismo científico refere-se a um caso particular de
e ciência no interior do
divulgação que depende de parâmetros que tipificam
a atividade jornalística, dentre os quais periodici-
dade, atualidade, difusão coletiva, e experimenta
manifestações diversas do processo amplo de difusão
de informações sobre ciência e tecnologia.
A comunicação pública da ciência, a divul-
gação científica e o jornalismo científico são, por
vezes, confundidos em função da polissemia dos
termos. O venezuelano Antonio Pasquali, ainda na
década de 1970, propôs uma tipologia para a comu-
nicação científica assim definida: 1) difusão: envio
Jornalismo
Brasil
mas deve, sobretudo, assumir um caráter educativo
e político que possa contribuir para os avanços na
e ciência no interior do
sociedade (BURKETT, 1990; BUENO, 1972, 2010,
2014; CALVO HERNANDO, 1982; MARQUES
DE MELO, 2006; e outros).
Dentre os objetivos do jornalismo científico,
Thiollent (1984) propõe uma diversidade de opções:
1) desenvolvimentista, cuja finalidade seria a de
promover o desenvolvimento tecnológico, econô-
mico, social, educacional e cultural, sem profunda
alteração da estrutura da sociedade; 2) autonomia
nacional, que visaria a reduzir a dependência em re-
lação a outros países; 3) humanista, a qual colocaria
Jornalismo
Brasil
bastariam ações de divulgação, veículos de jorna-
lismo científico e atividades de extensão.
Brasil
a pesquisa e o método de desenvolvimento. O
jornalismo sobre ciência nutre-se desses aspectos e
e ciência no interior do
mais sobre o conhecimento científico e a prática de
técnicas de comunicação aliadas a uma perspectiva
histórica, social e cultural.
O portal conta com uma equipe de 17 pessoas,
entre professores, profissionais técnicos, jornalistas
com interesse na pesquisa e acadêmicos do curso de
Comunicação Social da UFMT. O objetivo principal
é divulgar a produção científica local e contribuir
para a formação de uma cultura científica no esta-
do, além de estimular o interesse e a participação
dos jovens pela ciência.
Jornalismo
Brasil
Suinocultura (com 2 ocorrências cada) e Mobilidade
Acadêmica (1).
e ciência no interior do
Nota-se grande diversidade temática nas áreas
de conhecimento e assuntos abordados. Também
é relevante destacar a hegemonia de material jor-
nalístico nas áreas de Ciências Sociais Aplicadas,
Ciências Humanas, Linguística, Letras e Artes, em
detrimento das ciências básicas, tradicionalmente
mais noticiadas pelos jornalistas, como Saúde e
Agrárias. Esse cenário evidencia um esforço para
equilibrar a visibilidade de distintos saberes.
Cabe destacar que as informações são inseri-
das de forma esporádica, sem uma temporalidade
Jornalismo
Brasil
Sistematização da pesquisa em Mato
Grosso
e ciência no interior do
A equipe da revista Fapemat Ciência está
mapeando o estado da arte da pesquisa em Mato
Grosso, a partir do levantamento dos bancos de
dados e projetos de pesquisa institucionalizados nas
unidades que compõem a Rede de Divulgação Cien-
tífica. Ao lado das dificuldades de continuidade de
financiamento dos projetos, um dos maiores desafios
enfrentados para a divulgação da ciência regional
decorre da falta de informações sistematizadas so-
bre pesquisa científica no estado. Nem mesmo nas
Jornalismo
Brasil
atuação”. Assim, a universidade acaba reduzida ao
mero papel de formadora de profissionais.
O jornalista Dielcio Moreira (2013) argumen-
e ciência no interior do
ta que comunicar é fazer falar, e, por outro lado, in-
formar é fazer saber. No âmbito do Estado de Mato
Grosso, portanto, o desafio é identificar como tratar
jornalisticamente a informação científica visando a
contribuir para a construção desse conhecimento.
Esta operação não é de responsabilidade úni-
ca do redator, embora seja sua tarefa popularizar a
linguagem, buscar “ganchos” identificados com o
cotidiano, escrever de modo a permitir que o leitor
possa “passear” pelo texto e utilizar imagens ou
outros recursos de áudio e imagens em movimento
Jornalismo
Discussão
Brasil
to à pesquisa, mas abrangem a contribuição efetiva
da melhoria da qualidade de vida da sociedade em
e ciência no interior do
geral e democratização do acesso aos bens educa-
cionais. A relação entre Estado e sociedade vive
nesse novo contexto, sob uma lógica de legitimação.
Os Indicadores Nacionais de Ciência, Tecnologia e
Inovação (BRASIL, 2012b) mostram que o Governo
investe 52,37% do dispêndio nacional em pesquisa
e desenvolvimento, ao passo que as empresas pri-
vadas, 47,63%.
Dessa forma, uma correta divulgação das in-
formações científicas pode contribuir para legitimar
esses investimentos públicos em C&T, favorecer o
Jornalismo
Considerações
Brasil:
Brasil
mas com investimentos crescentes e maturação da
pesquisa em diferentes áreas do conhecimento,
e ciência no interior do
notadamente agronomia, meio ambiente, desenvol-
vimento sustentável e etnoconhecimento.
Cabe ressaltar que outras pesquisas sobre di-
vulgação científica em Mato Grosso, sob diferentes
ângulos, podem ser empreendidas em momentos
futuros, visto que o tema não se esgota aqui. Dian-
te da complexidade dos desafios enfrentados pela
ciência e pela gestão dos serviços educacionais,
surgem novas formas de produzir, tratar e difundir
os conhecimentos gerados, o que faz com que as
instituições de ensino atualizem suas formas de gerir
Jornalismo
a comunicação.
114
Referências
Brasil
Cuiabá: Palácio Paiaguás, 2015. Disponível em: <http://www.
fapemat.mt.gov.br/download.php?id=287889>. Acesso em:
19 out. 2015.
p.307-318.
117
UDERMAN, Simone; ROCHA, Glauter. Convergência de
políticas públicas: uma metodologia para a construção de
agendas de ações de CT&I para inclusão social. Parcerias
Estratégicas, Brasília, v. 14, n. 29, p.99-128, jul./dez. 2009.
Brasil
e ciência no interior do
Jornalismo
118
119
Discursos da divulgação
científica: o conhecimento a
serviço da qualidade de vida
Referências
Giuliana Capistrano
Cunha Mendes de Andrade*
Introdução
1
Ciência aqui se refere também à tecnologia e inovação, uma vez que
o maior investidor em ciência no Brasil é o governo federal, por meio
do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
152
A comunicação científica fica restrita, portanto,
ao espaço acadêmico e a eventos técnico-científicos e
periódicos especializados. No Brasil, a produção científica
(monografias, dissertações de mestrado e teses de doutora-
do) muitas vezes fica inacessível, confinada nas bibliotecas
das instituições de ensino e pesquisa, com acesso limitado.
O mercado editorial não demonstra interesse em publicar
resultados de pesquisas específicas, cujos temas estão, em
sua maioria, distantes da compreensão do grande público.
Já os artigos científicos limitam-se ao ambiente acadêmico
teoria , prática e ensino
2
Para conhecer mais sobre a história do CNPq, ver: <http://www.cnpq.
br/web/guest/o-cnpq;jsessionid= 74145C5B7EF859C4DC391D7D-
5CAE86BD>. Acesso em: 5 out. 2014.
153
O início do século XXI é marcado pela expansão
de ações como criação e fortalecimento de museus e
centros científicos, publicação crescente de revistas
e livros, páginas sobre ciências em redes sociais, jor-
nalismo especializado e, sobretudo, políticas públicas
de incentivo à inclusão social por meio do letramento
científico3. Mesmo assim, apenas uma pequena parcela
da população brasileira tem acesso à ciência produzida
no país. Segundo a Associação Brasileira de Centros e
Museus de Ciência (ABCMC, 2010, p. 1),
4
As informações necessárias à construção desse histórico foram reti-
radas da página oficial da instituição. Disponível em: <http://www.
lna.br/>. Acesso em: 5 out. 2014.
155
em instrumentação à sua missão institucional. Geren-
cia o maior telescópio brasileiro em terra, instalado no
Observatório do Pico dos Dias (OPD)5, em Brazópolis,
Minas Gerais. A unidade de pesquisa gerencia também a
participação do Brasil em dois consórcios internacionais:
o Observatório Gemini e o Telescópio SOAR, instalados
no Chile e no Havaí, respectivamente.
A história do OPD entrelaça-se à história da as-
tronomia brasileira. Foi ele o grande propulsor do salto
em qualidade que essa ciência experimentou após 1980.
Em 1989, o LNA foi efetivado como unidade de pesquisa
do CNPq do então Ministério da Ciência e Tecnologia
(MCT), atualmente MCTI, e, em 1992, estabeleceu sede
própria em Itajubá. Em 2000, tornou-se oficialmente
7
ABRATT, Russell. A new approach to the corporate image manage-
ment process. Journal of Marketing Management, v. 5, n. 1, p. 63-76,
1989; ALVESSON, Mats. Organization: from substance to image?
Organization Studies, v. 11, n. 3, p. 373-94, 1990; FOMBRUN, Char-
les J. Reputation: realizing value from the corporate image. Boston:
Harvard Business School Press, 1996; MARGULIES, Walter P.
Make the most of your corporate identity: a well-managed program
involves more than just changing name. Harvard Business Review,
p. 66-72, jul./aug. 1977; OLINS, Wally. Corporate identity: making
business strategy visible through design. Boston: Harvard Business
Jornalismo
9
BERENS, Guido A. J. M. Corporate branding: the development of
corporate associations and their influence on stakeholder reactions.
Rotterdam: Erasmus Research Institute of Management, 2004.
160
de uma organização, embora, como a imagem, se consti-
tua numa percepção, numa síntese mental”. E esclarece
ainda: “A reputação estabelece entre a organização e os
públicos ou pessoas (ou a sociedade) um vínculo difícil
de ser rompido” (BUENO, 2009, p. 191).
Entre o público leigo, no entanto, o LNA tem
uma imagem diferente, que está ligada à distância e à
obscuridade de seu trabalho. Não obstante a divulgação
institucional e científica que realiza, o laboratório ainda
é desconhecido desse público e da mídia especializada.
teoria , prática e ensino
tadas no Quadro 1.
especializado no
Jornalismo
10
C, T & I significa Ciência, Tecnologia e Inovação.
163
Quadro 1 – Metas do LNA para a divulgação científica
11
Durante a pesquisa-ação, auxiliou-se na execução de todas as
etapas e na elaboração de formulários e documentos necessá-
rios aos registros.
166
A ausência dessa análise é reflexo do fato de a di-
vulgação científica não ser prioridade institucional. Assim
como o plano diretor prevê timidamente ações nessa di-
reção, ainda menos estabelece atividades mais específicas
de estudos e relatos dos resultados obtidos. Não há uma
mensuração dos resultados nem uma meta palpável que
possa subsidiar a produção de dados mais efetivos. Essa
prática não é exclusiva das unidades de pesquisa e muito
menos do LNA. A comunicação organizacional brasileira
teoria , prática e ensino
Conclusão
Jornalismo
Referências
Graça Caldas*
Introdução
Más notícias
Diante de fraudes na ciência, que vêm moti-
vando constantes repercussões na mídia, a comuni-
dade científica começou a buscar instrumentos para
tentar estancar o problema ou até mesmo reverter a
situação diante de uma opinião pública atônita. Isso
porque até então a credibilidade da ciência parecia
teoria , prática e ensino
Modos de produção
por exemplo.
Por outro lado, a seca sem precedentes por
que passou o Estado do São Paulo no segundo se-
mestre de 2014 havia sido previamente informada
por pesquisadores há pelo menos dois anos, quando
se esperavam decisões técnicas para minorar o pro-
blema que se evidenciava. Entretanto, como tudo
o que diz respeito a interesses políticos momentâ-
neos (eleições), o interesse público não prevaleceu,
com consequências imprevisíveis. Mesmo quando
o conhecimento já está disponível, a imprensa e
Brasil:
Boas práticas
De príncipe a sapo
Pautas boas?
Considerações finais
Referências
Katarini Miguel*
Vinícius dos Santos Flôres**
Jane M. Mazzarino***
Apresentação: as conferências
ambientais
Nota 46 22,33
Reportagem 24 11,65
Carta 11 5,34
especializado no
Entrevista 10 4,85
Serviço 5 2,43
Editorial 3 1,46
Infográfico 1 0,48
5% da amostra.
S.Paulo
3
Nessa etapa selecionaram-se as matérias mais aprofundadas, intitu-
ladas “Da Av. Paulista à Rio+20”, publicada nas páginas 26 e 27 na
“revista sãopaulo”, edição 17 a 23 de junho de 2012, com uso de
uma fotografia de autoria de Lucas Lima/Folhapress, mostrando os
ciclistas na Avenida Paulista antes de partir para o evento; e “Cada
especializado no
Folha de S.Paulo
Vozes
FDs
L1 L2 L3 L4 L5 L6 L7 L8 L9 L10 L11 L12 L13 L14 L15
Sucesso
Fracasso
Esperança
Desesperança
Competência
Incompetência
Fonte: Flôres (2013)
da Cúpula dos Povos; (L11) Consultor de sustentabilidade João Paulo Amaral; (L12) Estudante
Vinícius Leyser; (L13) Andrêssa Batelochio, integrante do Comitê Paulista; (L14) Economista
e professor da Universidade de São Paulo (USP) Ricardo Abramovay; e (L15) Ciclista mineiro
César Grazzia.
5 Essa análise restringiu-se às matérias mais aprofundadas, intituladas: “Só 4 de 90 metas am-
bientais têm avanço”, publicada na página C10 da editoria “Ciência+Saúde”, na edição de 7
de junho de 2012, com infográfico mostrando análise do panorama ambiental em seis regiões
do mundo, conforme o relatório da ONU; “É ODA”, presente na página A16 da editoria “Po-
der”, na edição do dia 17 de junho de 2012 , com ilustração explicando as siglas do processo de
Governança da ONU; e “Conferência repete promessas e adia ações para 2015”, página C11 da
editoria “Cotidiano”, da edição do dia 23 de junho de 2012, com infográfico resumindo os tópicos
apresentados no texto final e recapitulando os acontecimentos durante os dias de negociações.
212
Quadro 2– Mapa da relação de vozes com formações discursivas nas matérias sobre Governança na
Folha de S.Paulo6
Folha de S.Paulo
Vozes
FDs L1 L2 L3 L4 L5 L6 L7 L8 L9 L10 L11 L12 L13 L14 L15
Sucesso
Fracasso
Esperança
Desesperança
Competência
Incompetência
Fonte: Flôres (2013)
6
(L1) Denise Menchen (Folha de S.Paulo); (L2) Organização das Nações Unidas (ONU) e Progra-
ma das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma); (L3) Diretor-executivo do Pnuma, Achim
Steiner; (L4) Coordenadora executiva da Rio+20, Henrietta Elizabeth Thompson; (L5) Fatouma-
ta Keita-Ouane, do setor científico do Pnuma; (L6) Claudio Angelo e Claudia Antunes (Folha de
S.Paulo); (L7) Presidente do grupo sobre quadro institucional para o desenvolvimento sustentável
(IFSD); (L8) Juscanz; (L9) G-77; (L10) Embaixador argentino Raúl Estrada; (L11) Claudio Angelo,
Fernando Rodrigues e Denise Menchen (Folha de S.Paulo); (L12) Presidente Dilma Rousseff; (L13)
Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace; (L14) Ex-presidente da Costa Rica, José Maria Fi-
gueres; e (L15) secretário-geral da Rio+20, Sha Zukang.
213
213
sobretudo em categorias temáticas como “Fatos
curiosidade e entretenimento.
Essas tendências já foram constatadas nos
eventos anteriores. Ramos (1996), por exemplo,
analisou o trabalho da Folha e do Estadão durante
a Conferência Rio92 e constatou uma cobertura
oficialista, com fontes de informação oriundas,
predominantemente, de governos internacionais.
Jornalismo
Considerações finais
Referências
jun. 2012.
Jornalismo especializado em
ciência na sala de aula
Introdução
1
Mais informações sobre a pesquisa estão disponíveis em: <https://
www.academia.edu/855133/O_desafio_da_formacao_em_Jornalis-
mo_Cientifico>. Acesso em 20 ago. 2014
228
em que o levantamento foi feito, se concentrava
nas regiões Sul e Sudeste, até pela oferta maior de
cursos de jornalismo – uma realidade que a rigor
não mudou. Em 2012, de acordo com a pesquisa
Perfil do Jornalista Brasileiro 2 (FENAJ, 2012):
“Quanto à sua distribuição regional, 56% dos cur-
sos de Jornalismo estão na região Sudeste, 23% na
região Sul, 11% no Nordeste, 5% no Centro-Oeste
e 2% no Norte”.
teoria , prática e ensino
c96268.r68.cf3.rackcdn.com/SCIDEV_-_LEARNING_SERIES_3_
DIGITAL_MASTER_COMPRERSSED_130110112629778.pdf>.
Acesso em: 20 out. 2014
231
do jornalismo” e à crise econômica mundial defla-
grada em 2008. No entanto, na América Latina,
a percepção é mais otimista. Massarini, uma das
coordenadoras da pesquisa (MOUTINHO, 2013),
revelou que cerca de 80% não acham que o jorna-
lismo científico esteja em crise, 91% recomendam
a profissão e 98% se veem trabalhando na área
nos próximos cinco anos. A explicação para tal
percepção é que o jornalismo científico ampliou
seu espaço e emprega vários profissionais – 57%
dos jornalistas latino-americanos participantes do
levantamento são empregados; 12% dedicam todo
o tempo à profissão, mas são independentes; e 12%
Partindo do jornalismo
especializado
pecíficos [...]”.
Alguns autores defendem que se pode definir
jornalismo especializado pelo meio (jornalismo im-
especializado no
da pesquisa”.
Essa percepção confirma o que teoricamente
autores citados por Tavares (2009) afirmam, qualifi-
cando o jornalismo especializado como uma prática
que requer conhecimento do repórter para uma
cobertura mais qualificada. Saéz comenta:
Considerações finais
Referências
com.br/jornalismocientifico/conceitos/jornalismocientifico.
php>. Acesso em: 10 out. 2014.
243
CALDAS, G. et al. Formação em jornalismo científico.
[S.d.]. Disponível em: <https://www.academia.edu/855133/O_
desafio_da_formacao_em_Jornalismo_Cientifico>. Acesso
em: 2 nov. 2014.
Rafaela Sandrini*
Considerações iniciais
1
Disponível em: <http://ppgjor.posgrad.ufsc.br/>.
A
250
Procedimentos metodológicos
2
Disponível em: <http://scienceblogs.com.br/>.
3
Disponível em: <http://scienceblogs.com.br/xisxis/>.
253
de seleção para essa categoria. O blog foi criado em
2008, por iniciativa da autora e sob o endereço xis-
5
Disponível em: http://g1.globo.com/platb/mundo-sustentavel/.
255
Segundo Trigueiro (2014), o blog foi criado
em 2012, fruto de um convite do G1 para que ele
Blog:
Título da postagem:
Data: Tema:
Caracteres com espaço:
Marcas da obtenção das informações
1. Origem da informação
De primeira mão De segunda mão ( ) Não identi-
ficável
( ) Fontes do poder público ( ) Agência de notícia
( ) Fontes institucionais ( ) Outro veículo jornalístico
( ) Fontes cidadãs ( ) Outro blog
( ) Fontes especializadas ( ) Publicações científicas
( ) Assessoria de imprensa ( ) Documentos impressos e eletrônicos
( ) Fontes não convencionais ( ) Livro
( ) Recursos alternativos ( ) Ciberespaço
( ) Autor do texto atua como fonte
Detalhamento da origem da informação
2. Redação do texto
( ) Redação própria ( ) Redação híbrida ( ) Republica-
ção
Marcas da composição dos posts
3. Conteúdo do post
( ) Informação ( ) Crítica
( ) Análise ( ) Interpretação
( ) Opinião ( ) Partilha de experiências pessoais
( ) Avaliação ( ) Declaração de posição
( ) Explicação ( ) Anúncio/publicidade
4. Recursos audiovisuais
( ) Sim ( ) Não
4a) Quantidade
4b) Origem
( ) Próprios ( ) De segunda mão ( ) Não
identificável
4c) Tipo
( ) Gráfico ( )Tabela ( ) Boxe ( ) Info-
gráfico
( ) Imagem ( ) Fotografia ( ) Vídeo ( ) Áudio
Marcas da circulação das informações
5. Uso de link no post ( ) Sim ( )
Não
5a) Quantidade
5b) O link serve para
( ) Menção à origem da informação
( ) Indicação de outros materiais/fontes de informação sobre o assunto
( ) Página na Internet de instituição/local/pessoa citada no post
( ) Página não disponível
Resultados e discussões
7
Tradução nossa. No trecho original: “The blogs employ
a variety of writing and authoring models, and no signs of
emerging or stabilizing genre conventions could be observed”.
se diferencia muito do que já é encontrado atual-
mente nos meios de comunicação convencionais e
costumam recorrer às fontes tradicionais de infor-
mação como publicações científicas, fontes institu-
cionais, do poder público ou documentos impressos
e eletrônicos, como é possível observar na Tabela 1.
Blogs
Blogs vinculados
independentes
Dou- To-
Mundo Rainha tal
tor Xis-
Origem da informação Susten- Verme-
Jairo -Xis
tável lha
Bouer
Fontes do poder público 13 2 15
Fontes institucionais 10 3 9 4 26
Fontes cidadãs 2 3 5
De primeira mão
Fontes especializadas 5 5 5 15
Assessoria de imprensa 2 1 3
Fontes não convencionais
Recursos alternativos 0 0
Autor do texto 6 12 14 32
96
Total primeira mão 34 7 29 26
Agência de notícia 1 1
Outro veículo jornalístico 1 4 5
5
De segunda mão
Outro blog 1 4
Publicações científicas 9 8 5 22
Documentos impressos/ 15
11 1 1 2
eletrônicos
Livro 1 1 2
Ciberespaço 1 3 4
Total segunda mão 13 11 11 19 54
Não identificável 5 2 3 1 11
Fonte: Organização da autora.
8
Trecho da postagem intitulada “O Sol nasce e se põe no mesmo
Jornalismo
9
Disponível em: http://doutorjairo.uol.com.br/.
264
Em relação à composição das postagens, os
blogs independentes também apresentaram dinâmica
distinta dos vinculados. A liberdade é muito maior
nos blogs independentes Xis-Xis e Rainha Vermelha
que em Mundo Sustentável e Doutor Jairo Bouer.
Nos dois primeiros, não há preocupação em se
manter um padrão fixo de postagem; são menos
formatados, menos normatizados e ousam mais na
hora de elaborar as publicações. Os posts podem
variar de pequenos a grandes textos, e é comum,
teoria , prática e ensino
10
No blog Xis-Xis, postagem disponível no link: <http://scienceblogs.
com.br/xisxis/2013/09/acao-ambiental-plante-arvores-da-mata-
-atlantica/>. No blog Rainha Vermelha, postagem disponível no
Jornalismo
link: <http://scienceblogs.com.br/rainha/2012/01/cade-voce-no-
-researchgate/>. Acesso em: 8 abr. 2014.
265
Figura 2 – Informalidade na escrita dos blogs independentes10
Esses blogs, portanto, apresentam as infor-
mações científicas de modo bastante informal e
11
Postagem disponível no link: <http://drjairobouer.blog.uol.com.br/
arch2013-06-16_2013-06-22.html>. Acesso em: 8 abr. 2014.
A
266
1000 631
12
Disponível em: <http://scienceblogs.com.br/rainha/2012/09/esqui-
lo-suicida-nem-perto/>. Acesso em: 8 abr. 2014.
270
Os dados parecem demonstrar, portanto, que,
no que diz respeito à circulação das informações,
tanto os blogs independentes quanto os vinculados
apresentam problemas e limitações. Os primeiros
se sobressaem na qualidade e na profundidade das
discussões que geram, mas padecem pelo limitado
número de leitores que atraem; os segundos, ao
mesmo tempo que ganham em visibilidade, perdem
na proximidade e interação com o leitor.
teoria , prática e ensino
Considerações finais
Referências
BOUER, J. Entrevista concedida à Rafaela Sandrini. [S.l.],
13 mar. 2014.
A
276
A
278
279
Jornalismo especializado:
resgatando conceitos
e práticas
Introdução
3
Os textos da citação entre aspas referem-se à publicação original de
Monique Robin (2008, p. 138).
289
rede de televisão ou um grupo de comunicação de
mentir ao público” (ROBIN, 2012, p. 138).
Ainda no que diz respeito às fontes, é impor-
tante que o jornalista recorra, sempre que possível,
a fontes múltiplas. Além de garantir a saudável di-
versidade de ideias e opiniões e instaure o confron-
to, o embate – elementos essenciais na divulgação
e no debate de temas complexos –, essa postura
impede que determinadas fontes encaminhem o
foco da matéria/reportagem para o seu campo de
O ensino e a pesquisa em
jornalismo especializado
Jornalismo
Referências
Barleus, 2011.
Introdução
da PUCRS.
318
Universidade Federal de Santa Catari-
na (UFSC)
O portal da UFSC, no período da análise,
trouxe 24 notícias, das quais apenas uma inclui
informações sobre pesquisa realizada, e outra se
refere especificamente ao esforço de investigação
da universidade. A primeira dá conta da premiação
obtida por um de seus doutorandos – Guilherme
Ortigara Longo –, bolsista do Programa Ciência sem
teoria , prática e ensino
1
Ver a esse respeito o link http://www.biotecnologia.ufsc.br/linhas-
-de-pesquisa/. Acesso em:
322
coleta de dados para o estudo de que resultou este
texto, haviam sido publicadas três edições: outro
período diferente do analisado.
O espaço dedicado à veiculação das notícias
publicadas pela mídia e que incluem a UEL, intitu-
lado “clipping”, não resgatou, no período, qualquer
relato de pesquisa realizada pela universidade.
A UEL conta com uma Coordenadoria de
Comunicação Social, com uma estrutura que se di-
teoria , prática e ensino
2
Texto disponível no portal da universidade. Disponível em: http://
www.utp.edu.br/contato/assessoria-de-imprensa/. Acesso em
18/06/2014
325
vidas, o esforço de divulgação não tem tido efeito
no sentido de dar visibilidade a essa competência
básica da instituição.
Considerações finais
Referências
teoria , prática e ensino